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camada colunar simples de células epiteliais indiferenciadas. Logo após, a diferenciação
celular ocorre como células epiteliais originadas de células tronco multipotentes na base
das criptas de Lieberkühn, que são os locais de proliferação de células epiteliais. Após
essa etapa, as células primas começam a se diferenciar em quatro tipos celulares
(CHENG & LEBLOND, 1974; FALK et al., 1998). As células de Paneth migram para a
base da cripta do intestino delgado, enquanto os outros tipos celulares migram da cripta
para as vilosidades do intestino delgado. As células colunares, também conhecidas
como enterócitos, no intestino delgado, ou colonócitos, no intestino grosso,
compreendem mais de 80% de todos os tipos celulares. As células caliciformes estão
presentes em todo o intestino, mas aumentam em densidade da porção proximal para a
distal. As células enteroendócrinas, com o sistema nervoso sistêmico, estão dispersas
em todo o intestino (FURNESS et al., 1999). As células epiteliais intestinais possuem
um ciclo de vida de, aproximadamente, 2-5 dias e, durante a morte, são exfoliadas, junto
com as bactérias aderentes, o que auxilia na eliminação de patógenos. As células de
Paneth possuem uma vida maior, sobrevivendo por mais de 20 dias, ao final dos quais
são fagocitadas.
A integridade da camada de células epiteliais é mantida por complexas junções
intercelulares compostas por junções serreadas, junções aderentes e desmossomas. As
junções serreadas, componentes mais apicais do complexo juncional, criam uma
barreira semipermeável entre células individuais, que podem ser reguladas e servem
como barreira de permeabilidade (ANDERSON et al., 1993; SCHNEEBERGER &
LYNCH, 2004). Quarenta diferentes proteínas estão envolvidas nas junções serreadas,
tais como: ZO (zonula occludens)-1, ZO-2, ZO-3, membros da família de proteínas
guanilato quinases associadas à membrana, ocludina, claudinas, cingulina, 7H6 e várias
fosfoproteínas ainda não identificadas (CITI & CORDENONSI, 1998; MITIC &
ANDERSON 1998). Vários patógenos exploram as junções serreadas para modular a
permeabilidade intestinal e facilitar a própria entrada no tecido (HOFMAN, 2003;
FASANO & NATARO, 2004). Outros patógenos utilizam as células M, que circulam o
sistema linfóide associado à mucosa (KRAEHENBUHL & NEUTRA, 2000; NEUTRA
et al., 2001), como rota de entrada e, após atravessar essas células, encontram as células
fagocíticas, em especial os macrófagos, que estão presentes no folículo (JEPSON &
CLARK, 1998; SANSONETTI & PHALIPON, 1999; CLARK & JEPSON, 2003).
As células epiteliais do intestino protegem o hospedeiro fornecendo uma forte
barreira física e, também, pela produção de uma variedade de substâncias