Porém, atingido esse patamar, o momento reclamava a criação de uma escola voltada
para o ensino técnico-profissionalizante, adaptando às necessidades peculiares da região: a
formação de trabalhadores rurais
31
. O objetivo de tal procedimento era tornar os alunos
conscientes da importância do seu papel como sujeito da comunidade local, conferindo-lhes
um grau de pertencimento. A cooperação do governo federal, através de seus órgãos técnicos,
possibilitou a concretização desse programa.
Acreditava-se que, sob a ação pioneira de escolas regionais, orientadas para a
formação de mão-de-obra profissionalizante, os egressos, devidamente instruídos, poderiam
vir a ser os propulsores de uma preciosa fonte de abastecimento de alguns produtos, como
carnes, couros, cereais e madeiras para a região. O investimento do governo federal, nesse
sentido, poderia propiciar resultados favoráveis para o êxito e valorização da Amazônia.
Foi-se elevando sensivelmente a qualificação e quantificação dos funcionários da
educação, em conseqüência de terem realizado cursos no Rio de Janeiro, então capital do país.
Auxiliados pelas bolsas concedidas pelo INEP e pelo Conservatório Nacional de Canto
Orfeônico
32
, seis servidores públicos fizeram cursos fora do território: Juvenal Alves dos
Santos, Dirson Felix Costa, Jucyneide Fernandes de Carvalho, Clélia Bezerra de Menezes,
Elizabeth Bastos Campelo e Astréa Marinho. Os cursos realizados foram os de Inspeção,
Medidas Educacionais, Organização e Administração de Serviços de Educação e Canto
Orfeônico. De volta ao Território e ao desempenho de suas atividades, puseram em prática os
ensinamentos adquiridos nos currículos escolares, nas disciplinas Música e Educação Física
33
.
________________
31
CUNHA, 1981, p. 140-141.”A lei Orgânica de 1946 (Decreto-lei nº 9.613), assinada no mês de agosto,
procurou dar uma feição mais moderna ao ensino agrícola elevando seu “status”.
32
SCHWARTZMAN; BOMENY; COSTA, 2000, p. 110. “Um decreto-lei de novembro de 1942 (n° 4.993) cria
o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, subordinado diretamente ao Departamento Nacional de
Educação, mas para funcionar junto à Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil. Seu objetivo era
formar candidatos ao magistério do canto orfeônico de nível primário e secundário. Além disto, deveria
promover pesquisas “visando à restauração ou revivescência das obras de música patriótica que hajam sido no
passado expressões legítimas da arte brasileira e bem assim o recolhimento das formas puras e expressivas de
cantos populares no país, no passado e no presente”; e mais especificamente, promover “a gravação em discos do
canto orfeônico do Hino Nacional, do Hino da Independência, do Hino da Proclamação da República, do Hino à
Bandeira Nacional e bem assim das músicas patrióticas e populares que devam ser cantadas nos
estabelecimentos de ensino do país”.
33
SCHWARTZMAN, org, 1982, p 371 “Com relação à educação física, tornou-a obrigatória no ensino primário,
normal e secundário, e insistiu, para a formação dos seus professores, a Escola Nacional de Educação Física, que
entrou a funcionar em 1939. A iniciativa teve desde logo grande repercussão, determinando a instituição, em
vários pontos do país, de estabelecimentos congêneres.”