1.1 O objetivo e a importância do tema
O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa –
CMPGC terceira edição de abril de 2004 – do IBGC, enumera as
características das relações dentro de uma empresa e desta com o
conselho de administração, acionistas, dirigentes e com a sociedade.
A Lei nº 6.404 de 15/12/1976 atualizada pela Lei nº 10.303 de
31/10/2001, que define as normas a serem seguidas por todas as
sociedades anônimas no Brasil, é o fundamento jurídico que deve ser
observado por qualquer empresa aberta no Brasil.
Por isso, um importante objetivo para um trabalho sobre o
estudo da governança corporativa poderia ser compilar
sistematicamente as normas legais brasileiras existentes e a partir daí
esclarecer alguns dos aspectos que mais relevantemente interferem
nas práticas da chamada governança corporativa.
Ao analisarmos a legislação brasileira, concluímos que a Lei
permite, em alguns casos, o controle da empresa com um número
pequeno de ações, cerca de 16,66...%
1
do capital total mais uma
ação e, portanto, com menor investimento.
A lei facilita a atuação do controlador, que impõe suas
determinações e dirige a empresa sem que os acionistas sem direito a
voto sejam protegidos deste poder oriundo da lei.
1
Uma empresa que emitisse o limite máximo, de ações sem direito a voto, então permitido
pela lei, poderia emitir 2/3 de ações deste tipo, ou 66,66...% do total das ações da empresa.
Dessa forma, existiriam somente 1/3 ou 33,33...% de ações com direito a voto. Por isso, a
posse de metade mais uma das ações com direito a voto, que permitiriam o controle da
empresa, seria representada por apenas ½ de 33,33% do total das ações da empresa ou,
aproximadamente, 16,67% do capital total.
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