Download PDF
ads:
Cristiane Maria Simonato Conde
EFEITO FARMACOLÓGICO DA SUPLEMENTAÇÃO
DIETÉTICA DE ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS
n-3 NA MICROCIRCULAÇÃO.
OBSERVAÇÃO NA BOLSA DA BOCHECHA DO
HAMSTER.
Rio de Janeiro
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO – INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA (DOUTORADO)
EFEITO FARMACOLÓGICO DA SUPLEMENTAÇÃO
DIETÉTICA DE ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS
n-3 NA MICROCIRCULAÇÃO.
OBSERVAÇÃO NA BOLSA DA BOCHECHA DO
HAMSTER.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO – INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação em
Biologia do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em
Ciências
Rio de Janeiro
2007
ads:
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO – INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA (DOUTORADO)
EFEITO FARMACOLÓGICO DA SUPLEMENTAÇÃO
DIETÉTICA DE ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS
n-3 NA MICROCIRCULAÇÃO.
OBSERVAÇÃO NA BOLSA DA BOCHECHA DO
HAMSTER.
Orientadora: Eliete Bouskela
Professora Titular do Departamento de Ciências Fisiológicas do
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Banca examinadora
Efetivos
Prof Ayres Guimarães Dias UERJ
Prof Eder Carlos Rocha Quintão USP
Prof
a
Eliete Bouskela UERJ
Prof
a
Magna Cottini Fonseca Passos UERJ
Prof Paulo Roberto Ribeiro Costa UFRJ
Suplentes
Prof
a
Nazareth de Novaes da Rocha UFF
Prof Pedro Lopes de Melo UERJ
Rio de Janeiro
2007
Conde, Cristiane Maria Simonato
Efeito farmacológico da suplementação dietética de ácidos graxos poliinsaturados n-3 na
microcirculação. Observação na bolsa da bochecha do hamster. Cristiane Maria Simonato
Conde, Rio de janeiro, 2007.
X, 72 p., il.
Orientadora: Prof. Dra Eliete Bouskela
Tese (Doutor em Ciências) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Centro Biomédico,
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
1 Ácidos graxos pollinsaturados 2 Microcirculação 3 Reatividade vascular
4 Rolamento e adesão de leucócitos 5 Permeabilidade microvascular 6 Teses
I. Cristiane Maria Simonato Conde II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Centro Biomédico, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
III. Título
Dedico esta tese a todas as pessoas que torcem pelo meu sucesso.
Em especial Bruno, Juliana e meus pais, Elisa e Alejandro.
Começo e fim da minha vida.
Agradecimentos
A Deus, por me guiar nesta caminhada e me permitir alcançar mais esta etapa da vida.
A determinada professora Eliete Bouskela, exemplo de mulher na ciência, pela
oportunidade que me deu de ingressar na vida científica e por me orientar com suas
discussões e reflexões criativas sobre este projeto de estudo, as quais muito me ajudaram a
compreendê-lo e me permitiram realizar uma análise crítica sobre o mesmo.
Aos membros da banca examinadora pela disposição de analisar este trabalho e pelas
sugestões e críticas.
Ao professor Erik Svensjö, Fátima Zelly Garcia Cyrino e Helena de Carvalho pela
paciência e dedicação com meu aprendizado no modelo da bolsa da bochecha.
Aos estimados amigos de trabalho do LPM e LIB pela cooperação e amizade. Em especial
a Maria Sofia Perez da Gama pela paciência e ajuda prestada em todos os momentos
necessários, ao Waldício da Silva Soares por me ajudar na elaboração dos gráficos e Denise
Salles Coelho da Mota, Eliane de Souza Furtado, Paulo José Ferreira Lopes, Cláudio
Natalino Ribeiro, Fabiana G. da Conceição e Carlos Eduardo Mascarenhas pelos finais de
semana e feriados dedicados ao tratamento dos animais.
A Maria das Graças Coelho de Souza, grande amiga que fiz nesses 12 anos de convivência
no laboratório e que muito me ajudou.
Aos meus familiares (sogros, cunhados, tios, primos, avós – falecidos) e amigos que
sempre torceram por mim.
Ao Benito, meu querido irmão pelo carinho e por estar sempre presente na minha vida
torcendo pelo meu sucesso.
Aos meus queridos pais, Elisa e Alejandro, pelo exemplo de vida que são para mim e
sempre ao meu lado me incentivaram, permitiram e deram condições de lutar pelos meus
sonhos.
Ao Bruno, meu doce companheiro, pela sua fiel presença e apoio constante nos momentos
bons e ruins. E a Juliana, nosso eterno amor que ainda sem entender muita coisa
transformou e irradiou de alegria a nossa vida.
Muito obrigada pela paciência de todos!
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
(do texto em português)
Ach - Acetilcolina
ATP - Adenosina trifosfato
DHA - Ácido docosahexaenóico
EDHF - Fator hiperpolarizante derivado do endotélio
EDRFs - Fatores de relaxamento derivado do endotélio
e-NOS - Óxido nítrico sintase endotelial
EPA - Ácido eicosapentaenóico
EROS - Espécies reativas de oxigênio
GMP
cíclico
- Guanosina monofosfato cíclico
HDL colesterol - Lipoproteína de alta densidade (colesterol)
LTB
4
- Leucotrienos da série 4
LTB
5
- Leucotrienos da série 5
LDL colesterol - Lipoproteína de baixa densidade (colesterol)
MitoK
+
ATP - Canais mitocondriais de K
+
sensíveis ao ATP
NO - Óxido nítrico
PUFAs - Ácidos graxos poliinsaturados
SNP - Nitroprussiato de sódio
TG - Triacilglicerol
VII
Sumário
__________________________________________________________________
Lista de siglas e abreviaturas.................................................................................VII
Resumo..................................................................................................................IX
Abstract..................................................................................................................X
Introdução..............................................................................................................1
Objetivo geral...... ..................................................................................................11
Artigo1....................................................................................................................11
Artigo2....................................................................................................................25
Discussão...............................................................................................................49
Conclusão...............................................................................................................56
Referências bibliográficas.......................................................................................57
Anexos....................................................................................................................67
VIII
Resumo
Os efeitos cardioprotetores dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) n-3 o
atribuídos às ações antiarrítmica, antibrombótica, antiinflamatória e vasoprotetora
cujos mecanismos de ação podem estar inter-relacionados. No presente estudo
avaliamos o efeito farmacológico da suplementação dietética dos PUFAS n-3 na
microcirculação da bolsa da bochecha de hamster. O projeto foi dividido em duas
etapas. Na primeira etapa avaliamos a reatividade vascular em animais tratados
durante 14 dias com óleo de peixe ou azeite de oliva usando aplicação tópica de
dois vasodilatadores: um dependente do endotélio - acetilcolina (Ach) e outro
independente do endotélio - nitroprussiato de Sódio (SNP) e dois vasoconstritores:
fenilefrina (agonista do receptor
1
- adrenérgico) e serotonina (5-hydroxi-
triptamina). Na segunda etapa estudamos os efeitos farmacológicos da
suplementação oral de diferentes dosagens de ácido eicosapentaenóico (EPA)
triacilglicerol (TG) na permeabilidade a macromoléculas e no rolamento e adesão de
leucócitos induzidos por isquemia/reperfusão comparado à suplementação dietética
com azeite de oliva ou óleo de peixe. O grupo do óleo de peixe comparado ao
grupo do azeite de oliva mostrou maior vasodilatação com todas as substâncias
estudadas, aumento do fluxo sanguíneo e da densidade funcional capilar com
todas as substâncias testadas. Além desses efeitos a suplementação crônica de
óleo de peixe, em condição controle (antes da aplicação tópica de qualquer
substância vasoativa) mostrou uma freqüência de vasomotricidade arteriolar
espontânea 2, 37 vezes maior que os animais tratados com azeite de oliva sem
alterar a amplitude de vasomotricidade. A suplementação dietética com EPA ou
óleo de peixe foi capaz de inibir o aumento da permeabilidade a macromoléculas e
reduzir significativamente o número de leucócitos rolantes e aderidos induzidos
pela isquemia/reperfusão quando comparado ao azeite de oliva. Os efeitos do
EPA foram dose-dependente. Nossos resultados sugerem que a suplementação
dietética do óleo de peixe melhora a reatividade vascular provavelmente por ativar os
canais de K
+
, que atuam como fator hiperpolarizante do endotélio (EDHF) e
possivelmente aumentam a produção de vasodilatadores, um deles o óxido trico
(NO). Além disso, os PUFAs n-3, especialmente o EPA pela capacidade
antioxidante, são capazes de reduzir a interação leucócito-endotélio e a produção de
espécies reativas de oxigênio (EROS) e conseqüentemente diminuir o número de
leucócitos rolantes e aderidos e a permeabilidade microvascular induzida pela
isquemia/reperfusão.
IX
__________________________________________________________________
Abstract
_________________________________________________________________________
The cardioprotector effects of n-3 polyunsaturated fatty acids (PUFAs) are
attributed to antiarrhytmic, antithrombotic, antiinflammatory and vasoprotector
actions and the mechanisms of action could be inter-related. The aim of this work
was to study pharmacological effects of n-3 PUFAs dietary supplementation in the
microcirculation of the hamster cheek pouch, divided in two steps. In the first step,
we observed vascular reactivity in animals treated during 14 days with fish oil or
olive oil subjected to topical application of 2 vasodilators: endothelial dependent -
acetylcholine (Ach) and endothelial independent sodium nitroprussiate (SNP)
and 2 vasoconstrictors: phenylephrine (
1
- adrenergic receptor agonist) and
serotonin (5-hydroxi-tryptamin). In the second step, we investigated the
pharmacological effects of differentes doses of eicosapentaenoic acid (EPA)
(triglyceride form) dietary supplementation on macromolecular permeability
increase and on the number of rolling and sticking leukocytes induced by
ischaemia/reperfusion in the cheek pouch microcirculation compared to olive oil
and fish oil dietary supplementation. Fish oil group compared to olive oil one
showed greater dilation, increased blood flow and functional capillary density with
all substances tested. Furthermore, the effects of fish oil dietary supplementation
compared to olive oil group, in control conditions (without topical application of
vasoactive substances) enhanced 2.37 times the spontaneous arteriolar
vasomotion frequency without any effect on the amplitude. EPA or fish oil dietary
supplementation compared to olive oil inhibited macromolecular permeability
increase and significantly reduced the number of rolling and sticking leukocytes
induced by ischaemia/reperfusion. The effect of EPA was dose-dependent. Our
results suggest that fish oil dietary supplementation improved the vascular reactivity
by activating K
+
channels, which act as endothelial derived hiperpolarizing factor
(EDHF) and possibly increase the production of vasodilators, being one of them nitric
oxide (NO). Furthemore, n-3 PUFAs, specially EPA, through its antioxidant capacity
reduce endothelium-leukocyte interactions and reactive oxygen species (ROS)
production, and consequently decrease the number of rolling and sticking leukocytes
and microvascular permeability induced by ischaemia/reperfusion.
X
Introdução
_____________________________________________________________
As síndromes cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio,
insuficiência cardíaca e acidentes cerebrovasculares, são as principais causas
de morte no mundo ocidental e, responsáveis pelo maior gasto de internação
pelo Sistema Único de Saúde no Brasil (Lotufo, 1996; Da Luz & cols
.
, 2005).
Como a maioria dessas síndromes são oriundas da disfunção endotelial e da
inflamação vascular (Bahia & cols
.
, 2004; Da Luz & cols
.
, 2005) muitos
pesquisadores se voltaram para o estudo da microcirculação por sua
capacidade em integrar o sistema cardiovascular e atender às exigências
metabólicas de todo o organismo (Guyton & Hall, 2002; Berne & cols., 2004).
A microcirculação pode ser entendida como a unidade funcional do
sistema circulatório que reúne uma série de estruturas com funções
particulares e harmônicas. Sob o ponto de vista anatômico, este sistema é
composto por uma rede de vasos sanguíneos de diâmetros dios inferiores a
100
µ
m, denominados arteríolas, metarteríolas, capilares, vênulas pós-
capilares, vênulas, comunicações arterio-venosas, sistema linfático e estruturas
perivasais, imersos no fluido intersticial (Guyton & Hall, 2002).
O leito microvascular também pode ser dividido em três segmentos, de
acordo com suas funções específicas em: vasos de resistência - arteríolas,
metarteríolas e esfíncteres pré-capilares que controlam o fluxo sanguíneo aos
órgãos; vasos de troca - capilares; vasos de capacitância - vênulas que são
reservatórios de volume (Guyton & Hall, 2002; Berne & cols., 2004).
As arteríolas o vasos oriundos das artérias de pequeno calibre que
avançam em direção ao sistema capilar através de ramificações progressivas,
1
onde condutos predominantemente elásticos gradualmente se tornam vasos
cujo diâmetro variável é diretamente controlado pelo tônus da musculatura lisa.
Na parede vascular das arteríolas encontra-se a maior proporção de células
musculares lisas cuja dilatação ou contração pode levar à dilatação máxima ou
até a obstrução dos vasos (Apud Bouskela & cols
.
, 1999). Nas arteríolas
terminais uma única camada contínua de células musculares lisas e nas
metarteríolas essa camada é descontínua. Nas metarteríolas, região que
origem ao leito capilar, existe um envoltório de lulas musculares lisas,
denominado esfíncter pré-capilar que está presente em muitos tecidos (Guyton
& Hall, 2002).
As lulas musculares lisas aparecem também na parede das vênulas
musculares e nas veias mais calibrosas, mas são menos espessas, apesar do
diâmetro ser consideravelmente maior que das arteríolas correspondentes
(Guyton & Hall, 2002).
Normalmente, a inervação simpática vasoconstritora estende-se até as
arteríolas, mas ocasionalmente encontra-se próxima às metarteríolas
(Chambers & Zweifach, 1946).
Devido à ausência de inervação nas metarteríolas e nos esfíncteres pré-
capilares, o controle nesses vasos é realizado por produtos do metabolismo
liberados por tecidos circunjacentes (Guyton & Hall, 2002).
Os capilares, extremamente delgados, formam redes microvasculares
bastante anastomosadas. Podem ser divididos em capilares arteriais e
venosos, dependendo da sua proximidade da metarteríola ou da vênula
coletora. São constituídos por uma camada de células endoteliais e membrana
basal externa envolvida por fina rede de fibras colágenas com diâmetro dio
2
de 4 a 10
µ
m, sem presença de musculatura lisa. o vasos muito permeáveis
e classificados quanto à continuidade da parede capilar em: contínuos (parede
contínua), fenestrados (com orifícios transcelulares obstruídos por um
diafragma) e sinusóides (com revestimento descontínuo, poroso e trajeto
tortuoso) (Guyton & Hall, 2002).
As vênulas pós-capilares o formadas pela confluência da rede capilar
venosa eventualmente envolta por tecido conjuntivo. Nesses vasos ocorre a
interação leucócito-endotélio, um dos eventos mais importantes na regulação
da inflamação. Além disso, como a sua parede vascular é composta por células
endoteliais ausente de musculatura lisa (Levick, 1991; Guyton & Hall, 2002)
existe a possibilidade de maior troca entre o plasma e o meio extravascular. É
também neste segmento que, em condições fisiopatológicas, ocorre a
permeabilidade a macromoléculas ou permeabilidade microvascular que é
caracterizada pela contração e separação das junções intercelulares das
células endoteliais que permitem o extravasamento das proteínas e
macromoléculas para o meio intersticial (Guyton & Hall, 2002).
O aumento da permeabilidade macromolecular é reversível, mas
depende da concentração de Ca
++
e da contração dos filamentos de actina e
miosina intracelulares (Rippe & Haraldsson, 1994).
As vênulas musculares são vasos altamente complacentes e possuem a
função de armazenamento ou de reservatório de sangue, ou seja, quando
excesso de sangue na circulação ou aumento da pressão arterial, as vênulas e
veias se distendem acomodando um volume maior de sangue. Em casos de
diminuição da pressão arterial, ou da necessidade de aumento da volemia, as
vênulas e veias se contraem fazendo com que o sangue armazenado retorne à
3
circulação. Entretanto, é através do diâmetro médio dos vasos pré-capilares
que ocorre a regulação da pressão arterial.
O aumento da pressão sobre a parede interna arteriolar provoca um
grau de estiramento que é dependente do nível dessa pressão e tende a
despolarizar o músculo liso vascular estimulando a sua contração. A
vasoconstrição significativa diminui o calibre dos vasos, aumenta a resistência
periférica, dificulta o fluxo e diminui o débito cardíaco. Verifica-se o inverso na
vasodilatação. Deste modo, o tônus vascular, que é o estado de contração
parcial dos vasos, determina a resistência periférica causando importante
impacto sobre o fluxo sanguíneo regional (Muller-Delp, 2006). O endotélio
vascular e seus produtos metabólicos também podem interferir no fluxo
sanguíneo regional através da regulação do tônus vasomotor.
Evidências em favor da reação miogênica, como mecanismo
responsável pelo aumento da resistência, foram obtidas em estudos diretos da
microcirculação, principalmente em leitos onde os vasos de resistência exibem
variações rítmicas e espontâneas de seu diâmetro denominadas de
vasomotricidade arteriolar espontânea (Bouskela, 1999).
A vasomotricidade arteriolar espontânea parece ser gerada pela
atividade miogênica do vaso (tensão produzida em resposta a um aumento no
estiramento da parede vascular) através de uma corrente de membrana onde
canais de K
+
parecem ter importante papel, alternando ciclicamente
vasoconstrição e vasodilatação (Bouskela & cols
.
, 1996) e possui importante
papel na regulação do fluxo sanguíneo, na perfusão e oxigenação tecidual e na
reatividade vascular (Bouskela & cols
.
, 1996).
4
A reatividade vascular é um parâmetro microcirculatório obtido através
da análise da variação do diâmetro arteriolar e venular, e é caracterizado pela
resposta vascular a diferentes drogas vasoativas e a variação de volume de
sangue circulante nos vasos (Bouskela & Grampp, 1992).
Dentre as inúmeras drogas vasoativas, a Ach (substância vasodilatadora
dependente do endotélio) e o SNP (substância vasodilatadora independente do
endotélio) o extremamente utilizadas em estudos científicos. A Ach atua nos
receptores muscarínicos das células endoteliais estimulando a liberação de
prostaciclina, EDHF e NO, substâncias que no músculo liso causam
relaxamento (Sobey, 2001; Vanhoutte, 2003). O SNP produz relaxamento do
músculo liso por ativação da guanilato ciclase e pelo aumento da produção de
GMP cíclico independente da integridade do endotélio.
Segundo Bouskela & cols
.
(1996), os fatores de relaxamento derivados
do endotélio (EDRFs), liberados pelo mesmo, podem regular tanto o diâmetro
arteriolar via óxido nítrico (NO) e guanosina monofosfato cíclico (GMPcíclico)
quanto a vasomotricidade, provavelmente via fator hiperpolarizante derivado do
endotélio (EDHF).
O endotélio produz também substâncias vasoconstritoras como a
endotelina e as espécies reativas de oxigênio (EROS) (Sader & Celermajer,
2002). Sob condições fisiológicas as EROS produzidas são neutralizadas pelos
antioxidantes naturais (Aukrust & cols., 2001). Entretanto, se a produção de
radicais livres for excessiva, ocorre estresse oxidativo (Aukrust & cols
.
, 2001;
Sirotkovic-Skerlev & cols
.
, 2006) prejudicando as funções celulares e
mitocondriais (Facundo & cols
.
, 2005).
5
Segundo Werns & Lucschesi (1989), a peroxidação lipídica
principalmente da fração LDL colesterol e a oxidação do grupamento sulfidrila
das proteínas causam distúrbios na permeabilidade da membrana celular e nas
funções enzimáticas. Estudo recente mostra que estes danos podem ser
prevenidos se forem ativados canais mitocondriais de K
+
sensíveis ao ATP
(mitoK
ATP
) que reduzem a liberação das
EROS (Facundo & cols., 2005).
Além disso, as EROS produzidas sob condições de estresse oxidativo,
como na isquemia/reperfusão, diminuem a biodisponibilidade de NO e
promovem a superposição dos efeitos vasoconstritores sobre os efeitos
vasodilatadores (Sanchez & cols., 2006; Bahia & cols
.
, 2006) prejudicando o
relaxamento vascular dependente do endotélio.
O estresse oxidativo decorrente da isquemia/reperfusão inclui também o
envolvimento de citocinas e de mediadores inflamatórios (Sirotkovic-Skerlev &
cols., 2006) que desencadeiam o acúmulo de leucócitos e o extravasamento de
proteínas e macromoléculas nas vênulas pós-capilares durante a reperfusão
(Simões & cols., 2001).
Em 2001, Conde & cols
.
propuseram que o aumento do extravasamento
macromolecular induzido pela isquemia/reperfusão pode ser decorrente da
produção das EROS e do controle homeostático do Ca
++
celular na
microcirculação da bolsa da bochecha. Corroborando essa hipótese, Bertuglia
& Giusti (2003) mostraram que o uso de antioxidantes é capaz de bloquear as
EROS e inibir a adesão leucocitária induzida por isquemia/reperfusão
aumentando o fluxo sanguíneo no mesmo modelo experimental, provavelmente
por diminuir a ativação ou os danos endoteliais causados por esses radicais
livres.
6
Estudos em modelos experimentais e clínicos têm mostrado que os
ácidos graxos provenientes da dieta podem interferir na morbidade e
mortalidade das doenças cardiovasculares (Bucher & cols., 2002; Griel & Kris-
Etherton, 2006; Leaf & cols, 2003; Zhang & cols, 1999; Wijendran & Hayes,
2004), visto que esses ácidos podem alterar a resposta endotelial (Shimokawa
& Vanhoutte, 1988), os níveis das frações lipídicas e o metabolismo de
quilomicrons (Lottenberg & cols
.
, 1992), a estereologia do miocárdio (Aguila &
cols., 1998) e outros fatores associados a essas doenças.
Embora, a redução no consumo de lipídeos seja associado a níveis mais
baixos de colesterol e a menor incidência de cardiopatias coronarianas, parece
que a substituição da gordura saturada por insaturada numa dieta é mais
importante que a quantidade de gordura ingerida cuja recomendação varia de
25% a 30% da energia total ingerida diariamente (Apud Castro & cols., 2004).
Além do alto consumo de gordura saturada, o exagerado consumo de
gordura trans, a baixa ingestão de antioxidantes e fibras, associados ao
sedentarismo, tabagismo e outros fatores podem predispor às doenças
circulatórias.
Os ácidos graxos são cadeias de hidrocarbonetos que possuem em uma
das extremidades um grupo carboxila e na outra um grupo metila. São
classificados, respectivamente, quanto à ausência ou presença de dupla
ligação em: saturados (origem animal - carnes, leite integral e seus derivados -
exceto peixe) e insaturados (origem principal vegetal - exceto palma). Os
insaturados se dividem ainda em: monoinsaturados (origem - azeite de oliva,
abacate e amendoim) ou poliinsaturadas de acordo com a quantidade de
duplas ligações. Os ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 são exemplos de
7
poliinsaturados que possuem duas e três insaturações, respectivamente
(Mahan & Arlin, 2005). Além dos ácidos graxos supracitados existem os trans
que geralmente são provenientes do processo de hidrogenação cujos óleos
vegetais são convertidos em margarinas e gorduras vegetais (origem
biscoitos, margarinas, sorvetes etc).
Os PUFAs ômega-6 (origem - óleos de soja, milho e girassol) possuem
esta denominação por apresentarem a sua primeira dupla ligação no carbono 6
a partir do radical metil do ácido graxo e são representados também pelas
formas n-6 ou ω-6. Os principais ácidos graxos que compõem o grupo Ômega
6 são: ácido linoleico e ácido araquidônico.
Do mesmo modo, o ômega-3
(origem - óleos de canola e linhaça, peixes gordurosos e frutos do mar) possui
sua primeira dupla ligação no carbono 3 a partir do radical metil do ácido graxo
e pode ser representado pelas formas n-3 ou ω-3. Os ácido
α
-linolênico (18:3n-
3) e os seus derivados, o ácido eicosapentanóico (EPA 20:5 n-3) e o ácido
docosahexanoico (DHA 22:6 n-3) são os principais ácidos graxos que
compõem o grupo ômega-3 (Din & cols., 2001).
Vários cientistas, inclusive a FAO/WHO, recomendam que a proporção
ideal de consumo de PUFAs n-6/n-3 diário varia de 5:1 a 10:1, porém alguns
especialistas sugerem uma proporção entre 1:1 e 4:1 como sendo a ideal
(Simoupoulus, 1991; Rodriguez-Cruz & cols., 2005; Consenso de Nutrição
Região Sul, 2006). Nos Estados Unidos, por exemplo, esta razão chega a 10:1,
devido à alta difusão do uso de óleos vegetais ricos em ômega-6 e no Canadá
a proporção é de 4:1 (Apud Lima & cols., 2000). Os PUFAs da série n-3 não
são sintetizados pelo organismo, por isso devem ser adquiridos através da
alimentação, a fim de evitar deficiências nutricionais (Hu, 2001).
8
Os benefícios cardiovasculares da inclusão de PUFAs n-3 na dieta são
estudados há mais de 30 anos, quando os cientistas observaram que os
esquimós apresentavam reduzida incidência de doenças cardiovasculares,
apesar do alto consumo de gordura na dieta. Evidenciaram também que os
níveis plasmáticos de triglicerídeos e colesterol total eram baixos e os de
lipoproteína de alta densidade (HDL) aumentados (Apud Beilin, 1993).
Atualmente, a função cardioprotetora dos PUFAs n-3 continua sendo
atribuída a suas ações antitrombótica, antiaterogênica, antiarrítmica e
vasoprotetora (Abeywardena & Head, 2001).
O consumo de PUFAs n-3, diminui a produção de eicosanóides
inflamatórios, citocinas, EROS e a expressão de moléculas de adesão. Estes
ácidos atuam diretamente (substituindo o ácido araquidônico e inibindo o seu
metabolismo) e indiretamente (alterando a expressão de genes inflamatórios
pela capacidade de ativação do fator de transcrição (Calder, 2006).
Acredita-se que os efeitos benéficos dos maiores constituintes do óleo
de peixe, o EPA e o DHA, nas doenças inflamatórias crônicas sejam
promovidos por mudanças oxidativas que atenuam a expressão dos receptores
de adesão leucocitária e a interação entre leucócito-endotélio (Sethi & cols.,
2002).
A capacidade de modificação da biossíntese dos eicosanóides também
está associada aos efeitos antiagregantes plaquetários e antiinflamatórios dos
PUFAS n-3, principalmente do EPA, capaz de antagonizar os tromboxanos e
leucotrienos das séries 2 e 4, respectivamente pró-agregantes plaquetários e
pró-inflamatórios (Din & cols., 2001).
9
Os efeitos da suplementação dos PUFAs n-3 na reatividade vascular
estão relacionados à capacidade de modificação da biossíntese dos
eicosanóides (Schmidt, 1997), aumento da produção de NO (Harris & cols.,
1997) e mudança na condutividade seletiva dos íons Ca
++
e/ou K
+
que podem
modular o tônus vascular (Asano & cols., 1998).
Adicionalmente, as alterações estruturais e funcionais provocadas pelos
PUFAS n-3 alteram a estabilidade, a viscosidade e a fluidez de membrana
(Abeywardena & Head, 2001). Os PUFAs n-3 incorporados à membrana celular
podem modificar esta estrutura, atuar sobre as ações enzimáticas e
diretamente sobre os canais de Ca
++
e/ou K
+
promovendo ações antiarrítmicas
(Abeywardena & Head, 2001). Segundo Matthan & cols. (2005), as arritmias ou
os distúrbios rítmicos do coração podem comprometer o fluxo sanguíneo
coronariano resultando na diminuição da oxigenação do músculo cardíaco
(isquemia) ou na morte deste tecido (infarto).
Os PUFAs n-3 podem também, como antioxidantes (Barbosa & cols
.
,
2003), diminuir os danos provocados ao endotélio vascular pelas EROS.
O estudo da microcirculação
in vivo
é de extrema relevância para
complementar e melhor caracterizar os efeitos dos PUFAs n-3 neste sistema.
Acredita-se que a maioria desses efeitos seja mediada pelo endotélio da
parede vascular, responsável pela regulação e manutenção da homeostasia e
da função cardiovascular (Bucher & cols., 2002).
10
Objetivo Geral
______________________________________________________
Avaliar o efeito farmacológico da suplementação dietética de óleo de
peixe e de EPA triacilglerol na microcirculação usando como modelo
experimental a bolsa da bochecha de hamster.
11
Artigo 1 Longchain n-3 polyunsaturated fatty acids and microvascular
reactivity: Observation in the hamster cheek pouch. Microvasc Res. 2006
Dec 27; [Epub ahead of print]
Objetivo
Avaliar o efeito farmacológico da suplementação oral de óleo de peixe na
microcirculação da bolsa da bochecha de hamsters através da análise do
diâmetro e do fluxo de sangue arteriolar e venular, da freqüência e da amplitude
de vasomotricidade arteriolar espontânea e da densidade capilar funcional.
Desenho experimental
Todos os procedimentos realizados com os animais tiveram aprovação do
comitê de ética em pesquisa experimental da UERJ (H36/94) que foram divididos
em 9 grupos (massa corporal entre 85 -135 g). Após período de quarentena, 4
grupos (n=6) foram tratados durante 14 dias, 2 vezes ao dia, por via oral, com
azeite de oliva (placebo) e 4 grupos (n=6) com óleo de peixe (30% de PUFAs n-
3), 0,4 mL/100 g de massa corporal. As dosagens equivalentes a 0,1 e 0,2 mL/
100g de massa corpórea não foram usadas porque experimentos pilotos não
mostraram diferença significativa entre a maior dosagem. No 15
0
dia, foi
realizada a preparação da bolsa da bochecha (ver p.15-16). O efeito
farmacológico da suplementação dietética do óleo de peixe na reatividade
vascular foi analisado usando aplicação tópica de dois vasodilatadores: um
dependente do endotélio - acetilcolina (Ach) e outro independente do endotélio -
nitroprussiato de Sódio (SNP) e dois vasoconstritores: fenilefrina (agonista do
receptor
1
-adrenérgico) e serotonina (5-hydroxi-triptamina). O uso desses
12
vasomediadores foi necessário para mostrar a resposta endotelial e do músculo
liso da microcirculação da bolsa da bochecha de hamster. Um grupo extra (n=12)
foi separado para avaliação de dados eletrofisiológicos.
Resultados principais
A – O diâmetro arterial em animais tratados com óleo de peixe foi maior com os
fatores de relaxamento e de constrição dependentes do endotélio.
B – Os animais tratados com óleo de peixe mostraram fluxo sanguíneo e
densidade funcional capilar aumentados com todas as substâncias testadas.
C O grupo do óleo de peixe, na condição controle (antes da aplicação tópica
de qualquer substância vasoativa) mostrou uma freqüência de vasomotricidade
arteriolar espontânea 2, 37 vezes maior que os animais tratados com azeite de
oliva sem alteração de sua amplitude.
Para melhor elucidação ver p. 16-20
Conclusão
A suplementação dietética crônica com óleo de peixe aumenta a vasomotricidade
provavelmente associada à ativação dos canais de K
+
que atuam como o EDHF e
possivelmente aumentam a produção de vasodilatadores, sendo um deles o NO.
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Artigo 2 – Effects of eicosapentaenoic acid (EPA) on macromolecular
permeability and leukocyte rolling and sticking induced by
ischaemia/reperfusion (Submetido para publicação na Revista Life
Sciences)
________________________________________________________________________
Objetivo
Avaliar o efeito farmacológico da suplementação oral do EPA
triacilglicerol através da permeabilidade a macromoléculas e do
rolamento/adesão de leucócitos induzidos pela isquemia/reperfusão na
microcirculação da bolsa da bochecha de hamsters.
Desenho experimental
Após período de quarentena, 55 hamsters machos (massa corporal
entre 85 - 135 g) foram divididos e tratados, durante 14 dias, 2 vezes ao dia,
por via oral: Grupo I (n=11) - azeite de oliva (placebo) 0.5 mL/dia; Grupo II
(n=11) – óleo de peixe 0.5 mL/dia (30% de PUFAs n-3); Grupo III (n=11) – EPA
0.004 mL/dia e Grupo IV (n=11) EPA 0.02 mL/dia e Grupo V (n=11) EPA
0.1 mL/dia. No 15
0
dia, os grupos descritos acima foram submetidos à
experimentação. Foi realizada isquemia em todos os animais, entretanto para
não comprometer os resultados dos parâmetros avaliados, dos 11 animais do
grupo I, II, III, IV e V, 5 foram utilizados para análise de rolamento/adesão de
leucócitos e 6 para observação da permeabilidade microvascular durante a
reperfusão (para maior elucidação dos materiais e métodos ver p. 31- 34).
25
Resultados principais
Durante a reperfusão observamos que o tratamento com óleo de peixe
ou com as diferentes dosagens de EPA triacilglicerol comparado ao tratamento
com azeite de oliva: A reduziu significativamente o número de leucócitos
rolantes e aderidos; B inibiu significativamente o aumento da permeabilidade
microvascular. Nossos resultados mostraram também que os efeitos do EPA
são dependentes da dosagem utilizada. Para melhor elucidação dos resultados
ver p. 35 - 37.
Conclusão
O efeito vasoprotetor dos antioxidantes está associado à sua capacidade
de reduzir a interação leucócito-endotélio e a produção de EROS. Nossos
resultados sugerem que a inibição da permeabilidade microvascular e a
redução no número de leucócitos rolantes e aderidos durante a reperfusão seja
decorrente da ação antioxidante dos PUFAs n-3. Apontamos principalmente
para a magnitude desse efeito em um dos seus principais constituintes, o EPA.
26
Effects of eicosapentaenoic acid (EPA) on macromolecular permeability
and leukocyte rolling and sticking induced by ischaemia/reperfusion
Cristiane M.S. Conde, Maria das Graças Coelho de Souza, Fernando L. Sicuro, Jean
Gardette* and Eliete Bouskela
Laboratório de Pesquisas em Microcirculão, Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Rua São Francisco Xavier, 524, 20550-013 Rio de Janeiro, RJ, Brazil and *Institut de
Recherche Pierre Fabre, 3 rue Ariane, 31527 Ramonville, France.
Running title:
Effects of EPA on ischaemia/reperfusion
Address for correspondence:
Eliete Bouskela, M.D., Ph.D.
Laboratório de Pesquisas em Microcirculão
Pavilhão Reitor Haroldo Lisboa da Cunha, térreo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier, 524
20550-013 Rio de Janeiro RJ
Brazil
Telephones: +55-21-2587-7764 or +55-21-2587-7771
Telefax: +55-21-2587-7760
e-mail: eliete_bouskela@yahoo.com.br
27
Abstract
There are
evidences suggesting that oxygen free radicals can mediate tissue injury
during ischaemia (I) and, in particular, during reperfusion (R) where accumulation of
activated neutrophils elicit an inflammatory response. Reports of postischaemia events
in the hamster cheek pouch have shown an increase of rolling/sticking leukocytes and of
microvascular permeability. The aim of our study was to determine if these events could
be affected by n-3 polyunsaturated fatty acids (PUFAs) and specifically by purified
eicosapentaenoic acid (EPA). Male hamsters were treated for 14 days by oral gavage
with olive oil (positive placebo), fish oil or different doses of EPA. On the 15
th
day,
animals were anesthetized and had their cheek pouch everted and prepared for intravital
microscopy. Temporary ischaemia (30 min) was obtained using an expandable cuff
placed around the proximal part of the preparation. Treatment with fish oil or EPA
significantly reduced macromolecular permeability in a dose-dependent fashion and the
number of rolling/sticking leukocytes induced by I/R compared to olive oil group.
Purified EPA elicited similar or even more pronounced results than fish oil. Our data
suggest that n-3 PUFAs could act as an antioxidant and exert their protective effect by
reducing endothelium-leukocyte interactions and reactive oxygen species (ROS)
production.
Key words:
n-3 PUFAs, rolling/sticking leukocytes, microvascular permeability,
ischemia/reperfusion, hamster, reactive oxygen species
28
Introduction
Fish oil improves endothelial cell function that play an important role on vascular tone
regulation, tissue perfusion, vascular permeability, myocardial function, blood fluidity,
anticoagulant activity and inflammatory responses (Abeywardena and Head, 2001;
Calder, 2004). Under physiological conditions, the endothelium balances the production
of vasodilators such as nitric oxide (NO) and vasoconstrictors like endothelin and
reactive oxygen species (ROS) (Abeywardena and Head, 2001; Pratico, D:, 2005).
During ischaemia/reperfusion (I/R) injury, activation and dysfunction of endothelial
cells have been reported (Carden and Granger, 2000) and the
production/biodisponibility of endothelium-derived relaxing factors (EDRFs), mainly
NO, are reduced (Bahia et al., 2006).
The pathogenesis of I/R injury includes excessive production of ROS and vasoactive
substances such as NO and endothelin, activation of neutrophils and complement with
involvement of cytokines and other inflammatory mediators (Sirotkovic-Skerlev et al.,
2006) resulting in impairment of cellular functions. Futhermore, reactive oxygen and
nitrogen metabolites are important physiological modulators of leukocyte-endothelial
cell interactions within the microcirculation (Grisham et al., 1998). These interactions
are essential during acute inflammatory responses and tissue repair (Lerh and Hübner,
1995).
ROS generated by activated neutrophils have been implicated in several
pathophysiological conditions, including reperfusion after local or systemic ischaemia
(Lerh and Hübner, 1995; Usatyuk and Natarajan, 2005).
In the microcirculation, accumulation of leukocytes and excessive fluid and protein
filtration are observed on postcapillary venules of inflammed tissues (Granger and
29
Kubes, 1994). Leukocyte adhesion has been correlated with increased microvascular
permeability (Bertuglia et al
.
, 1993). However, according to He and co-workers. (2000)
adhesion of leukocytes to postcapillary venules does not always result on increased
vascular permeability. Bertuglia and Giusti (2003) showed that an antioxidant treatment
blocked ROS production and leukocyte adhesion induced by I/R in the hamster cheek
pouch.
Although the underlying mechanism has not been fully elucidated yet, there is evidence
that fish oil intake exerts a protective effect on I/R injury manifestation in models of
experimental myocardial and cerebral ischaemia (Black et al., 1979; Culp et al., 1980;
McLennan et al., 1988).
N-3 polyunsaturated fatty acids (PUFAs) intake, as found in fish oils, decrease the
production of inflammatory eicosanoids, cytokines, ROS and the expression of adhesion
molecules. N-3 PUFAs act both directly (by replacing arachidonic acid as an eicosanoid
substrate and inhibiting arachidonic acid metabolism) and indirectly [by altering the
expression of inflammatory genes through effects on transcription factor activation
(Calder, 2006)]. Chen and co-workers (2003) suggested that major fish oil constituents,
eicosapentaenoic acid (EPA) and docosahexaenoic acid (DHA), can reduce
inflammation by attenuation ox-LDL-induced expression of adhesion molecules and
adhesion of monocytes in human coronary artery endothelial cell culture (HCAECs).
N-3 PUFAs, such as eicosapentaenoic acid (EPA), are highly polyunsaturated and
undergo readily to oxidation (Sethi, 2002). Beneficial effects of fish oil in chronic
inflammatory diseases may be due to oxidative modification
of omega-3 fatty acids with
subsequent inhibition of leukocyte
adhesion receptor expression and leukocyte-
endothelial interactions (Sethi et al., 2002.).
30
The present study was designed to examine the effects of fish oil and different doses of
one of its constituents EPA triacylglyceride (TG) treatments for 14 days on
rolling/sticking leukocytes and microvascular permeability after I/R in the hamster
cheek pouch. The pouch was observed in its cutaneous part to facilitate comparison with
data available in the literature (Bouskela and Grampp, 1992; Duling, 1973). This part of
the preparation is highly vascularized and all classes of microcirculatory vessels can
usually be visualized in the microscopic field with good clarity. Therefore, comparative
studies of various microvascular segments are possible.
Material and methods
All experiments were performed according to protocols approved by the Ethical
Committee of the State University of Rio de Janeiro, Brazil (H 36/94).
Experiments were performed on 55 male hamsters (Mesocricetus auratus, Botucatu, São
Paulo, SP, Brazil) weight range from of 85 to 135 g (7 to 10 weeks old). Animals were
divided into 5 groups treated by oral route for 14 days, twice a day, at 8:00 AM and 5:00
PM. Group I received olive oil, 0.5 mL/100 g body weight/day; group II, fish oil (Maxepa,
Institut de Recherche Pierre Fabre, Ramonville, France, concentrated in 30% on n-3
polyunsaturated fatty acids), 0.5 mL/100 g body weight/day; group III, EPA TG
(OMÉGAVIE EPA 90 TG, Institut de Recherche Pierre Fabre, Ramonville, France,
concentrated in 94.5%), 0.004 mL/100 g body weight/day; group IV, EPA TG,
0.02mL/100 g body weight/day and group V, EPA TG, 0.1 mL/100g body weight/day.
PUFAs n-3 effects on I/R were evaluated through macromolecular permeability and
number of rolling and sticking leukocytes.
31
On the 15
th
day, 30 min after the last dose of either olive oil, fish oil or EPA TG, anesthesia
was induced by an intraperitoneal injection of 0.1-0.2 ml of sodium pentobarbital
(Pentobarbital sodique, Sanofi, Paris, France, 60 mg/mL) given intraperitoneally and
maintained with
α
-chloralose [1,2-O-(2,2,2-trichlorethyliden)
α
-D-glucofuranose, Merck,
Darmstadt, Germany, 100 mg body weight] administered through the femoral vein catheter
also used for injections of fluorescein isothyocyanate (FITC)-dextran (TdB Consultancy,
Uppsala, Sweden) or rodhamine-6G (Sigma Chemicals, St. Louis, M.O., USA).
Throughout surgery and subsequent experiment, the temperature of the animals was kept at
36.5
0
C with a heating pad controlled by a rectal thermistor (LTB 750 Thermostat System,
Uppsala process data AB, Sweden). To facilitate spontaneous breathing, a tracheal tube
was inserted.
Cheek pouch preparations were prepared according to Duling (1973) modified by
Svensjö (1990) and Bouskela and Grampp (1992). The pouch was mounted in an
experimental chamber continuously superfused by a HEPES-supported HCO
-
3
-buffered
saline solution bubbled with 5% CO
2
- 95% N
2
in order to keep the pH of the
superfusion solution at 7.40. Throughout the experiment, the same gas mixture was also
gently blown over the experimental chamber to keep a low oxygen tension (pO
2
at 12-
15 mmHg) in the superfusion solution. The temperature of the solution was kept at 36.0
±
0.5º C with a circulating bath (model 8005, Polyscience - USA). After 30 minutes of
stabilization (resting period), the cheek pouch was subjected to local ischaemia induced
by a cuff (a thin latex tubing) placed around the proximal part of the preparation and
kept inflated for 30 min (Erlansson et al., 1991). The placement of the cuff can be made
without any visible interference with local blood flow. The intratubular pressure can be
rapidly increased by air compression using a syringe, and also rapidly decreased at
evacuation. An intratubular pressure of 200 to 220 mmHg in the cuff resulted in a
32
complete arrest of microvascular blood flow, which eventually returned to a level
similar to that observed before occlusion, during the reperfusion period.
In the absence of an ischaemic period, the observed parameters [microvascular
permeability and rolling and sticking leukocytes] did not change significantly during 5
hours. Once the resting period finished, if the preparation meets the inclusion criteria:
(1) no spontaneous leakage of plasma and (2) no increase in the number of
rolling/sticking leukocytes, the experiment was performed.
Observation of leukocytes
Leukocytes in circulation were labeled in vivo by an i.v. injection of 0.4 mL (0.1
mg/mL) of rhodamine 6G (Sigma Chemicals, St. Louis, MO, USA) immediately prior
to the observation and followed by a continuos infusion of the fluorescent dye thereafter
(10
µ
L/min - Harvard apparatus, model 55-2222) and observed in UV-light microscope
(Leica DM LS; Leica) with a set of filters (Excitacion BP 546-12/Emission LP 590)
coupled to a closed circuit TV system, 445 X magnification. In each preparation, two
venules (10-15
µ
m diameter and a length from 100 to 400
µ
m) were selected taking into
account the possibility to return exactly to the same site (presence of fat cells,
bifurcations, etc) for consecutive measurements. Experiments were performed by taking
1 min videotape recordings of selected microvessel fields in initial control conditions
(before ischaemia) and subsequently at onset, 15, 30, 45 min of reperfusion.
Rolling and sticking leukocytes were counted using playback of videotape recordings
and frame by frame analysis. A leukocyte was considered as rolling when it was in
contact with the venular wall and had lower velocity than circulating erythrocytes and
33
adherent when it did not flow within the blood stream but was immobilized at one
position during the entire observation period (30s) (Simões et al., 2001).
Macromolecular permeability
Thirty minutes after the completion of the preparation, FITC-dextran was injected (Mw
= 150000, 25 mg/100g body weigth) as a marker of leaky sites (= leaks). Leaks are
defined as visible extravascular spots (diameter > 100
µ
m) of FITC-dextran seen under
fluorescent light on postcapillary venules (9-16
µ
m in internal diameter).
Microvascular permeability was quantified by counting the number of leaks in the
prepared area using an UV-light microscope (Leica DM LS; Leica, optical
magnification 40X) with a set of filters (excitacion BP 450-490/Emission LP 520). The
number of leaks was manually scanned and counted before ischaemia and during
reperfusion. Maximal response to I/R occurs at 10 min after the onset of reperfusion and
this is the value reported for each experiment.
Statistical analyses
Comparisons between groups were made by Kruskal-Wallis non-parametric ANOVA
and Mann-Whitney U test. Intra-group comparison was performed by Wilcoxon test.
Values of p
0.05 were considered significant.
34
Results
Mean arterial pressure and body mass were not significantly different among the
investigated groups.
Rolling/sticking leukocytes increase induced by I/R
After total ischaemia of 30 minutes, there was an increase in the number of rolling and
sticking leukocytes during reperfusion. The number of rolling leukocytes on the olive
oil group significantly increased at 15, 30 and 45 min of reperfusion compared to what
was observed before ischaemia (p
<
0.04 for all times). The fish oil group had a
significant increase at 15 min of reperfusion (p < 0.04) and for EPA TG groups, only
the one of 0.004 mL/day increased the number of rolling leukocytes at 15 min of
reperfusion (p < 0.04). Comparisons time to time between fish and olive oil treated
animals pointed to a significant decrease in the number of rolling leukocytes at 15 (p =
0.05), 30 (p < 0.02) and 45 min (p < 0.01) of reperfusion. Compared to olive oil, groups
treated with EPA TG 0.004 mL/day (group III), did not show a significant difference on
the number of rolling leukocytes during reperfusion; EPA TG 0.02 mL/day (group IV)
had a reduction at 15 (p = 0.05), 30 (p < 0.01) and 45 min (p = 0.05) of reperfusion and
EPA TG 0.1 mL/day (group V) showed a significant difference at 15 (p < 0.03) and 45
min (p < 0.02) of reperfusion.
Comparing fish oil and EPA TG groups, only EPA TG 0.004 mL/day (group III) had a
significant difference on the number of rolling leukocytes at 45 min of reperfusion (p <
0.03). Comparison time to time has shown a significant difference between EPA TG
0.004 mL/day and EPA 0.1 mL/day at 15 min of reperfusion (p = 0.05 ) (figure 1).
35
In the olive oil group there was a significant increase on the number of sticking
leukocytes, at onset, 15 and 30 minutes of reperfusion compared to what could be
observed before ischaemia (p
<
0.04 for all times). The fish oil group had a significant
increase only 15 minutes after reperfusion has started (p < 0.04) and EPA TG groups at
the onset and at 15 minutes of reperfusion (p < 0.04).
Comparison between fish and olive oil treated animals within the same time pointed to a
significant decrease in the number of sticking leukocytes immediately (p < 0.01), 15 (p
< 0.01) and 30 min (p < 0.01) of reperfusion. Furthermore, when the two highest EPA
TG doses were compared to olive oil, the number of sticking leukocytes was
significantly smaller for the same times (p < 0.01). Comparison of EPA TG 0.04 mL
versus olive oil showed a significant decrease on the number of sticking leukocytes
immediately (p < 0.02), 15 and 30 min of reperfusion (p < 0.01). There were no
significant differences between fish oil and EPA TG or among EPA TG groups
themselves on the number of sticking leukocytes. At 45 min of reperfusion, no
difference on the number of sticking leukocytes could be detected in any of the groups
studied (figure 2).
Macromolecular permeability increase induced by I/R
Total ischaemia of 30 minutes caused a reversible increase in the number of leaks at
postcapillary venules during reperfusion on the olive oil treated group. Results obtained
for the group treated with olive oil was not significantly different from the ones
obtained with untreated animals previously studied in our laboratory (Conde et al.,
2001). Mean maximal number of leaks observed, in the hamster cheek pouch, for group
I was 121 leaks/cm
2
, group II (fish oil) 36 leaks/cm
2
, group III (EPA TG) 52 leaks/cm
2
,
36
group IV (EPA TG) 38 leaks/cm
2
and group V (EPA TG) 32 leaks/cm
2
(figure 3).
Comparison between olive oil and each one of the other groups showed a significant
inhibition on the number of leaks. Macromolecular permeability increase induced by I/R
was significantly inhibited by fish oil (p
<
0.01), EPA TG 0.004 mL/day (p
<
0.002),
EPA TG 0.02 mL/day (p
<
0.002) and EPA 0.1 mL/day (p
<
0.001), compared to olive
oil treated group. No significant differences could be detected between fish oil and the
highest doses of EPA TG (0.1 mL/day) used. However, when fish oil treatment was
compared to other EPA TG doses used, significant differences could be detected, for
EPA TG 0.004 mL/day (group III), p
<
0.01 and for EPA TG 0.02 mL/day (group IV),
p
<
0.04. No statistically significant difference was noted between the two highest doses
of EPA TG (0.02 and 0.1 mL/day), but there were significant differences between EPA
TG 0.004 and 0.02 mL/day (p
<
0.01) and between EPA TG 0.004 and 0.1 mL/day (p
<
0.01).
Discussion
We have shown in this study that treatment with n-3 PUFAs is more effective than with
olive oil in postischaemic events. Fish oil, as well as EPA TG in different doses reduced
the number of rolling/sticking leukocytes and inhibited the increase of microvascular
permeability in the hamster cheek pouch. Our data corroborate the study of Lehr and
co-workers (1991) and add the effects of different doses of EPA, to our knowledge not
explore before. In fact, this constituent of fish oil in the form of triacylglyceride,
purified to 94, 5%, seems to be at least 5 times more potent than the whole oil. Lerh and
co-workers (1991), in the dorsal skinfold hamster model, that fish oil enriched diet
could attenuate microvascular manifestations of I/R, such as increased macromolecular
permeability and number of rolling/sticking leukocytes.
37
Evidences suggest that intake of high doses of PUFAs can promote lipid peroxidation
and subsequent propagation of oxygen radicals (Roig-Perez et al., 2004). However, it
was also showed that n-3 PUFAs contributes to inhibit or diminish tissues lesions
caused by ROS (Jahangiri et al
.
, 2006) which may specifically damage ion pumps,
exchangers and channels, including Ca
2+
, Na
+
and K
+
channels (Kourie, 1998). Another
study demonstrated that pre-treatment with EPA significantly inhibited ROS production
(Zhang et al., 2002) which may damage endothelium and myocytes by lipid
peroxidation and oxidation of protein sulfhydryl groups, leading to disturbance of
membrane permeability and enzyme function (Werns and Lucschesi, 1989).
Moreover, n-3 PUFAs dietary supplementation changes fatty acid composition and
cholesterol content of cell membranes modifying membrane fluidity and altering
membrane receptor functions, membrane-bound enzymes and ion-transporters such as
Na
+
and Ca
++
(McMurchie et al.,1983; Fournier et al., 1995). Danthi et al. (2005)
showed that n-3 PUFAs, DHA, EPA and α-linolenic, inhibit T-type Ca
++
channels which
regulate Ca
++
entry.
Although recent studies have also shown an immunomodulatory function of DHA
(Apud Shimizu et al., 2003), only EPA stimulated NO production in spite of a smaller
and more transient elevation of intracellular Ca
2+
concentration in endothelial cells in
situ (Omura et al., 2001).
Zhu and He (2005) suggested that elevation of endothelial Ca
2+
is an early event
preceding NO synthesis which could activate barrier changes and contribute to platelet
activating factor (PAF) induced increases in microvessel permeability. Studies using the
cat mesentery demonstrated that leukocyte adherence to postcapillary venules is
promoted by platelet activating factor (PAF) and leukotriene B
4
(LTB
4
) (He et al.,
2000). LTB
4
induces leukocyte adhesion to microvascular endothelium through
38
upregulation of CD11b/CD18 (Mac-1, CR3) adherence receptors on leukocyte surface.
Compared to LTB
4
, EPA-derived LTB
5
is less potent in upregulating CD11b/CD18
(Mac-1, CR3) (Apud Lehr et al., 1991).
Werns and Lucschesi (1989) have reported an accelerated influx of neutrophils during
reperfusion following myocardium ischaemia and our group showed that total ischaemia
of the hamster cheek pouch followed by reperfusion induces leukocyte adherence and
increased microvascular permeability (Simões et al., 2001; Bouskela et al., 1999)
probably due to excessive production of ROS and reduced NO bioavailability. We have
also observed a decrease of microvascular permeability on animals treated with vitamin
E, shark cartilage, ascorbic acid and different flavonoids (Conde et al., 2001; Bouskela et
al., 1997; Bouskela et al., 1993) again possibly due to their antioxidant effects. Another
study in the rat liver parenchyma showed that fish oil and vitamin E improved the
antioxidant defense system more than olive oil treatment (Kirimlioglu et al., 2006).
Fish oil could act through an inhibition of the biosynthesis of leukotrienes, series 4
(Lehr et al., 1991) but other factors might also contribute to leukocyte infiltration
(Takamatsu et al., 2004). We suggest that n-3 PUFAs through its antioxidant capacity
reduce endothelium-leukocyte interactions and ROS production, and consequently
decrease the number of rolling/sticking leukocytes and microvascular permeability. Our
data also points out to the importance of one of its constituents, namely EPA, for the
observed effects and opens up possibilities for purified compounds.
39
Acknowledgements
The authors wish to Mr. Carlos Eduardo Mascarenhas, Fátima Z.G.A. Cyrino, Eliane de
Souza Furtado, Denise Salles C. da Mota, Paulo José Ferreira Lopes and Claúdio Natalino
Ribeiro for technical help.
This work was supported by the National Research Council of Brazil (CNPq), FAPERJ
and the State University of Rio de Janeiro. Fish oil, EPA and olive oil were generous
gifts of the Institut de Recherche Pierre Fabre, Ramonville, France.
References
Abeywardena, M.Y., Head, R.J., 2001. Longchain n-3 polyunsaturated fatty acids and
blood vessel function.
Cardiovasc Res. 52 (3), 361 - 371.
Bahia, L., de Aguiar, L.G., Villela, N.R., Bottino, D., Bouskela, E., 2006. The
endothelium in the metabolic syndrome. Arq Bras Endocrinol Metabol 50(2), 291 - 303.
Black, K.L., Culp, B., Madison, D., Randall, O.S., Lands, W.E., 1979. The protective
effects of dietary fish oil on focal cerebral infarction
.
Prostaglandins Med 3 (5), 257 - 268.
Bertuglia, S., Colantuoni, A., Intaglietta, M, 1993. Effect of leukocyte adhesion and
microvascular permeability on capillary perfusion during ischemia-reperfusion injury in
the hamster cheek pouch. Int J Microcirc Clin Exp. 13(1),13-26.
Bertuglia, S., Giusti, A., 2003. Microvascular oxygenation, oxidative stress, NO
suppression and superoxide dismutase during postischemic reperfusion. Am J Physiol
Heart Circ Physiol 285(3), H1064 - H1071.
Bouskela, E., Cyrino, F.Z.G.A., Lerond, L., 1999. Leukocyte adhesion after oxidant
challenge in the hamster cheek pouch microcirculation. J Vasc Res 36 Suppl 1, 11 - 14.
40
Bouskela, E., Cyrino, F.Z.G.A., Marcelon, G., 1993. Inhibitory effect of the Ruscus
extract and of the flavonoid hesperidine methylchalcone on increased microvascular
permeability induced by various agents in the hamster cheek pouch. J Cardiovasc
Pharmacol 22 (2): 225 – 230.
Bouskela, E., Grampp, W., 1992. Spontaneous vasomotion in hamster cheek pouch
arterioles in varying experimental conditions. Am J Physiol 262(2 Pt 2), H478 – H485.
Bouskela, E., Svensjö, E., Cyrino, F.Z.G.A., Lerond, L., 1997. Oxidant-induced
increase in vascular permeability is inhibited by oral administration of S-5682 (Daflon
500 mg) and alpha-tocopherol. Int J Microcirc Clin Exp 17 Suppl 1, 18 - 20.
Calder, P.C., 2004. n-3 Fatty acids and cardiovascular disease: evidence explained and
mechanisms explored. Clin Sci (Lond) 107(1), 1 - 11.
Calder, P.C., 2006. n-3 polyunsaturated fatty acids, inflammation, and inflammatory
diseases.Am J Clin Nutr 83 (6 Suppl),1505S - 1519S.
Carden, D.L., Granger, D.N., 2000. Pathophysiology of ischemia reperfusion injury. J
Pathol 190, 255 - 266.
Chen, H., Li, D., Chen, J., Roberts, G.J., Saldeen, T., Mehta, J. L., 2003. EPA and DHA
attenuate ox-LDL-induced expression of adhesion molecules in human coronary artery
endothelial cells via protein kinase B pathway. J Mol Cel Cardiol 35, 769 - 775.
Conde, C.M.S., Albano, F., Bouskela, E., Felzenswalb, I., Svensjö, E., 2001. Inhibition of
ischemia/reperfusion induced plasma leakage by
α
-tocopherol, trolox and a shark cartilage
preparation (SPC) with anti-oxidant properties.
Nutr Res 21(10), 1363 - 1371.
Culp, B.R., Lands, W.E.M., Lucches, B.R., Pitt, B., Romson, J., 1980. The effect of dietary
supplementation of fish oil on experimental myocardial infarction.
Prostaglandins Med 20
(6), 10211031.
41
Danthi, S.J., Enyeart, J.A., Enyeart, J.J., 2005. Modulation of native T-type calcium
channels by omega-3 fatty acids. Biochem Biophys Res Commun 327 (2), 485 - 493.
Duling, B.R., 1973. The preparation and use of the hamster cheek pouch for studies of
the microcirculation. Microvasc Res 5(3), 423 - 429.
Erlansson, M., Bergqvist, D., Persson, N.H., Svensjö, E., 1991. Modification of
postischemic increase of leukocyte adhesion and microvascular permeability in the
hamster by iloprost. Prostaglandins 41, 1557 – 1568.
Fournier, A., Fantini, E., Sergiel, J.P., Athias, P., Grynberg, A., 1995. Influence of the
phospholipid content in docosahexaenoic acid on electrophysiology and contraction of
rat heart muscle cells. Cardioscience 6, 71 – 78.
Granger, D.N., Kubes, P., 1994. The microcirculation and inflammation: modulation of
leukocyte-endothelial cell adhesion J Leukoc Biol 555, 662 – 675.
Grisham, M.B., Neil Granger, D., Lefer, D.J., 1998. Modulation of leukocyte-
endothelial interactions by reactive metabolites of oxygen and nitrogen: relevance to
ischemic heart disease. Free Radic Biol Med 25, 404 - 433.
He, P., Wang, J., Zeng, M., 2000. Leukocyte adhesion and microvessel permeability.
Am J Physiol Heart Circ Physiol 278, 1686 - 1694.
Jahangiri, A., Leifert, W.R., Kind, K.L., McMurchie, E.J., 2006. Dietary fish oil alters
cardiomyocyte Ca2+ dynamics and antioxidant status. Free Radic Biol Med. 40(9):1592
- 1602.
Kirimlioglu, V., Kirimlioglu, H., Yilmaz, S., Ozgor, D., Coban, S., Karadag, N.,
Yologlu, S., 2006.
Effect of fish oil, olive oil, and vitamin E on liver pathology, cell
proliferation, and antioxidant defense system in rats subjected to partial hepatectomy.
Transplant Proc. 38 (2), 564 - 567.
42
Kourie, J.I., 1998. Interaction of reactive oxygen species with ion transport
mechanisms. Am J Physiol 275, C1 – C24.
Lerh, H.A., Hübner, C., 1995. Effect of n-3 fatty Acids on Oxidized Low-Density
Lipoprotein-Induced Leukocyte Adhesion. In: Kristensen, S.D., Schmidt, E.B.,
DeCaterina, R., Endres, S., n-3 Fatty Acids: Prevention and Treatment in Vascular
Disease. Bi & Gi Publishers, Verona – Springer Verlag, London., pp 45 – 54.
Lehr, H.A., Hübner, C., Nolte, D., Kohlschutter, A., Messmer, K., 1991. Dietary fish oil
blocks the microcirculatory manifestations of ischemia-reperfusion injury in striated
muscle in hamsters.Proc Natl Acad Sci U S A. 88 (15), 6726 - 6730
.
McLennan, P.L., Abeywardena, M.Y., Charnock, J.S., 1988: Dietary fish oil prevents
ventricular fibrillation following coronary artery occlusion and reperfusion. Am Heart J
116, 709 - 717.
McMurchie, E.J., Abeywardena, M.Y., Charnock, J.S.; Gibson, R.A., 1983: Differential
modulation of rat heart mitochondrial membrane-associated enzymes by dietary lipid.
Biochim Biophys Acta 760, 13 – 24.
Omura, M., Kobayashi, S., Mizukami, Y., Mogami, K., Todoroki-Ikeda, N., Miyake, T.,
Matsuzaki, M., 2001. Eicosapentaenoic acid (EPA) induces Ca(2+)-independent
activation and translocation of endothelial nitric oxide synthase and endothelium-
dependent vasorelaxation.FEBS Lett 487(3), 361 - 366.
Pratico, D., 2005. Antioxidants and endothelium protection. Atherosclerosis 181(2), 215
- 224.
Roig-Perez, S., Guardiola, F., Moreto, M., Ferrer, R., 2004. Lipid peroxidation induced
by DHA enrichment modifies paracellular permeability in Caco-2 cells: protective role
of taurine. J Lipidis Res. 45 (8), 1418 - 1428.
43
Sethi, S., 2002. Inhibition of leukocyte-endothelial interactions by oxidized omega-3
fatty acids: a novel mechanism for the anti-inflammatory effects of omega-3 fatty acids
in fish oil. Redox Rep. 7(6), 369 - 378.
Sethi, S., Ziouzenkova, O., Ni, H., Wagner, D.E., Plutzky, J., Mayadas, T.N., 2002.
Oxidized omega-3 fatty acids in fish oil inhibit leukocyte-endothelial interactions
through activation of PPAR alpha. Blood 100, 1340 - 1346.
Shimizu, T., Suzuki, M., Lee, T., Igarashi, J., Kaneko, K., Yamashiro, Y., 2003. Effects
of n-3 polyunsaturated fatty acids on indomethacin-induced changes in eicosanoid
production and blood flow in the gastric mucosa of rats. Prostaglandins Leukot Essent
Fatty Acids 69 (1): 33 – 37.
Simões, C., Svensjö, E., Bouskela, E., 2001. Effects of L-NA and sodium nitroprusside
on ischemia/reperfusion-induced leukocyte adhesion and macromolecular leakage in
hamster cheek pouch venules. Microvasc Res 62 (2), 128 - 135.
Sirotkovic-Skerlev, M., Plestina, S., Bilic,
I., Kovac, Z., 2006. Pathophysiology of
ischemia- reperfusion injury. Lijec Vjesn 128 (3-4), 87-95.
Svensjö, E., 1990. The hamster cheek pouch as a model in microcirculation research.
Eur Respir J 12, 595s - 600s.
Takamatsu, Y., Shimada, K., Chijiiwa, K., Kuroki, S., Yamaguchi, K., Tanaka, M.,
2004. Role of leukotrienes on hepatic ischemia/reperfusion injury in rats. J Surg Res.
119 (1), 14 - 20.
Usatyuk, P.V., Natarajan, V., 2005. Regulation of reative oxygen species-induced
endothelial cell-cell and cell-matrix contacts by focal adhesion kinase and adherens
junction proteins. Am J Physiol Lung Cell Mol Physiol 289 (6), L999 - 1010.
Werns, S.W., Lucschesi, B.R., 1989. Myocardial ischemia and reperfusion: the role of
oxygen radicals in tissue injury. Cardiovasc Drugs Ther 2 (6), 761 - 769.
44
Zhang, Y.W., Yao, X.S., Murota, S., Morita, I., 2002. Inhibitory effects of
eicosapentaenoic acid (EPA) on the hypoxia/reoxygenation-induced tyrosine kinase
activation in cultured human umbilical vein endothelials cells. Protaglandins, Leukot
Essenc Fatty Acids 67 (4), 253 – 261.
Zhu, L., He, P., 2005. Platelet-activating factor increases endothelial [Ca2+]i and NO
production in individually perfused intact microvessels. Am J Physiol Heart Circ
Physiol 288(6), H2869 - 2877.
45
Figures legends
Figure 1 - Number of rolling leukocytes/
µ
m/min before ischaemia and during
reperfusion at its onset, 15, 30 and 45 min in the hamster cheek pouch. Animals were
treated with olive oil 0.05 mL/day (control group), fish oil 0.05mL/day and different
EPA doses (0.004, 0.02 and 0.1 mL/day) during 14 days by oral route. Five animals per
group. *, statistically different from values before ischaemia; #, statistically different
from values obtained with olive oil, at the same time; §, statistically different from
values obtained with fish oil oil, at the same time; +, statistically different from values
obtained with EPA 0.004 mL/day, at the same time.
Figure 2 - Number of sticking leukocytes/mm
2
before ischaemia and during reperfusion
at its onset, 15, 30 and 45 min in the cheek pouch. Animals were treated with olive oil
0.05 mL/day (control group), fish oil 0.05mL/day and different EPA doses (0.004, 0.02
and 0.1 mL/day) during 14 days by oral route. Five animals per group. *, statistically
different from values before ischaemia; #, statistically different from values obtained
with olive oil, at the same time.
Figure 3 – Maximal number of leaks at poscapillary venules observed in the hamster
cheek pouch during reperfusion in groups treated with olive oil, fish oil and EPA
groups. *, significantly different from olive oil group; #, significantly different from fish
oil oil group; §, significantly different from EPA 0.004 mL/day group.
46
47
48
Discussão
______________________________________________________
Um dos métodos de avaliação da microcirculação
in vivo
é a microscopia
intravital, utilizada em nosso laboratório. Escolhemos a preparação da bolsa da
bochecha de hamster pela vizualização nítida da microcirculação e por ser um
modelo estável que garante a análise de seus parâmetros e a reprodutibilidade
dos dados. Além disso, os roedores possuem aspectos hemodinâmicos
semelhantes à espécie humana (Fink & Heard, 1990) permitindo a correlação
do estudo experimental com o estudo clínico.
É descrito na literatura que o uso de várias doses de pentobarbital
sódico pode provocar efeitos indesejáveis na função cardiovascular (Hoque &
cols., 1996), por isso utilizamos uma única dose intraperitoneal desta
substância, apenas para induzir a anestesia. Durante experimentação, a
manutenção da anestesia foi feita com injeção endovenosa de α-cloralose.
A temperatura corporal do animal mantida em 36,5
o
C e a traqueostomia
tiveram o intuito de manter a homeostasia e facilitar a respiração espontânea
do animal, respectivamente.
A solução de perfusão que banhou a bolsa da bochecha com pH (7, 4) e
temperatura (36, 5
o
C ± 0.3
o
C) controlados foi utilizada para evitar alterações
oxidativas decorrentes da exposição ao ar e desestabilizações metabólicas que
alteram as atividades enzimáticas locais.
Os cuidados descritos foram seguidos para descartar variáveis que
poderiam prejudicar a análise do estudo.
49
Experimentos pilotos mostraram que não houve diferença significativa na
permeabilidade vascular induzida pela isquemia/reperfusão em animais
tratados com azeite de oliva (controle positivo) ou água (controle). Embora a
dieta do Mediterrâneo promova um menor índice de doenças cardiovasculares,
a suplementação dietética do azeite de oliva por si quando comparado ao
óleo de peixe não justifica os benefícios cardiovasculares relatados. Entretanto,
o azeite de oliva pode ser benéfico na substituição de ácidos graxos saturados
e trans associados à mudança de dieta e estilo de vida saudável (Trichopoulou
& cols
.
, 2003; Visioli & Galli, 1998).
As dosagens suplementadas de óleo de peixe e azeite de oliva foram
escolhidas previamente em estudos realizados no mesmo modelo experimental
(Laflor, 2004). As dosagens de 0,02 e 0,1 mL/dia de EPA TG purificado foram
escolhidas para verificar a existência de uma relação dose-resposta nos efeitos
observados. Dosagens menores não foram possíveis pela dificuldade de
tratamento e dosagens maiores não foram testadas pela possível toxicidade.
Além de indicarem que os efeitos dos PUFAs n-3 o se restringem ao
sistema macrocirculatório, nossos estudos mostraram que os efeitos benéficos
destas substâncias também são observados na microcirculação.
Na microcirculação, a análise da resposta vascular a diferentes drogas
vasoativas e a variação de fluxo de sangue circulante nos vasos mostrou que o
tratamento com PUFAs n-3 foi mais eficaz comparado ao tratamento com
azeite de oliva.
Embora o mecanismo de ação dos PUFAs n-3 no relaxamento arterial
seja discutido, estudos mais recentes mostraram que a dilatação arteriolar
coronariana promovida pelos metabólitos do DHA parecem ter relação com a
50
ativação dos canais de K
+
dependente de Ca
++
nas lulas musculares lisas
(Ye & cols
.
, 2002).
Observamos que os animais tratados com óleo de peixe apresentaram
maior vasodilatação com os fatores de relaxamento e de constrição
dependentes do endotélio, com vasodilatação arteriolar acompanhada por
aumento do fluxo sanguíneo e da densidade funcional capilar com todas as
substâncias testadas. Acreditamos que a vasodilatação arteriolar observada
possa ser regulada pelo NO, via GMPcíclico, e pela modulação de canais
iônicos. Acreditamos também que os PUFAs n-3 ativem os canais de K
+
dependentes de voltagem e inative os principais canais nicos responsáveis
pela despolarização (canais de sódio e cálcio).
Outro estudo realizado no nosso laboratório mostrou que animais
suplementados com óleo de peixe, por via oral, apresentaram diâmetro
arteriolar médio maior durante a reperfusão que os suplementados com azeite
de oliva, possivelmente pela proteção dada ao endotélio (Laflôr, 2004). A
função endotelial através de iontoforese também foi testada em indivíduos
saudáveis que receberam suplementação alimentar de diferentes tipos de
ácidos graxos. Constatou-se que apenas o grupo suplementado com PUFAs n-
3 apresentou vasodilatação dependente do endotélio. Isso demonstra que a
adição de PUFAs n-3 à dieta pode melhorar a saúde vascular e reduzir os
riscos de doenças cardiovasculares (Khan & cols, 2003). A melhora da função
endotelial dependente de óxido nítrico também foi observada em homens
hiperlipidêmicos, mas foi atribuída somente ao DHA (Mori & cols., 2000).
Para Abeywardena & Head (2001), o efeito protetor do óleo de peixe
está associado à melhora da função das células endoteliais vasculares, à
51
modulação da interação aos receptores agonistas, à diminuição da pressão
arterial e à redução de lesões em órgãos.
Estudos apontam que a suplementação dietética com PUFAs n-3
estimula a expressão de óxido nítrico sintase endotelial (e-NOS) (Nyby & cols.,
2005) cuja produção excessiva de NO foi confirmada pelo aumento da
excreção urinária de seus metabólitos em humanos (Harris & cols
.
, 1997).
Além disso, estudos clínicos e experimentais apontam que o EPA como o DHA
aumentam a produção de prostaciclinas e deprimem a resposta de agentes
vasoconstritores, pois os eicosanóides provenientes da conversão do EPA são
vasoconstritores menos potentes (o tromboxano A
3
- vasoconstritor é
biologicamente inativo e a prostaglandina 3 vasodilatadora equipotente à
prostaglandina 2) (DeCatarina & cols., 1990; Abeywardena & cols., 1989;
Abeywardena & Head, 2001). Entretanto, Chin & Dart (1995) citam que a
vasodilatação arterial causada pelo EPA não é afetada pelo ibuprofeno que é
inibidor da ciclooxigenase, mas pela produção de NO, via L-arginina, induzida
por acetilcolina, entre outras substâncias.
A ação antioxidante dos PUFAs n-3 e do EPA também melhora a função
endotelial, influencia no aumento da biodisponibilidade de óxido nítrico, via
GMPcíclico e previne o acúmulo de Ca
++
nas células musculares lisa (Jahangiri
& cols
.
, 2006). Com a manutenção do Ca
++
intracelular ocorre menor contração
e separação das junções interendoteliais e diminuição do extravasamento de
proteínas e macromoléculas para o interstício. Zhu & He (2005) sugerem que a
elevação dos níveis de Ca
++
endotelial que precede a síntese de NO, causa
mudanças na membrana dessas células e contribui para o aumento da
permeabilidade microvascular.
52
O NO pode também atuar nos neutrófilos e nas lulas endoteliais e
amenizar a ativação de mastócitos e plaquetas com os quais os neutrófilos
atuam em sinergismo durante a isquemia/reperfusão (Apud Chakraborti & cols.,
2000).
Segundo Barros (2000), na isquemia/reperfusão, a maioria das EROS
citotóxicas é produzida pelos leucócitos polimorfonucleares que se infiltram na
região isquêmica e liberam esses radicais durante a reperfusão.
Em nosso estudo o óleo de peixe, assim como o EPA TG nas diferentes
dosagens testadas foram capazes de reduzir o número de leucócitos rolantes e
aderidos e inibir o aumento da permeabilidade microvascular induzida pela
isquemia/reperfusão na bolsa da bochecha do hamster. O EPA purificado na
formulação de TG parece ser até mais potente que o óleo de peixe. Os dados
referentes a este estudo corroboram com o estudo de Lerh e cols. (1991) e as
diferentes dosagens de EPA fornecem resultados ainda não explorados.
Embora alguns estudos assegurem que a incorporação dos PUFAs n-3
nos fosfolipídeos de membrana torne-a mais susceptível à peroxidação
(Alexander-North & cols., 1994; Van Ginkel & Sevanian, 1994), é possível que
o estresse oxidativo promovido pelos PUFAs n-3 ative o sistema de defesa e
estimule a regulação das enzimas antioxidantes pelas mitocôndrias que são as
fontes primárias de EROS (Perry & cols., 2000; Cristophe & Nicolas, 2006).
Outros estudos demonstram que a suplementação dietética de PUFAs
n-3 é capaz de diminuir a concentração de peróxidos e normalizar as enzimas
antioxidantes, quando a produção de oxidantes excede a de antioxidantes
gerados pelos sistemas protetores de oxidação (Iraz & cols., 2005; Padma &
cols
., 2006). Outra hipótese a ser considerada refere-se às características
53
específicas de cada derivado. Postula-se que o DHA por ser mais insaturado, é
mais susceptível à oxidação que o EPA (Abeywardena & Head, 2001). Sasaki
& cols. (1990) e Volker & cols. (2000) já mostravam que o EPA era mais efetivo
na resposta inflamatória que o DHA. Estudos posteriores
in vitro
mostraram
que o EPA era capaz de inibir significativamente as EROS (Zhang & cols.,
2002). No mesmo ano, Sethi & cols (2002) apontaram para o efeito do EPA
oxidado na inflamação, como potente inibidor da interação leucócito-endotélio
comparado ao EPA nativo.
Efeitos dos PUFAs n-3 na expressão gênica têm recebido considerável
atenção, pois há evidências de que estes ácidos regulem a expressão de
genes em leucócitos (Otton & Cols., 1998; Verlengia & cols., 2003). Acredita-se
que os PUFAs n-3 atuam na interação leucócito-endotélio, porque diminuem a
expressão de moléculas de adesão leucocitária ou porque impedem a ativação
das células endoteliais (DeCatarina & cols., 2000). Para Lehr & cols. (1991), a
redução no número de leucócitos aderidos ao endotélio vascular é decorrente
de seu derivado, o leucotrieno da série 5 (LTB
5
),
que é menos potente na
regulação de receptores de adesão CD11b/CD18 na superfície leucocitária
comparado ao leucotrieno da série 4 (LTB
4
).
Embora os PUFAs n-3 possam atuar através da inibição da biossíntese
de leucotrienos da rie 4 (Lehr & cols., 1991) outros fatores podem contribuir
para o infiltrado de leucócitos (Takamatsu & cols., 2004). Sugerimos que a
melhora observada após isquemia/reperfusão no nosso modelo possa ser
promovida também pelos efeitos antioxidantes dos PUFAs n-3, porque quando
utilizamos vitamina E, cartilagem de tubarão, ácido ascórbico e diferentes
flavonóides observamos a diminuição da permeabilidade microvascular
54
possivelmente por seus efeitos antioxidantes (Conde & cols, 2001; Bouskela &
cols., 1997; Bouskela & cols., 1993). Outro estudo em parênquima de fígado de
rato mostrou que o óleo de peixe e a vitamina E melhoraram o sistema de
defesa antioxidante mais que o azeite de oliva (Kirimlioglu & cols., 2006).
A capacidade antioxidante dos PUFAs n-3 podem reduzir a interação
leucócito-endotélio e a produção de EROS, e consequentemente diminuir o
número de leucócitos rolantes e aderidos e a permeabilidade microvascular.
Nossos resultados também mostram a importância de um dos constituintes
desses PUFAs n-3, denominado EPA e abre novas possibilidades de estudos
para os componentes purificados.
55
Conclusão
______________________________________________________________________
Os PUFAs n-3 possuem importante papel protetor no endotélio vascular
demonstrado pela melhora da reatividade vascular e pela redução dos eventos
inflamatórios resultantes da interação leucócito-endotélio e da inibição da
permeabilidade vascular induzida pela isquemia/reperfusão.
56
Referência Bibliográfica
______________________________________________________
1 - Abeywardena, M.Y.; Fischer, S.; Schweer, H. & Charnock, J.S.: In vivo
formation of metabolites of prostaglandins I2 and I3 in the marmoset monkey
(Callithrix jacchus) following dietary supplementation with tuna fish oil. Biochim
Biophys Acta. 1003 (2): 161 - 166, 1989.
2 - Abeywardena, M.Y. & Head, R.J.: Longchain n-3 polyunsaturated fatty acids
and blood vessel function. Cardiovasc Res 52: 361 - 371, 2001.
3 - Aguila, MB; Rodrigues-Apfel, M.I. & Mandarim-de-Lacerda, C.A.: Stereology
of the myocardium and blood biochemistry in aged rats fed with a cholesterol-
rich and canola oil diet (n-3 fatty acid rich). Basic Res Cardiol 93 (3): 182 - 191,
1998.
4 - Alexander-North, L.S.; North, J.A.; Kiminyo, K.P.; Buettner, G.R. & Spector,
A.A.: Polyunsaturated fatty acids increase lipid radical formation induced by
oxidant stress in endothelial cells. J Lipid Res 35: 1773 – 1785, 1994.
5 - Asano, M.; Nakajima, T.; Hazama, H.; Iwasawa, K.; Tomaru, T.; Omata, M.;
Soma, M.,;Asakura,Y.; Mizutani, M.; Suzuki, S.; Yamashita, K. & Okuda,.Y.:
Influence of cellular incorporation of n-3 eicosapentaenoic acid on intracellular
Ca
2+
concentration and membrane potential in vascular smooth muscle cells.
Atherosclerosis 138 (1): 117 – 127, 1998.
6 - Aukrust P, Berge RK, Ueland T, Aaser E, Damas JK, Wikeby L, Brunsvig A,
Muller F, Forfang K, Froland SS & Gullestad L. Interaction between chemokines
and oxidative stress: possible pathogenic role in acute coronary syndromes. J
Am Coll Cardiol 37: 485 – 491, 2001.
57
7 - Bahia, L.; Aguiar, L.G.K.; Villela, N.R.; Bottino, D. & Bouskela, E.: Endotélio
e aterosclerose. Revista da SOCERJ 17: 26 – 32, 2004.
8 - Bahia, L.; Aguiar, L.G.K.; Villela, N.R.; Bottino, D. & Bouskela, E.: The
endothelium in the metabolic syndrome. Arq Bras Endocrinol Metabol 50 (2):
291 – 303, 2006.
9 - Barbosa, D.S.; Cecchini, R.; El Kadri, M.Z.; Rodriguez, M.A.; Burini, R.C. &
Dichi, I.: Decreased oxidative stress in patients with ulcerative colitis
supplemented with fish oil omega-3 fatty acids. Nutrition 19 (10): 837 - 842,
2003.
10 - Barros, CMMM. Efeitos da variação do teor de antioxidants e do uso de
solução de frutose na dieta sobre a microcirculação. (Tese de mestrado em
Bioquímica). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000.
11 - Beilin, L.J.: Dietary fats, fish, and blood pressure. Ann N Y Acad Sci 683:
35 - 45, 1993.
12 - Berne, M.N.: A microcirculção e os linfáticos. In: Berne, R.M., Levy, M.N.,
Koeppen, B.M. & Stanton, B.A.: Fisiologia. Elsevier Editora Ltda. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil, 5
a
ed., cap 20, 2004.
13 - Bertuglia, S. & Giusti, A.: Microvascular oxygenation, oxidative stress, NO
suppression and superoxide dismutase during postischemic reperfusion. Am J
Physiol Heart Circ Physiol 285 (3): H1064 - H1071, 2003.
14 Bouskela, E.: Vasomotricidade e endotélio: alguma relação? Observação
na microcirculação da bolsa da bochecha de hamster. (Tese para concurso
para professor titular em fisiologia cardiovascular). Universidade do estado do
Rio de Janeiro, 1999.
58
15 - Bouskela, E.; Cyrino, F.Z.G.A. & Lerond, L.: Leukocyte adhesion after
oxidant challenge in the hamster cheek pouch microcirculation. J Vasc Res 36
(Suppl 1): 11 - 14, 1999.
16 - Bouskela, E.; Rubanyi, G..M. & Grampp, W.: Endothelium-derived relaxing
factor(s), spontaneous vasomotion and mean arteriolar diameter in the hamster
cheek pouch microvasculature. In: Endothelium-derived hyperpolarizing factor,
ed. by P.M. Vanhoutte, Harwood Academic Publishers, Amsterdam B.V.,
Netherlands, 181 – 190, 1996.
17 - Bouskela, E.; & Grampp, W.: Spontaneous vasomotion in hamster cheek
pouch arterioles in varying experimental conditions. Am J Physiol. 262: H478 -
H485, 1992.
18 - Bucher, H.C.; Hengstler, P.; Schindler, C. & Meier, G.: N-3 Polyunsaturated
Fatty Acids in Coronary Heart Disease: A Meta-analysis of Randomized
Controlled Trials. Am J Med. 1112: 298 - 304, 2002.
19 - Calder, P.C.: n-3 polyunsaturated fatty acids, inflammation, and
inflammatory diseases. Am J Clin Nutr 83 (6 Suppl): 1505S - 1519S, 2006.
20 - Castro, L.C.V.; Franceschini,
S.C.C.; Priore, S.E. & Pelúzio, M.C.G.:
Nutrition and cardiovascular diseases: the risk markers in adults. Rev Nutr 17:
369 - 377, 2004.
21 - Chakraborti, T.; Mandal, A.; Mandal, M.; Das, S. & Chakraborti, S.:
Complement activation in heart diseases. Role of oxidants. Cell Signal 12 (9-
10): 607 – 617, 2000.
22 - Chambers, R. & Zweifach, B.W.: Functional activity of the blood capillary
bed with special reference to visceral tissue. Ann N Y Acad Sci 46: 683 - 688,
1946.
59
23 - Chin, J.P.F. & Dart, A.M.: How do fish oils affect vascular function? Clin
Exp Pharmacol Physiol. 22: 71 - 81, 1995.
24 - Cristophe, M. & Nicolas, S.: Mitochondria: target for neuroprotective
interventions in cerebral ischemia-reperfusion. Curr Pharm Des 12 (6): 739
757, 2006.
25 - Conde, C.M.S.; Albano, F.; Bouskela, E.; Felzenswalb, I. & Svensjö, E.:
Inhibition of ischemia/reperfusion induced plasma leakage by
α
-tocopherol,
trolox and a shark cartilage preparation (SPC) with anti-oxidant properties.
Nutr
Res 21(10): 1363 – 1371, 2001.
26 - Consenso Regional de Nutrição região Sul obtido no II Fórum Nacional
de Nutrição, realizado em Porto Alegre, nos dias 01 e 02 de setembro de 2006.
http://www.nutricaoempauta.com.br/eventos/2006/realizados/forum_regional_p
oa/index_con.htm Data da consulta: 19/03/2007.
27 - Da Luz, P.L.; Bertini, P.J. & Favarato, D.: Noninvasive detection of
coronary artery disease - challenges for prevention of disease and clinical
events. Clinics 50 (5): 415 - 412, 2005.
28 - DeCaterina, R.; Giannessi, D.; Mazzone, A.; Bernini, W.; Lazzerini, G.;
Maffei, S.; Cerri, M.; Salvatore, L. & Weksler, B.: Vascular Prostacyclin Is
Increased in Patients Ingesting [omega]-3 Polyunsaturated Fatty Acids Before
Coronary Artery Bypass Graft Surgery. Circulation 82: 428 – 438, 1990.
29 - DeCaterina, R.; Liao, J. K. & Libby, P.: Fatty acid modulation of endothelial
activation. Am J Clin Nutr 71 (1): 213 - 223, 2000.
30 - Din, J.N.; Newby, D.E. & Flapan, A.D.: Omega 3 fatty acids and
cardiovascular disease-fishing for a natural treatment. BMJ 328 (3): 30 - 35,
2001.
60
31 - Facundo, H.T.; de Paula, J.G. & Kowaltowski, A. J.: Mitochondrial ATP-
sensitive K
+
channels prevent oxidative stress, permeability transition and cell
death. J Bioenerg Biomembr 37 (2): 75 - 82, 2005.
32 - Fink, M.P. & Heard, S.O.: Laboratory Models of sepsis and septic shock.
Current Research Review. J Surg Res 49: 186 - 196, 1990.
33 - Furchgott, R.F. & Zawadzki, J.V.: The obligatory role of endothelial cells in
the relaxation of arterial smooth muscle by acetylcholine. Nature 288: 373 - 376,
1980.
34 - Griel, A.E. & Kris-Etherton, P.M.: Beyond saturated fat: the importance of
the dietary fatty acid profile on cardiovascular disease.
Nutr Rev. 64 (5 Pt 1): 257 - 262, 2006.
35 - Guyton, A.C. & Hall, J.E.: A microcirculação e o sistema linfático: troca de
líquido capilar, líquido intersticial e fluxo da linfa. In: Guyton, A.C. and Hall, J.E.:
Tratado de fisiologia médica. Editora Guanabara Koogan A.S. 10
a
edição, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, 153 - 161, 2002.
36 - Halfoun, V.L.R.C, Fernandez, T. J., Pires, M.L.E., Eduardo Braun, E.,
Cardozo, M.G.T.,Bahbout, G.C.: Estudos morfológicos e funcionais da
microcirculação da pele no diabetes mellitus. Arq Bras Endocrinol
Metab 47 (3): 271 - 279, 2003.
37 - Harris, W.S.; Rambjor, G.S.; Windsor, S.L. & Diederich, D.: n-3 fatty acids
and urinary excretion of nitric oxide metabolites in humans. Am J Clin Nutr 65:
459 – 464, 1997.
38 -
Hoque, A.N.; Marczin, N.; Catracas, J.D. & Fuchs, L.C.: Anesthesia with
sodium pentobarbital enhances lipopolysaccharide-induced cardiovascular
dysfunction in rats. Shock 6 (5): 365 - 370, 1996.
61
39 - HU, F.B.: The Balance Between w-6 and w-3 Fatty Acids and the Risk of
Coronary Heart Disease. Nutrition 17 (9): 741 – 742, 2001.
40 - Iraz, M.; Erdogan, H.; Ozyurt, B.; Ozugurlu, F.; Ozgocmen, S. & Fadillioglu,
E.: Brief communication: omega-3 essential fatty acid supplementation and
erythrocyte oxidant/antioxidant status in rats. Ann Clin Lab Sci 35 (2): 169 - 73,
2005.
41 - Jahangiri, A.; Leifert, W.R.; Kind, K.L. & McMurchie, E.J.: Dietary fish oil
alters cardiomyocyte Ca2+ dynamics and antioxidant status. Free Radic Biol
Med 1; 40 (9): 1592 - 602, 2006.
42 - Khan, F.; Elherik, K.; Bolton-Smith, C.; Barr, R.; Hill, A.; Murrie, I. & Belch,
J.J.: The effects of dietary fatty acid supplementation on endothelial function
and vascular tone in healthy subjects. Cardiovasc res 59 (4): 955 – 962, 2003.
43 - Kris-Etherton, P.M.; Harris, W. & Appel, L.J.: Fish Consumption, Fish oil,
omega-3 Fatty Acids, and Cardiovascular Disease. Circulation 106: 2747 -
2757, 2002.
44 - Laflôr, C.M.: Avaliação da suplementação com ácidos graxos n-3 na
microcirculação da bolsa da bochecha de hamsters (Tese de mestrado em
fisiopatologia clínica e experimental). Universidade do Estado do Rio de janeiro,
2004.
45 - Leaf, A., Xiao, Y., kang, J.X. & Billman, G.E.: Prevention of sudden cardiac
death by n-3 polyunsaturated fatty acids. Pharmacol & ther 98: 355 377,
2003.
46 - Lehr, H.A.; Hübner, C.; Nolte, D.; Kohlschutter, A. & Messmer, K.: Dietary
fish oil blocks the microcirculatory manifestations of ischemia-reperfusion injury
62
in striated muscle in hamsters. Proc Natl Acad Sci U S A. 88 (15), 6726 – 6730,
1991.
47 - Levick, J.R. In: An introduction to cardiovascular physiology. Butterworth &
Co (publishers) LTD.: 117 - 141, 1991.
48 - Lima, F.E.L., Menezes, T.N.; Tavares, M.P.; Szarfarc, S.C. & Fisberg, R.M.
Ácidos graxos e doenças cardiovasculares: uma revisão.
Rev. Nutr. Campinas
13: 2, 2000.
49 - Lottenberg, A.M.; Oliveira, H.C.; Nakandakare, E.R. & Quintão, E.C.: Effect
of dietary fish oil on the rate of very low density lipoprotein triacylglycerol
formation and on the metabolism of chylomicrons. Lipids 27(5): 326 - 330, 1992.
50 - Lotufo, P.A.: Epidemiologia das doenças cardíacas no Brasil: histórico,
situação atual e proposta de modelo teórico. Rev Soc Cardiol. Estado São
Paulo 6 (5): 541 - 547, 1996.
51 - Mahan, L.K. & Arlin, M.T.A. In: Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia.
São Paulo: Roca, 11
a
edição, 2005.
52 - Matthan, N.R.; Jordan, H.; Chung, M., Lichtenstein, A.H.; Lathrop, D.A. &
Lau, J.: A systematic review and meta-analysis of the impact of omega-3 fatty
acids on selected arrhythmia out comes in animal models. Metabolism 54 (12):
1557 - 1565, 2005.
53 - Mori, T.A.; Burke, V.; Puddey, I.B.; Watts, G.F.; O’ Neal, D.N.; Best, J.D. &
Beilin, L.J.: Purified eicosapentaenoic and docosahexaenoic acids have
differential effects on serum lipids and lipoproteins, LDL particle size, glucose,
and insulin in mildly hyperlipidemic men. Am J Clin Nutr. 71(5): 1085 - 1094,
2000.
63
54 - Muller-Delp, J.M: Aging-induced adaptations of microvascular reactivity.
Microcirculation 13 (4): 301-314, 2006.
55 - Nyby, M.D.; Matsumoto, K.; Yamamoto, K; Abedi, K.; Eslami, P.;
Hernandez, G.; Smutko, V.; Berger, M.E. & Tuck, M.L.: Dietary fish oil prevents
vascular dysfunction and oxidative stress in hyperinsulinemic rats. Am J
Hypertens 18 (2 Pt 1): 213-219, 2005.
56 - Otton, R.; Graziola, F.; Hirata, M.H.; Curi, R. & Williams, J.F.: Dietary fats
alter the activity and expression of glucose-6-phosphate dehydrogenase in rat
lymphoid cells and tissues. Biochem Mol Biol Int 46 (3): 529 - 536, 1998.
57 - Padma, V.V.; Devi, C.S. & Ramkumar, K.M.: Modulatory effect of fish oil on
the myocardial antioxidant defense system in isoproterenol-induced myocardial
infarction. J Basic Clin Physiol Pharmacol 17(1): 1 - 15, 2006.
58 - Perry, G.; Raina, A.K.; Nunomura, A.; Wataya, T.; Sayre, L.M. & Smith,
M.A.: How important is oxidative damage? Lessons from Alzheimer’s disease.
Free Radic Biol Med 28: 831 – 834, 2000.
59 - Rippe, B. & Haraldsson, B.: Transport of macromolecules across
microvascular walls: The two-pore theory. Physiol Rev 74: 163 - 219, 1994.
60 - Rodriguez-Cruz, M., Tovar, A.R., del Prado, M. & Torres, N.: Molecular
mechanisms of action and health benefits of polyunsaturated fatty acids. Rev
Invest Clin 57(3): 457 – 472, 2005.
61 - Sader, M.A. & Celermajer, D.S.: Endothelial function, vascular reactivity
and gender differences in the cardiovascular system. Cardiovasc Res 53: 597 -
604, 2002.
62 - Sanchez A, Fernandez N, Monge L, Salcedo A, Climent B, Luis Garcia-
Villalon A, Diegues G. Goat cerebrovascular reactivity to ADP after ischemia-
64
reperfusion. Role of nitric oxide, prostanoids and reactive oxygen species. Brain
Res 1120 (1): 114 - 123, 2006.
63 - Sasaki, T.; Kanke, Y.; Kudoh, K.; Misawa, Y.; Shimizu, J. & Takita, T.:
Effects of dietary docosahexaenoic acid on surface molecules involved in T cell
proliferation. Biochim Biophys Acta 1436 (3): 519 - 530, 1990.
64 - Schmidt, E.B.: Fish consumption, n-3 fatty acids in cell membranes, and heart
rate variability in survivors of myocardial infarction with left ventricular dysfunction.
Am J Cardiol 79: 1670 - 1673, 1997.
65 - Sethi, S.; Ziouzenkova, O.; Ni, H.; Wagner, D.E.; Plutzky, J. & Mayadas,
T.N.: Oxidized omega-3 fatty acids in fish oil inhibit leukocyte-endothelial
interactions through activation of PPAR alpha. Blood 100: 1340 - 1346, 2002.
66 - Shimokawa, H. & Vanhoutte, P.M.: Dietary cod-liver oil improves
endothelium-dependent response in hypercolesterolaemic and atherosclerotic
porcine coronary arteries. Circulation 78: 1421 - 1430, 1988.
67 - Simões, C.; Svensjö, E. & Bouskela, E.: Effects of L-NA and sodium
nitroprusside on ischemia/reperfusion-induced leukocyte adhesion and
macromolecular leakage in hamster cheek pouch venules. Microvasc Res 62
(2): 128 - 135, 2001.
68 - Simopoulos, A.P.: Omega-3 fatty acids in health and disease and in growth
and development.
Am J Clin Nutr
54: 438 - 463, 1991.
69 - Sirotkovic-Skerlev, M.; Plestina, S.; Bilic, I. & Kovac, Z.: Pathophysiology of
ischemia-reperfusion injury. Lijec Vjesn 128 (3-4): 87 - 95, 2006.
70 - Sobey, C.G.: Potassium channel function in vascular disease. Arterioscler
Thromb Vasc Biol 21: 28 - 38, 2001.
65
71 - Trichopoulou, A.; Costacou, T.; Bamia, C. & Trichopoulos D.: Adherence to
a Mediterranean diet and survival in a Greek population. N Engl J Med 348 (26):
2599 - 2608, 2003.
72 - Van Ginkel, G. & Sevanian, A.: Lipid peroxidation-induced membrane
structural alterations. Methods Enzymol 233: 273 - 288, 1994.
73 - Vanhoutte, P.M.: Endothelial control of vasomotor function from health to
coronary disease. Circ J 67: 572 - 575, 2003.
74 - Verlengia, R.; Gorjão, R.; Kanunfre, C.C.; Bordin, S.; de Lima, T.M. & Curi,
R.: Effect of arachidonic acid on proliferation, cytokines production and
pleiotropic genes expression in Jurkat cells—a comparison with oleic acid. Life
Sci 73 (23): 2939 - 2951, 2003.
75 - Visioli, F. & Galli, C.: The effect of minor constituents of olive oil on
cardiovascular disease: new findings. Nutr Rev 56 (5 Pt 1): 142 - 147, 1998.
76 - Volker, D.H.; FlitzGerald, P.E. & Garg, M.L.: The eicosapentaenoic to
docosahexaenoic acid ratio of diets affects the pathogenesis of arthritis in
Lew/SSN rats. J Nutr 130 (3): 559 - 565, 2000.
77 - Werns, S.W. & Lucschesi, B.R.: Myocardial ischemia and reperfusion: the
role of oxygen radicals in tissue injury. Cardiovasc Drugs Ther 2 (6): 761 - 769,
1989.
78 - Wijendran, V. & Hayes, K.C.: Dietary n-6 and n-3 Fatty Acid Balance and
Cardiovascular Health. Annu Rev Nutr 24: 597 - 615, 2004.
79 - Ye, D.; Zhang, D.; Oltman, C.; Dellsperger, K.; Lee, H.C. & VanRollins, M.:
Cytochrome p-450 epoxygenase metabolites of docosahexaenoate potently
dilate coronary arterioles by activating large-conductance calcium-activated
potassium channels. J Pharmacol Exp Ther 303 (2): 768 - 776, 2002.
66
80 Zhang, J.; Sasaki, S.; Amano, K. & Kesteloot, H.: Fish consumption and
mortality from all causes, ischemic heart disease, and stroke: an ecological
study. Preventive med 28: 520 – 529, 1999.
81 - Zhang, Y.W.; Yao, X.S.; Murota, S. & Morita, I.: Inhibitory effects of
eicosapentaenoic acid (EPA) on the hypoxia/reoxygenation-induced tyrosine
kinase activation in cultured human umbilical vein endothelials cells.
Protaglandins, Leukot Essenc Fatty Acids 67 (4): 253 - 261, 2002.
82 - Zhu, L. & He, P.: Platelet-activating factor increases endothelial [Ca2+]i and
NO production in individually perfused intact microvessels. Am J Physiol Heart
Circ Physiol 288 (6): H2869 - H2877, 2005.
67
ANEXOS
_________________________________________________________________________
Figura 1 - Leito microcirculatório de mesentério adaptada do Guyton, A.C. and
Hall, J.E.: Tratado de fisiologia médica. Editora Guanabara Koogan A.S. 10a
edição, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 153-161, 2002.
Figura 2 Representação esquemática dos maiores representantes dos ácidos
graxos poliinsaturados.
68
Figura 3 Preparação da bolsa da bochecha do hamster apta a visualização
em microscópio.
Figura 4 - Ilustração do sistema para a manutenção da homeostase da
preparação e do sistema de vídeo acoplado ao microscópio.
69
Figura 5 -
Isquemia induzida com auxílio de manguito feito de tubo de látex fino
colocado na parte proximal da bolsa da bochecha do hamster.
Figura 6 - Representação da imagem no monitor que faz o alinhamento vertical
e corte óptico da imagem, permitindo o registro das variações do diâmetro
interno dos vasos.
70
Figura 7 Imagens da microcirculação da bolsa da bochecha (aumento 40X)
com isotiocianato de fluoresceína (FITC)-dextrana sem pontos de
extravasamento e com pontos de extravasamento em vênulas pós-capilares.
Figura 8 - Imagem de leucócitos rolantes e aderidos a parede de uma vênula
pós-capilar registrada em videotape, durante 1 minuto, através de circuito
fechado de televisão acoplado ao microscópio (aumento de 445X). A seta
presente na imagem A e B mostra o rolamento do um leucócito.
71
COMPOSIÇÃO DA RAÇÃO COMERCIAL UTILIZADA NA DIETA
DOS HAMSTERS
COMPOSIÇÃO BÁSICA DO PRODUTO: Milho integral moído, farelo de soja,
farelo de trigo, carbonato de cálcio, fosfato bicálcico, cloreto de sódio, premix
vitamínico mineral aminoácido.
Níveis de garantia por quilograma do produto
Umidade (máx.) 12,50%
Proteína Bruta (min.) 22,00%
Extrato Etéreo (min.) 4,00%
Matéria Fibrosa (máx.) 8,00%
Matéria Mineral (máx.) 10,00%
Cálcio (máx.) 1,40%
Fósforo (min.) 0,80%
Enriquecimento por quilograma do produto:
Vitaminas: Vit A 25.200 UI; Vit D
3
2.100 UI; Vit E 60 mg; Vit K
3
12,5 mg;
Vit B
1
14,4 mg; Vit B
2
11 mg; Vit B
6
12 mg; Vit B
12
60 mcg; Niacina 60 mg;
Ácido Pantotênico 112 mg; Ácido Fólico 6 mg; Biotina 0,26 mg;
Colina 1.100 mg.
Microelementos minerais:
Ferro 50 mg; Zinco 60 mg; Cobre 10 mg;
Iodo 2 mg; Manganês 60 mg; Selênio 0,05 mg; Cobalto 1,5 mg.
Aminoácidos: Lisina 100 mg; Metionina 300 mg.
Aditivos: Antioxidantes 100 mg.
72
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo