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mercado de trabalho e destacar a importância de instituições estrangeiras
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na formação de alguns destes autores, bem como do uso, principalmente, de
variáveis políticas na realização das análises;
2. 2. o segundo eixo, que podemos chamar de eixo da Unicamp, do início da
década de 1990, liderado por Faria e Miceli
22
, que rendeu os trabalhos de
Grün
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, Bonelli e Barbosa; e
3. 3. o terceiro eixo, do IUPERJ, da segunda metade da década de 1990,
liderado por Coelho, e que rendeu os trabalhos de Marinho, Machado e
Diniz
24
.
Em relação às profissões escolhidas para análise pelos autores brasileiros aqui citados,
as profissões clássicas foram preferidas: medicina – Donnangelo (1975) e Machado (1996);
engenharia – Simões (1989) e Barbosa (1993); e direito – Falcão (1984), Bonelli (2002;
2006), Sadek (1995; 1998; 1999; 2000; 2001; 2003; 2006) e Vianna (1996; 1997; 1999).
Alguns autores analisaram duas destas profissões, todas elas ou algumas delas e outras mais:
Nogueira (1967); Marinho (1985); Schwartzman (1987; 1992); Diniz (1995); Coelho (1999).
Outros autores analisaram os bancários – Grün (1990); e os cientistas sociais – Bonelli (1993).
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Entre os autores que tiveram suas obras decisivamente marcadas por uma passagem por instituição estrangeira:
Nogueira fez mestrado na Universidade de Chicago, sob orientação de Everett Hughes, expoente do
interacionismo simbólico; Falcão fez mestrado em Harvard, sob orientação de David Trubek, um importante
autor da sociologia do direito que fez análises comparativas sobre profissões jurídicas; Pastore fez doutorado em
Wisconsin-Madison (1968) e em 1973 começou a trabalhar com profissões e mercado de trabalho – quando
produziu duas monografias sobre o tema – e quase sempre usando estratificações ocupacionais para analisar
desigualdades sociais no Brasil; Schwartzman fez doutorado em Berkeley; Sadek fez pós-doutorados na
Universidade da Califórnia e na Universidade de Londres; Simões fez doutorado na LSE, em Londres. Em
Schwartzman parece não haver relação direta entre sua passagem por uma instituição estrangeira e sua produção
sociológica sobre profissões, uma vez que se passaram quase 20 anos entre sua formação no exterior e sua
produção sociológica sobre profissões. Durand foi orientado em seu mestrado na USP por Luiz Pereira,
sociólogo da educação. Kawamura foi orientanda de mestrado de Azis Simão, na USP, que orientou outros
trabalhos que tangenciaram a problemática das profissões, mas cuja área temática principal estava mais próximo
da sociologia do trabalho. Ele foi também seu orientador de doutorado. Não conseguimos identificar a formação
de Donnangelo.
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Durante o início da década de 1990 Faria e Miceli, junto com o grupo de alunos do doutorado em Ciências
Sociais da Unicamp se constituíram num grupo de pesquisa sobre o tema das profissões. O Idesp, dirigido por
Miceli, e o Cebrae, dirigido por Faria, eram instituições de pesquisa que davam suporte a pesquisadores que
enveredavam pela área da sociologia das profissões.
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Embora Grün tenha sido orientado por Miceli no doutorado, não podemos esquecer que ele havia sido
orientado por Maria Andréa Loyola no mestrado, que tinha feito um pós-doutorado em Sociologia da Saúde e
das Profissões Médicas na EHESS, França, tendo rendido um importante trabalho de análise das profissões
médicas (L'éspirit et lê corps: des thérapeutiques populaires dans la banlieue de Rio), em 1983, e que foi
traduzido para o português no ano seguinte, e publicado pela Difel, como: Médicos e Curandeiros: conflito social
e saúde.
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Diniz foi orientada por Coelho no mestrado e seu doutorado foi concluído sob orientação de Nelson do Valle
Silva, embora tenha sido iniciado sob orientação de Coelho.