RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal
Universidade Federal de Santa Maria
ESTABELECIMENTO IN VITRO E PROPAGAÇÃO DE Cordia
trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steudel (LOURO-PARDO)
AUTOR: Tiago Antonio Fick
ORIENTADOR: Dilson Antonio Bisognin
Data e Local da defesa: Santa Maria, 23 de julho de 2007
O setor florestal hoje enfrenta um grande desafio, atender à demanda por produtos
madeireiros nobres, abastecido especialmente por espécies nativas brasileiras, dentre elas
o louro-pardo. Nesse sentido, estudos de propagação que contemplem espécies nativas são
necessários para garantir a produção de mudas de qualidade para plantios comerciais,
reduzindo a pressão sobre as matas remanescentes. O objetivo deste estudo foi
desenvolver protocolos de estabelecimento in vitro e de propagação de louro-pardo. Para o
estabelecimento in vitro, estudou-se o efeito do tempo de embebição e de diferentes
protocolos de desinfestação das sementes. A embebiçao se fez em água destilada e
autoclavada por 0, 24, 48, 72, 96 e 120 h. Para a desinfestação, testou-se a imersão em
solução de hipoclorito de sódio a 2 e 5%, por 0, 5, 10, 15 e 20 min. após 30 min de imersão
em hipoclorito de sódio a 5%, retirada do tegumento e imersão em álcool etílico 70% por 30
s. Sementes sem tegumento foram inoculadas em meio de cultura para germinação. Foram
avaliadas as porcentagens de desinfestação e germinação e o tempo médio de germinação.
O crescimento de explantes de louro-pardo foi quantificado nos meios de cultura 1/2MS e
WPM, pelo número de folhas e raízes primárias emitidas e comprimento da parte aérea e
das raízes primárias, aos 7, 14, 21 e 28 dias após a inoculação. Para a multiplicação, foram
testadas a adição ao meio de cultura WPM de 6-benzilaminopurina (BAP), ácido naftaleno
acético (ANA) ou ácido giberélico (GA
3
) nas concentrações de 0; 0,05; 0,10; 0,15 ou 0,20 mg
L
-1
e a combinação de 0 ou 0,05 mg L
-1
de ANA com 0; 0,10 ou 0,20 mg L-1 de GA
3
. Foram
avaliados o número de folhas e de entrenós e a altura das plântulas aos 30 dias de cultivo.
Plântulas fornecedoras de segmentos nodais e ápices caulinares foram reidratadas com
meio WPM líquido e mantidas in vitro como microcepas, para aumentar a taxa de
multiplicação. Aos 21 dias após o primeiro e o segundo corte foi avaliado o número de
brotações adventícias e de entrenós por microcepa. Miniestacas de 2,5 a 4; 4,01 a 5,5 e
5,51 a 7 cm foram submetidas à aplicação de 0 ou 1000 mg L
-1
de ácido indol butírico (AIB)
por 10 s na base. Foram avaliadas as porcentagens de sobrevivência, enraizamento e
formação de calos aos 60 dias. A embebição das sementes de louro-pardo por até 24 h
favorece a retirada do tegumento sem afetar a desinfestação e germinação. A imersão das
sementes com tegumento em NaOCl 5% por 30 min, retirada do tegumento e a imersão das
sementes sem tegumento em solução de álcool etílico 70% por 30 s foram suficientes para a
produção in vitro de plântulas assépticas. Plântulas de louro-pardo apresentaram melhor
crescimento em meio de cultura WPM, sem a adição de reguladores de crescimento. A
adição isolada ou combinada de reguladores de crescimento não aumentou a taxa de
multiplicação in vitro. A manutenção de microcepas aumentou a taxa de multiplicação in vitro
em até 1,75 vezes. Miniestacas de louro-pardo de 2,5 a 5,5 cm de comprimento
apresentaram altos índices de sobrevivência, porém não enraizaram.
Palavras-chave: Multiplicação; micropropagação; miniestaca; microcepa; regulador de
crescimento; espécies florestais.