![](bg7e.jpg)
Humanização __________________________________________________________________________________________________
125
enfeitadinho, tudo bonitinho, tem uma salinha de recreação, né? Aqui no PS, particularmente,
a gente ainda não conseguiu isso de ter um repouso da Pediatria, que tem uma televisão, que
tem uns brinquedinhos que somem o tempo todo e a gente tem que renovar...que tem salinha
para pintar. (...) não aproveitamos o tempo, por exemplo, para orientar as mães que seria
legal. Eu acho que faz parte da humanização. E muitas vezes, não ter o mais simples que é a
paciência de sentar e conversar, e ouvir, até mesmo por essa dinâmica que você está vendo,
né? Então assim, ao meu modo de ver é isso, é dar atenção, é ler nas entrelinhas, né? Porque,
às vezes, eles vem com uma queixa, mas atrás da queixa, na verdade, tem uma estória mais,
mais forte. Agora, fora isso, tem o (...), é isso é melhorar o ambiente, deixar gostoso,
ventilado, alegre; com profissionais que tenham condições de distrair, de apresentar o
momento para educar, para fazer algum programa de, de preconização. Aqui no PS, é duro,
porque eles ficam no máximo dois dias internados, né? Mas, assim, eu acho...é, é um
momento...a gente até tentou, junto a Reitoria, pedir uma televisão com um vídeo para a
gente colocar programinhas educativos para as mães, para as crianças...Não conseguimos
ainda, mas eu acho que estamos caminhando para isso. A gente mantem um fraldário, para
que as mães pudessem ter acesso a um local para trocar o bebê, que agora já virou
restaurante, elas comem ali junto com as fraldas...mas a gente tenta, né? Eu acho que é uma
somatória de coisas assim.
(pausa para atender telefone)
17) Como você vê o processo de Humanização aqui no PS?
Na verdade, eu acho que ele está caminhando a, a...passos bem pequenos, mas a gente
não está conseguindo caminhar a passos médios, por conta de espaço físico, até por conta de
que o Pronto Socorro, tem aquela coisa assim...Apesar de fazer parte de um departamento, o
nosso, fazer parte do departamento de Pediatria e aqui ser a porta, na verdade, a porta é meio
deixada de lado, entendeu? Então, hoje se você comparar, por exemplo, o espaço onde as
crianças da enfermaria ficam internadas, lá é uma outra estrutura: tem psicóloga, tem um
instrutor-recreacionista, tem ambiente físico legal, tem maca, tem isolamento acústico com
televisão. Eu tenho um é, é...as mães tem lá uns cursinhos de profissionalização. Então assim,
aqui vai a passos lentos, mas é porque aqui é visto, entre aspas como escória, né? Lá na porta,
deixa lá. Então, a gente tem essa dificuldade do departamento apoiar, essa dificuldade de
dinheiro, dificuldade de espaço físico, hoje, a Pediatria atende a pacientes até 14 anos, 15 anos
incompletos. É muito complicado, numa enfermaria que tem seis leitos, eu coloco: o bebê de
dois meses e o adolescente de 14 anos. Às vezes, a mãe que está do lado é uma mãe de 14
anos, cuidando de um bebê pequenininho. Então, no mesmo espaço físico, isso é muito
complicado. A gente tem projetos vários, assim correndo...que dependem de ter verba.
Então, vai devagar porque esbarra na falta de apoio e na falta de dinheiro. Mas o que depende
de pessoal humano, por exemplo, a gente é muito rigoroso em relação ao tratamento que os
alunos dão aos pacientes, aos residentes, a equipe de enfermagem, né? A gente até tem dentro
do possível, a Regina está aqui, né, locada no PS como psicóloga. É uma mãozinha para
identificar eventuais problemas de relação mesmo enfermagem-paciente, médico-paciente...É,
então, está lento, mas está indo.
18) E a humanização para os funcionários?
Não tem nenhuma, na verdade, né? Assim, na verdade, é uma coisa que tem me
preocupado mais recentemente, assim, porque aqui é um ambiente muito insalubre. Muito
agitado. A gente pega casos graves, a gente pega uma dinâmica pesada, então, assim, as
pessoas, você vai vendo que as pessoas vão ficando assim amargas, né? Bem amargas. Então,
falta, não tem nada de humanização para o médico, não tem. Mas a gente tem sentido falta
disso, de ter um momentinho para sentar, mesmo papear...A gente teve até uma mudança de