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As crises industriais abalaram o sentimento de solidariedade, gerando alta
competitividade interna na busca pela sobrevivência. A divisão patrão empregado,
marcada pelo abuso de poder ou excessiva submissão, marca um processo que se
reflete até os dias atuais. O fato, por exemplo, dos funcionários se reportarem a uma
máquina para o cumprimento de horários, demonstra implicitamente uma relação de
poder existente. Decerto para Durkheim (1999, p. 369):
O antagonismo entre o trabalho e o capital e outro exemplo, mais
contundente, do mesmo fenômeno. À medida que as funções
industriais vão se especializando, a luta se torna mais viva, em vez
de a solidariedade aumentar. Na Idade Média, o operário vive em
toda parte ao lado do patrão, partilhando seus trabalhos “na mesma
loja, na mesma bancada”. Ambos faziam parte da mesma corporação
e levavam a mesma existência. “Os dois eram quase iguais.
Qualquer um que tivesse feito seu aprendizado podia, pelo menos
em muitos ofícios, estabelecer-se por conta própria, se tivesse
meios”. Por isso, os conflitos eram absolutamente excepcionais. A
partir do século XV, as coisas começaram a mudar. “A corporação de
ofício já não é um asilo comum; é de posse exclusiva dos patrões,
que decidem sozinhos todos os assuntos... Por conseguinte, uma
demarcação profunda se estabelece entre os patrões e os operários.
Estes formaram, por assim dizer, uma ordem à parte; tiveram seus
costumes, suas regras, suas associações independentes.
As responsabilidades atribuídas as trabalhadores, por vezes os diminuem a
simples operadores de máquinas, tratando-os como as próprias máquinas ou meros
recursos incapazes de vincular suas funções aos objetivos das empresas. Algo que
se repete nos dias atuais, em parte na empresas de pequeno, médio e grande porte
quando está visa o retorno financeiro, sem enxergar a importância das pessoas nas
empresas.
Stoner (1995, p. 27) com base nas abordagens de alguns sociólogos,
caracterizou as condições das relações humanas pré-estabelecidas:
Max Weber raciocina que qualquer organização orientada por
objetivos e consistindo em milhares de indivíduos exigiria a
regulamentação cuidadosamente controlada de suas atividades, o
sociólogo alemão Max Weber (1864 – 1920) desenvolveu uma teoria
da administração burocrática que enfatizava a necessidade de uma
hierarquia estritamente definida e governada por regulamentos e
linhas de autoridade claramente definidos.
Contudo, há contrapontos identificados por outros sociólogos conforme Mary
Parker Follet (1868 – 1933) em Stoner (119, p. 28):
(...) tinha convicção de que ninguém poderia ser uma pessoa inteira
se não fizesse parte de um grupo. Assim, ela dava como certa a