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1. INTRODUÇÃO
A adição de cargas a polímeros, com intuito de reduzir custos, melhorar propriedades e
ampliar aplicações é uma tecnologia que tem crescido muito nas últimas décadas. Esses
materiais, denominados compósitos poliméricos, são sistemas multifásicos formados por dois
ou mais componentes, que exibem proporções significativas de ambas as fases, e são
preparados visando a obtenção de propriedades superiores às dos constituintes puros
[1].
Compósitos constituídos de matrizes termoplásticas tornaram-se populares principalmente por
serem substitutas em potencial de resinas mais caras, proporcionando vantagens de
processamento e novas possibilidades de aplicação. Das resinas termoplásticas, o
polipropileno (PP) torna-se uma versátil opção, devido à sua alta estabilidade térmica,
facilidade de processamento, boa resistência à abrasão e corrosão [2]. As propriedades
mecânicas de resinas termoplásticas são comumente inadequadas para algumas aplicações
específicas, devido a isto cargas de reforço são adicionadas para conferir melhores
propriedades finais. As fibras de vidro são muito usadas para reforçar nylon e PP, mas apesar
das boas propriedades mecânicas obtidas apresentam algumas desvantagens, tais como alto
custo, elevado peso final do produto, fragilidade e a abrasividade que essas fibras
proporcionam
[3].
Como uma nova alternativa, visando materiais que apresentem vantagens ao meio
ambiente, é crescente a pesquisa no uso de fibras naturais como reforço de polímeros, devido
principalmente à sua alta rigidez e baixa densidade [4]. Outras características como
biodegradabilidade, baixo custo, baixa abrasividade, baixo consumo de energia na preparação
e por serem provindas de fontes naturais renováveis contribuem ainda mais para o interesse
no estudo desses materiais
[4]. Dentre eles, os WPCs (Wood plastic composites, polímeros
reforçados com fibras ou farinha de madeira), já são muito utilizados nos EUA, como uma
alternativa viável ao reaproveitamento de resíduos [5].
As fibras naturais são constituídas basicamente de celulose, hemicelulose, lignina,
pectina, ceras e outras substâncias solúveis em água [6]. A celulose é o maior constituinte das
fibras naturais, determinando algumas das suas propriedades físicas e químicas, como alta
dureza específica e resistência mecânica. As propriedades finais destes materiais são
influenciadas diretamente pelas características das fibras, que sofrem grandes variações com
condições climáticas, idade da planta e tratamentos químicos. A estrutura da molécula de