quem vai lhe enterrar sou eu e vou até deixando que você venha feito
macaco de lá, com esses pulos que nem palhaço pelanca, que pulo
nunca decidiu destino de homem, nunca suportei esses puladores,
posso lhe garantir. Secundino, olhe o céu, se lembre daquela vaca
daquela sua mãe, que eu vou abrir um buraco em vosmecê, um buraco
tão retado que vosmecê vai sair por ele, louvado seja Nosso Senhor
Jesus Cristo, eu sou o Dragão Manjaléu, Comedor de Coração. Eu
aqui no canto da janela, só olhando para ele dar os pinotes dele. Deixe
dar: vá escolhendo as quixabeiras do céu, as palmatórias do inferno,
hum-hum. E aí a boca se enche dum pouco dágua como quando se
espreme um tumor e se arranca um carnegão, quando ele deu um
pinote para a banda da esquerda e eu escolhi acertar no meio do pinote.
Adeus, Secundino da Moleira Grossa Soares de Azevedo da Paixão,
pode dizer que morreu nos ares. Morreu direitinho, quando desceu
nem mais mexeu. Aquele outro, olhe, Amaro, aquele tu deve de dar na
barriga um desses caprichados, porque aquilo é uma barrigua agüenta,
de banha de porco, de torresmo de carneiro, aquilo vale nada. Um
homem desses está prenho, e o nome dele é Fabrico Fraco Fofolento
da Farofa e quando tu acertar na pança dele vai ser como o Vaza-
Barril impazinado, desvertendo água por tudo quanto é lado, o diacho
é que ele fica só deitado e oferece somente um pedaço do ombro.
Oferte mais, Fafá, ôi. Amostre essa barriguinha, meu santo. Siu!
Luzinete, depois a gente mandamos cobrar umas contas de conserto de
reboco no destacamento, que estão me arrancando esse reboco todo, já
viu. É cada torête de reboco, olhe aí! Homem creia, estão crentes.
Amaro, se aquele peste levantar a barriga, você manda na barriga com
os dois, que nessa distância espalha bem e não dá para o vento
enfraquecer. Aquilo ali, mesmo que viva, não tem doutor que cate
centos chumbos no bucho e dói que é uma beleza, ainda mais
naquelas dobras, deve ter a barriga cheia de roscas. Fofolento, hu
Fofolento. Siu! Olhe aí, Amaro, ele está subindo. Olhe aí, Amaro, todo
suado, parece uma jega enxertada, olhe a cara dele, gordo assim aonde
já se viu. Olhe aí, Amaro, que cara de capilogênio, cada baga de
suor que parece uns bagos de jaca, já se viu. Quando ele passar
junto da mangabeira, tu assiste ele, não precisa apressar, que, gordo
assim, ele vai encostar a mão na mangabeira, tirar o chapéu e limpar a
testa. Aquela água toda já deve estar entrando nas vistas e ardendo.
Bonito ia ser acertar na bunda desse boi, mas isso ele não vira, é
natural. Pois veja: eu não lhe disse que ele ia encostar na mangabeira?
Agora aí, olhe, ô canhão, parece uma peça do Dezanove BC, ovo na
negrinha, Amaro! Hum. Vai ficar ali se estorcendo uns tempos, deixe
ele. Tem umas formigas pretas naquela mangabeira, daquelas que fede,
ainda vai apoquentar mais, deixe ele. Eu disse que ele ia se encostar na
mangabeira. Falei e disse. Se a gente sair daqui, vai para as
catanduvas, que as catanduvas briga por nós, não é certo? Lá vem atrás
dois outros, um fino e um grosso queimado. Tu não está achando isso
uma facilidade não, Amaro? Se visse de bolo, aí não sei, porque tinha
que ser uns disparos muito ligeiros, mas assim de um em um, de dois
em dois, assim quantos venha quantos não volta. Esse queimado
chama-se Chico Banana Seca, por causa de que parece que tem a cara