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NELSON COSTA ARAÚJO FILHO
A GESTÃO DO AGENTE AMBIENTAL RUÍDO: ANÁLISE CRÍTICA EM UMA
UNIDADE MARÍTIMA DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Sistemas de Gestão da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração:
Sistema de Gestão de Meio Ambiente
Orientador: Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.
Niterói
2005
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NELSON COSTA ARAÚJO FILHO
A GESTÃO DO AGENTE AMBIENTAL RUÍDO: ANÁLISE CRÍTICA EM UMA
UNIDADE MARÍTIMA DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Sistemas de Gestão da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração:
Sistema de Gestão de Meio Ambiente
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.
_____________________________________
Prof. Luiz Antonio Vaz Pinto, D.Sc.
_____________________________________
Prof. Sergio Pinto Amaral, D.Sc.
_____________________________________
Prof. Ruben Huamanchumo Gutierrez, D.Sc.
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Dedico este trabalho
A meus pais, Nelson e Namir, filha Carolina e namorada Rita pelo apoio, tempo deles
roubado, compreensão e estímulo e principalmente a Deus.
AGRADECIMENTOS
A Petróleo Brasileiro SA - PETROBRAS pelo suporte e disponibilização deste curso através
da Gerencia Geral da Unidade de Negócios do Rio de Janeiro - UN-RIO.
Ao Prof. Gilson Brito Alves Lima – meu orientador, pela paciência e incentivo na chegada ao
final desse trabalho.
A Ricardo Caselli Moni – meu gerente, que incentivou meu trabalho sempre me abrindo
oportunidades de aprimoramento profissional.
Ao Ernani Sztajnbok do Centro de Pesquisa da PETROBRAS - CENPES, pelas suas
contribuições e esclarecimentos técnicos.
Ao Professor Luiz Vaz do Laboratório de Ensaios de Modelos em Engenharia (LEME) da
UFRJ, pelas suas contribuições na elaboração deste estudo.
Ao Fernando Pedrosa da ENGENHARIA, pelas contribuições e esclarecimentos de dúvidas.
Ao Luiz Fernando Hortelani Carneseca pelo apoio nos esclarecimentos relativos aos
comentários de projetos de segurança em plataformas de petróleo.
Ao Jorge de Lellis, amigo de longos anos pela ajuda nos momentos em que precisei do apoio
no trabalho.
Ao Jorge Pereira Barbosa pelos esclarecimentos quanto à análise de projeto nas gerências de
Instalação de Superfície.
A Thais Bidart e Walcy Borges, pelo apoio administrativo na elaboração desse estudo.
Ao Eduardo Menchise, Gabriela Silva e Aline Rodrigues, pelas contribuições prestadas na
fase final do trabalho.
“Excelência é uma habilidade conquistada através de
treinamento e prática. Nós somos aquilo que
fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um
ato, mas um hábito”.
Aristóteles / 384-322 a.C.
RESUMO
Saúde, conforto e eficiência operacional são fatores diretamente ligados à qualidade acústica
dos diversos ambientes de uma Unidade Marítima de Produção de Petróleo. A dificuldade em
projetar e implementar medidas de redução de ruído nos leva a ressaltar que o problema é
complexo e envolve diversas fases, desde a predição acústica preliminar durante o projeto
básico, emissão de documentação consistente, cobrança dos fornecedores dos equipamentos e
dos responsáveis pelo detalhamento e construção, até a fase final de aceitação e medição.
Neste sentido o presente estudo objetiva discutir a gestão do agente ambiental ruído, através
da apresentação de um estudo de caso em uma plataforma marítima, efetuando um paralelo
com as práticas propostas por algumas instituições normativas, dentre as quais a NORSOK e
ISO, para um melhor de controle deste agente agressivo. Discute, ainda, aspectos da teoria
geral da administração identificando os fatores críticos de sucesso na gestão de conflitos
inerentes aos aspectos estruturais e organizacionais do empreendimento. Como conclusão são
propostas a implementação de ações nos campos técnicos e ocupacionais, que se desdobram
em sugestões para melhoria de todo o processo empregado para gestão da análise de projeto
nas questões relacionadas ao agente ambiental ruído.
Palavras-chave: projeto, ruído industrial, vibração, prevenção.
ABSTRACT
Health, Comfort and Operational Efficiency are factors directly linked to the acoustic quality
of the several existing environments in an offshore oil production platform. The difficulty in
designing and implementing noise reduction measures shows us that the problem is complex
and involves several phases, from the preliminary acoustic prediction, during the basic project
stage, the generation of solid documentation, charging of the equipments suppliers and those
responsible for the detailing and construction of oil rigs, to the final phase of acceptance and
measuring. This study aims at discussing noise control management through the analysis of a
case study of an offshore platform, drawing a parallel with the practices proposed by some
normative bodies, like NORSOK and ISO, in order to better control this aggressive agent. It
also discusses some aspects of the general administrative theory, pinpointing the critical
factors for successfully managing conflicts which are inherent to the structural and
organizational aspects of the enterprise. As a conclusion, the author proposes the
implementation of a series of measures, both in the technical and occupational fields, which
are translated into suggestions for the improvement of the whole process involved in noise-
related project analysis management.
.
Keywords: project, industrial noise, vibration, prevention
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Nível Total de Ruído 26
Figura 02 - Programa de Conservação Auditiva 32
Figura 03 - O Modelo Espiral 38
Figuras 04 - Tela ilustrativa do software SONIC 42
Figuras 05 - Telas ilustrativas do software AS-NOISE I 42
Figuras 06 - Telas ilustrativas do software AS-NOISE II 43
Figura 07 - Departamentalização funcional básica. 55
Figura 08 - Agrupamento por processo. 56
Figura 09 - Evolução da estrutura organizacional diante de aspectos internos
e externos.
66
Figura 10 - Organograma da Segurança Industrial na ex E&P BC. 69
Figura 11 - Organograma da Unidade de Negócio do Rio de Janeiro – UN-
RIO
71
Figura 12 - Organograma do Suporte Técnico da UN-RIO 73
Figura 13 - Organograma típico do Ativo de Produção Marlim Leste
(destaque ISUP)
74
Figura 14 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo FPSO, módulos
do top-side
77
Figuras 15 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo FPSO, em
operação
77
Figura 16- Unidade marítima de produção de petróleo tipo semi-
submersível, módulos do top-side
78
Figuras 17 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo semi-
submersível, em operação
78
Figura 18 - Objetivos de cada Fase da Sistemática do Projeto 79
Figura 19 - Principais Atividades de cada Fase da Sistemática do Projeto 79
Figura 20 - Modelagem inicial de aplicação de software de estudo preditivo
de ruído em uma plataforma semi-submersível
85
Figura 21 - Mapa de ruído de um convés, “main-deck”, de uma plataforma
de petróleo semi- submersível, resultado da aplicação de
software de estudo preditivo de ruído
86
Figura 22 - Planilha para análise de riscos à saúde 100
Figura 23 - Planilha para determinação das Categorias de Freqüência 101
Figura 24 - Planilha para indicação da graduação qualitativa dos efeitos ao
organismo humano (severidade).
101
Figura 25 - Tabela descritiva dos cenários de risco 102
Figura 26 - Tabela descritiva dos cenários de risco com resultados de um
piloto aplicado no projeto de uma unidade marítima de
produção
de petróleo.
103
Figura 27 - Gráfico descritivo dos cenários de risco com resultados de um
piloto aplicado no projeto de uma unidade marítima de produção
de petróleo.
103
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Comparação entre os Modelos Processual e Funcional.
Correspondência entre os modelos de Departamentalização para
a empresa:
57
Quadro 2 - Vantagens e Desvantagens da Centralização e Descentralização 58
Quadro 3 - Avaliação da aderência das características Funcional e a
operacionalização atual da análise de projeto na estrutura da UN-
RIO
75
Quadro 4 - Tabela de ruído aéreo e estrutural de uma Unidade Marítima de
produção de petróleo, resultante do estudo preditivo de ruído em
plataforma semi-submersível
90
Quadro 5 - Tabela de valores de ruído aéreo e estrutural de uma Unidade
Marítima de produção de petróleo, resultante do estudo preditivo
de ruído em plataforma semi-submersível
91
Quadro 6 - Tabela Resumo dos Requisitos NORSOK X PETROBRAS 97
Quadro 7 - Proposta de ações para a melhoria do controle do ruído e
vibração em etapas críticas do projeto, comissionamento e
operação.
104
Quadro 8 - Sugestões de medidas para o aperfeiçoamento da Gestão de
Controle de Ruído adotada na PETROBRAS
106
LISTA DE SIGLAS
AACE - Association for the Advancement of Cost Engineering -
(Associação para o Desenvolvimento da Engenharia de Custo).
AN Área de Negócio
ATP Ativo de Produção
AVM –
Antivibration Mountings – (Isoladores de Vibração)
CENPES Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo M.
de Mello da PETROBRAS.
COPPE –
Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia
da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
E&P Segmento de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural
da PETROBRAS
E&P BC Exploração e Produção da Bacia de Campos, estrutura por
departamentalização processual, que funcionou de 1995 até
2000, ligado ao E&P
E&P/ENGP/IPMI/EMI Engenharia de Projeto / Instalações de Produção de
Manutenção e Inspeção / Engenharia de Manutenção e
Inspeção, (gerência ligada a ENGENHARIA)
EPCIsta
Engineering Procurement Construction Integration
(Integração de Engenharia, Compra e Construção)
FPSO Floating Production Storage and offloading – (Unidade
Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de
petróleo) construída a partir de um navio
FSO Floating Production Storage” – (Unidade Flutuante de
Armazenamento e Transferência de petróleo) construída a
partir de um navio
GESEG Gerência de Segurança Industrial da ex E&P BC
ISUP Gerência de Instalações de Superfície – Gerência ligada aos
ativos de produção que cuidam das questões de projetos de
novas instalações
ISO –
International Organization for Standardization – (Organização
Internacional de Padronização)
LEME-
Laboratório de Ensaios de Modelos em Engenharia (LEME),
ligado a COOPE/UFRJ
Leq Nível equivalente de Ruído
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
MTL –
Empresa de engenharia que, dentre outros, realiza projetos de
acústica e ruído
NORSOK “Norsk Sokkels Konkuranseposisjon”
NTS Norwegian Technology Standads Institution (Instituição
Norueguesa de Padrões de Tecnologia)
PRODEP Projeto de Desenvolvimento da Produção
P&D Planejamento e Desenvolvimento
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
SEA-LAV
Statistical Energy Analysis – Laboratory Acoustic Vibration
(análise estatística de energia – Laboratório de Vibração e
Acústica)
SMS Segurança, Meio Ambiente e Saúde
SMS da UN-RIO Gerência ligada a Gerência Geral da UN-RIO
SMS do Ativo Gerência ligada a Gerência do Ativo de Produção
SMS CORP Unidade organizacional de SMS ligada à Diretoria da
Companhia.
SMS do E&P Gerência ligada às Gerências Executivas do E&P
SPO Gerência de Suporte as Práticas de Operação, ligada a gerência
de Suporte Técnico
ST Gerência de Suporte Técnico
TGA Teoria Geral da Administração
UEP Unidade Estacionária de Produção
UFRJ –
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UM –
Unidade Marítima de Produção de Petróleo
UN Unidade de Negócio
UN-RIO Unidade de Negócio do Rio de Janeiro, pertencente ao
segmento de Exploração e Produção da PETROBRAS
VAC Sistema de Ventilação e Ar Condicionado
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 18
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 18
1.2 CENÁRIO ATUAL 21
1.3 OBJETIVOS 22
1.3.1 Objetivo geral 22
1.3.2 Objetivos específicos 22
1.4 QUESTÕES DA PESQUISA 23
1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO 23
1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO 24
1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 27
2 REFERENCIAL TEÓRICO 29
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 29
2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O RUÍDO 29
2.2.1 Ruído e Saúde Ocupacional 29
2.2.2 Ruído e segurança do trabalho 30
2.2.3 O Ruído industrial 30
2.2.4 Questão do controle do ruído industrial 31
2.2.5 Programa de conservação da audição (PCA) 32
2.2.6 Redução de ruído 33
2.2.6.1 Medidas de proteção individual 33
2.2.6.2 Medidas de proteção coletiva
34
2.2.7 Engenharia de controle de ruído 34
2.2.8 Estratégia básica de controle de ruído 35
2.2.9 O problema do ruído nos ambientes de trabalho 37
2.2.10 Princípios do planejamento do projeto de uma unidade marítima de
produção de petróleo e do controle de ruído inserido no mesmo.
37
2.2.10.1 Na fase preliminar de planejamento e projeto 39
2.2.10.2 Na fase posterior de Planejamento e projeto 40
2.2.10.2.1 Determinação dos valores de ruído emitidos pelos equipamentos 41
2.2.10.2.2 Estimativa dos parâmetros de propagação dos ambientes e dos níveis de
ruído nos ambientes 41
2.2.10.2.3 Seleção das medidas de controle a serem implementadas 44
2.2.10.3 Na etapa de implementação das medidas, avaliação e aceitação 45
2.2.11 Etapas a serem verificadas antes de se comprar um equipamento novo 45
2.2.12 A gestão de controle de ruído segundo a NORSOK 47
2.2.12.1 Metodologia para verificação dos níveis de ruído 49
2.2.12.2 No contexto do cálculo de ruído estrutural 50
2.2.13 Principais Especificações Técnicas (ET) e Norma da PETROBRAS
adotadas em de unidades marítimas de produção de petróleo, que
trazem em seu conteúdo medidas para atenuação do ruído 51
2.2.13.1 Diretrizes Internas aplicadas no E&P 51
2.2.13.2 Diretrizes externas aplicadas na fase de projeto básico e detalhamento (em
inglês) 52
2.3 ASPECTOS DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 52
2.3.1 Departamentalização, centralização e descentralização 53
2.3.1.1 Departamentalização 54
2.3.1.2 Centralização e Descentralização 58
3 METODOLOGIA 60
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO 62
4 A GESTÃO DO AGENTE AMBIENTAL RUÍDO: ESTUDO DE
CASO NO EMPREENDIMENTO DE UMA UNIDADE MARÍTIMA
DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO 64
4.1 ANÁLISE DA GESTÃO DA EXPLORAÇÃO, PERFURAÇÃO E
PRODUÇÃO NA PETROBRAS 64
4.1.1 1977 a 1995 - Departamentalização funcional 65
4.1.2 1995 a 2000 – Departamentalização Processual 65
4.1.3 2000 até os dias de hoje – Departamentalização Funcional 65
4.1.4 Modelo de privatização neoliberal da década de 80 – Estados Unidos e
Inglaterra 66
4.2 HISTÓRICO DA GESTÃO DO CONTROLE DO RUÍDO NA
PETROBRAS 67
4.3 HISTÓRICO NO SEGMENTO DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DA
PETROBRAS NA BACIA DE CAMPOS, QUANTO À ANÁLISE DE
PROJETO NOS ASPECTOS RELACIONADOS AO RUÍDO 68
4.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ATUAL ADOTADA NA UN-RIO 70
4.4.1 Avaliação da aderência das características gerais da
departamentalização funcional e a operacionalização atual da análise de
projeto na estrutura da UN-RIO 75
4.5 O EMPREENDIMENTO DE UMA UNIDADE MARÍTIMA DE
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO. 76
4.5.1 Fase 1 - Identificação e Avaliação de Oportunidades 80
4.5.2 Fase 2 – Projeto conceitual (Bases de Projeto) 81
4.5.3 Fase 3 – Definição 81
4.5.3.1 Projeto Básico 81
4.5.4 Fase 4 - Execução / Implantação / Operação 84
4.5.4.1 Execução / Implantação: 84
4.5.4.2 Projeto Detalhamento 84
4.5.4.2.1 Recomendações para os diversos Sistemas: 86
4.5.4.2.2 Folha de dados do ambiente de trabalho (Working Environment Area Data
Sheet) 93
4.5.4.2.3 Lacunas identificadas para elaboração do estudo preditivo de ruído 93
4.5.5 Operação (1º Ano) 94
4.5.6 Considerações Gerais 95
4.5.7 Tabela resumo comparando requisitos NORSOK e PETROBRAS 96
4.6 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE DO AGENTE
AMBIENTAL RUÍDO EM UNIDADES OFFSHORE, ATRAVÉS DE
IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS NAS FASES DO
EMPREENDIMENTO E NO PROCESSO DE GESTÃO
98
4.6.1 No plano ocupacional 99
4.6.2 No plano técnico 104
4.6.3 No aperfeiçoamento do processo de gestão de controle 106
5 CONCLUSÕES 108
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 108
5.2 ANÁLISE DAS QUESTÕES FORMULADAS 109
5.3 SUGESTÃO DE TRABALHO FUTURO 110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
111
GLOSSÁRIO
114
18
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Apesar do avanço tecnológico trazer vantagens para a sociedade, o progresso trouxe consigo
algumas desvantagens como a contaminação da água, do ar e a poluição sonora.
A poluição sonora difere bastante da poluição do ar e da água quanto aos seguintes aspectos
(POLUIÇÃO..., 2005):
O ruído é produzido em toda parte e, portanto, não é fácil controlá-lo na fonte como
ocorre na poluição do ar e da água;
Embora o ruído produza efeitos cumulativos no organismo, do mesmo modo que
outras modalidades de poluição, diferencia-se por não deixar resíduo no ambiente
tão logo seja interrompido;
Diferindo da poluição do ar e da água, o ruído é apenas percebido nas proximidades
da fonte;
Em geral não há interesse maior pelo ruído nem motivação para combatê-lo; o povo
é mais capaz de reclamar e exigir ação política acerca da poluição do ar e da água do
que a respeito do ruído;
O ruído, ao que parece, não tem mais efeitos genéricos, como acontece com certas
formas de poluição do ar e da água, a exemplo da poluição radioativa. Entretanto o
incomodo, a frustração, a agressão ao aparelho auditivo e o cansaço geral causados
pela poluição sonora podem afetar as futuras gerações.
O ruído constitui-se então na atualidade um dos agentes nocivos de maior presença em nossa
vida, tanto na área social, urbana, quanto no local de trabalho. Contudo a maior parte de nós
só percebe que este agente pode causar algum prejuízo quando somos conscientizados de
alguma forma, seja por jornais, televisão, livros, no ambiente laboral através dos programas
que tratam deste assunto ou mesmo quando sentimos seu efeito nocivo através da redução da
capacidade auditiva. Neste caso já pode ser tarde demais, pois o dano é irreversível.
A perda auditiva é a doença ocupacional mais comum, pois apesar de não se constituir, de
maneira geral, em doença grave e letal, diminui a capacidade de milhões de trabalhadores
para suas atividades cotidianas de trabalho, de estudo e lazer, comprometendo sua qualidade
de vida e do convívio familiar.
Pela extensão do problema, a surdez ocupacional merece destaque nas ações de saúde do
trabalhador, sendo, portanto, fundamental que medidas mitigadoras sejam implementadas e
19
continuamente reavaliadas, com o intuito de se obter resultados cada vez mais eficientes no
controle de seus efeitos. Este trabalho se propõe a levantar questões para agregar críticas
construtivas e proposições que visem este objetivo.
Som é definido como variação da pressão atmosférica dentro dos limites de amplitude e
bandas de freqüências às quais o ouvido humano responde. Som e ruído não são sinônimos.
Um ruído é apenas um tipo de som, mas o som não é necessariamente um ruído. O conceito
de ruído é associado ao som desagradável e indesejoso (GERGES, 2000). Dessa forma, a
definição de ruído é subjetiva, pois um som pode ser ruído ou não, dependendo do impacto
gerado no aprendizado de vida ou gosto de cada um.
Nas ações preconizadas no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, ditadas pela
Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE – através
da Norma Regulamentadora nº. 9 – NR-9, na fase de antecipação PPRA, prevê no item 9.3.2:
“a antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou
processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando identificar os riscos
potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação”. Implicando na
adoção de ações prévias e sistemáticas para eliminar ou reduzir os riscos antes mesmo da
entrada em operação de uma instalação industrial.
Plataformas marítimas de produção de óleo e gás apresentam problemas complexos de ruído
devido à instalação de máquinas de alta potência, e que são geradoras de elevados níveis de
ruído e vibrações, em arranjos compactos.
Ruído aéreo e estrutural coexistem impondo a necessidade de análise conjunta dos dois
problemas. Logo, o efeito dos níveis elevados de ruído na perda auditiva das pessoas e na
comunicação tem sido muito estudado, permitindo o estabelecimento de critérios de projeto.
Entretanto, o efeito desses níveis elevados quanto ao aspecto incômodo não está bem
definido, embora seja de conhecimento que altos níveis de ruído e vibração causem
desconforto e problemas a saúde às equipes embarcadas. A indefinição se deve ao caráter de
subjetividade do que seja incômodo, variante para diferentes pessoas (SZTAJNBOK et al.,
2004).
Os operadores de campo, assim como os técnicos de manutenção, experimentam altos níveis
de exposição ao ruído, o que pode acarretar prejuízos auditivos e não auditivos. A
20
proximidade dos alojamentos, onde se requer baixos níveis de ruído, em relação às áreas de
produção, onde mais freqüentemente são gerados elevados níveis de ruído, torna ainda mais
complexa a situação acústica das plataformas.
Premissa básica dos projetos, as condições internas devem ser controladas para promoção de
um ambiente adequado a todos. Não se pode esquecer que a exposição de operadores a ruído e
vibrações é regulamentada pela NR-15 do MTE, sendo, por conseguinte, um requisito legal.
Todos os aspectos que influenciam a geração, transmissão e redução de ruído e vibração
devem ser controlados: vibrações geradas pelos grandes equipamentos se propagam pela
estrutura da Unidade, levando o problema da área operacional para as áreas de repouso.
Este controle deve ser confiável, simples, sem requerer rotinas de manutenção que possam
comprometer o resultado. Sabe-se que estas medidas de controle de ruído e vibração são
normalmente de custo elevado, e que sua implementação em uma unidade já em operação é
complicada, sendo algumas vezes quase impossível.
Problemas de ruído em plataformas de petróleo podem ser divididos em três aspectos, para os
quais é imperativo a implantação de sistemas de controle. Os três principais problemas podem
ser resumidos em:
Efeitos auditivos com perda do limiar de audibilidade e mascaramento do sistema
de intercomunicação nas áreas operacionais;
Prejuízo na inteligibilidade da fala em salas de controle, rádio e comunicações e
escritórios;
Incômodo, estafa e interferência tanto nas atividades de trabalho como no
relaxamento e sono.
Problemas associados a vibrações também podem ser caracterizados de forma similar:
Prejuízo na saúde do pessoal que exerce funções nas áreas operacionais, salas de
controle, sala de rádio e comunicações e escritórios;
Interferências nas atividades nas áreas operacionais, salas de controle, sala de
rádio e comunicações e escritórios;
Falhas operacionais em máquinas e equipamentos eletrônicos;
21
Problemas estruturais induzidos por altos níveis de vibrações.
1.2 CENÁRIO ATUAL
Uma unidade marítima de produção de petróleo possui em seu interior equipamentos
reconhecidos como fontes geradoras de níveis elevados de pressão sonora. Neste ambiente, o
agente nocivo ruído, como fator de risco à saúde do trabalhador, tem se destacado como o de
maior predominância, justificando a implementação de ações prévias para minimizar seu
impacto desde a fase de projeto.
Desde a sua concepção até a entrada em operação em alto mar uma plataforma marítima de
produção de petróleo atravessa diversas fases em sua construção, assim sendo, o
encadeamento sistemático e eficiente de cada uma dessas fases é imprescindível para que se
tenha um resultado final satisfatório e consistente na obtenção de uma instalação dentro dos
requisitos ditados pela sociedade classificadora, órgãos fiscalizadores e dispositivos internos
do armador no caso a PETROBRAS que se baseiam em normas, padrões e especificações
técnicas de projeto.
Entretanto, os requisitos ditados pelos padrões, normas e especificações técnicas podem não
prever no desenrolar de um projeto um sistema pleno em eficiência quanto à verificação do
atendimento aos mesmos por parte dos fornecedores da PETROBRAS, como por exemplo,
por necessidade de cumprimento a prazos estabelecidos em cronogramas, influindo no tempo
hábil de adoção de medidas mitigadoras que só serão constatadas quando a unidade estiver
efetivamente operando.
Neste sentido, este trabalho se propõe a analisar e refletir quanto às ações de controle
implementadas ao longo do desenvolvimento do projeto, na influência quanto às mudanças de
estruturas organizacionais que a PETROBRAS vem atravessando ao longo dos anos, para a
identificação de possíveis lacunas existentes e proposição de melhorias no processo de gestão
do agente ambiental ruído.
22
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Realizar análise crítica, identificar oportunidades de melhorias no cumprimento dos padrões,
normas e especificações técnicas de projeto na questão do agente ambiental ruído ditados pela
PETROBRAS e sugerir ações dentro da empresa, destacando a estrutura organizacional da
Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Rio de Janeiro (E&P UN-RIO) objetivando
a excelência na aplicação de medidas mitigadoras.
1.3.2 Objetivos específicos
Para que o objetivo geral fosse atingido, tornou-se necessário à realização de algumas
verificações e análises, conforme descritas abaixo, no sentido de que se pudesse ter a plena
compreensão dos sistemas envolvidos:
Comparar o estudo preditivo de ruído de unidade offshore em projeto, com o
mapeamento de ruído da mesma unidade em operação, na identificação de
possíveis distorções.
Avaliar através da utilização de ferramenta específica, o contexto do ruído como
agente insalubre em ambiente offshore.
Analisar junto às equipes e órgãos internos da Companhia a gestão das questões
referentes à detecção e correções de possíveis não-conformidades no projeto
relacionadas ao ruído, propondo melhorias quando necessárias.
Analisar a evolução das estruturas organizacionais aplicadas na PETROBRAS,
particularmente no E&P, desde 1977 e verificar o impacto na gestão de controle
de ruído.
23
Identificar, por meio de revisão bibliográfica, a literatura científica existente
aplicável no controle do ruído.
1.4 QUESTÕES DA PESQUISA
Partindo do problema da pesquisa e do objetivo geral, procura-se estabelecer os propósitos do
estudo para respondê-los. Assim, foram estipuladas questões para direcionar a avaliação dos
dados coletados através de entrevistas e análises realizadas dentro da estrutura da empresa a
fim de servir como base para as conclusões e proposições de melhorias no sistema atualmente
empregado. Neste aspecto, o trabalho possui como questões principais:
Qual o impacto gerado pelas mudanças nas estruturas organizacionais adotadas ao
logo do tempo, no segmento Exploração e Produção (E&P) da PETROBRAS, na
gestão das questões relacionadas à análise de projeto em segurança industrial,
destacando o ruído?
Quais as oportunidades de melhoria no gerenciamento da aplicação das normas e
especificações técnicas que abordam o controle de ruído, durante o
empreendimento de uma unidade marítima de produção de petróleo?
1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
A análise realizada neste trabalho é direcionada nas estruturas voltadas para o projeto,
construção e montagem de unidades marítimas de produção de petróleo, podendo não ser
aplicável em outras organizações que não utilizem os mesmos sistemas e ou dispositivos
internos das empresas que tenham esta finalidade, sendo um estudo voltado para buscar
oportunidades de melhorias em uma estrutura montada, podendo ser objeto de estudo futuro
para comparação com a temporalidade nele contida.
24
Considerando as similaridades de outros empreendimentos na área de controle de ruído, no
que diz respeito aos instrumentos técnicos e normativos citados, tais como NORSOK, ISO,
ABNT, os resultados deste trabalho poderão ser aplicados em outras empresas, ficando claro,
contudo, que o mesmo não trata de todas as peculiaridades presentes em outros ramos de
negócios.
1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
A PETROBRAS tem procurado ao longo dos anos aperfeiçoar seus mecanismos internos de
modo buscar a excelência no controle dos agentes ambientais. Podendo ser constatado através
da busca da Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde - SMS – em 2000 ou mesmo
no aprendizado com os grandes acidentes acontecidos nos últimos cinco anos, destacando-se o
afundamento da plataforma P36 e o vazamento na Baia de Guanabara, refletido, por exemplo,
no Programa PEGASO - Programa de Excelência em Gestão Ambiental e Segurança
Operacional – onde foram investidos mais de cinco bilhões de reais principalmente em
melhorias operacionais, compras de equipamentos, treinamento e capacitação de pessoal
(MONI, 2003).
A empresa, dando continuidade ao processo de busca da excelência, implementou uma
política consistente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), em vigor desde março de
2001, o que representou um avanço significativo na consolidação de um novo modelo de
gestão na Companhia.
Na atualidade, no que tange aos impactos gerados pela exposição de pessoas a agentes
agressivos, além do aspecto de prejuízo à qualidade de vida do ser humano, a questão
econômica é um fator forte a ser considerado. Alíquotas adicionais para custear despesas com
aposentadorias especiais são aplicadas pelo INSS através dos seus dispositivos legais, gerando
para a empresa um custo muito maior por trabalhador que esteja efetivamente exposto em
ambiente insalubre.
Ainda segundo GERGES (2000), no que diz respeito aos efeitos do ruído nos sistemas extra-
auditivos os pesquisadores têm compilado dados nos últimos 30 anos sobre o efeito de ruído
25
no corpo humano. São conhecidos sérios efeitos tais como: aceleração da pulsação, aumento
da pressão sanguínea e estreitamento dos vasos sanguíneos. Um longo tempo de exposição a
ruído alto poder causar sobrecarga do coração causando secreções anormais de hormônios e
tensões musculares.
O efeito destas alterações aparece em forma de mudanças de comportamento, tais como:
nervosismo, fadiga mental, frustração, prejuízo no desempenho no trabalho, provocando
também altas taxas de ausência no trabalho. Existem queixas de dificuldades mentais e
emocionais que aparecem como irritabilidade, fadiga e mal-ajustamento em situações
diferentes e conflitos sociais entre operários expostos ao ruído (GERGES, 2000), estes fatores
são particularmente críticos em ambientes onde as pessoas trabalham em regime de
confinamento, no caso unidades marítimas de produção de petróleo.
Os seguintes fatos são confirmados pela maioria das pesquisas realizadas sobre perda de
audição em relação aos níveis de ruído, segundo Gerges (2000):
A função mais importante do ouvido é ouvir e entender a conversa humana;
Exposição a níveis de pressão sonora abaixo de 80 dB(A) – para 90% da população -
não causará dificuldade na sensação e interpretação do som;
A perda da audição por exposição a níveis acima de 80 dB(A) depende da
distribuição dos níveis com o tempo de exposição e da susceptibilidade do
indivíduo.
Ao se fazer uma busca na ISO com a palavra “Noise”, encontra-se, como resposta, 111
normas relacionadas à palavra ruído. Este número nos fornece uma idéia da importância do
assunto dentro da organização. Entre as diversas normas encontradas, o padrão ISO 11690-1
(1996) trata na sua primeira parte da gestão do Controle de Ruído e é sobre ele que serão
analisados os aspectos mais importantes.
O objetivo básico do padrão ISO 11690-1 (1996) é definido no seu próprio título: “Noise
Control Strategies”. Dessa maneira, esta parte da ISO delineia estratégias a serem usadas com
o problema de controle de ruído em ambientes planejados, através da descrição dos conceitos
básicos de redução, emissão e exposição e, o mais importante, a inclusão das medidas a serem
adotadas quando se compra novos equipamentos.
Em uma Plataforma de petróleo, há dois caminhos básicos de propagação do campo sonoro
que é gerado pelos equipamentos. O primeiro caminho de propagação é o aéreo e o segundo
26
estrutural. Em decorrência, o campo sonoro que se propaga pelo ar leva o nome genérico de
ruído aéreo e pela estrutura de ruído estrutural.
O ruído aéreo predomina no campo sonoro existente nos conveses de produção. É o campo
sonoro gerado pela operação dos equipamentos propagando-se pelo ar que atinge diversos
pontos dos conveses.
Nas Unidades Semi-Submersíveis e Plataformas Fixas de petróleo, o “ambiente” acústico nos
módulos de alojamento recebe contribuições vindas da área operacional, tanto por via aérea
como por via estrutural, assim como pela operação de equipamentos localizados no seu
interior, tais como geradores auxiliares e de emergência (SZTAJNBOK et al., 2004),
máquinas de alta potência, sistemas de alta pressão, áreas de movimentação de cargas e
diversos outros equipamentos e acessórios em arranjos compactos altamente ruidosos.
A propagação aérea do campo sonoro gerado na área de produção pode ser controlada pelo
número de anteparas existentes entre os ambientes com restrições e a área externa. Já o ruído
estrutural pode ser controlado com a utilização de isoladores de vibrações na instalação dos
grandes equipamentos mecânicos. A operação das fontes internas, tais como sistema de VAC,
lavanderia e cozinha assume também um papel de destaque, porém mais difícil de controlar
na formação do “ambiente” acústico dos camarotes.
Segue a seguir a ilustração (fig. 1) da composição do nível total de ruído em uma unidade
marítima de produção de petróleo (ruído de fundo, VAC, ruído aéreo e estrutural):
Figura 1 - Nível Total de Ruído
Fonte: Sztajnbok et al., (2004)
Ao longo dos últimos anos, os tipos de estruturas projetadas para alojar uma unidade de
produção modificaram-se, alterando junto sensivelmente as características da análise de ruído
necessárias para estas unidades. A adoção dos FPSO e FSO como casco para novas plantas,
por exemplo, modificou sobremaneira as características de propagação e controle de ruído até
então concebidas para os projetos das unidades semi-submersíveis (SZTAJNBOK et al.,
2004).
27
O aumento da distância dos principais módulos da planta de produção dos módulos de
alojamento foi benéfico para a diminuição dos níveis de ruído nestes ambientes. Por outro
lado, tornou claro que nas áreas de alojamento, as principais fontes de ruído seriam as internas
e as oriundas da praça de máquinas, que até então não eram consideradas as principais
contribuintes.
Em uma concepção típica de um FPSO hoje em dia, a proximidade dos equipamentos
localizados na praça de máquinas torna sua influência mais importante do que a contribuição
daqueles localizados no deck do navio cuja influência é atenuada pela distância e pelo
isolamento estrutural entre os módulos.
Logo, as informações aqui pesquisadas buscam relacionar o grau de evolução na
PETROBRAS, enfocando o segmento de Exploração e Produção – E&P na questão da análise
de projeto, nos aspectos relacionados ao ruído, associando-os aos impactos gerados pelo não
atendimento dos requisitos normativos, e nas mudanças administrativas dentro das estruturas
da empresa, no objetivo de adaptação a novos modelos de gestão.
1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
Este trabalho desenvolve-se em cinco capítulos, onde o primeiro capítulo apresenta os
aspectos introdutórios gerais sobre o assunto abordado, citando pontos de relevância social e
técnica envolvendo a questão do ruído no projeto e nas influências das estruturas
organizacionais na gestão deste processo. Este capítulo cita ainda, de modo sumário, como foi
desenvolvido o trabalho que será detalhado nos capítulos subseqüentes.
O segundo capítulo foi dividido em duas partes, na primeira buscou-se apresentar uma revisão
bibliográfica que descreve as considerações gerais sobre ruído, problemas relacionados,
dificuldade de implementação de medidas de controle individuais e coletivas, estratégias de
controle no projeto e cálculos envolvidos. Na segunda parte, os conceitos básicos de
departamentalização, presentes na Teoria Geral da Administração – TGA, serão apresentados
no propósito do entendimento dos fatores estruturais de sistemas, para futura abordagem sobre
28
a influência das mudanças nos modelos de gestão aplicados na PETROBRAS ao longo dos
anos.
No terceiro capítulo são apresentados os objetivos propostos, descrevendo a estrutura da
pesquisa e os procedimentos metodológicos empregados na busca dos resultados.
No quarto capítulo é feita uma abordagem na evolução das estruturas organizacionais da área
de exploração, perfuração e produção da PETROBRAS. O histórico quanto à análise de
projeto nos aspectos relacionados ao ruído, da gestão de controle de ruído, tendo como
destaque a Bacia de Campos. A descrição genérica das fases para elaboração de um projeto e
as abordagens nelas contidas sobre ruído, ressaltando-se um resumo comparando requisitos
NORSOK e PETROBRAS e três propostas de intervenção para mitigar o impacto do agente
ruído no empreendimento de uma unidade marítima de produção de petróleo, conforme
abaixo:
Uma proposta de caráter ocupacional através de uma especificação técnica,
implantada no detalhamento do projeto da unidade marítima produção de petróleo
piloto, para análise preliminar de riscos à saúde, com vistas ao atendimento da
Norma Regulamentadora nº9 – NR9, da Portaria 3.214/78 – MTE - na fase de
antecipação do PPRA e o resultado de um piloto realizado;
Outra de caráter técnica que desdobra em proposições para a melhoria do processo
de implementação de medidas mitigadoras do ruído no projeto.
E por fim uma proposta objetivando o aperfeiçoamento do processo de gestão de
controle de ruído.
No quinto e último capítulo apresentam-se as análises conclusivas, as respostas às
questões formuladas e sugestão de trabalho futuro.
29
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Apresentar-se-ão, na primeira parte deste capítulo, resumidamente:
Os principais problemas causados pelo ruído ocupacional e dificuldades para
implementar medidas para sua redução / atenuação;
Relacionar o ruído ocupacional com a saúde e segurança no trabalho;
As questões envolvidas no controle de ruído industrial;
Medidas individuais, coletivas e de engenharia de controle nas fases preliminares e
posteriores do planejamento e projeto;
O controle de ruído na fase de projeto através do estudo preditivo de ruído;
O que se encontra na NORSOK sobre a gestão de controle de ruído;
Principais diretrizes e padrões que tratam do controle de ruído em unidades
marítimas de petróleo.
Na 2ª parte, são expostos os aspectos gerais da Teoria Geral da Administração, abordando a
departamentalização, centralização e descentralização.
2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O RUÍDO
2.2.1 Ruído e Saúde Ocupacional
Os problemas trazidos pelo ruído se referem à perda auditiva irreversível (STANDARD...,
1990) e a outros problemas fisiológicos como estresse, hipertensão e alterações do sistema
nervoso (STANDARD..., 1997). Quanto à perda auditiva, são danosas as conseqüências ao
trabalhador, tanto na sua vida profissional como no convívio social e familiar (SOUZA,
2003).
30
2.2.2 Ruído e segurança do trabalho
O ruído elevado pode contribuir para o surgimento de acidentes, pois dificulta ao trabalhador
ouvir avisos preventivos de um companheiro ou de um sinal sonoro de advertência. Devido ao
ruído excessivo, o trabalhador tem reduzida a sua percepção da aproximação de veículos ou
da queda de objetos.
2.2.3 O Ruído industrial
É significativo o número de pessoas que apresentam problemas auditivos devido ao ruído de
máquinas em ambientes de trabalho, inclusive em países do primeiro mundo.
A Comunidade Européia dedicou enorme esforço no projeto de normalização sobre o assunto
(JACQUES et al. 2000 apud SOUZA, 2003).
No Reino Unido, por exemplo, há 1,3 milhões de trabalhadores expostos a níveis de ruído
potencialmente danosos à audição e 170 mil pessoas consideradas com perda auditiva ou
outro problema de audição, induzidos pelo ruído ocupacional, conforme Ward (2001). Por
isso, o ruído no trabalho ainda é considerado como uma questão prioritária pelas autoridades
britânicas competentes, o que levou a um programa de inspeção sobre ruído, explicado com
detalhes na referência citada.
“Realizamos dezenas de visitas a áreas fabris de empresas espalhadas pelo Brasil nos últimos
dez anos e observamos que, em geral, os níveis de ruído industrial nas empresas brasileiras
são excessivos, muitas vezes bastante acima dos limites estabelecidos pela legislação”,
(SOUZA, 2003).
De uma forma geral, a atenção dada pelas empresas brasileiras para as questões relacionadas
ao ruído ainda é superficial, embora haja exceções. Há empresas que se comportam de forma
exemplar, contratando profissionais especialistas de comprovada capacitação técnica e
também investindo no seu próprio pessoal de engenharia de segurança, medicina do trabalho e
31
fonoaudiologia.
Não são menores os problemas acústicos encontrados em salas administrativas, e que muitas
vezes apresentam condições bem distantes daquelas recomendadas, por exemplo, pela norma
NBR 10152, para atividades de esforço intelectual e norma N-2074 da PETROBRAS.
2.2.4 Questão do controle do ruído industrial
As técnicas de controle de ruído foram sendo desenvolvidas ao longo dos anos, embora ainda
sejam, em geral, específicas de cada caso. Isso se deve às particularidades de diversas
características como as instalações industriais, a localização e o tipo de máquinas ruidosas e
as condições socioeconômicas e do meio ambiente.
Em parte por essa especificidade, mas também pelo descaso com as questões da saúde dos
trabalhadores, atingiu-se uma situação crítica. Essa situação tem provocado manifestações e
ações de cientistas e instituições.
Roth (1999 apud SOUZA, 2003), afirma que este é o momento para agir no controle de ruído
industrial. A própria Organização Mundial da Saúde publicou recentemente um livro sobre o
assunto contando com a participação de alguns dos mais importantes pesquisadores da área
(GOELZER et al., 2000).
Adquirir máquinas e processos silenciosos, tanto em novas fábricas como na substituição ou
ampliação de instalações existentes, garante um ambiente industrial com nível de ruído
adequado (PUTNAM, 2000 apud SOUZA, 2003). Na prática, no entanto nem sempre isso é
possível, mesmo em países desenvolvidos, como pode ser visto, por exemplo, pela situação do
ruído na indústria de papel da Holanda, mostrada em trabalho recentemente publicado
(VANWEERT, 2001).
Muitas vezes, há dificuldade em se adquirir equipamentos que geram baixo nível de ruído, em
virtude da falta de tecnologia do fabricante para projetar máquinas e processos silenciosos.
Além disso, o ruído gerado pelas máquinas industriais depende, muitas vezes, das suas
condições específicas de instalação e de operação.
32
Além disto, o comprador pode também ter dificuldades para analisar o produto entregue pelo
fabricante, devido à falta de equipamento para medir o ruído ou de conhecimento para fazer a
avaliação em uma situação não tão simples, como por exemplo, na presença de outras
máquinas ruidosas.
O aumento do nível de exigência da PETROBRAS no “quesito” ruído pode "forçar”
fornecedores a investir mais em tecnologia para o controle de ruído.
2.2.5 Programa de conservação da audição (PCA)
Medidas de conservação da audição devem ser aplicadas tão logo se suspeite da presença de
um problema de ruído (GERGES, 2000). O procedimento básico envolvido na iniciação de
um programa de conservação está resumido na figura a seguir:
Figura 02 - Programa de Conservação Auditiva
Fonte: Gerges (2000, p. 71)
O termo conservação da audição deve ser compreendido no seu sentido mais amplo como o
Avaliação do Ruído
Sem Risco
Redução do Tempo de Exposição
Área de Risco
Redução do Leq
Redução do Nível de Ruído
Redução do
Ruído
na Fonte
Trajetória de
Transmissão
Interrompida
Isolamento
das Pessoas
Proteção da
Audição
Refúgios
Protegidos
do Ruído
Rotação de
Ocupação
Educação, Supervisão
e Monitoramento Audiométrico
Especificação do Ruído
Para Novas Instalações
33
meio de prevenir o dano do sistema auditivo, uma vez que um programa de conservação da
audição não consiste meramente em se colocar a disposição de sistemas de proteção do
ouvido às pessoas expostas, mas sim todo um desenrolar de fases, conforme principais itens
descritos na figura acima (GERGES, 2000).
2.2.6 Redução de ruído
Costuma-se dividir as medidas de controle de ruído industrial em dois grupos: Medidas de
Proteção Individual e Medidas de Proteção Coletiva.
2.2.6.1 Medidas de proteção individual
As medidas de proteção individual reduzem a exposição do trabalhador ao ruído sem alterar o
nível sonoro do ambiente industrial. São medidas como o uso de protetores auditivos, a
permanência em cabines para descanso auditivo e o deslocamento do posto de trabalho.
As medidas de proteção individual têm limitações conforme cada situação específica. São
medidas administrativas que devem ser auxiliadas tecnicamente por profissionais da
engenharia e da medicina do trabalho.
A medida de controle de ruído mais simples e mais econômica, aparentemente, é o uso de
protetores auditivos. Apesar dos benefícios comprovados deste tipo de proteção, ao menos
qualitativamente, ainda não há pleno conhecimento sobre sua real eficiência na redução do
ruído, nem na redução do risco de perda auditiva.
Uma outra constatação, é que muitos trabalhadores consideram desconfortável o uso do
protetor auditivo. Há, em decorrência, a possibilidade de sua rejeição ou mesmo de ser usado
de forma incorreta, propositalmente, uma atitude difícil de ser fiscalizada.
34
2.2.6.2 Medidas de proteção coletiva
As medidas de proteção coletiva reduzem, efetivamente, os níveis de ruído do ambiente.
Embora sempre desejável, a adoção de medidas de proteção coletiva envolve, muitas vezes,
complexas questões tecnológicas e econômicas.
As alterações na fonte de ruído, o enclausuramento total ou parcial de máquinas e processos, a
instalação de silenciadores em dutos e aberturas e a redução da reverberação do ambiente são
medidas de proteção coletiva.
Tradicionalmente se utilizam medidas de proteção coletiva baseadas no controle de ruído
passivo. Nos últimos anos, pesquisou-se também o controle de ruído ativo, que ainda se
mostra inviável comercialmente para a grande maioria dos problemas, em razão das
dificuldades tecnológicas e econômicas, bem mais difíceis de serem resolvidas do que as
encontradas no controle passivo.
2.2.7 Engenharia de controle de ruído
Parece lógico, e a própria norma ISO 11690-1 (INTERNATIONAL..., 1996), recomenda que
as fontes sonoras sejam identificadas e o ruído produzido por elas seja cuidadosamente
avaliado, como primeiro passo para a adoção de medidas de controle de ruído. Dessa forma, a
seleção das medidas a serem adotadas e a confecção dos respectivos projetos pode ser feita
com otimização técnica e econômica. As estratégias de controle de ruído colocam-se dentro
de um assunto abrangente e muitas vezes complexo. Este é o assunto de que trata
efetivamente a engenharia de controle de ruído (GOELZER et al., 2000).
No caso de uma unidade industrial ainda em fase de projeto, a potência das fontes sonoras
torna-se um dos fatores de insumo a ser considerado no cálculo do estudo preditivo de ruído.
“O estudo preditivo de ruído é um meio muito mais inteligente e barato de se atuar, pois se
alterações forem feitas depois de que a unidade entrar em operação, com certeza os impactos
35
econômicos e operacionais serão muito maiores do que alterações na fase de projeto”.
(CARNESECA, 2005).
2.2.8 Estratégia básica de controle de ruído
Uma redução efetiva de controle de ruído só será alcançada com uma visão sistêmica da
questão “ruído”. Esta frase inicial do capítulo quatro da ISO 11690-1 (INTERNATIONAL...,
1996) é talvez um dos pontos mais importantes a serem considerados, pois usualmente
tendemos a abordar controle de ruído de forma estanque nas diversos sistemas.
Ainda de acordo com a ISO 11690-1 (INTERNATIONAL..., 1996), alguns pontos básicos
devem ser considerados ao se planejar a estratégia de controle de ruído e ao se implementar
medidas mitigadoras tanto para as novas instalações quanto para as antigas instalações:
Determinar os objetivos e estabelecer os critérios, executar avaliações, estimativas,
procurando identificar:
9 Áreas impactadas pelo ruído;
9 Nível de ruído nos postos de trabalho;
9 Contribuição das diferentes fontes sonoras para o nível de ruído nos postos de
trabalho;
9 Nível de exposição sonora dos trabalhadores;
9 Nível de ruído emitido pelas fontes sonoras.
Considerar medidas para controle de ruído, tais como:
9 Controle de ruído na fonte: ex.: atuação nos equipamentos e nos processos;
9 Controle de ruído no caminho de propagação: ex. uso de hoods, barreiras, painéis
absorventes;
9 Controle de ruído nos receptores: ex: cabines.
36
Formular um programa de controle de ruído;
Implementar as medidas necessárias;
Verificar o quanto se conseguiu de redução no nível de ruído;
É importante documentar em tabelas ou em mapas de ruído com todos os resultados obtidos,
tendo em vista a utilização em variados propósitos, tais como:
Determinação dos postos de trabalhos e seus respectivos níveis de ruído aceitáveis;
Identificação da localização das áreas com altos níveis de ruído e as fontes sonoras
predominantes;
Mostrar a situação real em um determinado momento;
Ferramenta importante para o planejamento de uma ampliação da área industrial;
Ferramenta de ajuda para avaliação do efeito de se trocar uma máquina, processo ou
layout;
Verificar a eficácia das medidas de controle de ruído tomadas ou planejadas;
Informar às pessoas expostas ao ruído a situação real;
Ferramenta para coordenação e diálogo entre as partes impactadas na exposição a
níveis de ruído elevados, para implementação de medidas de controle.
As medidas de controle de ruído podem modificar substancialmente o ambiente onde ficam
operadores e máquinas. Por isso, é recomendável que todas as partes interessadas sejam
envolvidas quando se vai discutir a implementação de alguma ação de controle.
Representantes das diversas funções na companhia devem estar envolvidos: gerentes, área de
projeto, área de compra, SMS, Operação, Manutenção, especialistas na área de acústica, etc.
O diagnóstico da questão ruído, seu estudo e definição, e a implementação das medidas de
controle são feitos em colaboração de todas as partes envolvidas.
O sucesso do planejamento de controle de ruído é altamente dependente do envolvimento e
comprometimento ativo de todos representantes dos segmentos da companhia.
37
2.2.9 O problema do ruído nos ambientes de trabalho
Os objetivos definidos para o controle do ruído devem se basear no conhecimento geral de
como o ruído afeta a saúde das pessoas e interfere nas suas atividades, (SZTAJNBOK et al.,
2004).
Ao se estabelecer os objetivos da qualidade acústica desejada em um determinado ambiente,
os níveis de ruído desejados, tempo de reverberação, ruído de fundo aceitável (ruído
proveniente dos sistemas internos de ventilação e externos quando a planta está fora de
operação) e parâmetros de propagação sonora devem ser determinados.
Os objetivos devem se basear no fato de que o ruído deve ser reduzido aos valores mínimos
exeqüíveis, considerando-se o progresso das técnicas envolvidas, os processos envolvidos e o
tipo de tarefa executada no ambiente.
Os objetivos principais podem ser expressos pelos níveis de ruído nos ambientes e pelos
níveis de exposição sonora admissíveis.
2.2.10 Princípios do planejamento do projeto de uma unidade marítima de produção de
petróleo e do controle de ruído inserido no mesmo.
Para melhor compreensão da evolução de um projeto de uma unidade marítima de petróleo
que será abordado no capítulo 4, exemplifica-se um modelo de planejamento, o Modelo
Espiral, mostrado na figura abaixo, sendo um dos modelos evolutivos mais difundidos (Falbo
... 2005).
38
Figura 3– O Modelo Espiral
Usando o modelo espiral, o sistema é desenvolvido em ciclos, sendo que nos primeiros ciclos
nem sempre todas as atividades são realizadas. Por exemplo, o produto resultante do primeiro
ciclo pode ser uma especificação do produto ou um estudo de viabilidade. As passadas
subseqüentes ao longo da espiral podem ser usadas para desenvolver protótipos, chegando
progressivamente a versões operacionais do projeto da unidade marítima de petróleo, para a
escolha do projeto mais adequado até plataforma construída e operando.
É importante ressaltar que, a cada ciclo, o planejamento deve ser revisto com base no
feedback do cliente, ajustando, inclusive, o número de iterações planejadas. De fato, este é o
maior problema do ciclo de vida espiral, ou de maneira geral, dos modelos evolucionários: a
gerência de projetos.
O empreendimento de uma unidade marítima de produção de petróleo, não foge a regra, a
cada ciclo em que se planeja são feitas simulações de modo a se chegar a um resultado
satisfatório até a efetiva adoção do projeto mais adequado e construção propriamente dita..
Da mesma forma, no planejamento acústico de novos espaços, a implementação das medidas
de controle de ruído necessárias para os ambientes devem ser partes do projeto da Unidade
Marítima e sofrer os ajustes pertinentes nas diversas fases, sempre que houver demanda de
correção, o que pode acontecer por motivo utilização dados preliminares levantados de
39
informações pretéritas ou testes realizados em fases de aceitação de
equipamentos/compartimentos da UM.
Deve-se percorrer as seqüência de fases, abaixo citadas, para se identificadas as correções
cabíveis quanto ao ruído em cada uma:
Planejamento e projeto preliminar;
Planejamento e projeto;
Medidas de implementação;
Avaliação e aceitação.
A importância de cada passo varia com o objetivo do projeto. Para Unidades novas, as fases
preliminares e posteriores de planejamento e projeto são as mais importantes, pois, nestas
etapas, ainda é possível avaliar os aspectos relativos ao controle do ruído e realizar ajustes
visando uma melhor concepção.
Para modificações de instalações existentes, como as restrições para adoção de medidas de
controle de ruído são maiores, mais ênfase deve ser dada aos estágios de planejamento e
implementação.
2.2.10.1 Na fase preliminar de planejamento e projeto
Todos os aspectos acústicos e de controle de ruído devem ser considerados: objetivos, efeitos
das alterações no processo, efeitos das alterações do layout e procedimentos gerais
relacionados ao planejamento de controle de ruído. A organização do trabalho deve ser
decidida nesta etapa.
Os limites superiores dos níveis de ruído estabelecidos para os diversos ambientes são
originários ou de legislações locais ou diretrizes internas das empresas. Limites máximos de
ruído para alguns equipamentos também devem ser considerados. Entretanto, quando se
planeja novas plantas ou modificação em plantas existentes, os objetivos devem ser
40
geralmente mais exigentes (emissão de ruído pelos equipamentos e níveis de ruído nos
ambientes) do que a legislação requer (SZTAJNBOK et al., 2004).
Um aspecto importante no controle de ruído é a localização dos ambientes em relação aos
equipamentos ruidosos. Numa planta com alto grau de automação, somente o pessoal da
manutenção deveria estar exposto aos possíveis níveis elevados de ruído causados pelos
equipamentos. Neste caso, um nível baixo de exposição sonora dos empregados é muito mais
fácil de ser atingido. Muitas vezes, automação e controle em estações remotas são as únicas
soluções plausíveis a serem implementadas.
A escolha do layout da planta baseada nos critérios de eficiência da produção pode ser, muitas
vezes, conflitante do ponto de vista de projeto acústico. Áreas abertas, com poucas barreiras e
paredes, não ajudam a melhorar o controle de ruído nas áreas operacionais.
Nesta fase preliminar de planejamento, cada atividade deve ser identificada e sua localização
considerada em relação aos efeitos na propagação do ruído. Um planejamento adequado deve
considerar a localização das principais fontes sonoras longe das áreas de trabalho com
requisitos mais restritos, ou o isolamento das máquinas. As áreas controladas devem ser
localizadas de forma a não serem muito afetadas pelo ruído aéreo e ruído estrutural.
2.2.10.2 Na fase posterior de Planejamento e projeto
Um controle mais efetivo de ruído no projeto deve considerar a determinação dos valores de
ruído emitidos pelos equipamentos, a estimativa dos parâmetros de propagação dos ambientes
e dos níveis de ruído nos ambientes e a seleção de medidas de controle a serem
implementadas.
41
2.2.10.2.1 Determinação dos valores de ruído emitidos pelos equipamentos
Somente com o conhecimento dos valores de emissão de ruído dos equipamentos é que se
consegue chegar a um projeto adequado. Portanto, quando não se tem conhecimento destes
valores, são usadas estimativas baseadas em equipamentos semelhantes.
2.2.10.2.2 Estimativa dos parâmetros de propagação dos ambientes e dos níveis de ruído nos
ambientes
A maneira mais eficiente de se estimar os níveis de ruído nos equipamentos e parâmetros de
propagação do som nos ambientes é através de técnicas computacionais. Os resultados destes
programas desenvolvidos para o projeto dos ambientes devem ser acompanhados de uma
interpretação técnica qualificada. Nesta etapa, também devem ser examinados os parâmetros
de isolamento da transmissão de ruído entre os ambientes.
Uma ferramenta utilizada na fase de projeto para simulação dos níveis de ruído em todos os
compartimentos da instalação industrial é o estudo preditivo de ruído e a metodologia para o
cálculo de ruído aéreo já é amplamente conhecida, sendo que diversos projetistas
desenvolveram seus próprios softwares de cálculo.
O importante é que, seja qual for o software adotado, os seguintes itens sejam considerados no
cálculo: atenuação pela distância, potência sonora gerada pela fonte, perdas por inserção,
diretividade da fonte sonora, volume dos ambientes, entre outros.
Nos últimos projetos, duas instituições vêm trabalhando no cálculo do ruído aéreo para a
PETROBRAS, a empresa MTL e o grupo do Laboratório de Ensaios de Modelos em
Engenharia (LEME) da COPPE/UFRJ. O primeiro desenvolveu seu programa batizado de
SONIC, ilustrado na figura 4, o esquema de desenvolvimento de cálculos dos níveis
resultantes em áreas abertas (SONIC) e fechadas (ACOUSTIC). Enquanto a COPPE/UFRJ
desenvolveu uma ferramenta batizada de AS-NOISE (utilizada para cálculo de ruído aéreo,
VAC e estrutural), conforme telas do software ilustradas nas figuras 5 e 6.
42
Figuras 04 – Tela ilustrativa do software SONIC
Fonte: PETROBRAS, 2005
Figuras 05 – Telas ilustrativas do software AS-NOISE I
Fonte: COPPE/UFRJ
43
Figuras 06 – Telas ilustrativas do software AS-NOISE II
Fonte: COPPE/UFRJ
Nos casos em que temos fonte e o receptor localizados no campo livre, os principais
mecanismos de atenuação sonora são a distância entre fonte-receptora, as condições
atmosféricas e a diretividade da fonte..
Quando barreiras são interpostas entre fonte e receptor, pode-se afirmar que estas se tornam o
principal mecanismo de atenuação. A atenuação de ruído proporcionada pelas barreiras, entre
fonte e receptor, é chamado de Perda por Inserção (em inglês, Insertion Loss – IL). Três
fatores controlam a magnitude desta característica (IL):
9 Características físicas das barreiras (rigidez, massa, amortecimento interno);
9 Condições dos ambientes envolvidos: geometria e propriedades de absorção dos
ambientes vizinhos e do próprio ambiente avaliado;
9 Comportamento da fonte sonora (potência sonora, diretividade, pressão sonora).
Outro parâmetro relacionado com a eficácia na redução do ruído pelo uso de barreiras e
partições é a Perda por Transmissão (Transmission Loss). Esta propriedade é aquela
normalmente fornecida pelos fabricantes, embora seu uso deva ser considerado com alguma
contingência.
44
O cálculo desta propriedade é feito em Laboratório, com as condições acústicas controladas e
cujo resultado reflete a incorporação deste maior rigor no controle. O efeito real do uso de um
material com determinada TL será menor do que a IL real obtida.
O estudo preditivo de ruído em unidades de produção offshore é deveras complexo,
envolvendo diversas fontes sonoras e diversos receptores a serem analisados. Numa analogia
com uma unidade de produção, as barreiras representam as anteparas, tetos e pisos dos
compartimentos.
As ondas sonoras, representadas pelas linhas retas entre fonte e receptor, atuam incidindo
sobre as superfícies que formam os compartimentos ao longo da sua propagação, até chegar
ao receptor final. Numa primeira aproximação, o cálculo do ruído entre a fonte e o receptor
considera um campo livre, sendo posteriormente incluídos, os efeitos de redução pela inclusão
das superfícies incidentes com suas propriedades de IL.
Freqüentemente algumas fontes sonoras têm uma operação intermitente. Entretanto, estas
fontes são muito importantes no cálculo de ruído aéreo. Alguns ambientes, tais como
Lavanderias, Salas de Geradores de Emergência, Sala de Equipamentos de VAC, são
enormemente influenciados por fontes sonoras internas. Neste caso, o programa AS-NOISE
considera a potência sonora destas fontes, as propriedades de absorção do ambiente (Room
Constant) e diretividade da fonte sonora (SZTAJNBOK et al., 2004).
2.2.10.2.3 Seleção das medidas de controle a serem implementadas
Ao se decidir quais medidas de controle de ruído devem ser adotadas, é necessário estar
definidos os níveis de emissão sonora dos equipamentos, os níveis de ruído nos ambientes e
os parâmetros de propagação, e comparar estes valores com os objetivos pré-estabelecidos.
Baseado nestas avaliações, o conjunto de medidas de controle deve ser selecionado e
detalhado.
45
2.2.10.3 Na etapa de implementação das medidas, avaliação e aceitação
O cronograma de construção e montagem deve considerar as prioridades das tarefas
envolvidas e a dependência das atividades entre si. As tarefas relacionadas com a construção
de uma planta nova são executadas e finalizadas nesta etapa, tais como: juntas estruturais,
isoladores de vibração dos equipamentos, pisos flutuantes, anteparas para isolamento da
transmissão de ruído entre ambientes e revestimentos para absorção. A montagem dos
isoladores de vibração e silenciosos deve ser coincidente com a instalação dos equipamentos
(SZTAJNBOK et al., 2004).
Com o término da obra da unidade, prossegue-se para a etapa de avaliação e aceitação. Nesta
etapa, as seguintes atividades devem ser executadas:
Medição dos níveis de ruído nos ambientes em relação às metas iniciais;
Verificação da performance dos dispositivos de controle de ruído, caso haja
algum;
Identificação dos possíveis erros nos isolamentos acústicos e seus impactos;
Definição das medidas adicionais necessárias para alcance dos objetivos iniciais.
2.2.11 Etapas a serem verificadas antes de se comprar um equipamento novo
Pontos a serem considerados pelo comprador, antes mesmo de estabelecer o processo de
compra de um equipamento novo (SZTAJNBOK et al., 2004):
Verificar a disponibilidade de alguma informação sobre o nível de ruído gerado
por equipamentos similares, da família do equipamento considerado e qual o valor
mínimo já conseguido;
Verificar na documentação de compra, se estão incluídos os requisitos específicos
ou garantia quanto ao nível de ruído do equipamento a ser fornecido;
46
Verificar o impacto no nível de ruído nos locais onde serão instalados os equipamentos.
No propósito de realizar as verificações mencionadas acima se deve:
Estudar as informações disponíveis dos níveis de ruído nos ambientes analisados.
Caso seja um projeto de uma unidade nova, na fase de planejamento devemos
analisar espaços semelhantes, com o mesmo tipo de atividade desenvolvida;
Estudar as informações disponíveis sobre equipamentos semelhantes existentes na
empresa;
Considerar os limites dos níveis de ruído aplicáveis aos ambientes estudados e,
caso haja, os níveis máximos de ruído admissíveis para os equipamentos;
Examinar o programa de redução de ruído a longo prazo da companhia, caso haja
algum;
Determinar quais níveis de ruídos emitidos e, opcionalmente, qual contingência
desses limites podem ser requisitados de forma razoável dos fabricantes,
considerando-se os benefícios técnicos e a viabilidade deste aceite. Esta discussão
implica em uma interação entre as diversas áreas da empresa e conversas com os
potenciais fornecedores.
As informações básicas a serem solicitadas dos fornecedores incluem os seguintes dados
sobre emissão de ruído:
Nível de potência sonora, em dB global e em banda de oitava;
Nível de pressão sonora, em dB(A) global e em banda de oitava;
Qual norma será a referência para a etapa de medição do nível de ruído, ou caso
haja, uma descrição detalhada do procedimento interno a ser usado;
Características de diretividade das fontes sonoras.
Os valores dos níveis de ruído emitidos devem ser garantidos formalmente pelos fabricantes através de
uma declaração. Outras informações que interessem ao controle de ruído também podem ser
fornecidas nesse documento, tais como: dados estimados, valores calculados ou medidos em outras
condições, etc.
47
2.2.12 A gestão de controle de ruído segundo a NORSOK
1
O padrão NORSOK S-005 “MachineryWorking Environment Analysis and
Documentation” (1999), tem como objetivo principal definir uma metodologia para análise do
ambiente de trabalho e da documentação dos equipamentos de acordo com os regulamentos e
normas de referência que regem o projeto dos equipamentos. A NORSOK procura esclarecer
as responsabilidades de cada parte envolvida no projeto para garantia da qualidade das
diversas condições de trabalho (“totalidade de fatores físicos, químicos, biológicos e
psicológicos no trabalho que podem afetar os empregados”) nos ambientes, aí se incluindo o
controle de ruído e vibração.
As responsabilidades são divididas, de uma maneira geral entre os Contractors e Suppliers.
Como Contractors, a NORSOK entende “aqueles trabalhando para um determinado cliente”.
Numa analogia para o caso PETROBRAS, poderíamos estender a noção de contractor nas
diferenças fases do empreendimento.
Numa primeira fase, o CENPES poderia ser encarado como o contractor encarregado do
projeto básico, passando depois a posição de contractor para a Engenharia e projetista do
detalhamento e posteriormente para a Empresa Contratada para construir a plataforma,
conhecido como EPCIsta (SZTAJNBOK et al., 2004).
A principal responsabilidade dos contractors seja em que fase for, é garantir que as
características dos equipamentos e componentes dos grandes grupos sejam bem definidas
através de uma documentação de projeto clara, sustentada sempre que possível por padrões e
normas internacionais. Cabe também ao contractor garantir na contratação e subcontratação
que as ordens de compra contenham uma especificação da documentação necessária a ser
fornecida.
Dessa maneira, deve-se, nesta etapa, ter bem definido os limites de nível de ruído nas folhas
de dados para cada equipamento, a metodologia a ser usada para verificação/medição dos
1
A NORSOK é uma instituição norueguesa, voltada para padronização na área offshore, criada a partir da iniciativa da
indústria, visando reduzir custos e adicionar valor ao produto através de uma padronização. Seus padrões foram criados pela
indústria norueguesa de petróleo e abrangem diversas áreas, incluindo-se aí o grupo de Safety (SHE), onde encontramos os
requisitos na área de controle de ruído.
48
níveis de ruído posteriormente, bem como solicitar os dados necessários sobre os níveis de
vibração.
Já para os suppliers, a responsabilidade é garantir a segurança dos equipamentos e conformidade com
as instruções recebidas, definir a responsabilidade dos sub-fornecedores e garantir que a
documentação dos mesmos seja de qualidade adequada, e prover a documentação do conjunto e
componentes de acordo com o definido na norma NORSOK S-002: Folha de Dados de Ruído e de
Vibração preenchidas.
Ainda segundo a NORSOK, para cada equipamento potencialmente ruidoso, uma folha de dados de
ruído deverá ser emitida pelo contractor, com os valores limites aceitos pelo cliente, e preenchida pelo
supplier com os valores do equipamento fornecido. Nestas folhas de dados, uma ou mais destas
informações podem ser solicitadas:
Nível de potência sonora;
Nível de pressão sonora a 1 m de distância, condição de campo livre;
Nível de pressão sonora nas posições dos operadores, condição de campo livre.
Por sua vez, a folha de dados de ruído deve ser completada pela engenharia do fabricante com
os seguintes dados:
Dados de projeto do equipamento;
Garantia do atendimento aos limites requeridos de nível de ruído;
Metodologia prevista para medição e garantia;
Descrição das medidas implementadas para controle e redução do nível de ruído
no conjunto fornecido;
Relação das não-conformidades no atendimento.
Durante a etapa de fabricação, devem ser feitas medições para verificação da garantia dos
níveis de ruído requeridos, a menos que testes anteriores já realizados em equipamentos
padrões possam ser aceitos. Os testes devem ser feitos de acordo com um procedimento de
teste documentado e deve ser executado ou testemunhado por pessoal qualificado
tecnicamente. Estes valores medidos, bem como as correções adotadas, devem ser
49
documentados no documento “Folha de Dados de Ruído”.
No caso do controle de vibrações, os limites máximos aceitáveis pelo ser humano, na faixa de
1-80Hz, são definidos na norma NORSOK S-002, anexo E.
Quando for feita a análise estrutural (onde haja propagação do chamado structureborne noise
– ruído estrutural) dos níveis de vibração, as seguintes informações devem ser fornecidas na
documentação do equipamento:
Rotação do equipamento;
Desbalanceamento e direção;
Peso do rotor;
Peso total do equipamento;
Níveis de vibração em cada ponto de suporte.
Quando especificado o uso de AVM-Antivibration Mountings (isoladores de vibração), as
seguintes informações devem ser fornecidas:
Rigidez estática e dinâmica de cada suporte;
Freqüência de ressonância, nos 6 graus de liberdade.
O grau de isolamento de vibração obtido depende da rigidez do deck onde estão instalados os
equipamentos. Se um determinado grau de isolamento de vibração é requerido, o supplier
deverá especificar o grau mínimo de rigidez nas posições dos suportes instalados.
2.2.12.1 Metodologia para verificação dos níveis de ruído
Para medições dos níveis de pressão sonora em campo livre, a NORSOK recomenda o uso da
ISO 11200. Procedimentos alternativos, baseados nesses procedimentos, também são aceitos.
Quando o equipamento está sendo testado dentro de ambientes fechados, os resultados são
maiores do que os obtidos em campo livre.
50
O procedimento da ISO estabelece fatores de correção para o ruído refletido pelas paredes do
ambiente, de tal maneira que se possa obter, no final, valores equivalentes à condição de
campo livre com um grau de confiabilidade aceitável.
Da mesma maneira, o procedimento aceito para medição do nível de potência sonora também
vem da ISO, séries ISO-3740 e 9614. Também são aceitos procedimentos alternativos
baseados na ISO.
Como critério de aceitação dos resultados, a NORSOK define uma contingência no valor
medido, usando como referência a ISO 4871. Mas, como critério geral, estabelece: na fase de
engenharia, esta contingência é de 1 a 2 dB, e na fase de análise e aceitação de 3 a 4 dB.
2.2.12.2 No contexto do cálculo de ruído estrutural
As vibrações dos equipamentos são sempre transmitidas pelos seus suportes às áreas adjacentes,
irradiando ruído.
Nas áreas operacionais o nível de ruído estrutural é normalmente menos significante frente ao ruído
aéreo, mas em outras áreas, sua predominância é evidente, tais como alojamento, cinema e salas de
controle, conforme será observado no item “4.5.4.2”, Quadro 4, na coluna “Ruído Estrutural”,
destacando-se no exemplo a significativa influência do ruído pela estrutura em uma sala de cinema de
uma plataforma de petróleo semi-submersível.
As informações necessárias para o cálculo do ruído estrutural são os níveis de vibração transmitidos
em cada suporte do equipamento.
Para equipamentos isolados, a vibração deve ser medida na parte superior dos isolares. Nestas
posições, as vibrações de média e alta freqüência são mais independentes da rigidez do deck
onde estão montados, e, portanto, mais fáceis de serem monitoradas. Estas medições devem
ser feitas em banda de oitava entre 31.5 e 2000 Hz. Os valores devem ser medidos em dB com
valor de referência de 5 x10
8
m/s.
Para os equipamentos montados rigidamente sobre o deck, o nível de vibração nos suportes dependerá
da rigidez e outros detalhes construtivos do deck e dos suportes. As vibrações devem ser medidas nos
51
skids das máquinas, o mais perto possível dos suportes, nas condições descritas anteriormente. Os
dados medidos nesta condição só devem ser considerados válidos se documentados com os detalhes
construtivos do deck, skid e suportes.
2.2.13 Principais Especificações Técnicas (ET) e Norma da PETROBRAS adotadas em
de unidades marítimas de produção de petróleo, que trazem em seu conteúdo
medidas para atenuação do ruído
2.2.13.1 Diretrizes Internas aplicadas no E&P
Filosofia de Segurança para Instalações Marítimas de Produção:
ET – 3000.00 – 5400 – 947 – PCI – 001 - Define as Práticas a serem seguidas por todos os sistemas
envolvidos nos projetos das Instalações Marítimas de Produção de petróleo, visando a proteção do ser
humano, do meio-ambiente e do patrimônio.
Controle de Ruído
“ET – 300 0.00 – 1200 – 600 – PCI – 002” - Define os requisitos mínimos e critérios a serem adotados
para controle do ruído acústico, contínuo ou intermitente, em Unidades Marítimas de Produção, sejam
elas fixas ou flutuantes, novas ou convertidas.
Esta ET procura consolidar a experiência da companhia, padronizando requisitos e soluções, dividindo
seu conteúdo em Requisitos Mandatórios e Práticas Recomendadas. Sendo revisada a cada dois anos,
assim como outros sistemas do projeto, tais como Processo, Elétrica, Instrumentação e sob a
coordenação do corporativo, E&P/ENGP/IPMI/EMI, reúnem-se representantes das diversas Unidades
de Negócio do E&P, CENPES e ENGENHARIA para debater sobre as questões do ruído em
unidades marítimas.
Norma PETROBRAS Controle de Ruído em Plataformas Marítimas
“N-2074” - Fixa os critérios para o controle deveis de ruído a serem considerados no projeto de
facilidades de plataformas marítimas para conservação da audição, evitar interferências com a
52
comunicação e permitir o conforto humano.
2.2.13.2 Diretrizes externas aplicadas na fase de projeto de detalhamento (em inglês)
Nível de ruído para equipamento (Noise Level for Equipment)
“I-ET-3000.00-1200-300-PPC-002” - Especificação técnica dos Níveis de Ruído para
Equipamentos: este documento, em inglês, anexo às requisições de materiais, estabelece
requisitos de controle de ruído para o fornecimento de equipamentos a serem instalados na
Unidade. Descreve um método de medição de níveis de ruído e que deverá ser obedecido na
fase de propostas, na fase de testes de fábrica e na aceitação dos equipamentos na unidade.
O documento também apresenta os requisitos mínimos para qualificação de silenciadores,
enclausuramento para os demais equipamentos e requisitos de insuflação de ar em tubulações,
de modo a garantir os limites de ruído ditados pela PETROBRAS.
Os procedimentos de medição descritos devem ser usados para verificação de conformidade
acústica com os requisitos mencionados no documento Noise Control Report para cada
equipamento mencionado.
Relatório de Controle de Ruído (Noise Control Report)
“I-ET-3000.00-1200-300-PPC-003” - Esta especificação, em inglês, estabelece os requisitos
mínimos para controle de ruído a ser observado na fase detalhamento do projeto de uma
Unidade Marítima de Produção de Petróleo.
2.3 ASPECTOS DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
Serão apresentados agora os conceitos básicos de departamentalização presentes na Teoria
Geral da Administração – TGA no propósito do entendimento dos fatores estruturais de
sistemas para uma abordagem no capítulo 4, sobre a influência das mudanças nos modelos de
53
gestão aplicados na PETROBRAS desde 1977, do qual será feito um paralelo nos impactos na
questão da análise de projeto em Unidades de Negócios da Exploração e Produção - E&P.
2.3.1 Departamentalização, centralização e descentralização
A administração vem se tornando importante na condução da sociedade moderna. Ela não
passa a ser um fim em si, mas um meio de se fazer com que as coisas sejam realizadas da
melhor forma, com o menor custo e com maior eficiência e eficácia (MONI, 2003).
A Teoria Geral da Administração é o campo do conhecimento que trata do estudo da
administração em geral (CHIAVENATO, 2000). Ela interpreta os objetivos propostos pela
organização e os transforma em ação. As teorias de administração têm ênfase em: Tarefa,
Estrutura, Pessoas, Ambiente e Tecnologia estando relacionadas, respectivamente, com as
seguintes teorias administrativas:
9 Tarefa – Teoria científica.
9 Estrutura – Teoria Clássica / Neoclássica / Burocrática / Estruturalista.
9 Pessoas – Teoria das Relações Humanas / Comportamento e Desenvolvimento
Organizacional.
9 Ambiente – Teoria Estruturalista /contingência (Imperativo ambiental).
9 Tecnologia – Teoria da Contingência (Imperativo tecnológico).
Diante da transição da era da industrialização para a era da informação percebe-se que a
estrutura organizacional do fim do século XX está desaparecendo e dando lugar a novas
arquiteturas organizacionais soltas e mais adequadas às novas demandas da era da pós-
industrialização. Tem-se que os “germes” dos futuros sistemas organizacionais são
(CHIAVENATO, 2000):
Mudanças cada vez mais rápidas e inesperadas – aspectos observados nos campos
do conhecimento e da tecnologia, visíveis nas novas e crescentes necessidades que
as atuais organizações não têm condições de atender.
54
Crescimento do tamanho das empresas – cada vez mais globalizadas.
Atividades organizacionais mais complexas – exigindo profissionais cada vez
mais diversificados, envolvendo problema de coordenação e de acompanhamento
das rápidas mudanças.
A aplicação de uma visão vertical de organização deixa a desejar uma vez que não favorece
os clientes, os produtos fornecidos, bem como não estabelece o macrofluxo intra-
organizacional básico (TACHIZAWA; SCAICO 1997 apud MONI, 2004). Com isso a
departamentalização se insere na Teoria Neoclássica que foi resultado da revisão da Teoria
Científica inaugurada por Taylor e da Teoria Clássica de Fayol, que teve como objetivo
fundamental estruturar a organização pela divisão de trabalho (CHIAVENATO, 2000).
Dentre as funções administrativas que foram levantadas temos: previsão, organização,
comando, coordenação e controle. Dentro da organização, focos do nosso trabalho têm como
principais funções: dividir o trabalho, dirigir as atividades em cargos e órgãos, alocar recursos
e definir autoridade e responsabilidade. De uma forma mais específica, organizar consiste em
(MONI, 2003):
Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos
planejados (especificidade);
Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização);
Designar as atividades às especificas posições e pessoas (cargos e tarefas)
(CHIAVENATO, 2000).
2.3.1.1 Departamentalização
É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional (CURY,
2000; OLIVEIRA, 2002). É também o nome dado à especialização horizontal na organização
através de departamentos para cuidar das atividades organizacionais. Abrange diversos
departamentos de uma empresa. É denominada também de desenho departamental. Para
autores clássicos a especialização da organização pode se dar em dois níveis: vertical e
55
horizontal. A especialização vertical caracteriza o crescimento da empresa através do aumento
dos níveis hierárquicos na estrutura.
Por outro lado, a especialização horizontal ocorre quando se verifica a necessidade de
aumentar a perícia, a eficiência e a melhor qualidade do trabalho em si. Este tipo de
especialização é também denominado processo funcional e caracteriza-se sempre pelo
crescimento horizontal do organograma. Ambos se completam e dificilmente temos um só
atuando. A departamentalização é um meio de homogeneizar a tarefa de cada órgão. As
principais são: por função, produtos e serviços, localização geográfica, clientes, processo e
por projeto (CHIAVENATO, 2000).
Neste trabalho nos interessa os tipos: função (também conhecida como funcional) e processo
(também conhecida por fases do processo ou por processamento) em que passaremos a
apresentar cada uma com suas vantagens e desvantagens. É de se frisar que dificilmente em
uma organização se encontra na prática a aplicação de um mesmo tipo de
departamentalização.
Departamentalização por função: É o agrupamento por funções desenvolvidas na organização.
Ou seja, esta departamentalização agrupa funções comuns ou atividades semelhantes para
formar uma unidade organizacional. Assim todos os indivíduos que executam funções
semelhantes ficam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o
pessoal de secretaria, todas as enfermeiras, e assim por diante (CURY, 2000; OLIVEIRA,
2002) (Figura 7).
Figura 07 - Departamentalização funcional básica.
Fonte: Adaptado de Cury (2000); Oliveira (2002)
As principais vantagens desse tipo de departamentalização se caracterizam pelo agrupamento
de especialistas sob uma única chefia quando há tarefa especializada pela máxima utilização
Seção de
Montagem
Gerência da
Fábrica
Seção de
Contabilidade
Seção de
Vendas
Enfermaria
56
das habilidades técnicas (especialização por ocupação) (GULICK; URWICK 1973 apud
MONI, 2003), permite a economia de escala pela utilização integrada de pessoas, máquinas e
produção em massa, orienta as pessoas para uma especificidade favorecendo o treinamento.
Este tipo de departamentalização funcional é indicado para situações estáveis de poucas
mudanças, aplicáveis para empresas que tenham produtos ou serviços que permaneçam
inalterados por longo tempo e atinge um dos mais altos níveis de auto-orientação de uma
empresa (CHIAVENATO, 2000).
A desvantagem de se aplicar esse tipo de estrutura organizacional está na redução da
cooperação interdepartamental criando barreiras entre os departamentos. É inadequada
quando a tecnologia e as circunstâncias externas são mutáveis ou imprevisíveis, pois a sua
abordagem introvertida não visualiza o que ocorre fora da organização ou de cada
departamento, dificultando a flexibilidade externa, fazendo com que as pessoas focalizem
seus esforços sobre suas próprias especialidades em detrimento do objetivo global da empresa
(CHIAVENATO, 2000). Como resultado, a responsabilidade pelo desempenho é
exclusividade da cúpula, exigindo muita especialização do trabalho (CURY, 2000;
OLIVEIRA, 2002).
Departamentalização por processo: É o agrupamento de atividades e tarefas de acordo com os
principais processos desenvolvidos na organização. Ou seja, é o agrupamento de atividades que
centralizam nos processos de produção ou equipamento. Esta departamentalização é encontrada com
mais freqüência em produção (CURY, 2000; OLIVEIRA, 2002). É um sistema específico das
atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, e entradas e saídas claramente
definidas (CHIAVENATO, 2000) (figura 8).
Figura 08 - Agrupamento por processo.
Fonte: Chiavenato (2000, p.166)
DEPARTAMENTO
FIAÇÃO
Seção Lavagem
Matéria-prima
Seção
Cardagem
Seção
Espulas
Seção Preparação
Matéria-prima
Saídas
Entradas
57
Este sistema procura extrair vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do
equipamento ou da tecnologia. A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para o
agrupamento de unidades e posições. A vantagem de sua aplicação está na maior
especialização de recursos alocados e a possibilidade de comunicação mais rápida de
informações técnicas (CURY, 2000; OLIVEIRA, 2002). As desvantagens ocorrem quando a
tecnologia utilizada passa por intenso desenvolvimento e mudanças que alteram o processo
produtivo, assim sendo, a departamentalização por processo peca pela absoluta falta de
flexibilidade e de adaptação (CHIAVENATO, 2000).
No Quadro 1 a seguir foram compiladas diversas características importantes para o bom
desempenho de uma empresa, comparando-os em relação à aplicação do modelo processual
ou funcional, de maneira que estas características sejam mais (+) ou menos (-) vantajosas
dependendo do sistema adotado.
Característica Processual Funcional
1 - Centralização das decisões da empresa Maior ( - ) Menor ( + )
2 - Definição de responsabilidade Menor ( - ) Maior ( + )
3 - Empregados para a mesma tarefa Maior ( + ) Menor ( - )
4 - Geração de Conflitos interdepartamentais Menor ( + ) Maior ( - )
5 - Preservação do conhecimento da empresa Maior ( + ) Menor ( - )
6 - Tempo de resposta empresa Maior ( - ) Menor ( + )
7 - Uniformidade nos Procedimentos Maior ( + ) Menor ( - )
8 - Poder de resolver conflitos Maior ( + ) Menor ( - )
9 - Distribuição poder Menor ( - ) Maior ( + )
10 - Comunicação Maior ( + ) Menor ( - )
11 - Adaptabilidade Maior ( + ) Menor ( - )
12 - Visão da empresa Maior ( + ) Menor ( - )
13 - Responsabilidade por desempenho
empresa
Maior ( + ) Menor ( - )
14 - Flexibilidade Menor ( - ) Maior ( + )
(+) Vantagens (-) Desvantagens
Quadro 1 - Comparação entre os Modelos Processual e Funcional. Correspondência entre os modelos de
Departamentalização para a empresa:
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2000); Oliveira (1998 apud MONI, 2003)
A departamentalização não é uma ferramenta única para organizar as atividades de uma
empresa, tampouco a solução ideal (CHIAVENATO, 2000). Porém existem quatro princípios
que permitem resolver a departamentalização:
Princípio do maior uso: O departamento que mais uso fizer de uma determinada
atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
58
Princípio de maior interesse: O departamento de maior interesse por uma
atividade deve supervisioná-la.
Princípio da separação de controle: As atividades de controle devem ser
autônomas, independentes das atividades que estão sendo controladas.
Princípio da Supressão da Concorrência: Deve-se eliminar a concorrência entre
departamentalização evitando a rivalidade interdepartamental.
Algumas empresas empregam uma mistura de vários modelos no decorrer de sua existência.
Elas tentam obter um maior benefício, por algum tempo, dos modelos depois, migrando para
outros (CHIAVENATO, 2000).
2.3.1.2 Centralização e Descentralização
Um dos assuntos discutidos pelos autores neoclássicos é a amplitude administrativa, em
decorrência da distribuição de autoridade e responsabilidade, que é o número de subordinados
que um administrador pode supervisionar. A tendência atual nas organizações é do
achatamento e compressão do nível vertical no sentido de aproximar a base da cúpula e
promover a melhoraria das comunicações. Dentro desse tema temos o confronto da
centralização versus descentralização. Centralizar significa que as decisões estão mais
próximas ao topo. Na Descentralização a autoridade de tomar decisões é deslocada para níveis
mais baixos (CHIAVENATO, 2000). Podemos também apresentar sob forma de tabela para
melhor visualizar os benefícios de uma e outra forma:
Propriedade desejável Centralização Descentralização
Não existência de esforços duplicados + -
Maior especialização tipo:compras e tesouraria + -
Objetivos globais + -
Visão global da empresa + -
Distancia dos fatos e circunstâncias - +
Contato com pessoas e situações - +
Linhas de comunicação – erros e distorções - +
59
continuação
Propriedade desejável Centralização Descentralização
Mais eficiência e motivação - +
Melhor qualidade das decisões - +
Menor quantidade de papel - +
Menor tempo de decisão - +
Maior uniformidade nas decisões + -
Aproveitamento de especialistas + -
Equipe apropriada ou funcionários no campo de
atividades
+ -
( + ) Favorece e ( - ) Desfavorece
Quadro 2 - Vantagens e Desvantagens da Centralização e Descentralização
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2000, p. 119-122
Logo, a centralização ou a descentralização aplicada às empresas aliadas as mudanças de desenho
departamental gerou para cada tipo de organização um determinado efeito favorável em certos
pontos e desfavorável em outros. Esta aplicação dependerá de fatores externos ou Ambientais
(competição globalizada, clientes, concorrentes, fornecedores, etc.) e internos (missão, objetivos,
planos, problemas e necessidades) às empresas (CHIAVENATO, 2000).
O autor procura assim estabelecer parâmetros para analisar a estrutura atualmente utilizada no
segmento de exploração e produção, com características de descentralização, procurando extrair os
principais fatores que podem ter contribuído, na desmobilização do grupo de análise de projeto de
segurança industrial, existente na antiga estrutura da Exploração e Produção da Bacia de Campos –
“E&P BC”. Os possíveis ganhos e perdas decorrentes da nova gestão administrativa que serão
abordados nos itens “4.4” e “4.4.1”.
60
3 METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido baseado no estágio atual do conhecimento sobre o sistema
de gestão de controle de ruído no empreendimento de uma unidade marítima de produção de
petróleo bem como dos aspectos ligados a estruturas organizacionais aplicadas no E&P.
Em virtude da natureza das questões formuladas e do objeto desta pesquisa, a mesma pode ser
classificada como: aplicada, qualitativa, exploratória e bibliográfica.
Considerando a sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos a respostas a questões específicas na atividade
de exploração e produção de petróleo e interfaces relacionadas à mesma.
Do ponto de vista da abordagem da obtenção das respostas às questões formuladas, é uma
pesquisa qualitativa, pois consiste da análise, comparação e interpretação de especificações
técnicas, padrões nacionais e internacionais aplicados na questão do controle do ruído e dados
e informações disponíveis na literatura especializada, não requerendo, para tanto, o uso de
métodos e técnicas estatísticas.
Quanto aos seus objetivos, é uma pesquisa exploratória, na medida em que não visa verificar
teorias e sim maior familiaridade com as mesmas objetivando obter as respostas às questões
formuladas, com vistas a torná-las explícitas.
Como é elaborada praticamente a partir de material já publicado, constituído principalmente
por normas, padrões, artigos e livros, trata-se basicamente de uma pesquisa bibliográfica.
O método dedutivo empregado nesta pesquisa objetiva obter as respostas às questões
formuladas, a partir da interpretação de dados e informações disponíveis nas normas, padrões,
artigos e livros, atribuindo-lhes significado e confrontando-os com a realidade das diretrizes e
práticas de sistemas de gestão empregados no segmento de exploração e produção de
petróleo.
Por se tratar de um estudo qualitativo típico, a identificação sistemática dos dados e
informações foi precedida da imersão do autor no contexto a ser estudado. A leitura da
61
literatura e a reflexão, prévia, permitiram focalizar com maior precisão as questões a serem
investigadas e formular mais facilmente, a partir do mesmo, as suas respostas.
A análise e interpretação dos dados e informações foram feitos de forma interativa com a
obtenção dos mesmos, durante todo o processo de pesquisa.
O acesso ao campo e a imersão no contexto do problema fazem parte da atividade profissional
do autor, que é engenheiro de segurança e possui parte de suas experiências profissionais na
atividade relacionada à pesquisa em questão.
A obtenção das informações relativas a sistemas de gestão do controle do ruído não exigiu,
por conseguinte, ação específica previamente planejada; elas foram oriundas da observação
não estruturada de fatos, comportamentos e cenários, principalmente na evolução das
estruturas departamentais ao longo do tempo.
A análise dos dados e informações se fez através de um processo continuado, em que se
procurou desvendar-lhes o significado. A medida que as informações eram coletadas o autor
procurou construir interpretações e gerou novas questões, o que, por sua vez, o levou a buscar
novos dados, num processo que culminou com a análise final, bastante para formular as
respostas e conclusões sobre as questões levantadas.
Tem-se também, como referencial teórico para a construção da dissertação os aspectos do
estudo de caso conforme proposta de Yin (2005), que salienta cinco fatores importantes
quando se pretende utilizar o estudo de caso como método de pesquisa:
Pelas questões do estudo;
Por suas proposições;
Por suas unidades de análise;
Pela lógica que une os dados às proposições;
Pelos critérios para interpretação das constatações.
62
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Para a elaboração deste trabalho pesquisas foram conduzidas no sentido de se identificar e
avaliar a estrutura da E&P UN-RIO – através das gerências responsáveis que participam ou
contribuem para o desenvolvimento do projeto e as interfaces com outros órgãos da
PETROBRAS, empresas contratadas e centros de pesquisas que trabalham integrados no
sentido de conceber e compor o projeto de uma plataforma marítima de produção, aliado
ainda à análise de fornecedores específicos que prestam serviços de engenharia e informações
das características dos equipamentos para atendimento as demandas requeridas pelos padrões
internos que tratam do ruído.
Foram feitas análises, estudos e entrevistas de modo a se construir o cenário que viabilizou a
identificação de lacunas, sendo os pontos principais verificados neste sentido:
Ö Histórico da empresa quanto à condução da análise na fase de projeto, construção
e montagem de uma unidade marítima de produção de petróleo na estrutura do
segmento da Exploração e Produção da PETROBRAS, quanto à questão do
agente ambiental ruído.
Ö Descrição das fases do empreendimento para a construção de uma unidade
marítima de produção de petróleo.
Ö Padrões, normas e documentação técnica interna e externa utilizada para se obter
todos os requisitos de controle de ruído na PETROBRAS.
Ö Entrevista com os coordenadores de projetos e responsáveis pela elaboração e
revisão das especificações técnicas de projeto que abordam o controle de ruído.
Ö Entrevista com as equipes e órgãos internos que fiscalizam o cumprimento dos
requisitos ditados pelas especificações técnica de projeto.
Ö Pesquisa na Universidade Federal do Rio de Janeiro com o grupo do Laboratório
de Ensaios de Modelos em Engenharia (LEME), onde foram desenvolvidos
estudos preditivos de ruído para unidades marítimas da PETROBRAS.
63
Ö Comparação do estudo preditivo de ruído elaborado na fase de projeto, com o
mapeamento de ruído da plataforma operando.
Ö Análise de implementação de Especificação Técnica, nos aspectos relacionados
aos riscos à saúde na fase de projeto, com objetivo de atender a fase de
Antecipação de Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.
Ö Análise de bibliografia relacionada a Teoria Geral de Administração.
Com base nas pesquisas efetuadas, foram elaboradas propostas, abordando:
Adaptação na estrutura da Unidade de Negócio, para o aperfeiçoamento da gestão
da análise de projeto em segurança industrial e ruído;
Proposta ocupacional e técnica, com alternativas de implementação de sistemática
para verificação dos riscos no projeto e sugestões gerais ligadas a aceitação de
equipamentos, revisão de padrões, alternativas de outras tecnologias de atenuação
ruído, etc.
Finalmente, com base nas propostas de sistemáticas, são apresentadas as conclusões,
compreendendo:
A análise e resultado das questões formuladas, sugestões para o aperfeiçoamento
do processo de gestão de controle de ruído na PETROBRAS;
Sugestão de Trabalho Futuro.
64
4 A GESTÃO DO AGENTE AMBIENTAL RUÍDO: ESTUDO DE CASO NO
EMPREENDIMENTO DE UMA UNIDADE MARÍTIMA DE PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO
2
4.1 ANÁLISE DA GESTÃO DA EXPLORAÇÃO, PERFURAÇÃO E PRODUÇÃO NA
PETROBRAS
A PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S. A – foi fundada em 1953 pela Lei 2004 através de
imensa mobilização pública conhecida como a campanha do “Petróleo é Nosso”. Nela
tomaram parte ilustres brasileiros, que reivindicaram a soberania do ouro negro.
As forças que levavam a aplicação de mudanças eram as de origem internas baseadas na
missão da empresa através da legislação acima.
Após a abertura política, com a quebra do monopólio (Lei 9.478/97) e com o advento da
globalização a PETROBRAS torna-se cada vez mais uma empresa com característica similar
às existentes no mercado internacional do Petróleo. Mas ainda se discute se o petróleo é um
bem estratégico ou um commodity (MONI, 2003).
Pode-se dizer que, nesta estrutura formal, a empresa nas áreas de Exploração, Perfuração e
Produção de Petróleo, conhecida como Atividade EXPROPER, transitou devido às mudanças
internas ou externas, entre uma estrutura Funcional e Processual e vice versa com maior
descentralização no presente, a partir de 2001.
Como, visto anteriormente na Teoria Geral da Administração, atualmente nas grandes
empresas é necessário maior descentralização nas decisões com maior distribuição do poder,
para que se tenha mais rapidez nos processos, e pelas exigências do mercado deve-se optar
pela aplicação de um modelo mais funcional e descentralizado. É claro que a cada ciclo
incorporamos melhorias. Veremos no nosso caso que os períodos de mudanças se tornam
cada vez mais curtos com o passar do tempo.
2
Empreendimento é o conjunto de etapas a serem atingidas no sentido de se obter uma unidade marítima de
produção de petróleo em pleno funcionamento, ou seja, concepção, planejamento, projeto, construção,
montagem, instalação e operação.
65
As departamentalizações, na área de E&P, na Bacia de Campos ocorreram nas seguintes
datas, estando apontadas as estruturas mais preponderantes:
4.1.1 1977 a 1995 - Departamentalização funcional
Época em que coexistiam na mesma área, mas com gerencias diferentes a Exploração,
Produção e Perfuração (Atividade EXPROPER). O Distrito de Produção do Sudeste - DISUD
- depois Região de Produção do Sudeste – RPSE, o Distrito de Perfuração do Sudeste - DPSE
e o Distrito de Exploração do Sudeste – DESUD. As gerencias estavam compreendidas numa
mesma área dividindo esforços, corroborando com os quadros apresentados no capítulo 3.
Início das atividades e posterior do desenvolvimento da Bacia de Campos em águas rasas (até
300 m) e profundas (400 m a 1500 m).
4.1.2 1995 a 2000 – Departamentalização Processual
Época em que se integraram sob a mesma gerencia as atividades EXPROPER. A denominada
administração do E& P, sob o nome de Exploração e Produção da Bacia de Campos (E&P
BC), se inicia com a produção em águas ultra-profundas (maior que 1.500 m), há então a
consolidação da atividade de produção offshore no Brasil.
4.1.3 2000 até os dias de hoje – Departamentalização Funcional
Período que devido à quebra do monopólio do Petróleo (Lei 9478/97) – ação de forças
externas - fez com que o modelo de gestão se baseasse no modelo europeu implementado
principalmente na Inglaterra. Na indústria do petróleo foi copiado e adaptado o modelo da BP
- British Petroleum-. A denominada administração das AN - Áreas de Negócio e dos ATP -
66
Ativos de Produção em busca da otimização de resultados e da identificação das áreas de
lucro e de prejuízo.
Figura 9 - Evolução da estrutura organizacional diante de aspectos internos e externos.
Fonte: Moni, (2003)
4.1.4 Modelo de privatização neoliberal da década de 80 – Estados Unidos e Inglaterra
A criação de Áreas de Negócio - AN e Unidades de Negócios - UN , na PETROBRAS, foi
uma conseqüência do modelo de privatização neoliberal aplicado, principalmente, pelas
políticas nos anos 80 nas gestões da Primeira Ministra da Inglaterra Margareth Thatcher e do
Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan como seus principais seguidores (DURAN
2003 apud MONI, 2003). Depois o modelo foi exportado e copiado em inúmeros países
através do FMI – Fundo Monetário Internacional. No Brasil sabemos que este processo foi
aplicado a Companhia Vale do Rio Doce, antes de sua privatização, e a Rede Ferroviária
Federal.
Também a este modelo estão associados a criação das agências para regulamentação, tais
como hoje existem , entre outras a : Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL,
Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e própria Agência Nacional de Petróleo -
ANP, colocando o estado como mero regulador e administrador, retirando-se do papel de
empreendedor como nos anos 70/80, no Brasil.
2000 1995 1977
2005
FUNCIONAL
Atividade EXPROPER
(gerências diferentes)
DISUD
RPSE
DPSE
DESUD
Águas rasas e
profundas
PROCESSUAL
Atividade EXPROPER
(mesma gerência)
denominada E & P-BC
Produção offshore
Águas ultra-profundas
FUNCIONAL
Quebra do monopólio
Modelo Inglês – BP
AN - Áreas de Negócio
ATP - Ativos de
Produção
67
Para a PETROBRAS a criação de AN e UN se deu na gestão do Ex-presidente Felipe
Reischtul, no final de 2000, e o maior impacto aconteceu na Bacia de Campos. Alguns
gerentes que participaram do processo realizaram viagens de serviço à Inglaterra, depois do
sistema já definido, a fim de conhecerem de perto o modelo da British Petroleum – BP,
empresa petrolífera cuja privatização ocorrera em 1982 (Britoil e Standard Oil) (MONI,
2003).
Com tudo isso a gestão das diversas funções / atividades que possuíam maior inter-relação
com tarefas de manutenção, inspeção, segurança, meio ambiente e outras foram grandemente
influenciadas pelo modelo.
A gestão de acompanhamento da análise de projetos era incluída nas atribuições da antiga
Gerência de Segurança Industrial – GESEG, que será abordada no item “4.3”.
Devemos lembrar que os modelos com o tempo sofrem alterações e incorporam melhorias
passadas. Portanto a comparação com outros modelos, para o caso estudado, pode se dar pela
avaliação dos quadros 1 e 2, do capítulo 2. Para uma avaliação mais geral – Macro - pode-se
colocar que hoje existe um confronto destas ideologias, ditas neoliberais (MONI, 2003).
4.2 HISTÓRICO DA GESTÃO DO CONTROLE DO RUÍDO NA PETROBRAS
No início dos anos 80, diversos projetos da PETROBRAS foram contratados fora do Brasil.
As análises de ruído, realizadas na fase de projeto básico, não tiveram prosseguimento na fase
seguinte, com o rigor esperado, (SZTAJNBOK et al., 2004).
Posteriormente, a análise de ruído foi introduzida durante o projeto de detalhamento de
algumas plataformas do Pólo Nordeste da Bacia de Campos, embora os resultados alcançados
não estivessem dentro das expectativas iniciais.
Desde 1987, com o início do projeto básico da Unidade de Enchova Oeste da Bacia de
Campos, a Engenharia do Centro de Pesquisa da PETROBRAS (CENPES), incluiu no escopo
de seu projeto o Controle de Ruído, visando atender aos requisitos legais nos projetos novos
em desenvolvimento através da emissão de documentação técnica para os fabricantes de
68
equipamentos para o Projeto de Detalhamento.
Posteriormente, foi contratada a consultoria da firma Acústica & Sônica para
desenvolvimento de todo um acervo técnico para compra e especificação de equipamentos, o
CENPES investiu em parcerias com Universidades para desenvolvimento de ferramentas de
cálculo, através de contratos específicos e concessão de bolsas de estudos de mestrado e
doutorado. Ao mesmo tempo, a cobrança interna por parte das equipes operadoras das
unidades, forçou que o controle de ruído fosse difundida por todas as fases de projeto
(SZTAJNBOK et al., 2004).
O acompanhamento das análises de ruído é contemplado desde o projeto básico, passando
pelas fases seguintes de detalhamento de construção e montagem, a partir da cooperação entre
sua equipe própria e consultorias externas responsáveis pelos estudos. Análises preliminares
realizadas antes de o projeto ser enviado ao mercado para cotação permitem um melhor
detalhamento e precisão das medidas a serem adotadas no projeto de uma unidade nesta fase
inicial, reduzindo as obras posteriores nas unidades em operação.
Para descrevermos a evolução da gestão da análise de projeto nas questões de segurança e
ruído na Bacia de Campos deveremos também analisar a estrutura de departamentalização
(referência no capítulo 2) e como a adesão dessa estrutura organizacional influenciou o
processo de centralização e descentralização das principais características da gestão aplicada
na Bacia de Campos.
Deve-se lembrar a importância de se adotar uma estrutura organizacional que favoreça as
principais atividades de uma empresa levando em conta que a mesma não é uma ferramenta
única e satisfatória, sendo assim contendo vantagens e desvantagens ao aplicá-la.
4.3 HISTÓRICO NO SEGMENTO DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DA PETROBRAS
NA BACIA DE CAMPOS, QUANTO À ANÁLISE DE PROJETO NOS ASPECTOS
RELACIONADOS AO RUÍDO
Nos modelos de estrutura adotados até o ano 2000, antes de se obter a certificação em
Segurança, Meio Ambiente e Saúde – SMS, a Gerência de Segurança Industrial – GESEG (na
69
ex E&P BC), era independente dos setores de meio ambiente e saúde e centralizada,
concentrava recursos técnicos e humanos (cerca de 200 técnicos de segurança offshore e 30
engenheiros e técnicos de segurança onshore), atendendo a todas as unidades de exploração e
produção de petróleo, cerca de quarenta plataformas, organizada conforme organograma
apresentado a seguir (fig. 10). Prestando assessoria e consultoria, atuando de forma integrada,
sendo um dos maiores órgãos de segurança industrial do país em uma unidade operacional.
Esta centralização da segurança industrial, quanto aos recursos técnicos, humanos, resistiu
pelos tipos de estruturas anteriores, sendo impactada fortemente pelo novo modelo de gestão
adotado a partir de 2001.
Destaca-se, no organograma que era adotado na ex E&P BC de 1995 a 2000 a seguir, na cor
vermelha, as atividades de “Análise de Projeto” e “Higiene Industrial”:
Figura 10 - Organograma da Segurança Industrial na ex E&P BC.
Gerência de Segurança
Industrial
"GESEG"
Gerência de Segurança
"GENS" – (Técnica)
Gerência de Segurança
Operacional
“GESEO”– (Operacional)
Treinamento em
Segurança e Salvatagem
Assessoria de Segurança
Operacional e Salvatagem
(Sondas)
Higiene Industrial
Assessoria de Segurança
Operacional e Salvatagem
(Área Sul)
Análise de Projeto
Assessoria de Segurança
Operacional e Salvatagem
(Área Nordeste)
Análise de Risco
Assessoria de Segurança
Operacional e Salvatagem
(Área Norte)
Normas e Padrões
70
Nesta gerência de segurança (fig. 10) a atividade de “Análise de Projeto”, fiscalizava o
cumprimento de padrões de segurança industrial e, em conjunto com a “Higiene Industrial”,
tratava das questões relativas aos comentários da implementação de medidas mitigadoras,
dentre outras, para o agente insalubre ruído a serem realizados na fase de detalhamento de
projeto de uma unidade offshore, no caso especificamente na análise do estudo preditivo de
ruído já realizado e elaborado, interagindo com o CENPES e E&P Corporativo.
4.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ATUAL ADOTADA NA UN-RIO:
Desde o ano 2001 até os dias de hoje, na atual UN-RIO, em função do novo modelo de gestão
adotado, a função Segurança Industrial deixou de ser centralizada e ficou alocada nas
Gerências de Segurança, Meio Ambiente e Saúde – SMS, sendo o SMS distribuído de modo
descentralizado entre Gerência Geral e Ativos de Produção e Unidades Marítimas na estrutura
da UN-RIO.
Os técnicos de segurança continuaram alocados nas Unidades Marítimas, porém subordinados
a “Gerência de Plataforma” (GEPLAT).
Sendo criado ainda a figura dos “Facilitadores de SMS”, presentes em todas as gerências
onshore e offshore.
Destaca-se que o SMS ligado a Gerência Geral, dentre outras atribuições, a de emitir
diretrizes de SMS para toda a UN-RIO, seguindo as orientações do E&P e SMS
CORPORATIVOS. As gerências de SMS dos Ativos de Produção a aplicarem estas diretrizes
nas UM sob sua área de atuação e o Técnico de Segurança de bordo, como assessor de SMS
da gerência da UM.
A seguir o organograma geral da UN-RIO:
71
72
Figura 11 - Organograma da Unidade de Negócio do Rio de Janeiro – UN-RIO
73
As atividades de análise de projeto nas questões relacionadas à segurança industrial e ruído,
não ficaram alocadas nas estruturas organizacionais de SMS e sim nas Gerências do Suporte
Técnico / Suporte as Práticas Operacionais (ST/SPO) e Ativos de Produção / Instalações de
Superfície (ATP/ISUP), respectivamente, conforme destacado nas próximas figuras 12 e 13
na cor vermelha.
Figura 12 - Organograma do Suporte Técnico da UN-RIO
S
S
u
u
p
p
o
o
r
r
t
t
e
e
T
T
é
é
c
c
n
n
i
i
c
c
o
o
"
"
S
S
T
T
"
"
Engenharia de Instalação
de Superfície e automação
Engenharia de Poços
Elevação e Escoamento
Caracterização e Estudos
Especiais de
Reservatórios
Suporte as Práticas de
Operação
(SPO)
Engenharia de
Manutenção e Inspeção
Suporte as Práticas de
Projeto
Engenharia de Grandes
Máquinas
74
Ressaltando-se que atualmente temos seis Ativos de Produção na UN-RIO, conforme
organograma acima e cada Ativo de Produção tem uma gerência ISUP, sendo na figura 13
destacado em vermelho (ISUP), do organograma típico de Marlim Leste (ATP/MLL) a título
de exemplo.
Figura 13 - Organograma típico do Ativo de Produção Marlim Leste (destaque ISUP)
A
A
t
t
i
i
v
v
o
o
d
d
e
e
P
P
r
r
o
o
d
d
u
u
ç
ç
ã
ã
o
o
M
M
a
a
r
r
l
l
i
i
m
m
L
L
e
e
s
s
t
t
e
e
Intervenção
em
Poços
Elevação e Escoamento
Reservatórios
Programação Desenv.
e Controle da Produção
Turbomáquinas
Instalações de
Superfície (ISUP)
OP P53
OP PRA1
SMS
75
4.4.1 Avaliação da aderência das características gerais da departamentalização
funcional e a operacionalização atual da análise de projeto na estrutura da UN-
RIO
Esta avaliação de aderência foi elaborada tomando por base a experiência do próprio autor
deste trabalho, que participou na ex E&P BC em todas as fases de evolução das estruturas
organizacionais, destacando que no período de 1995 a 2000 foi Coordenador da Atividade de
Higiene Industrial. E, consubstanciou-se, além disso, nas entrevistas realizadas no atual
período, também por este autor, junto a pessoas responsáveis dentro do ST/SPO e ATP/ISUP
pela realização das análises de projeto nas questões relativas à segurança industrial e ruído.
O quadro nº3 a seguir apresentado foi adaptado(CHIAVENATTO, 2000; OLIVEIRA, 1998) a
fim de possibilitar uma visão geral de como, algumas características da estrutura atual E&P,
no enfoque da departamentalização funcional, pode ter contribuído na adoção de unidades
organizacionais descentralizadas, no caso na questão da análise de projeto de segurança
industrial/ruído, segundo a percepção do autor deste trabalho.
Característica
Departamentalização
Funcional
Visão da Análise de Projeto /
Ruído
Situação atual
1- Centralização das decisões Menor (+) perda
2- Definição de Responsabilidade Maior (+) ganho
3-Empregados para a mesma tarefa Menor ( - ) perda
4- Geração de Conflitos na empresa Maior ( - )
perda
5- Preservação do conhecimento Menor ( - )
perda
6- Tempo de Resposta empresa Menor (+)
perda
7- Uniformidade nos Procedimentos Menor ( - )
perda
8-Poder de resolver conflitos Menor ( - ) perda
9-Distribuição de poder formal Maior (+) ganho
10- Comunicação Menor ( - )
perda
11- Adaptabilidade Menor ( - )
perda
12- Visão sistêmica Menor ( - )
perda
13- Responsabilidade pelo desempenho Menor ( - ) Inalterado
14- Flexibilidade Maior (+) perda
(+) Vantagem; (-) Desvantagem
Quadro 3 - Avaliação da aderência das características Funcional e a operacionalização atual da
análise de projeto na estrutura da UN-RIO
Fonte: Adaptado de Chiavenatto (2000); Oliveira (1998).
76
Apesar do E&P ter atravessado várias formas em sua organização (funcional, processual e
funcional), a segurança industrial e o ruído no projeto, eram tratados de forma centralizada até
2000.
Na busca de adaptação à nova realidade dos tempos, na descentralização de certas atividades,
atendendo a modernização prevista nos modelos administrativos, de acordo com a tabela
proposta, adaptada de Chiavenatto (2000) e Oliveira (1998), apesar das vantagens e
desvantagens, tivemos perdas no tratamento das questões de análise de projeto em segurança
industrial e ruído, que em função do modelo, criou estágios de alocação de recursos da mão-
de-obra especializada, sem criar ou manter um órgão técnico centralizador, perdendo-se a
visão do conjunto para otimização destes recursos.
A maior concentração e uso de recursos especializados, previstos de estarem alocados em
unidades organizacionais específicas, segundo Chiavenatto (2000), não foi adotada
especificamente para a função técnica de “segurança industrial”.
4.5 O EMPREENDIMENTO DE UMA UNIDADE MARÍTIMA DE PRODUÇÃO DE
PETRÓLEO
Neste capítulo serão descritos as diversas fases de avaliação de um empreendimento de uma
unidade marítima de produção de petróleo, as quais seguem o “Modelo Espiral”, descrito no
item 2.2.10, destacando-se nas três primeiras fases da identificação e avaliação da
oportunidades até a definição do projeto que será adotado.
Apresenta-se abaixo nas figuras 14 e 15 uma unidade marítima de produção de petróleo tipo
FPSO, na ilustração dos módulos com compõem o top-side (fig.14) e outra, do mesmo tipo,
em operação (figura 15), para melhor caracterização e visualização da complexidade que
envolve a construção destas instalações industriais até a operação propriamente dita.
77
Figura 14 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo FPSO, módulos do top-side
Fonte: PETROBRAS, 2005
Figuras 15 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo FPSO, em operação
Fonte: PETROBRAS, 2005
Nas figuras 16 e 17 apresenta-se uma unidade marítima de produção de petróleo tipo semi-
submersível, na ilustração dos módulos com compõem o top-side em uma e outra do mesmo
tipo já em operação (fig.16). Sendo referenciado no item “4.5.4.2” resultados da aplicação
78
prática de estudos de predição de ruído focados em plataformas deste tipo (semi-
submersíveis).
Figura 16- Unidade marítima de produção de petróleo tipo semi-submersível, módulos do top-side
Fonte: PETROBRAS, 2005
Figuras 17 - Unidade marítima de produção de petróleo tipo semi-submersível, em operação
Fonte: PETROBRAS, 2005
79
Para melhor compreensão da elaboração de um empreendimento de uma plataforma marítima
de petróleo, segue abaixo de forma sucinta as fases de uma sistemática de desenvolvimento,
destacando nas figuras os objetivos e principais atividades (figuras 18 e 19).
Figura 18 - Objetivos de cada Fase da Sistemática do Projeto
Fonte: PRODEP (2005)
Figura 19 - Principais Atividades de cada Fase da Sistemática do Projeto
Fonte: PRODEP (2005)
80
A sistemática é um processo genérico com foco no desenvolvimento da produção, devendo ter
sua aplicação iniciada, logo após os projetos exploratórios terem sido identificados e
avaliados, tendo alcançado indicadores preliminares que determinaram a opção pela
declaração de comercialidade, passando a caracterizar um campo (ou projeto) que realizará
investimentos em desenvolvimento de produção.
Assim, ao considerar que a Declaração de Comercialidade pode vir a ocorrer ao final ou ao
longo da Fase de Identificação e/ou Avaliação da Oportunidade, o início de aplicação da
sistemática poderá ocorrer também ao final (Portão 1) ou ao longo da Fase de Identificação
e/ou Avaliação da Oportunidade, tanto para projetos de Novas Descobertas ou
Desenvolvimento Complementar.
Desta forma, são consideradas as seguintes fases da sistemática:
Fase 1 – Identificação e Avaliação de Oportunidades;
Fase 2 – Seleção (Projeto Conceitual);
Fase 3 – Definição (Projeto Básico / FEED)
Fase 4 – Execução / Implantação
Fase 5 - Operação
Dentro de cada fase será destacado, quando houver, o controle do ruído, abordando questões
incidentes.
4.5.1 Fase 1 - Identificação e Avaliação de Oportunidades
Fase que corresponde a uma análise da oportunidade sob o ponto de vista da sua maturidade
para se iniciar formalmente a condução de um projeto de desenvolvimento, ou seja, iniciar-se
a fase 2. Os aspectos relevantes que devem ser observados nesta fase são:
Se o nível de informações sobre a oportunidade é suficiente para se iniciar
formalmente um projeto;
81
Se os objetivos e resultados previstos nesta oportunidade estão aderentes aos
objetivos e iniciativas estratégicos do E&P e PETROBRAS.
4.5.2 Fase 2 – Projeto conceitual (Bases de Projeto)
Fase de geração e seleção de alternativas, inclusive tecnológicas, para a implantação do
projeto. Estas alternativas vão desde a estratégia de exploração da jazida, passando pela
elevação e escoamento dos fluidos, arranjo submarino, unidade estacionária de produção
finalizada e instalações de superfície. Esta é a fase de “refletir” sobre o Projeto. Apresenta um
portão intermediário (portão 2A) no qual é apresentada e aprovada a melhor das alternativas
consideradas, sendo o período posterior a esse portão destinado a obter-se um melhor
detalhamento dessa alternativa aprovada.
A margem de erro da estimativa de custos varia entre -15% e +30%, segundo a AACE
(Association for the Advancement of Cost Engineering) (PRODEP, 2005).
Esta fase ainda não trata especificamente sobre controle de ruído. Eventualmente há alguma
referência no capítulo de SMS ao atendimento da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e
no capítulo do Sistema de Ventilação e Ar Condicionado (VAC). Não há um capítulo
centralizador do assunto, onde a área de SMS se manifeste sobre os objetivos e critérios a
serem seguidos.
4.5.3 Fase 3 – Definição
4.5.3.1 Projeto Básico
É o projeto preliminar da unidade marítima de produção de petróleo, realizado pelo CENPES,
começando na Fase 2 (Projeto Conceitual), sendo concluído na Fase 3 (Definição).
82
Fase de Desenvolvimento da Alternativa Selecionada, onde é definido e finalizado o escopo
do Projeto (estratégia de produção do(s) reservatório(s), poços, instalações submarinas e de
superfície, etc.). Ao final desta fase o projeto é aprovado. A margem de erro da estimativa de
custos varia entre -5% e +15%, segundo a AACE (PRODEP, 2005).
As atividades de controle de ruído desenvolvidas durante o Projeto Básico da Unidade têm
por objetivo alcançar os níveis de ruído estabelecidos na Norma PETROBRAS N-2074
(2005), e nas diretrizes mencionadas anteriormente, tanto para as áreas operacionais como nas
de alojamentos indicados no documento de projeto básico conhecido por “Noise Control
Report” (definido no capítulo 2 no item 2.2.13.1). Os critérios de controle de ruído podem ser
divididos em 3 grupos:
Critérios para exposição em áreas operacionais
Critérios para áreas de comunicação
Critérios para as acomodações.
Os limites aceitáveis de níveis de ruído, estão compreendidos entre 82 dB(A) e 85 dB(A),
com o tempo médio de exposição compreendido entre 12 e 8 horas, respectivamente (N-2074,
2005). Já nas áreas operacionais, onde estão instalados os equipamentos da planta de processo
e utilidades e que não seja classificada acusticamente, os níveis de ruído não podem exceder a
100dB(A), a não ser que sejam medidos dentro de hoods.
Quando houver máquinas instaladas dentro de salas, as próprias salas não podem ser
consideradas como um invólucro protetor. Sendo em qualquer situação o nível de pressão
sonora máximo permissível de 115dB(A), porém somente em áreas consideradas como
“normalmente desabitadas” (N-2074, 2005), .
Quanto aos critérios de vibração aceitáveis, seus limites máximos aceitáveis estão definidos
baseados nos valores especificados na ISO 2631/1, (STANDARD...,2002), sendo também o
mesmo critério previsto na NR 15 do MTE.
As recomendações oriundas das análises, realizadas na fase de projeto básico são baseadas,
normalmente, em dados preliminares ou históricos. Nesta fase, executar a análise de ruído
estrutural torna-se mais difícil, às vezes, quase impossível. Somente com uma definição maior
dos equipamentos, com informações dos fabricantes, e com um projeto estrutural mais
83
definido, consegue-se executar, ainda no projeto básico, uma análise do ruído estrutural e suas
conseqüências.
Certamente, durante o projeto de detalhamento, já com os dados mais definidos, uma análise
completa do ruído estrutural deve ser executada, visando complementar a análise global do
ruído da unidade, definindo-se as medidas de controle para evitar a propagação do ruído
estrutural.
No entanto, face às restrições contratuais do projeto de detalhamento, já no projeto básico
procura-se definir as principais medidas mitigadoras para redução da propagação de ruído
estrutural, procurando-se os isolamentos necessários.
O controle de ruído na unidade é contemplado pelas seguintes ações:
9 Limitações do nível de ruído emitido por equipamentos;
9 Limitação da transmissão de vibrações dos equipamentos para a estrutura da
unidade;
9 Controle de ruído nos projetos de VAC, instrumentação, arranjos, e
equipamentos;
9 Utilização de recursos adicionais de controle de ruído.
As atividades de controle de ruído desenvolvidas durante o projeto básico da Unidade têm por
objetivo alcançar as metas de projeto. Tais atividades compreendem a emissão de
especificações técnicas adequadas, assim como a interferência nas especificações dos sistemas
envolvidos no projeto básico. Neste sentido vide diretrizes internas aplicada no E&P descritas
no item “2.2.13.1”.
Destacando ainda interferência em outros assuntos, tais como, considerações de controle de
ruído em reuniões com fornecedores de equipamentos, participação da ET-Package and Skid
Mounted Equipment, com vistas a redução de ruído estrutural, participação na ET-Critérios
Básicos para Projeto de Divisórias, fornecendo critérios e classes acústicas para as divisórias.
84
4.5.4 Fase 4 - Execução / Implantação
4.5.4.1 Execução / Implantação
Fase onde é implementado o projeto aprovado, segundo o Plano de Execução do Projeto.
Nesta fase são perfurados, completados e interligados os poços, é executada a Construção e
Montagem da Unidade Marítima de produção de Petróleo. São também coletadas, analisadas e
compartilhadas as métricas e lições aprendidas da implantação do projeto. Ao final desta fase
o projeto é encerrado e todo o investimento previsto foi realizado (PRODEP, 2005).
Na fase da implantação todos os parâmetros já estão definidos, equipamentos comprados,
restando unicamente a montagem e o comissionamento para verificação futura após a entrada
em operação.
4.5.4.2 Projeto Detalhamento
É o delineamento do Projeto Básico, elaborado pelo EPCIsta, com todos os detalhes da obra
de construção e montagem da unidade marítima de produção de petróleo, sendo incluído no
escopo do controle de ruído e vibração.
Durante o projeto de detalhamento, assim como no projeto básico, as análises de ruído e
vibração são itens mandatórios que constam da documentação de compra, e devem ser
analisadas com uma visão sistêmica envolvendo todos os assuntos: equipamentos, arranjo,
arquitetura, tubulação, instrumentação, estrutura e VAC.
Como requisito de documentação gerada, um relatório de Controle de Ruído deve ser
executado considerando-se as características de emissão acústica e vibração dos
equipamentos, arranjo da instalação e propriedades de isolamento das anteparas. Nesta fase, já
com o projeto mais adiantado, as informações são mais confiáveis, e para as simulações de
cálculo dos níveis de ruído, os dados reais dos equipamentos e da instalação propriamente
devem ser usados.
85
Sendo apresentado abaixo, a título de exemplo, a aplicação de software, para elaboração de
estudo preditivo de ruído, desde a modelagem inicial na figura. 20 em uma plataforma tipo
semi-submersível, até o mapeamento de ruído gerado, descrito na figura 21.
O modelo simplificado na simulação da figura 20 é traduzido nas áreas em cor cinza que
representam as áreas cobertas, quartos e anteparas; as esferas coloridas em vermelho
representam as fontes sonoras (equipamentos). Os planos em azul onde serão gerados os
mapas de ruído.
O tamanho das esferas nas figuras são só representativas, as dimensões estão simbolizadas de
acordo com o tamanho real do equipamento modelado (PETROBRAS, 2005).
.
Figura 20 - Modelagem inicial de aplicação de software de estudo preditivo de ruído em uma plataforma semi-
submersível
Fonte: PETROBRAS, 2005
A figura 21 abaixo, ilustra o mapeamento de ruído em uma planta baixa de um convés “main-
deck”, oriundo da mesma plataforma semi-submersível mencionada anteriormente, com os
níveis de ruído descritos na legenda, de 64,4 a 94,4 dB(A), visualizado em cores, variando do
azul até o vermelho (fontes sonoras), respectivamente dos níveis menores para os maiores.
Ressalta-se neste caso, que somente junto as unidades de compressão de gás, turbina,
86
geradores e bombas de água produzido o nível atingiu o nível de pressão sonora de 94,4
dB(A).
Figura 21 - Mapa de ruído de um convés principal (main-deck), de uma plataforma de petróleo semi-
submersível, resultado da aplicação de software de estudo preditivo de ruído
Fonte: PETROBRAS, 2005
4.5.4.2.1 Recomendações para os diversos Sistemas
a) Equipamentos:
Nesta fase do projeto verifica-se o atendimento aos níveis de ruído requeridos na
documentação de compra, assim como se certifica de que os elementos de controle de ruído
foram corretamente especificados. Atenção especial deve ser dada aos equipamentos mais
ruidosos, por serem as fontes principais:
Turbomáquinas;
87
Motores Diesel e Motores a Gás;
Unidades de Compressão de Gás;
Motores Elétricos de grande porte;
Tubulação de processo, principalmente tubulação de gás, além das válvulas, que
devem ser silenciosas.
b) Instrumentação:
Deve-se dar preferência ao uso de válvulas “silenciosas”. Os valores máximos aceitáveis
devem ser especificados em 85 dB(A) a 1,0 m da tubulação e da válvula de descarga. Este
requisito deve ser observado com atenção especial para as linhas de gás. Válvulas mais
ruidosas não devem ser aceitas.
Caso válvulas com valores acima de 85 dB(A) sejam compradas, deve-se prever meios de
redução do nível de ruído esperado, tais como o uso de silenciosos ou encamisamento da
tubulação.
c) Ventilação e Ar Condicionado:
Nos sistemas de VAC, os ventiladores são as principais fontes geradora de ruído. Por isso, sua
seleção deve ser cuidadosa, e com base nas vazões e pressões envolvidas, pode-se obter dos
manuais dos equipamentos o valor da potência sonora gerada, a qual deverá ser corrigida por
alguns fatores que dependem da velocidade do ventilador.
Uma boa prática de projeto é considerar o limite máximo do nível de ruído gerado pelo
sistema de VAC 5 dB abaixo do limite aceitável para o compartimento considerado. Todos os
requisitos detalhados para o sistema de VAC são descritos com mais rigor na documentação
técnica gerada especificamente para o projeto do VAC.
De acordo com Fischer et al. (1983). “Um ambiente acústico apropriado é importante para o
conforto humano assim como outros fatores ambientais controlados pelos sistemas de VAC o
são. O objetivo do controle de ruído é atingir um nível apropriado para todas as atividades e
pessoas envolvidas, não sendo necessariamente o menor nível de ruído possível. Por causa da
larga variedade de atividades desenvolvidas e pelos requisitos distintos, os níveis de ruídos
considerados adequados podem variar de ambiente a ambiente”.
88
A mesma referência informa que “Sistemas de VAC requerem uma quantidade grande de
energia para sua finalidade e, inevitavelmente, parte desta energia é convertida em energia
acústica”. Relatos de pessoas embarcadas e os resultados de medições já realizadas mostram a
importância dos sistemas de VAC na composição do ruído total dos ambientes.
A proximidade entre os ventiladores e os receptores (dutos menores), o projeto dos dutos
chegando a uma determinada configuração geométrica, e a presença de ventiladores dentro ou
perto das áreas de acomodação, podem ser apontados como os principais fatores que tornam
os sistemas de VAC um elemento importante na solução da equação da acústica.
O projeto de VAC acaba sendo um balanço de engenharia entre eficiência do sistema,
limitação de espaço, considerações de ruído, custo de investimento e custo de operação.
O ruído gerado pelos sistemas de VAC pode ser tratado similarmente às outras análises,
consistindo de uma análise da fonte sonora, atenuação pelo caminho e espaço receptor.
Embora cada elemento considerado pareça ser independente, eles podem, junto ou
individualmente, afetar a predição dos resultados significativamente.
Dessa maneira, o entendimento de cada elemento, e particularmente os dados de entrada
necessários, é essencial antes do prosseguimento com o cálculo. Particularmente nesse caso,
haja visto a propagação confinada do ruído através dos dutos é importante a consideração da
diretividade do ruído, envolvendo os fenômenos de reflexão, absorção e transmissão sonora,
onde, de acordo com Fischer (1983), os três principais mecanismos de atenuação são:
9 Absorção da energia acústica no interior das superfícies dos dutos nas curvas e
pelo uso de silenciadores;
9 Divisão da energia acústica pelos ramais dos dutos;
9 Reflexão interna da onda Sonora na direção contrária ao fluxo de ar nas curvas,
aberturas e outras descontinuidades no caminho.
d) Encaminhamento da Tubulação:
Mudanças abruptas de direção, especialmente quando fluxos com alta velocidade são fontes
potenciais geradoras de ruído. A documentação do Projeto Básico recomenda alguns detalhes
construtivos em uma tabela onde também são descritas construções a serem evitadas.
89
Dentro da medida do possível, o projeto de encaminhamento de tubulação executado no
detalhamento deverá levar em conta estas recomendações, a fim de diminuir o risco potencial
de se ter outras fontes de ruído nas instalações.
Linhas de descarga de gás do compressor para o flare devem ser isoladas, como sugeridas na
especificação “Noise Level for Equipment” emitida no projeto básico.
e) Arranjo das Instalações:
As descargas das turbinas a gás, bem como dos motores diesel e motores a gás devem ser
localizadas o mais longe possível da área das acomodações e dos pontos de acesso às
baleeiras.
Nas imediações das áreas acusticamente classificadas, com requisito máximo de 50dB(A),
deve-se evitar a instalação de equipamentos ruidosos, equipamentos que transmitam elevado
nível de vibração para a estrutura, bem como instalação de ambientes com atividades
ruidosas.
Nas proximidades das estações de abandono e dos pontos de encontro, deve-se evitar a
instalação de fontes de ruído que possam interferir na inelegibilidade da fala.
O acesso a salas de controle, escritórios, laboratórios, etc. A partir de áreas ruidosas deverá
ser feito via corredores ou “áreas de amortecimento”, onde o limite do nível de ruído deverá
ser no máximo 5dB acima do valor da área a ser controlada. O acesso das áreas de circulação
para ambientes permanentemente habitados não deverá ser feito através da passagem por
zonas onde o nível de ruído ultrapasse 82dB(A).
Dentro da medida do possível, equipamentos com alta potência sonora não deverão ser
instalados no mesmo ambiente.
Alterações significativas no projeto do arranjo da unidade deverá sempre considerar as
conseqüências sob o ponto de vista acústico.
f) Ruído Estrutural:
Uma análise detalhada da propagação do ruído pela estrutura (structure-borne noise) deve ser
executada a fim de se corrigir e ratificar a especificação correta e necessária dos isolamentos
dos equipamentos dinâmicos, sobretudo para atenuar a geração de ruído em ambientes
90
próximos a máquinas de alta potência. A análise do Ruído Estrutural atualmente tem sido
desenvolvida através da técnica SEA (Statistical Energy Analysis), com o uso do software
AUTOSEA ou SEA-LAV, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Sendo colocado nos Quadros 4 e 5, a título de exemplo, tabelas com o resultado da análise
preditiva de ruído (relativas a mesma plataforma semi-submersível das fig 20), com a
utilização do software (SEA-LAV) na coluna “structure-borne”, onde estão plotados os
valores de ruído estrutural. Na coluna total é verificado o resultado do somatório do “air-
borne” (ruído aéreo - software SONIC), mais o estrutural (SEA-LAV).
Observa-se também nas próximas figuras, que a contribuição do ruído estrutural, em geral, é
pequena, excetuando-se o CINEMA no Quadro 4 e Quadro 5, ware housec40, no cellar-deck,
control room sb, control room ps, paint shop e paint store no main-deck .
COMPARTIMENTO
Max.
Ruído
Aéreo
Ruído Estru-
tural
Total
SAUNA
60
54,48
46,70
55,15
GINÁSIO
60
55,50
46,90
56,06
ESTOQUE DE MATERIAL DE
LIMPEZA
70
65,00
49,50
65,12
ROUPARIA
70
65,00
46,00
65,05
CORREDOR
50
46,50
41,50
47,69
BANHEIRO FEMININO
60
54,00
45,40
54,56
BANHEIRO MASCULINO
60
57,00
43,50
57,19
SALA DE ELÉTRICA ESSENCIAL
(ACC)
85
85,00
54,20
85,00
SALA DE ELÉTRICA NORMAL (ACC)
85
85,00
56,50
85,01
SALA DO VAC
90
79,00
63,00
79,11
CINEMA
50
42,30
39,90
44,27
SALA DE MÚSICA
50
42,30
30,30
42,57
SALA DE JOGOS 1
50
42,30
29,30
42,51
SALA DE JOGOS 2
50
52,20
29,40
42,52
SALA DE TELEFONE PÚBLICO
65
52,20
27,80
52,22
91
continuação
SALA DE TELEFONE PÚBLICO
65
52,20
22,80
52,,20
SALA DE BATERIAS
85
70,30
63,50
71,12
SALA DE CARREGADORES DE
BATERIA
85
74,80
65,40
75,27
SALA DE MATERIAL DE LIMPEZA
70
65,00
51,00
65,17
SALA DE VAC
90
72,00
62,60
72,47
SALA DE VAC
90
78,50
61,00
78,58
Quadro 4 - Tabela de ruído aéreo e estrutural de uma Unidade Marítima de Produção de Petróleo,
resultante do estudo preditivo de ruído em plataforma semi-submersível
Fonte: PETROBRAS, 2005
COMPARTIMENTO
Localização
Max.
Ruído
Aéreo
Ruído
Estru-
tural
Total
SALA DO VAC C30 Convés
Intermediário
90
85,0
69,0
85,1
ARMAZÉMC40 Convés
Principal
70
64,3
64,3
67,3
SALA DE VAC C40 Convés
Intermediário
90
65,00
66,1
85,1
ARMAZÉMC40 Convés
Intermediário
70
8,00
64,3
67,3
SALA DO VAC C40 Convés
Intermediário
90
64,3
66,1
85,1
SALA NORMAL DE
TRANSFORMADORES
Convés
Intermediário
85
85,0
65,9
85,1
SALA DE PAINÉIS NORMAIS 1 Convés
Intermediário
85
85,0
62,7
85,0
SALA DE PAINÉIS NORMAIS 2 Convés
Intermediário
85
85,0
63,0
85,0
SALA DE CO2 Convés
Intermediário
85
85,0
63,4
85,0
SALA DO BCP Convés
Intermediário
82/85
70,0
65,1
71,2
SALA DO GERADOR DE
EMERGÊNCIA
Convés
Intermediário
92
92,0
68,3
92,0
SALA DO GERADOR AUXILIAR
DE
EMERGÊNCIA 1
Convés
Intermediário
92
92,0
69,2
92,0
SALA DO GERADOR AUXILIAR
DE
EMERGÊNCIA 2
Convés
Intermediário
92
92,0
69,5
92,0
SALA DE VAC 1 Convés
Intermediário
90
78,0
71,0
78,8
SALA DE VAC 2 Convés
Intermediário
90
80,0
67,0
80,2
SALA DE VAC 3 Convés
Intermediário
90
80,0
69,6
80,4
SALA DE CONTROLE SB Convés
Intermediário
60
53,5
58,6
59,8
92
SALA DE CONTROLE PS Convés
Principal
60
55,1
55,6
58,4
OFICINA DE PINTURA Convés
Principal
70
62,0
61,3
64,7
DEPÓSITO DE TINTAS Convés
Principal
70
62,0
61,6
64,8
LAVANDERIA
-
75
75,0
52,6
75,0
Quadro 5 - Tabela de valores de ruído aéreo e estrutural de uma Unidade Marítima de Produção de
Petróleo, resultante do estudo preditivo de ruído em plataforma semi-submersível
Fonte: PETROBRAS, 2005
Documentação gerada no projeto de detalhamento
A documentação descrita abaixo deve ser gerada no projeto de detalhamento e submetida à
PETROBRAS para aprovação:
Formulários I e II (Form I/II) – Dados de Ruído de Equipamentos – para todos os
equipamentos potencialmente ruidosos;
Folha de dados com as condições locais do ambiente examinado (Sheet Working
Environment Area Data) – Será detalhada no item - “4.5.4.2.2”.
Relatório de controle de Ruído, incluindo, no mínimo, as seguintes informações:
Ö Mapeamento com das diversas áreas da unidade com os níveis de ruído
esperados;
Ö Estudo Acústico completo;
Ö Controle de Ruído nos Equipamentos;
Ö Planta de Isolamento acústico da Unidade.
Relatório da Análise de Vibração, incluindo, no mínimo, as seguintes
informações:
Ö Freqüência natural das vigas que suportam os equipamentos dinâmicos
principais;
Ö Freqüências rotacionais dos Equipamentos;
93
Ö Determinação se as freqüências são similares, levando a uma ressonância
estrutural;
Ö Verificação se os limites de vibração estabelecidos foram ultrapassados.
4.5.4.2.2 Folha de dados do ambiente de trabalho (Working Environment Area Data Sheet)
É a folha de dados com as condições locais do ambiente examinado. Cada sala/área da
Unidade (seja uma área de trabalho ou não) deve ter uma especificação dos limites de ruído
aceitáveis definida, que servirá de input para o acompanhamento posterior. Se necessário, os
ambientes podem ser divididos em mais de uma área.
Os limites de cada área deverão ser documentados em tabelas que facilitem o controle. É
responsabilidade do EPCIsta manter atualizadas e preenchidas estas tabelas para todos os
ambientes, mesmo aqueles não relacionados eventualmente. A fim de facilitar a
gerenciabilidade do controle de todas as tabelas, áreas com função idênticas podem ser
cobertas por uma única tabela típica. Ex: Escritórios, Banheiros, Rotas de Fuga, etc.
Cálculos apropriados devem ser executados com o intuito de se garantir a implementação
correta dos requisitos de cada área, necessitando ser documentado nas Folhas de Dados, se
relevantes.
Posteriormente, após a verificação da implementação das medidas necessárias, deverá ser
registrado nesta folha o “de acordo”.
4.5.4.2.3 Lacunas identificadas para elaboração do estudo preditivo de ruído
Nas pesquisas efetuadas junto ao Laboratório de Ensaios de Modelos em Engenharia (LEME)
COPPE/UFRJ, onde foram desenvolvidos os estudos preditivos de ruído em duas Unidades
Marítimas, foram levantadas as dificuldades mencionadas a seguir:
94
a. Ausência de informações de Nível de Potência Acústica das fontes fornecidas
pelos fabricantes (alguns fornecem somente os Níveis de Pressão Sonora);
b. Coeficiente de transmissão dos materiais de isolamento não são fornecidos
(fabricantes fornecem apenas coeficientes de absorção);
c. Falta de análise integrada de ruído, esta é feita em módulos, cita-se como exemplo
o projeto acústico com projeto do sistema VAC (atualmente projeto de sistema de
ventilação é feito antes do projeto acústico. Caso ocorram problemas, sugere-se
uso de atenuadores ou forração interna dos dutos).
Nas considerações de Carneseca (2005), a análise preliminar realizada nos estudos preditivos
de ruído de duas unidades marítimas de produção de petróleo, comparados com os
mapeamentos de ruído efetuados nas mesmas plataformas, em condição de operação, foram
detectadas algumas distorções, que se repetiram em ambas as unidades, conforme abaixo:
Alguns valores de nível de pressão sonora encontrados nos estudos preditivos
atingiram níveis superiores aos do mapeamento, isto se deu em função de que o
estudo preditivo levou em conta todos os equipamentos da unidade ligados, o que
não acontece na realidade.
Por outro lado, outros valores do estudo preditivo, atingiram níveis inferiores aos
valores do mapeamento, ou seja, algum equipamento ruidoso foi colocado dentro
da unidade e este equipamento, não foi previsto no projeto original entregue ou
houve falha na informação da existência do mesmo. Cita-se, por exemplo, um fato
constatado em que os equipamentos de uma sala de telecomunicações não foram
informados.
4.5.5 Fase 5 - Operação (1º Ano)
Esta fase se inicia com a entrada em produção do projeto e tem uma avaliação formal ao final
do primeiro ano de operação. Nessa fase de operação monitora-se continuamente o
desempenho do reservatório, dos poços, do nível de operabilidade do sistema de produção e
95
de SMS, além de se identificar novas oportunidade e coletar, analisar e incorporar lições
aprendidas (PROJETO..., 2005).
Nesta fase, temos ainda o Reconhecimento e Avaliação do PPRA da unidade na qual é
previsto o mapeamento de ruído e assim podermos comparar com o estudo preditivo realizado
e verificar as prováveis distorções para aperfeiçoamento de estudos futuros.
4.5.6 Considerações Gerais
Nos últimos anos, foi comum se afirmar que o ruído aéreo era dominante nas áreas de
máquinas, enquanto o ruído estrutural era dominante nas acomodações e outras ambientes do
alojamento.
Hoje em dia, esta generalização necessita ser revista, considerando-se que grande parte dos
equipamentos dinâmicos são montados com dispositivos para isolamento de vibração e que as
salas de equipamentos de VAC são comumente localizadas nas áreas de acomodações.
Estas duas constatações, simultaneamente, aumentam a influência do ruído aéreo e reduzem a
influência do ruído estrutural nas áreas de acomodações/alojamento. Vale ressaltar que o
projeto de redução de ruído gerado pelo sistema de VAC é muito dependente do projeto dos
dutos (SZTAJNBOK et al., 2004).
Em alguns casos, onde os sistemas de VAC atendem simultaneamente ambientes próximos e
ambientes mais distantes, em virtude dos requisitos de garantia de fluxo, é possível que mais
problemas de ruído sejam gerados nos ambientes mais próximos.
Outro ponto importante constatado é que os métodos numéricos de cálculo de propagação de
ruído, tais como Elementos Finitos e Elementos de Contorno, ainda não são suficientes
seguros para esta aplicação devido à complexidade do problema que envolve um grande
número de fontes e de receptores (SZTAJNBOK et al., 2004).
Dessa forma, tentar entender as limitações das técnicas de análise é de fundamental
importância para o melhor uso das ferramentas de predição. Esta metodologia de predição de
96
ruído deve ser usada, preferencialmente, como uma ferramenta de análise de sensibilidade
entre as concepções possíveis.
Não se deve esperar uma total coincidência entre os valores calculados e medidos, visto que
os valores calculados são comumente baseados em fórmulas empíricas, e diversas premissas
são assumidas, tais como:
Os níveis de potência sonora fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos são
valores normalmente aproximados;
Os valores das propriedades de Perda de Transmissão das anteparas, também são,
às vezes, aproximados;
Em alguns casos, o caminho de propagação do ruído entre a fonte e o receptor é
complexo o que dificulta, em muito, a modelagem nos softwares de cálculo;
Há diversos equipamentos, de uso intermitente, tais como máquinas de lavar,
geradores de emergência, por exemplo, que não considerados no cálculo da
condição contínua de predição de ruído.
4.5.7 Tabela resumo comparando requisitos NORSOK e PETROBRAS
Tomando por base as análises efetuadas nos requisitos ditados pela NORSOK e a
PETROBRAS, foi elaborado o quadro a seguir, na qual se procura resumir os principais
requisitos da entidade norueguesa e sua aplicação na gestão PETROBRAS do controle de
ruído e vibração no projeto de uma plataforma offshore.
97
NA- Não Aplicável / SIM – É contemplado / NÃO – Não é contemplado
Quadro 6 - Tabela Resumo dos Requisitos NORSOK X PETROBRAS
Fonte: Sztajnbok et al., 2004
Destaca-se então da tabela acima os critérios preconizados pela NORSOK, comparados com
os requisitos ditados pela PETROBRAS, no Projeto Básico, Detalhamento e Fornecimento
dos Equipamentos, sendo a análise dos itens desta comparação, onde foi identificado como
oportunidades de melhorias, colocada abaixo:
Comparativo entre Requisitos NORSOK e Requisitos PETROBRAS
Requisito NORSOK Projeto Básico Detalhamento Fornecimento
Definição das Normas e Padrões
SIM – ET-Noise Level for
Equipment e Noise Control Report
SIM – ET - Noise Level for
Equipment e Noise Control Report
NA
Definição da Documentação a ser
fornecida
SIM – ET-Noise Level for
Equipment
Requisições de Material (RM)
NA
Definição dos Limites de Ruído
requeridos
SIM – ET-Noise Control Report
SIM – ET - Noise Control Report
NA
Definição dos Níveis de Vibração
aceitos
SIM – ET-Noise Control Report SIM – ET - Noise Control Report
NA
Emissão das Folha de Dados de Ruído
SIM – definição do modelo a ser
emitido no detalhamento
Form I / II
NA
Preenchimento das Folhas de Dados de
Ruído
NA
SIM
NA
Determinação da Metodologia de
Medição
SIM – ET-Noise Level for
Equipment
NA
Para Grandes
Máquinas
Medição para aceitação
NA
SIM – ET -Noise Level for
Equipment
NÃO
Informação sobre os níveis de vibração
transmitidos pelos equipamentos
NA
SIM – Folha de Dados de ruído dos
equipamentos
NÃO
Medição dos níveis de vibração nos
pisos
NA
NA
NÃO
Detalhes das medidas de controle de
ruído implementadas
NA
Relatório de Análise
de Ruído da
Unidade
Para Grandes
Máquinas
Relação das não-conformidades no
atendimento
NA
Relatório de Análise
de Ruído da
Unidade
Para Grandes
Máquinas
Informações do fabricante para os AVM
NA
NA
NÃO
Informações sobre a rigidez mínima
necessária nos pontos de sustentação
NA
NÃO
NA
Definição da contingência para aceitação
dos níveis de ruído
SIM – ET-Noise Control Report
SIM – ET -Noise Control Report
NA
98
Ö Medição para aceitação – Não é feita medição de ruído no fornecimento dos
equipamentos, ele é estabelecido no detalhamento, conforme ET - Noise Level for
Equipment, porém não é cobrado, portanto é necessário que seja implementada
esta medição de aceitação nesta fase.
Ö Informação e medição sobre os níveis de vibração transmitidos pelos
equipamentos - Apesar de na Folha de Dados de ruído dos equipamentos, na fase
de detalhamento, constar um item referente ao nível de vibração, este item não é
fornecido, nem realizada a medição quando recebemos o equipamento.
Ö Informações do fabricante para os AVM – Este item não é cobrado no
fornecimento dos equipamentos, sobre os dados dos amortecedores de vibração,
aspecto importante a ser verificado na possibilidade de geração de ruído estrutural
(vide item “2.2.12” e “2.2.12.2”).
Ö Informações sobre a rigidez mínima necessária nos pontos de sustentação – Este
item deveria ser colocado no detalhamento do projeto, para que os vendedores dos
equipamentos tivessem a informação sobre as características estruturais dos locais
na plataforma aonde os mesmos (equipamentos) serão assentados (vide item
“2.2.12.2”).
4.6 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO PARA O CONTROLE DO AGENTE AMBIENTAL
RUÍDO EM UNIDADES OFFSHORE, ATRAVÉS DE IMPLEMENTAÇÃO DE
MEDIDAS MITIGADORAS NAS FASES DO EMPREENDIMENTO E NO PROCESSO
DE GESTÃO
As sugestões a seguir colocadas foram elaboradas tomando-se por base, as entrevistas junto às
equipes e órgãos internos da empresa, a análise do fluxo de gestão das questões referentes à
detecção, encaminhamento e correção de possíveis não-conformidades no projeto, a
verificação das distorções no cumprimento das especificações de controle de ruído (diretrizes
internas e externas, vide item 2.2.13.1) estabelecidas pela Companhia, comparando ainda com
os requisitos preconizados pela NORSOK. Sendo abordadas na forma de propostas no caráter
99
ocupacional, requisitos técnicos e aperfeiçoamento do processo de gestão de controle de ruído
aplicado:
4.6.1 No plano ocupacional
Ö Implantar Especificação Técnica para Análise Preliminar de Riscos a Saúde.
O autor deste estudo participou de um grupo de trabalho pioneiro e piloto, interno a
companhia, realizado pelo SMS do Ativo de Roncador em conjunto com o SMS da UN-RIO,
que teve por objetivo elaborar e uma especificação técnica, para atender a fase antecipação
preconizada no PPRA, contida na NR-9 da Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978, do MTE,
na aplicação de estudo para categorizar os riscos ambientais, cujas ocorrências possam
resultar futuramente em danos a saúde do trabalhador, na fase de detalhamento de projeto de
uma plataforma marítima de petróleo.
O nome definido para a ET foi “Especificação Técnica para Análise Preliminar de Riscos a
Saúde - PPRA Fase Antecipação”, sendo então a proposta que esta seja adotada como
sistemática em todos os demais projetos na fase “projeto básico”, quando possível, ou
“detalhamento” para identificar os impactos gerados pelo agente ambiental ruído, utilizando
como insumo principal o estudo preditivo de ruído, na verificação e adoção de medidas
corretivas imediatas no projeto, obtendo subsídio para análises comparativas quando a
plataforma de petróleo estiver operando.
É apresentado abaixo o conteúdo principal da especificação técnica, de maneira a possibilitar
a compreensão do seu conteúdo e no final o resultado de um piloto aplicado.
Ö Principais itens da Especificação Técnica:
O estudo utiliza ferramentas das técnicas para a identificação de riscos, em estudos de
avaliação de riscos, denominada “Análise Preliminar de Risco – APR” que é a categorização
dos riscos. Nesta especificação técnica, é apresentada uma matriz qualitativa, cujos eixos
apresentam categorias de freqüências e categorias de severidades, de tal modo a hierarquizar
os riscos.
100
O que se espera com este estudo são recomendações para controle e redução, a níveis
aceitáveis, dos riscos ambientais identificados na fase de projeto e tais medidas devem ser
incorporadas ao projeto ou a procedimentos de operação, manutenção e inspeção. A planilha
utilizada para a análise de cada área da unidade marítima de produção de petróleo é
exemplificada na figura 22:
Data:
Análise de Risco à Saúde ( PPRA )
Levantamento e Antecipação dos Riscos Ambientais –
Unidade Operacional XX
Área: Referência DE- Nº:
Risco
Ambiental
Causa Conseqüência Freq. Sev. Risco Recomendações OBS.
Figura 22 - Planilha para análise de riscos à saúde
Fonte: Araújo Filho et al. (2005)
Sendo os campos da planilha a serem preenchidos e analisados:
Data: dia, mês e ano em que foi elaborada a análise;
Área: local na unidade onde está se avaliando o risco;
Referência: código do desenho da área em análise;
Nº: número da planilha;
Risco Ambiental: risco ambiental identificado na área em análise;
Causa: fonte geradora dos riscos ambientais;
Conseqüência: efeitos / dano à saúde humana;
Freqüência: número estimado de exposição do trabalhador por unidade de tempo;
101
Severidade: conceito estimativo de dano à saúde;
Risco: combinação das categorias de freqüências com as de severidade;
Recomendações: ações efetivas para eliminar ou reduzir, a níveis aceitáveis, a
categorização associada ao risco ambiental.
As planilhas utilizadas para a análise da freqüência e severidade são exemplificadas,
respectivamente, nas figuras 23 e 24 a seguir:
Categoria
Denominação
Descrição
A
Ocasional
Contato ocasional e intermitente com o agente
B
Habitual
Contato Habitual e intermitente com o agente
C
Freqüente
Contato Habitual e permanente com o agente
Figura 23 - Planilha para determinação das Categorias de Freqüência
Fonte: Araújo Filho et al. (2005)
Definições:
Ö Ocasional: freqüência de ocorrência uma ou duas vezes por semana.
Ö Habitual: freqüência de ocorrência de mais de duas vezes por semana.
Ö Intermitente: menos de 20% da jornada diária de trabalho.
Categoria
Denominação
Descrição
1
Baixa
Efeitos desprezíveis e/ ou reversíveis de pouca importância,
ou não conhecidos, ou apenas suspeitos
2
Media
Efeitos reversíveis preocupante
3
Alta
Efeitos irreversíveis preocupantes
4
Muito Alta
Ameaça a vida ou doença / lesão incapacitante
Figura 24 - Planilha para indicação da graduação qualitativa dos efeitos ao organismo humano (severidade).
Fonte: Araújo Filho et al. (2005).
102
Combinando-se as categorias de freqüências com as de severidades, obtêm-se uma indicação
qualitativa do nível de risco, conforme tabela a seguir:
Severidade
1 2 3 4
C RM RC RC RC
B RNC RM RC RC
Frequência
A RNC RM RM RC
Freqüência:
A - Ocasional
B - Habitual
C - Freqüente
Severidade:
1 - Baixa
2 - Média
3 - Alta
4 - Muito Alta
Risco:
RNC - Risco Não Crítico
RM - Risco Moderado
RC - Risco Crítico
RNC - Risco Não Crítico – tolerável;
RM - Risco Médio - tolerável, porém medidas mitigadoras razoáveis devem ser consideradas;
RC - Risco Crítico - medidas mitigadoras devem ser consideradas para reduzir o risco.
Figura 25 - Tabela descritiva dos cenários de risco
Fonte: Araújo Filho et al. (2005)
Para o preenchimento das planilhas, são considerados os documentos de projeto descritos
abaixo, que servem de insumo para a análise de todas as áreas da plataforma:
Estudo Preditivo de Ruído;
Estudo da Planta de Classificação de Área.
Ressalta-se, a importância do estudo preditivo de ruído, como insumo básico, na questão do
ruído.
Ö Resultado de um piloto aplicado, com a utilização da especificação técnica
descrita acima, na fase de detalhamento de projeto em uma unidade marítima de
produção de petróleo:
103
Figura 26 - Tabela descritiva dos cenários de risco com resultados de um piloto aplicado no projeto de uma
unidade marítima de produção de petróleo
Fonte: Araújo Filho et alli, 2005.
Figura 27 - Gráfico descritivo dos cenários de risco com resultados de um piloto aplicado no projeto de uma
unidade marítima de produção de petróleo.
Fonte: Araújo Filho et alli, 2005.
Após a análise de todas as áreas da plataforma marítima - em fase de detalhamento de projeto
- por um grupo multidisciplinar com elevada experiência, utilizando as ferramentas da ET. O
resultado obtido das áreas com possibilidade de exposição de risco à saúde, de acordo com as
figuras 26 e 27 (tabela e gráfico), foi:
56% de áreas identificadas como de possibilidade de risco à saúde, apresentaram
Risco Crítico - RC. Elas foram relacionadas ao ruído e fatores ergonômicos;
38% das áreas identificadas como possibilidade de risco a saúde, apresentaram
Risco Médio - RM. Elas foram relacionadas além do ruído (desconforto), a
temperatura, substâncias químicas e riscos biológicos;
104
6% das áreas identificadas como Risco não Crítico - RNC.
4.6.2 No plano técnico
Com base em pesquisas bibliográficas, entrevistas e constatações pessoais o autor formula, o
quadro a seguir, no qual através de sugestões e comentários, propõe ações para a melhoria do
controle do ruído e vibração em etapas críticas do projeto, comissionamento e operação.
SUGESTÕES DE CONTROLE DE RUÍDO E VIBRAÇÃO NO PROJETO/
COMISSIONAMENTO E OPERAÇÃO DE UMA UNIDADE MARÍTIMA DE PRODUÇÃO
DE PETRÓLEO
ETAPA SUGESTÕES COMENTÁRIOS
Processo de contratação
do projeto de
detalhamento
Contratar empresa especializada
em acústica, para realizar estudos
de ruído e vibração e emitir os
relatórios específicos a cada um
dos módulos avaliados, de modo
a que estes possam ser
posteriormente integrados e
forneça a visão sistêmica que
possibilite ações corretivas
unificadas.
Esta recomendação tem por
objetivo convergir os estudos e
relatórios de ruído e vibração,
que são elaborados em separado
em cada módulo, abrindo a
possibilidade de correções
integradas, que se façam
necessárias. (vide item
4.5.4.2.3)
Preenchimento dos
formulários I e II - Dados
de Controle de Ruído -
prescritos nas ET.
Verificar se esta etapa está sendo
cumprida de modo satisfatório.
Estes formulários, de
preenchimento obrigatório, são
insumos para o estudo preditivo
de ruído.
Implementar melhorias quando
necessárias.
105
continuação
Testes de aceitação dos
Equipamentos
Fazer uma reavaliação dos testes de
aceitação do nível de ruído para os
equipamentos, conforme – ET -
Noise Level for Equipment e
estabelecer testes no fornecimento
(vide item 4.5.6).
Em primeira instância, enfocar
as fontes principais de geração
de ruído.
Implementar melhorias quando
necessárias.
Aceitação e avaliação
dos níveis de vibração
Cobrar informação dos níveis de
vibração (item 4.5.6) e criar
mecanismos para que seja feita
avaliação dos níveis de vibração nos
pisos em baixa freqüência.
Investigar a possibilidade de
geração de ruído estrutural e,
quando necessárias,
implementar melhorias nas
fontes identificadas.
Comissionamento e pré-
operação
Criar mecanismos para realizar as
medições de ruído in situ nos
diversos ambientes classificados
como RC, quando pertinente, em
conformidade com a avaliação
preliminar feita pela ET de avaliação
de riscos ocupacionais (item 4.6.1).
Esta avaliação permite verificar
se as metas estabelecidas foram
atingidas e fazer os ajustes nas
ET de projeto caso sejam
necessárias.
Teste de aceitação final
dos equipamentos
Criar mecanismos para se realizar
uma avaliação global final do
empreendimento.
O controle de ruído e vibração
são requisitos da NR15 do
MTE, embutidas no escopo do
contrato com a EPCIsta.
Especificações Técnicas
e Padrões de ruído e
vibração
Efetuar revisão das interfaces
existentes entre os diversos sistemas
envolvidos na construção.
Esta recomendação tem por
objetivo a melhoria da visão
integrada na adoção das
diversas medidas de controle
do ruído e vibração existentes.
106
continuação
Alternativas de outras
tecnologias de atenuação
de ruído
Verificar a possibilidade de se
aplicar o controle ativo de ruído em
locais onde o controle passivo seja
considerado como de difícil
aplicação.
Estudar os cenários onde seria
mais eficaz a sua
implementação, tipo VAC ou
dutos de exaustão de gases dos
motores de combustão interna e
turbina a gás.
Quadro 7 - Proposta de ações para a melhoria do controle do ruído e vibração em etapas críticas do projeto,
comissionamento e operação.
A consolidação das sugestões acima formuladas, tem por objetivo a visualização dos
principais pontos de melhorias aplicáveis ao projeto, comissionamento e operação de uma
unidade marítima de produção de petróleo, na busca de alternativas eficazes para o controle
de ruído, sendo passível de reavaliação para a inclusão de novas propostas e melhoramentos
que se façam necessários.
4.6.3 No aperfeiçoamento do processo de gestão de controle
Destacando-se a importância de se implementar um projeto de gestão de controle do ruído são
apresentadas, no quadro abaixo, sugestões de curto, médio e longo prazos e proposta para o
aperfeiçoamento do atual sistema empregado.
Sugestões de medidas para o aperfeiçoamento da Gestão de Controle de Ruído
adotada na PETROBRAS
A curto prazo
Constituir um grupo de trabalho multidisciplinar, com
representantes dos diversos segmentos da Companhia,
com experiência nas questões de ruído e consultoria
especializada em acústica, para revisar a gestão do
controle de ruído na PETROBRAS e implantar melhorias.
107
continuação
A médio prazo
Revisar as Diretrizes, Especificações Técnicas e Padrões
que tratam do controle de ruído.
A longo prazo
Elaborar padrão abrangente, de modo a contemplar todas
as fases de implantação de um sistema de gerenciamento
de ruído na PETROBRAS. Este padrão deverá contemplar
ações integradas e sistêmicas de modo a cobrir todas as
etapas para o controle do ruído, tanto em instalações
operando, como para novos projetos.
Quadro 8 - Sugestões de medidas para o aperfeiçoamento da Gestão de Controle de Ruído adotada na
PETROBRAS
Propõe-se por fim a criação de coordenadorias em Higiene Ocupacional e Segurança
Industrial nas Unidades de Negócio, (as quais teriam em seu escopo a análise de projeto em
segurança industrial e ruído) com um grupo técnico formado por engenheiros e técnicos de
segurança com perfil e especialização nos assuntos em questão, podendo estar alocadas no
SMS ou ST, atendendo a todas as estruturas por ativos, nos quais (ATP) haveriam
representantes ligados a estas coordenadorias.
108
5 CONCLUSÕES
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Política de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da PETROBRAS é clara quanto ao seu
comprometimento com os aspectos de não exposição do ser humano a riscos quando cita em
seu texto: “Atuar na promoção da saúde, na proteção do ser humano e do meio ambiente
mediante identificação, controle e monitoramento de riscos, adequando a segurança de
processos às melhores práticas mundiais e mantendo-se preparada para emergências”.
Segundo o Diretor de Serviços da PETROBRAS em 2003 o objetivo maior deve ser a
disseminação, em todos os níveis da empresa, de uma cultura de percepção do risco e
preservação da vida. Só assim estaremos de fato nos capacitando para gerenciar os desafios
cada vez maiores e mais complexos inerentes à área de SMS e cumprindo com o
compromisso que assumimos no Planejamento Estratégico da empresa.
É importante ressaltar a contribuição da estrutura organizacional adotada atualmente no E&P,
na eficácia dos resultados de produção de óleo e gás, contribuindo cada vez mais para o
atingimento da auto-suficiência na produção de petróleo. As análises na questão
centralização/descentralização efetuadas no presente estudo, demonstraram a importância de
uma visão sistêmica na vinculação dos aspectos de gestão, particularmente no trato dos
assuntos abordados nesta dissertação “A Gestão do Agente Ambiental Ruído em uma
Unidade Marítima de Produção de Petróleo”, na identificação de possíveis lacunas e
proposição de oportunidades de melhorias dentro das questões formuladas.
A PETROBRAS é bastante exigente nos seus requisitos mínimos de aceitação, e tem obrigado
os fornecedores a investir mais em tecnologia para controle de ruído, porém há dificuldade em
se adquirir equipamentos que geram baixo nível de ruído, em virtude da falta de tecnologia do
fabricante para projetar máquinas e processos silenciosos. Além disso, o ruído gerado pelas
máquinas industriais depende, muitas vezes, das suas condições específicas de instalação e de
operação. Mas evidencia-se também a dificuldade para analisar o produto entregue pelo
fabricante, ou a falta de conhecimento para fazer a avaliação em uma situação não tão
109
simples, como por exemplo, na presença de outras máquinas ruidosas, destacando ainda mais
a importância da implementação das melhorias já formuladas.
5.2 ANÁLISE DAS QUESTÕES FORMULADAS
Com relação às duas principais questões da pesquisa, a primeira que trata do impacto gerado
pelas mudanças nas estruturas organizacionais adotadas ao logo do tempo, no segmento
Exploração e Produção da PETROBRAS, na gestão das questões relacionadas à análise de
projeto de segurança industrial, destacando o ruído, obteve-se ao longo da dissertação a
demonstração de que a adoção de uma unidade organizacional descentralizada sem prover os
mecanismos adequados de centralização de tratamento das questões comuns relacionadas,
com uniformidade de procedimentos, interação entre os profissionais e resolução de
problemas, ocasiona a perda da unicidade do tratamento das análises de projeto de segurança
industrial e controle de ruído.
No âmbito da segunda questão da pesquisa, que busca discutir quais as oportunidades de
melhoria no gerenciamento da aplicação das normas, padrões e especificações técnicas que
abordam o controle de ruído, durante o empreendimento de uma unidade marítima de
produção de petróleo, foram identificadas, dentre outras as que se destacam abaixo:
a. A importância de se abordar as questões inerentes ao agente ruído de forma
sistêmica, envolvendo todos os interlocutores do processo, de forma a buscar a
integração das equipes e temas envolvidos, e ainda na revisão das diretrizes,
especificações técnicas e padrões neste sentido.
b. A constituição de um grupo de trabalho permanente com representantes, dentre
outros, do CENPES, ENGENHARIA, SMS e Unidades de Negócio, com o
propósito de atuar tanto nas unidades novas quanto naquelas em operação,
colhendo informações para a revisão permanente dos documentos reguladores
emitidos, implementando a integração de todos os aspectos envolvidos.
110
5.3 SUGESTÃO DE TRABALHO FUTURO
Como proposta de continuidade dos resultados neste trabalho, pode-se sugerir o
estabelecimento de um procedimento padronizado para a gestão do controle do ruído na
indústria petrolífera, em consonância com os padrões mais abrangentes e atualizados que
tratam deste assunto nos níveis nacional e internacional, adequado as peculiaridades de nossas
estruturas administrativas que atuam e têm instalações industriais onshore e offshore na
exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil.
111
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114
GLOSSÁRIO
Acidente – Evento imprevisto e indesejável, instantâneo ou não, que resultem em dano à
pessoa (incluí doença do trabalho e a doença profissional), ao patrimônio (próprio ou de
terceiros) ou impacto ao maio ambiente.
Anomalia – Situação ou evento indesejável que resulte ou possa resultar em danos, falhas,
que afetem pessoas, o meio ambiente, o patrimônio (próprio ou de terceiros), a imagem do
Sistema PETROBRAS, os produtos ou os processos produtivos. Inclui acidentes, incidentes,
desvios e não-conformidades.
Ação corretiva – Ação para eliminar as causas de uma anomalia, a fim de evitar a ocorrência
de anomalias similares ou de mesma natureza.
Ação Mitigadora ou Imediata – Ações implementadas para controlar ou reduzir o impacto
de uma anomalia.
Ação preventiva Ação para eliminar ou controlar ou reduzir o impacto de uma anomalia.
Análise crítica Análise sistemática e global de um projeto, produto, serviço, processo ou
informação com relação a requisitos, objetivando a identificação de desvios e a proposição de
soluções.
Antecipação – Fase prevista no PPRA, da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e
Emprego – MTE – na Norma Regulamentadora nº 9 – NR9 – a ser observada no projeto de
instalações com vistas a evitar a ocorrência de agentes insalubres no ambiente de trabalho.
Atividade – Conjunto de tarefas que, sendo parte ou não de um processo, visam atender a um
objetivo específico.
Base de Projeto – Dados, documentos e informações de um processo, equipamentos ou
instalação considerados para elaboração de um projeto.
115
Ciclo de Vida – Conjunto de etapas de um empreendimento, instalação, produto, serviço ou
operação, desde o planejamento e concepção até a desativação ou disposição final ou
encerramento.
Comissionamento (Commissioning): Conjunto de verificações e testes, passíveis de serem
executados em condições reais de energização e funcionamento (“a quente”), que devem ser
realizadas pela Contratada e assistidas por representantes da PETROBRAS após a
completação dos serviços de pré-comissionamento e da aceitação mecânica, com o propósito
de preparar os sistemas/subsistemas, e o conjunto deles, para a pré-operação.
Commodity – Palavra inglesa que significa mercadoria, mas no mercado financeiro é utilizada
para indicar um tipo de produto, geralmente agrícola ou mineral, cuja cotação é estabelecida
pelo mercado internacional.
Competência – Mobilização de conhecimentos (saber), habilidades (fazer) e atitudes (querer)
necessários ao desempenho de atividades ou funções, segundo padrões de qualidade e
produtividade requeridos pela natureza do trabalho.
Conhecimento de SMS – Práticas, experiências, habilidades, tecnologias, políticas,
procedimentos, documentos e análise de informações que possam ser utilizados para a gestão
de SMS.
Contractor – Palavra inglesa que significado contratante, no caso de uma plataforma de
petróleo, são os responsáveis por conduzir determinadas fases do empreendimento de uma
unidade marítima de produção de petróleo, contratando recursos humanos e materiais no
objetivo de se obter a unidade produtora concluída e operante.
Desvio – Qualquer ação ou condição, que tem potencial para conduzir, direta ou
indiretamente, danos a pessoas, ao patrimônio (próprio ou de terceiros), ou impacto ao meio
ambiente, que se encontra desconforme com as normas do trabalho, procedimentos, requisitos
legais ou normativos, requisitos do sistema de gestão ou boas práticas.
Detalhamento do Projeto – É o delineamento do Projeto Básico, baseado no Feed, elaborado
pelo EPCIsta, acrescido de maiores detalhes da obra de construção da unidade marítima de
produção de petróleo, tipo compra de materiais e equipamentos que irão compor a UM.
116
Empreendimento - É o conjunto de etapas a serem atingidas no sentido de se obter uma
unidade marítima de produção de petróleo em pleno funcionamento, ou seja, concepção,
planejamento, projeto, construção, montagem, instalação e operação.
Engenharia – Segmento da PETROBRAS que coordena e executa os projetos de engenharia
de toda a empresa. Área da Petrobrás responsável pela contratação, gerenciamento e
fiscalização de serviços de construção e montagem de uma UEP.
EPCIstaEngineering Procurement Construction Integration (Integração de Engenharia,
Compra e Construção) – Sigla inglesa, acrescida do “sta” em português, no sentido de
“nomear” a empresa que é contratada para executar o projeto de engenharia e construir uma
unidade marítima de produção de petróleo, conhecida também por integradora.
Especificação Técnica (ET) de Controle de Ruído – Diretriz para projetos na qual são
definidos os requisitos mínimos e critérios a serem adotados para controle de ruído acústico,
contínuo ou intermitente, em Unidades Marítimas de Produção de Petróleo, sejam elas fixas
ou flutuantes, novas ou convertidas.
Estrutura Funcional Estrutura atual com características de descentralização adotada pelo
Segmento de Exploração e Produção da PETROBRAS.
Estrutura Processual – Estrutura centralizada adotada pelo Segmento de Exploração e
Produção da PETROBRAS até o ano de 2000 em que todas as atividades (exploração,
perfuração, produção e serviços) estavam associados em uma única estrutura.
Exploração – Relaciona-se de fase de prospecção: busca e reconhecimento da ocorrência dos
recursos naturais (petróleo) e estudos para determinar se os reservatórios possuem valor
econômico.
Explotação – É todo o ciclo que envolve a retirada do petróleo dos poços produtores, desde a
perfuração até a produção propriamente dita.
FEED Palavra inglesa que significa alimento / alimentar. É o termo utilizado para
caracterizar o delineamento do Projeto Básico, elaborado pela ENGENHARIA da
PETROBRAS, com os detalhamento de projeto da obra de construção da unidade marítima de
produção de petróleo.
117
FORM I / II Folha de Dados, Formulários I e II, Apresentação de Dados de Ruído para
Equipamentos: este documento estabelece uma forma padronizada para a requisição e
apresentação de dados de ruído de equipamentos,
Fornecimento – É a chegada do equipamento na unidade marítima de produção de petróleo
em fase de construção.
FPSO – “Floating Production Storage and offloading” – (Unidade Flutuante de Produção,
Armazenamento e Transferência de petróleo) construída a partir de um navio.
Grupos de revisão – GR – É um grupo de profissionais que tem por objetivo atuar como
força-tarefa temporária e centrada em competências (funções) nos projetos de
Desenvolvimento da Produção, validando os resultados ou propondo revisões técnicas dos
projetos, compartilhando conhecimentos, experiências, lições aprendidas e as melhores
práticas em cada função.
Grupos de suporte à decisão (GSD) - É um grupo de gerentes que tem por objetivo fazer a
análise final dos produtos (deliverable) relacionados para serem apresentados em cada Portão
de Decisão da etapa de planejamento, dando suporte aos processos decisórios de aprovação
dos projetos de E&P, verificando seu alinhamento estratégico e também com a Sistemática de
Gerenciamento de Projetos.
Hood - Palavra inglesa que tem o significado capuz, porém quando aplicada a equipamentos
tem o significado de enclasuramento ou barreira acústica.
Incidente – Evento imprevisto e indesejável que poderia ter resultado em dano à pessoa, ao
patrimônio (próprio ou de terceiros) ou impacto ao maio ambiente.
Não–Conformidade (NC) - Anomalia caracterizada pelo não atendimento a um requisito
definido em normas, procedimentos, legislação, políticas, documentos internos, dentre outros.
NORSOK – “Norsk Sokkels Konkuranseposisjon”, padrões noruegueses voltados para a área
do petróleo administrados pela pela Instituição Norueguesa de Padrões de Tecnologia (NTS).
Novo Empreendimento:
(a) Concepção, projeto, construção e montagem de novas instalações;
118
(b) Ampliação de instalações existentes;
(c) Mudança em instalações, equipamentos e tecnologia existentes, com objetivo de
ampliar ou modificar, qualitativamente ou quantitativamente, a produção;
(d) Aquisição ou permuta, total ou parcial, de ativos;
(e) Aquisição de concessões ou tecnologias associadas a processos produtivos, bem como
implementação de atividades associadas a essas concessões ou tecnologias;
(f) Atividade sujeita a licenciamento prévio, de instalação e operação, junto a autoridades
reguladoras de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
Pendências Impeditivas (Tipo A): Deficiência e/ou trabalho pendente que impede a
seqüência segura e razoável para o Comissionamento, Teste de Aceitação ou Partida do
Sistema.
Pendências Não-Impeditivas (Tipo B): Deficiência e/ou trabalho pendente que não impede a
seqüência segura e razoável para o Comissionamento, Teste de Aceitação ou Partida do
sistema.
Portão de decisão - Ao final de cada fase da etapa de planejamento (Avaliação e
Identificação da Oportunidade, Seleção e Definição) do projeto existe um Portão de Decisão
(gate) onde os Decisores (gatekeepers) podem considerar quatro opções para o projeto:
"continuar, cancelar, adiar ou reciclar".
Pré-Comissionamento (Pre-Commissioning) – Conjunto de verificações e testes sem carga
(“a frio”) a serem realizados pela Contratada em todos os equipamentos e sistemas, com o
propósito de colocá-los prontos para o Comissionamento e Partida (tipo, teste hidrostático,
calibração, limpeza de tubulação, testes elétricos em malhas de instrumentos, etc.).
Pré-Operação (Pre-Operation) – Pré-Operação, para o propósito das atividades de
Comissionamento, deve ser entendida como o conjunto de atividades para a partida de um
sistema a ser testado em várias condições de carga, variando do zero ao nominal, com o
objetivo de avaliar e estimar se sua performance atingiu os valores requeridos e definidos no
projeto.
119
Prática Recomendada Prescrição definida como a mais adequada, entretanto admite a
possibilidade de alternativas específicas à aplicação de cada projeto. A alternativa adotada
deverá ser submetida e aprovada pelo coordenador do projeto.
PRODEP – Projeto de Desenvolvimento da Produção – Manual que tem o objetivo de
estabelecer de forma clara, organizada e seqüencial, os procedimentos e atividades a serem
desenvolvidos no processo de planejamento e implantação dos projetos de Desenvolvimento
da Produção.
Processo de Melhoria Contínua – Ações integradas e sistêmicas de aprimoramento da
Gestão de SMS, visando atingir melhorias no desempenho, de acordo com a política,
diretrizes, padrões (documentados ou não) e práticas de SMS do Sistema PETROBRAS.
Projeto Básico – É o projeto preliminar da unidade offshore, realizado pelo CENPES,
começando na Fase 2 (Projeto Conceitual) e terminando na Fase 3 (Definição), sendo o
insumo para a elaboração da fase posterior, Feed, a cargo da ENGENHARIA.
Protocolos de prestação de serviços Contratos internos formalizados entre as estruturas da
PETROBRAS, de modo a fornecer serviços sob a forma de acordos no qual são descritos de
forma pormenorizada todos os trabalhos que serão prestados entre as partes envolvidas.
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – Programa a ser implantado em todas
as empresas de acordo com a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego
número 9 – NR-9, da Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978
Requisito Mandatório – Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve ser
utilizado estritamente em conformidade com a Especificação Técnica de Projeto específica ao
assunto em questão.
SEA-LAVStatistical Energy Analysis – Laboratory Acoustic Vibration (análise estatística
de energia – Laboratório de Vibração e Acústica) - Software desenvolvido pela Universidade
de Santa Catarina, através do Laboratório de Vibração e Acústica, em conjunto com a
PETROBRAS, baseado na metodologia SEA, para cálculo do ruído estrutural oriundo da
energia de vibração injetada pelos equipamentos dinâmicos na estrutura.
SupplierPalavra inglesa que significa fornecedor, no caso de uma plataforma de petróleo, é
a corporação, organização, associação, grupo ou pessoa a quem uma organização contratante
120
concede um contrato para projetar, desenvolver ou manufaturar, parcialmente ou totalmente,
um ou mais produtos.
TOP-SIDE – Palavra inglesa que significa borda do navio (acima da linha d´água). Em
português significa todos os módulos que se encontram na parte superior da plataforma de
petróleo, alojamentos, planta de processo, de utilidades, geradores, compressores, heliponto,
etc.
Unidade Organizacional – Subdivisão da estrutura organizacional em cada Área e Empresa
do Sistema PETROBRAS criada para atender às necessidades da divisão de trabalho,
contando com gerente, equipe e responsabilidade próprias. Esta subdivisão é definida de
acordo com critérios estabelecidos pelas respectivas Áreas e Empresas do Sistema
PETROBRAS.
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