Em Roma havia, também, na agricultura, além da produção escrava, a força de trabalho
mercenarii, “força de apoio remunerada e temporária” (Oliveira, 1991:39). Esses trabalhadores,
especificamente, eram destinados aos serviços de fenação, da vindima, das colheitas.
A partir do século II, d.C., a economia, baseada no cultivo de terras, entrava em declínio
por vários fatores, sendo um deles a falta de mão-de-obra escrava, provocada, conforme relata
Oliveira, pela gradativa eliminação das fontes abastecedoras tradicionais. (1991:39). A economia
escravista clássica entrava, por fim, em crise.
O trabalho artesanal era organizado, em Roma, pelo agrupamento dos trabalhadores em
associações ou em corporações. A religião em comum era, a princípio, a forma de organização
que reunia tecelões, tintureiros, sapateiros, médicos etc. No final da República, essas corporações
tornaram-se mais organizadas, possuindo cada qual seu próprio estatuto, fundado na mutualidade,
com sede e constituídas por doações individuais (Oliveira, 1991:40).
As corporações de ofício romanas dividiam-se em sodalitia e collegia. A primeira, uma
organização mista, agregava patrões, empregados e escravos e se destinavam à organização do
trabalho em diferentes níveis como, por exemplo, agrícola, doméstico; a segunda, organizada por
profissões, reunia trabalhadores urbanos de várias categorias e, de acordo com Oliveira, sua
principal característica era fazer frente à concorrência do trabalho escravo (1991:40). Os collegia
tinham membros como padeiros, artífices, bombeiros, armadores, comerciantes.
Em função das profundas transformações econômicas, ocorridas na Europa ocidental de
domínio romano, após as invasões bárbaras, o trabalho passou a ter uma nova configuração: do
escravismo passava para o servilismo (Oliveira, 1991:42).
Uma característica dos germanos, segundo Oliveira, é que eles desconheciam a
propriedade individual absoluta da terra, isso quer dizer que a estrutura fundiária bárbara
consistia na “apropriação coletiva da terra, no trabalho e na apropriação individual dos produtos
da criação” (1991:43).
O período após as invasões bárbaras resultou, portanto, da combinação de dois modos de
produção, o escravista e o germânico, o que convergiu no modo de produção feudal (a
vassalagem, o benefício, o manor, a senhoria, a própria estrutura geral da comunidade aldeã
feudal).
O feudalismo é caracterizado por formas de coerção direta, traduzidas pelo trabalho
compulsório sob relações de dominação e de servidão (Oliveira, 1991:48). Um exemplo dessas