Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
RÚBIA MARA GIACHINI
ESTADO NUTRICIONAL, NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE FÍSICA
EM ADULTOS ATENDIDOS POR EQUIPE DE ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA
FAMÍLIA DE ITAJAÍ-SC.
Itajaí
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
RÚBIA MARA GIACHINI
ESTADO NUTRICIONAL, NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE FÍSICA
EM ADULTOS ATENDIDOS POR EQUIPE DE ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA
FAMÍLIA DE ITAJAÍ-SC.
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
Profissionalizante em Saúde e Gestão do Trabalho,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade do Vale de
Itajaí, como requisito parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho.
Orientadora: Profª. Drª. Luciane Peter Grillo.
Itajaí
2007
ads:
3
RÚBIA MARA GIACHINI
ESTADO NUTRICIONAL, NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE FÍSICA
EM ADULTOS ATENDIDOS POR EQUIPE DE ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA
FAMÍLIA DE ITAJAÍ-SC.
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do grau de Mestre em Saúde e
Gestão do Trabalho e aprovada pelo Curso de Mestrado Profissionalizante em
Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências
da Saúde de Itajaí.
Área de concentração: Saúde da Família
Itajaí, 28 de novembro de 2007.
Profª. Drª. Luciane Peter Grillo
UNIVALI – Itajaí
Orientadora
Profª. Drª. Elisete Navas Sanches Próspero
UNIVALI – Itajaí
Membro
Prof. Dr. Alexandre Simões Dias
IPA – Porto Alegre
Membro
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, apenas a Deus,
por ter me feito sua imagem e semelhança;
Agradeço a Deus por ter me permitido nascer no seio da minha família,
com pais excepcionais que sempre me deram carinho e amor e me ensinam a cada
dia um pouco mais sobre respeito, caridade, bondade, moral e ética;
Agradeço a Deus por ter me oferecido irmãos,
que me ensinaram o que é fraternidade e amizade;
Agradeço a Deus por ter colocado no caminho da minha vida amigos eternos que
ajudam sempre a cumprir a missão que me foi delegada, que me fortalecem a cada
passo, que me apóiam nos momentos difíceis e comemoram comigo
a cada nova conquista;
Agradeço a Deus por me presentear com um companheiro que caminha comigo de
mãos dadas pela estrada da vida;
Agradeço a Deus por me apresentar a Profª. Luciane, Aline, Sheyla, Fabiana,
Mariana, Natália e Ângela que realizaram este estudo comigo,
que mesmo tendo objetivos diferente, aprendemos a
trabalhar juntas com êxito.
Agradeço a Deus por ter a oportunidade de trabalhar,
estudar e melhorar sempre;
Obrigada Senhor!
5
ESTADO NUTRICIONAL, NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE
FÍSICA EM ADULTOS ATENDIDOS POR EQUIPE DE ESTRATÉGIA DA SAÚDE
DA FAMÍLIA DE ITAJAÍ-SC.
Resumo
Os distúrbios nutricionais como o sobrepeso e a obesidade, a hipertensão
arterial e o sedentarismo são grandes preocupações da saúde pública no Brasil,
sendo importantes fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis. O
objetivo deste estudo foi relacionar o estado nutricional com a pressão arterial e o
índice de atividade física de adultos pertencentes ao programa de saúde da família
do bairro Carvalho na cidade de Itajaí - SC. A pesquisa foi um estudo transversal por
meio de um censo com visitas domiciliares. Foram avaliados 141 adultos, sendo
63% (n=88) do sexo feminino e 37% (n=53) do sexo masculino. As variáveis
estudadas foram: estado nutricional (IMC), circunferência da cintura (CC), índice
cintura/quadril (ICQ), pressão arterial (PA), nível de atividade física (NAF), idade,
escolaridade e renda per capita. Os resultados obtidos foram: em relação ao estado
nutricional foram encontrados 40% de sobrepeso e 20% de obesidade, 61% com
circunferência da cintura elevados e 62% índice cintura/quadril aumentado; a
pressão arterial apresentou-se normal em 68% da população e a hipertensão está
presente em 15%; em relação ao NAF encontrou-se 56% dos adultos ativos
fisicamente, 40% insuficientemente ativos, e 4% sedentários; quanto à escolaridade
prevaleceu o ensino fundamental (48%) e o ensino médio (32%); a média da renda
per capita da população avaliada foi de 1,92 salários mínimos. A correlação entre
IMC x PA foi moderada e significativa e as correlações entre IMC x NAF e PA x NAF
foi baixa e significativa. Na análise multivariada de Cluster foi observado que a
amostra separou-se em três grupos, com diferenças discretas entre eles. O grupo
um caracteriza-se por ter indivíduos com maior grau de instrução e renda, com
menor faixa etária. No grupo dois observamos maior percentual de mulheres com
maior faixa etária e menor escolaridade. O grupo três apresentou-se intermediário
entre o grupo um e dois, apresentando os indivíduos deste grupo normotensos e
eutróficos. Este estudo permite conhecer a comunidade assistida pelo programa
saúde da família de Itajaí para que assim seja possível um planejamento de políticas
públicas com atividades preventivas e educacionais para este bairro melhorando a
saúde destes indivíduos e diminuindo gastos com assistência médica e/ou
internações hospitalares.
Palavras-chave: Estado nutricional. Hipertensão. Atividade Física.
6
NUTRITIONAL CONDITION, BLOOD PRESSURE AND PHYSICAL
ACTIVITYAMONG ADULTS ATTENDED BY THE FAMILY HEALTH STRATEGY
TEAM OF ITAJAÍ – SC.
Abstract
Nutritional disturbances, such as overweight and obesity, high blood pressure,
and a sedentary lifestyle are major concerns in Brazilian public heath, and are
important risk factors for chronic non-transmittable diseases. The main objective of
this research was to correlate nutritional condition with blood pressure and levels of
physical activity, registered in adults enrolled with the Family Health Program in the
district of Carvalho, Itajaí – SC. This was a crossectional study, carried out by means
of a poll, with home visits. 141 adults were evaluated - 63% (n=88) female and 37%
(n=53) male. The variables studied were: nutritional condition (BMI), waist
circumference (WC), waist/hip index (WHI), blood pressure (BP), physical activity
level (PAL), age (A), schooling level (SL) and income per capita. The results found
were as follows: In relation to nutritional condition, 40% of the individuals in the
sample were overweight and 20% obese, 61% had high waist circumferences 62%
had a high waist/hip index; in relation to PAL, 56% of the adults were physically
active, 40% insufficiently active, and 4% sedentary; for school level, complete
elementary school was highest (48%) followed by complete secondary school (32%);
the average income per capital of the population evaluated was 1.92 minimum
salaries per month. The correlation between BMI vs BP was moderate and
significant, and the correlations between BMI vs PAL and BP vs PAL were low and
significant. In the multivariate Cluster analysis, it was observed that the sample
formed three groups, with slight differences between them. The first group was
comprised of individuals with a higher level of schooling and income, and lower age
range. In group two we see a higher percentage of women with a higher age range
and lower level of schooling. Group three was between groups one and two, and was
comprised of normaltensive, healthy individuals. This study gives a profile of the
community studied by the family health program of Itajaí, enabling the planning of
public policies, with preventative and educational activities for this district, improving
the health of these individuals and decreasing the expenses on medical care and/or
hospitalization.
Key words: Nutritional state. Hypertension. Physical Activity.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Escolaridade dos adultos do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006. .................................................. 39
Figura 2 - Escolaridade dos adultos do Bairro Carvalho, por sexo, Itajaí, 2006.
.................................. 40
Figura 3 - Renda per capita em salários mínimos, dos adultos, por sexo do Bairro Carvalho, Itajaí,
2006. ...................................................................................................................................................... 40
Figura 4 - Estado Nutricional dos adultos do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
......................................... 42
Figura 5 - Estado Nutricional por sexo, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
........................ 42
Figura 6 - Classificação da circunferência da cintura (CC) dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí,
2006. ...................................................................................................................................................... 43
Figura 7 - Classificação da circunferência da cintura (CC), por sexo, dos adultos, do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006. ............................................................................................................................................ 43
Figura 8 - Classificação do Índice Cintura/Quadril (ICQ), dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
............................................................................................................................................................... 44
Figura 9 - Classificação do Índice Cintura/Quadril (ICQ), por sexo, dos adultos, do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006. ............................................................................................................................................ 44
Figura 10 - Classificação da pressão arterial, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
.............. 45
Figura 11 - Classificação da pressão arterial sistólica e diastólica, por sexo, dos adultos, do Bairro
Carvalho, Itajaí, 2006. ........................................................................................................................... 45
Figura 12 - Classificação do nível de atividade física, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
. 46
Figura 13 - Classificação do nível de atividade física, por sexo, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí,
2006. ...................................................................................................................................................... 46
Figura 14 - Diagrama da análise multivariada de Cluster - agrupamento
............................................ 48
Figura 15 - Comportamento dos grupos dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
....................... 48
Figura 16 - Organograma do agrupamento, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
................. 51
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Ciclos de vida, de acordo com o SISVAN............................................................................ 31
Tabela 2 - Valores de referência do Índice de massa corporal para adultos
....................................... 34
Tabela 3 - Pontos de corte para circunferência da cintura em adultos
................................................. 34
Tabela 4 - Pontos de corte para índice cintura/quadril em adultos.
...................................................... 34
Tabela 5 - Classificação da pressão arterial em adultos
...................................................................... 35
Tabela 6 - Classificação do nível de atividade física – IPAQ
................................................................ 36
Tabela 7 - Características antropométricas da amostra
....................................................................... 41
Tabela 8 - Características da pressão arterial dos adultos do Bairro Carvalho
....................................45
Tabela 9 – Correlação entre as variáveis índice de massa corporal (IMC), pressão arterial (PA) e nível
de atividade física (AF). ......................................................................................................................... 47
9
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 7
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. 8
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 14
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 16
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 17
2.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) .............................................................................. 17
2.2 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) ............................................................... 18
2.3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ........................................................................................... 23
2.4 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ................................................................................ 25
2.5 ATIVIDADE FÍSICA ......................................................................................................... 27
3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 30
3.1 TIPO DE ESTUDO .......................................................................................................... 30
3.2 LOCAL DO ESTUDO ....................................................................................................... 30
3.3 POPULAÇÃO .................................................................................................................. 31
3.4 COLETA DOS DADOS .................................................................................................... 32
3.4.1 Registro dos dados .................................................................................................... 33
3.4.2 Avaliação socioeconômica ........................................................................................ 33
3.4.3 Avaliação do Estado Nutricional ............................................................................... 33
3.4.4 Avaliação da Pressão Arterial: .................................................................................. 35
3.4.5 Avaliação da atividade física ..................................................................................... 35
3.5 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............................................ 37
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 37
3.7 DEVOLUTIVA A COMUNIDADE
.....................................................................................38
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 39
4.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS ...................................................................................... 39
4.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ..................................................................... 41
4.3 AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ......................................................................... 44
4.4 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA .............................................................................. 46
10
4.5 CORRELAÇÃO ENTRE O ESTADO NUTRICIONAL, PRESSÃO ARTERIAL E NÍVEIS
DE ATIVIDADE FÍSICA..........................................................................................................47
4.6 AGRUPAMENTO
..............................................................................................................47
5 DISCUSSÃO........................................................................................................................52
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................62
REFERÊNCIAS......................................................................................................................63
APÊNDICE.............................................................................................................................70
APÊNDICE 1 – FICHA DE DADOS INDIVIDUAIS ................................................................70
APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO DA FAMÍLIA...................................71
APÊNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..........................72
APÊNDICE 4 – LEGENDA PARA ANÁLISE MULTIVARIADA...............................................73
APÊNDICE 5 - DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS DAS VARIÁVEIS NOS GRUPOS
DA ANÁLISE MULTIVARIADA
...............................................................................................74
ANEXOS.................................................................................................................................76
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – IPAQ...............76
11
1 INTRODUÇÃO
A saúde é um direito fundamental do ser humano, e é dever do Estado a sua
garantia, através da formulação e execução de políticas econômicas e sociais
visando à redução de riscos de doenças e de outros agravos, bem como o
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às
ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1990).
Assim, entende-se por Saúde Pública o conjunto de atividades organizadas pelo
Governo dirigidas à proteção, promoção e restauração da saúde da população. As
atividades comunitárias, que contribuem direta ou indiretamente para a saúde da
população são as ações de fomento e defesa da saúde, prevenção de enfermidades
e restauração da saúde, desenvolvidas pelos Serviços de Saúde (SANMARTÍN,
1995).
Neste contexto, em 1994 o Ministério da Saúde criou o Programa Saúde da
Família (PSF) atualmente transformada em Estratégia de Saúde da Família (ESF),
com o objetivo de reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e
substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto da família e, com
isso, melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Esta Estratégia prioriza
as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma
integral e contínua. O atendimento à população é prestado na unidade básica de
saúde ou no domicílio pelos profissionais (médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes de Saúde
da Família. Deste modo, os profissionais e a população acompanhada criam
vínculos de co-responsabilidade, facilitando a identificação e o atendimento aos
problemas de saúde da comunidade (BRASIL, 2005).
O programa de saúde da família tem uma nova preocupação, o aumento do
sobrepeso e obesidade que já se tornou um problema de saúde pública no Brasil. A
desnutrição sofreu um declínio importante chegando a níveis aceitáveis em crianças
e adultos, mas em contraponto o sobrepeso e a obesidade crescem em um ritmo
acelerado na população brasileira, atingindo todas as faixas etárias. Um
comportamento claramente epidêmico deste problema é indicado pela projeção dos
resultados dos estudos realizados nas últimas três décadas. O sobrepeso e a
12
obesidade associado ao sedentarismo levam as doenças e agravos não
transmissíveis (BATISTA FILHO; RISSIN, 2003; GIUGLIANO; MELO, 2004; BRASIL,
2006).
Associado ao aumento do sobrepeso e obesidade observa-se também o
aumento do sedentarismo na população brasileira. A inatividade física também tem
sido considerada como uma ameaça à saúde. É um fator de risco primário para a
saúde física e psicológica (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004). O Centro de
Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano (2002) estima que cerca
de 70% da população brasileira faça pouquíssima ou quase nenhuma atividade
física. Isso ocorre em função dos avanços tecnológicos, fazendo as pessoas usarem
cada vez mais veículos automotores e substituindo o trabalho braçal pelas
máquinas. Até o lazer vem mudando, as atividades de recreação ou lúdicas mais
ativas vêm sendo substituídas por atividades de lazer mais sedentário como assistir
televisão ou usar computadores e jogos eletrônicos. Outro fator importante é a falta
de segurança pública e a violência que impedem a prática de atividade física.
Fatores como a obesidade, a inatividade física e dietas inadequadas, aliados
ao aumento da longevidade, desencadeiam ou agravam as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT). A atividade física regular e a alimentação saudável são
aliadas fundamentais para manutenção do peso saudável, redução do risco de
doenças e melhoria da qualidade de vida (MONTEIRO et al., 2001). Outros fatores
importantes na qualidade de vida são a escolaridade, a renda da população e o nível
de desenvolvimento regional.
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) respondem pelas maiores
taxas de morbi-mortalidade e por cerca de mais 70% dos gastos assistenciais com a
saúde no Brasil, com tendência crescente. Em função desta situação o Ministério da
Saúde tornou prioridade para o Sistema Único de Saúde o desenvolvimento de
estratégias para o controle das DCNT. A vigilância epidemiológica das DCNT e dos
seus fatores de risco é de fundamental importância para a implementação de
políticas públicas voltadas para a prevenção, o controle dessas doenças e a
promoção geral da saúde. Pesquisas para identificação e monitoramento de fatores
de risco, análise e avaliação das ações de promoção da saúde, prevenção e
controle das DCNT fazem parte das estratégias para controle das DCNT descritas
no Pacto pela Saúde (BRASIL, 2006).
13
A alimentação e nutrição constituem direitos humanos fundamentais
consignados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e são requisitos
básicos para a promoção e a proteção da saúde, possibilitando a afirmação plena do
potencial de crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de vida e
cidadania (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007).
A promoção da saúde parte do pressuposto de que saúde e qualidade de vida
não depende do oferecimento isolado de um dado serviço, mas sim, da oferta de um
conjunto de condições de vida e de trabalho. Então se torna apropriado ressaltar que
uma das áreas prioritárias para a promoção da saúde é a alimentação e nutrição. A
eliminação da fome, da má nutrição e dos agravos relacionados ao excesso de
peso, foi considerada meta essencial para a melhoria da qualidade de vida das
coletividades (FERREIRA; MAGALHÃES, 2007).
A nutrição e a fisioterapia têm muito para contribuir com a atenção básica a
saúde e controle das DCNT juntamente com e equipe da Estratégia de Saúde da
Família, trabalhando principalmente com educação dos hábitos alimentares
saudáveis e atividades/exercícios físicos para prevenção, promoção e educação em
saúde.
Dentre as DCNT a hipertensão arterial é um problema de saúde cada vez
mais comum (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). Diversos estudos
recentes têm demonstrado relação entre o aumento do índice de massa corporal e a
pressão arterial em crianças, adolescentes e adultos, mostrando ser evidente o
impacto da obesidade e do acúmulo de gordura abdominal sobre a pressão arterial.
As principais conseqüências da hipertensão são doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares, dentre elas o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular
encefálico que são importantes causas de óbitos na população brasileira
(CARNEIRO et al.2003; DANIELS et al., 1999; GUS et al., 1998; MOURA et al.,
2004).
Hipócrates no século V antes de Cristo estabeleceu conceitos como o da
“Saúde Positiva” que continua atual e vem ao encontro deste estudo (REDE
GLOBAL DE SAÚDE DO SUPERCOURSE, 2006,).
A Saúde Positiva requer a compreensão da constituição primária do homem
(chamado hoje de genética) e do poder de vários alimentos, tanto naturais
quanto obtidos pela habilidade humana (os atuais alimentos processados).
Mas apenas alimentação adequada não é suficiente para a manutenção da
14
saúde. Precisa existir ainda a prática de atividade física, cujos efeitos
precisam também ser conhecidos. A combinação das coisas resulta no
regime, dada a devida atenção à estação do ano, as mudanças dos ventos,
a idade das pessoas e as condições de sua casa. Se ocorrer qualquer
deficiência de alimento ou atividade física, o corpo adoecerá.
1.1 JUSTIFICATIVA
A obesidade, o sedentarismo e a hipertensão arterial sistêmica são grandes
preocupações da saúde pública no Brasil e no mundo. Nas últimas pesquisas
observou-se grande aumento nos índices de obesidade em todas as faixas etárias e
aumento da inatividade física no Brasil.
O sobrepeso e a obesidade atingiram a prevalência de 40% da população
adulta no Brasil. Atualmente, 12,7% das mulheres e 8,8% dos homens adultos
brasileiros são obesos, sendo esta prevalência mais alta na região Sul e Sudeste
deste país (IBGE, 2004), e a inatividade física acomete 70% da população brasileira
(CENTRO DE ESTUDOS DO LABORATÓRIO DE APTIDÃO FÍSICA DE SÃO
AETANO DO SUL, 2002)
Segundo o Sistema Único de Saúde a hipertensão arterial sistêmica é um dos
problemas de saúde pública de maior prevalência na população brasileira, a HAS
acomete 15% a 20% da população adulta, representando assim um dos fatores de
risco para morbidade e mortalidade. Também está relacionado a 40% das
aposentadorias precoces por invalidez segundo o Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS) (ABESO, 2005).
Segundo estimativas, 80% das cardiopatias coronárias prematuras se devem
à falta de atividade física somada a uma alimentação inadequada (BRUM et al.,
2005).
No Brasil, as doenças crônicas têm custos sociais e econômicos crescentes.
Nas regiões metropolitanas, as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares
são mais altas que na população norte-americana. Essas doenças determinam um
terço de todas as mortes e é a principal causa de gastos com a assistência médica.
Além disso, a sua distribuição na população é marcada por diferenças sociais
15
(PEREIRA; SICHIERI; MARINS, 1999).
A Organização Mundial da Saúde sugere a formulação e implementação de
linhas de ação efetivas para reduzir substancialmente as mortes e doenças em todo
o mundo. Estas linhas são: reduzir os riscos para doença crônica não transmissível
com ações de promoção e prevenção à saúde; aumentar a atenção e o
conhecimento sobre alimentação e atividade física; encorajar o desenvolvimento, o
fortalecimento e a implementação de políticas e planos de ação em nível global,
regional, nacional e comunitário que sejam sustentáveis; monitorar dados científicos
e influências-chave na alimentação e atividade física e fortalecer os recursos
humanos necessários para qualificar e manter a saúde nesse domínio (BRASIL,
2006).
Este estudo se justifica por investigar o estado nutricional e o nível de
atividade física de uma população de Santa Catarina, além de investigar a
hipertensão arterial sistêmica que é uma doença crônica degenerativa não-
transmissível. Sendo assim, se encaixam nas linhas traçadas pela Organização
Mundial da Saúde na Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável,
Atividade Física e Saúde.
Este estudo faz parte de um “projeto chapéu” aprovado no Edital
MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT/SAS-DAB n° 51/2005 do CNPq, com o título: Perfil
nutricional e co-morbidades de famílias atendidas por equipe do programa de saúde
da família de Itajaí - SC.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Frente ao exposto, apresentamos o seguinte problema de pesquisa: Qual a
relação entre o estado nutricional, a pressão arterial e o nível de atividade física em
adultos atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) no bairro Carvalho em
Itajaí - SC?
16
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Avaliar o estado nutricional, a pressão arterial e nível de atividade física em
adultos pertencentes à Estratégia de Saúde da Família.
1.3.2 Objetivos Específicos
1 Descrever as condições socioeconômicas da população;
2 Determinar o estado nutricional por meio da antropometria;
3 Verificar a pressão arterial;
4 Determinar o nível de atividade física;
5 Relacionar o estado nutricional, pressão arterial e nível de atividade
física em adultos pertencentes à Estratégia de Saúde da Família.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
No início da década de 80, alguns países iniciaram os primeiros passos para
mudanças nos serviços primários de saúde, aparecendo Canadá, Cuba, Inglaterra e
outros, como pioneiros desta mudança. A partir de 1986, na 1ª Conferência
Internacional sobre Promoção de Saúde no Canadá, nasce à necessidade de se
rever um modelo mais abrangente, que resgatasse as dimensões psicológicas,
sócio-culturais de atenção à saúde ao ser humano, substituindo o modelo
biologicista. O novo modelo passa a ter como objeto, não só a ausência de doença,
mas principalmente, a qualidade de vida (CIANCIARULLO et al., 2002).
A atual conformação do sistema público brasileiro de saúde, universal,
íntegral e gratuito começou a ser construído com o processo de redemocratização
do país, e antes de sua criação pela Constituição de 1988. O evento mais marcante
dessa construção foi a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de
1986 (NEGRI, 2002).
Na 8ª Conferência Nacional de Saúde, foi elaborado o conceito ampliado de
saúde definindo que “saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação,
educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade,
acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde”. Essa definição envolve
reconhecer o ser humano como ser integral e a saúde como qualidade de vida
(BRASIL, 2004).
A Constituição Federal de 1988 reconheceu o direito à saúde como direito de
todos e dever do Estado. Baseado nos preceitos constitucionais, a construção do
SUS norteia-se pelos seguintes princípios doutrinários: 1. Universalidade: onde
todas as pessoas têm direito aos serviços do SUS; 2. Eqüidade: existe a garantia de
acesso a qualquer pessoa, em igualdade de condições, aos diferentes níveis de
complexidade do sistema. O que determina as ações são prioridades
epidemiológicas, e não o privilégio ou o favorecimento; 3. Integralidade: as ações de
18
saúde devem ser combinadas e voltadas, ao mesmo tempo, para a prevenção e a
cura. Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser
humano integral, submetido as mais diferentes situações de vida e de trabalho, que
o levam a adoecer e a morrer. O atendimento deve ser feito para a sua saúde e não
somente para as suas doenças. Outros princípios importantes são a
descentralização, a regionalização e a participação da população (BRASIL, 2004;
ALMEIDA; CHIORO; ZIONI, 2001).
Portanto, foi no início da década de 1990 que começou o processo de
implantação do SUS e do novo arcabouço jurídico: a Constituição Federal de 1988,
as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais (8080/90 e 8142/90)
(ALMEIDA; CHIORO; ZIONI, 2001).
O SUS segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em
todo território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de
governo: federal, estadual e municipal. É um sistema, que significa um conjunto de
unidades, serviços e ações que interagem para um fim comum. Esses elementos
integrantes do sistema referem-se, ao mesmo tempo, às atividades de promoção e
recuperação da saúde (ALMEIDA; CHIORO; ZIONI, 2001).
Os princípios do SUS colocam o Brasil ao lado de países que pautam seus
sistemas em valores de solidariedade e de cidadania, como a universalização e a
adoção do conceito de saúde por direito de todos e dever do Estado (SOUZA, 2002).
Após a nova conformação dos SUS, observação das experiências mundiais e
experiências realizadas em vários pontos do território brasileiro foi elaborada a
estratégia de reorganização da Atenção Primária ou Básica, denominada de
“Programa de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde”, o PSF e o
PACS, respectivamente (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007).
2.2 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
A ESF iniciou no Brasil em 1994, por meio de uma parceria entre o Ministério
da Saúde (MS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A
estratégia mostra que oferecer às famílias serviços de saúde preventiva e curativa
19
em suas próprias comunidades resulta em melhorias importantes nas condições de
saúde da população. A estratégia da saúde da família surgiu com o propósito de
alterar o modelo assistencial de saúde, centrado na doença, no médico e no
hospital, privilegiando a parte curativa e não a preventiva. A ESF veio como resposta
às necessidades de uma atenção integral desenvolvida por equipe multiprofissional,
ao indivíduo e à comunidade, com intensa participação da comunidade (ESTADO
DE SANTA CATARINA, 2007).
No Brasil, a Estratégia de Saúde da Família foi iniciada em junho de 1991,
com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde. Em janeiro de
1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e
ampliando a atuação dos agentes comunitários (FONTINELE JUNIOR, 2003). Foram
formadas aproximadamente 328 equipes, cobrindo cerca de 55 municípios e 1,1
milhões de habitantes (NEGRI, 2002).
A proposta da ESF contempla ações em atenção primária, principalmente a
socialização do conhecimento em saúde. A ESF constitui uma estratégia inovadora
no cenário dos serviços de saúde, que prioriza as ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde das pessoas e das famílias de forma integral, contínua e pró-
ativa (CIANCIARULLO et al, 2002).
A ESF propôs mudar a perspectiva da assistência à doença para o de
promoção da saúde e, consequentemente, da qualidade de vida, exigindo uma
atuação articulada com outros setores da administração pública e com setores
organizados da sociedade (SOUZA, 2002).
A atenção da ESF incorpora e reafirma os princípios básicos do SUS,
centrando-se na família, entendida, percebida e situada a partir de seu ambiente
físico e social, com suas crenças e valores identificados, favorecendo a
compreensão ampliada do processo saúde/doença, no contexto de um território
definido geográfica e administrativamente. Além do atendimento, suas atividades
incluem programação, grupos terapêuticos, visitas e internações domiciliares, entre
outras (CIANCIARULLO et al, 2002; CONILL, 2002; FONTINELE JUNIOR, 2003).
As unidades de saúde da família atuam por meio de equipe multiprofissional,
onde cada um tem suas atribuições dentro do PSF, entre elas: médico, enfermeiro,
auxiliar de enfermagem, odontólogo e agentes comunitários. A contratação dos
profissionais, obedecendo aos aspectos legais, fica a cargo dos municípios
20
(FONTINELE JUNIOR, 2003, ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007).
A ESF não é somente um novo modelo de atenção primária, é um novo
gerenciamento da atenção em saúde, mais racional, equânime e resolutivo, com
conseqüências em outros níveis, obriga mudanças radicais no sistema educacional
dos profissionais de saúde a médio e longo prazo e desafia o mercado de trabalho
desses profissionais a curto prazo (CIANCIARULLO et al, 2002).
Em Santa Catarina, a implantação da ESF iniciou em 1994, com o intuito de
melhorar a qualidade dos serviços básicos de saúde, proporcionando assistência à
população de maneira integrada, hierarquizada e regionalizada, buscando maior
resolutividade dos serviços, prevenindo doenças e promovendo a saúde da
população (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007).
A partir de 1998 acelerou-se a implantação das equipes de PACS,
consideradas como uma estratégia transitória para o estabelecimento de vínculos
entre serviços de saúde e a população (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007).
Em 1999 houve um crescimento do número de agentes comunitários de
saúde (ACS) devido à implantação de equipes de PACS. Mais uma vez o
financiamento do Ministério da Saúde seria um fator importante, pois o repasse de
um salário mínimo por ACS cobria boa parte dos gastos com os agentes. Em
novembro de 1999, a nova modalidade de financiamento estimulou a implantação
das equipes de ESF, havendo conversão de equipes de PACS para equipes de
ESF. Esse crescimento acelerado foi até o ano de 2002 (ESTADO DE SANTA
CATARINA, 2007).
A atuação das equipes é baseada em territorialização, que trabalha com área
de abrangência definida e que fica responsável pelo cadastramento e o
acompanhamento da população moradora desta área. A recomendação é que a
equipe seja responsável por no mínimo 2.400 e, no máximo 4.500 habitantes (média
obtida dos dados do IBGE/1991). O ACS pode acompanhar um número mínimo de
400 e, máximo de 750 habitantes residentes em uma micro-área. A formação,
capacitação e educação continuada das equipes fica sob responsabilidade dos
Pólos de Capacitação da ESF (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007; CONILL,
2000).
A equipe de saúde da família tem como função promover o conceito de saúde
como direito à cidadania, humanização do atendimento à saúde, consultas médicas
21
e de enfermagem, prevenir doenças e identificar fatores de riscos, visitas
domiciliares e reuniões com a comunidade (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2007;
CONILL, 2000).
Vianna e Dal Poz (1998, apud CONILL, 2000) consideram a ESF uma
estratégia de reforma incremental com expansão a partir de 1995/1996. Identificam
três modelos: regional, singular e principiante. O que melhor dá resultados é o
regional, fortemente apoiado por políticas estaduais. As visitas a domicílio são
realizadas principalmente pelos agentes, com pouco envolvimento dos profissionais
de nível superior.
Em um inquérito do Ministério de Saúde, realizado no ano de 2000 com 3.119
equipes de 1.219 municípios de 24 estados, (80% de participação em Santa
Catarina) mostrou que a implantação do Programa de Saúde da Família ocorreu
entre 1997 e 1998, sendo a equipe mínima formada por médico, enfermeiro,
auxiliar/técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde (dos outros
profissionais citados, o odontólogo foi o principal com 28,8%). Neste inquérito a
maioria dos coordenadores estaduais e secretários municipais afirmaram que a ESF
vem se constituindo em uma estratégia de reorganização da atenção básica. As
principais limitações para sua operacionalização seriam decorrentes da formação
inadequada dos profissionais, número insuficiente de médicos, falta de recursos
financeiros e de entendimento por parte dos gestores. Este inquérito avaliou também
a cidade de Blumenau e observou que há concordância quanto ao aumento do
acesso e da integralidade, mas é provável que os percentuais do aumento de
atividades estejam superestimados (CONILL, 2000).
Alguns estudos enfocaram a avaliação da atenção primária e da saúde
comunitária no âmbito internacional. A análise da implantação da reforma
quebequense nos anos 70 mostrou que a integralidade da atenção ("la globalité") foi
o objetivo com maior expressão prática nos Centros Locais de Serviços
Comunitários (CLSC), porta de entrada da nova rede. No entanto, apesar de terem
ocorrido inovações, tais práticas permaneceram marginais, não sendo suficientes
para imprimir uma mudança no modelo assistencial (CONILL, 2000).
Facchini (2006) estudou o desempenho da ESF e observou que foi
regularmente melhor do que o de serviços tradicionais, tanto no Sul, quanto no
Nordeste. Este achado coincide com a percepção dos gestores de que o PSF é mais
22
adequado para o funcionamento do sistema municipal de saúde e conta com uma
maior adesão dos profissionais de saúde do que o modelo tradicional.
Facchini (2006) ressalta ainda que a ESF representou um esforço bem-
sucedido de promoção da eqüidade, pois normalmente sua presença era maior em
regiões mais pobres e com população mais vulnerável. Seu melhor desempenho em
contextos de maior iniqüidade social e de saúde reforça o efeito da ESF na melhoria
da atenção básica à saúde no país. Na região Sul, a ESF necessita de uma forte
expansão para alcançar uma cobertura populacional de 60%.
Em Santa Catarina, no ano de 2004, 1.106 equipes da ESF estavam
qualificadas, embora o teto esperado fosse de 2.309. Dados do Relatório Final do
Perfil dos Médicos e Enfermeiros do PSF no Brasil e do Ministério da Saúde
(BRASIL, 2000), referentes à Região Sul, apontaram que de 374 trabalhadores do
PSF entrevistados (médicos e enfermeiros), 158 são médicos e 216 enfermeiros
(SAUPE; WENDHAUSEN, 2005).
Em Itajaí, conforme informações colhidas diretamente na Secretaria de
Saúde, com a coordenação da Estratégia Saúde da Família, em julho de 2007 as
primeiras equipes de Saúde da Família foram implantadas em 2000 em quatro
bairros (Promorar I, Promorar II, Jardim Esperança e Rio Bonito) de acordo com o
diagnóstico de cada localidade. Estes bairros eram acompanhados por oito Equipes
de Saúde da Família que acompanhavam 20,24% da população Itajaiense (32.683
pessoas). Em 2006 as equipes de Saúde da Família alcançaram 15 bairros em 15
Unidades de Saúde, com 24 equipes e 01 equipe de agentes comunitários de saúde.
Estas equipes acompanham um total de 110.649 pessoas em 29.902 famílias
cadastradas
a
.
O bairro Carvalho, alvo deste estudo, começou a ser acompanhado por uma
equipe de Saúde da Família no ano de 2005.
a
Informações colhidas na Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí, SC
23
2.3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
A antropometria consiste em um modo de investigação científica em nutrição
que avalia as medições das dimensões físicas e a composição total do corpo
humano em diferentes idades e em distintos graus de nutrição (JELLIFE, 1968). A
Organização Mundial da Saúde (1995) diz ser este um método universalmente
aplicável, pois é bem aceito pela população, tem baixo custo e não-invasivo, para
avaliação do tamanho, das proporções e das composições do corpo humano. Estas
avaliações são feitas a partir de exames ou medições individuais com
conhecimentos de matemática e estatística.
Para avaliação do estado nutricional existem diversas medidas
antropométricas que podem ser utilizadas, de maneiras isoladas ou combinadas.
São elas: o peso, a estatura, as circunferências corporais, as pregas cutâneas, entre
outras (JELLIFE, 1968; WHO, 1995).
O peso constitui uma das medidas antropométricas expressando o volume
corporal através da somatória da massa orgânica e inorgânica que existe nas
células, tecidos, músculos, gorduras, órgãos, ossos, água, etc. (JELLIFE, 1968).
A estatura é outra variável antropométrica que expressa o volume longitudinal
ou linear do corpo humano, representando a somatória dos membros inferiores, da
pélvis, da coluna vertebral e do crânio (JELLIFE, 1968).
Para avaliações coletivas do estado nutricional existem métodos indiretos que
expressam a proporção de gordura na composição corporal, baseados na relação do
peso, em quilogramas, com a estatura do indivíduo, em metros. A relação
peso/estatura ao quadrado, proposta pelo pesquisador francês Quetelet, no final do
século XIX, é considerada o melhor indicador isolado do estado nutricional de
adultos. Essa relação é denominada Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de
Quetelet e pode ser calculada da seguinte forma: IMC = P/H
2
, onde: P = peso
corporal, em quilogramas; H = estatura do indivíduo, em metros (SANTANNA;
MALINOVSKI, 1999).
As alterações nutricionais (desnutrição e obesidade) são relacionadas com
sérios agravos à saúde. O estado nutricional expressa o grau no qual as
24
necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas, para manter a
composição e funções adequadas do organismo, resultado do equilíbrio entre
ingestão e necessidades de nutrientes (ACUÑA; CRUZ, 2004).
O excesso de peso tende a aumentar com a idade, de modo mais rápido para
os homens e, de modo mais lento, porém mais prolongado, para as mulheres. A
partir dos 55 anos para os homens e dos 65 para as mulheres, observa-se que o
excesso de peso tende a cair. Dos 20 aos 44 anos, o excesso de peso é mais
freqüente em homens, invertendo-se a situação nas faixas etárias mais altas (IBGE,
2004).
Batista Filho e Rissin (2003) relatam que nos últimos 25 anos, a desnutrição
em crianças declinou 72% e adultos 49% no meio rural e 52,7% no meio urbano,
praticamente desaparecendo como problema epidemiológico em maiores de 18
anos. Entretanto, a obesidade em adultos triplicou no Nordeste e duplicou no
Sudeste havendo evidências de que começa a se reduzir no extrato de renda mais
elevada. Eles atribuem essa mudança a modificações gerais nos ecossisstemas de
vida coletiva - habitação e saneamento, hábitos alimentares, níveis de ocupação e
renda, dinâmica demográfica, acesso e uso social das informações, escolaridade,
utilização dos serviços de saúde, aquisição de novos estilos de vida e outros
desdobramentos. Colocam ainda que, na prática corresponda à passagem de um
atraso econômico e social para uma etapa superior representativa do
desenvolvimento humano em grande parte baseado em valores da chamada
civilização ocidental.
Para a Organização Mundial da Saúde, além do peso e da altura, devem ser
medidos os perímetros da cintura e do quadril, pois o aumento da deposição de
gordura abdominal na população pode fornecer um indicador sensível dos
problemas de saúde pública relacionados com o sobrepeso e suas conseqüências
(WHO, 1995).
Há muito se sabe que as pessoas diferem em relação à localização da
gordura corpórea. Homens, em particular, tendem a ter maior proporção de gordura
abdominal, conferindo-lhes o chamado padrão masculino ou andróide de distribuição
de gordura. As mulheres, por outro lado, tendem a ter maior quantidade de gordura
na região glútea e por isso têm maiores perímetros dos quadris, apresentando o
padrão feminino ou genóide de distribuição de gordura corporal. Este padrão pode
25
ser avaliado pela razão abdominal/glútea, que é obtida pela divisão das medidas dos
perímetros da cintura e do quadril – razão cintura/quadril (RCQ). A própria medida
do perímetro da cintura (PC) identifica risco de doença cardiovascular (BRAY, 1989).
Diversos estudos mostram que esta é uma medida antropométrica simples e
clinicamente útil, complementar ou superior ao índice de massa corporal em sua
associação com os fatores de risco cardiovasculares (ZHU et al., 2005).
A deposição de gordura na região abdominal é um fator de risco
cardiovascular e distúrbio na homeostase glicose-insulina mais grave do que a
obesidade generalizada. Está associada a hipertensão, dislipidemia, fibrinólise,
aceleração da progressão da aterosclerose e fatores psicossociais. A circunferência
da cintura (CC) tem sido apontada como melhor indicador para aferir a obesidade
abdominal em comparação com o índice cintura/quadril (ICQ) (MARTINS;
MARINHO, 2003).
2.4 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A hipertensão arterial é um dos mais importantes fatores de risco para o
desenvolvimento das doenças cardiovasculares, explicando 40% das mortes por
acidente vascular encefálico e 25% daquelas por doença arterial coronariana
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2006).
A hipertensão arterial sistêmica representa uma das maiores causas de
morbidade cardiovascular no Brasil, representando alto custo social, uma vez que é
responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e absenteísmo
no trabalho. A identificação e o tratamento de pacientes com hipertensão arterial
sistêmica constituem um problema de saúde pública no Brasil (MONTEIRO;
SOBRAL FILHO, 2004).
A HAS está associada à origem de muitas doenças crônicas não
transmissíveis, sendo uma das causas mais importantes de redução da qualidade de
vida e da expectativa de vida. Ela é responsável por complicações cardiovasculares,
encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas. No Brasil de 40% a 50%
26
da população adulta com mais de 40 anos tem HAS (BRASIL, 2006).
Como a hipertensão arterial é uma doença multifatorial, que envolve
orientações voltadas para vários objetivos, seu tratamento poderá requerer o apoio
de outros profissionais de saúde, além do médico. Objetivos múltiplos exigem
diferentes abordagens e a formação de uma equipe multiprofissional irá proporcionar
essa ação diferenciada. Essa abordagem multiprofissional é particularmente útil no
atendimento ambulatorial, ampliando o sucesso do tratamento anti-hipertensivo e do
controle dos demais fatores de risco cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO, 2006).
Prevenir e tratar a hipertensão arterial envolve, fundamentalmente,
ensinamentos para introduzir inclusive mudanças de hábitos de vida. A
implementação dessas mudanças, porém, é lenta e, na maioria das vezes, não é
mantida com a continuidade necessária, e por serem medidas educativas,
necessitam de continuidade. Devem ser promovidas por meio de ações
individualizadas, elaboradas para atender às necessidades específicas de cada
paciente, de modo a serem mantidas ao longo do tempo (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSÃO, 2006).
Sabe-se que a hipertensão arterial tem maior freqüência de diagnóstico
quanto maior a idade do examinando, mas nos grupos etários mais avançados, a
prevalência tende a decrescer ou se mantém estável. Isto pode indicar uma seleção
da população mais idosa, já tendo morrido a maior parcela dos hipertensos com
complicações mais sérias (LÓLIO et al., 1993).
Quanto a ocupação, renda familiar e escolaridade, que podem ser
considerados indicadores de classe social, a hipertensão tem se mostrado mais
freqüente em trabalhadores situados nas classes mais desfavorecidas e com menor
escolaridade (LÓLIO et al., 1993).
Por referência à associação com obesidade, tem-se visto relação direta entre
o peso excedente ao ideal, relacionado à altura, e uma maior prevalência de
hipertensão arterial (LÓLIO et al., 1993).
A busca de uma explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão
arterial de indivíduos normotensos e, principalmente, hipertensos tem motivado
inúmeras pesquisas nas últimas décadas, sendo a redução da pressão arterial
27
diastólica em repouso após treinamento, a mais largamente estudada. Os
mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão
relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais (MONTEIRO; SOBRAL
FILHO, 2004).
Os mecanismos responsáveis pelos ajustes do sistema cardiovascular ao
exercício e os índices de limitação da função cardiovascular constituem aspectos
básicos relacionados ao entendimento das funções adaptativas. Esses mecanismos
são multifatoriais e permitem ao sistema operar de maneira efetiva nas mais
diversas circunstâncias. Os ajustes fisiológicos são feitos a partir das demandas
metabólicas, cujas informações chegam ao tronco cerebral através de vias
aferentes, até a formação reticular bulbar, onde se situam os neurônios reguladores
centrais (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004).
2.5 ATIVIDADE FÍSICA
O termo atividade física é genérico e significa movimento corporal produzido
pela contração muscular e que faz aumentar o dispêndio de energia. O exercício
significa atividade física planejada, estruturada, repetitiva e intencional feito para
melhorar ou manter o condicionamento físico. O exercício é um dos principais
componentes da atividade física (McARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A associação entre a prática de atividade física e melhor padrão de saúde tem
sido relatada na literatura há muito tempo e tem aumentado na década atual. Alguns
estudos evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade física e a
mortalidade (MATSUDO et al., 2001).
A aptidão física é um atributo relacionado à maneira pela qual se executa uma
atividade física. Associa-se a alguns aspectos da boa saúde e/ou a prevenção das
doenças, como: aptidão cardiovascular (aeróbia), força e endurance da musculatura
abdominal, composição corporal e flexibilidade (McARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
A atividade física deve ser estimulada entre crianças e adolescentes, com
28
base na hipótese de que o comportamento vai se tornar parte da vida da pessoa e
será levado para a fase adulta, onde vai ajudar a diminuir o risco de diversas
doenças crônicas, bem como a mortalidade precoce (KOHL; HOBBS, 1998).
A atividade física cai dramaticamente durante a adolescência. Pesquisas
nacionais nos Estados Unidos e Canadá sugerem uma notável tendência para baixo
na prevalência de participação em atividade física à medida que as crianças ficam
mais velhas. Estima-se, que dependendo da metodologia para avaliação da
atividade física, há entre 1,8% e 2,7% de declínio por ano na atividade física em
meninos, e 2,6% a 7,4% por ano em meninas (KOHL; HOBBS, 1998; MARCUS et
al., 2000).
Todos os indivíduos com mais de 2 anos de idade se beneficiam ao
incorporar pelo menos 30 minutos de atividade física de moderada a intensa em seu
dia-a-dia. Todas as formas de atividade física são benéficas para a saúde (MARCUS
et al., 2000; BRASIL, 2006).
A atividade física pode ser considerada o melhor investimento em saúde
pública, em virtude da economia direta que poderíamos alcançar com o combate do
sedentarismo. Atualmente temos mais de dois milhões de mortes atribuídas a
inatividade física a cada ano no mundo inteiro. A inatividade física não só está
relacionada com as doenças e morte, mas também com o alto custo econômico à
sociedade para os indivíduos ativos (MATSUDO et al., 2001).
Os vários benefícios da participação em atividade física regular de
intensidade moderada ou vigorosa estão bem estabelecidos, embora mais de 70%
da população seja sedentária ou insuficientemente ativa (MARCUS et al., 2000,
CELAFISC, 2002).
A atividade física pode oferecer proteção, efeitos benéficos para a saúde
mental para superar problemas emocionais, independente de outros fatores de risco,
como aumento da auto-estima, imagem corporal, auto-conceito, melhor
condicionamento, controle de pressão arterial e bom humor, manejo do peso. Além
disso, a participação em exercícios regulares tem sido associada com diminuição do
estado de ansiedade, depressão e estresse (McGUIRE, 2002).
Há pouco tempo pensava-se que somente o exercício vigoroso, trazia
benefícios para a saúde em geral e para o sistema cardiovascular. Hoje as
29
evidências mostram que mesmo as atividades físicas moderadas e regulares que
praticamente todas as pessoas estão aptas a realizar, são boas para a saúde
(BRASIL, 2006).
Qualquer trabalho que envolva atividades que exijam movimento do corpo,
como andar, correr, limpar a casa, lavar carro, jardinagem, gasta energia física.
Andar em ritmo acelerado, exercícios de alongamento, ciclismo, dança e todas as
formas de recreação e esporte que mantenham o corpo em forma, mais forte e jovial
são atividades físicas. A atividade física regular e freqüente, além de prevenir o
sobrepeso e a obesidade, é também benéfica para a saúde mental e emocional
(BRASIL, 2006).
A atividade física regular contribui para a prevenção de doença crônica não
transmissível e doenças dos ossos e articulações. De modo inverso, a inatividade
física aumenta o risco dessas doenças e incapacidades (MATSUDO et al., 2001).
Estudar os distúrbios nutricionais, a pressão arterial e os níveis de atividade
física justificam-se porque são preocupações na saúde pública no Brasil e no
mundo.
30
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Foi realizado um estudo transversal por meio de um censo com visitas
domiciliares. O estudo transversal ou seccional se caracteriza pela observação
direta de determinada quantidade planejada de indivíduos em uma única
oportunidade (local e época demarcado). Está relacionado com temporalidade, com
época de coleta de dados. As informações individuais (do primeiro ao último) devem
ser coletadas em menor prazo e a análise de dados considera que todas as
informações foram feitas num mesmo instante (MEDRONHO, 2006).
3.2 LOCAL DO ESTUDO
Este estudo foi realizado no Bairro Carvalho do Município de Itajaí – SC. O
bairro Carvalho está localizado no acesso Sul do município de Itajaí e sua principal
característica é ser um bairro residencial. Este bairro é assistido por uma equipe do
Programa de Saúde da Família (PSF) alocada no distrito docente assistencial da
Prefeitura Municipal de Itajaí em parceria com a Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI.
O município de Itajaí foi criado pela Lei nº 164, de 04/04/1859, mas a sua
instalação somente se deu em 16 de Junho de1860. Colonizado em sua maioria por
imigrantes açorianos, faz questão de preservar a cultura de seus antepassados
através de sua arquitetura, festa portuguesa e a atividade com pescado.
Itajaí está situada no litoral centro-norte de Santa Catarina, junto à foz do rio
Itajaí–Açú, com uma área de 303,6 km
2
, e uma população de 163.298 habitantes
31
(IBGE, 2007). Assim sendo, é o escoadouro natural da economia estadual e agora
também de províncias Argentinas limítrofes.
Itajaí faz parte da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açú
(AMFRI), da 17º Regional de Saúde, da Capitania dos Portos de Santa Catarina, e é
sede de uma das Secretarias de Desenvolvimento Regional do Estado. O município
sedia também a segunda maior universidade do Estado, o maior porto pesqueiro do
País e o único píer exclusivamente turístico do Brasil e de acordo com a Secretaria
de Desenvolvimento Regional (2005) é uma das 50 maiores cidades de Santa
Catarina.
Assim, a economia é sustentada pelo tripé porto, comércio atacadista de
combustível, logística e pesca, mas o setor de produção industrial também exerce
importante papel na arrecadação do município através da importação e exportação,
bem como a comercialização de gêneros alimentícios.
3.3 POPULAÇÃO
A população do estudo foi composta por adultos residentes no bairro
Carvalho, assistidos pela equipe nº18 do Programa de Saúde da Família do
município de Itajaí-SC. A população avaliada foi de adultos entre 20 e 60 anos de
acordo com os ciclos de vida do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional -
SISVAN (Tabela 1).
Tabela 1 - Ciclos de vida, de acordo com o SISVAN
CICLOS IDADES
Criança < 10 anos de idade
Adolescente >10 anos e < 20 anos de idade
Adulto >
20 anos e < 60 anos
Idoso >
60 anos de idade
Fonte: BRASIL, 2004
O bairro Carvalho de Itajaí tem 333 adultos cadastrados no Programa de
Saúde da Família, destes foram avaliados neste estudo 141 adultos, totalizando
32
42% da população. Os demais adultos não foram encontrados em casa após três
vistas em horários distintos ou não aceitaram participar da pesquisa.
Os critérios de inclusão foram: ser morador do bairro Carvalho, adulto, estar
inscrito no PSF e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.
Os critérios de exclusão foram: gestantes e cadeirantes.
3.4 COLETA DOS DADOS
Realizou-se primeiramente contato com a equipe do PSF do bairro Carvalho
para obter o mapa do bairro, com o número das residências, os nomes e as idades
dos moradores e dos líderes do bairro e a forma de contato com eles. Para ter
acesso a estes dados foi recebida autorização da Secretaria de Saúde de Itajaí.
Para esta primeira fase contou-se com a ajuda fundamental da agente
comunitária de saúde do bairro. De posse dos dados dos líderes, realizou-se contato
com eles e marcou-se uma conversa onde foi explicado o estudo e a importância
para o bairro. Este primeiro contato com os líderes foi fundamental para o sucesso
deste estudo, pois proporcionou a aproximação dos pesquisadores com os
moradores, facilitando o acesso e aceitação do desenvolvimento do estudo.
A coleta de dados foi realizada por seis pesquisadores de campo que
passaram por treinamento prévio para assegurar a confiabilidade e repetibilidade
dos dados.
Para maior confiabillidade e repetibilidade dos dados coletados pelos
pesquisadores de campo foi utilizado o indicador Kappa, antes e durante a coleta de
dados (MEDRONHO, 2006).
A coleta de dados foi realizada de julho a dezembro de 2006, onde foram
visitados todos os domicílios do bairro Carvalho.
33
3.4.1 Registro dos dados
Os registros dos dados coletados foram armazenados em uma ficha individual
elaborada pelos pesquisadores (Apêndice 1). Nesta ficha foram anotados dados
como nome, sexo, data de nascimento, data da visita e idade. Além destes, foram
anotados os valores mensurados de peso, estatura, circunferência da cintura e
circunferência do quadril, pressão arterial e nível de atividade física.
3.4.2 Avaliação socioeconômica
Foi aplicado à população um questionário (Apêndice 2) para a coleta de
indicadores socioeconômicos (renda per capita, educação, número de integrantes da
família), indicadores ambientais (habitação, abastecimento de água e saneamento
básico) (BARROS; VICTORA, 1991). A renda per capita foi registrada em valores
absolutos, mas analisada em salários mínimos. O valor do salário do mínimo era de
350 reais (referente a junho/2006). Para o cálculo da renda per capita foi realizado a
somatória da renda familiar e dividido pelo número de pessoas dependentes deste
valor.
3.4.3 Avaliação do Estado Nutricional
A medição do peso corporal de todos os indivíduos foi realizada com os
mesmos trajando o mínimo de roupas possível, com auxílio de balança marca
Kratos-Cas
®
. A estatura foi aferida utilizando-se estadiômetro tipo trena da marca
Seca
®
, com os indivíduos de pé, descalços, com os pés encostados à parede, as
mãos junto ao corpo e a cabeça posicionada num ângulo de 90°.
A circunferência da cintura foi medida no ponto médio entre a última costela e
a crista ilíaca (JONES et al., 1986) e a circunferência do quadril medida ao nível de
34
maior saliência da nádega, sem comprimir a pele (CAMERON, 1984).
O estado nutricional foi avaliado a partir do cálculo do Índice de Massa
Corporal, segundo os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde (WHO,
2004) (Tabela 2).
Tabela 2 - Valores de referência do Índice de massa corporal para adultos
Diagnóstico IMC (Kg/m
2
)
Baixo Peso < 18,50
Normal 18,5 - 24,99
Sobrepeso 25
Pré-obeso 25 – 29,99
Obesidade Grau I 30 - 34,99
Obesidade Grau II 35 - 39,99
Obesidade Grau III 40
Fonte: OMS, 2004.
A avaliação da circunferência da cintura foi realizada utilizando-se os pontos
de corte propostos por Han et al. (1995) (Tabela 3) e a classificação da relação
cintura-quadril segundo os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde
(WHO, 1998) (Tabela 4).
Tabela 3 - Pontos de corte para circunferência da cintura em adultos
SEXO Risco para complicações metabólicas associadas à obesidade
Aumentado Muito aumentado
Homens 94 cm 102 cm
Mulheres 80 cm 88 cm
Fonte: HAN et al., 1995
Tabela 4 - Pontos de corte para índice cintura/quadril em adultos.
GENERO RCQ
Homem RCQ > 1
Mulher RCQ > 0,85
Fonte: WHO, 1998
35
3.4.4 Avaliação da Pressão Arterial:
A pressão arterial de todos os indivíduos foi aferida com o auxílio de monitor
portátil de pulso, marca Omron
®
, calibrado diariamente contra procedimento
efetuado com esfigmomanômetro clínico. Durante a aferição os indivíduos
permaneciam sentados por um período mínimo de cinco minutos, após o aparelho
era colocado no pulso esquerdo, de acordo com as recomendações do fabricante.
Foram realizadas três medidas da pressão arterial com intervalos de 2
minutos cada, sendo considerada a média dos valores obtidos (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2006).
Para o diagnóstico de hipertensão arterial foram utilizados os pontos de corte
definidos pela V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2006) (Tabela 5). Considerando-se a instabilidade
da pressão arterial, os indivíduos classificados como hipertensos na primeira visita
foram posteriormente reavaliados, podendo ser realizadas até três visitas para
aferição da pressão arterial para que os indivíduos fossem então classificados como
hipertensos (REZENDE et al., 2003).
Tabela 5 - Classificação da pressão arterial em adultos
Classificação Sistólica Diastólica
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão leve 140-159 90-99
Hipertensão moderada 160-179 100-109
Hipertensão grave > 180 > 110
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão, 2006
3.4.5 Avaliação da atividade física
A utilização de um questionário confiável, completo e de fácil preenchimento é
um ótimo instrumento para trabalhar em estudos epidemiológicos para diagnosticar o
36
nível de aptidão física da população e prevenir doenças causadas pela inatividade
física, como também em estudos que acrescentem melhorias na qualidade de vida
da população (MATSUDO et al., 2001).
Para mensurar o nível de atividade física da população foi utilizado o
Questionário Internacional de Nível de Atividade Física (IPAQ) (Anexo 1) proposto
pela Organização Mundial da Saúde. O questionário foi aplicado na forma de
entrevista ou respondido com auxílio do pesquisador (MATSUDO et al., 2001).
O IPAQ classifica o nível de atividade física em: Sedentário – não realizou
nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana;
Insuficientemente ativo – realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por
semana, porém insuficiente para ser classificado como ativo; Ativo – faz exercícios
vigorosos três ou mais dias por semana/20 minutos por sessão, ou faz atividades
moderadas ou caminhadas cinco dias ou mais por semana/30 minutos por sessão,
ou faz caminhada mais atividade moderada, mais atividade vigorosa cinco dias ou
mais por semana (somando 150 minutos por semana); Muito Ativo – faz atividades
vigorosas mais de cinco dias por semana/20 minutos por sessão ou faz atividades
vigorosas três dias por semana/20 minutos por sessão mais atividades moderadas
ou caminhadas cinco dias na semana/30 minutos/sessão (MATSUDO, et al., 2001).
Esta classificação está apresentada na Tabela 6.
Tabela 6 - Classificação do nível de atividade física – IPAQ
Nível de atividade física Descrição das atividades
Sedentário:
Não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos
contínuos durante a semana.
Insuficientemente Ativo:
Realiza atividade física por pelo menos 10 minutos por semana,
porém insuficiente para ser classificado como ativo. Pode ser dividido
em dois grupos:
A) Atinge pelo menos um dos critérios
Freqüência: 5 dias /semana OU
Duração: 150 min/semana
B) Não atingiu nenhum dos critérios do item A
Ativo:
Cumpriu as recomendações
a) VIGOROSA: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão
b) MODERADA OU CAMINHADA: 5 dias/sem e 30 minutos por
sessão
c) Qualquer atividade somada: 5 dias/sem e 150 minutos/sem
(CAMINHADA + MODERADA + VIGOROSA)
Muito Ativo:
Cumpriu as recomendações e:
a) VIGOROSA: 5 dias/sem e 30 minutos por sessão OU
b) VIGOROSA: 3 dias/sem e 20 minutos por sessão +
MODERADA e/ou CAMINHADA: 5 dias/sem e 30 minutos por
sessão
Fonte: Matsudo et al., 2001.
37
3.5 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Foi solicitada a assinatura de duas vias de um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, que continha todas as etapas do estudo (Apêndice 3). Uma das vias
deste termo ficou em posse do assinante e a outra em posse do pesquisador.
O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Ética para Pesquisa
em Humanos da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI sob o parecer n°
458/2005 em 17 de novembro de 2005.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foi realizada a estatística descritiva com média e desvio padrão e aplicado o
teste t de Student bicaudal com variância diferente para comparar as variáveis entre
os sexos com nível de significância p<0,05.
Foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson para as variáveis
paramétricas e o coeficiente de correlação de Spearmam para as variáveis não-
paramétricas com o auxílio do programa Statistica 6.0.
Utilizou-se também o método multivariado por se tratar de uma abordagem
que considera o comportamento de uma série de variáveis simultaneamente tais
como a análise de agrupamento. Realizou-se a análise de Cluster para caracterizar
a população de acordo com o comportamento das variáveis.
Segunda Hair (1998), a análise de Cluster, também conhecida como análise
de conglomerados, é um conjunto de técnicas cujo objetivo é agrupar objetos
segundo suas características, formando grupos ou conglomerados homogêneos. Os
objetos em cada conglomerado tendem a ser semelhantes entre si, porém diferente
dos demais objetos dos outros conglomerados. Os conglomerados obtidos devem
apresentar tanto uma homogeneidade interna (dentro de cada conglomerado), como
uma heterogeneidade externa (entre conglomerados). Portanto, se aglomeração for
bem sucedida quando representados em um gráfico, os objetos dentro dos
38
conglomerados estarão muitos próximos, e os conglomerados distintos estarão
afastados. A finalidade da análise de cluster é descobrir os grupos onde os membros
compartilham de propriedades comuns.
A análise do conjunto é uma ferramenta exploratória de análise de dados que
visa classificar objetos diferentes em grupos, de uma maneira que o grau de
associação entre dois objetos é máximo se pertencem ao mesmo grupo e mínimo se
pertencem a outro. A importância de fazer esta análise em um censo populacional é
para ao final do estudo saber qual segmento da população precisa de uma
intervenção mais específica (DIAS, 2005).
Para fazer a análise multivariada foi construída uma legenda que facilitou a
análise dos dados (Apêndice 4).
3.7 DEVOLUTIVA PARA A COMUNIDADE
A devolutiva deste estudo para a população aconteceu no dia 24 de outubro
de 2007. Todos os avaliados foram convidados, por meio de convites impressos
entregues nos domicílios pelas agentes de saúde do bairro, para uma atividade de
promoção e educação em saúde sobre alimentação saudável e atividade física.
Esta atividade foi realizada em conjunto com a equipe do PSF deste bairro.
Iniciou-se com a explanação dos resultados encontrados neste estudo. Em seguida
foi realizada pela equipe de nutrição uma dinâmica sobre alimentação saudável e
pela equipe de fisioterapia uma dinâmica sobre alongamentos.
39
4 RESULTADOS
Foram avaliados 141 adultos residentes no bairro Carvalho, entre 20 e 60
anos sendo 63% (n=88) do sexo feminino e 37% (n=53) do sexo masculino.
4.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS
Em relação aos dados socioeconômicos observou-se que em relação à
escolaridade a maioria da população tem o ensino fundamental seguido pelo ensino
médio completo ou incompleto. Dos avaliados apenas 1% se declararam
analfabetos. Verificou-se também que homens e mulheres têm escolaridade muito
semelhante, porém em relação ao ensino superior os homens apresentam maior
percentual. E em relação ao ensino médio, as mulheres apresentam maior
percentual. Na Figura 1 está demonstrado a escolaridade da população estudada e
na Figura 2 a escolaridade está separada por sexo.
19%
32%
48%
1%
Ens. superior
Ens. médio
Ens. fundament al
Analfabeto
Figura 1 - Escolaridade dos adultos do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
40
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
masculino feminino
1. ens. Superior
2. ens. Médio
3. ens. Fundamental
4. analfabeto
Figura 2 - Escolaridade dos adultos do Bairro Carvalho, por sexo, Itajaí, 2006.
A renda per capita da população ficou em média 1,92±1,58 salários mínimos.
Observou-se que a renda é muito semelhante entre homens e mulheres, mas
verifica-se que os homens têm maior renda que as mulheres (Figura 3). O Ministério
da Saúde (2006) considera população pobre e extremamente pobre os indivíduos
que tem renda de ½ salário mínimo per capita ou ¼ salário mínimo per capita,
respectivamente.
1,75
1,8
1,85
1,9
1,95
2
2,05
2,1
salários mínimos
Masculino
Feminino
Figura 3 - Renda per capita em salários mínimos, dos adultos, por sexo do
Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
Em relação às condições de moradia observou-se que o tipo de construção
da casas predominante é alvenaria (90%), seguida da construção mista (6%) e da
casa de madeira (4%). Encontrou-se que 99% das moradias com saneamento
41
básico, somente 1% relatou ter fossa sumidoura. Quanto ao abastecimento de água,
89% tem água da rede pública, 11% de poço.
4.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
A Tabela 7 apresenta as características antropométricas da população.
Observa-se que o sexo masculino apresentou valores significantemente superiores
para as variáveis peso, estatura, CC e ICQ quando comparado ao sexo feminino.
Tabela 7 - Características antropométricas dos adultos do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006.
Variáveis Masculino
(n=53)
Feminino
(n=88)
Total
(n=141)
p
Idade (anos)
39,07
±
10,59 38,90
±
10,36 38,96 ±10,41
ns
Peso (Kg)
76,23
±
12,00 64,93
±
13,18 69,17 ±13,84
<0,001
Estatura (cm)
169,31
±
6,45 156,40
±
5,40 161 ±8,51
<0,001
Índice de Massa Corporal (Kg/m
2
)
26,49
±
3,63 26,41
±
4,68 26,44 ±4,30
ns
Circunferência da Cintura (cm)
93,13
±
10,82 87,09
±
12,71 89,38 ±12,34
0,003
Índice Cintura Quadril
0,92
±
0,07 0,85
±
0,08 0,88 ± 0,08
<0,001
Média e desvio padrão
As Figuras 4 e 5 apresentam o estado nutricional dos adultos. Observa-se
que o estado predominante foi pré-obesidade, seguido de eutrófia, obesidade grau I,
obesidade grau II e obesidade grau III. O baixo peso foi encontrado em 2% da
população estudada.
42
Estado Nutricional
Baixo peso
eutrófico
Pré-obeso
Obesidade grau I
Obesidade grau II
Obesidade grau III
Figura 4 - Estado Nutricional dos adultos do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Homens Mulheres
Baix o peso
Eutr ó f ic o
Pré-obeso
Obesidade grau I
Obesidade grau II
Obesidade grau III
Figura 5 - Estado Nutricional por sexo, dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí,
2006.
O risco de complicações metabólicas, principalmente as doenças
cardiovasculares, foi avaliado pela CC e o ICQ (Figuras 6 e 8). Observou-se que
39% da população têm baixo risco, no entanto 61% apresentam risco aumentado ou
muito aumentado, isto é, tem acúmulo de gordura visceral. A circunferência da
cintura nos homens demonstrou baixo risco para doenças crônicas não
transmissíveis, porém as mulheres apresentaram risco muito aumentado (Figura 7).
2%
38%
40%
17%
2% 1%
43
Risco para complicações metabólicas pela circunferência da
cintura
baixo risco
risco aumentado
risco muito aumentado
Figura 6 - Classificação da circunferência da cintura (CC) dos adultos, do
Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Homens Mulheres
baixo ris co
ris co aum entado
ris co muito aum entado
Figura 7 - Classificação da circunferência da cintura (CC), por sexo, dos
adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
O índice cintura/quadril que também é indicador de risco para doença crônica
não transmissível apresentou comportamento semelhante à circunferência da cintura
(Figura 8). Observou-se que os homens, em média, foram classificados de baixo
risco e as mulheres de alto risco (Figura 9).
39%
26%
35%
44
Risco para complicação metabólica pelo Indice Cintura/Quadril
baixo risco
alto risco
Figura 8 - Classificação do Índice Cintura/Quadril (ICQ), dos adultos, do Bairro
Carvalho, Itajaí, 2006.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Hom ens Mulheres
baixo risco
a lto ri s c o
Figura 9 - Classificação do Índice Cintura/Quadril (ICQ), por sexo, dos adultos,
do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
4.3 AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Em relação à pressão arterial observou-se que 68% dos adultos foram
classificados como normotensos, e 16% apresentaram algum grau de hipertensão.
Na comparação dos valores de pressão arterial entre sexos observou-se que os
homens têm a PAS maior que as mulheres, mas esta diferença não é significativa
(Tabela 8). As Figuras 10 e 11 apresentam os dados sobre os níveis de pressão
arterial.
38%
62%
45
Classificação da pressão arterial
normal
limítrofe
Hipertensão leve
hipertensão moderada
hipertensão grave
Figura 10 - Classificação da pressão arterial, dos adultos, do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006.
0
20
40
60
80
100
120
140
PAS PAD
mmHg
hom ens
mulheres
Figura 11 - Classificação da pressão arterial sistólica e diastólica, por sexo,
dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
Tabela 8 - Características da pressão arterial dos adultos do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006.
Variáveis Masculino
n=53
Feminino
n=88
Total
n=141
p
PAS (mmHg) 127,95
+
14,46 121,05
+
18,74 123,65
+
17,53 0,016
PAD (mmHg) 79,86
+
11,64 77,69
+
13,25 78,50
+
12,67 0,312
68%
16%
13%
2%
1%
46
4.4 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
Em relação ao nível de atividade física, a população estudada foi classificada
na sua maioria como ativa (50%), seguido pelos insuficientemente ativos (40%)
(Figura 12). Quando comparados os sexos observa-se que homens e mulheres têm
comportamentos muito semelhantes (Figura 13).
Classificação do nível de atividade física
Muito Ativo
Ativo
Insufic. ativo
Sedentário
Figura 12 - Classificação do nível de atividade física, dos adultos, do Bairro
Carvalho, Itajaí, 2006.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Homens Mulheres
Muito Ativo
Ativo
Insufic. ativo
Sedent ário
Figura 13 - Classificação do nível de atividade física, por sexo, dos adultos, do
Bairro Carvalho, Itajaí, 2006.
6%
50%
40%
4%
47
4.5 CORRELAÇÃO ENTRE O ESTADO NUTRICIONAL, PRESSÃO ARTERIAL E
NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA.
A Tabela 8 apresenta as correlações entre as variáveis índice de massa
corporal, valores de pressão arterial e níveis de atividade física. Observa-se nesta
tabela que ocorreu correlação moderada e significativa entre o IMC e a PA;
correlação baixa e significante entre IMC e níveis de atividade física e entre pressão
arterial e níveis de atividade física.
Tabela 9 – Correlação entre as variáveis índice de massa corporal (IMC),
pressão arterial (PA) e nível de atividade física (AF).
Variáveis r p
IMC x PA r = 0,41 p < 0,001
IMC x AF r = 0,17 p = 0,034
PA x AF r = 0,23 p = 0,005
4.6 AGRUPAMENTO
Realizou-se a análise multivariada, para observar o comportamento da
população. Os dados foram colocados em um diagrama que agrupa os indivíduos
pela proximidade de características.
A população estudada agrupou-se em três grandes grupos de acordo com as
variáveis: sexo, faixa etária, escolaridade, renda em salários mínimos, índice de
massa corpórea (IMC), circunferência da cintura (CC), índice cintura quadril (ICQ),
pressão arterial (PA) e nível de atividade física (IPAQ) como está apresentada na
Figura 14.
48
Figura 14 – Diagrama da análise multivariada de Cluster - agrupamento
Após a separação da população em três grupos foi possível observar o
comportamento desses grupos em relação as variáveis, como apresentado na
Figura 15.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Ins ren Sex fe IMC CC ICQ PA IPAQ
G1 G2 G3
Figura 15 - Comportamento dos grupos dos adultos, do Bairro Carvalho, Itajaí,
2006.
Na Figura 15 o comportamento dos grupos estão representados por pontos
coloridos. O grupo um está representado em azul, o grupo dois em rosa e o grupo
Tree Diagram for 141 Cases
Ward`s method
Euclidean distances
Linkage Distance
0
10
20
30
40
50
60
107
141
121
104
38
92
105
101
13
113
95
42
12
52
55
18
7
60
116
74
49
82
14
127
97
6
27
10
81
15
8
5
99
69
96
93
39
109
33
79
61
40
31
134
84
43
126
125
100
28
133
51
20
122
86
58
136
35
21
3
78
128
2
117
108
118
50
26
102
91
129
41
114
23
22
17
72
89
37
25
16
124
77
71
19
106
66
4
103
94
132
65
54
48
45
110
47
32
138
137
70
67
98
75
68
46
130
90
30
85
135
29
115
88
36
123
80
87
53
9
120
59
112
34
73
24
119
57
140
139
111
63
11
64
56
76
44
83
62
131
1
Grupo 2
Gru
p
o 3 Gru
p
o 1
49
três em amarelo. No eixo X estão as variáveis e no eixo Y está à classificação de
cada variável de acordo com a legenda do Apêndice 4.
Verifica-se que em relação ao grau de instrução os três grupos apresentam-
se entre o ponto 2 e o ponto 3, isto é, ensino médio e ensino fundamental. O grupo
dois é o que apresenta menor grau de instrução e o grupo um o que tem maior grau
de instrução.
Quanto à renda observamos que os grupos têm comportamentos muito
semelhantes. Encontram-se entre o ponto 1 e 1,5, isto é, entre dois e cinco salários
mínimos, mais próximo de dois salários. O grupo um supera discretamente os outros
dois grupos em renda per capta.
Quanto ao sexo observou-se que todos os grupos têm mais mulheres do que
homens. O grupo dois supera em número de mulheres seguido pelo grupo três e por
último o grupo um.
Quanto a faixa etária os grupos um e três tem faixa etária muito semelhante, e
o grupo 2 tem em média maior idade.
Quanto ao estado nutricional os grupos dois e três então em cima do ponto 2,
isto significa que em média são classificas como pré-obesidade (IMC 25-29,9). O
grupo um se aproxima mais do ponto 1,5 podendo ser considerado eutrófico.
A circunferência da cintura é o que mais difere os três grupos. O grupo dois é
o que tem maior circunferência da cintura, sendo considerado risco aumentado para
doenças crônicas não transmissíveis. Os grupos três e um são considerados de
baixo risco.
Em relação ao índice cintura/quadril os grupos têm risco aumentado, mas o
grupo dois tem menor risco em relação aos outros dois grupos.
Quanto à pressão arterial os grupos têm comportamento entre normal e
limítrofe, sendo o grupo dois mais próximo da normalidade.
Em relação ao nível de atividade física os três grupos têm comportamento
muito semelhante também, apresentando-se entre insuficientemente ativo e ativo.
A distribuição de freqüência de cada variável por grupo estão detalhados no
Apêndice 5.
50
O grupo 1 tem o número de mulheres discretamente maior do que homens,
os indivíduos deste grupo tem faixa etária entre 20 e 40 anos. A maioria dos
indivíduos possuem o ensino fundamental incompleto ou completo. A renda per
capita predominante é de até dois salários mínimos. O estado nutricional
predominante é a eutrofia seguido de pré-obesidade. Quanto ao risco para doença
crônica não transmissível este grupo possui risco aumentado ou muito aumentado
em relação à circunferência da cintura e alto risco em relação ao índice cintura
quadril. A maior parte dos indivíduos são normotensos e o nível de atividade física é
de insuficientemente ativos e ativos. Neste grupo o que chama a atenção é que não
tem analfabetos, é o grupo que tem maior percentual de pessoas que ganham mais
de 5 salários mínimos e de pessoas que tem obesidade grau II e III. É o único grupo
que apresenta hipertensão grave, entretanto é o que apresenta o menor percentual
de sedentários. Sugere-se que a obesidade tem íntima relação com a hipertensão.
O grupo 2 caracteriza-se por uma população de mais de 80% de mulheres.
Os indivíduos deste grupo têm idades entre 40 e 60 anos, tendo o ensino
fundamental completo ou incompleto. A renda per capita de 75% dos indivíduos
deste grupo é de até dois salários mínimos. Quanto ao estado nutricional os
indivíduos são predominantemente pré-obesos. Em relação ao risco de doença
crônica não transmissível a CC mostra que 50% possuem risco muito aumentado,
mas o ICQ mostra que 58,3% destes indivíduos apresentam baixo risco. Estes
indivíduos são predominantemente normotensos e apresentam nível de atividade
física entre ativos e insuficientemente ativos. Este grupo se diferencia dos outros
principalmente por sua maioria ser de mulheres, nenhum indivíduo ter renda per
capita maior de cinco salários mínimos e não apresentar hipertensos moderados e
graves e indivíduos muito ativos.
No grupo 3 observou-se que 67,3% da população é feminina, quanto a faixa
etária predominam pessoas entre 20 e 40 anos. A escolaridade se divide
principalmente entre ensino fundamental completo ou incompleto e ensino médio
incompleto ou completo. A renda per capita predominante é de até dois salários
mínimos. Predomina no estado nutricional destes indivíduos a eutrofia e pré-
obesidade. Em relação ao risco de doença crônica não transmissível a CC mostra
que 59,7% possuem risco aumentado e muito aumentado, e o ICQ também
apresenta alto risco. Estes indivíduos também são predominantemente normotensos
51
e apresentam nível de atividade física entre ativos e insuficientemente ativos. O que
chama a atenção neste grupo é a escolaridade, sendo o único grupo que apresenta
analfabetos (3,8%).
O organograma abaixo faz um resumo dos três grupos com a apresentação
das variáveis específicas de cada um (Figura 16).
Agrupamento de Cluster
Grupo 1
(n=77)
Grupo 2
(n=12)
Grupo 3
(n=52)
Maior número de pessoas;
Distribuição homogênea de
homens e mulheres;
Maior nº de pessoas entre 20-
40 anos;
Ensino fundamental;
Obesidade grau II e III
Maior ICQ;
Normotensos e Hipertensão
grave;
Menor número de
pessoas;
83% de mulheres;
idade entre 40-60 anos;
Ensino fundamental;
Pré-obesidade;
•CC maior risco;
ICQ baixo risco;
•Normotensos
Muito ativos;
idade entre 20-40 anos;
Analfabetos;
Renda principal = 2 sal.
mínimos
Baixo peso
Hipertensão moderada
Grupo intermediário
Agrupamento de Cluster
Grupo 1
(n=77)
Grupo 2
(n=12)
Grupo 3
(n=52)
Maior número de pessoas;
Distribuição homogênea de
homens e mulheres;
Maior nº de pessoas entre 20-
40 anos;
Ensino fundamental;
Obesidade grau II e III
Maior ICQ;
Normotensos e Hipertensão
grave;
Menor número de
pessoas;
83% de mulheres;
idade entre 40-60 anos;
Ensino fundamental;
Pré-obesidade;
•CC maior risco;
ICQ baixo risco;
•Normotensos
Muito ativos;
idade entre 20-40 anos;
Analfabetos;
Renda principal = 2 sal.
mínimos
Baixo peso
Hipertensão moderada
Grupo intermediário
Figura 16 - Organograma do agrupamento, dos adultos, do Bairro Carvalho,
Itajaí, 2006.
52
5 DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo mostram que o estado nutricional
predominante da população avaliada é pré-obesidade (40%) e obesidade (20%). A
deposição de gordura abdominal ficou evidenciada no índice de cintura quadril
(62%) e circunferência da cintura (61%). A população mostrou também que a
maioria está normotensa (68%) e apresenta nível de atividade física
predominantemente ativa (50%) e muito ativa (6%).
Neste estudo, pode-se verificar que 60% da população estudada foram
classificadas como pré-obesos e obesos. Quando separados por sexo 66% dos
homens e 57% das mulheres apresentaram sobrepeso ou obesidade. Estes
resultados são superiores aos dados nacionais e regionais.
Em 2003, no Brasil 40% da população adulta apresentavam sobrepeso e
obesidade. Quando separado por sexo 41% dos homens e 39,2% das mulheres
apresentaram sobrepeso e obesidade. Na região Sul os homens apresentam
55,59% sobrepeso ou obesidade e as mulheres 56,46% apresentam sobrepeso ou
obesidade (IBGE, 2004).
No estudo realizado por Matos et al., (2004) avaliando a prevalência dos
fatores de risco para doença cardiovascular em funcionários do Centro de Pesquisas
da Petrobrás no Rio de Janeiro, verificaram prevalências de 42% de sobrepeso e de
17% de obesidade, ou seja, 59% da amostra apresentavam excesso de peso. Estes
resultados são muito semelhantes com os resultados encontrados neste estudo.
Em estudo realizado por Castanheira et al., (2003) com adultos no Sul do
Brasil, verificou-se que mais da metade da população masculina estudada
apresentou excesso de peso, sendo 16% obesos, resultados semelhantes aos
obtidos no presente estudo.
Encontramos neste estudo 2% da população estudada com baixo peso.
Quando separados por sexo tanto homens quanto mulheres apresentaram taxas de
2% de baixo peso. As taxas encontradas neste estudo são menores do que as
encontradas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, ficando
dentro das taxas aceitáveis pela OMS. A POF 2002-2003 revelou que 4% da
53
população de adultos apresentaram baixo peso. Desagregando os sexos, essas
taxas são de 2,8% em homens e 5,2% nas mulheres (IBGE 2004). A OMS tem como
taxas aceitáveis de baixo peso para a população adulta 5% (BRASIL, 2006).
A população estudada apresentou renda média de 1,92 salários mínimos per
capita, sendo a média dos homens 2,05 salários mínimos per capita e das mulheres
1,85 salários mínimos per capita, não apresentando diferença significativa entre os
sexos.
O déficit de peso diminui entre homens e mulheres à medida que os
rendimentos aumentam. Na população brasileira o excesso de peso (42%) e a
obesidade (14%) são maiores entre as mulheres que vivem em famílias de classe de
rendimento de 1 a 2 salários-mínimos per capita (IBGE, 2004).
A linha de pobreza segundo a renda familiar é equivalente a ¼ de salário
mínimo por pessoa (MONTEIRO, 1995). A população deste estudo apresentou-se
acima da linha de pobreza.
Acuña e Cruz (2004) observaram que quanto maior a renda, maior a
prevalência de graus variados de excesso de peso, que vem de encontro aos
resultados encontrados neste estudo.
Machado e Sichieri (2002), analisando a relação cintura-quadril e fatores de
dieta em adultos, observaram grande influência da baixa escolaridade sobre a
distribuição de gordura abdominal.
Quanto à escolaridade 48% dos indivíduos estudados tem ensino
fundamental e 32% ensino médio. Apenas 1% da amostra apresentou-se como
analfabeta.
Wardle et al. (2002) investigaram os fatores socioeconômicos preditivos de
obesidade em mais de 15 mil homens e mulheres e observaram que o risco de
desenvolver obesidade é maior em indivíduos de menor escolaridade. Os autores
verificaram que as pessoas que abandonaram os estudos mais jovens eram mais
obesas do que aquelas que continuaram estudando.
Quanto à obesidade abdominal avaliada pela circunferência da cintura 61%
da população estudada tem aumento da circunferência abdominal apresentando
risco aumentado e muito aumentado para doenças crônico não transmissível com
54
diferença significativa entre homens e mulheres. Os homens apresentaram 49% de
risco, e as mulheres 68% respectivamente. Conclui-se que as mulheres têm maior
prevalência de obesidade abdominal.
No estudo realizado por Mariath et al., (2007) que avaliaram o estado
nutricional e fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis entre
funcionários de uma indústria em Santa Catarina, Brasil, encontraram circunferência
da cintura elevada em 33% da população, sendo as prevalências de risco para o
desenvolvimento de doenças metabólicas associadas à obesidade de 49% entre as
mulheres e de 26% entre homens, com diferença estatisticamente significativa. Os
valores encontrados por Mariath são menores dos que os encontrados neste estudo.
Castro et al. (2004) também encontrou valores inferiores aos achados neste
estudo ao pesquisar o padrão dietético e o estado nutricional de operários de uma
empresa metalúrgica do estado do Rio de Janeiro. Verificaram alta freqüência de
sobrepeso (44,6%), inesperada para trabalhadores de atividade laboral intensa.
Neste mesmo estudo observaram que 20% dos metalúrgicos tinham obesidade
abdominal evidenciado nos valores elevados de circunferência da cintura.
Ewald et al. (2003), ao analisarem os fatores de risco para doenças crônicas
não transmissíveis entre colaboradores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição,
constataram obesidade abdominal em 58,06% dos colaboradores, tendo o
sobrepeso e a obesidade se constituído nos estados nutricionais predominantes. Os
achados de Ewald se aproximam dos resultados encontrados neste estudo
O índice cintura/quadril avaliada neste estudo apresentou taxas muito
semelhante com a circunferência da cintura, apresentando ICQ aumentada em 62%
da população estudada. Quando separado por sexo os homens apresentaram 83%
de risco aumentado e as mulheres 47% respectivamente. Comparando a
circunferência da cintura com o índice cintura/quadril observou-se que a população
geral não teve diferença, mas quando se separou por sexo observamos que os
homens apresentam maior risco e na CC às mulheres apresentam maiores risco de
desenvolver doenças crônicas não transmissíveis pelo acúmulo de obesidade
abdominal.
No estudo realizado no município de São Paulo para avaliar as relações entre
os indicadores socioeconômicos e os fatores determinantes da obesidade
55
centralizada observou-se que o ICQ mostrou associação significativa com a baixa
estatura e foi fortemente relacionada ao nível socioeconômico, não ocorrendo o
mesmo com a CC. O ICQ e a CC foram fortemente associados à idade, sexo e
sedentarismo. As mulheres apresentaram maiores risco de obesidade centralizada.
No que se refere aos distúrbios metabólicos a ICQ associou-se significativamente
com as alterações significativas indicativas da síndrome metabólica. A CC associou-
se significativamente com a hipertensão isolada (MARTINS; MARINHO, 2003).
Quanto aos níveis de pressão arterial sistêmica observou-se que 68% dos
indivíduos avaliados são normotensos, 16% apresentaram pressão arterial limítrofe e
somente 16% apresentaram algum nível de hipertensão arterial sistêmica.
Em 2002, o Ministério da Saúde realizou a Campanha Nacional para
Detecção de Hipertensão Arterial, encontrando maiores percentuais de hipertensos
do que os resultados encontrados nos adultos do bairro Carvalho. Foram avaliados
31 milhões de pessoas e obteve como resultado que 36% da população avaliada
foram consideradas hipertensas. Na região Sul, o percentual de hipertensão foi de
34,5%. A HAS mostrou um nítido crescimento das prevalências com a idade
(BRASIL, 2006).
Em uma pesquisa epidemiológica do tipo seccional na cidade de Volta
Redonda, em 1979, teve como objetivo estimar a prevalência de hipertensão arterial
e examinar associações entre diversos fatores e a pressão arterial, em 650 pessoas,
de 20 a 74 anos de idade, residentes em domicílios selecionados ao acaso,
observou-se que o hábito de fumar, a ingestão de bebida alcoólica, o baixo grau de
instrução escolar e o trabalho em ocupações subalternas da prestação de serviços
são características dos indivíduos de maior risco de hipertensão arterial e de médias
mais elevadas de pressão. As pessoas que tinham conhecimento que seus pais
eram hipertensos tiveram médias mais elevadas de pressão arterial e maior chance
de serem hipertensas, segundo o critério da OMS (KLEIN; ARAÚJO, 1985).
A hipertensão arterial é um dos fatores de risco mais importantes para as
mortes de adultos na população do Estado do Rio Grande do Sul. Um estudo de tipo
naturalístico, seccional, foi feito numa amostra de domicílios neste estado. A
prevalência de hipertensão arterial foi significativamente mais elevada no cinturão
metropolitano do que nos demais estratos e significativamente mais baixa no interior
rural, também em relação aos demais. A capital, Porto Alegre, e o interior urbano
56
apresentavam níveis semelhantes e intermediários. Esses resultados poderiam estar
consolidando a afirmativa de que a industrialização está na raiz do problema, por
meio do maior estímulo à migração, que seria fator determinante de hipertensão
(COSTA; KLEIN, 1985).
Carneiro et al. (2003), ao estudarem a influência da distribuição corporal
sobre a prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular
em indivíduos adultos obesos, observaram aumento significante na prevalência de
hipertensão com o aumento do índice de massa corporal, sendo evidente o impacto
da obesidade sobre a prevalência de hipertensão.
No estudo de Mariath et al., (2007) no que se refere à pressão arterial,
constatou-se pressão arterial sistólica elevada em 18% da amostra, enquanto a
pressão arterial diastólica apresentou-se elevada em 11% do grupo. Houve
associação significativa entre a classificação da circunferência da cintura e as
prevalências de PAS elevada e de PAD elevada. Houve ainda, uma tendência de as
razões de prevalência para a circunferência da cintura serem maiores do que
aquelas para o estado nutricional.
A importância relativa das PAS e PAD já foi objeto de inúmeras pesquisas,
sendo recentemente destacada a importância da PAS, aconselhando-se, assim, a
sua redução. O
VII Joint National Committee enfatiza que o risco de desenvolver
doença cardíaca ou acidente vascular cerebral aumenta consideravelmente quando
a PAS apresenta-se elevada e a PAD apresenta-se normal (COUTINHO, 2001).
Semelhantemente, Lerário et al. (2002), avaliando as implicações do excesso
de peso em nipo-brasileiros, constataram que, nos grupos com excesso de peso ou
adiposidade central, as taxas de hipertensão arterial foram sempre superiores. De
acordo com Simone et al., (2005), a composição corporal e a distribuição de gordura
podem influenciar a hemodinâmica sistêmica em adultos normotensos e hipertensos
de uma amostra populacional, mesmo na ausência de obesidade.
Trindade et al. (1998), realizaram um estudo para avaliar a prevalência de
hipertesão arterial sistêmica em Passo Fundo – RS. Neste estudo observaram que a
prevalência de HAS desta população é de 21,9%. Encontraram associação
significativa com a HAS em relação à idade, obesidade e diabetes mellitus, sem ter
associação com o sexo, cor, abuso de álcool e anticoncepcional oral.
57
Barreto et al. (2001) realizaram um estudo para determinar a prevalência de
hipertensão e investigar o agrupamento dos fatores de risco cardiovascular. Este
estudo foi realizado em Bambui-SP com um total de 820 jovens e 1494 adultos.
Encontraram hipertensão em 24,8% da amostra; as mulheres apresentaram 26,9%
de hipertensão e os homens 22%, não tendo diferença significativa entre eles. A
hipertensão apresentou associação positiva com sedentarismo, sobrepeso,
hipercolesterolemia, hiperglicemia e hipertrigliceridemia. A hipertensão associada
com quatro ou mais fatores de risco tem seis vezes mais chances de desenvolver as
doenças cardiovasculares.
Na HAS alguns estudos têm mostrado um efeito favorável do exercício
dinâmico de leve e moderada intensidade na redução da pressão arterial em
hipertensos. Esta redução pode ser observada após duas semanas de treinamento,
persistindo enquanto o indivíduo se mantiver ativo. Com a interrupção da atividade
física, os níveis de pressão arterial retornam aos valores anteriores à prática dos
exercícios (TEIXEIRA, 2000).
Modificações no estilo de vida, incluindo exercício físico, são recomendadas
no tratamento da hipertensão arterial. Estudo envolvendo 217 pacientes de ambos
os sexos, com idade variando de 35 a 83 anos, mostrou que a adesão às medidas
não farmacológicas, dentre as quais a prática de exercício físico, promoveu sensível
efeito na redução dos níveis pressóricos (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004).
O nível de atividade física avaliado pelo IPAQ da população deste estudo
mostrou que 50% dos indivíduos são ativos e 6% muito ativos. Observou-se 40%
insuficientemente ativos e o sedentarismo mostrou-se em 4% dos adultos do bairro
Carvalho. Observou-se que os níveis baixos de sedentarismo do presente estudo,
refletem a inclusão da caminhada e da atividade física no modelo IPAQ, e não
somente da prática de exercícios físicos programados. Outra justificativa para este
resultado é que Itajaí sendo uma cidade litorânea com terreno mais plano favorece a
bicicleta como meio de transporte. Muitos dos avaliados neste estudo relataram usar
a bicicleta como meio de transporte pedalando por mais de 1 hora por dia.
O presente estudo encontrou percentuais menores de sedentarismo do que o
estudo realizado no Estado de São Paulo, com 2001 indivíduos de 14 a 77 anos de
idade (953 sexo masculino e 1048 do feminino), que avaliaram o nível de atividade
com este mesmo instrumento e os níveis socioeconômicos. Os resultados
58
encontrados foram que o sedentarismo foi maior nas classes A – mais ricos (55,3%)
e E – mais pobres (60%), sendo que nas classes B, C e D a porcentagem variou de
42% a 49%. Os resultados demonstraram similaridade entre os gêneros, sendo
54,5% e 52,7% de homens e mulheres considerados ativos e muito ativos,
respectivamente (MATSUDO, 2002).
Quando Matsudo (2002) analisou São Paulo por região, as pessoas do litoral
foram mais ativas (66,5%) que as do interior (53,4) e do que os da área
metropolitana (39,4%). Esse resultado é equivalente ao encontrado neste estudo,
reforçando que nas cidades litorâneas predomina o nível de atividade física mais
ativa.
A pesquisa realizada pelo IBGE, em 1996/1997, no Nordeste e Sudeste do
Brasil sobre atividade física no lazer apontou que apenas uma minoria de adultos
(13%) praticava atividade física regular, isto é, mínimo de 30 minutos pelo menos
uma vez por semana. Somente 3,3% seguiam a recomendação de acumular no
mínimo 30 minutos diário em cinco ou mais dias da semana. Este estudo mostrou
ainda que os homens são mais ativos nas idades mais jovens, tendendo a declinar
entre os 20 e 40 anos. A freqüência de atividade física no lazer é equivalente nos
dois sexos, a partir dos 50 anos de idade. (MONTEIRO et al., 2003).
A associação da renda e da escolaridade com a freqüência da atividade física
no lazer é positiva, independentemente da idade, região e área de residência e entre
homens e mulheres. Quanto maior a renda e escolaridade, maior é a freqüência de
atividade física (BRASIL, 2006).
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) citando um inquérito nacional realizado
pelo Instituto Nacional de Câncer em 2002/2003 sobre comportamentos de risco e
morbidade referida de doenças e agravos não-transmissíveis em 15 capitais e no
Distrito Federal levou em consideração não somente a atividade física desenvolvida
no momento de lazer, mas também a relacionada com ocupação, meios de
locomoção e no trabalho doméstico. Os principais resultados demonstraram que há
uma variação de 28,2% a 54,5% dos adultos considerados insuficientemente ativos;
entre os sexos as mulheres mais do que os homens são insuficientemente ativos. Os
grupos de menor escolaridade apresentaram percentuais menores de pessoas
insuficientemente ativas. Apenas no Rio de Janeiro e Porto Alegre essa tendência é
inversa, com maior percentual de indivíduos insuficientemente ativos entre os de
59
menor escolaridade.
Em uma amostra da população do Município de São Paulo, SP, composta por
1.042 pessoas, em um inquérito clínico, bioquímico e laboratorial e comportamental
observou-se que as mulheres têm sete vezes mais risco de apresentarem obesidade
abdominal, definida pela circunferência da cintura do que os homens. O
sedentarismo foi significantemente associado à CC e o tabagismo, sendo um fator
protetor. A CC associou-se significativamente com a hipertensão isolada (MARTINS;
MARINHO, 2003).
Em um estudo com famílias e adolescentes sobre atividade física encontrou
relações significativas, embora modestas, as atitudes e comportamentos entre a
atividade física dos pais e adolescentes. O comportamento de atividade física e o
suporte dos pais têm influências positivas sobre a atividade física dos filhos
(McGUIRE, 2002).
O sedentarismo também constitui importante fator de risco, já estando bem
estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos cardiovasculares e maior taxa
de mortalidade em indivíduos com baixo nível de condicionamento físico. Estima-se
que a prevalência do sedentarismo seja de até 56% nas mulheres e 37% nos
homens, na população urbana brasileira (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004).
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) afirma que 40% a 90% dos óbitos por
doenças crônicas não transmissíveis são potencialmente evitáveis por meio de uma
alimentação adequada e atividades físicas.
Neste estudo encontrou-se correlação moderada e significante entre o IMC e
a PA. A correlação entre IMC e níveis de atividade física e a correlação entre a
pressão arterial e níveis de atividade física mostrou-se baixa e também significante.
Os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada entre 2002-2003,
sobre a população adulta em cada capital do Brasil, mostraram uma correlação
positiva alta entre o IMC médio e a prevalência de obesidade, nos adultos, em
ambos os sexos, sempre maior entre as mulheres. Para os homens, a diminuição de
uma unidade de IMC médio reduziria a prevalência de obesidade em 4% e para as
mulheres 3, 4% (LOBATO; COSTA, 2006).
A associação do IMC e da razão cintura quadril com a ocorrência de
hospitalizações foram avaliadas em uma amostra de base populacional no Município
60
do Rio de Janeiro com moradores de ambos os sexos, de 20 a 60 anos, totalizando
1.446 homens e 1.749 mulheres entrevistados em seus próprios domicílios. O IMC e
ICQ associaram-se positivamente com as hospitalizações para mulheres. O excesso
de peso e, particularmente, a deposição abdominal de gordura são importantes
preditores de morbidade em mulheres, avaliadas através das hospitalizações.
(AFONSO; SICHIERI,2002).
Em um estudo com 69 adultos com média de idade de 41,7±6,6 anos,
submetidos a um teste de esforço máximo obtiveram como resultados que a pressão
arterial apresentou uma boa correlação com o IMC, principalmente no grupo
feminino. No grupo masculino, o indicador antropométrico que possuiu maior
associação com a pressão arterial foi a ICQ, mostrando uma associação entre o
padrão de distribuição de gordura corporal masculino (andróide) e a pressão arterial.
O tempo de permanência na esteira se correlacionou e de forma negativa, apenas
com o percentual de gordura, ou seja, quanto maior o percentual, menor o tempo de
permanência na esteira (BANKOFF; ZAGO; ZAMAI, 2007)
Em outro estudo sobre HAS com 185 mulheres com idades entre 20 a 59
anos, divididas em quatro grupos de acordo com os valores de IMC, os resultados
sugerem que a obesidade passa a influenciar a pressão arterial somente quando os
valores referentes ao IMC alcançam valores extremos (acima de 35 kg/m2), e as
mulheres passam a ser classificadas como hipertensas, porém tendem a aumentar
com o aumento do IMC (BANKOFF; et al., 2005).
Klein (1985), em Volta Redonda observou que as prevalências de hipertensão
arterial são elevadas nos adultos jovens e de meia-idade, especialmente nos
homens, o que se traduz em altas taxas de mortalidade por doenças do sistema
cardiocirculatório nestes grupos etários.
A análise multivariada de agrupamento separou a população estudada em
três grupos, com comportamentos distintos, porém com discretas diferenças entre
eles.
O grupo um e o grupo dois ficaram bem caracterizados. O grupo um é o que
tem maior número de pessoas entre 20 e 40 anos, mas que já apresentam alguns
casos de hipertensão. Os adultos deste grupo apresentaram em 69% renda per
capita acima de 2 salários mínimos.
61
O grupo dois é de maioria mulheres entre 40-60 anos, principalmente com
ensino fundamental completo ou incompleto e 50% tem sobrepeso com
predominância da obesidade abdominal. Este grupo é indicado para iniciar uma
intervenção no bairro, justamente por ser menor, e as mulheres normalmente são as
que preparam os alimentos da casa.
O grupo três se mostrou intermediário entre o grupo um e dois. É o único
grupo que apresenta analfabetos. O predomínio do estado nutricional é a eutrofia e
apresenta discreto risco aumentado para obesidade abdominal. São normotensos e
ativos ou insuficientemente ativos fisicamente.
Carvalho (1997) realizou um trabalho de caracterização socioeconômica de
regiões urbanas, a partir de informações referentes à micro áreas, montando assim o
“pano de fundo” sobre o qual foi analisado condições de saúde da população.
O método de classificação multivariado utilizado por Carvalho (1997), a partir
de variáveis selecionadas através da análise de componentes principais permitiu a
criação de grupos bem caracterizados, que podem ser considerados diferentes
quanto ao perfil de risco à saúde. A análise segundo a divisão geopolítica tradicional
permitiu identificar as desigualdades dentro de cada área. O método proposto
permitiu a criação de índices compostos de avaliação de qualidade de vida, valendo-
se de informações de fácil acesso e ampla cobertura.
Schaan (2004) identificou agrupamento de indivíduos com diabete confirmada
e HAS apresentando perfil aumentado para risco cardíaco. O atual levantamento da
prevalência de fatores de risco numa sub-população de indivíduos já com alto risco
para doença coronariana (anormalidades da homeostase glicêmica) mostra a
importância de diagnosticar essa entidade e, a seguir, rastrear os indivíduos
diagnosticados quanto aos demais agravantes freqüentemente presentes. É
essencial a identificação desses indivíduos como um grupo-alvo para a tomada de
ações preventivas cardiovasculares em nível individual e populacional. Esses
resultados reforçam a necessidade de programas de saúde dirigidos às populações
com maior risco para a doença (indivíduos com sobrepeso e obesidade, em
especial), que estimulem a atividade física e a redução de peso corporal.
62
6 CONCLUSÃO
Os achados deste estudo permitiram observar o comportamento da
população quanto ao estado nutricional, nível de atividade física e níveis de pressão
arterial.
Concluiu-se com esta pesquisa que a população estudada apresentou
elevados índices de sobrepeso e obesidade, obesidade visceral levando a um risco
aumentado para doenças crônicas não transmissíveis. Em contraponto apresentou a
maior parte da população estudada com nível de pressão arterial normal e ativa
fisicamente.
Este estudo possibilita projetos de intervenções de cunho preventivo e
educacional no bairro, conscientizando os colaboradores sobre a importância de
hábitos alimentares saudáveis e de atividade física promovendo, assim, melhor
qualidade de vida e diminuindo gastos públicos com a assistência médica e/ou
internações hospitalares.
63
REFERÊNCIAS
ABESO -
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica. Notícias/2005. Disponível em:
http://www.abeso.org.br/notícias_2005.htm. Acessado em: mai. 2007.
ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos na
População Brasileira.
Arquivos Brasileiros Endocrinologia Metabolismo, v. 48, n.
3, jun. 2004.
ALMEIDA, E. S.; CHIORO, A.; ZIONI, F. Políticas públicas e organização do sistema
de saúde. In: WESTPHAL, M.F.; ALMEIDA, E.S.
Gestão de serviços de saúde:
descentralização, municipalização do SUS. São Paulo: Edusp, 2001. p.13-50.
AFONSO, F. M.; SICHIERI, R. Associação do índice de massa corporal e da relação
cintura/quadril.
Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 5, n. 2, p. 153-163, 2002.
BANKOFF, A. D. P.; ZAGO, L. C.; ZAMAI, C. A. Associação entre indicadores
antropométricos e variáveis metabólicas.
Rev. Mineira de Educação Física, Viçosa,
2007.
BANKOFF, ADP; GASSI, E; SCARPA, EM; ZAMAI, CA; CIOL, P. Comparação entre
os valores referente à pressão arterial em relação ao IMC. Trabalho apresentado no
V Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde - Florianópolis, 2005.
BARRETO, S.M., et al. Hypertension and Clustering of Cardiovascular Risk Factors
in a Community in Southeast Brazil - The Bambuí Health and Ageing Study.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Belo Horizonte, v.77 n. 6, p.576-81, 2001.
BARROS, F.C.; VICTORA, C.G.
Epidemiologia da saúde infantil: um manual
para diagnósticos comunitários. São Paulo: Editora Hucitec-UNICEF, 1991.
BATISTA FILHO, M.; RISSIN, A. A transição nutricional no Brasil: tendências
regionais e temporais.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, s.1,
p.S181-S191, jul. 2003.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 set. 1990.
_____. Ministério da Saúde.
12ª Conferência Nacional de Saúde: Conferência
Sérgio Arouca
. Brasília: Ministério da saúde, 2004.
64
_____. Ministério da Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e
Nutrição.
Guia Alimentar para a População Brasileira: promovendo a alimentação
saudável. Secretaria de Atenção à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de
Análise de Situação em Saúde.
Saúde Brasil 2006: uma análise da situação de
saúde no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde,
2006.
_____. Ministério da Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e
Nutrição.
O que é o PSF? Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/saude
/visão.cfm?id_area=149. Acessado em: 11 out 2005.
BRUM, P.C.; BRANDÃO, M.R.; SILVA, G.J.; KRIEGER, E.M.
Hipertensão arterial e
exercício físico aeróbio. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. São
Paulo: Manole, 2005.
CAMERON, N.
The measurement of human growth. Australia: Croom Helm, 1984.
CARNEIRO, G. et al. Influência da distribuição da gordura corporal sobre a
prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular em
indivíduos obesos.
Revista da Associação Médica Brasileira, v.49, n.3, p.306-311,
jul./set. 2003.
CARVALHO, M. S.; CRUZ, O. G.; NOBRE, F. F. Risk profile: multivariate cluster
analysis of urban small areas based on socioeconomic indicators - census tracts
from the Greater Rio de Janeiro Metropolitan Area.
Cadernos de Saúde
Pública
, Rio de Janeiro, v.13, n.4, 1997. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php >. Acesso em: 25 Set. 2007.
CASTANHEIRA; M, OLINTO; MTA, GIGANTE DP. Associação de variáveis sócio-
demográficas e comportamentais com a gordura abdominal em adultos: estudo de
base populacional no Sul do Brasil.
Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
19, suppl1, p. S55-65, 2003.
CASTRO, M.B.T.; ANJOS, L.A.; LOURENÇO, P.M. Padrão dietético e estado
nutricional de operários de uma empresa metalúrgica do Rio de Janeiro, Brasil.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, p. 926-34, 2004.
CENTRO DE ESTUDOS DO LABORATÓRIO DE APTIDÃO FÍSICA DE SÃO
CAETANO DO SUL (CELAFISCS).Physical activity and life quality contribution in
order to obtain a better healthly lifestyle.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.
36, n. 2, 2002 . Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php>. Acesso em:
11 set. 2007.
CIANCIARULLO, T.I; GUALDA,D.M.R; CUNHA, I.C.K.O; SILVA, G.T.R.
Saúde na
família e na comunidade.
São Paulo: Robe, 2002.
65
CONILL, E. M. Políticas de atenção primária e reformas sanitárias: discutindo a
avaliação a partir da análise do Programa Saúde da Família em Florianópolis, Santa
Catarina, Brasil, 1994-2000.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso em: 10 jul 2007.
CONILL, E.M. Políticas de atenção primária e reformas sanitárias: discutindo a
avaliação a partir da análise do PSF em Florianópolis, SC, Brasil, 1994-2000.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.18, p. 191-202, 2002.
COSTA, Eduardo de Azeredo; KLEIN, Carlos Henrique. Meio urbano e doenças
cardiovasculares.
Cad. Saúde Pública., Rio de Janeiro, v. 1, n. 3, 1985.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso em: 17 jul. 2007.
COUTINHO, W.
Consenso latino-americano em obesidade, 2001.
http://www.abeso org.br /consenso.doc. Acessado em: 02 out. 2004.
DANIELS, S.R. et al. Association of body fat distribution and cardiovascular risk
factors in children and adolescents.
Circulation, v. 99, n.4, p.541-545, feb. 1999.
DIAS, S.L.,
Famílias em Situação de Inclusão/Exclusão Social na Comunidade:
um instrumento em construção. 2005. Dissertação (Mestrado em Saúde e Gestão
do Trabalho) – Programa de Pós-Graduação em Saúde e Gestão do Trabalho,
Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2005
ESTADO DE SANTA CATARINA. Secretaria de Saúde.
Estratégia do programa
saúde da familia – PSF e programa de agentes comunitarios – PACS,
Florianópolis, 10 jul. 2007. Disponível em: www.saude.sc.gov.br/
PSF/Textos/.
Acessado em: 10 jul. 2007.
EWALD, D.; HOFELMANN, D.A.; RIEKES, B. H. Et al. Fatores de risco para
doenças crônicas não-transmissíveis entre colaboradores internos de Unidade de
Alimentação e Nutrição. In: Simpósio Internacional sobre Obesidade, 2003.
Florianópolis.
Anais… Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2003,
p.13.
FERREIRA, V.A.; MAGALHÃES, R.. Nutrição e promoção da saúde: perspectivas
atuais.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.7, p.1674-1681, jul,
2007.
FACCHINI, L. A. et al . Performance of the PSF in the Brazilian South and Northeast:
institutional and epidemiological Assessment of Primary Health Care.
Ciência e
Saúde Coletiva
, Rio de Janeiro, v.11, n.3, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/ scielo.php. Acesso em: 10 jul. 2007.
GIUGLIANO, R.; MELO, A.L.P. Diagnóstico de sobrepeso e obesidade em
escolares: utilização do índice de massa corporal segundo padrão internacional.
Jornal de Pediatria, v.80, n.2, p.129-134, mar./abr. 2004.
66
GOLDBAUM, M.; GIANINI, R.J.; NOVAES, H.M.D.; CÉSAR, L.G.. Utilização de
serviços de saúde em áreas cobertas pelo programa saúde da família (Qualis) no
Município de São Paulo.
Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.39, n.1, p.90-9, 2005.
GUS, M. et al. Associação entre diferentes indicadores de obesidade e prevalência
de hipertensão arterial.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.70, n.2, p.111-114,
fev.1998.
HAIR, J.
Multivariate Data Analysis. New Jersey: Prentice Hall, 1998
HAN, T. S. et al. Waist circumference relates to intra-abdominal fat mass better than
waist: hip ratio in women.
Proceedings of the Nutrition Society, v. 54,n.3, p.152ª,
1995.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IBGE Cidades@. Disponível
em: www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php
. Acessado em: 31 out. 2007
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Pesquisa de orçamentos
familiares – POF 2002-2003. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acessado em: 16
dez. 2004.
JELLIFE, D. B.
Evaluation del estado de nutrición de la comunidad. Genebra,
Organizacion Mundial de la Salud, 1968.
JONES, P.R.M. et al. Waist hip circumference ration and its relation to age and
overweight in British men.
Human Nutrition Clinical Nutrition, v. 40, n. 3, p.239-
247, May, 1986.
FONTINELE JUNIOR, K..
Programa saúde da família (PSF) comentado. Goiânia:
AB, 2003.
KLEIN, C. H.; ARAUJO, J. W. G..Fumo, bebida alcoólica, migração, instrução,
ocupação, agregação familiar e pressão arterial em Volta Redonda, Rio de Janeiro.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.1, n.2, 1985. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/scielo.php.
KOHL, H. W.; HOBBS, K. E. Development of Physical Activity Behaviors Among
Children and Adolescent.
Pediatrics, v. 101, p. 549-554, 1998.
LERÁRIO, D. D. G.; GIMENO, S. G.; FRANCO, L. J.; LUNES M.; FERREIRA R.G..
Excesso de peso e gordura abdominal para a síndrome metabólica em nipo-
brasileiros.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 36, p. 4-11, 2002.
LOBATO, J.; COSTA, A. J.. Correlação entre o Índice de Massa Corporal Médio da
população e a prevalência de obesidade nas capitais brasileiras – 2002/2003,
segundo sexo e idade. Trabalho apresentado no
XV Encontro Nacional de
Estudos Populacionais, ABEP, Caxambú- MG – Brasil, de 18 a 22 set. 2006.
67
LÓLIO, C. A. et al. Hipertensão arterial e possíveis fatores de risco. Revista Saúde
Pública, São Paulo, v. 27, n. 5, out., 1993
MACHADO P. A. N.; SICHIERI R. Relação cintura-quadril e fatores de dieta em
adultos.
Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 36, p. 198-204, 2002.
MARCUS, B. H.; et al. Physical Activity Behavior Change: Issue in Adoption and
Maintenance.
Health Psychology, v. 19, suppl.1, p. 32-41, 2000.
MARIATH, A.B. et al. Obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de
doenças crônicas não transmissíveis entre usuários de unidade de alimentação e
nutrição.
Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.4, p. 897-905, abr,
2007.
MARTIN, I. S.; MARINHO, S. P. O potencial diagnostico dos indicadores da
obesidade centralizada.
Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, p. 760-
767, dez., 2003
MATOS, M. F. D., SILVA, N. A. S.; PIMENTA, A. J. M.; CUNHA, A. J. L. A.
Prevalência dos fatores de risco para doença cardiovascular em funcionários do
centro de pesquisas da Petrobrás.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia., Rio de
Janeiro, v. 82, n. 1, p, 1-4, 2004.
MATSUDO, S. et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ) estudo de
validade e reprodutibilidade no Brasil.
Revista Brasileira de Atividade Física e
Saúde, v. 6, n.2, p. 5-18, 2001
MATSUDO, S. M. et al. Nível de atividade física da população do Estado de São
Paulo: análise de acordo com o gênero, idade, nível socioeconômico, distribuição
geográfica e de conhecimento.
Revista Brasileira de Ciência do Movimento,
Brasília, v.10, n. 4 p. 41-50 out. 2002.
McARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L.
Fisiologia do exercício: energia,
nutrição e desempenho humano
. 5 ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
McGUIRE, M. et al. Parental Correlates of Physical Activity in a Racially/Ethinically
Diverse Adolescent sample.
Journal Adolesc Health, v. 30, n.4, 2002.
MEDRONHO, R. A.,
Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2006.
MONTEIRO, C. A. et al. A descriptive epidemiology of leisure-time physical activity in
Brazil, 1996-1997.
Pan American Journal Public Health, v.14, p.246-254, 2003.
MONTEIRO, C. A.; CONDE, W. L.; POPKIN, B. M. Independent effects of income
and education on the risk of obesity in the Brazilian adult population.
Journal
Nutrition
, São Paulo, v. 131, n. 3, p. 881S-886S, mar., 2001.
68
MONTEIRO, C. A.A dimensão da pobreza, da fome e da desnutrição no Brasil.
Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 24, 1995. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php >. Acessado em: 25 set. 2007.
MONTEIRO, M. F.; SOBRAL FILHO, D. C. Exercício Físico e o controle da pressão
arterial.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 10,n. 6, p. 513-516,
nov/dez., 2004.
MOURA, A. A. et al. Prevalência de pressão arterial elevada em escolares e
adolescentes de Maceió.
Jornal Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 4, p. 35-40,
jan./fev. 2004.
NEGRI, B.; ÁVILA, A.L.
O sistema único de saúde em dez anos de desafio. São
Paulo: Sobravime,/Cealag, 2002.
NOBRE, M. R. C. et al..Prevalência de Sobrepeso, Obesidade e Hábitos de Vida
Associados ao Risco Cardiovascular em alunos do Ensino Fundamental.
Revista da
Associação Médica Brasileira., São Paulo, v. 52, n. 2 p. 118-24, 2006.
PEREIRA, R. A.; SICHIERI, R.; MARINS, V. M. R. Razão Cintura/quadril como
preditor de hipertensão arterial.
Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15,
n.2, p. 333-3444, abr-jun, 1999
REDE GLOBAL DE SAÚDE DO
SUPERCOURSE. Supercouse. Epidemiology, the
Internet and Global Health. Disponível em: http://www.pitt.edu/~super1/
lecture/lec10661/026.htm. Acessado em: 14 mar. 2006.
REZENDE, D. F. et al. Prevalence of systemic hypertension in students aged 7 to 14
years in the municipality of Barbacena, in the State of Minas Gerais, in 1999.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 81, n. 4, p. 381-386, out., 2003.
RIBEIRO, R. Q. C. et al.. Fatores Adicionais de Risco Cardiovascular Associados ao
Excesso de Peso em Crianças e Adolescentes. O Estudo do Coração de Belo
Horizonte.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 86, n. 6, jun. 2006. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/abc/v86n6/29873.pdf> Acessado em: 25 set. 2007.
SANMARTÍN, L. S. Introducción a la salud pública. In: MAJEM, L. S.; BARTRINA, J.
A.; VERDÚ, J. M.
Nutrición y salud pública: métodos, bases científicas y
aplicaciones. Barcelona: Masson, 1995. p. 3-6.
SANTANNA, C. M.; MALINOVSKI, J.R. Avaliação nutricional de operadores de
motosserra no corte de eucalipto em região montanhosa.
Scientia Forestalis, v. 9,
n.55, p.71-77, jun. 1999.
SAUPE, R.; WENDHAUSEN, A.L.P. O mestrado profissionalizante como modelo
preferencial para a capacitação em Saúde da Família.
Interface – Comunic, Saúde,
Educ., São Paulo, v. 9, n. 18, p. 621-630, set./dez., 2005.
69
SCHAAN, B. D. A.; HARZHEIM, E.; GUS, I. Perfil de risco cardíaco no diabetes
mellitus e na glicemia de jejum alterada.
Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v.38, n.4, p.529-536, abr, 2004.
SIMONE, G. et al. Body composition and fat distribution influence systemic
hemodynamics in the absence of obesity: the HyperGEN Study.
American Journal
of Clinical Nutrition, v. 81, n. 4, p. 757-761, Apr., 2005.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO.
V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial (2006). Disponível em: <http://www.sbh.org.br.> Acessado em:
22 abr. 2007.
SOUZA, H. M. Saúde da família: desafios e conquistas. In: NEGRI, B.; ÁVILA, A. L.
O sistema único de saúde em dez anos de desafio. São Paulo: Sobravime,
Cealag, 2002.
TEIXEIRA, J. A. C.. Hipertensão arterial sistêmica e atividade física.
Revista da
SOCERJ, Rio de Janeiro, v. 13. n. 4, p. 181-, out./dez., 2000.
TRINDADE, I. S. et al. Prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica na População
Urbana de Passo Fundo (RS).
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.
71, n. 2, p. 127-130, ago., 1998.
WARDLE, J.; WALLER, J.; JARVIS, M.J. Sex differences in the association of
socioeconomic status with obesity.
American Journal Public Health, London, v. 92,
n. 8, p, 1299-1304, Aug, 2002.
WHO - World Health Organization. Expert Committee on Physical Status. Physical
status: the use and interpretation of anthropometry - report of a WHO expert
committee. Geneva: WHO Technical Report Series 854, 1995.
WHO - World Health Organization. International Society of Hypertension Writing
Group. 2003 World Health Organization (WHO) / International Society of
Hypertension (ISH) statement on management of hypertension.
Journal Hypertens,
Camberra - Austrália, v. 21, n.11, p. 1983-1992, nov., 2003.
WHO - World Health Organization.
Obesity: preventing and managing the global
epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva: WHO, n. 854, 1998.
ZHU, S. et al. Race-ethnicity-specific waist circumference cutoffs for identifying
cardiovascular disease risk factors.
American Journal of Clinical Nutrition, v.81,
n.2, p.409-415, Feb. 2005.
70
APÊNDICE
APÊNDICE 1 – FICHA DE DADOS INDIVIDUAIS
Nome: __________________________________________ Sexo: ( ) M ( ) F
Data de Nascimento: _________ Data da Visita: _________ Idade: __________
Peso: ______________________ Estatura: __________________ IMC: _______
Circunferência da Cintura: ______________Circunferência do quadril: _________
PA1: ________________ PA2: _________________ PA3: __________________
Classificação do IPAQ: ______________________________________________
71
APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO DA FAMÍLIA
Endereço: _________________________________________________________
1. Composição familiar e instrução
N° de
Ordem
Nome Sexo Data de
nascimento
Grau de Instrução
Grau de instrução:
1- analfabeto
2- ensino fundamental incompleto
3- ensino fundamental completo
4 - ensino médio incompleto
5 - ensino médio completo
6 - ensino superior incompleto
7 - ensino superior completo
8 - pós-graduação
2. Ocupação e renda
N° de
Ordem
Ocupação Renda
Renda familiar: ___________________________________________________
3. Características do domicílio
a) ( ) Própria ( ) Alugada ( ) Outros
b) Tipo de construção:
( ) Madeira ( ) Alvenaria ( ) Misto
c) Número de cômodos: ______________________________________________
4. Saneamento básico
( ) Esgoto ( ) Fossa ( )Céu aberto
5. Abastecimento de água
( ) Rede pública ( ) Poço ( ) Caminhão pipa
72
APÊNDICE 3 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome do responsável: _______________________________________________
Identidade: ________________________________________________________
Nome dos avaliados: ________________________________________________
Endereço:_________________________________________________________
Telefone(s) para contato: _____________________________________________
Fui informado detalhadamente sobre a pesquisa intitulada “ESTADO
NUTRICIONAL, NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL E ATIVIDADE FÍSICA EM
ADULTOS ATENDIDOS POR EQUIPE DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
DE ITAJAÍ-SC”, que tem como objetivo traçar o perfil nutricional e investigar co-
morbidades de famílias atendidas por equipe n° 18 do Programa de Saúde da
Família deste município.
Fui plenamente esclarecido de que eu serei submetido a uma avaliação física
através da verificação das medidas de peso, estatura e circunferência da cintura e
quadril. Para verificar a pressão arterial será utilizado medidor digital automático de
pulso. Serei convidado a responder algumas perguntas para fornecer indicadores
socioeconômicos, ambientais e demográficos e realização de atividades físicas.
Pelo fato desta pesquisa ter única e exclusivamente interesse científico, foi
espontaneamente aceita por mim. No entanto, poderei desistir a qualquer momento
da mesma, inclusive sem nenhum motivo bastando, para isso, informar da maneira
que achar mais conveniente a desistência. Por ser voluntário(a) e sem interesse
financeiro, não terei direito a nenhuma remuneração. Os dados serão sigilosos e
privados, e a divulgação dos resultados visará apenas mostrar os possíveis
benefícios obtidos pela pesquisa em questão, sendo que poderei solicitar
informações durante todas as fases da pesquisa, inclusive após a publicação da
mesma. Todos os participantes da pesquisa serão beneficiados, uma vez que os
resultados encontrados permitirão que seja proposta estratégia de intervenção,
prevenção e promoção a saúde junto à Unidade de Saúde onde o Programa de
Saúde da Família está inserido, com o objetivo de minimizar os distúrbios
encontrados.
Itajaí, _______ de _______________ de 2006.
Assinatura:________________________________________________________
73
APÊNDICE 4 – LEGENDA PARA ANÁLISE MULTIVARIADA
Variáveis Classificação
Sexo 1 – masculino
2 – feminino
Escolaridade 1 > ensino superior (superior incompleto, completo e pós-graduação)
2 >
ensino médio (médio incompleto e completo)
3 >
ensino fundamental (fundamental incompleto e completo)
4 Analfabeto
Renda percapita em
salários mínimos
1 – até dois salários mínimos (< 2)
2 – 2 a 5 salários mínimos (2 < e > 5)
3 – mais de 5 salários mínimos (>
5)
Faixa etária Faixa 1 - 20 < e > 40 anos
Faixa 2 - 40 <
a > 60 anos
IMC 1 – Normal (18,5 - 24,99)
2 - Pré-obeso (25 – 29,99)
3 - Obesidade Grau I (30 - 34,99)
4 - Obesidade Grau II (35 - 39,99)
5 - Obesidade Grau III ( 40)
6 - Baixo Peso(< 18,50)
CC 1 – baixo risco
2 – risco aumentado
3 – risco muito aumentado
ICQ 1 - baixo risco
2 – alto risco
PA 1 – normal
2 – Limítrofe
3 – Hipertensão Leve
4 – Hipertensão moderada
5 – Hipertensão grave
IPAQ 1 – Muito Ativo
2 – Ativo
3 – Insuficientemente ativo
4 – Sedentário
74
APÊNDICE 5: DISTRIBUIÇÃO DE FREQÜÊNCIAS DAS VARIÁVEIS NOS GRUPOS
DA ANÁLISE MULTIVARIADA.
Variáveis GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3
Número de pessoas 77 12 52
Sexo:
Masculino
Feminino
43 %
57%
17%
83%
33%
67%
Faixa etária:
20 - 40 anos
40 - 60 anos
54%
46%
42%
58%
54%
46%
Escolaridade:
ens. superior
ens. médio
ens. fundamental
analfabeto
17%
38%
45%
0%
17%
17%
66%
0%
13%
35%
48%
4%
Renda per capita em
salários mínimos:
<
2
2 < e > 5
>
5
69%
28%
3%
75%
25%
0%
73%
25%
2%
Estado Nutricional:
Baixo peso
Eutrófico
Pré-obesidade
Obesidade grau I
Obesidade grau II
Obesidade grau III
0,0%
40%
42%
13%
3%
2%
0,0%
25%
50%
25%
0,0%
0%
4%
36 %
36%
22%
2%
0%
CC:
Baixo risco
Risco aumentado
Risco muito aumentado
40%
27%
33%
17%
33%
50%
40%
21%
39%
ICQ:
Baixo risco
Alto risco
30%
70%
59%
41%
44%
56%
Pressão arterial:
Normotenso
69%
75%
63%
75
Pressão limítrofe
Hipertensão leve
Hipert. moderada
Hipert. grave
16%
13%
0%
2%
8%
17%
0%
0%
17%
14%
6%
0%
Nível de atividade
física:
Muito Ativo
Ativo
Insufic. Ativos
sedentátios
6%
47%
42%
5%
0%
50%
42%
8%
8%
46%
36%
10%
76
ANEXOS
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA – IPAQ
(VERSÃO CURTA)
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( )
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas
realizam como parte do seu dia a dia. As perguntas estão relacionadas ao tempo
que você gasta fazendo atividade física na
ÚLTIMA semana. As perguntas incluem
as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por
esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim.
Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo
que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!
Para responder as questões lembre que:
1 atividades físicas
VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço
físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
2 atividades físicas
MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço
físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza
por
pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.
1a Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10
minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um
lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
dias _____ por
SEMANA ( ) Nenhum
1b
Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto
tempo no total você gastou caminhando
por dia?
horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo, pedalar leve na bicicleta,
nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos
leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer,
aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente
sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR, NÃO INCLUA
CAMINHADA).
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10
minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por
77
dia?
horas: ______ Minutos: _____
3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo, correr, fazer ginástica.
aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços
domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos
elevados ou qualquer atividade que fez aumentar
MUITO sua respiração ou
batimentos do coração.
dias _____ por
SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10
minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por dia?
horas: ______ Minutos: _____
Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia,
no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o
tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa
visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo
gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.
4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?
______horas ____minutos
4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de final de
semana?
______horas ____minutos
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo