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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E
PONTAS DE PULVERIZAÇÃO
NO CONTROLE DE
Phakopsora pachyrhizi
Sidow
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Marcelo Gripa Madalosso
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E
PONTAS DE PULVERIZAÇÃO
NO CONTROLE DE
Phakopsora pachyrhizi
Sidow
por
Marcelo Gripa Madalosso
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Agrícola, Área de Concentração em Mecanização Agrícola, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Agrícola
Orientador: Prof. Ricardo Silveiro Balardin
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola
A comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E PONTAS DE PULVERIZAÇÃO
NO CONTROLE DE
Phakopsora pachyrhizi
Sidow
Elaborada por
Marcelo Gripa Madalosso
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Agrícola
COMISSÃO EXAMINADORA:
Ricardo Silveiro Balardin, PhD.
(
Presidente/Orientador
)
Jerson Vanderlei Carus Guedes, Dr.
(UFSM)
Ivan Francisco Dressler da Costa, Dr.
(UFSM)
Santa Maria, 26 de fevereiro de 2007
AGRADECIMENTOS
A Universidade Federal de Santa Maria, especialmente ao Departamento de Defesa
Fitossanitária, pela magnífica oportunidade de realização deste trabalho.
Ao Professor Ricardo Silveiro Balardin e família, pela orientação, ensinamentos,
amizade, compreensão e confiança depositada na execução deste trabalho, contribuindo
substancialmente para minha formação profissional.
A minha família, em especial ao meu pai José Lir Viero Madalosso, minha mãe Cleusa
Gripa Madalosso e meu irmão Rodrigo Gripa Madalosso e a minha segunda família, especial
Maria da Conceição Pereira Coimbra, Aline Coimbra Sudati e minha namorada Fabrine Coimbra
Sudati, pelo constante incentivo, amor, esforço e compreensão recebidos.
Aos colegas e amigos Alisson (Bondo) Gosenheimer, Lucas Navarini, Mônica Paula
Debortoli, Rosana C. Meneghetti, Alisson Santos, Andrezza Zimmermann, Marcelo T. Moreira,
Leandro Dallagnol, Anderson Maffini, pelo apoio e amizade.
A CAPES pelo auxílio financeiro concedido na realização deste trabalho.
Aos amigos Isaac, Karina, Eduardo e Luciano pelo apoio e amizade.
A todos os demais professores, funcionários e alunos da UFSM que de uma forma ou de
outra contribuíram a execução e discussão deste trabalho.
...Hei de ter uma tabuada e o meu livro "Queres Ler"
Vou aprender a fazer contas e algum bilhete escrever...
(Guri –
João Batista Machado e Júlio Machado da Silva Filho
)
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E PONTAS DE PULVERIZAÇÃO
NO CONTROLE DE
Phakopsora pachyrhizi
Sidow
Autor: Marcelo Gripa Madalosso
Orientador: Ricardo Silveiro Balardin
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 26 de fevereiro de 2007
A associação da tecnologia de aplicação com o manejo fitotécnico pode proporcionar
maior adequação no manejo fitossanitário assim como aumentar a exposição das folhas à
radiação. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da interação de espaçamentos
entre linhas da soja com diferentes pontas de pulverização visando controle da ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizi Sidow) da soja. Para isso foi utilizado o delineamento experimental de
blocos ao acaso com parcelas subsubdivididas. O trabalho foi conduzido em Itaara RS onde a
cultivar de soja M-SOY 8000 RR foi semeada com espaçamentos de 30, 45 e 60 cm entre linhas,
mantendo a mesma população de plantas de 33 pl.m
-2
. Foram utilizadas pontas de pulverização
de jato leque plano de uso ampliado (XR 11001), jato plano duplo comum (TJ-60 11002), cone
vazio (TXA 8002) e Turbo TeeJet® Duo (TT 11002 + XR 11002), trabalhadas com pulverizador
costal propelido à CO
2
. As aplicações foram escalonadas nas subsubuparcelas com uma, duas e
três aplicações. Os resultados obtidos mostraram que a redução do espaçamento entre linhas
favoreceu a ação da doença. O espaçamento de 60 cm apresentou os menores valores de
severidade, taxa de progresso (r) da doença e Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença
(AACPD). À medida que o espaçamento foi reduzido, os valores citados foram aumentando
gradativamente. Por conseqüência, a desfolha foi maior nos espaçamentos de 30 e 45 cm e a
Área Foliar Verde (AFV) obteve melhores níveis no espaçamento de 60 cm. A cobertura do
fungicida foi superior no espaçamento de 60 cm, tanto no dossel mediano como no inferior para
todas as pontas analisadas. Com relação à produtividade, seus componentes, como número de
vagens e número de grãos por vagem foram significativamente superiores no espaçamento de 60
cm, principalmente no dossel inferior, favorecido pela maior cobertura foliar e atividade
fotossintética dos dosséis inferior e mediano, resultando em uma produtividade final superior aos
espaçamentos de 45 e de 30 cm,.
Palavras-chave: espaçamento entre linhas; ponta de pulverização; tecnologia de
aplicação; penetração de gotas; cobertura de gotas; soja; ferrugem asiática.
ABSTRACT
Master Dissertation
Graduate Program in Agricultural Engineer
Federal University of Santa Maria, RS, Brazil
ROW SPACINGS AND SPRAY NOZZLES IN THE
Phakopsora pachyrhizi
Sidow CONTROL
Author: Marcelo Gripa Madalosso
Adviser: Ricardo Silveiro Balardin
Date e Place: Santa Maria, february, 26 of 2007
The association of application technology with the crop handling can provide larger
adaptation in the phytosanitary handling as well as increasing the exhibition of the leaves to the
radiation. This work had for objective to assess the effect of row spacings and spray nozzles
interaction in asian rust (Phakopsora pachyrhizi Sidow) control. The experimental design was a
randomized blocks with four replications, in bands with split split-plots. The research was
carried out in Itaara RS wher the cultivar M-SOY 8000 RR was sowed in row spacings of 30,
45 and 60 cm, keeping the same plants population of 33 pl.m
-2
. The spray nozzles used were
extended range flat (XR 11001), twinjet flat spray (TJ60-11002), hollow cone spray (TXA 8002)
and Turbo Teejet® Duo (TT 11002 + XR 11002). The applications were designed in split split-
plots with one, two and three applications. The results showed that the reduction of the row
spacing benefited the disease action. The row spacing of 60 cm presented the smallest severity
values, rate of disease progress (r) and Area Under Disease Progress Curve (AUDPC). When the
row spacing was reduced, the previous values were increasing gradually. Thus, the defoliate was
larger in row spacings of 30 and 45 cm and the Green Foliate Area (GFA) was obtained better
levels in the row spacing of 60 cm. The fungicide covering was larger in the row spacing of 60
cm as in medium as in inferior stratum for all analyzed spray nozzles. The number of pods and
number of grains per pods were significantly larger in the row spacing of 60 cm mainly in the
inferior stratum, resulting in a superior final productivity than row spacing of 30 and 45 cm,
benefited for the largest foliate covering and photosynthetic activity of the inferior and medium
stratum.
Key-words: row spacing; spray nozzle; application technology; drops penetration;
drops coverage; soybean; asian rust.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................. 16
2.1 Espaçamento entre linhas da soja…………………………………….. 16
2.2 Tecnologia de aplicação………………………………………………. 21
2.2.1 Alvo………………………………………………………………..... 21
2.2.2 Espectro de gotas…………………………………………………… 22
2.2.3 Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) e Diâmetro Mediano
Numérico (DMN)……………………………………………………….... 22
2.2.4 Cobertura e penetração……………………………………………... 23
2.2.5 Pontas de pulverização…………………………………………...… 25
3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................. 29
3.1 Local ..................................................................................................... 29
3.2 Cultivo e manejo de plantas ................................................................. 29
3.3 Espaçamento e densidade de plantas
................................................... 30
3.4 Equipamentos e volume de calda.......................................................... 31
3.5 Aplicação dos tratamentos.................................................................... 32
3.6 Avaliações……………………………………………………………. 34
3.6.1 Componentes da produtividade…………………………………….. 35
3.6.2 Produtividade final…………………………………………………. 36
3.7 Delineamento experimental e análise estatística
.
.................................. 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................... 38
5 CONCLUSÕES...................................................................................... 76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 65
ANEXOS ................................................................................................... 83
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Tratamentos utilizados no experimento obedecendo ao delineamento de
blocos ao acaso com parcelas subsubdivididas, Santa Maria, RS................................... 37
TABELA 2 - Severidade e taxa de progresso (r) da ferrugem asiática da soja sob três
espaçamentos e três aplicações. Santa Maria, 2007......................................................... 43
TABELA 3 - Severidade e desfolha na planta de soja sob três espaçamentos e três
aplicações. Santa Maria, 2007......................................................................................... 47
TABELA 4 - Cobertura (número de gotas.cm
-2
) produzidos por pontas de pulverização
apresentadas por espaçamento entre linhas. Santa Maria, 2007...................................... 56
TABELA 5 - Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) de gotas produzidas por pontas de
pulverização apresentados por espaçamentos entre linhas. Santa Maria, 2007............... 57
TABELA 6 - Cobertura (número de gotas.cm
-2
) nos espaçamentos entre linhas
apresentadas por pontas de pulverização. Santa Maria, 2007.......................................... 60
TABELA 7 - Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) entre espaçamentos entre linhas
apresentados por pontas de pulverização. Santa Maria, 2007......................................... 61
TABELA 8 - Cobertura de gotas produzida pelas pontas de pulverização nos
espaçamentos e a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD).
Santa Maria, 2007............................................................................................................ 62
TABELA 9 - Produtividade e diferença de produtividade entre tratamentos e
testemunhas de cada espaçamento, ponta de pulverização e aplicação. Santa Maria,
2007.................................................................................................................................. 69
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Espaçamentos entre linhas de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007............. 30
d....
FIGURA 2 - Pontas de jato leque plano de uso ampliado (XR 11001), jato duplo leque
(TJ-60 11002), cone vazio (TXA 8002) e o Turbo TeeJet® Duo (leque turbo
(TT 11002) + leque planto ampliado (XR 1002))............................................................ 31
FIGURA 3 - Papéis hidrosensíveis colocados no dossel inferior e mediano da cultura
da soja. Santa Maria, 2007............................................................................................... 32
FIGURA 4 - Esquema demonstrativo das subsubparcelas de cada tratamento, nos três
espaçamentos................................................................................................................... 33
FIGURA 5 - Severidade (%) nos tratamentos testemunhas dos espaçamentos de 30,
45 e 60 cm. Santa Maria, 2007........................................................................................ 40
FIGURA 6 - Taxa de progresso (r) da ferrugem aisática, nos espaçamentos de 30,
45 e 60 cm. Santa Maria, 2007........................................................................................ 40
FIGURA 7 – Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), estabelecida por
quatro observações, para os espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007......... 44
FIGURA 8 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), estabelecida por
quatro observações, considerando o número de aplicações para os espaçamentos de 30,
45 e 60 cm. Santa Maria, 2007........................................................................................ 45
FIGURA 9 - Área Foliar Verde (AFV) de soja nos espaçamentos de 30,45 e 60 cm, nos
estádios fenológicos de R5.5, R6, R6.5 e R7. Santa Maria, 2007................................... 49
FIGURA 10 - Aspecto visual da desfolha em soja ocorrida em relação aos
espaçamentos de 30, 45 e 60 cm, avaliados no estádio R6-R7. Santa Maria, 2007........ 50
FIGURA 11 - Estatura final da planta e do dossel inferior avaliados nos espaçamentos
de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007............................................................................. 52
FIGURA 12 – Cartões hidrosensíveis submetidos à pulverização nos dosséis mediano
e inferior pelas pontas de pulverização nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm.
Santa Maria, 2007............................................................................................................ 63
FIGURA 13 - Diferença de produtividade entre os tratamentos e as testemunhas de cada
espaçamento com os níveis de desfolha. Santa Maria, 2007........................................... 64
Figura 14 - Diferença de produtividade entre tratamentos e testemunhas e a desfolha
com três, duas e uma aplicações nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria,
2007................................................................................................................................. 66
FIGURA 15 - Níveis de desfolha nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm, nos estádios
fenológicos de R5.5, R6, R6.5 e R7. Santa Maria, 2007................................................. 67
FIGURA 16 - Número de vagens produzidas por dossel (inferior, mediano e superior) por
10 plantas de soja nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.................. 72
FIGURA 17 - Número de vagens com um dois e três grãos produzidas por 10 plantas de
soja nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007........................................ 72
FIGURA 18 - Número de grãos por dossel (inferior, mediano e superior) produzidos por
10 plantas nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.............................. 73
FIGURA 19 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com um grão. Santa Maria, 2007..................................................................................... 73
FIGURA 20 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com dois grãos. Santa Maria, 2007.................................................................................. 74
FIGURA 21 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com três grãos. Santa Maria, 2007................................................................................... 74
FIGURA 22 - Número de grãos produzidos e peso de mil grãos (PMG) nos espaçamentos
de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.............................................................................. 75
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Características fenológicas e recomendações da cultivar M-SOY 8000 RR,
grupo de maturação semi-precoce. Santa Maria, 2007.................................................... 84
ANEXO 2 - Síntese da Escala Fenológica da Soja elaborada por Walter R. Fehr e Charles
Caviness (1977)............................................................................................................... 85
ANEXO 3 - Características técnicas das pontas de pulverização utilizadas no trabalho,
reproduzidas do catálogo da Teejet®.............................................................................. 86
ANEXO 4 - Valores dos quadrados médios para as características agronômicas
analisadas. Santa Maria, 2007......................................................................................... 87
ANEXO 5 - Valores dos quadrados médios para as demais variáveis analisadas. Santa
Maria, 2007..................................................................................................................... 88
ANEXO 6 - Classificação das gotas de acordo com o Diâmetro Mediano Volumétrico
(DMV)............................................................................................................................ 89
13
1 INTRODUÇÃO
A expressão do máximo potencial produtivo da cultura da soja, principalmente na
América Latina, pode estar relacionado a investimentos em aplicações de fungicidas cada vez
maiores. A evolução do melhoramento genético teve por objetivo maximizar acima de tudo a
produção de grãos, isso fez com que o genótipo da soja perdesse sua variabilidade genética
deixando para traz características relacionadas à rusticidade da cultura. Desta forma,
características importantes como tolerância a certos patógenos podem ter sua expressão reduzida
no genoma das novas cultivares.
Com a suscetibilidade dos materiais às doenças, os fungicidas tem sido uma estratégia
utilizada na produção comercial. Entretanto, MATTHEWS (1983) ressalta que a aplicação de
agrotóxicos, tal como se pratica hoje, apesar de diferir daquela praticada 100 anos, se
caracteriza por um considerável desperdício de energia e de produto químico. A preocupação
com o excesso de resíduos nos alimentos e o desperdício de energia bem como a degradação do
meio ambiente, vem aumentando por parte da sociedade. Desta forma a redução nos desperdícios
e equívocos na aplicação, faz parte de um processo que demanda um período longo, como por
exemplo, o desenvolvimento de novas técnicas como a resistência de plantas a fungos (MATUO,
2005), bem como o acesso e correta utilização da informação aumentando a eficiência da
aplicação.
De acordo com o conceito de tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas proposto por
(MATUO, 1998), a tecnologia de aplicação trata-se da aplicação dos conhecimentos científicos a
um determinado processo produtivo e que proporcionem a correta colocação de um produto
biologicamente ativo no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica e com mínimo de
contaminação de outras áreas.
A otimização da aplicação dá-se por diversos fatores como a escolha de fungicidas
eficientes, momento ideal para aplicação, freqüência suficiente de aplicações, volume de calda,
tecnologia de aplicação ajustada ao alvo e cultura, como fatores relacionados à penetração e
cobertura do dossel da planta. GARCIA et al. (2004) considera que o volume de calda sendo
calculado em função do índice de área foliar (IAF), possibilita a diminuição da contaminação
14
ambiental, economia dos recursos monetários e de tempo, redução da pressão de seleção e
desgaste de máquinas e implementos agrícolas.
Desta forma, a tecnologia de aplicação passa a fazer parte do contexto de manejo
integrado, complementado pelo manejo adequado da cultura. DEBORTOLI et al. (2006)
ressaltam que a distribuição mais adequada de plantas na área proporciona maior retenção e
eficiência foliar principalmente no dossel inferior devido à constante interceptação de radiação
bem como penetração e cobertura do fungicida refletindo em incremento de produtividade. Além
disso, maior arejamento das entre linhas impede a formação do microclima, desfavorecendo a
aderência e germinação do esporo, aliado ao fato da folha fotossinteticamente ativa, manter suas
defesas retardando a infecção por parte do patógeno.
KANTOLIC & CARMONA (2006) relacionaram a importância da área foliar de todos os
estratos do dossel da cultura com a interceptação da radiação e produção de grãos. Desde a baixa
expansão e duração da área foliar causada por estresses nutricionais e hídricos, a incidência de
doenças acelera o processo de senescência da folha modificando a área de interceptação da
radiação. As conseqüências desse distúrbio refletem diretamente na fotossíntese líquida e
consequentemente, na produção da cultura. Por isso a importância da qualidade da aplicação na
ótica de proteger todo o aparelho fotossintético da planta possibilitando o máximo efeito
fisiológico da cultura.
A penetração e cobertura do produto no dossel inferior da planta podem ser obtidas
através de um rearranjo da população de plantas, observado com mofo branco (Sclerotinia
sclerotiorum) por ELMORE (2004) e LEE et al. (2003), antracnose (EMBRAPA, 2006) e com a
ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) por MADALOSSO et al. (2006).
A qualidade da aplicação está relacionada ao conhecimento básico da biologia do alvo.
No caso do controle da ferrugem da soja, existe a necessidade de ser atingido todos os estratos do
dossel da planta. Por isso a importância do arranjo adequado de plantas juntamente com o ajuste
do pulverizador à operação através do redirecionamento das pontas de pulverização.
As pontas de pulverização são componentes fundamentais em um pulverizador estando
diretamente relacionadas com a vazão, tamanho de gotas produzidas e a distribuição das mesmas,
pressão de trabalho e velocidade de aplicação. Cada modelo de ponta de pulverização apresenta
características peculiares que os diferencia. No entanto, todos eles apresentam uma faixa ideal de
pressão de trabalho e estão disponíveis com aberturas de diferentes tamanhos (MATUO, 1998).
15
O tipo e o tamanho mais adequados são selecionados em função do produto fitossanitário
que se deseja aplicar, da superfície a ser tratada e do volume de calda necessária. As pontas de
jato cone vazio (TX Teejet) foram largamente utilizadas na aplicação de fungicidas devido a sua
característica de produzir gotas menores em pressões mais elevadas e assim apresentar uma boa
penetração nas folhagens (BONINI, 2003). Atualmente, as pontas de pulverização com jato do
tipo leque tem sido mais utilizadas em pulverizações, pois proporcionam boa cobertura e
uniformidade de deposição (CHRISTOFOLETTI, 1992).
A eficiência da tecnologia de aplicação é determinada pela adequada colocação e
distribuição do produto no alvo, onde ele estiver. Para tanto, a escolha da ponta de pulverização é
fundamental para que se obtenha uma gota de tamanho ideal, somada ao momento de aplicação e
espaçamento entre linhas, compondo um conjunto de fatores que devem ser considerados na
tomada de decisão para o controle da doença. A interação entre tecnologia de aplicação de
fungicidas e manejo fitotécnico proporciona maior exposição da área foliar da plantas à
pulverização e interceptação de radiação. Portanto, essa associação pode fazer parte de um
manejo integrado para a cultura, otimizando as práticas fitossanitárias.
Deste modo, o trabalho teve como objetivo geral a adequação na tecnologia de aplicação e
no manejo cultural para o controle da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi Sidow) na
cultura da soja. Como objetivos específicos, foi realizado um teste de pontas, avaliando qual(is)
a(s) ponta(s) que apresentará (ão) uma melhor penetração e cobertura da gota no dossel,
considerando diferentes espaçamentos entre linhas na cultura da soja; e verificar qual arranjo de
plantas propiciará um controle mais satisfatório da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi
Sidow) da soja.
16
2
REVISÃO DE LITEREATURA
2.1 Espaçamento entre linhas da soja
A cultura da soja (Glycine max. (L) Merrill) rica em proteína e além de servir como base
para alimentação humana e animal, desempenha um papel importante na reciclagem de nutrientes
do solo, especialmente o nitrogênio. No Brasil, os maiores Estados produtores desta leguminosa
são Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, com uma produção estimada de 61,7% na safra
2005/06 (CONAB, 2006).
Segundo a EMBRAPA (2006) entre as recomendações para o manejo da cultura da soja
no Brasil, está o espaçamento entre linhas de cultivo, que pode variar de 20 até 50 cm.
Inicialmente, o espaçamento entre linhas de soja era estabelecido com o objetivo de adequar a
população de plantas na área, proporcionando mais rapidamente o fechamento da entre linha de
cultivo, visando o controle de invasoras.
ELMORE (2004) ratifica essa afirmação mostrando que a cobertura do solo pela
folhagem da soja foi mais pida em espaçamentos entre linhas de 20 cm do que em 75 cm. Com
isso, quanto mais acelerado era a cobertura do solo pelas folhas da cultura, mais intenso era o
sombreamento sobre as plantas daninhas, prejudicando sua taxa fotossintética e reduzindo o porte
e a infestação na área (FIOMARI et al., 2005).
Em condições ideais de cultivo, foi verificado incremento na produtividade de cultivares
indeterminadas de soja para a maioria dos estados do norte dos Estados Unidos, quando houve
redução no espaçamento entre linhas (25 cm) do que com aumento do espaçamento (50 cm)
(ELMORE, 2004). Entretanto, o autor adverte que em condições de estresse hídrico, o
adensamento de plantas pelo menor espaçamento entre linhas tem reduzido a produtividade.
Além disso, tanto a ausência de doenças quanto diferentes densidades de plantas, colaboram para
a maior produtividade em espaçamentos menores.
Para FIOMARI et al. (2005) o aumento na produtividade em cultivares de ciclo precoce,
devido à redução do espaçamento entre linhas, é atribuído ao adensamento de plantas auxiliando
no controle de plantas daninhas. Entretanto, o adensamento estabelece outras características,
17
como formação de microclima favorável a patógenos, bem como condições de alimentação para
inúmeros insetos, principalmente desfolhadores, tendo seu controle prejudicado pelo abrigo
proporcionado pelo estreitamento das entre linhas (MAYSE, 1978).
Existem fatores que contribuem significativamente para a redução no potencial produtivo
da cultura, como adversidades climáticas e principalmente a ocorrência de doenças na cultura
(BONINI, 2003). O controle químico tem sido um procedimento largamente utilizado, sobretudo
no controle da ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi Sidow). O controle mais eficaz,
equilibrado e econômico de doenças é aquele obtido pela utilização de todo um conjunto de
medidas de controle disponíveis (AZEVEDO, 2001).
A eficácia dessas medidas não depende somente da escolha de fungicidas eficientes,
momento ideal para aplicação e volume de calda, mas também de fatores relacionados à
penetração e cobertura de todo dossel da planta. Para MADALOSSO et al. (2006) esses fatores
podem estar relacionados com o arranjo de plantas adequado na área, maximizando a eficácia do
fungicida através da maior a penetração e cobertura no combate à ferrugem asiática, elevando a
duração da área foliar verde culminando em incrementos de produtividade.
Porém, antes do surgimento da ferrugem asiática da soja, o mofo branco (Sclerotinia
sclerotiorum) representava a doença que mais se beneficiava com o adensamento de plantas. Em
áreas de grande infestação de mofo branco, os cultivos adensados devem ser evitados, justamente
pelo fato da redução do espaçamento entre linhas propiciar adensamento de plantas provocando a
formação e manutenção de um microclima quente e úmido por mais tempo, proporcionando
condições adequadas para estabelecimento e difícil controle do patógeno (ELMORE, 2004).
Desta forma, a redução no espaçamento entre linhas de soja acarreta aumento do número
de folhas por m
2
, com prejuízo à penetração e cobertura do fungicida e comprometendo a eficácia
de controle químico. Além da Sclerotinia sclerotiorum, a Phakopsora pachyrhizi é favorecida
pelo adensamento da cultura, já que se instala primeiramente nas folhas baixeiras como foi
verificado por BALARDIN & MADALOSSO (2006).
O maior tempo de molhamento foliar provocado pelo adensamento de plantas, favorece o
aumento da taxa de progresso e disseminação do patógeno da ferrugem asiática para as demais
plantas. DEBORTOLI et al. (2006) verificaram diferenças de produtividade superior a 1 ton.ha
-1
quando a pressão da doença foi maior no espaçamento de 30 cm em relação ao de 45 cm.
18
O fato do aumento do espaçamento entre linhas maximizar a retenção do fungicida,
evidencia a importância da interação do manejo fitotécnico, controle químico das doenças e a
tecnologia utilizada na aplicação. A associação com o manejo fitotécnico pode proporcionar
maior adequação no manejo fitossanitário bem como favorecer o desenvolvimento fenológico da
planta pela maior exposição de suas folhas à luminosidade.
A luz exerce efeito sobre diversos mecanismos vegetais inclusive a nutrição de plantas,
desencadeando o processo de produção de energia química necessária para raiz absorver os
nutrientes (TAIZ & ZEIGER, 2004). No caso das folhas baixeiras que sofrem sombreamento,
tanto pelas folhas da mesma planta com plantas vizinhas, menor atividade fotossintética e,
portanto, menor produção de fotoassimilados (sacarose) que circulam até a raiz. Assim a
respiração celular também será baixa, não produzindo energia necessária para a absorção de
nutrientes. No caso do nitrogênio, a redução do nitrato requer alta disponibilidade de luz, por
isso, quando as plantas são submetidas a longos períodos de baixa intensidade luminosa, é
possível observar nelas sintomas de deficiência nutricional (FLOSS, 2004).
Dessa forma, a redução no espaçamento entre linhas acelera o processo de sombreamento
das folhas inferiores diminuindo a atividade fotossintética da planta, induzindo a redução de
absorção de CO
2
, podendo levar ao abortamento de flores na fase reprodutiva (TAIZ & ZEIGER,
2004). Esse conceito é corroborado por ELMORE (2004), ressaltando que a interceptação de
radiação solar é maximizada em espaçamentos eqüidistantes entre plantas, resultando em maiores
produtividades na cultura da soja pelo melhor aproveitamento da luz.
Como acontece nos dias mais curtos e noites mais longas, o sombreamento da folha
também promove a inativação do fitocromo, que é responsável pela percepção da luz. Assim, a
velocidade de envelhecimento das células passa a ser influenciada pela redução na incidência de
luz (FLOSS, 2004), desencadeando uma seqüência de processos fisiológicos que irão culminar na
abscisão da folha. A alta concentração de fitocromo inativo promove a expressão de genes que
conduzem à síntese de ácido abscísico, responsável pela abscisão de folhas, ocorrendo aumento
na concentração de etileno, segundo hormônio inibidor de crescimento (TAIZ & ZEIGER, 2004).
Esse novo balanço hormonal induz a formação de enzimas responsáveis pela degradação
dos componentes da folha. A primeira é a clorofilase, que promove a degradação da clorofila
causando o amarelecimento das folhas. Segunda é a celulase, que degrada a celulose da parede
celular das células da camada de separação do pecíolo, e a terceira é a poligaractulonase que
19
catalisa as substâncias degradadas da parede celular. Com isso, há uma desestruturação das
células de inserção da folha, vindo a cair pelo vento ou pelo seu próprio peso (FLOSS, 2004).
Conforme MOHR & SCHOPFER (1995), a partir do momento em que a fotossíntese
diminui, a respiração se mantém constante mantendo as lulas vivas. Quando o processo de
degradação da clorofila é total e a fotossíntese é nula, a respiração também diminui até se anular,
ocorrendo a abscisão.
Quando a área foliar fotossinteticamente ativa é mantida, a planta apresenta mais meios
de produção de fotoassimilados para serem armazenados nos grãos, garantindo aumento de
produtividade por área. Segundo PETR et al. (1988), em cevada e trigo foi verificado aumento na
produtividade de grãos devido à permanência da área foliar das plantas.
Tanto na cultura da soja como em outras, a manutenção da área foliar é prejudicada pela
incidência de doenças. A maioria delas provoca alterações das características originais dos
tecidos foliares como clorose e necrose, afetando diretamente a fotossíntese e diminuindo a
eficácia da interceptação da radiação através da redução do IAF e sua duração (KANTOLIC &
CARMONA, 2006).
No caso de um controle fitossanitário adequado e condições fisiológicas apropriadas da
planta, esta pode produzir folhas novas como resposta ao estresse causado pelas doenças.
Entretanto, em estádios reprodutivos, as cultivares determinadas já possuem sua área foliar
estabelecida direcionando-se totalmente à reprodução. em cultivares de hábito indeterminado
geração de novas folhas através da partição dos fotoassimilados com a reprodução,
demandando um alto custo energético para planta. O desbalanço na energia produzida pela planta
reduz a eficácia de suas defesas, favorecendo a infecção pelos patógenos e reduzindo a eficiência
e vida útil da folha.
Cada cultivar de soja possui distinção nas suas características, como índice de área foliar
(IAF) e arquitetura de planta, entretanto, cada uma delas requer uma quantidade mínima de área
foliar (número e tamanho) que garanta a interceptação plena de radiação e desempenho de suas
funções fisiológicas chamado de IAF crítico, normalmente superado quando a planta entra no
estádio reprodutivo. Entretanto, existem casos em que o IAF crítico não é alcançado ou é atingido
tardiamente podendo variar em função da intensidade da desfolhamento, variedade e momento do
ciclo, comprometendo a produção de grãos, sobretudo em variedades precoces. (KANTOLIC &
CARMONA, 2006)
20
Com o aumento dos níveis de desfolha ocorre uma maior redução na produtividade de
grãos (PARCIANELLO et al., 2004). Desta forma, a influência do IAF deficiente tem relação
direta com o número de nós na haste principal da planta e consequentemente nos componentes da
produtividade. Primeiramente o número de nós na haste principal da planta depende do
fotoperíodo e da forma em que as variedades respondem a ele. Para uma mesma condição
fotoperiódica, época de semeadura e latitude, os grupos de maturação mais tardios possuem mais
nós na haste principal que os grupos precoces (KANTOLIC & CARMONA, 2006). Dentro do
mesmo grupo de maturação, as variedades de tipo de crescimento indeterminado tendem a
possuir mais nós na haste principal que as determinadas, apesar de responderem de maneira
semelhante ao mesmo arranjo de plantas na área em condições ideais de cultivo (ELMORE,
2004).
O número de nós na haste principal é pouco influenciado pelas condições de estresses
ambientais, onde plantas submetidas à seca mantêm o mesmo número de nós na haste reduzindo
o número de ramificações ou hastes secundárias (KANTOLIC & CARMONA, 2006). Esta
característica poderia ser compensada através de uma maior densidade de plantas, entretanto, um
aumento na densidade normalmente é compensado por um menor número de nós por planta
(RAMSEUR et al., 1984), pois cada cultivar possui arquitetura de planta diferente, devendo ser
levado em consideração no manejo da densidade populacional de plantas.
Os componentes da produtividade, como número de vagens por nó, grãos por vagem e
peso de grãos possuem uma informação genética predisposta, no entanto a relação é
extremamente dependente da fotossíntese líquida compreendida durante o estádio reprodutivo da
cultura (R1 a R8). O período crítico que define o número de vagens por se entre início da
floração (R1) e a fase de grão verde ou vagem cheia (R6). Para o número de grãos por vagem, o
mesmo consiste entre o início de formação de vagem (R3) e o início da maturação (R7). E por
fim o peso de grãos onde o período crítico se estende desde as vagens completamente
desenvolvidas (R4) até a maturação plena (R8). Modificações nos níveis de radiação, água e
nutrientes durante este período crítico acabam por afetar o desenvolvimento dos componentes
que formarão a produtividade. (BONATO, 2000)
O número de grãos por vagem possui um grande domínio genético, desta forma não o
afetados diretamente por estresses climáticos (KANTOLIC & CARMONA, 2006). o número
de vagens por não segue o mesmo padrão, podendo ser reduzido pelo abortamento de flores e
21
frutos jovens causado pela deficiência na distribuição de carboidratos, bem como por estresses
climáticos em estádios críticos, como é o caso da redução da radiação incidente diminuindo,
significativamente o mero de vagens nos setores médios e nas ramificações (PARCIANELLO
et al., 2004).
Existe uma relação positiva entre o numero de grãos e a radiação interceptada e
acumulada, principalmente durante os estádios R3-R6. Foi observado que a maior duração do
fotoperíodo crítico nessa etapa permite à cultura capturar maior quantidade de radiação,
ratificando a relação entre número de grãos e radiação (KANTOLIC & CARMONA, 2006). No
que diz respeito ao peso de grãos, os mesmos autores mencionam que uma forte relação
genética, porém podem sofrer variação conforme as condições ambientais ou nutricionais.
Variações como deficiência drica ou nitrogenada reduzem o período de enchimento de grãos e
estão associadas diretamente à aceleração da senescência foliar.
2.2 Tecnologia de aplicação:
2.2.1 Alvo
É um determinado organismo biológico que se deseja controlar com um determinado
produto fitossanitário seja ele uma planta daninha, inseto, fungo ou bactéria (MATUO, 1998).
Esse conceito vai mais além, não basta somente estabelecer um objeto no qual se deseja atingir
com a gota do produto, mas sim o conhecimento técnico-agronômico do alvo, como fisiologia,
posição e seus hábitos, enfim o momento fisiológico mais vulnerável a ser atingido pelo produto.
Além disso, o conhecimento da fenologia da planta e do ciclo do patógeno dá suporte ao
entendimento da localização e forma de infecção, podendo direcionar corretamente o controle e
em alguns casos evitar o início da infecção (CHRISTOFOLETTI, 1999).
Algumas infecções via semente expressam sintomas na parte aérea da cultura como no
caso da Cercospora kikuchii, desta forma, o controle adequado pode ser obtido de forma mais
homogênea e de menor custo se for realizado o tratamento da semente reduzindo a quantidade de
22
inóculo na lavoura. Em se tratando de parte rea, grande parte dos patógenos necessitam de um
meio quido para germinação de seus esporos, isso faz com que o local de infecção primordial
para o patógeno sejam as folhas baixeiras que, entre outros fatores, mantêm o molhamento foliar
por mais tempo. Da mesma forma, é nessa posição que a cobertura e penetração do fungicida
ficam mais prejudicadas favorecendo o patógeno.
2.2.2 Espectro de gotas
O espectro de gotas produzido por um equipamento trata-se da caracterização da
pulverização em função dos diferentes tamanhos gotas produzidas. Em uma pulverização com
gotas de tamanho muito semelhantes o espectro é considerado homogêneo, com gotas
produzidas de tamanhos distintos ele é chamado de heterogêneo (CHRISTOFOLETTI, 1999).
As aplicações através da tecnologia de Baixo Volume Oleoso tem a capacidade de
produzir gotas finas de um espetro homogêneo, maximizando as condições de penetrar no dossel
e cobrir todas as partes da planta, pois confere uma capacidade superior em número de gotas de
mesmo tamanho, capazes de cobrir toda a folhagem da planta (MONTEIRO, 2006). Entretanto, o
mesmo autor ressalta que devido ao tamanho reduzido dessas gotas, há um grande risco de deriva
para outras áreas, através de aplicações acima da velocidade do vento recomendada para o
equipamento.
Por outro lado, a aplicação com espectro heterogêneo pode ser uma alternativa para
aplicações cujo alvo não é de tamanho diminuto e, portanto o necessita de gotas finas para
atingi-los. Da mesma forma, em regiões onde as condições de aplicação não são muito adequadas
devido ao alto potencial de deriva, o espectro heterogêneo de gotas tem desempenho favorável,
pois proporciona um intervalo de aplicação nessas áreas maior que espectros homogêneos.
2.2.3 Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) e Diâmetro Mediano Numérico (DMN)
23
Dentro de um espectro de gotas pulverizado por um equipamento necessidade de se
conhecer as características médias dessas gotas que compõem uma série pulverizada, pois
refletem diretamente a cobertura e penetração do produto. Para tanto se utilizam os parâmetros
estatísticos Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) e o Diâmetro Mediano Numérico (DMN)
que permitem expressar numericamente o tamanho e a uniformidade das gotas.
O DMV trata-se de um valor expresso em micrômetros (µm), que representa o diâmetro
da gota e que divide o volume total em duas metades iguais, ou seja, metade do volume
pulverizado é constituído de gotas menores que o DMV e a outra metade em gotas maiores que
esse valor. Nota-se que o valor DMV está situado mais próximo do limite superior das classes de
diâmetro, pois o volume de poucas gotas grandes equivale ao de muitas gotas pequenas (MATUO
et al., 2005).
O DMN é um valor também expresso em micrômetros (µm) e corresponde ao diâmetro da
gota e que divide o número total de gotas em duas porções iguais, onde metade do número de
gotas da série são maiores que DMN e a outra metade são menores. Desta forma, o valor do
DMN será necessariamente menor ou igual ao DMV, pois a medida independe de volume e as
gotas pequenas são numeradas da mesma forma que as grandes.
2.2.4 Cobertura e penetração de gotas
A cobertura de gotas trata-se da quantidade de superfície visada (alvo) que é atingida pela
pulverização e expressada em porcentagem (VELLOSO, 1984).
A cobertura é dada pela fórmula de COURSHEE (1967), citado por MATUO et al.
(2005):
C = 15 V R K²
A D
Sendo:
C = cobertura (% da área)
V = Volume de aplicação (L.ha
-1
)
R = taxa de recuperação
24
K = fator de espalhamento de gotas
A = superfície vegetal existente no hectare
D = diâmetro de gotas
De acordo com os parâmetros adotados pela fórmula, para aumentar a cobertura basta
elevar o volume de aplicação (V). A taxa de recuperação (R), correspondente à porcentagem do
volume aplicado captado pelo alvo, é dependente de diversos fatores inerentes à tecnologia de
aplicação como momento de aplicação, tamanho de gota e arranjo de plantas adequados. O fator
de espalhamento de gotas (K) é uma função quadrática, por isso atua sensivelmente na cobertura.
Entretanto, pode ser maximizado pela adição de componentes tensoativos à calda que reduzem a
tensão superficial da gota diminuindo o ângulo de contado com a superfície foliar (KISSMANN,
1998).
Além de proporcionar uma maior de cobertura de área por gota, a redução na tensão
superficial permite que o produto penetre em locais antes impossibilitados como, epidermes com
alta densidade de tricomas e aberturas naturais de pragas. No que diz respeito ao denominador, a
relação é matematicamente inversa, ou seja, a cobertura será prejudicada com o aumento da área
foliar por hectare, mantida as demais condições.
No decorrer do ciclo vegetal ocorre um aumento no IAF e desta forma, devem ser
efetuados ajustes necessários nos outros pametros da fórmula, caso contrário a eficácia da
aplicação é extremamente afetada. BALARDIN et al., (2001), verificaram melhor controle de
doenças de final de ciclo com aumento do volume da aplicação à medida que se aumenta o índice
foliar. Além do ajuste do volume da aplicação (V), a mudança no tamanho da gota (D) e a adição
de adjuvantes à calda beneficiando o espalhamento de gotas (K) são estratégias possíveis.
Outra forma que expressa a cobertura do alvo é através da medida gotas.cm
-2
(CHRISTOFOLETTI, 1999). Esse parâmetro é mais fácil de ser determinado tanto na forma de
contagem manual como através de softwares, e estabelece a quantidade mínima de gotas
suficiente para expressar o efeito do produto. Contudo, essa medida varia muito conforme as
características dos produtos e a adição de adjuvantes, encontrando muitas divergências entre
pesquisadores.
No caso específico de fungicidas, OZEKI & KUNZ (1998) defendem a tese de que é
necessário um mínimo de 30 a 50 gotas.cm
-2
(sistêmicos) e mais de 70 (protetores).
25
CHRISTOFOLETTI (1999), aponta a necessidade de 30 a 40 gotas.cm
-2
(sistêmicos) e entre 50 a
70 (protetores). Dados obtidos por UGALDE (2005) com volumes de calda de 120 e 160 L.ha
-1
mostraram uma cobertura de gotas mínima eficiente para fungicida sistêmico de 45 e 60
gotas.cm
-2
respectivamente.
OZEKI & KUNZ (1998) ressaltam que a eficácia biológica da aplicação depende da
qualidade da cobertura e penetração assim como redução das perdas por deriva e evaporação,
proporcionados pelo diâmetro de gotas. O aumento no diâmetro de gotas reduz o arraste pela
deriva apresentando menos problemas com a evaporação no trajeto da ponta ao alvo, porém
promovem uma menor cobertura da superfície a ser tratada.
MATUO et al. (2005), todavia adverte que é possível conseguir um bom grau de
cobertura e redução das perdas através do aumento do volume aplicado mesmo com gotas
grandes, embora com menor rendimento operacional do equipamento. Já gotas menores têm
pouco peso e inércia permanecendo por mais tempo em suspensão no ar ficando suscetíveis ao
arraste pela deriva e evaporação durante a aplicação, porém em condições adequadas a
penetração e cobertura do alvo é frequentemente maior (SANTOS, 1998).
Outra forma de maximizar a cobertura e penetração, bem como reduzir o risco de deriva,
se através de gotas carregadas eletricamente (MATUO et al., 2005). Essa técnica atribui carga
elétrica às gotas de forma a serem atraídas para as plantas pelas forças elétricas de atração.
2.2.5 Pontas de pulverização
As pontas de pulverização juntamente com as peneiras fazem parte dos componentes do
bico. Nos bicos, o líquido sob pressão (fonte de energia potencial para a formação das gotas)
passa pela peneira e por fim o orifício da ponta, produzindo uma película que vai aumentando
gradativamente a sua superfície e conseqüentemente diminuindo a espessura, até romper-se em
pequenas gotas (MATUO et al., 2005). Basicamente, as pontas de pulverização possuem três
funções importantes, como a determinação da vazão de acordo com o tamanho do orifício,
características do líquido e pressão de trabalho, a distribuição e o tamanho de gotas em função do
modelo da ponta, característica do líquido e pressão de trabalho.
26
Quanto à forma do jato e distribuição, as pontas se dividem em pontas de jato cônico, com
orifício e deposição circular e de jato plano com orifício em forma de fenda originando jato em
forma de leque e com deposição linear (MATUO et al., 2005). Além disso, os cônicos podem
trabalhar com uma faixa de pressão muito mais elevada que as demais pontas
(CHRISTOFOLETTI, 1992).
Nas pontas de jato cônico, o núcleo conhecido como difusor serve para proporcionar
movimento helicoidal ao jato líquido que por ele passa e então se abre em um cone. É
denominado cone cheio, quando o difusor tem um furo no centro e as gotas se distribuem por
toda a extensão do cone. no cone vazio, o difusor só tem furos nas laterais fazendo com que as
gotas se concentrem somente na periferia do cone.
De acordo com o projeto da ponta, elas podem ser divididas em ponta Tipo Disco, que
opera a pressão elevada e é indicado para aplicação de suspensões, como é o caso da calda
cúprica, e a Tipo Ponta, que opera a menor pressão e apresenta pulverização mais fina, sendo
recomendado para aplicação de emulsões e soluções. Segundo CHRISTOFOLETTI (1992), essas
pontas foram amplamente utilizadas devido a sua exclusividade na formação de gotas menores de
maior penetração. Entretanto, a partir do surgimento das pontas de jato leque, esse conceito
começou a ser alterado, visto que apresentam uniformidade de distribuição e cobertura do alvo
superiores nos diversos estratos da planta (BALARDIN, 2002).
As pontas de jato leque produzem um jato em um plano e podem ser de deposição
contínua, quando a distribuição do líquido na faixa de deposição é uniforme e pode ser de
deposição descontínua, quando a deposição é maior no centro da faixa decrescendo
simetricamente para os bordos. O jato de deposição descontínua é recomendado para ser usado
em série, montado em barra, sobrepondo-se o jato com os jatos vizinhos.
A sobreposição é considerada satisfatória quando o coeficiente de variação (CV) for
inferior a 10% (MATUO et al., 2005). No caso de um CV superior a esse valor, a distribuição é
considerada desuniforme e pode ser causado pelo uso de pontas desgastadas ou de baixa
qualidade, pressões inadequadas ou mesmo condições de altura e espaçamentos entre bicos não
recomendados visto que os ângulos mais comuns são de 80 e 110 graus.
Além do jato leque, as pontas de jato plano ainda podem ser discriminadas em pontas de
jatos de impacto, também chamadas de leque defletor. Essas pontas o de alta vazão e grande
angulação produzindo ângulos maiores que as do leque comum podendo chegar até a 130°.
27
Devido a sua angulação, pode trabalhar mais próximo ao solo e aliado a capacidade de produção
de gotas maiores se operadas a baixas pressões (1 a 2 bar), reduz significativamente potencial de
deriva (NETO, 2000). BONINI (2003) observou superioridade na produtividade de soja
utilizando pontas de jato leque defletor e leque plano quando comparadas às pontas cone, duplo
leque e indução de ar para uma determinada cultivar de soja.
A ponta de pulverização de jato plano duplo leque, possui dois orifícios idênticos
produzindo um leque voltado 30º para frente e outro 30º para trás em relação à vertical. Sua
produção de gotas é de tamanho menor quando comparado a uma ponta de jato leque de vazão
equivalente. CHRISTOFOLETTI (1992) ressalta que a angulação do jato tende a ser mais
incisivo na penetração e cobertura do produto no dossel inferior da cultura, condição
indispensável para aplicação de fungicidas.
No entanto, BONINI (2003) encontrou desempenho inferior do jato plano duplo leque
quando comparadas com pontas cone, leque comum e indução de ar, atribuindo a afirmação às
condições climáticas no momento da aplicação que proporcionaram perdas comprometendo a
eficácia da ponta. O autor relata ainda que observou acréscimo na eficácia do controle devido a
redução da vazão de trabalho, proporcionado pelo aumento no tamanho da gota, minimizando
suas perdas.
O Turbo TeeJet® Duo trata-se de um corpo de bico colocado na saída da mangueira e
dotado dois orifícios, um voltado 30º para frente e outro 30º para trás em relação à vertical onde
devem ser acopladas as pontas de pulverização (TEEJET, 2006). Geralmente, é acoplada uma
ponta que produza gotas médias a finas no orifício da parte de traz e a segunda ponta acoplada no
orifício na parte da frente, que produza gotas de médias a grossas. O objetivo desta combinação é
melhorar a penetração e cobertura proporcionada pelas duas angulações bem como reduzir o
efeito da deriva com gotas mais grossas na parte frontal, evitando perdas das gotas menores.
As pontas são componentes essenciais para atingir o sucesso na aplicação. Todo o esforço
na defesa fitossanitária não passa de um desperdício se as pontas não são apropriadamente
selecionadas, instaladas e conservadas. MATUO et al. (2005) faz uma ressalva com relação à
pressão de trabalho estabelecida pelos fabricantes, dizendo que o aumento da pressão acima da
pressão recomendada, não leva necessariamente as gotas a uma distância maior, podendo
acontecer o inverso, ou seja, aumentando a pressão, havea diminuição do tamanho das gotas,
28
as quais terão pouco peso e a distância percorrida pelas mesmas diminuirá, não importando a
força com que sejam lançadas.
29
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi conduzido em área experimental no município de Itaara, região central
do Rio Grande do Sul, localizado em latitude 29
0
35’, longitude 53
0
48’ e altitude de 444m. A
instalação do mesmo se deu em 11 de dezembro de 2005, estendendo-se até a conclusão em 31 de
maio de 2006.
3.2 Cultivo e manejo das plantas
A cultivar de soja utilizada no trabalho foi M-SOY 8000 RR (Anexo 1).
As sementes foram previamente tratadas com Fipronil (250 g.L
-1
) e Carbendazin +
Thiram (15% + 35%), na dose de 200 ml.100 kg
-1
de semente e homogeneizadas utilizando um
tambor rotativo com eixo excêntrico.
As sementes foram inoculadas com estirpes de Bradyrhizobium japonicum (225ml.50kg
-1
de semente) na linha de plantio e semeados em diferentes espaçamentos. Foi utilizado 240 kg.ha
-1
da fórmula 3-24-18 (N-P-K) na adubação de base. Para evitar o contato direto da semente com as
partículas do fertilizante, estas foram dispostas a 3 cm de profundidade e o último a 15 cm.
A cultura foi estabelecida em área de cultivo sob sistema de semeadura direta, sucedendo
a cultura do trigo. A área do experimento foi dessecada com 2,5 L.ha
-1
do herbicida glifosato
(480 g.l
-1
), e os demais tratamentos necessários para a proteção da cultura da soja foram
realizados conforme as recomendações com exceção da aplicação de fungicidas.
O acompanhamento dos principais estádios fenológicos das plantas de soja acompanhou a
Escala Fenológica da Soja elaborada por FEHR,W. R. CAVINESS, C. E. (1977) (Anexo 2).
30
3.3 Espaçamentos e densidade de plantas
As linhas de semeadura foram espaçadas em 30, 45 e 60 cm. A densidade de plantas, de
33 pl.m
-2
, foi mantida homogênea em todos os espaçamentos, para isso foi realizado o desbaste
manual no número de plantas na linha, restando 10 pl.m
-1
, 15 pl.m
-1
e 20 pl.m
-1
respectivamente
(Figura 1).
31
FIGURA 1 - Espaçamentos entre
linhas de soja de 30, 45 e 60 cm. Santa
Maria, 2007.
3.4 Equipamentos e volume de calda
As aplicações foram realizadas com pulverizador costal propelido à CO
2
, com barra de
aplicação dotada de cinco pontas de pulverização. Foram utilizadas pontas de jato leque plano de
uso ampliado (XR 11001) a uma pressão de 172 kPa, jato plano duplo comum (TJ-60 11002) a
uma pressão de 206 kPa, cone vazio (TXA 8002) a uma pressão de 241 kPa
e o Turbo TeeJet®
Duo (leque turbo (TT 11002)+ leque planto ampliado (XR 11002)) a uma pressão de 206 kPa
(Figura 2). As pressões seguiram a recomendação da Spraying Sistems Co. para cada ponta, com
o objetivo de distribuir uma vazão de 200 L.ha
-1
. As características técnicas das mesmas são
apresentadas no Anexo 3.
FIGURA 2 - Pontas de jato leque plano de uso ampliado (XR 11001), jato duplo leque (TJ-
60 11002), cone vazio (TXA 8002) e o Turbo TeeJet® Duo (leque turbo (TT 11002) + leque
planto ampliado (XR 11002)).
32
3.5 Aplicação dos tratamentos
As parcelas principais apresentavam três espaçamentos, subdivididas onde foram
pulverizadas com cada ponta e novamente subsubdivididas para receberem três momentos de
aplicação. O fungicida utilizado a mistura fungicida Cyproconazole + Azoxystrobin, aplicado em
toda área do experimento de acordo com cada tratamento, exceto nas testemunhas.
Os momentos de aplicação foram desenvolvidos através do ajustamento do número de
aplicações com os estádios fisiológicos da cultura. Cada subsubparcela recebeu estratégias
diferenciadas de aplicação: três aplicações (estádios V9, R1 e R3), duas aplicações (estádios V9 e
R1) e uma aplicação (estádio V9).
A deposição de gotas foi avaliada com papeis hidrosensíveis dispostos no dossel inferior e
mediano da planta (Figura 3), perpendicularmente às linhas da cultura. Logo após a aplicação da
cada tratamento foram coletados e acondicionados em papel adesivo e copiados para um
microcomputador por um Scanner com resolução de 600 dpi. A análise da deposição de gotas foi
possibilitada pelo software e-Sprinkle® desenvolvido pela Ablevision.
33
FIGURA 3 - Papéis hidrosensíveis
colocados no dossel inferior e
mediano da cultura da soja. Santa
Maria, 2007.
As parcelas mediram 16,5 m de comprimento, com larguras diferentes no que tange cada
espaçamento, pois seis linhas de plantio compunham cada subsubparcela. No espaçamento de 30
cm a largura foi de 1,8 m, no espaçamento de 45 cm foi de 2,7 m e no espaçamento de 60 cm de
3,6 m (Figura 4). A área útil colhida nas subsubparcelas correspondeu a quatro linhas de plantio
do interior das mesmas, descartando as bordaduras.
FIGURA 4 - Esquema demonstrativo das subsubparcelas de cada tratamento,
nos três espaçamentos.
16,5 m
3,6 m
2,7 m
1,8 m
3 m
1,5 m
30 cm
45 cm
60 cm
34
3.6 Avaliações
O estabelecimento da doença se deu naturalmente.
Avaliou-se a severidade de ferrugem em cada subsubparcela através de notas visuais
dadas pela leitura de área foliar com sintomas típicos da doença nos estádios R3, R5, R5,5 e R6,
que possibilitou a elaboração da Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Esse
modelo permite uma avaliação mais estável, sendo menos afetado pelo tempo de análise e
variações ambientais. A AACPD pode ser usada como descritor de uma epidemia, quando o
objetivo é resumir uma curva de progresso de doença em dados que possam ser analisados e
comparados (CAMPBELL & MADDEN, 1990).
AACPD= Σ
n
i-1
[(Y
i+1
+Y
i
)x 0,5)x(T
i+1
-T
i
)]
Sendo:
Yi: severidade da doença na época de avaliação i (i= 1,...,n)
Yi+1: severidade da doença na época de avaliação i + 1
Ti: época da avaliação i, que geralmente se considera o número de dias após a emergência das
plantas.
Ti+1: época da avaliação i + 1
n = nº de observações
As avaliações de cobertura, penetração e Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV)
iniciaram pela leitura dos papéis hidrosensíveis dispostos nas alturas do dossel inferior e mediano
da planta, perpendiculares às linhas da cultura. Logo após a aplicação da cada tratamento os
papéis hidrosensíveis foram coletados e protegidos com papel adesivo. Em seguida foram
copiados para um microcomputador por um Scanner com resolução de 600 dpi. As avaliações
possibilitaram a determinação da cobertura (número de gotas.cm
-2
) e penetração bem como o
Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).
35
A altura do dossel inferior e estatura final da planta foram determinadas através da
observação de uma régua posicionada ao lado da planta de soja, nos intervalos entre os estádios
R3 e R6, e R7 e R8.
A Área Foliar Verde (AFV) e desfolha foram avaliados através de notas visuais atribuídas
a cada subsubparcela, atribuídas nos estádios R5,5, R6, R6,6 e R7.
3.6.1 Componentes da produtividade
Ao final do ciclo da cultura, foram coletadas 10 plantas por subsubparcela, identificadas e
acondicionadas em sacos de papel para evitar a retenção de umidade no material. Logo após
foram levadas a uma sala onde se deu a avaliação dos componentes estudados.
A planta foi fragmentada nos terços inferior, mediano e superior, de onde foram extraídos
os componentes que fazem parte da produção de grãos.
O número total de vagens foi determinado através da contagem direta de todas as vagens com
grãos formadas pela planta.
O número de vagens com um, dois e três grãos foram obtidos pela contagem direta dos
mesmos retirados das vagens previamente separadas pela quantidade de grãos.
Avaliou-se o número de grãos por dossel.
A determinação do número de grãos por 10 plantas deu-se através da contagem direta de
todos os grãos encontrados nas plantas.
A determinação da massa de 1000 grãos foi realizada através de um contador eletrônico
digital com erro de 0,1%. Posteriormente realizada a pesagem e uma balança com precisão de
centésimos de grama.
36
3.6.2 Produtividade final
Após a trilha das sementes foi determinada a umidade e o valor ajustado para 13% e
finalmente expresso em kg.ha
-1
.
Após a determinação da produtividade final do tratamento foi obtida a diferença de
produtividade, resultante da subtração da produtividade do tratamento com a produtividade da
testemunha de cada espaçamento, para determinar o efeito de cada tratamento.
3.7 Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com parcelas
subsubdivididas e quatro repetições. Os tratamentos (Tabela 1) forma constituídos pela
combinação de três espaçamentos entre linhas, quatro pontas de pulverização e três momentos de
aplicação. As parcelas foram compostas dos espaçamentos entre linhas de 30, 45 e 60 cm, as
subparcelas das pontas XR 11001, TJ-60 11002, TXA 8002 e o Turbo TeeJet® Duo (TT 11002 +
XR 11002) e as subsubparcelas dos momentos de aplicação com três aplicações (estádios V9, R1
e R3), duas aplicações (estádios V9 e R1) e uma aplicação (estádio V9).
As variáveis estudadas foram submetidas à análise de variância e os efeitos
estatisticamente significativos pelo teste F foram discriminados pelo teste de Tukey (p<0,05)
para comparação múltipla de dias (“PlotIT” versão 3.2 para ambiente Windows).
TABELA 1 - Tratamentos utilizados no experimento obedecendo ao
delineamento de blocos ao acaso com parcelas subsubdivididas, Santa
Maria, RS.
37
(1)
XR 11001 - ponta de jato leque plano de uso ampliado (172 kPa), TJ-60 11002 ponta
de jato plano duplo comum (206 kPa), TXA 8002 ponta de cone vazio (241 kPa)
e o
Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 (leque turbo)+ XR 11002 (leque plano ampliado) (206
kPa).
(2)
Três aplicações (estádios V9, R1 e R3), duas aplicações (estádios V9 e R1) e uma
aplicação (estádio V9).
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados possibilitou verificar um comportamento diferenciado das plantas nos
espaçamentos testados, com relação à tecnologia de aplicação de fungicidas na parte aérea das
plantas, bem como no manejo da cultura da soja. Os valores dos quadrados médios residuais e as
respectivas significâncias estatísticas relativas às variáveis analisadas são apresentados nos
Anexos 4 e 5.
Para os fatores espaçamento entre linhas e pontas de pulverização analisados
separadamente bem com em interação, a análise da variância revelou valores do teste F
significativos (P < 0,05) relativos à cobertura de gotas, Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV),
severidade da doença, Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), taxa de
progresso da doença (r), área foliar verde (AFV), desfolha, altura do dossel inferior, estatura final
de planta, número total de vagens, número total de grãos, vagens com um, dois e três grãos, peso
de mil grãos (PMG) e produtividade agrícola.
A análise da variância para o fator momento de aplicação apresentou valores do teste F
significativos (P < 0,05) para severidade da doença, Área Abaixo da Curva de Progresso da
Doença (AACPD), área foliar verde (AFV), desfolha, número total de vagens, número total de
grãos, vagens com um, dois e três grãos, peso de mil grãos (PMG) e produtividade agrícola.
Para a interação dos fatores espaçamento entre linhas e momento de aplicação, os valores
do teste F revelaram valores significativos para severidade da doença, Área Abaixo da Curva de
Progresso da Doença (AACPD), área foliar verde (AFV), desfolha, altura do dossel inferior,
estatura final de planta, número total de vagens, número total de grãos, vagens com dois e três
grãos, peso de mil grãos (PMG) e produtividade agrícola. Para a interação entre os fatores pontas
de pulverização e momento de aplicação, os valores do teste F revelaram valores significativos
para severidade da doença, Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), área foliar
verde (AFV), desfolha, número total de vagens, número total de grãos, vagens com um, dois e
três grãos. Para interação tripla os valores do teste F revelaram valores significativos para
severidade da doença, Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), área foliar
verde (AFV), desfolha, número total de vagens, número total de grãos, vagens com um, dois e
três grãos.
39
A severidade da ferrugem asiática representada pela área foliar da planta atacada pelo
patógeno, observada na parcela do tratamento testemunha indicou uma quantidade de inóculo no
experimento capaz de discriminar os diferentes tratamentos quanto à sua eficácia. A presença da
doença no experimento se deu de forma natural.
A severidade dos tratamentos testemunhas dos espaçamentos 30, 45 e 60 cm, foi
mensurada no decorrer de quatro avaliações nos estádios de R3, R5, R5,5 e R6, sendo que a
severidade final presente no experimento atingiu 75,00%, 65,11% e 52,50% respectivamente
(Figura 5). A variação na severidade da doença na cultura da soja sem controle químico, mostrou
que somente o arranjo diferenciado de plantas na área foi suficiente para atrasar o
desenvolvimento da doença.
A taxa de progresso da doença foi significativamente afetada pelos diferentes
espaçamentos entre linhas (Figura 6). O espaçamento de 30 cm apresentou maior taxa de
progresso da doença, passando pelo espaçamento de 45 cm e por último, com menor velocidade
de progresso da doença está o espaçamento de 60 cm. Esses resultados podem ser explicados pelo
conceito de que quando a temperatura não está entre os 18 a 28
0
C e o ambiente está seco, ou seja,
baixa umidade relativa do ar e consequentemente baixo molhamento foliar, a taxa de progresso
da doença é retardada (REIS, 2004; VILLAR et al., 2004).
Os adensamentos de plantas provocados pelos espaçamentos menores propiciaram
condições para que o sombreamento foliar provocado pelas folhas das plantas vizinhas e da
própria planta seja mais intenso. Com isso, ocorre a formação de um microclima favorável ao
patógeno, onde a temperatura sofre menores alterações, permanecendo abaixo de 28
0
C e o
orvalho tem sua evaporação retardada, determinando um tempo de molhamento foliar em torno
de 10 horas por dia, ideal para a germinação e infecção de seu esporo (BALARDIN, 2002).
40
c
b
a
(1)
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
30 cm 45 cm 60 cm
S
e
v
e
r
i
d
a
d
e
(
%
)
Espaça m ento
FIGURA 5 - Severidade (%) nos tratamentos testemunhas dos espaçamentos de 30, 45 e 60
cm. Santa Maria, 2007.
(1)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P0,05). C.V. (%) 17,51.
c
b
a
(1)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
30 cm 45 cm 60 cm
T
a
x
a
d
e
p
r
o
g
r
e
s
s
o
(
r
)
Espaçamento
FIGURA 6 - Taxa de progresso (r) da ferrugem asiática da soja, nos espaçamentos de 30, 45
e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P0,05). C.V. (%) 11,37.
41
Analisando os momentos das aplicações constituídas de pulverizações em estádios pré-
determinados (V9, V9-R1 e V9-R1-R3) pelas pontas em cada espaçamento, foi constatada
diferença significativa tanto para taxa de progresso da doença (r) quanto para severidade dentro
de cada espaçamento (Tabela 2).
No espaçamento de 30 cm (Tabela 2) ocorre a redução significativa da severidade
somente foi possível graças à realização de três aplicações de fungicida (V9-R1-R3), não
diferenciando-se estatisticamente entre nenhuma das pontas testadas. Com relação à taxa de
progresso (r) para o mesmo número de aplicações, as pontas que apresentaram menor r foram as
de jato duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002) seguida do leque plano (XR 11001) e do
Turbo TeeJet® Duo (XR+TT). O objetivo da combinação das duas pontas no último
equipamento, foi melhorar a penetração e cobertura proporcionada pelas duas angulações e
reduzir o efeito da deriva. Devido a utilização de gotas mais grossas na parte frontal produzidas
pela ponta de jato plano defletor (TT 11002), evitando perdas das gotas menores produzidas pela
ponta de leque plano (XR 11002).
Quando o número de aplicações passa para duas (V9-R1) neste espaçamento, começou a
haver distinção estatística entre as pontas utilizadas, a maior severidade ficou por parte da ponta
de leque plano (XR 11001) seguida do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) e por fim as pontas de jato
duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002). A r não apresentou diferenciação estatística entre
as pontas testadas quando foram realizadas duas aplicações. Resultado semelhante foi observado
com relação à severidade e r utilizando-se somente uma aplicação (V9), novamente as pontas não
diferenciaram significativamente com exceção do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT), apesar dos
valores maiores da severidade e r, o mesmo não foi suficiente para ocorrer a diferenciação
estatística das demais pontas trabalhadas.
para o espaçamento de 45 cm, os tratamentos onde foram utilizadas três aplicações
(V9-R1-R3) provocaram redução na severidade da doença, entretanto, nas pontas de jato duplo
leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002) foram as que apresentaram significância com relação a
esse parâmetro diferenciando das demais. Por outro lado, a r não distinguiu estatisticamente entre
as pontas testadas, mostrando comportamento significativamente mais tênue com um número
maior de aplicações.
Na utilização de duas aplicações (V9-R1) a variação na severidade não mostrou
significância entre os tratamentos com as pontas trabalhadas. a r apresentou menor valor para
42
o tratamento com a ponta cone (TXA 8002) seguido da ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002),
do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) e por fim a ponta de leque plano (XR 11001) com o maior
valor da r para duas aplicações. No mesmo sentido, com a utilização de uma aplicação (V9) não
houve plena diferenciação estatística entre as pontas no que diz respeito a severidade e a r.
A dinâmica da doença bem como do hospedeiro apresentaram um desempenho
diferenciado no espaçamento de 60 cm, amesmo o desempenho das pontas de pulverização
sofreu alteração. Pontas que produzem um espectro de gotas muito finas como a ponta cone
(TXA 8002) mostrou não ter bom desempenho em espaçamentos avantajados, provavelmente
pela maior exposição das gotas às intempéries reduzindo a eficácia biológica do produto.
Com a utilização de três aplicações (V9-R1-R3), os tratamentos onde forma utilizadas a
ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) juntamente com a ponta de leque plano (XR 11001) e o
Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) apresentaram os menores valores de severidade para este
espaçamento, diferenciando-se estatisticamente do tratamento com a ponta cone (TXA 8002)
com o maior índice. A r seguiu a mesma tendência, onde os tratamentos com as pontas de jato
duplo leque (TJ-60 11002) e Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) obtiveram menor valor, seguido do
tratamento com a ponta de leque plano (XR 11001) e com a ponta cone (TXA 8002)
apresentando o maior valor de r.
Com duas aplicações (V9-R1) neste espaçamento, a variação na severidade não foi
significativa para os tratamentos, com menor tendência para a utilização da ponta de jato duplo
leque (TJ-60 11002) e de maior para o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT). No caso da r, o menor
valor significativo ficou por parte do tratamento com a ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002),
seguido das pontas de leque plano (XR 11001) e cone (TXA 8002) e por fim o Turbo TeeJet®
Duo (XR+TT) com a maior evolução da doença. Quando foi aplicado somente uma vez,
novamente o tratamento com a ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) obteve diferenciação
estatística com a menor severidade, seguido do tratamento com a ponta de leque plano (XR
11001). Os tratamentos com a ponta cone (TXA 8002) e o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT)
mostraram os maiores valores da r.
43
TABELA 2 - Severidade e taxa de progresso (r) da ferrugem asiática da soja sob três
espaçamentos e três aplicações. Santa Maria, 2007.
Ponta
(1)
Aplicação
(2)
XR
3
4,67
(5)
a 0,175 ab 2,50 b 0,092 a 2,00 ab 0,073 b
11001
2
15,00
bcd
0,630
bcd
13,00
bcd
0,534
cde
8,50
cde
0,332
de
1 18,67 cd 0,805 d 15,50 d 0,641 de 13,50 ef 0,544 fg
TJ - 60
3 2,67 a 0,098 a 0,50 a 0,018 a 0,00 a 0,000 a
11002
2 12,33 b 0,502 abcd 9,50 bcd 0,375 bc 7,00 bcd 0,269 d
1
16,00
cd
0,666
bcd
14,00
cd
0,581
cde
12,50
de
0,483
f
Cone
3 3,33 a 0,123 a 1,50 a 0,054 a 4,00 bc 0,149 c
TXA 8002
2 12,67 b 0,518 abcd 8,50 bcd 0,332 b 8,00 cde 0,311 de
1 17,00 cd 0,717 cd 14,50 d 0,606 de 14,50 f 0,592 g
Du
3
5,67
a
0,215
abc
2,50
bc
0,092
a
1,00
a
0,036
ab
(XR+TT)
2 14,33 bc 0,598 abcd 11,00 bcd 0,441 bcd 9,00 cdef 0,353 e
1 19,33 de 0,841 de 16,50 de 0,706 ef 14,50 fg 0,606 gh
75,00 f 10,381 f 62,11 f 5,396 g 52,50 h 3,647 i
Tratamentos
Espaçamento (cm)
60
r
(4)
Severidade (%)
30 45
r r
Severidade (%)
(3)
18,77 18,5415,88 17,76
Severidade (%)
15,35C.V. (%)
Testemunha
13,45
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
..
(2)
Momentos de aplicação: 3 aplicações (estádios V9, R1 e R3), 2 aplicações (estádios V9 e R1) e 1
aplicação (estádio V9).
(3)
Severidade (%): porcentagem de área foliar atacada pela doença.
(4)
Taxa de progresso da
doença (r).
(5)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro da variável severidade e r para cada espaçamento não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
Os dados de severidade da doença obtidos nos diferentes estádios de desenvolvimento da
cultura e foram utilizados para estimar a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD).
Desta forma, o cálculo da AACPD, mostrou resposta semelhante apresentada na figura anterior.
A variação foi significativa (Figura 7), principalmente no que diz respeito ao espaçamento de 30
cm onde apresentou a AACPD de 99,00, muito superior aos 74,17 do espaçamento de 45 cm e de
66,25 do espaçamento de 60 cm.
Pelo fato da infecção da doença ter sido de forma natural e apresentar uma AACPD
diferenciada, demonstrou que o efeito dos espaçamentos proporcionou condições diferenciadas
ao estabelecimento e na quantidade final de doença na área. HEIFFIG et al. (2006) trabalhou com
diversas populações e espaçamentos entre plantas de soja e ressalta que o rápido fechamento nas
entrelinhas estabelece condições de menor circulação de ar e maior umidade, o que pode
favorecer a incidência de doenças. Os mesmos autores mencionam que o benefício do
44
adensamento de plantas se em relação à competição com as plantas daninhas presentes na
área.
Quando se analisa o efeito de três aplicações de fungicida, no espaçamento de 30 cm, o
foi suficiente para reduzir a AACPD em relação aos espaçamentos maiores (Figura 8). Os
espaçamentos de 45 e 60 cm não diferiram estatisticamente entre si com relação ao mero de
aplicações, com exceção da realização de uma única aplicação de fungicida. Quando foi realizada
somente uma aplicação, houve diferença estatística em favor do espaçamento de 60 cm que
apresentou menor AACPD. Essa menor quantidade de doença teve influência de fatores com
relação à proteção propiciada pelo fungicida em todo o dossel da planta e no que diz respeito ao
curto período de molhamento foliar que prejudicou a aderência e infecção do esporo reduzindo a
severidade da doença (BALARDIN, 2002).
c
b
a
(1)
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
30 cm 45 cm 60 cm
A
A
C
P
D
Espacamento
FIGURA 7 Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), estabelecida por
quatro observações, para os espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)
Médias
seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05). C.V. (%) 9,63.
45
b
a
ab
(3)
c
ab
a
(2)
c
b
a
(1)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
30 cm 45 cm 60 cm
A
A
C
P
D
Espaçamento
3 aplicações
2 aplicações
1 aplicação
FIGURA 8 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), estabelecida por
quatro observações, considerando o número de aplicações para os espaçamentos de 30, 45 e
60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey
(P0,05).
(1)
C.V (%) 7,94.
(2)
C.V (%) 11,69.
(3)
C.V. (%) 5,84.
A severidade da ferrugem asiática nos diferentes tratamentos demonstrou estar
relacionado com os níveis de desfolha provocada nas plantas (Tabela 3). Isso pode ser
confirmado pela presença da severidade e desfolha elevadas nas testemunhas de cada
espaçamento. Conforme relatado por INGRAM et al. (1981), o efeito do desfolhamento sobre o a
produtividade de grãos demonstrou ter sido causado pela redução da interceptação da luz e
fotossíntese do dossel.
Iniciado o desfolhamento, a planta de soja mantém até certa densidade de folhas sua taxa
de expansão foliar como antes, porém, a taxa fotossintética de cada folha remanescente é
maximizada para compensar as folhas que senesceram (LI et al., 2006). Desta forma, a tolerância
ao desfolhamento sem causar prejuízos à produção de grãos é uma condição delicada e inócua a
cada cultivar.
O espaçamento de 30 cm apresentou um nível de desfolha mais severa e intensa com
relação aos demais, provocado diretamente pela presença intensa da ferrugem neste espaçamento
(Figura 7) danificando o sistema foliar da planta. O incremento no número de aplicações garantiu
46
a redução significativa na severidade da doença bem como a redução nos níveis de desfolha em
todos os tratamentos com as pontas testadas, atingindo valores médios em torno de 4,08 e 42%
respectivamente. Destaque para os tratamentos com as pontas de jato duplo leque (TJ-60 11002)
e cone (TXA 8002), que apresentaram menores níveis de desfolha, estatisticamente semelhante
para os três números de aplicações.
No espaçamento de 45 cm a severidade foi intermediária, entretanto, os níveis de
desfolhas se comportaram de forma mais dinâmica que nos demais, variando de 30,0 a 50,0%
(Tabela 3). O mero de aplicações diferenciado do fungicida mostrou ter influência sobre os
níveis de desfolha da planta, mostrando ter relação direta com a intensidade de dano provocado
pela doença.
Quando realizada somente uma aplicação no estádio V9 não foi suficiente para manter a
área foliar protegida no tratamento com o Turbo Teejet® Duo (XR+TT) chegando a 50,0% de
desfolha, valor semelhante ao espaçamento de 30 cm. Assim que o mero aumentou para duas
aplicações, a proteção da área foliar proporcionada pelo fungicida se fez presente reduzindo a
desfolha em todas as pontas trabalhadas. Seguindo essa mesma tendência para a terceira
aplicação, à exceção do tratamento com o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) que obteve os maiores
níveis de desfolhas em todas as aplicações.
À medida que os níveis de desfolha aumentam, resulta em maior redução na
produtividade, havendo decréscimos acentuados com desfolhas superiores a 67%
(PARCIANELLO, 2004). Esses dados corroboram com o presente trabalho mostrando que a
variação de 5% entre os níveis de desfolha obtidos entre as testemunhas dos espaçamentos de 30
cm (75%) e 60 cm (70%) proporcionou diferenças de produtividade de 1913 kg.ha
-1
.
No espaçamento de 60 cm os valores de severidade foram menores que os anteriores e os
níveis de desfolha obedeceram esta mesma magnitude de resposta (Tabela 3). Pode-se afirmar
que a proteção da folhagem da soja propiciada pelo fungicida foi mais adequada neste
espaçamento que nos menores, pelo fato de que com o mesmo número de aplicações dos
anteriores, a severidade foi inferior assim como a desfolha. Apesar disso, o tratamento com a
ponta cone (TXA 8002) apresentou níveis de desfolha acima do esperado juntamente com o
Turbo TeeJet® Duo (XR+TT), sendo superiores estatisticamente aos tratamentos com as pontas
de jatos duplo leque (TJ-60 11002) e leque plano (XR 11001), principalmente com uma e com
três aplicações.
47
O maior número de gotas finas produzidas pela ponta cone (TXA 8002) obteve o mesmo
efeito de poucas gotas grossas produzidas pelo Turbo TeeJet® Duo Du(XR+TT) devido ao
número elevado das perdas, como foi mencionado anteriormente. Contudo, no espaçamento de 60
cm as folhas do dossel inferior mantiveram sua produção de fotoassimilados devido à constante
proteção e interceptação de radiação solar proporcionada pelo maior afastamento entre linhas.
Essa condição permite à planta um estado fisiológico privilegiado, pois todo seu aparato
fotossintético está ativo não absorvendo CO2, mas também com suas defesas mais
estruturadas.
TABELA 3 - Severidade e desfolha na planta de soja sob três espaçamentos e três
aplicações. Santa Maria, 2007.
XR
3
4,66
(5)
a 43 ab 2,50 a 30 a 2,00 ab 25 b
11001
2
15,00
cd
47
d
13,00
bcde
40
c
8,50
cde
30
c
1
18,67
d
47
d
15,50
de
50
e
13,50
ef
35
d
TJ-60
3 2,67 a 42 a 0,50 a 30 a 0,00 a 20 a
11002
2 12,33 bc 45 c 9,50 bc 35 b 7,00 bc 25 b
1
16,00
cd
47
d
14,00
bcde
50
e
12,50
def
35
d
Cone
3
3,33
a
40
a
1,50
a
30
a
4,00
abc
25
b
TXA 8002
2
12,67
cd
45
c
8,50
b
35
b
8,00
cd
25
b
1
17,00
cd
47
d
14,50
bcde
40
c
14,50
f
40
e
Duo®
3
5,67
ab
40
a
2,50
a
35
b
1,00
a
25
b
XR+TT
2
14,33
cd
43
b
11,00
bcd
45
d
9,00
cde
40
e
1
19,33
de
53
e
16,50
ef
50
e
14,50
fg
43
ef
75,00
f
75
f
62,11
g
73
f
52,50
h
70
g
% %
Aplicação
(2)
Ponta
(1)
% %
Desfolha DesfolhaSeveridade
%
16,78 17,00 18,4314,95 13,68
%
15,63
Tratamentos
Espaçamento (cm)
45 6030
Desfolha
(4)
C.V. (%)
Testemunha
Severidade
(3)
Severidade
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
..
(2)
Momentos de aplicação: 3 aplicações (estádios V9, R1 e R3), 2 aplicações (estádios V9 e R1) e 1
aplicação (estádio V9).
(3)
Severidade (%): porcentagem de área foliar atacada pela doença.
(4)
Desfolha: porcentagem
de folhas que caíram.
(5)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro da variável severidade e desfolha, para cada
espaçamento, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
Os mesmos tratamentos responsáveis pela redução no vel de desfolha, também foram
responsáveis pela manutenção da área foliar verde (AFV) (Figura 9) por um período maior o que
propiciou chegar a valores maiores de produtividade.
48
A soja no espaçamento de 30 cm apresentou os menores valores de AFV desde o
princípio da avaliação (estádio R5.5), possivelmente porque a doença estava avançando sobre o
restante da folhagem sadia assim como a desfolha a já discutida. O espaçamento de 45 cm obteve
valores intermediários, se assemelhando estatisticamente com o espaçamento de 30 e 60 cm nos
estádios R5.5 e R7. O espaçamento de 60 cm se diferenciou dos demais estatisticamente nos
estádios R6 e R6.5, este período com maior AFV foi fundamental para garantir benefícios
fisiológicos à planta principalmente no enchimento de grãos, oferecendo condições às folhas
baixeiras se manterem verdes e fotossinteticamente ativas por mais tempo.
Neste sentido, relação direta com a fisiologia da planta, pois a partir do começo das
avaliações (estádio R5.5) o sombreamento das plantas era intenso, impedindo com que as folhas
baixeiras interceptassem a radiação luminosa fazendo com que ocorra a inativação do fitocromo
responsável pela absorção da luz. Com isso, inicia-se o processo de abscisão da folha pela alta
concentração de ácido abscísico e de etileno culminando na queda da mesma (FLOSS, 2004).
Consequentemente, o espaçamento que propiciar menores condições de luminosidade para o
dossel inferior das plantas fica fadado a uma desfolha cada vez mais precoce, como o ocorrido
com o espaçamento de 30 e 45 cm, díspar do espaçamento de 60 cm (Figura 10).
MADALOSSO et al. (2006) trabalhou com uma mesma população de plantas de soja em
diferentes espaçamentos sob presença da ferrugem asiática, confirmando que espaçamentos
maiores além de criar condições de maior arejamento das entre linhas retardando infecções,
favorece a fisiologia da planta, principalmente com relação à manutenção e atividade
fotossintética do dossel inferior pela contínua absorção de radiação. No entanto, HAILE et al.
(1998) justifica que a interceptação de radiação solar ocorre mais rapidamente em espaçamentos
menores, pela maior velocidade de fechamento entre linhas interceptando a radiação solar
incidente no solo.
RAMBO et al. (2004) trabalhou com irrigação, espaçamento e diferentes populações de
plantas de soja sem pressão significativa de doença, e verificaram que para conseguir uma maior
e mais pida interceptação da radiação solar pelas folhas é necessária uma associação entre
espaçamento e uma correta população de plantas. Os autores encontraram resultados favoráveis
ao espaçamento de 20 cm, proporcionados pela redução na população para 20 plantas.m
-2
,
afirmando que o potencial da produtividade aumenta linearmente, dentro do espaçamento de 20
cm com a diminuição da população de plantas.
49
TOURINO et al. (2002), alcançaram resultados semelhantes reafirmando que é
possível aumentar a produtividade da soja com a redução do espaçamento entre linhas aliado à
redução da densidade de plantas nas linhas. Desta forma, a competição intraespecífica é reduzida,
pela maior aproximação da eqüidistância entre as plantas dentro da mesma linha e com as plantas
de outras linhas.
No presente trabalho, o espaçamento de 30 cm não apresentou as mesmas características
citadas devido à alta densidade de plantas (33 plantas.m
-2
), somente alcançando resultados
satisfatórios quando o espaçamento entre linhas foi aumentado para uma mesma população de
plantas, reduzindo a competição intraespecífica. O adensamento de plantas além de favorecer a
incidência de doenças (HEIFFIG et al., 2006), prejudica o potencial produtivo das plantas
(RAMBO et al., 2004; TOURINO et al., 2002). Desta forma, pode-se afirmar que a doença vem
se beneficiando do adensamento de plantas, pelos fatores de microclima discutidos anteriormente,
mostrando que a redução do espaçamento entre linhas é uma estratégia de manejo arriscada do
ponto de vista fitopatológico.
a
ab
b
(1)
a
b
c
(2)
a
b
c
(3)
a
ab
b
(4)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
30 cm 45 cm 60 cm
A
F
V
Espaçamento
R5.5
R 6
R 6.5
R 7
FIGURA 9 - Área Foliar Verde (AFV) de soja nos espaçamentos de 30,45 e 60 cm, nos
estádios fenológicos de R5.5, R6, R6.5 e R7. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)(4)
Médias seguidas pela
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 13,28.
(2)
C.V. (%) 6,94.
(3)
C.V. (%)
10,37.
(4)
5,68.
50
FIGURA 10 - Aspecto visual da desfolha em soja ocorrida nos
espaçamentos de 30, 45 e 60 cm, no estádio R6-R7. Santa
Maria, 2007.
30 cm
45 cm
60 cm
30 cm
45 cm
60 cm
51
A Figura 11 mostra o efeito do espaçamento entre linhas, tanto na estatura final da planta
como principalmente na altura do dossel inferior. Nos espaçamentos de 45 e 60 cm as estaturas
das plantas foram de 86 e 88 cm respectivamente coerentes com TOURINO et al. (2002).
Significativamente maior que 73 cm no espaçamento de 30 cm, que pode ser explicado pela
competição intraespecífica, ou seja, competição por água e nutrientes entre linhas, sendo
suficiente para reduzir o porte da cultura no adensamento de plantas. RAMBO et al. (2004),
explicam que para minimizar a competição entre plantas e evitar maiores perdas no potencial de
produtividade, a redução do espaçamento entre linhas deve ser conjugado com a redução na
população de plantas.
No entanto a redução na população pode acarretar alterações no porte da planta. HEIFFIG
(2002) verificou que em populações de 21 e 28 plantas. m
-2
o menor porte foi observado no
espaçamento de 20 cm e o maior porte no espaçamento de 50 cm. Neste mesmo sentido,
REZENDE et al. (2004) trabalhou com diversas populações no espaçamento de 50 cm e verificou
que a estaturas das plantas foi menor na população de 20 plantas.m
-2
que na população de 30
plantas.m
-2
, aumentando a estatura a medida que aumenta a população de plantas. Esses dados
mostram a mesma tendência deste trabalho onde a estatura final de planta é significativamente
semelhante para os espaçamentos de 45 e 60 cm com a população de planta de 33 plantas.m
-2
(Figura 11).
A elevação na altura do dossel inferior das plantas, verificado no espaçamento de 30 e 45
cm significa que as folhas inferiores senesceram precocemente não pela presença da ferrugem
asiática, mas também pela limitação na incidência de luz (FLOSS, 2004). Com isso, um
desequilíbrio fisiológico na planta prejudicando desde a formação de botões florais, legumes,
número e enchimento de grãos (KANTOLIC & CARMONA, 2006). A menor estatura da planta
combinada com a maior altura do dossel inferior, observada principalmente no espaçamento de
30 cm, fornece condições reduzidas de área foliar fotossinteticamente ativa à planta, limitando a
expressão do potencial produtivo da cultura, ficando mais vulnerável a estresses bióticos e
abióticos.
52
a
b
b
(1)
b b
a
(2)
20
30
40
50
60
70
80
90
100
30cm 45cm 60cm
A
l
t
u
r
a
(
c
m
)
Espaça m ento
Planta
Dossel inferior
FIGURA 11 - Estatura final da planta e do dossel inferior avaliados nos espaçamentos de
30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 14,51.
(2)
C.V.(%) 11,27.
A eficácia das pontas de pulverização na aplicação do fungicida em toda folhagem da
planta foi avaliada conforme a cobertura, penetração e Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV)
que estabelece o diâmetro da gota que divide o volume total em duas partes iguais. Uma das
formas de determinar a cobertura de uma pulverização é através da estimativa do número de
gotas.cm
-2
(CHRISTOFOLETTI, 1999). Para tanto, existem fatores que influenciam uma melhor
ou pior penetração e cobertura foliar como estádio fenológico da cultura (efeito guarda-chuva),
pontas de pulverização e o Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).
Além disso, para apurar o estudo, o dossel da planta de soja foi estratificado (inferior,
mediano e superior), para avaliação mais criteriosa foram utilizadas somente as estimativas de
cobertura e DMV dos dosséis inferiores e medianos, visto que são os mais prejudicados com
relação à penetração e cobertura de um fungicida. Isso acontece porque a maior parte da calda
fica retida nas folhas da parte superior da planta, podendo chegar a uma cobertura 10 vezes maior
que nas folhas da parte baixa do dossel (ANTUNIASSI et al., 2004).
53
Nas Tabela 4 e 5 são mostrados os resultados fixando o fator espaçamento entre linhas
com as três pontas de pulverização e o Turbo TeeJeDuo, com o objetivo de determinar qual
delas é mais adequada a cada espaçamento. Os resultados obtidos indicam que houve variação
estatística na cobertura e no DMV proporcionadas pelas diferentes pontas de pulverização
utilizadas dentro de cada espaçamento, assim como variação na mesma ponta pela alteração dos
espaçamentos.
No espaçamento de 30 cm não houve diferença estatística com relação à cobertura das
pontas de leque plano (XR 11001), duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002) nos dois
dosséis, nem mesmo com a evolução dos estádios fenológicos da cultura onde foram avaliadas
(V9, R1 e R3). A exceção ficou com o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) que apresentou baixo
número de gotas.cm
-2
durante todas as aplicações, reduzindo a medida em que o estádio
fenológico progride e o obstáculo de folhas se intensifica do dossel mediano para o inferior.
Na observação do DMV de acordo com a ASAE (Anexo 6) para o mesmo espaçamento,
verifica-se que há diferença significativa em relação ao tamanho de gotas produzidas pelas pontas
de pulverização nos diferentes extratos do dossel da cultura à medida que o estádio evolui. No
entanto, na análise conjunta com o número de gotas.cm
-2
, é observado que a variação no tamanho
de gotas o é suficiente para alterar a cobertura do produto foliar das três pontas testadas.
Ressalva feita ao Turbo TeeJet® Duo (XR+TT), onde o tamanho das gotas produzidas sobressaiu
estatisticamente às demais, justificando a deficiência de penetração e cobertura desse tipo de
gota, principalmente quando se aumenta a densidade foliar pela profundidade do dossel.
BATEMAN (1999) afirma que um alto nível de depósito mal distribuído é menos eficiente que
um baixo nível bem distribuído, portanto uma alta concentração de gotas pequenas tem mais
chance de cobrir o alvo.
No espaçamento de 45 cm houve influência tanto dos estádios fenológicos como dos
extratos do dossel da cultura. À medida que os estádios evoluem apresentam variação
significativa entre as pontas tanto no dossel inferior como no mediano. Para esta situação, as
pontas de jato duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002) obtiveram a melhor cobertura de
gotas para ambos os dosséis se comportando de forma muito semelhante até a última avaliação.
Esses resultados diferem de ANTUNIASSI et al. (2004), que encontraram significância
estatística para cobertura somente para a ponta cone (TX VK8) aplicando 150 L.ha
-1
. Os mesmos
autores, testando volume de calda de 100 L.ha
-1
, vieram a coincidir com os resultados deste
54
trabalho, relatando que a cobertura, com esse volume de calda, o apresentou diferenciação
estatística entre as pontas de jato duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TX VK8).
A ponta de leque plano (XR 11001) apresentou uma cobertura de gotas estatisticamente
semelhante ao Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) durante todos os estádios fenológicos. Antes do
começo do estádio reprodutivo, propriamente dito, houve tendência de semelhança estatística
entre as pontas leque plano (XR 11001), jato duplo leque (TJ-60 11002) e cone (TXA 8002)
principalmente no dossel inferior dos estádios V9 e R1, e entre as duas primeiras pontas no dossel
mediano do estádio R1. A partir do aplicação em que aumentou a sobreposição de folhas ocorreu
a diferenciação da ponta leque plano (XR 11001) da de jato duplo leque (TJ-60 11002) e cone
(TXA 8002).
Com relação ao DMV, novamente o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) se destacou por
produzir as maiores gotas neste espaçamento. Apesar disso, não foi verificado interferência na
cobertura quando comparada com a ponta leque plano (XR 11001) discutidas anteriormente.
Como no espaçamento anterior, a ponta cone (TXA 8002) produziu as menores gotas
principalmente na última avaliação. As pontas de jato cone apresentam gotas de menor tamanho
em relação às pontas de jato plano, com isso o potencial de deriva é alto necessitando de
estratégias para sua redução (CUNHA et al., 2004).
Apesar disso, o houve diferença significativa na cobertura do fungicida comparada à
ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) que no estádio R3 obteve o segundo maior tamanho de
gota. A semelhança no mero de gotas.cm
-2
entre as pontas mesmo com DMVs tão diferentes
deve-se às boas condições de aplicação, como temperatura e umidade relativa, que não
provocaram perdas que podem variar até 100% entre horário de maior e menor deposição
(BALAN et al., 2004).
No espaçamento de 60 cm, as três pontas de pulverização apresentaram semelhança
estatística até o estádio R1, tanto no dossel inferior como no mediano, diferindo estatisticamente
do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT), que manteve a menor cobertura produzida em todos os
estádios bem como nos dosséis. no estádio R3, existiu diferenciação significativa entre as
pontas de pulverização assim como no dossel inferior e mediano.
A ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) foi a que produziu melhor cobertura no dossel
inferior seguido da ponta cone (TXA 8002). Da mesma forma ocorreu no dossel mediano onde
novamente as duas pontas se sobressaíram, distanciando estatisticamente da ponta leque plano
55
(XR 11001) e do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT). GÁLVEZ et al. (2005), trabalhando com
diversas pontas de pulverização no estádio R5, em um espaçamento de 52 cm, verificou que
somente as pontas de cone vazio atingiram cobertura acima de 50 gotas.cm
-2
no dossel inferior.
Neste sentido, estes resultados corroboram com os apresentados anteriormente, justificando que o
aumento do espaçamento entre linhas proporciona uma melhora considerável na cobertura e
penetração da calda.
Nos espaçamentos de 30 e 45 cm a cobertura foliar de gotas produzida pelas pontas ficou
aquém das 50 gotas.cm
-2
, somente ultrapassado no espaçamento de 60 cm por três diferentes
pontas de pulverização. O aumento do espaçamento para 60 cm proporcionou condições
favoráveis à penetração e cobertura de gotas, para as pontas leque plano (XR 11001) e duplo
leque (TJ-60 11002), além da ponta de cone vazio observado por GÁLVEZ et al. (2005).
Na análise do DMV para o espaçamento de 60 cm, foi observada variação entre o dossel
inferior e mediano, para cada estádio fenológico. Relacionando o DMV com a cobertura,
verificou-se que nos estádios V9 e R1 não ocorreu diferença significativa proporcionada pelas
pontas nos dosséis, novamente a exceção foi o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) com os maiores
valores.
Quando a avaliação é realizada no estádio R3 da soja, os resultados são semelhantes,
ressalva feita para ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) que distingue estatisticamente da
ponta cone (TXA 8002) no dossel inferior com maior DMV. GÁLVEZ et al. (2005) encontraram
para o mesmo dossel valores menores de DMV que no presente trabalho, entretanto, os mesmos
não foram suficientes para diferenciação estatística entre cones vazio e cheio bem como no duplo
leque. Desta forma, é justificada a semelhança estatística nas duas tabelas Tabela 4 e 5, visto que
o DMV está diretamente relacionado com a penetração e cobertura das gotas discutidas
anteriormente.
56
TABELA 4 - Cobertura (número de gotas.cm
-2
) produzidos por pontas de pulverização
apresentadas por espaçamento entre linhas. Santa Maria, 2007.
Espaçamento (cm)
Ponta
(1)
XR 11001
13
(6)
ab 23 ab 11 ab 16 ab 10 b 15 b
TJ - 60 11002
22 b 25 ab 18 b 26 b 17 b 25 b
Cone TXA 8002
21 b 28 b 18 b 27 b 19 b 30 bc
Duo® (XR+TT)
8 a 17 a 6 a 14 a 4 a 6 a
XR 11001
14 ab 25 a 11 a 20 a 10 a 20 a
TJ - 60 11002
17 b 30 ab 13 ab 34 b 15 b 33 b
Cone TXA 8002
23 b 35 b 15 ab 37 b 17 b 35 b
Duo® (XR+TT)
7 a 25 a 7 a 21 a 5 a 20 a
XR 11001
64 b 70 b 47 b 67 b 43 b 57 b
TJ - 60 11002
67 b 78 b 52 b 75 bc 54 c 73 cd
Cone TXA 8002
65 b 78 b 50 b 67 b 48 bc 68 c
Duo® (XR+TT)
14 a 29 a 13 a 23 a 14 a 23 a
14,73 9,62
13,63 9,35
10,62
INF
(4)
MED
(5)
INF MED
9,73 6,37 5,8211,16
9,67
C.V. (%)
13,52 14,67 11,52
C.V. (%)
6,46 8,34 7,93 10,34 7,75
V9
(3)
R1 R3
INF MED
60
Tratamentos
C.V. (%)
Nº gotas/cm²
(2)
30
45
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
..
(2)
Cobertura foliar do fungicida representada pelo número de gotas. cm
-2
.
(3)
Estádios fisiológicos da planta
de soja no momento da avaliação.
(4)
Avaliação no dossel inferior da planta de soja.
(5)
Avaliação no dossel mediano
da planta de soja.
(6)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada espaçamento, estádio fisiológico e porção do
dossel, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
57
TABELA 5 - Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) de gotas produzidas por pontas de
pulverização apresentados por espaçamentos entre linhas. Santa Maria, 2007.
Espaçamento (cm)
Ponta
(1)
XR 11001
159
(6)
a 202 b 142 b 175 b 143 b 170 a
TJ-60 11002
163 a 198 b 121 a 163 ab 139 b 229 c
Cone TXA 8002
151 a 171 a 138 b 154 a 103 a 196 b
Duo® (XR+TT)
158 a 213 c 158 c 228 c 182 c 285 d
XR 11001
157 a 199 ab 182 b 217 b 143 b 217 b
TJ-60 11002
183 b 190 a 156 a 167 a 173 c 225 b
Cone TXA 8002
154 a 185 a 152 a 172 a 127 a 147 a
Duo® (XR+TT)
199 bc 236 c 191 bc 259 c 244 d 275 c
XR 11001
194 b 232 ab 170 a 196 a 165 a 206 a
TJ-60 11002
181 ab 214 a 175 a 200 a 224 b 233 b
Cone TXA 8002
199 b 224 a 180 a 192 a 149 a 220 b
Duo® (XR+TT)
260 c 350 c 229 b 252 b 248 c 260 c
45
60
10,23 15,24
7,54
8,54 7,85
11,77 9,63
14,46
Tratamentos
R3
DMV (µm)
(2)
R1V9
(3)
MED
C.V. (%)
6,96
INF
(4)
INF
8,37 9,85 13,64
INFMED
(5)
MED
C.V. (%)
16,87 13,67 17,12
C.V. (%)
14,67 17,46 13,86
30
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
.
(2)
Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).
(3)
Estádios fisiológicos da planta de soja no momento da
avaliação.
(4)
Avaliação no dossel inferior da planta de soja.
(5)
Avaliação no dossel mediano da planta de soja.
(6)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada espaçamento, estádio fisiológico e porção do dossel, não diferem
entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
Seguindo o mesmo raciocínio, nas Tabela 6 e 7 são apresentados os resultados fixando as
três pontas de pulverização e o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT), avaliadas dentro dos três
espaçamentos, com o objetivo de determinar qual arranjo de plantas foi mais adequado a cada
ponta. Os resultados alcançados indicam que houve variação significativa na cobertura e no
DMV entre os espaçamentos testados em cada ponta de pulverização, mostrando que há interação
do manejo cultural na qualidade da aplicação.
A cobertura foliar proporcionada pela ponta leque plano (XR 11001) mostrou ser
significativamente influenciada pelos diferentes espaçamentos entre linhas, onde o aumento do
espaçamento para 60 cm propiciou uma maior exposição das folhas à pulverização, maximizando
a cobertura das mesmas nos três estádios assim como no dossel mediano e principalmente no
inferior das plantas.
No mesmo sentido, o DMV também foi ampliado significativamente no espaçamento de
60 cm, com exceção do estádio R1, onde o aumento do espaçamento não provocou alterações
58
significativas no dossel inferior. Por outro lado, no dossel mediano, foi observado diferenças
expressivas nos três espaçamentos testados, com destaque para o maior DMV encontrado no
espaçamento de 45 cm seguido de 60 cm e 30 cm.
Apesar do DMV mais elevado produzido pela ponta leque plano (XR 11001), o
espaçamento de 45 cm não apresentou distinção significativa no mero de gotas.cm
-2
comparado ao de 30 cm, possivelmente devido ao fechamento rápido das entrelinhas sobrepondo
as folhas superiores às medianas e inferiores, o que não ocorreu no espaçamento de 60 cm. A
sobreposição das folhas age como barreiras físicas á passagem das gotas interceptando-as mais
facilmente pelo seu diâmetro avantajado. Por fim, no dossel mediano do estádio R3 a fonte de
variação ficou por conta do espaçamento de 30 cm com o DMV estatisticamente inferior aos
espaçamentos de 45 e 60 cm.
Para a ponta de jato duplo leque (TJ-60 11002) o espaçamentos de 60 cm mostrou
proporcionar o maior mero de gotas.cm
-2
tanto para o dossel inferior como para o mediano
quando comparado com os espaçamentos menores nos três estádios. Já o DMV não teve o mesmo
comportamento, com a evolução do estádio fenológico, o espaçamento de 60 cm apresentou
estatisticamente o maior DMV no dossel inferior do estádio R3. Esse dado ratifica que o aumento
do espaçamento pode favorecer a penetração de gotas médias no interior do dossel. Os demais
dosséis variaram estatisticamente seguindo a mesma tendência observada na cobertura de gotas.
No mesmo sentido das anteriores, a ponta cone (TXA 8002) apresentou um maior número
de gotas.cm
-2
no espaçamento de 60 cm propiciado pela maior penetração de fungicida no dossel
da cultura comparado aos espaçamentos de 30 e 45 cm. LVEZ et al. (2005) corrobora com a
idéia justificando que apesar de considerar gotas de 200 µm como sendo ideais para pulverização,
os valores menores de DMV produzidos pelo cone vazio não prejudicou a cobertura e penetração
no dossel. O DMV obtido nos três espaçamentos somente não seguiu essa mesma tendência no
dossel mediano do estádio R1 e no dossel inferior do estádio R3. Nos demais períodos o
espaçamento de 60 cm ofereceu mais condições para que as gotas atingissem o interior do dossel
da cultura com tamanho avantajado em relação aos espaçamentos menores.
Por outro lado, o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) apresentou menores variações conforme a
alteração no arranjo de plantas, sobretudo entre os espaçamentos de 45 e 60 cm. No dossel
mediano, ocorreu variação significativa notadamente entre os espaçamentos de 30 e 60 cm
ficando o espaçamento de 45 cm com valores próximos aos espaçamentos anteriores. A exceção
59
ficou por parte do dossel mediano do estádio R3 onde os espaçamentos de 45 e 60 cm
proporcionaram um maior número de gotas.cm
-2
comparado ao espaçamento de 30 cm. o
dossel inferior dos três estádios, apesar do aumento do número de gotas.cm
-2
no espaçamento
maior, não foi suficiente para diferenciação estatística.
Com relação ao DMV, o Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) teve uma produção
estatisticamente diferente até o dossel inferior do estádio R1 nos três espaçamentos. A partir do
avanço dos estádios fisiológicos, a diferenciação estatística ficou por parte dos espaçamentos de
45 e 60 cm com o de 30 cm.
O número de gotas.cm
-2
é um parâmetro ainda em debate pelos pesquisadores. A
penetração e cobertura das gotas obtidas neste trabalho foram significativamente maiores no
espaçamento de 60 cm, onde a ponta duplo leque (TJ-60 11002) atingiu a média entre o dossel
inferior e o mediano de 64 gotas.cm
-2
(Figura 12). Estes valores estão coerentes com UGALDE
(2005) que encontrou eficácia para um produto sistêmico com dependência mínima de 60
gotas.cm
-2
para 160 L.ha
-1
de calda. as pontas leque plano (XR 11001) e cone (TXA 8002)
produziram em torno de 56 e 53 gotas.cm
-2
respectivamente, apresentando maior AACPD que a
ponta com maior cobertura (Tabela 8).
O espaçamento de 60 cm favoreceu a penetração e cobertura do fungicida bem como
reduziu a AACPD na maioria das pontas testadas. Apesar da diferença entre o número de
gotas.cm
-2
(Tabela 8), a AACPD o se alterou estatisticamente na comparação de médias entre
os espaçamentos de 45 e 60 cm para a ponta cone (TXA 8002). Isso possivelmente aconteceu
devido à grande quantidade de gotas pequenas produzidas por essa ponta de pulverização que
resultou em uma grande quantidade de fungicida perdida.
Da mesma forma, OZEKI & KUNZ (1998) e CHRISTOFOLETTI (1999) suportam essa
tese, reafirmando que a necessidade de cobertura para melhor eficácia de fungicidas sistêmicos
não ultrapasse as 50 gotas.cm
-2
. Contudo o arranjo mais adequado de plantas se faz válido pois
reduziu significativamente a taxa de progresso da doença (r) (Figura 6), evitando as desfolhas
precoces e intensas e minimizando os prejuízos causados pela doença.
60
TABELA 6 - Cobertura (número de gotas.cm
-2
) nos espaçamentos entre linhas
apresentadas por pontas de pulverização. Santa Maria, 2007.
Espaçamento (cm)
Ponta
(1)
30cm
13
(6)
a 23 a 11 a 16 a 11 a 15 a
45cm
15 a 25 a 11 a 20 a 13 a 20 a
60cm
64 b 70 b 47 b 67 b 43 b 68 b
30cm
22 a 25 a 18 a 26 a 17 a 25 a
45cm
17 a 30 a 13 a 34 a 14 a 33 a
60cm
67 b 78 b 52 b 75 b 54 b 73 b
30cm
21 a 28 a 18 a 27 a 19 a 30 a
45cm
23 a 35 a 15 a 37 ab 17 a 35 a
60cm
65 b 78 b 50 b 67 c 48 b 57 b
30cm
8 a 17 a 6 a 14 a 4 a 6 a
45cm
7 a 25 ab 7 a 21 ab 5 a 20 b
60cm
14 ab 29 b 13 ab 23 b 14 ab 23 b
Nº gotas/cm²
(2)
V9
(3)
R1 R3
17,2614,76 18,42 14,73 17,84
12,85
17,05 14,93 16,42
16,82 19,38 18,94
11,95 18,3420,85 18,69 9,59 12,28
13,73
C.V. (%)
MED
10,62 19,76 18,37
INF
(4)
11,83 15,52
INFMED
(5)
INF MED
C.V. (%)
Duo® (XR+TT)
Tratamentos
XR 11001
C.V. (%)
TJ - 60 11002
C.V. (%)
Cone TXA 8002
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
..
(2)
Cobertura foliar do fungicida representada pelo número de gotas. cm
-2
.
(3)
Estádios fisiológicos da planta
de soja no momento da avaliação.
(4)
Avaliação no dossel inferior da planta de soja.
(5)
Avaliação no dossel mediano
da planta de soja.
(6)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada ponta de pulverização, estádio fisiológico e
porção do dossel, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
61
TABELA 7 - Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV) entre espaçamentos entre linhas
apresentados por pontas de pulverização. Santa Maria, 2007.
Espaçamento (cm)
Ponta
(1)
30
159
(6)
a 202 a 142 a 175 a 143 a 170 a
45
157 a 199 a 182 ab 217 c 143 a 217 b
60
194 b 232 b 170 ab 196 b 165 b 206 b
30
163 a 198 a 121 a 163 a 139 a 229 a
45
183 b 190 a 156 b 167 a 173 b 225 a
60
181 b 214 b 175 bc 200 b 224 c 233 a
30
151 a 171 a 138 a 154 a 103 a 196 b
45
154 a 185 a 152 a 172 ab 127 b 147 a
60
199 b 224 b 180 b 192 b 149 bc 220 c
30
158 a 213 a 158 a 228 a 182 a 285 a
45
199 b 236 b 191 b 259 b 244 b 275 a
60
260 c 350 c 229 c 252 ab 248 b 260 a
DMV (µm)
(2)
XR 11001
TJ-60 11002
Cone TXA 8002
Tratamentos
C.V. (%)
15,76 9,76
C.V. (%)
Duo® (XR+TT)
C.V. (%)
C.V. (%)
10,239,34
13,89
17,95 15,8315,74 11,97
11,97
5,789,76
13,86
16,34 8,3410,34
14,43 9,76
INF
18,65 15,76 11,87
7,43 9,45
11,45
MED
V9
(3)
MED
(5)
R3R1
INF
(4)
MED INF
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
.
(2)
Diâmetro Mediano Volumétrico (DMV).
(3)
Estádios fisiológicos da planta de soja no momento da
avaliação.
(4)
Avaliação no dossel inferior da planta de soja.
(5)
Avaliação no dossel mediano da planta de soja.
(6)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro de cada ponta de pulverização, estádio fisiológico e porção do dossel, não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
62
TABELA 8 - Cobertura de gotas produzida pelas pontas de pulverização nos espaçamentos
e a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD). Santa Maria, 2007.
E sp a ç a m e n to (c m )
P o n ta
(1 )
3 0
1 3
(4 )
a 1 0 1 ,3 3 c
4 5
1 7 b 8 8 ,8 9 b
6 0
5 6 c 7 1 ,5 6 a
3 0
2 1 a 8 5 ,3 3 c
4 5
2 4 a 6 2 ,2 2 b
6 0
6 4 b 5 3 ,5 6 a
3 0
2 5 a 8 9 ,7 8 b
4 5
2 6 a 6 5 ,5 6 a
6 0
5 3 b 6 1 ,8 9 a
3 0
5 a 1 1 9 ,5 6 c
4 5
1 3 b 8 0 ,0 0 b
6 0
1 9 c 6 5 ,5 6 a
C .V . (% )
T r a ta m e n to s
M é d ia
8 ,4 8
X R 1 1 0 0 1
N º/c m ²
(2 )
C .V . (% )
8 ,7 4
D u o ® ( X R + T T )
5 ,2 6
T J - 6 0 1 1 0 0 2
7 ,6 2
C o n e T X A 8 0 0 2
C .V . (% )
C .V . (% )
9 ,6 4
1 3 ,6 3
A A C P D
(3 )
M é d ia
1 1 ,5 3
7 ,3 5
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
.
(2)
Cobertura foliar do fungicida representada pelo número de gotas.cm
-2
.
(3)
Área Abaixo da Curva de
Progresso da Doença (AACPD).
(4)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro da variável número de gotas.cm
-2
e
AACPD para cada ponta de pulverização, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
63
FIGURA 12 Cartões hidrosensíveis submetidas à pulverização nos dosséis mediano e
inferior pelas pontas de pulverização nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria,
2007.
As diferenças de produtividade entre os tratamentos e as testemunhas podem estar
relacionadas com os níveis de desfolha em cada espaçamento (Figura 13). O espaçamento de 30
cm proporcionou a produtividade mais próxima da testemunha que os demais espaçamentos com
uma diferença em média de 12,99%. Nos outros espaçamentos a diferença entre as
produtividades dos tratamentos e testemunhas, obteve índices maiores chegando a valores de
37,16% para o de 45 cm e 62,22% no espaçamento de 60 cm.
Relacionando esses valores com os níveis de desfolha, pode-se inferir que o espaçamento
mais prejudicado pela queda prematura de folhas foi o de 30 cm com os maiores níveis de
Mediano
Inferio
r
Mediano
Inferio
r
Mediano
Inferio
r
Mediano
Inferior
XR 11001
60 cm 45 cm
Dossel
TJ-60 11002
Cone
TXA 8002
Turbo Teejet
Duo®
(XR+TT)
30 cm
64
desfolha chegando a 47,0%. O espaçamento de 45 cm apresentou níveis de desfolha que
contemplam os espaçamentos de 30 e 60 cm, entretanto a diferença de produtividade se mostrou
estatisticamente superior aos 30 cm e inferior aos 60 cm.
O espaçamento de 60 cm proporcionou os menores níveis de desfolha em relação aos
espaçamentos inferiores com média de 30,67%. A diferença de produtividade maior nesse
espaçamento pode ser explicada pela maior emissão de ramos laterais, compensando o pouco
espaço dentro das linhas e maior entre elas (TOURINO et al. 2002). A ramificação mais
expressiva favorece maior incidência de radiação em todo dossel e, por conseguinte, atividade
fotossintética por mais tempo garantindo a plena expressão fisiológica da planta.
A
B
C
(2)
b
ab
a
(1)
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
30cm 45cm 60cm
%
Espaçamento
Dif
Desfolha
FIGURA 13 - Diferença de produtividade entre os tratamentos e as testemunhas de cada
espaçamento com os níveis de desfolha. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra
não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 6,84.
(2)
C.V. (%) 11,37.
Neste sentido, após a análise entre espaçamentos, foi possível estreitar a avaliação
ponderando o efeito do número de aplicações de fungicida em cada espaçamento, através da
significância estatística observada nas diferentes aplicações (Figura 14). As diferenças de
produtividade em relação à testemunha bem como os níveis de desfolha obtiveram um acréscimo
significativo em todos os espaçamentos, entretanto, a direção do aumento foi distinta entre os
65
fatores. A diferença de produtividade aumentou com o acréscimo de aplicações, diferentemente
dos níveis de desfolha que cresceram com a redução do número de aplicações, principalmente
entre a primeira e a terceira aplicação em todos os espaçamentos.
A utilização da segunda aplicação não foi suficiente para reduzir a desfolha no
espaçamento de 30 cm, bem como para aumentar a diferença de produtividade em relação a uma
única aplicação (Figura 14). No entanto, com o emprego da terceira aplicação houve diferença
estatística em relação às demais, provocando incrementos de produtividade bem como redução da
desfolha, proporcionada pela proteção do fungicida. Desta forma, foi minimizado o dano causado
pela doença, evitando o rápido amarelecimento ou bronzeamento e queda prematura de folhas
(YORINORI, 2004), principalmente em um espaçamento onde os níveis de desfolha foram os
mais elevados (Figura 15).
No espaçamento de 45 cm o aumento no número de aplicações de fungicida respondeu
estatisticamente, tanto para redução na desfolha como no incremento de produtividade (Figura
14). Diferentemente do espaçamento anterior, a desfolha obteve redução estatística inversamente
proporcional ao aumento das aplicações, mostrando que a proteção fungicida foi mais adequada.
No caso da diferença de produtividade, houve significância entre a primeira e a terceira
aplicação, com destaque para a última, entretanto, o mesmo não ocorreu com duas aplicações,
cuja diferença de produtividade ficou estatisticamente semelhante às primeira e última
aplicações.
O emprego de duas ou três aplicações de fungicidas não obteve significância no caso das
diferenças de produtividade para o espaçamento de 60 cm (Figura 14), entretanto, a utilização de
uma única aplicação, mostrou ser estatisticamente inferior. Da mesma forma ocorreu com os
níveis de desfolha, tanto duas como três aplicações foram suficientes para reduzi-la, diferente de
somente uma que apresentou nível mais elevado. Apesar disso, quando se deseja utilizar somente
uma aplicação, os dados mostraram que os espaçamentos maiores são mais favoráveis,
principalmente o de 60 cm que apresentou o menor nível de desfolha bem como a maior
diferença de produtividade que os demais espaçamentos. Provando que a proteção do fungicida e
o potencial fisiológico da planta são maximizados.
66
C
AB
A
(2)
a
ab
b
(1)
0
20
40
60
80
3 2 1
%
Espaçamento
30 cm
Dif. prod
Desfolha
B
AB A
(4)
a
b
c
(3)
0
20
40
60
80
3 2 1
%
Espaçamento
45 cm
B B A
(6)
a
ab
C
(5)
0
20
40
60
80
3 2 1
%
Espaçamento
60 cm
FIGURA 14 - Diferença de produtividade entre tratamentos e testemunhas e a desfolha
com três, duas e uma aplicações nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)(4)(5)(6)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 8,37.
(2)
C.V. (%) 5,74.
(3)
C.V. (%) 12,69.
(4)
C.V (%) 10,94.
(5)
C.V. (%) 8,28.
(6)
C.V. (%) 10,39.
67
c
b
a
(4)
c
b
a
(3)
b
b
a
(2)
b ab
a
(1)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
30 cm 45 cm 60 cm
D
e
s
f
o
l
h
a
Espacamento
R5.5
R6
R6.5
R7
FIGURA 15 - Níveis de desfolha da soja nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm, nos estádios
fenológicos de R5.5, R6, R6.5 e R7. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)(4)
Médias seguidas pela mesma letra não
diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V.(%) 6,83.
(2)
C.V. (%) 9,38.
(3)
C.V. (%) 8,29.
(4)
C.V. (%) 11,52.
A produção de grãos de uma cultura é a expressão final de uma série de eventos
consecutivos e cumulativos decorrentes do manejo bem como do ambiente. A produtividade da
soja expressa em kg.ha
-1
obteve distinção estatística entre as pontas testadas e as aplicações
(Tabela 9).
Dentre as pontas de pulverização testadas no espaçamento de 30 cm, o houve
diferenciação estatística entre elas, quando foi utilizada uma (V9) ou duas aplicações (V9-R1).
Entretanto, na realização da terceira aplicação no estádio R3 para todas as pontas, somente a
ponta cone (TXA 8002) se diferenciou estatisticamente entre as demais, alcançando uma
diferença de 27,4% em relação à testemunha. Este fato está relacionado diretamente com a
cobertura e penetração das gotas no dossel da cultura (Tabela 4), obtendo uma das maiores
coberturas tanto no dossel inferior como no mediano minimizando os danos causados pela
doença. Com base nestes resultados pode-se dizer que em cultivos adensados com espaçamentos
reduzidos a utilização de gotas menores e com maior poder de penetração e coberturas são as
mais adequadas.
68
No espaçamento de 45 cm a produção foi estatisticamente semelhante entre todas as
pontas com uma (V9) e duas aplicações (V9-R1). Quando utilizada três aplicações de fungicidas
(V9-R1-R3) a produção alcançou significância na diferenciação com a ponta (TJ-60 11002)
seguida do Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) com 55,8 e 49,5% de diferença em relação à
testemunha. BALARDIN & MADALOSSO (2006) já tinham encontrados resultados semelhantes
de produtividade favoráveis ao Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) utilizando espaçamentos de 45 cm
em relação à 22,5 cm.
A produtividade da cultura não obteve diferenciação significativa somente com uma
aplicação (V9) no espaçamento de 60 cm. No caso de duas aplicações (V9-R1), o destaque é
dado ao Turbo TeeJet® Duo (XR+TT) que apesar da baixa cobertura e penetração proporcionada
pelo equipamento (Tabela 4), alcançou a maior diferença de produtividade em relação à
testemunha com 76,0%, valor estatisticamente semelhante àqueles encontrados com as pontas
duplo leque (TJ-60 11002), cone (TXA 8002) com três aplicações (V9-R1-R3).
Esses resultados mostram que o aumento do espaçamento entre linhas adequou o arranjo
de plantas proporcionando maximização da tecnologia de aplicação empregada, utilização de
diferentes pontas de pulverização bem como na expressão fisiológica da planta permitindo um
maior volume foliar fotossinteticamente ativo.
Como mostrados em trabalhos de PETR et al. (1988), o aumento na produtividade de
grãos de cevada e trigo deu-se através da maior duração da área foliar. Na cultura da soja a
manutenção da AFV (Figura 9) e redução na desfolha (Figura 15) mostrou ser um importante
diferencial nos incrementos de produtividade neste trabalho, interferindo significativamente na
produtividade, apresentando diferenças nos melhores tratamentos de 78,4% da produção de grãos
em relação à testemunha no espaçamento de 60 cm, de 55,8% no espaçamento de 45 cm e de
27,4% no espaçamento de 30 cm Tabela 9.
69
TABELA 9 - Produtividade e diferença de produtividade entre tratamentos e testemunhas
de cada espaçamento, ponta de pulverização e aplicação. Santa Maria, 2007.
Diferença (4)
Diferença Diferença
% % %
XR
3
980,1
(5)
ab
11,3
2324,5
bcd
30,0
4563,6
bcd
63,4
11001
2 934,6 ab 6,2 2373,2 bcd 32,7 4232,4 bcd 51,5
1 933,2 ab 6,0 2218,2 abc 24,0 3775,2 b 35,2
TJ-60
3 1021,2 ab 16,0 2786,3 e 55,8 4982,8 d 78,4
11002
2
964,0
ab
9,5
2562,2
bcd
43,2
4645,7
bcd
66,3
1
1021,5
ab
14,9
2458,2
bcd
37,4
4126,9
bcd
47,7
Cone
3
1121,9
c
27,4
2423,2
bcd
35,5
4976,9
d
78,2
TXA 8002
2
986,0
ab
12,0
2574,2
bcd
43,9
4717,2
c
68,9
1
1013,3
ab
15,1
2469,7
bcd
38,1
3946,9
bc
41,3
Duo®
3 1019,0 ab 15,8 2674,3 de 49,5 4916,5 d 76,0
XR+TT
2 1015,2 ab 15,3 2432,1 bcd 36,0 4889,0 d 75,0
1 936,1 ab 6,3 2146,1 ab 20,0 4603,5 bcd 64,8
880,3
a
0,0
1788,7
a
0,0
2793,3
a
0,0
Ponta (1) Aplicação (2)
Testemunha
Tratamentos
C.V. (%)
Produtividade
60
kg.ha-1
8,43
Espaçamento (cm)
Produtividade (3)
kg.ha
-1
7,73 8,53
30 45
kg.ha-1
Produtividade
(1)
Pontas de pulverização trabalhadas com diferentes pressões: XR 11001 (172 kPa), TJ-60 11002 (206 kPa), TXA
8002 (241 kPa)
e o Turbo TeeJet® Duo - TT 11002 + XR 11002 (206 kPa) para alcançar a taxa de aplicação de 200
L.ha
-1
..
(2)
Momentos de aplicação: 3 aplicações (estádios V9, R1 e R3), 2 aplicações (estádios V9 e R1) e 1
aplicação (estádio V9).
(3)
Produtividade de grãos de soja (kg.ha
-1
).
(4)
Diferença de produtividade entre os
tratamentos testados e a testemunha de cada espaçamento.
(5)
Médias seguidas pela mesma letra, dentro da variável
produtividade para cada espaçamento, não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
Além disso, a quantidade de doença (AACPD) presente nos espaçamentos afetou
diretamente os níveis de desfolha e AFV e consequentemente os componentes da produtividade.
De acordo com YORINORI (2004) em casos severos, quando a doença atinge a soja na fase de
formação de vagens ou no início da granação pode causar aborto e queda de vagens.
Essa afirmação suporta os dados encontrados neste trabalho, onde o espaçamento de 60
cm apresentou menor AACPD (Figura 7) e mostrou maior número de vagens produzidas por 10
plantas em todos os dosséis avaliados, inclusive no inferior onde os espaçamentos de 30 e 45 cm
não diferiram estatisticamente Figura 16. Esses dados estão de acordo com TOURINO et al.
(2002) que verificou aumento no número de vagens no espaçamento de 60 cm, provavelmente
70
devido à maior emissão de ramos laterais pelas plantas, conferindo uma maior produção em
gramas por planta.
Para KANTOLIC & CARMONA (2006) a diferença entre o número de vagens se deve à
deficiência na distribuição de carboidratos pela redução da radiação solar incidente, assim como
estresses climáticos em estádio críticos podem reduzir o número de vagens por através do
abortamento de flores nas ramificações, setores medianos e inferiores do dossel.
PARCIANELLO et al. (2004), corrobora desta afirmação concluindo que o aumento na
incidência de luz no interior do dossel possibilitou a fixação das vagens em seu trabalho.
Na Figura 17, a avaliação passa a relacionar a o número de vagens produzidas por 10
plantas em cada espaçamento contendo um, dois ou três grãos de soja. No mesmo sentido da
figura anterior, os espaçamentos de 30 e 45 cm foram inferiores estatisticamente ao espaçamento
de 60 cm, que apresentou números expressivos de vagens com três e principalmente com dois
grãos de soja conferindo superioridade produtiva. As diferenças na produção final ocorrem
devido às variações no número de vagens que se estabelece na lavoura, pois o número de grãos
por vagem tem um grande domínio genético, sendo pouco influenciado por variações de clima
(KANTOLIC & CARMONA, 2006).
O maior número de vagens verificado no espaçamento de 60 cm resulta diretamente em
um maior número de grãos por um conjunto de 10 plantas (Figura 18) justificando a
superioridade deste espaçamento na produção de grãos, tendo uma produção por planta superior
aos demais espaçamentos não no dossel mediano e superior, mas também no dossel inferior.
Os dados das Figuras 16 e 18 condizem com a afirmação de que os dosséis superior e mediano
apresentam a maior contribuição para a produtividade de grãos da soja, pela maior presença de
estruturas reprodutivas (RAMBO et al. (2004).
Outra relação que se faz importante diz respeito à altura do dossel inferior das plantas na
lavoura (Figuras 19, 20 e 21), pois quanto menor a altura maior será a área foliar sadia disponível
para produção de fotoassimilados para vagens e grãos localizados neste dossel. A altura foi
significativamente menor no espaçamento de 60 cm como discutido anteriormente. Em se
tratando de número de vagens com um, dois e três grãos produzidos no dossel inferior, o
espaçamento de 60 cm somente se assemelhou estatisticamente os espaçamento de 45 cm no
número de vagens contendo um grão no seu interior.
71
O número de vagens contendo dois e três grãos foi significativamente superior no
espaçamento maior, ratificando a importância da manutenção da área foliar produtiva aderida à
planta, caso contrário a formação e enchimento do grão pode ser prejudicado. Essa possibilidade
é defendida por YORINORI (2004) que quanto mais cedo ocorre a desfolha, menor será o
tamanho de grãos e, consequentemente, maior o dano na produtividade e na qualidade de grãos.
Da mesma forma, (OGLE et al., 1979) menciona que os danos relativos à ferrugem
asiática estão associados com a redução do numero de vagens, numero de grãos cheios e peso de
grãos por planta. Contudo, esta afirmação é confirmada em partes com os valores encontrados
neste trabalho como na Figura 22 onde é apresentado o peso de mil grãos (PMG) e número de
grãos significativamente diferenciados entre os espaçamentos.
Apesar de uma quantidade de doença elevada Figura 7, o espaçamento de 30 cm
proporcionou o maior PMG comparado aos espaçamentos maiores que apresentaram menores
AACPD. Isto é possível, pois uma menor quantidade de grãos tem oportunidade de receber maior
concentração de fotossimilados. RAMBO et al. (2004), encontrou resultado semelhante em uma
população de 20 plantas.m
-2
espaçadas a 20 cm, obtendo maior PMG comparados com
espaçamento de 40 cm. RODRIGUES et al. (2002), corrobora com os dados verificando que à
medida que o número de grãos.m
-2
aumenta, há redução no peso de grãos.
Entretanto, no mesmo gráfico, é apresentado o número de grãos produzidos por 10 plantas
em cada espaçamento e ratifica a superioridade produtiva do espaçamento de 60 cm, que mesmo
com menor PMG, o mero de grãos produzidos é superior estatisticamente aos espaçamentos
menores, conferindo maior produtividade.
72
a
ab
c
(3)
a
b
c
(2)
a
b
c
(1)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
30 cm 45 cm 60 cm
N
ú
m
e
r
o
d
e
v
a
g
e
n
s
Espaçamento
inferior
mediano
superior
FIGURA 16 - Número de vagens produzidas por dossel (inferior, mediano e superior) por
10 plantas de soja nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)
Médias
seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 13,26.
(2)
C.V. (%) 10,94.
(3)
C.V. (%) 10,31.
a
ab
c
(3)
a
b
c
(1)
a
ab
c
(2)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
30 cm 45 cm 60 cm
N
ú
m
e
r
o
d
e
v
a
g
e
n
s
Espaçamento
3 gos
2 gos
1 go
FIGURA 17 - Número de vagens com um, dois e três grãos produzidas por 10 plantas de
soja nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)
Médias seguidas pela mesma
letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 14,36.
(2)
C.V. (%) 11, 57.
(3)
C.V. (%) 8,35.
73
a
ab
c
(3)
a
b
c
(2)
a
b
c
(1)
0
100
200
300
400
500
600
700
30 cm 45 cm 60 cm
N
ú
m
e
r
o
d
e
g
r
ã
o
s
Espaçamento
inferior
mediano
superior
FIGURA 18 - Número de grãos por dossel (inferior, mediano e superior) produzidos por 10
plantas nos espaçamentos de 30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)(3)
Médias seguidas pela mesma
letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 13,64.
(2)
C.V. (%) 11,52.
(3)
C.V. (%) 9,41.
a
ab
ab
(1)
B B A
(2)
0
25
50
75
100
125
30cm 45cm 60cm
Espaçamento
Dossel inferior (cm) mero de vagens com 1 grão
FIGURA 19 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com um grão. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 12,28.
(2)
C.V. (%) 15,74.
74
B B
A
(2)
a
b
c
(1)
0
25
50
75
100
125
30cm 45cm 60cm
Espa ça m ento
Dossel inferior (cm ) Núm ero de va gens com 2 grã os
FIGURA 20 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com dois grãos. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste
de Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 14,83.
(2)
C.V. (%) 12,31.
B B
A
(1)
a a
b
(2)
0
25
50
75
100
125
30cm 45cm 60cm
Espaçamento
Dossel inferior (cm) Número de vagens com 3 gos
FIGURA 21 - Altura do dossel inferior de cada espaçamento com a produção de vagens
com três grãos. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 13,66.
(2)
C.V. (%) 11,29.
75
A
B
C
(1)
b
ab
a
(2)
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
30 cm 45 cm 60 cm
Espacamentos
mero de gos PMG
FIGURA 22 - Número de grãos produzidos e peso de mil grãos (PMG) nos espaçamentos de
30, 45 e 60 cm. Santa Maria, 2007.
(1)(2)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de
Tukey (P0,05).
(1)
C.V. (%) 15,74.
(2)
C.V. (%) 10,37.
76
5 CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos para esta cultivar, pode-se concluir que:
A redução do espaçamento entre linhas favoreceu as condições para o estabelecimento de
Phakopsora pachyrhizi na soja.
A cobertura e penetração do fungicida foram maiores na medida em que o espaçamento
entre linhas aumentou.
O menor nível de desfolha foi relacionado ao aumento no espaçamento, refletindo em
uma menor desfolha no dossel inferior.
A maior Área Foliar Verde (AFV), resultante de uma proteção mais eficaz do fungicida,
resultou em maior período de atividade fotossintética em todos os dosséis da planta.
Os componentes da produtividade foram favorecidos nas três camadas do dossel na
medida em que o espaçamento entre linhas aumentou.
Apesar do peso de mil grãos (PMG) ter sido maior no espaçamento de 30 cm, o maior
número de grãos foi encontrado no espaçamento de 60 cm, o que resultou em maior
produtividade.
77
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83
ANEXOS
84
ANEXO 1 - Características fenológicas e recomendações da cultivar M-SOY 8000 RR,
grupo de maturação semi-precoce. Santa Maria, 2007.
Hábito de crescimento
Determinado
Cor da flor
Roxa
Cor da pubescência
Cinza
Cor do Hilo
Preta
(imperfeito)
Estatura média das plantas
77 cm
Altura média de inserção de vagens
14 cm
Acamamento
Resistente
Semeadura a partir de
20/10 a 15/12
Exigência em fertilidade
Alta
População de plantas/ha
330 a 370 mil
Fonte: MONSOY.
85
ANEXO 2 - Síntese da Escala Fenológica da Soja elaborada por Walter R. Fehr e Charles
Caviness (1977).
Vegetative stages
Stage
Description
VE
Emergence
Cotyledons above the soil surface
VC
Cotyledon
Unifoliolate leaves unrolled sufficiently so that the leaf edges are not touching
V1
First
-
node
Fully developed leaves at unifoliolate node
V(n)
n
th
-
node
Here, the "n" represents the number of nodes on the main stem with fully developed leaves beginning with the
unifoliolate leaves.
Reproductive stages
Stage Description
R1
Beginning bloom
One open flower at any node on the main stem
R2
Full b
loom
Open flower at one of the two uppermost nodes on the main stem with a fully developed flower
R3
Beginning pod
Pod 3/16" long at one of the four uppermost nodes on the main stem with a fully developed leaf
R4
Full pod
Pod 3/4" long at one of th
e four uppermost nodes on the main stem with a fully developed leaf
R5
Beginning seed
Seed 1/8" long in a pod at one of the four uppermost nodes on the main stem with a fully developed
leaf
R6
Full seed
Pod containing a green seed that fills the pod
cavity at one of the four uppermost nodes on the main stem
with a fully developed leaf
R7
Beginning maturity
One normal pod on the main stem that has reached its mature pod color
R8
Full maturity
Ninety
-
five percent of the pods have reached their
mature pod color. Five to ten days of drying weather
are required after R8 for the soybean moisture levels to be reduced to less than 15 percent
86
ANEXO 3 - Características técnicas das pontas de pulverização utilizadas no trabalho,
reproduzidas do catálogo da Teejet®.
PONTA DE PULVERIZAÇÃO – Teejet®
Características
Ponta de Pulverização de Jato Plano de Uso Ampliado
XR 11001 e XR 11002
Cobertura uniforme em baixas pressões.
Gotas menores para pressões altas para uma melhor cobertura.
Pressão de pulverização: 1-4 bar.
Ideal para equipamentos com controladores de pulverização.
Reduz a deriva nas pressões mais baixas.
Ponta de Pulverização de Jato Plano Duplo Comum
TJ-60 11002
Penetração nos resíduos de cultivos ou em folhagem densa.
Gotas menores para uma melhor cobertura.
Pressão de pulverização: 2-4 bar.
Melhor distribuição de pulverização ao longo das barras do que com pontas de jato
cone vazio.
Pontas de Pulverização de Jato Cônico Vazio
TXA 8002
Pressão máxima de operação de 20 bar. O ângulo de pulverização é de 80
0
a 7 bar.
Padrão de pulverização finamente atomizada proporciona cobertura total.
Maior resistência ao desgaste.
Resistente à corrosão.
Aceita formulações mais abrasivas de pesticidas.
Ponta de Pulverização de Jato Plano de Ângulo Grande
TT 11002
Passagens livres, grandes, redondas, para evitar entupimento.
Excelente para usar em controles de pulverizadores.
Excelente qualidade de perfil de pulverização.
Inigualável controle da deriva com gotas maiores de 1-6 bar.
Excelente resistência às soluções corrosivas.
Turbo TeeJet® Duo
Angulação dupla da pulverização ajuda a melhorar a penetração.
Promove cobertura completa da folha.
Ideal para uso em controles de pulverização automáticos.
Pressão ótima de operação: 1-6 bar.
Excelente para herbicidas de pós-emergência, inseticidas e fungicidas sistêmicos e
de contato - 2,7 bar ou mais.
Melhor penetração e cobertura comparada aos jatos simples de igual capacidade.
87
ANEXO 4 - Valores dos quadrados médios para as características agronômicas analisadas. Santa Maria, 2007.
Causas da Altura dossel Altura final
Variação inferior Planta 1 gos 2 gos 3 gos
Bloco 3 44991 101.877 24.954 1.040.628 1.085.991 1.636.228 82.733 1.000.359 47.968.367
Espamento (E) 2 1288146* 3276021* 182059022* 694442017* 5128717* 91369117* 2352406* 9834786* 155413590385*
Reduo 6 0.053 5.475 60.637 5.728 26.102 45.294 3.894 35.824 222.422.057
Ponta (P) 4 57231* 117637* 29341203* 107124486* 1563144* 14118269* 320597* 3287493* 5522955271*
EP 8 101016* 237706* 20611724* 74967128* 1813244* 10122311* 194947* 402382* 1780554985*
Reduo 36 0.557 1.115 57.057 3.588 25.667 59.416 1.068 5.289 53.705.672
Aplicação (A) 2 0.333 0.271 7853089* 22020267* 1675467* 1757317* 48689* 3489565* 1216202992*
EA 4 0.260 0.104 2873089* 13883533* 71.258 2302058* 31914* 548387* 422074161*
PA 8 0.148 0.178 2549415* 8997753* 507807* 1628865* 16897* 34.894 85.306.461
EPA 16 0.089 0.123 4214092* 13961769* 887588* 2257326* 49341* 456.732 91.045.363
Reduo 90 0.440 0.794 58.222 1.915 28.269 57.181 0.900 24950 53.939.482
GL Núm vagens Núm gos ProdutividadePMG
Vagens
* Significância no teste F (P<0,05)
88
ANEXO 5 - Valores dos quadrados médios para as demais variáveis analisadas. Santa Maria, 2007.
Causas da
Variação
Bloco 3 44.712 175.783 1.219 1.035.028 1.065.280 274.278 542.303
Espaçamento (E) 2 874145* 23919839* 41772* 2385117* 1495439* 15151924* 20700021*
Resíduo 6 1.744 16.772 0.996 7.450 8.624 3.090 14.984
Ponta (P) 4 21412754* 2403281658* 332658* 8832158* 8061325* 4281722* 30278933*
EP 8 255651* 4496887* 33663* 89262* 163883* 757118* 993919*
Resíduo 36 2.389 29.878 0.921 1.069 3.319 4.276 14.856
Aplicação (A) 2 1737265* 158569172* 2.665 1551217* 1542956* 0.194 5.250
EA 4 17729* 2588456* 0.093 81458* 67731* 0.590 5.833
PA 8 95657* 11539367* 0.348 113008* 157442* 3.278 8.620
EPA 16 4092* 493483* 0.129 37906* 46175* 1.174 5.398
Resíduo 90 0.818 51.680 1.138 0.917 2.380 3.391 7.421
GL DMVSeveridade AACPD
r
AFV Desfolha Cobertura
* Significância no teste F (P<0,05)
89
ANEXO 6 - Classificação das gotas de acordo com o Diâmetro Mediano Volumétrico
(DMV)
DMV (µm) Classificação
<100 Muito fina
100-175 Fina
175-250 Média
250-375 Grossa
375-450 Muito grossa
>450 Extremamente grossa
Fonte: American Society of Agricultural Engineering
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