ser cada vez mais despersonalizada a massificada e, portanto, desumana e
desumanizante,”
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a família, deve contar com o apoio eclesial e social e com sua
determinação, para buscar tornar-se ser aquilo que é (FC 17).
Quando se afirma que a família é imagem de Deus se entende que o é numa
perspectiva mistérico-ontológica, ela é uma comunidade de amor que participa do
amor de Cristo pela sua Igreja, amor este que além de ser participação, é também
modelo para a família (Ef 5,32), porém sua dimensão ontológica e sua eclesialidade
são fundamentadas no batismo. Neste fundamento, Paulo exorta para que todas as
desigualdades sejam superadas, pois: “Não há judeu nem grego, não há escravo
nem livre, não há homem nem mulher; pois todos vós sois um só em Cristo Jesus
(Gl 3,28). Pois fomos batizados num só Espírito para ser um só Corpo, judeus e
gregos, escravos e livres e todos bebemos de um só Espírito” ( 1 Cor 12,13 ). O
batismo insere a família no contexto eclesiológico universal. A universalidade
fraterna, que nasce da comunhão com Cristo pelo batismo, é um elemento chave
para a vida comunitária da família. Porém, quando Paulo fala do batismo, quer
reforçar o ser “batizado na morte de Cristo” (Rm 6,3; Cl 2,12). O batismo unifica
os membros ao Corpo, apesar da diversidade (Gl 3,27-28). Esta unidade, no corpo
eclesial, é muito significativa para a família, pois se descobre o significado da
expressão “batizados em Cristo” (Rm 6,3; Gl 3,27-28), pois unida á comunidade
pelo batismo, a família ressuscita para uma nova vida revestida por Cristo (Rm
13,14), o Homem Novo (Cl 3,10) presente na comunidade. Esta vida nova, inserida
na comunidade, deve impelir a família a sair de si em direção ao outro, num
compromisso não só familiar, mas também, eclesial e social, exercitando as
virtudes do amor (Gl 5,23; 1Cor 13,4-7; Cl 3,12-15), pois, estar revestido de Cristo
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FERREIRA, Laureci. Cremos na vida, cremos na família v. 2. p. 75.