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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA EM
CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE
ELCY MILITÃO DA SILVA
A FORMAÇÃO E O PERFIL DOS EGRESSOS DOS CURSOS
DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
VITÓRIA
2004
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ELCY MILITÃO DA SILVA
A FORMAÇÃO E O PERFIL DOS EGRESSOS DOS CURSOS
DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Contábeis da
Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas
em Contabilidade, Economia e Finanças
(FUCAPE), como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Ciências
Contábeis – nível profissionalizante.
Orientador: Dr. Antonio Donizetti Sgarbi
VITÓRIA
2004
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da Biblioteca da FUCAPE
Silva, Elcy Militão da.
A Formação e o perfil dos egressos dos cursos de
Ciências Contábeis do município de Vitória. / Elcy Militão
da Silva. Vitória : FUCAPE, 2004.
119 p.
Dissertação – Mestrado.
Inclui bibliografia.
1.Contabilidade 2.Evolução da contabilidade 3.Ensino
de contabilidade 4.Perfil dos egressos I.Fundação
Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade,
Economia e Finanças II.Título.
CDD - 657
Dedico este trabalho à minha esposa
Irinéia e ao meu filho João Vitor.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, a quem devo tudo que sou e para quem sou
imensamente grato, sendo somente Ele merecedor de toda glória (Fp. 4:20, Bíblia
Sagrada).
À minha esposa e a meu filho, que abriram mão de muitas horas de minha
presença, para que eu pudesse dedicar tempo a este estudo.
Ao meu orientador, professor Dr. Antônio Donizetti Sgarbi, pela paciência e
dedicação.
Aos egressos do curso de Ciências Contábeis, sem os quais este trabalho
não seria possível.
Aos colegas da primeira turma do Mestrado Profissionalizante em
Contabilidade com Concentração em Finanças, realizado pela FUCAPE, pelo rico
convívio dos meses em que cursamos disciplinas juntos e que, direta ou
indiretamente ajudaram a tornar possível a realização do curso de mestrado e a
elaboração deste trabalho. A todos, sou muito grato.
Ao Conselho Federal de Contabilidade e Conselho Regional de
Contabilidade do Estado do Espírito Santo, pela disponibilização de dados.
À Fucape Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade,
Economia e Finanças –, pela disponibilização de material.
Aos meus professores, que sempre procuraram transmitir incentivo e
estímulo, sendo exemplo de luta em prol do crescimento da pesquisa contábil.
RESUMO
As faculdades formam, anualmente, considerável número de bacharéis em
Ciências Contábeis sem se preocupar com o destino desses formandos, uma vez
que, ao se desligarem das faculdades, não um acompanhamento para saber
onde e como estão esses profissionais. Esta pesquisa preocupou-se em
desenvolver um trabalho científico que venha fornecer subsídios para saber onde
e como estão se inserindo no mercado de trabalho os egressos do curso de
Ciências Contábeis oferecido pelas faculdades do município de Vitória.
Atualmente, no estado do Espírito Santo, o curso é oferecido por 24 Instituições de
Ensino Superior (IES) e grande parte delas ainda não colocou seus formados no
mercado de trabalho, por serem seus cursos, ainda recentes. É incontestável a
importância de se saber quais são as dificuldades enfrentadas pelos formados,
para que, a partir dessas observações, possam ser oferecidas sugestões com o
intuito de aproximar a formação acadêmica oferecida pelas instituições à
necessidade do campo profissional. Foi realizada uma pesquisa de campo com os
egressos dos cursos de Ciências Contábeis do município de Vitória, em que se
verificaram significativas diferenças entre o perfil dos egressos da UFES e dos
egressos de outras instituições; constatou-se, ainda, que as IES não estão
formando profissionais com o perfil desejado. Observou-se que um bom nível
de satisfação com a profissão, no entanto uma boa parcela dos egressos
manifestou interesse em mudar de profissão, por considerar insatisfatória a
remuneração. Algumas sugestões são oferecidas. Dentre elas, o estágio ser
reformulado e tornar-se obrigatório e o Conselho da Classe adotar o Exame de
Competência.
ABSTRACT
A considerable number of BA in Accounts graduate from Colleges every year.
These institutions have no concern over the professionals’ destiny once they leave
college. There is no follow up to know where and how they are. This research is
concerned with the development of a scientific work that brings subsidies to know
where and how these graduate students from the Colleges in Vitoria are being
received by the market. Currently in the State of Espírito Santo 24 Institutions of
Graduate Studies offer the course and most of them are not old enough to have
graduated any groups. It is important to notice which are the difficulties faced by
the graduate students so as to, from these observations, offer solutions to adapt
the syllabus of the course to the needs of the market. A field research with the
students of the Accounting Courses in Vitória showed that there are significant
differences between the profile of the students from UFES and those from other
institutions and that the Institutions of Graduate Studies are not graduating
students with the adequate profile. Although there is a good level of satisfaction
with the profession, a considerable part of the professionals showed interest in
changing careers for considering the remuneration inadequate. Some suggestions
are offered such as a reformulation of the trainee program making it mandatory,
and the class entity should adopt some measures to improve the teaching quality
and the valuing of the profession.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Principais diferenças entre currículo mínimo e Diretrizes Curriculares
Nacionais..............................................................................................................
38
Tabela 2: Quantidade de egressos por instituição................................................
47
Tabela 3: Tamanho da amostra por IES...............................................................
49
Tabela 4: Cálculo do índice de sistematização para cada IES.............................
51
Tabela 5: Egressos que responderam ao questionário — por instituição............
53
Tabela 6: Egressos — por instituição e sexo........................................................
57
Tabela 7: Egressos — por ano de formatura........................................................
58
Tabela 8: Participação em associações de classe (em %)...................................
59
Tabela 9: Formação básica de egressos..............................................................
60
Tabela 10: Tempo gasto para concluir o curso.....................................................
62
Tabela 11: Turno em que freqüentaram durante o curso.....................................
63
Tabela 12: Motivo pela escolha do curso.............................................................
63
Tabela 13: Faixa etária de conclusão de curso....................................................
64
Tabela 14: Índice de reprovação nas disciplinas..................................................
65
Tabela 15: Pós-Graduação (cursaram/cursam)....................................................
66
Tabela 16: Cursos que pretende fazer.................................................................
67
Tabela 17: Dificuldades vivenciadas no estágio...................................................
68
Tabela 18: Principal acontecimento com a conclusão do curso de graduação....
69
Tabela 19: Nível de renda mensal........................................................................
74
Tabela 20: Relação de trabalho na ocupação atual.............................................
75
Tabela 21: Grau de satisfação com a profissão...................................................
79
Tabela 22: Razões para mudança de profissão...................................................
79
Tabela 23: Dificuldades vivenciadas na realização do curso ..............................
81
Tabela 24: Principal mudança que o curso proporcionou à vida profissional.......
82
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Egressos – por estado civil.....................................................................
58
Figura 2: Egressos que concluíram outro curso de graduação..............................
66
Figura 3: Tempo que levou para se colocar no mercado após a conclusão do
curso.......................................................................................................................
73
Figura 4: Razões pelas quais não buscou colocação no mercado........................
71
Figura 5: Nível de preparo para ingressar no mercado de trabalho após a
formatura................................................................................................................
72
Figura 6: Tipo de moradia dos egressos................................................................
73
Figura 7: Ocupação atual dos egressos.................................................................
75
Figura 8: Tempo em que os egressos estão na ocupação atual...........................
76
Figura 9: Natureza jurídica das empresas que empregam os egressos................
77
Figura 10: Ramo de atividade das empresas que empregam os egressos...........
78
Figura 11: Carga horária média de trabalho diária dos egressos..........................
78
Figura 12: Razões para não mudar de profissão...................................................
80
Figura 13: Jornais lidos diariamente pelos egressos.............................................
83
Figura 14: Revistas lidas periodicamente pelos egressos.....................................
84
Figura 15: Preferência por emissora de TV dos egressos.....................................
84
Figura 16: Religião de que os egressos participam...............................................
85
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A Quantidade de técnicos e contadores registrados no Conselho
Regional de Contabilidade do estado do Espírito Santo......................................
95
APÊNDICE B – Cursos de Ciências Contábeis no estado do Espírito Santo........
96
APÊNDICE C Evolução da quantidade de cursos de Ciências Contábeis no
estado do Espírito Santo........................................................................................
98
APÊNDICE D – Modelo de correspondência enviada às instituições de ensino...
99
APÊNDICE E – Modelo de correspondência enviada aos egressos.....................
100
APÊNDICE F – Questionário................................................................................. 101
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A Distribuição de técnicos, contadores e organizações Contábeis no
Brasil......................................................................................................................
107
ANEXO B Grade Curricular do Curso de Ciências Contábeis da UFES
(2001/2)..................................................................................................................
108
ANEXO C – Grade Curricular do Curso de Ciências Contá
beis da FAESA
(2001).....................................................................................................................
109
ANEXO D – Diretrizes Curriculares do curso de Ciências Contábeis....................
110
LISTA DE SIGLAS
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
CFE – Conselho Federal de Educação
CRC – Conselho Regional de Contabilidade
FACC – Faculdade de Ciências Contábeis de Guarapari
FACHA – Faculdade de Ciências Humanas de Aracruz
FAESA – Faculdades Integradas Espírito-santenses
FAVI – Faculdade Vitoriana de Ciências Contábeis
FASSERRA – Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos
FCHV – Faculdade de Ciências Humanas de Vitória
FCMV – Faculdade Candido Mendes de Vitória
FEA – Faculdade de Economia Administração e Contabilidade
FESAV – Faculdade de Estudos Sociais Aplicados de Viana
FICAB – Faculdades Integradas Castelo Branco
FINAC – Faculdade Nacional
FVC – Faculdade Vale do Cricaré
IES – Instituição de Ensino Superior
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
ISEAC – Faculdade de Ciências Contábeis de Afonso Cláudio
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação e Cultura
PIO XII – Faculdade de Estudos Sociais do Espírito Santo
SBT – Sistema Brasileiro de Televisão
UFES – Universidade Federal do espírito Santo
USP – Universidade de São Paulo
UVV – Centro Universitário de Vila Velha
UNAMA – Universidade da Amazônia
UNESC – Centro Universitário do Espírito Santo
UNIEST – Faculdade de Cariacica
UNILINHARES – Faculdade de Ciências Aplicadas Sagrado Coração
UNIVEN – Faculdade Capixaba de Nova Venécia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
.....................................................................................................
15
1.1
C
ONTEXTO
..................................................................................................
15
1.2
C
ARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
..........................................................
17
1.3
O
BJETIVOS DA PESQUISA.........................................
..................................
18
1.3.1 Objetivo geral
...............................................................................
18
1.3.2 Objetivos específicos
................................................................
18
1.4
J
USTIFICATIVAS
.
........................................................................................
19
1.4.1 Diversidade de funções
............................................................
21
1.4.2 Quantidade de cursos
...............................................................
22
1.4.3 Resolução 03/92 — CFE
...........................................................
22
1.4.4 Lei nº 9.394/96 — Nova LDB
..................................................
23
1.4.5 Sugestão de Dissertação de Mestrado da FEA
/
USP
...........................................................................................
24
1.4.6 Carência de pesquisa
................................................................
24
2 REVISÃO DA LITERATURA
.........................................................................
26
2.1
A
EVOLUÇÃO DA
C
ONTABILIDADE NO MUNDO
.....................................
26
2.2
A
EVOLUÇÃO DA
C
ONTABILIDADE NO
B
RASIL
.....................................
28
2.3
O
ENSINO SUPERIOR DE
C
ONTABILIDADE NO
B
RASIL
.....................
30
2.3.1.
O Exame de Suficiência
...................................................
34
2.3.2.
O
Exame Nacional de Cursos
........................................
35
2.3.3 O SINAES
...............................................................................
37
2.3.4 As Diretrizes Curriculares
................................................
38
2.3.5 A pós-graduação em Contabilidade no Brasil.
.........
40
2.4
O
ENSINO SUPERIOR DE
C
ONTABILIDADE NO ESTADO DO
E
SPÍRITO
S
ANTO
.......................................................................................
42
3 METODOLOGIA
.................................................................................................
44
3.1
T
IPOS DE PESQUISA
............
.....................................................................
44
3.2
D
ELIMITAÇÃO DA PESQUISA
......................................................................
46
3.3
C
OLETA DE DADOS PRIMÁRIOS
................................................................
46
3.4
P
LANO AMOSTRAL
.......................................................................................
47
3.5
C
OLETA DE DADOS SECUNDÁRIOS
....................................................
50
4 ANÁLISE DOS DADOS
...................................................................................
54
4.1
I
NSTITUIÇÕES PESQUISADAS
.....................................................................
54
4.1.1
UFES
....................................................................................................
55
4.1.2
FCHV
...................................................................................................
55
4.1.3
FAESA
.................................................................................................
56
4.
2
O
RGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
....................................................
57
4.2.1
Característica das amostras por instituição, sexo,
estado civil e ano de formatura
......................................................
57
4.2.2 Participação em entidades de classe
.............................
59
4.2.3 Formação básica
....................................................................
60
4.2.4 Formação acadêmica
...........................................................
61
4.2.5 Ocupação durante o curso de graduação
....................
68
4.2.6 Ocupação ao final do curso de graduação
..................
69
4.2.7 Nível socioeconômico
........................................................
73
4.2.8 Ocupação atual
.......................................................................
74
4.2.9 Avaliação do curso
...............................................................
80
4.2.10 Outras informações sobre os egressos
.......................
83
5 CONCLUSÃO
.......................................................................................................
86
REFERÊNCIAS
.......................................................................................................
91
APÊNDICES
.............................................................................................................
95
ANEXOS
.....................................................................................................................
107
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
1.1
C
ONTEXTO
No município de Vitória, existem oito Instituições de Ensino Superior (IES)
que oferecem o curso de Ciências Contábeis, lançando no mercado, anualmente,
uma quantidade significativa de profissionais que, preparados ou não, partem para
enfrentar os desafios da profissão, dispersando-se para regiões de diferentes
localizações, condições econômicas, culturais e também profissionais, uma vez
que, muitos deles, não exercem a profissão contábil.
Trata-se este estudo de um instrumento de cunho científico, que auxiliará
nas discussões que o curso de Ciências Contábeis, regulamentado no Brasil em
1945, tem sido alvo por parte de órgãos de classe, empresários, profissionais,
professores, estudantes, instituições governamentais etc. O foco principal dessas
discussões tem sido a qualidade dos serviços que estão sendo prestados pelos
profissionais formados por essas instituições.
Esforços em prol da melhoria do ensino superior de Contabilidade têm sido
intensificados, como o currículo mínimo aprovado pelo extinto Conselho Federal
de Educação (CFE) por meio da Resolução nº 03/92 (BRASIL,1992), cuja
elaboração contou com a participação do Conselho Federal de Contabilidade
(CFC).
O ensino superior vive um momento de transição no qual a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) — Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
—, (BRASIL, 1996), determina que as instituições de ensino superior devem ter
um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestre ou
doutor. Esse fato faz com que as IES busquem, no mercado, profissionais
titulados ou incentivem os componentes de seus quadros a freqüentarem um
curso que ofereça essa titulação. No processo de avaliação que o Ministério da
Educação (MEC) impõe às IES, atribui-se maior pontuação quanto melhor for a
titulação acadêmica de seu corpo docente.
O CFC tem estimulado, por meio de convênio com IES, a criação de
diversos cursos com vistas à formação de mestres em Contabilidade. Em
pesquisa desenvolvida em nível nacional, detectou-se a existência de mais de 400
cursos em funcionamento e de apenas 300 mestres e 80 doutores em
Contabilidade em sala de aula. “Até o ano de 2005, deverão existir, no País, pelo
menos, 400 professores com curso de mestrado, conforme exigência da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB)”. (CFC, 2002, p. 4).
Outra novidade trazida pela LDB foi o fim do currículo mínimo obrigatório
para os cursos de graduação. Com a publicação das novas diretrizes para o curso
de Ciências Contábeis, que ocorreu em 03 de abril de 2002, as instituições que
oferecem o curso de Ciências Contábeis devem constar em seus projetos
pedagógicos, além do perfil do profissional que deseja formar, quais as
competências e habilidades que eles devem possuir, conforme mencionado na
Lei: “[...] as competências intelectuais que reflitam a heterogeneidade das
demandas sociais” (BRASIL, 1996).
As deficiências existentes na formação acadêmica dos cursos oferecidos
pelas IES são reveladas na prática no mercado de trabalho onde o recém-
formado precisará demonstrar o aprendizado adquirido em sua vivência
acadêmica. Obviamente, é nesse momento que as lacunas existentes em função
de diferentes fatores serão evidenciadas. Essa é uma das razões que demonstra a
importância de se conhecer o perfil dos egressos dos cursos de Ciências
Contábeis, pois assim será possível oferecer sugestões que melhor possam
adequar a vida acadêmica com a vida profissional do formado.
Diante do exposto, a pesquisa buscou identificar como estão se inserindo
no mercado os egressos dos cursos de Ciências Contábeis do município de
Vitória, além de buscar informações que possibilitem traçar o perfil desses
egressos.
1.2
C
ARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
O foco da pesquisa concentrar-se-á em identificar características e atitudes
dos egressos dos cursos de Ciências Contábeis, as percepções deles em relação
ao ensino e as contribuições da formação acadêmica para a vida profissional do
graduado.
Infere-se que a formação acadêmica esteja relacionada à vida profissional
de seus egressos a partir da observação de alguns fatores que são comuns a
esse curso, como a falta do estágio obrigatório, a conciliação entre trabalho e
estudo, a falta de professores qualificados, a predominância do período noturno do
curso, dentre outros, e que culminam em impactos na sua formação.
A partir dessas observações, surgiram então alguns questionamentos:
1. Qual o perfil socioeconômico-cultural dos egressos do curso de Ciências
Contábeis do município de Vitória?
2. Qual a relação dos egressos com a educação continuada?
1.3
O
BJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo geral da pesquisa é obter elementos a partir de observações
junto aos egressos dos cursos de Ciências Contábeis do município de Vitória, que
contribuam para a análise e avaliação do seu perfil e para propor sugestões e
caminhos a serem trilhados no sentido de melhoria do ensino e obtenção de
melhores resultados.
Em termos gerais, pretende-se averiguar aspectos relacionados à formação
e inserção no mercado de trabalho dos bacharéis em Ciências Contábeis
graduados no município de Vitória.
1.3.2 Objetivos específicos
Especificamente, pretende-se:
1 Identificar as dificuldades de realização do curso e a sua importância
para a vida profissional e pessoal;
2 Conhecer a relação dos formados com a educação continuada;
3 Identificar características e atitudes do egresso do curso de Ciências
Contábeis;
Finalmente, a pesquisa pretende servir de estímulo e subsídio à produção
de outras pesquisas dessa natureza.
1.4
J
USTIFICATIVAS
Ao submeterem os projetos de seus cursos para apreciação do MEC, as
IES traçam o perfil do profissional que desejam formar, suas habilidades e
competências.
Importante se faz conhecer o perfil dos egressos que estão sendo
formados, para que as IES verifiquem se realmente estão formando profissionais
com o perfil no qual se propuseram.
A porcentagem de contadores em relação à de técnicos em Contabilidade
aumentou consideravelmente no período pesquisado, 1996 a 2000. A Tabela
constante no Apêndice A mostra que, no início de 1996, 38,97% dos profissionais
registrados no CRC/ES eram contadores, enquanto que, em 2000, esse número
passou para 45,46%.
Constata-se, ainda que o número de técnicos, que era de 3.772 em 1996,
caiu para 3.703 em 2000, representando uma queda de 1,83 por cento, enquanto
que o número de contadores, nesse mesmo período, aumentou de 2.409 para
3.086, representando um crescimento na ordem de 28,10%, conforme destacado
no Apêndice A.
Esses números mostram que os profissionais da área contábil estão
procurando cada vez mais o curso superior, seja pelos técnicos que estão
buscando a graduação, seja pela preferência ao curso superior ao invés do nível
médio, ou ainda porque o mercado não es mais interessado em recrutar
técnicos.
Segundo Iudícibus e Marion (apud NOSSA, 1999, p. 2), a educação, de
maneira geral, passa por um período crítico, culminando em deficiências na
formação acadêmica de vários cursos. No curso de Ciências Contábeis, a
realidade não é diferente.
Oliveira (1995) menciona que as deficiências existentes na formação
acadêmica são fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem e
causam impacto na característica dos egressos dos cursos. Por isso, é importante
analisar o perfil desses egressos para que, a partir dessa análise, possam surgir
sugestões de quem vivenciou o ensino e a prática para contribuir com a melhoria
do curso.
Segundo Dutra (2001, p. 59), existe um abismo entre o ensino teórico e a
prática contábil, pois o conteúdo da educação profissional dos contadores é
inadequado para os futuros profissionais. “Apesar de já conhecermos esse
abismo, pouco foi desenvolvido para quantificar e identificar as diferenças entre
acadêmicos e práticos”.
As razões elencadas a seguir demonstram a importância de um trabalho
desta natureza:
1 Diversidade de funções
2 Quantidade de cursos
3 Resolução 03/92 – CFE
4 Lei nº 9.394/96 – LDB
5 Sugestão de Dissertação de mestrado da FEA/USP (OLIVEIRA,
1995)
6 Carência de pesquisa
1.4.1 Diversidade de funções
De acordo com Marion (1998, p. 31), o campo de atuação para o formado
de nível superior em Contabilidade é muito vasto. Existem, pelo menos, 16 opções
de funções para o bacharel em Ciências Contábeis exercer sua profissão:
a) Contador Geral
b) Contador de Custos
c) Controller
d) Subcontador
e) Contador Fiscal
f) Auditor (interno ou externo)
g) Consultor
h) Escritório de Contabilidade
i) Perito Contábil
j) Professor
k) Pesquisador
l) Escritor
m) Contador público
n) Fiscal de Tributos
o) Controlador de Arrecadação
p) Analista financeiro
Além da variedade de funções, também diferentes condições nas quais
ele pode atuar, conforme destaca Robles Jr. e Marion (1998, p. 65):
O currículo do curso de Ciências Contábeis deverá prever ainda as
diversas condições que o profissional contábil poderá exercer as suas
atividades, ou seja: na condição de profissional liberal (ou autônomo), de
empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar, de sócio de
qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de conselheiro de quaisquer
entidades ou, em qualquer situação jurídica definida pela legislação.
Como se percebe, uma diversidade de opções nas quais o graduado no
curso de Ciências Contábeis pode atuar, constituindo uma das razões para se
fazer uma pesquisa dessa natureza.
1.4.2 Quantidade de cursos
Nos últimos anos, ocorreu um grande crescimento na quantidade de cursos
superiores. No curso de Ciências Contábeis, essa realidade não foi diferente.
Conforme demonstra o Apêndice C, em 1999, havia apenas 11 cursos no estado
do Espírito Santo. Atualmente, somam-se 24 cursos de Ciências Contábeis neste
Estado (Apêndice B), dos quais oito estão instalados na capital do Estado.
É importante saber como estão se inserindo no mercado os profissionais
que se formam nesses cursos, para que as IES possam adaptar seus currículos à
necessidade do mercado. Cabe ressaltar que nem todas as instituições estão
conseguindo demanda para a quantidade de vagas autorizadas pelo MEC; com
isso, algumas salas de aula estão com um número reduzido de alunos.
1.4.3 Resolução 03/92 — CFE
A relação dessa resolução com a escolha do tema é justificada pelo fato de
que ela trouxe inovação para o ensino da Contabilidade, conforme destacam
Robles Jr. e Marion (1998 p. 39):
Pode-se dizer que a Resolução 03/92 trouxe
grande contribuição e aprimoramento para o ensino da Contabilidade no Brasil.
Apesar de algumas falhas serem indicadas, o saldo, a nosso ver, foi positivo”.
A partir do ano de 1996, os primeiros formados nessa nova estrutura
curricular começaram a se inserir no mercado. É importante conhecer o perfil dos
formados de um sistema de educação que passou por uma reformulação para
avaliar seu impacto e até mesmo para comparar com o perfil de formados numa
outra estrutura.
1.4.4 Lei nº 9.394/96 – LDB
Quatro anos depois de lançar diretrizes que mudaram radicalmente a
estrutura dos cursos, o MEC altera novamente as diretrizes dos cursos de
graduação com o lançamento do que foi conhecido como “Nova LDB”.
A grande diferença está no fim do currículo nimo obrigatório, devendo
cada instituição informar, no projeto pedagógico de seu curso, além do perfil, que
habilidades e competências deve ter o profissional que irá formar.
O mercado encarrega-se de determinar o perfil e as habilidades do
profissional que as IES deverão formar, além de sinalizar a necessidade de novos
contadores, que fará com que essa necessidade seja suprida mediante a
matrícula de novos alunos nos cursos de Ciências Contábeis.
Logo, as características de perfil, competências e as habilidades que o
contador deve ter são aquelas determinadas pelo mercado.
Por isso, importante se faz verificar a inserção do formado no mercado de
trabalho, uma vez que a experiência dos egressos que exercem plenamente a
profissão revela as lacunas de formação frente às necessidades do mercado.
E, por meio dessas lacunas, sugestões poderão ser apontadas com o
intuito de adequar a formação acadêmica à necessidade do mercado, servindo
como referencial para que as IES estabeleçam o perfil, competências e
habilidades do formado em seu projeto pedagógico, atendendo assim às
exigências da Nova LDB, mediante uma realidade pesquisada cientificamente.
1.4.5 Sugestão de dissertação de mestrado da FEA/USP
Outra fonte de inspiração para a realização da pesquisa é um trabalho
semelhante que foi realizado na cidade de Fortaleza como dissertação de
mestrado na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São
Paulo (FEA/USP) e uma das sugestões de pesquisa futura da autora foi que se
desenvolvesse pesquisa semelhante em outras regiões, a fim de se detectar os
problemas existentes e sugerir soluções para estes (OLIVEIRA, 1995).
1.4.6 Carência de pesquisa
Outro fator relevante à realização deste trabalho é que, na literatura, é
possível verificar algumas abordagens relacionadas ao assunto, mas poucas que
focam o Estado do Espírito Santo. Encontrou-se apenas uma pesquisa realizada
por um aluno do curso de Especialização em Contabilidade Gerencial da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que abordou o perfil dos egressos
do curso de Ciências Contábeis que estão inscritos no Conselho Regional de
Contabilidade do estado do Espírito Santo (CRC/ES) (SALLES, 2001).
Não pesquisa alguma dessa natureza no estado do Espírito Santo, que
aborde todos os egressos inscritos ou não no CRC/ES; isso incentivou o
desenvolvimento da presente pesquisa.
Capítulo 2
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 A
EVOLUÇÃO DA
C
ONTABILIDADE NO MUNDO
A Contabilidade é um sistema de informação que visa suprir necessidades
dos diversos usuários a respeito da entidade, seu patrimônio e sua situação
econômica, financeira e social. Segundo Iudícibus (2000, p. 30), a Contabilidade é
tão antiga quanto o homem e sempre teve como objetivo mensurar a riqueza das
entidades, mesmo quando de forma rudimentar.
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 39) dizem que não um inventor da
Contabilidade e os primeiros vestígios da escrituração por partidas dobradas
surgiram em centros de comércio no norte da Itália nos séculos XIII e XIV. O
primeiro codificador da Contabilidade foi um frei franciscano chamado Luca
Paccioli, que encerrou sua carreira lecionando matemática na Universidade de
Roma. Em 1494, publicou um livro intitulado Summa de arithmetica, geometria,
proportioni et proportionali, em que incluía uma seção sobre o sistema de
escrituração por partidas dobradas, denominada Particularis de Computis et
Scripturis, que descrevia o sistema de partidas dobradas e apresentava o
raciocínio em que se baseavam os lançamentos contábeis. A publicação dessa
obra foi um fato muito importante e o mais marcante para a Contabilidade como
ciência, pois o que havia a aquela data eram vestígios e fragmentos de sua
existência.
Segundo Oliveira (1995, p.117), um marco que registrou o início da
evolução da Contabilidade foi o surgimento da moeda, sendo necessário elaborar
uma técnica para registrar as operações realizadas, que ficou conhecida como
“método das partidas simples”, que se resumia na anotação dos direitos, das
obrigações e dos bens que eram demonstrados num elenco de itens avaliados
monetariamente.
De acordo com Schmidt (2000, p. 50), no período de 1494 a 1840, deu-se a
consolidação do sistema contábil de partidas dobradas, com sua adoção e
disseminação por todo mundo. Durante esse período, a Contabilidade viveu uma
fase de pouco desenvolvimento, ficando conhecida como Idade da Estagnação
Contábil.
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 47) relatam que o surgimento da
profissão contábil deu-se com o advento da Revolução Industrial e, em 1773,
existiam 7 contadores. No início do século XIX, havia menos de 50 contadores
públicos registrados na lista das principais cidades da Inglaterra e da Escócia e
esses números cresceram rapidamente em conseqüência da aprovação da Lei
das Companhias em 1844, que passou a exigir balanços aprovados por auditores.
Após esse período, Hendriksen e Van Breda (199, p. 55-61), relatam sobre
a criação das principais entidades contábeis:
Em 1887, os profissionais americanos fundaram a Associação Americana
de Contadores Públicos — American Institute of Certified Public Accounts.
Em 1957 iniciaram-se os movimentos que culminaram com a criação do
APB Accounting Principles Boards , cujo objetivo era examinar as
premissas Contábeis, a identificação dos melhores princípios e a
formulação de novos métodos para orientar as empresas e os contadores
profissionais.
Nos anos 70, houve a criação do FASB Financial Accounting Standard
Board em substituição ao APB que assumiu prerrogativas de órgão
legislativo, impondo normas restritivas.
2.2
A
EVOLUÇÃO DA
C
ONTABILIDADE NO
B
RASIL
No Brasil, a Escola Italiana influenciou, desde a época Imperial até bem
pouco tempo, no estudo da Contabilidade, que evoluiu sob a influência das
escolas que predominaram no mundo.
A Contabilidade brasileira pode ser dividida em dois estágios de
desenvolvimento: antes e depois de 1964, e o que marca essa divisão é
exatamente a mudança de influência da Escola Italiana para a Escola Norte-
americana. Em 1964, o professor José da Costa Boucinhas introduziu um novo
método de ensino da Contabilidade.
O professor Boucinhas adotou o método didático norte-americano,
baseado no livro Introductory Accounting, de Finney & Miller. A partir dessa
mudança de orientação didática, a influência dos autores italianos e das
escolas de pensamento italianas foi sendo substituída pelos autores norte-
americanos. (SCHMIDT, 2000, p.209).
Schmidt (2000, p. 206) relata que a primeira instituição a ensinar
oficialmente a Contabilidade no País foi a Escola de Comércio Álvares Penteado,
criada em 20 de abril de 1902 com o nome de Escola Prática de Comércio; teve
seus cursos de Guarda-Livros e de Perito-Contador reconhecidos pelo Decreto
Federal 1.339, de 9 de janeiro de 1905. Dessa escola, destacaram-se vários
autores com vasta produção literária, dentre eles: Francisco Dáuria e Frederico
Hermann Júnior.
Schmidt (2000, p. 206-217) destaca ainda vários acontecimentos importantes
que culminaram no desenvolvimento da Contabilidade no Brasil. Dentre eles:
1907 é criada em São Paulo a Escola de Comércio Mackenzie College
pelo advogado norte-americano John Mackenzie.
1919 – é criado o Instituto Paulista de Contabilidade por iniciativa de
alguns formados da Álvares Penteado.
1931 – regulamentação da profissão de contador pelo Decreto nº 20.158.
1940 instituição da primeira Lei das Sociedades por Ações pelo Decreto-
Lei nº 2.627.
1942 definição de lucro real e dos documentos e demonstrações
Contábeis que deveriam fundamentar o Imposto de Renda.
1946 – criação da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da
Universidade de São Paul, onde foi instituído o Curso de Ciências
Contábeis e Atuariais.
1946 criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de
Contabilidade.
1964 introdução do novo método de ensino da Contabilidade subsidiado
em autores norte-americanos.
1965 regulamentação do mercado de capitais e criação da figura do
auditor independente.
1966 defesa da tese de doutoramento do professor Sérgio de Iudícibus
na FEA-USP.
1971- elaboração do livro Contabilidade Introdutória por professores da
FEA-USP, que passou a ser adotado por quase todas as faculdades do
Brasil.
1972 defesa da tese de doutoramento na FEA-USP dos professores
Stephen Charles Kanitz e Eliseu Martins.
1976 criação da CVM e publicação da nova Lei das Sociedades por
ações. Lei nº 6.404 de 15 de dezembro.
1981 o Conselho Federal de Contabilidade emite Resolução
disciplinando as Normas Brasileiras de Contabilidade.
1982 apresentação da dissertação do professor José Carlos Marion na
FEA-USP.
1993 CFC baixa resolução 750 que trata dos Princípios Fundamentais
de Contabilidade.
Segundo Iudícibus (2000, p. 36), aqui, no Brasil, com a demora do
surgimento e amadurecimento de órgãos de classe, associações e entidades
representativas da classe contábil e, ainda, com o lento desenvolvimento
educacional e profissional da sociedade, muitas orientações que nortearam a
prática contábil tiveram que ser editadas por autoridades governamentais. Estas
se adiantaram em relação aos profissionais, editando normas e princípios
contábeis, que sempre seguiam a tendência doutrinária contábil predominante no
mundo à sua época.
A partir da década de 80, mesmo que de forma ainda tímida, tem-se
verificado uma maior atuação dos órgãos de classe e associações ligados à
profissão quanto à emissão de pronunciamentos sobre assuntos contábeis,
situação que culminou com maior prioridade à educação continuada e reforma do
currículo de Ciências Contábeis na década de 90.
2.3
O
ENSINO SUPERIOR DE
C
ONTABILIDADE NO
B
RASIL
Os cursos de Contabilidade foram criados, em 1931, pelo Decreto nº
20.158, que instituiu o curso Técnico de Contabilidade, com duração de dois anos
para formar Guarda-livros e, de três anos, para formar Peritos Contadores. No
entanto, desde 1902, ensinava-se Contabilidade na Fundação Escola de Comércio
Álvares Penteado — “Escola Prática de Comércio”.
Em 1945, o Decreto-Lei 7.988 instituiu o curso de Ciências Contábeis e
Atuariais. Somente em 1949, a pioneira Fundação Álvares Penteado iniciou a
primeira turma de Ciências Contábeis e Atuariais.
Surge, em 1946, a Faculdade de Economia e Administração da
Universidade de São Paulo (FEA/USP), primeiro núcleo de pesquisa no Brasil
envolvendo a Contabilidade, que contribuiu de maneira extraordinária para a
qualidade do ensino superior da Contabilidade.
Em 1951, a Lei 1.401 tornou independente o curso de Ciências
Contábeis ao desmembrá-lo do curso de Atuariais, possibilitando aos
concludentes a possibilidade de receberem o título de Bacharel em Ciências
Contábeis.
Em 1962, por meio do parecer 397/62, o extinto Conselho Federal de
Educação dividiu o curso de Ciências Contábeis em dois ciclos: Formação Básica
e Formação Profissional. Trinta anos mais tarde, por meio da Resolução 03/92,
este Conselho fixou os conteúdos mínimos e a duração dos cursos de graduação.
O ciclo de Formação Básica era composto pelas disciplinas: Matemática,
Estatística, Direito e Economia. E o de Formação Profissional: Contabilidade
Geral, Contabilidade Comercial, Contabilidade de Custos, Auditoria e Análise de
Balanços, Técnica Comercial, Administração e Direito Tributário.
A Resolução de 1992, além de fixar os conteúdos mínimos e a duração dos
cursos de graduação em Ciências Contábeis, fixou também normas para todas as
Instituições de Ensino Superior elaborarem os currículos para os cursos de
Contabilidade, definindo o perfil do profissional que deseja formar.
Para Robles Jr. e Marion (1998, p. 8), essa Resolução trouxe grande
contribuição e aprimoramento para o ensino da Contabilidade no Brasil. Ele
destaca algumas novidades apresentadas pela Resolução:
- os currículos plenos serão elaborados para estimular o conhecimento
teórico e prático, permitindo o competente exercício da profissão da
profissão com vistas a atribuições específicas que serão conferidas;
- a validade do diploma em âmbito nacional; a assegurar condições para o
exercício com competência e com ética perante a sociedade;
- cada instituição de ensino deverá definir o perfil do profissional a ser por
ela formada em função das atribuições que serão conferidas e das
peculiaridades e necessidades de cada região e dos interesses da clientela
discente;
- o currículo pleno se elaborado por disciplinas e outras atividades
acadêmicas de forma e atingir o perfil por ela traçado;
- as disciplinas serão distribuídas em categorias de conhecimento e
obedecerão aos limites e percentuais de cada categoria de acordo com a
legislação em vigor.
Essa Resolução estabeleceu também que o curso de Contabilidade em
nível de graduação teria a duração mínima de 2.700 horas-aula, que seriam
integralizadas em um máximo de sete anos e um mínimo de quatro anos no curso
diurno ou cinco anos no curso noturno e ainda dividiu as categorias de
conhecimento em três: Categoria I – Conhecimento de formação geral de natureza
humanística e social; Categoria II Conhecimento de formação profissional; e
Categoria III – Conhecimentos ou atividades de formação complementar.
A quantidade de IES cresceu de forma desordenada no Brasil. Da mesma
forma, os cursos de Ciências Contábeis. Em 1998, eram 384 cursos (NOSSA,
1999, p. 38). Atualmente, conforme dados do INEP (2004), existem 772 cursos de
Ciências Contábeis no Brasil.
O número de instituições cresceu sem haver uma preocupação com os
aspectos qualitativos dos cursos e, em conseqüência, ex-alunos com pouco ou
nenhum conhecimento pedagógico passaram a fazer parte do corpo docente das
instituições. (NOSSA, 1999, p. 39).
No ano de 1996, ocorreu a XIV Convenção dos Contabilistas do Estado de
São Paulo, onde um grupo de pesquisadores realizou um worshop e identificou
diversos problemas no ensino da Contabilidade, indicando algumas propostas de
soluções. A partir desse evento, elaboraram um documento conclusório que foi
encaminhado ao Ministério da Educação, Cultura e Desportos. Nesse documento,
foram apresentados os problemas identificados e as propostas de soluções para
os seguintes tópicos:
1 Estrutura curricular do Ensino em Contabilidade
2 Aspectos pedagógicos no Ensino da Contabilidade
3 Metodologias de Ensino em Contabilidade
4 Pesquisa e Produção Científica em Contabilidade
5 Qualificação e Titulação de Docentes em Contabilidade
6 Informática no ensino de Contabilidade
7 Métodos Quantitativos e Estatísticos no Ensino da Contabilidade.
Iudícibus e Marion, citados por Nossa (1999, p. 2), fizeram o seguinte
questionamento em relação ao curso de Ciências Contábeis:
Será que as escolas de Contabilidade estão cumprindo sua função de
adequar o ensino às exigências do campo de avanço profissional contábil?
Será que estas escolas estão se esmerando no sentido de currículo,
laboratório de ensino, pesquisas, professores, metodologia de ensino,
material didático e de apoio etc. com o objetivo de melhorar o vel de
ensino?
Os autores concluem ainda que a situação é delicada e consideram como
principais deficiências do ensino de Contabilidade:
a) falta de adequação do currículo;
b) falta de um programa bem definido para a prática contábil;
c) falta de preparo do corpo docente;
d) deficiência na metodologia do ensino da Contabilidade Introdutória;
e) proliferação das instituições de ensino e órgãos de classe;
f) falta de exame de suficiência de âmbito nacional para o exercício da
profissão.
2.3.1 O Exame de Suficiência
A capacidade dos profissionais formados passou a ser avaliada pelo
Conselho Federal de Contabilidade, através dos Conselhos Regionais, que, a
partir do ano de 2000, instituiu o Exame de Suficiência, por intermédio da
Resolução CFC 853/99, que estabelece não ser concedido o registro
profissional ao formado que não for aprovado nesse exame.
O Exame de Suficiência é composto por uma prova a ser aplicada em todo
o território nacional no mesmo horário e data, abrangendo os seguintes
conteúdos:
Contabilidade Geral
Contabilidade de Custos
Contabilidade Pública
Contabilidade Gerencial
Noções de Direito Público e Privado
Matemática Financeira
Teoria da Contabilidade
Legislação e Ética Profissional
Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de
Contabilidade
Auditoria Contábil
Perícia Contábil
Português
Conhecimentos sociais, econômicos e políticos do País.
Desde sua criação, o Exame de Suficiência já teve 74.944 bacharéis em
Ciências Contábeis inscritos em nove exames. Desse total, 4.655 (sic) estiveram
ausentes no dia da prova. Dos 70.289 candidatos que se submeteram ao exame,
41.857 foram aprovados e 28.432 (sic) foram reprovados. Logo, a média
percentual de aprovação nos exames é de, aproximadamente, 60%.
A Resolução CFC 853/99, que instituiu o Exame de Suficiência,
considera que o objetivo do exame é “[...] o atendimento de um nível mínimo de
conhecimento necessário ao desempenho das atribuições deferidas ao
Contabilista” (CFC, 1999).
Se o exame está cumprindo bem o seu papel, pode-se concluir que 40%
dos egressos dos cursos de Ciências Contábeis saem das instituições de ensino
sem o nível mínimo de conhecimento necessário ao desempenho de suas
atribuições.
Esse quadro revela a desfavorável condição do ensino superior no Brasil,
quando comparado ao índice de aprovação de outros cursos, como o curso
superior de Direito, que apresenta um índice médio de 80% de reprovação
(QUEIROGA, 2004).
2.3.2 O Exame Nacional de Cursos
Os cursos de Ciências Contábeis foram inclusos no Exame Nacional de
Cursos (ENC), o chamado provão, no ano de 2002, por meio da portaria nº
1295/2001 do MEC, que determinou a avaliação dos cursos.
O Exame Nacional de Cursos de Graduação é um dos mecanismos de
avaliação dos cursos superiores que funcionou no país entre os anos de 1996 a
2003. Instituído pela Lei nº 9.131/1995 e realizado anualmente entre maio e junho,
o exame fora criado em 1995 para nortear os processos de decisão e de
elaboração de políticas de ações voltadas para a melhoria do ensino superior.
Em meio a avaliações mais abrangentes de universidades e faculdades,
como a de condições de oferta de ensino, o Provão visava avaliar a qualidade do
conteúdo pedagógico oferecido pela instituição. A avaliação era feita por meio de
um exame respondido por estudantes prestes a obter o seu diploma de
graduação.
Os exames eram elaborados com questões específicas de cada área.
Cada aluno recebia uma nota individual de desempenho. A partir do desempenho
de todos os alunos, tirava-se uma média das notas, que era conferida à instituição.
O curso avaliado obtinha, então, uma nota global que variava de A (a mais alta) a
E (a mais baixa). Três notas D ou E consecutivas no Provão (realizado
anualmente) e um CI (conceito insuficiente) no item corpo docente da avaliação
das condições de ensino seriam suficientes para o MEC determinar o início do
processo de reavaliação do curso. Com isso, a universidade ou faculdade, a partir
daí, tinha um ano para promover uma melhoria em seu sistema de ensino. Ao final
do prazo, deveria submeter-se a uma nova avaliação, que poderia resultar no
fechamento do curso, caso os resultados fossem insatisfatórios.
Em entrevista à Revista Brasileira de Contabilidade, em matéria elaborada
por Varella e Soares (2001, p. 17), o vice-presidente técnico do CFC, Olívio
Koliver, elogiou a inclusão do curso de Ciências Contábeis no ENC, acreditando
que esse fato contribuiria para melhoria na qualidade dos cursos. “[...] Queremos
acreditar na firmeza de propósitos do Ministro da Educação, Paulo Renato, de
realmente fechar os cursos ruins. Assim, os estudantes poderão procurar boas
escolas”. Em 2004, o MEC modificou a forma de avaliação dos cursos e os cursos
de Ciências Contábeis não foram contemplados nesse primeiro momento.
2.3.3 O SINAES
O provão foi substituído, com a Lei 10.861 de 14 de abril de 2004 (BRASIL,
2004), pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). O
novo Provão visa examinar quatro características da instituição: se faz uma
avaliação interna e externa, da infra-estrutura, relacionamentos interpessoais,
atividades desenvolvidas em cada curso, com atuação do corpo docente e dos
alunos; o desempenho dos estudos, focando as diretrizes curriculares; as
condições de oferta dos cursos, como infra-estrutura para seu funcionamento; e a
auto-avaliação, envolvendo pessoas de todos os segmentos que a compõem. No
ano de 2004, 13 cursos devem ser contemplados com o novo método de
avaliação, que permanece anual. Dessa forma, o sistema agrega mais elementos
de análise que, até então, se destinava ao exame nacional de cursos e a uma
comissão que verificava, in loco, a infra-estrutura das instituições. No SINAES, os
acadêmicos serão avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (ENADE).
No novo método de avaliação, o sistema escolherá duas amostragens, uma
de alunos cursando o primeiro ano letivo e outra de formandos.
2.3.4 As Diretrizes Curriculares
Por meio do Parecer nº CES/CNE 0146/2002, a Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação aprovou as Diretrizes Curriculares
Nacionais dos cursos de graduação em Ciências Contábeis (CNE, 2002),
atendendo, assim, à exigência estabelecida no inciso VII do artigo da nova
LDB, que pôs fim ao currículo nimo obrigatório. Na tabela 1, é possível verificar
as principais diferenças entre Currículo Mínimo e Diretrizes Curriculares
Nacionais.
Tabela 1 – Principais diferenças entre Currículo Mínimo e Diretrizes Curriculares Nacionais
CURRÍCULO MÍNIMO DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
Comprometido com a emissão de um diploma
para o exercício profissional.
Não vinculam o diploma ao exercício profissional,
pois os diplomas, de acordo com o art. 48 da
LDB, se constituem em prova, válida
nacionalmente, da formação recebida por seus
titulares.
Encerrava a concepção do exercício do
profissional, cujo desempenho resultaria
especialmente das disciplinas ou matérias
profissionalizantes, enfeixadas em uma grade
curricular, com os mínimos obrigatórios fixados
em uma resolução por curso.
Concebem a formação de vel superior como um
processo contínuo, autônomo e permanente, com
uma sólida formação básica e uma formação
profissional fundamentada na competência
teórico-prática, de acordo com o perfil de um
formando adaptável às novas e emergentes
demandas;
Inibia a inovação e a criatividade das instituições,
que não detinham liberdade para reformulações
naquilo que estava, por Resolução do CFE,
estabelecido nacionalmente como componentes
curriculares e até com detalhamento de
conteúdos obrigatórios.
Ensejam a flexibilização curricular e a liberdade
de as instituições elaborarem seus projetos
pedagógicos para cada curso segundo uma
adequação às demandas sociais e do meio e aos
avanços científicos e tecnológicos, conferindo-
lhes uma maior autonomia na definição dos
currículos plenos dos seus cursos.
Atuava como instrumento de transmissão de
conhecimentos e de informações, inclusive
prevalecendo interesses corporativos
responsáveis por obstáculos no ingresso no
mercado de trabalho e por desnecessária
ampliação ou prorrogação na duração do curso.
Orientam-se na direção de uma sólida formação
básica, preparando o futuro graduado para
enfrentar os desafios das rápidas transformações
da sociedade, do mercado de trabalho e das
condições de exercício profissional.
Pretendia, como produto, formar um profissional
“preparado”.
Pretendem preparar um profissional adaptável a
situações novas e emergentes.
Comum e obrigatório em diferentes instituições,
propôs a mensurar desempenhos profissionais no
final do curso.
Propõem ser um referencial para a formação de
um profissional em permanente preparação,
visando a uma progressiva autonomia profissional
e intelectual do aluno, apto a superar os desafios
de renovadas condições de exercício profissional
e de produção de conhecimento.
Era fixado para uma determinada habilitação
profissional, assegurando direitos para o exercício
de uma profissão regulamentada.
Devem ensejar variados tipos de formação e
habilitações diferenciadas em um mesmo
programa.
Fonte: Adaptada CNE (2002).
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em
Ciências Contábeis, esse curso deve contemplar um perfil profissional que revele
a responsabilidade social de seus egressos e sua atuação técnica e instrumental,
articulada com outros ramos do saber e, portanto, com outros profissionais,
evidenciando o domínio de habilidades e competências inter e multidisciplinares.
As Diretrizes Curriculares (MEC, 2002) estabelecem ainda que, quanto às
competências e habilidades, os bacharéis em Ciências Contábeis deverão ser
capazes de:
- utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem próprias das
Ciências Contábeis e Atuariais;
- demonstrar uma visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
- elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho
eficiente e eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos
organizacionais;
- aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
- desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a
liderança entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos
necessários aos controles técnicos, à geração e disseminação de
informações contábeis, com reconhecido nível de precisão;
- exercer suas funções com expressivo domínio das funções contábeis e
atuariais que viabilizem aos agentes econômicos e aos administradores de
qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento da sua
responsabilidade quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de
contas da sua gestão perante a sociedade, gerando também informações
para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de
valores orientados para a cidadania;
- desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de
controle gerencial;
- exercer, com ética e proficiência, as atribuições e prerrogativas que lhe
são prescritas através da legislação específica, revelando domínios
adequados aos diferentes modelos organizacionais.
2.3.5 A pós-graduação em Contabilidade no Brasil
Os cursos de pós-graduação em Contabilidade, em nível lato sensu, estão
presentes em praticamente todo o Brasil.
Apesar da grande quantidade de cursos de graduação em Ciências
Contábeis e do número reduzido de professores mestres e doutores em
Contabilidade, a quantidade de cursos de pós-graduação, em nível stricto sensu,
ainda é inexpressível. Atualmente, no Brasil, são dez os cursos de mestrado em
Contabilidade e apenas um de doutorado que figuram na lista dos cursos
recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES).
Três desses cursos foram descredenciados e encontravam-se em fase de
recurso no fechamento desta pesquisa.
A CAPES é uma instituição vinculada ao Ministério da Educação, criada em
1951, com várias atribuições, dentre elas, avaliar e recomendar periodicamente os
programas de pós-graduação stricto sensu.
Atualmente, os cursos de pós-graduação em Contabilidade recomendados
pela CAPES são:
1 Mestrado em Ciências Contábeis oferecido pela Fundação
Visconde de Cairu (FVC), localizada em Salvador – BA; disponibiliza
duas áreas de concentração: Gestão Pública e Gestão Empresarial.
2 Mestrado em Ciências Contábeis oferecido pela Universidade de
Brasília (UNB), localizada em Brasília DF, com concentração em
mensuração contábil.
3 Mestrado profissionalizante em Ciências Contábeis oferecido pelo
Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e
Finanças (FUCAPE), localizada em Vitória ES, com concentração
em Contabilidade e Finanças.
4 Mestrado em Ciências Contábeis oferecido pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizada no Rio de Janeiro
RJ.
5 Mestrado em Ciências Contábeis oferecido pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), localizada no Rio de Janeiro – RJ,
dispõe de três áreas de concentração: Auditoria, Contabilidade
Financeira e Contabilidade Gerencial.
6 Mestrado em Ciências Contábeis oferecido pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), localizada em São Leopoldo
RS, com concentração em Contabilidade e Controladoria.
7 Mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais oferecido pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), localizada
em o Paulo SP, com concentração em Ciências Contábeis e
Financeiras.
8 Mestrado Profissionalizante em Controladoria oferecido pela
Universidade Federal do Ceará (UFC), localizada em Fortaleza
CE, com concentração em Controladoria.
9 Mestrado em Controladoria e Contabilidade Estratégica oferecido
pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo (FACESP),
localizada em Brasília DF, com duas áreas de concentração:
Controladoria e Contabilidade Estratégica Aplicada e Ensino da
Contabilidade.
10 Mestrado em Controladoria e Contabilidade oferecido
Universidade de o Paulo (USP), localizada em São Paulo SP,
com concentração em Controladoria e Contabilidade.
11 Doutorado em Controladoria e Contabilidade oferecido
Universidade de o Paulo (USP), localizada em São Paulo SP,
com concentração em Controladoria e Contabilidade.
Os três cursos de mestrado que se encontravam em fase de recursos são
das seguintes instituições: FACESP, FCV, e UERJ.
2.4
O
ENSINO SUPERIOR DE
C
ONTABILIDADE NO ESTADO DO
E
SPÍRITO
S
ANTO
No Estado do Espírito Santo, o curso de Ciências Contábeis teve início em
1965, na Universidade Federal do Espírito Santo. A segunda instituição a
implantar o curso foi a FICAB (Faculdades Integradas Castelo Branco), situada em
Colatina, no ano de 1970, seguida pela Faculdade de Ciências Contábeis e
Administrativas de Cachoeiro do Itapemirim (FACACCI), em 1974, e depois pelo
Centro Universitário de Vila Velha (UVV), em 1976. Em onze anos, foram criados
quatro cursos e, somente doze anos depois, é que surgiu o quinto curso na
Faculdade de Ciências Aplicadas Sagrado Coração (UNILINHARES), em 1988.
Acompanhando a tendência de aumento do número de cursos superiores
em todo o País, o estado do Espírito Santo também registrou um grande
crescimento na quantidade de cursos, inclusive do curso de Ciências Contábeis
que, no ano de 1995, contava com nove cursos e, no ano de 2000, esse número
dobrou, passando a existir dezoito cursos. Atualmente, o Estado conta com 24
cursos (Apêndice B).
A proliferação das instituições de ensino acarretarão problemas que,
certamente, comprometerão a qualidade dos cursos, uma vez que não
professores qualificados para atuarem em tantos cursos e que o rápido
crescimento da quantidade de cursos se deu de uma forma desordenada, sem
observar a real demanda do mercado.
Outros problemas fazem parte do cotidiano capixaba, como as constantes
greves, a falta de professores na universidade pública, a manobra das IES
privadas para reduzir de cinco para quatro anos o tempo de duração do curso e a
falta de professores qualificados e com dedicação exclusiva ao ensino e pesquisa.
Em meio a esse cenário, como aspecto positivo, merece destaque o fato do
estado do Espírito Santo ser um dos poucos Estados brasileiros a abrigar um
programa de mestrado reconhecido pela CAPES, o da FUCAPE. Criada no ano de
2000, a instituição é uma fundação pública de direito privado que tem sido
referência nacional no ensino e pesquisa em Contabilidade.
Capítulo 3
3 METODOLOGIA
3.1
T
IPO DE PESQUISA
Para elaboração de um trabalho desta natureza, foi necessário utilizar-se
da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo, haja vista a existência de
abordagem teórica sobre o assunto. Cervo e Bervian destacam e explicam a
importância dessa metodologia:
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental.
Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais
ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema
ou problema.
(1996, p. 48)
Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 186), a pesquisa de campo: “é
aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou ainda descobrir
novos fenômenos ou as relações entre eles”.
A natureza da pesquisa levou à utilização de um questionário, cuja
elaboração tomou-se como base a pesquisa desenvolvida por Oliveira (1995)
sobre os egressos do curso de Ciências Contábeis no município de Fortaleza,
observando-se ainda as recomendações de Gil (1996, p. 87) para elaboração de
um questionário: “[...] torna-se necessário formular os objetivos específicos, que
indicam exatamente os dados que se pretende obter”.
Cervo e Bervian (1996, p.39), destacam que há dois tipos de perguntas que
podem ser utilizadas nos questionários: perguntas abertas e perguntas fechadas.
As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, ceis
de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas à
obtenção de respostas livres, embora possibilitem recolher dados
ou informações mais ricas e variadas, são codificadas e analisadas
com maiores dificuldades.
O questionário aplicado foi composto por 54 perguntas fechadas e incluem
dados sobre: formação básica, nível socioeconômico, formação acadêmica,
ocupação durante o curso de graduação, ocupação no final do curso de
graduação, ocupação atual, avaliação do curso e informações gerais. Os dados
obtidos com as respostas foram tabulados em planilhas eletrônicas, de onde foram
extraídos os resultados que sustentam as conclusões da pesquisa.
Para elaboração do questionário, foi utilizado o seguinte procedimento:
primeiro foram colhidas sugestões para organizá-lo da melhor forma; depois, o
questionário foi aplicado a alguns egressos (que não fazem parte da amostra),
onde se perceberam algumas deficiências, procurando-se assim corrigi-las.
Finalmente, o questionário foi encaminhado aos egressos selecionados para a
amostra.
3.2
D
ELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O período a ser pesquisado iniciou-se em 1996, haja vista que, nesse ano,
formou-se a primeira turma com a vigência do currículo mínimo obrigatório,
estabelecido em 1992.
O ano de 2001 não foi contemplado pela pesquisa, porque, no período de
investigação, os formados ainda não tiveram tempo hábil para requerer seu
registro no CRC/ES e tentar uma colocação no mercado de trabalho.
3.3
C
OLETA DE DADOS PRIMÁRIOS
A coleta de dados foi compreendida por duas etapas. Na primeira etapa, foi
enviado um ofício (Apêndice D) às instituições que oferecem o curso de Ciências
Contábeis e que formaram alunos no período pesquisado – 1996 a 2000 –,
solicitando a relação em ordem alfabética dos alunos formados. As três
instituições são: UFES, FAESA e FCHV, que atenderam prontamente à
solicitação. A relação contém informações sobre o domicílio, o telefone e o
endereço eletrônico dos formados.
Os dados primários compreendem as relações fornecidas pelas instituições.
Na segunda etapa da coleta de dados, foi enviado questionário para os
egressos selecionados para compor a amostra de cada instituição. Essa etapa
será mais detalhada no tópico Coleta de Dados Secundários.
A população ou universo da pesquisa é formada pelos alunos que se
formaram na UFES, na FAESA e na FCHV no período compreendido entre 1996 a
2000, compreendendo 1.099 egressos.
Milone e Angelini (1993, p.13), definem por população “... o conjunto de
elementos que tem alguma característica em comum que possa ser contada,
medida, pesada ou ordenada de algum modo e que sirva de base para as
propriedades que se quer investigar
”.
A quantidade de egressos por instituição é distribuída segundo a Tabela 2:
Tabela 2 – Quantidade de egressos por instituição
INSTITUIÇÃO Quantidade de
egressos
UFES 313
FCHV 328
FAESA 458
TOTAL 1.099
3.4
P
LANO AMOSTRAL
Diversos fatores, como o custo, a localização e o tempo disponível para
pesquisa, inviabilizaram pesquisar toda a população, sendo necessário extrair dela
uma amostra. Stevenson (1981, 9.58) diz que a finalidade da amostra é:
[...] fazer generalizações sobre todo um grupo sem precisar examinar cada
um de seus elementos. A parcela do grupo examinada é chamada
amostra, e o grupo todo do qual se extrai a amostra é designado como
população ou universo.
Para garantir a representatividade dos egressos de cada instituição, foi
utilizado o método de amostragem estratificada.
No caso de população heterogênea em que se podem distinguir
subpopulações mais ou menos homogêneas, denominadas estratos, é
possível utilizar o processo de amostragem estratificada. Após a
determinação dos estratos, seleciona-se uma amostra aleatória de cada
subpopulação (estrato). (FONSECA e MARTINS, 1996, p.182).
Dessa forma, teremos três estratos, a saber: UFES, FAESA e FCHV.
Para o cálculo da amostra, Fonseca e Martins (1996, p. 179) recomendam
a utilização da fórmula expressa na equação 1, que é empregada no cálculo do
tamanho de amostra quando a população é finita e a variável é nominal ou ordinal:
( )
qpZNe
NqpZ
n
ˆ
.
ˆ
.1
.
ˆ
.
ˆ
.
22
2
+
=
(1)
Onde:
N corresponde ao tamanho da população. Nesse caso, 1.099 alunos.
Z é o valor correspondente à ordenada da curva normal padrão, fixado um
nível de confiança. Para pesquisas dessa natureza, um nível de confiança
normalmente utilizado é o de 95%, obtendo-se o valor de 1,96 para Z. Geralmente,
arredonda-se para 2 o valor de Z, ficando o nível de confiança em 95,5%.
p
ˆ
é a estimativa da verdadeira proporção de um dos níveis da variável
escolhida. Segundo Oliveira (2003, p. 90), três maneiras de ser estimado o
valor de
p
ˆ
:
por valores históricos, amostra piloto e valor máximo para
p
ˆ
.
A última
alternativa, a do valor máximo, foi a utilizada. O valor de
p
ˆ
é 0,5.
q
ˆ
=
p
ˆ
1
= 0,5. O termo
p
ˆ
(
p
ˆ
1
) é uma parábola do 2º grau e seu
máximo ocorre em = 1/2 . Logo, nesse ponto, obtemos a estimativa que dará
maior amostra.
e corresponde ao erro amostral expresso em decimais. Conhecido como
erro de estimação, é a máxima diferença admitida entre a verdadeira proporção
(não conhecida) e a estimativa da verdadeira proporção. O erro de estimação
utilizado foi de 5% (0,05).
Aplicando-se a Equação, chegou-se à seguinte quantidade de alunos:
n = 4 x 0,5 x 0,5 x 1099
0,0025 (1099-1) + 4 x 0,5 x 0,5
n = 1099_____
2,745 + 1
n = 1.099__
3,745
n = 293,45 ± 294 alunos
Conhecidos os estratos e o tamanho total da amostra, determinou-se o
tamanho da amostra de cada estrato, empregando-se o conceito de amostragem
por cotas, distribuindo o tamanho total da amostra proporcionalmente à
quantidade de egressos em cada instituição. A Tabela 3 mostra como será a
distribuição de amostragem.
Tabela 3: Tamanho da amostra por IES
INSTITUIÇÃO
Quantidade de
egressos
Percentual de
egressos
Tamanho da
amostra por
instituição
UFES 313 28,48% 84
FCHV 328 29,85% 88
FAESA 458 41,67% 122
TOTAL 1.099 100,00% 294
3.5
C
OLETA DE DADOS SECUNDÁRIOS
Dados secundários são os dados obtidos com os questionários respondidos
pelos egressos selecionados de cada instituição. Essa fase levou cerca de 11
meses e ocorreu entre agosto de 2002 e junho de 2003.
Calculado o tamanho da amostra por instituição, foi necessário definir quais
os egressos que fariam parte dessa amostra. Para escolher os egressos de cada
instituição, utilizou-se o conceito de amostragem sistemática.
Trata-se se uma variação da amostragem aleatória simples, conveniente quando a
população esordenada segundo algum critério, [...]. Calcula-se o intervalo de
amostragem N/n aproximando-o para o inteiro mais próximo: a. Utilizando-se a
tábua dos números aleatórios, sorteia-se um número entre 1 e a, formando-se a
amostra dos elementos correspondentes aos números x; x+a; x+2a;... [...]. a = N/n.
(FONSECA e MARTINS, 1996, p.182)
Procedeu-se, então, ao cálculo do índice de sistematização de cada
instituição. A quantidade de egressos da UFES (N) é de 313. O tamanho da
amostra calculado (n) é de 84. Logo, o índice de sistematização da UFES é de
313/84. Isto é, 3,72, que é arredondado para 4. O índice de sistematização de
cada instituição foi calculado dessa forma.
A Tabela 4 demonstra o cálculo deste índice para cada instituição.
Tabela 4: Cálculo do índice de sistematização para cada IES
INSTITUIÇÃO Cálculo do índice de
sistematização (iS)
UFES 313/84 3,72 4
FCHV 328/88 3,72 4
FAESA 458/122 3,75 4
O índice de sistematização encontrado para cada instituição foi 4.
As três listas de alunos fornecidas pelas instituições foram numeradas. A
lista fornecida pela UFES foi numerada de 1 a 313; a lista da FCHV, de 1 a 328; e
a da FAESA, de 1 a 458.
Foi escolhido, aleatoriamente, um número entre 1 e 4 para cada instituição.
Para a UFES, escolheu-se o mero 2; para a FCHV, o número 1; e, para a
FAESA, o número 4.
O índice de sistematização foi empregado para definir quais alunos seriam
escolhidos a partir da lista fornecida por cada instituição. Na UFES, foram
escolhidos os egressos enumerados na lista: 2, 6, 10, assim por diante. Para a
FCHV, foram escolhidos os números: 1, 5, 9, ...; e, para a FAESA, os números 4,
8, 12, ... .
Cada pessoa selecionada recebia um telefonema em que se comunicava a
seleção para responder a um questionário que seria encaminhado ao seu correio
eletrônico; no entanto, primeiramente, era verificado o interesse em participar e
comunicada a importância de responder a ele o quanto antes.
Juntamente com o questionário, foi encaminhada carta de apresentação
solicitando colaboração para a pesquisa.
As listas fornecidas pelas instituições estavam com alguns dados
desatualizados, sendo necessário recorrer a outros meios para conseguir os
números de telefones. A maior dificuldade enfrentada nessa fase era contatar os
ex-alunos. Os horários em que estavam disponíveis eram variados, sendo
necessário telefonar para alguns diversas vezes, sendo que, em alguns casos,
houve a necessidade de entrar em contato em fins de semana, feriado ou horário
noturno.
Num primeiro contato, 42 pessoas foram descartadas, pois 12 delas
revelaram não ter interesse em participar da pesquisa e o restante foi impossível
de ser localizado. Alguns faleceram, outros estavam em outros Estados ou não
possuíam qualquer meio de contato.
Dos 252 questionários encaminhados, 153 foram recebidos e respondidos,
sendo 45 de egressos da UFES, 42 da FCHV e 66 da FAESA, o que representa
52,04% da amostra selecionada de 294 egressos, e 13,92% da população de
1.099 egressos.
Acredita-se que esse índice de 13,92% da população pode ser considerado
satisfatório, uma vez que se aproxima do índice de 16% obtido na pesquisa
realizada em Fortaleza (Oliveira, 1995, p. 80).
Tabela 5: Egressos que responderam ao questionário – por instituição
INSTITUIÇÃO EGRESSOS QUE RESPONDERAM
FCHV 27,45% 42
UFES 29,41% 45
FAESA 43,14% 66
TOTAL 100,00% 153
Capítulo 4
4 ANÁLISE DOS DADOS
Nos anos de 1996 e 1997, somente três instituições formaram alunos e, de
1998 a 2000, o universo é de quatro instituições.
Ressalta-se que um dos cursos foi reconhecido pelo MEC somente após o
ano de 2000 e não teve seus egressos incluídos nesta pesquisa, fato que não
influenciou nos resultados, pois, se os formados não tinham diploma, não
poderiam estar inscritos no Conselho Regional de Contabilidade.
Num primeiro momento, buscou-se descrever algumas características das
Instituições de Ensino Superior, cujos alunos foram pesquisados; depois,
procurou-se apresentar os resultados obtidos com as respostas ao questionário
que possibilitaram traçar um perfil dos egressos do curso de Ciências Contábeis.
4.1
I
NSTITUIÇÕES PESQUISADAS
A seguir, o apresentadas informações a respeito da três instituições que
oferecem o curso de Ciências Contábeis, cujos egressos foram alvos desta
pesquisa.
4.1.1
U
FES
A Universidade Federal do Espírito Santo foi a pioneira em oferecer o curso
de Ciências Contábeis, em 1965. Uma das maiores reestruturações do curso
ocorreu em 1996 pela Resolução n. º 03, do Conselho Federal de Educação
CFE. Com essa reestruturação, a grade curricular passou a ser mais flexível,
possibilitando ao graduando definir sua própria trajetória no decorrer do curso, ao
oferecer algumas disciplinas no horário matutino e noturno.
Anualmente, são oferecidas 90 vagas, sendo 45 em cada semestre. O
curso tem duração sugerida pela UFES de cinco anos, podendo ser concluído em
até sete anos conforme permissão pelo Conselho Federal de Educação.
É objetivo do curso de Ciências Contábeis da UFES:
formar profissionais capazes de conduzir e orientar questões patrimoniais,
financeiras e econômicas, desempenhando sua função como contadores
em empresas dos setores público e privado, como auditores (externos ou
internos), como peritos contábeis, como analistas de balanços, de créditos
e de custos, como controller, como pesquisadores, como consultores
contábeis, fiscais e tributários, como professores de
Contabilidade, como
assessores financeiros no planejamento e controle orçamentário (UFES,
2003).
4.1.2
F
CHV
A Faculdade de Ciências Humanas de Vitória foi a sétima instituição de
ensino a oferecer o curso de Ciências Contábeis no Estado de Espírito Santo,
sendo o terceiro curso do município de Vitória, criado em 1989, seu objetivo é “[...]
a formação de profissionais de Contabilidade atualizados e atentos às
necessidades contínuas de evolução do mercado de trabalho.“ (FCHV, 2003). O
curso tem por objetivo formar profissionais de Contabilidade para atuar nas mais
diversas atividades, tais como: auditoria independente, auditoria interna,
controladoria, perícia contábil, análise de demonstrações contábeis, além do
exercício da Contabilidade em si, seja como autônomo ou empregado
(FCHV,2003).
De acordo com a instituição, o curso propicia também a formação de um
profissional que possua visão holística, hábito de leitura, que saiba trabalhar em
equipe, que possua equilíbrio emocional e, especificamente falando da área
contábil, o mercado requer um profissional que atue como gestor, que "pensa o
negócio" da empresa, que analisa resultados, que faz projeções futuras e ajuda a
administrar a empresa. Anualmente, são oferecidas 100 vagas e o curso tem
duração de quatro anos.
4.1.3
F
AESA
A Faculdades Integradas Espírito-Santenses (FAESA) foi a primeira
instituição de ensino particular a oferecer o curso de Ciências Contábeis. Criado
em 1989, foi reconhecido pelo Decreto nº 1152, de 12 de agosto de 1993.
De acordo com a Instituição, o curso tem uma proposta curricular
construída pela equipe de professores, após análise de pesquisas realizadas junto
aos alunos e ao mercado, de forma a atender às expectativas dos alunos, que são
preparados para enfrentar a realidade empresarial, e as dos empresários, que
receberão profissionais capacitados tecnicamente e com espírito crítico e
empreendedor bem desenvolvido. Para isso, conta com um corpo docente
diversificado, compondo-se de profissionais que atuam no mercado e professores
pesquisadores, possibilitando aos alunos tanto vivência e discussão de situações
práticas como o aprofundamento no estudo das Ciências Contábeis.
No último ano do curso, o aluno pode optar em aprofundar seus
conhecimentos em duas áreas distintas (contabilidade societária ou controladoria),
de acordo com o seu perfil e a tendência do mercado.
Anualmente, são oferecidas 100 vagas, sendo 50 para o turno matutino e
as outras 50 para o turno noturno. O curso é concluído, no mínimo, em quatro
anos e, no máximo, em sete anos.
4.
2
O
RGANIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Conforme mencionado no início deste capítulo, são apresentados a seguir,
os resultados da pesquisa.
4.2.1 Características da amostra por instituição, sexo, estado civil
e ano de formatura
Tabela 6: Egressos – por instituição e sexo
MASCULINO FEMININO
QTDE % QTDE %
FCHV 26 61,90% 16 38,10%
UFES 25 55,56% 20 44,44%
FAESA 38 57,58% 28 42,42%
TOTAL 58,17% 64 41,83%
A Tabela 6 mostra a predominância do sexo masculino entre os bacharéis
em Ciências Contábeis no município de Vitória: 58,17% dos pesquisados são do
sexo masculino e 41,83% são do sexo feminino.
Outras pesquisas confirmaram a predominância do sexo masculino entre os
bacharéis em Ciências Contábeis. No município de Fortaleza, o sexo masculino
representa 54,6% (OLIVEIRA, 1995, p. 107). Em pesquisa realizada pelo CFC
sobre o perfil do contabilista no Brasil, verificou-se que este índice sobe para
72,98% (CFC, 1996, p. 13).
Os bacharéis em Ciências Contábeis do município de Vitória são em sua
maioria (55%) solteiros, conforme ilustrado na figura 1. No município de Fortaleza,
apenas 26,3% são solteiros (OLIVEIRA, 1995, p. 158). Dos profissionais atuantes,
18,12% são solteiros (CFC, 1996, p. 14).
SOLTEIRO
55%
CASADO
33%
OUTROS
12%
Figura 1: Egressos – por estado civil
Quanto ao ano de conclusão do curso, observa-se que, nos últimos três
anos do período pesquisado, houve um incremento na quantidade de formados,
ocorrência que pode ser explicada com o início de colação de grau pelos alunos
dos cursos implantados a partir do ano de 1990.
Tabela 7: Egressos – por ano de formatura
IES 1996 1997 1998 1999 2000 TOTAL
FCHV 17% 14% 19% 21% 29% 100%
UFES 16% 18% 20% 20% 27% 100%
FAESA 15% 21% 20% 20% 24% 100%
MÉDIA 16% 18% 20% 20% 26% 100%
A pesquisa revela que 45% dos egressos que se formaram no período
pesquisado buscaram se inscrever no Conselho Regional de Contabilidade. Deve
ser ressaltado que esse número não serve como referência para egressos
formados em outros períodos, pois a implantação do Exame de Suficiência a partir
do ano de 2000 fez com que os Conselhos Regionais de Contabilidade
registrassem uma grande procura por inscrições no ano anterior. Com isso, infere-
se que os recém-formados apressaram-se em fazer suas inscrições.
4.2.2 Participação em entidades de classe
Conforme pode ser constatado na Tabela 8, 23% dos pesquisados
participam de algum tipo de associação de classe: 3% participam de partidos
políticos, 7% participam de alguma associação, enquanto 13% participam de
sindicatos.
Sobre a participação dos egressos em associações de classe, pode-se
dizer que é muito tímida quando comparada com o resultado da pesquisa do CFC,
onde o percentual de contadores atuantes no mercado que participam de algum
tipo de associação é de 66,65% (CFC, 1996, p. 47).
Tabela 8: Participação em associações de classe (em %)
IES SINDICATO ASSOCIAÇÃO PARTIDO NÃO
PARTICIPA
TOTAL
FCHV 3 3 1 35 42
UFES 8 5 2 30 45
FAESA 9 3 1 53 66
TOTAL 20 11 4 118 153
% MÉDIO 13% 7% 3% 77% 100%
4.2.3 Formação básica
Em relação à formação básica, a pesquisa mostrou que o ensino
fundamental (antigo grau) foi cursado em escola pública por 46,41% dos
pesquisados, enquanto 40,52% o fizeram em escola particular e o restante,
13,07%, o fez de forma mista: parte em escola pública e parte em escola
particular.
O ensino médio (antigo 2º grau) apresentou um quadro bem semelhante ao
do ensino fundamental, uma vez que 45,10% freqüentaram a rede pública, 39,22%
a rede particular e 15,68% ambas as redes de ensino.
A grande maioria dos pesquisados, 71,90%, não possui o curso de Técnico
em Contabilidade, enquanto que 16,34% possuem essa formação e 11,76% não
responderam a esse questionamento.
Tabela 9: Formação básica dos egressos
FORMAÇÃO UFES FCHV FAESA MÉDIA
ENSINO FUNDAMENTAL
ESCOLA PÙBLICA 31% 45% 58% 46,41%
ESCOLA PARTICULAR 56% 36% 33% 40,52%
AMBOS 13% 19% 9% 13,07%
ENSINO MÉDIO
ESCOLA PÚBLICA 24% 55% 53% 45,10%
ESCOLA PARTICULAR 53% 29% 36% 39,22%
AMBOS 22% 17% 11% 15,68%
CURSO TÉCNICO
SIM 13% 17% 18% 16,34%
NÃO 82% 69% 67% 71,90%
EM BRANCO 4% 14% 15% 11,76%
Uma informação importante que a pesquisa proporciona é em relação à
formação básica dos egressos de instituições privadas confrontada com a dos
egressos da instituição pública: percebe-se que a maioria dos egressos da
instituição pública freqüentou escola particular durante a formação básica. A
situação se inverte quando observados os egressos das instituições privadas: a
maioria freqüentou escola pública durante a formação básica.
Essa informação comprova que o ensino público não proporciona ao aluno,
do curso pesquisado, igualdade de condições com o ensino privado no processo
seletivo para ingressar na universidade pública, onde existe um grande número de
concorrentes para cada vaga disponível.
4.2.4 Formação acadêmica
A Tabela 10 mostra que a maioria dos pesquisados, cerca de 31%, concluiu
o curso em quatro anos, sendo que 29% o fizeram em quatro anos e meio, 18%
em cinco anos, 9% em cinco anos e meio, 6% em seis anos, 5% em seis anos e
meio e 2% afirmaram que concluíram o curso em sete anos, prazo máximo
permitido pelo MEC.
Quando analisada isoladamente a instituição pública, percebe-se que a
grande maioria, 40% dos pesquisados, concluiu o curso em cinco anos, fato
explicado pelo prazo mínimo que o extinto Conselho Federal de Educação exigia
que os cursos durassem.
Com a redução do prazo mínimo autorizado pela LDB, que passou a vigorar
desde 1996, muitas faculdades adaptaram suas grades, de forma que os alunos
pudessem concluir o curso em menor tempo, fato que não ocorreu na UFES.
Outra informação importante que a análise por instituição fornece é em
relação ao tempo máximo gasto para concluir o curso. Percebe-se que, em média,
2% dos egressos o concluíram em 7 anos, sendo todos eles de instituições
privadas.
Tabela 10: Tempo gasto para concluir o curso
TEMPO GASTO UFES FCHV FAESA MÉDIA
4 anos 13% 36% 41% 31%
4 anos e meio 29% 24% 26% 26%
5 anos 40% 12% 14% 21%
5 anos e meio 9% 12% 8% 9%
6 anos
7% 10% 3% 6%
6 anos e meio
2% 5% 6% 5%
7 anos 0% 2% 3% 2%
A Tabela 11 traz informações quanto ao turno em que os entrevistados
freqüentaram o curso: 79% responderam que o freqüentaram no turno noturno,
enquanto 16% o fizeram em ambos os turnos, com predominância do noturno; 5%
responderam que fizeram em ambos os turnos, com predominância do diurno.
Nesse aspecto, não se verificam diferenças significativas entre os egressos da
UFES e das instituições particulares.
Tabela 11: Turno que freqüentaram o curso
TURNO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Noturno 78% 90% 73% 79%
Ambos, com predominância no diurno 0% 0% 11% 5%
Ambos, com predominância do noturno 22% 10% 17% 16%
Quanto ao motivo pela escolha do curso, foram apresentadas várias
repostas, mas, predominantemente, 37% responderam que fizeram a escolha em
função do mercado de trabalho, que ao formado a possibilidade de atuar em
diversas áreas.
Percebe-se, na Tabela 12, que há uma diferença significativa entre os
egressos da FAESA e os egressos das outras instituições. Cerca de 45% deles
afirmaram que escolheram o curso por causa do mercado de trabalho. A FAESA
realiza pesquisas junto aos alunos e ao mercado de trabalho para construir a
proposta curricular, o que, certamente, tem influenciado os ingressantes do curso
a optarem por ele.
O segundo motivo que os levou a escolher o curso foi a possibilidade de
trabalhar e estudar, com 16% de afirmativas para essa opção.
A vocação ficou em terceiro lugar. Quinze por cento afirmaram que
escolheram o curso por motivo de vocação, enquanto 14% responderam que
fizeram o curso por exigência do trabalho.
Tabela 12: Motivo pela escolha do curso
MOTIVO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Mercado de trabalho 31% 29% 45% 37%
Por possibilitar trabalhar e estudar 18% 21% 12% 16%
Vocação 18% 12% 15% 15%
Exigência do trabalho 11% 19% 14% 14%
Formação anterior compatível 7% 10% 6% 7%
Pouca concorrência no vestibular 7% 7% 5% 6%
Outros 9% 0% 0% 3%
A Tabela 13 traz informações sobre a faixa etária em que o curso foi
concluído. Percebe-se que não diferenças significativas entre os egressos das
diferentes instituições, em relação à faixa etária que concluiu o curso.
Tabela 13: Faixa etária de conclusão do curso
FAIXA ETÁRIA UFES FCHV FAESA MÉDIA
20 e 24 anos 47% 43% 55% 49%
25 e 29 anos 31% 33% 24% 29%
30 e 35 anos 13% 12% 15% 14%
Acima de 35 anos 9% 12% 6% 8%
Percebe-se, ainda, que os cursos de Ciências Contábeis lançam no
mercado pessoas bem jovens. Cerca de 78%, tem idade inferior a 29 anos.
Apenas 9% dos egressos pesquisados têm mais de 35 anos de idade.
A faixa etária de conclusão do curso verificada nos egressos do município
de Vitória é bem semelhante à do município de Fortaleza, em que 80% dos
egressos possuíam menos de 29 anos de idade (OLIVEIRA, 1995, p. 116)
Essa semelhança não é verificada quando a faixa etária é comparada com
a idade dos profissionais que estão atuando. Verifica-se que 62,15% dos
profissionais apresentam idade superior a 35 anos (CFC, 1996, p. 14).
Diante desses números, é possível concluir que está ocorrendo uma
renovação no quadro de profissionais, onde pessoas com menor faixa etária têm
ingressado na profiso.
Quanto à reprovação nas disciplinas, a Tabela 14 mostra que o índice de
aprovação é muito bom. Constatou-se que a maioria, cerca de 53,59%, concluiu o
curso sem ficar reprovado em qualquer disciplina, enquanto 29,41% ficaram
reprovados entre uma e três disciplinas, 12,42% reprovaram entre quatro e seis
disciplinas e 4,58% reprovaram em mais de seis disciplinas.
O bom índice de aprovação corrobora com o fato de a maioria dos egressos
ter concluído o curso em menos de cinco anos.
Tabela 14: Índice de reprovação nas disciplinas
SITUAÇÃO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Não reprovou. 48,89% 54,76% 56,06% 53,59%
Reprovou entre uma e três. 35,56% 23,81% 28,79% 29,41%
Reprovou entre quatro e seis. 11,11% 16,67% 10,61% 12,42%
Reprovou em sete ou mais. 4,44% 4,76% 4,55% 4,58%
A pesquisa buscou identificar também a porcentagem dos formados que já
haviam concluído outra graduação. Conforme ilustrado na Figura 2, 12% deles.
Não foi possível detectar qual graduação concluíram, uma vez que essa pergunta
foi aberta e diversas respostas foram apresentadas, muitas delas em áreas
correlatas ao do curso pesquisado, como Administração, Economia e Direito.
Alguns ainda possuem formação em Filosofia, História, Matemática, dentre outras.
EGRESSOS QUE POSSUEM OUTRA
GRADUÃO
sim
12%
o
88%
Figura 2: Egressos que concluíram outro curso de graduação
Foi perguntado aos egressos se haviam cursado ou se estavam cursando
algum curso de pós-graduação. Os resultados trazidos na Tabela 15 mostram que
cerca de 13,73% concluíram ou estavam cursando pós-graduação em nível de
especialização em outra área; 9,15% responderam que concluíram ou cursavam
pós-graduação em Contabilidade. Verifica-se que 5,22% cursavam mestrado,
sendo metade em Contabilidade e outra metade em outra área. Porém, 62,09%
responderam que não estão fazendo qualquer curso de pós-graduação.
Tabela 15: Pós-graduação (cursaram/cursam)
CURSO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Especialização em outra área 8,89% 16,67% 15,15% 13,73%
Especialização em Contabilidade 11,11% 7,14% 9,09% 9,15%
Mestrado em Contabilidade 4,44% 2,38% 1,52% 2,61%
Mestrado em outra área 2,22% 2,38% 3,03% 2,61%
Nenhum 68,89% 59,52% 59,09% 62,09%
Não responderam. 100,00%
4,44% 12,12% 9,80%
Foi perguntado também se os egressos pretendiam, nos próximos dois
anos, cursar outro curso de graduação ou algum curso de pós-graduação.
Verifica-se, na Tabela 16, que 57,52% se contentaram apenas com a graduação e
não pretendem freqüentar outro curso, enquanto 16,99% pretendem cursar pós-
graduação em Contabilidade; 9,8% pretendem cursar pós-graduação em outra
área, 7,84% querem cursar outra graduação, 6,54% almejam cursar mestrado e
1,31% pretende cursar doutorado.
Tabela 16: Cursos que pretendem fazer
CURSO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Curso de especialização nesta área 17,78% 14,29% 18,18% 16,99%
Curso de especialização noutra área 6,67% 9,52% 12,12% 9,80%
Outro curso de graduação 6,67% 9,52% 7,58% 7,84%
Curso de mestrado 8,89% 4,76% 6,06% 6,54%
Curso de doutorado 2,22% 0,00% 1,52% 1,31%
Não pretendem 57,78% 61,90% 54,55% 57,52%
Nesse aspecto, merecem destaque a pequena quantidade de egressos que
cursam ou pretendem cursar mestrado ou doutorado e o grande número que
responderam que não estão cursando e nem pretendem cursar qualquer curso de
pós-graduação.
Seria inviável esta pesquisa tentar identificar as razões que levaram os
entrevistados a fazerem tal afirmativa. Assim, sugere-se que sejam pesquisados
esses motivos em outra oportunidade.
4.2.5 Ocupação durante o curso de graduação
A Tabela 17 mostra que, enquanto faziam o curso de graduação, 82,35%
dos pesquisados afirmaram que trabalhavam ou estagiavam. A pesquisa buscou
identificar as principais dificuldades vivenciadas por aqueles que estagiaram.
Verificou-se que 60% destacaram, como principal dificuldade, a realização de
atividades desvinculadas da área da Contabilidade; 20%, no entanto,
responderam que os conhecimentos recebidos no curso não eram suficientes para
a realização do estágio; já 6,67% responderam que os ensinamentos do curso não
condiziam com a realidade empresarial; esse mesmo percentual respondeu que
não houve cooperação por parte das pessoas encarregadas pelos estágios;
somente 6,67% conseguiram realizar o estágio sem qualquer dificuldade.
Tabela 17: Dificuldades vivenciadas no estágio
DIFICULDADES APRESENTADAS MÉDIA
Realização de atividades desvinculadas da área da contabilidade 60,00%
Os conhecimentos recebidos no curso eram insuficientes para a realização do estágio 20,00%
Desvinculação dos ensinamentos recebidos no curso da realidade empresarial 6,67%
Falta de cooperação por parte das pessoas encarregadas dos estagiários 6,67%
Não encontrou dificuldades 6,67%
O estágio tem-se desvinculado de sua função de proporcionar ao aluno
uma complementação de seus estudos, possibilitando-lhe praticar o que ele tem
aprendido na teoria. Muitas empresas têm contratado estagiários como alternativa
para reduzir seus custos com mão-de-obra. No curso de Ciências Contábeis, essa
realidade não tem sido diferente, quando se constata que uma significativa parcela
dos egressos pesquisados queixa-se de exercer atividades desvinculadas de sua
formação.
4.2.6 Ocupação ao final do curso de graduação
Algumas mudanças ocorreram na vida dos egressos, com a conclusão do
curso de graduação em Ciências Contábeis. A pesquisa buscou identificar
algumas dessas mudanças, cujas informações estão demonstradas na Tabela 18,
em que se verifica que 20,92% dos entrevistados tiveram aumento real de salário
em seus empregos, o que é natural, uma vez que 14% afirmaram que se
matricularam no curso por exigência do empregador, como pode ser verificado na
Tabela 14. Outra mudança significativa que ocorreu foi o aproveitamento dos
estagiários como empregados. Verifica-se que 20,26% eram estagiários e foram
aproveitados, 18,30% ficaram sem ocupação, uma vez que estagiavam e não
foram aproveitados, 18,30% eram contratados e foram efetivados. 15,69% foram
promovidos, enquanto 6,54% tiveram outro tipo de acontecimento ou nenhum
acontecimento ocorreu com a conclusão do curso.
Tabela 18: Principal acontecimento com a conclusão do curso de graduação
ACONTECIMENTO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Tive aumento real de salário. 28,89% 14,29% 19,70% 20,92%
Era estagiário e fui aproveitado. 17,78% 21,43% 21,21% 20,26%
Era estagiário e não fui aproveitado. 13,33% 16,67% 22,73% 18,30%
Era contratado e fui efetivado. 13,33% 26,19% 16,67% 18,30%
Fui promovido. 20,00% 14,29% 13,64% 15,69%
Outros 6,67% 7,14% 6,06% 6,54%
Com a conclusão do curso de graduação, 35% dos pesquisados
responderam que não procuraram colocação no mercado de trabalho. 20%
conseguiram colocação imediatamente; 16% conseguiram em menos de três
meses; 15% levaram até 6 meses; e 14% levaram mais de seis meses para
conseguir colocação. A Figura 3 ilustra esses resultados.
mais de 6
meses
14%
até 6 meses
15%
até 3 meses
16%
imediatamente
20%
não buscou
35%
Figura 3: Tempo que levou para se colocar no mercado após conclusão do curso
Esses números revelam as condições favoráveis de emprego para os
egressos do curso de Ciências Contábeis. Pode-se observar que, dos alunos que
se formaram, 65% buscaram colocação no mercado de trabalho, sendo que 85%
deles (51% de 65%) conseguiram-na em menos de seis meses.
Em face da quantidade significativa de egressos que buscaram colocação
no mercado de trabalho, é importante salientar as razões que os levaram a ter tal
atitude, uma vez que a pesquisa buscou essa informação e a demonstra na
Figura 4.
Verifica-se assim que 21% dos egressos que não buscaram colocação no
mercado não vislumbravam qualquer possibilidade de consegui-la, por isso nem a
tentou. Verifica-se, ainda, que 11% foram trabalhar em empresa da família, 11%
preferiram continuar estudando, 9% tornaram-se empresários, a mesma
quantidade optou em estudar para concursos, 7% foram exercer outra profissão e
32% apresentaram outras razões, depreendendo-se que boa parte tenha
permanecido em seus empregos.
foi exercer
outra
profissão
7%
foi estudar
para
concursos
blicos
9%
continuou os
estudos
11%
tornou-se
empresário
9%
foi trabalhar
em empresa
da família
11%
não
conseguiu
espaço no
mercado de
trabalho
21%
OUTROS
32%
Figura 4: Razões pelas quais não buscou colocação no mercado
Ao serem perguntados quanto ao nível em que se sentiam preparados para
ingressar no mercado de trabalho, é possível constatar, na Figura 5, que apenas
26% dos pesquisados se consideraram adequadamente preparados para iniciar
suas atividades laborativas e 66% responderam que o curso freqüentado não foi
capaz de lhes proporcionar segurança para ingressar no mercado, considerando-
se pouco ou mal preparados.
É uma quantidade muito pequena, considerado o tempo de duração do
curso e a grade curricular que cada instituição disponibiliza e, ainda, o número de
cursos em funcionamento no período pesquisado.
Considerando, ainda, as competências e habilidades que as Diretrizes
Curriculares do Curso de Ciências Contábeis estabelecem para o egresso desse
curso, conclui-se que os cursos de Ciências Contábeis estão bem distantes de
atingir o que está estabelecido nesse documento.
Em pesquisa realizada pelo CFC junto aos contadores que atuam no
mercado, foi perguntado sobre o nível de preparação dos recém-formados para
ingressarem no mercado de trabalho sem a necessidade de receber treinamento.
Isto é, procurou-se saber se esses profissionais estavam aptos a atuar de forma
imediata. Apenas 1,48% dos contadores acham que o recém-formado está apto a
trabalhar sem receber treinamentos (CFC, 1996, p. 32).
o
respondeu
8%
muito bem
preparado
10%
bem
preparado
16%
pouco
preparado
25%
mal preparado
41%
Figura 5: Nível de preparo para ingressar no mercado de trabalho após a formatura
4.2.7 Nível socioeconômico
A seguir são apresentados o tipo de moradia e o nível de renda dos
egressos. Mais adiante, apresentam-se outras informações sobre seu nível
socioeconômico.
A Figura 6 ilustra as respostas obtidas sobre o tipo de moradia dos
egressos pesquisados: 63% afirmaram que moram em imóvel próprio,
enquanto 27% moram em imóvel alugado e 10% em imóvel cedido.
Figura 6: Tipo de moradia dos egressos
Quanto ao nível de renda, a pesquisa verificou que 37% ganham menos de
um mil reais por mês. 29% ganham entre um e dois mil reais, 19% ganham entre
dois e três mil reais, enquanto 12% responderam que ganham entre três e quatro
mil reais e apenas 3% ganham entre quatro e cinco mil reais, sendo que ninguém
afirmou que receba mais do que cinco mil reais por mês. A Tabela 19 mostra
esses valores.
CEDIDO
10%
ALUGADO
27%
PRÓPRIO
63%
Tabela 19: Nível de renda mensal
FAIXA SALARIAL
(em R$)
UFES FCHV FAESA MÉDIA
Menos de 1mil 22% 45% 42% 37%
Entre 1e 2 mil 31% 29% 29% 29%
Entre 2 e 3 mil 27% 17% 15% 19%
Entre 3 e 4 mil 16% 7% 12% 12%
Entre 4 e 5 mil 4% 2% 2% 3%
Mais de 5000 0% 0% 0% 0%
Quando se observa a faixa salarial dos egressos por instituição, é nítida a
diferença entre os valores recebidos pelos egressos da UFES e pelos egressos de
outras instituições. Observa-se que 47% dos egressos da UFES afirmam ganhar
mais de dois mil reais por mês, enquanto somente 29% dos egressos da FAESA e
26% dos egressos da FCHV situam-se nessa faixa salarial.
4.2.8 Ocupação atual
A pesquisa levantou informações sobre a ocupação atual dos egressos.
Cabe ressaltar que foram pesquisados os formados entre 1996 e 2000 e o
levantamento foi concluído no ano de 2003. Logo, os resultados apresentados a
seguir referem-se à situação dos egressos no ano de 2003.
A Figura 7 ilustra os resultados obtidos: 68% trabalham em áreas próprias
da profissão. Vale ressaltar que apenas 45% dos egressos se inscreveram no
Conselho Regional de Contabilidade, o que significa que um bom número de
profissionais esatuando sem o devido registro nesse Conselho. Apesar de a
pesquisa não ter levantado os motivos, infere-se que o Exame de Suficiência, que
passou a ser exigido a partir do ano de 2000, seja uma das causas para esse
elevado número de profissionais atuando sem registro.
Dos pesquisados, 16% responderam que não estão exercendo atividades
na área contábil, 11% não estão trabalhando e 5% não responderam a essa
pergunta.
não es
trabalhando
11%
Trabalha em
outras áreas
16%
não
respondeu
5%
Trabalha em
áreas
próprias da
profissão
68%
Figura 7: Ocupação atual dos egressos
Quanto à relação de trabalho, a Tabela 20 mostra que cerca de 70% dos
pesquisados trabalham como empregados; aproximadamente, 13% são
autônomos e 12% são empregadores, enquanto 5% possuem outra relação de
trabalho.
Tabela 20: Relação de trabalho na ocupação atual
RELAÇÃO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Empregado 66,67% 74,36% 69,09% 69,92%
Autônomo 17,95% 10,26% 10,91% 12,78%
Empregador 10,26% 12,82% 12,73% 12,03%
Outros 5,13% 2,56% 7,27% 5,26%
Total 100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Em relação ao tempo em que estão na ocupação atual, a Figura 8 ilustra as
respostas obtidas em que se verifica que 29% estão a menos de um ano, 32%
entre um e dois anos, 23% de dois a três anos e 16% estão nessa ocupação
mais de três anos.
mais de três
anos
16%
de dois a três
anos
23%
de um a dois
anos
32%
menos de um
ano
29%
Figura 8: Tempo em que os egressos estão na ocupação atual
A pesquisa procurou identificar a natureza jurídica das empresas que
empregam os bacharéis em Ciências Contábeis. Verifica-se, na Figura 9, que a
empresa privada nacional é a que mais emprega, integrando 54% desses
profissionais. As empresas públicas são responsáveis pela ocupação de 13%
deles, enquanto as autarquias ocupam 12% do montante; as empresas
multinacionais, por sua vez, apresentam o percentual de 10%; a seguir, vêm as
firmas individuais, com 7%. Quatro por cento se referem a outras empresas.
empresa
pública
13%
empresa
privada
multinacional
10%
empresa
individual
7%
outra
4%
autarquia
12%
empresa
privada
nacional
54%
Figura 9: Natureza jurídica das empresas que empregam os egressos
Foi identificado também, na pesquisa, o ramo de atividade das empresas
que empregam os bacharéis em Ciências Contábeis. As respostas obtidas estão
ilustradas na Figura 10. Verifica-se que as empresas comerciais são as que mais
oferecem ocupação na área contábil, sendo responsável por 36% das colocações
disponíveis. O ramo de serviços ficou em segundo lugar, ocupando 22%, seguido
pela área industrial, com 18%; logo após vem o ramo financeiro, com 8%; e,
finalmente, o de informática, com 7%. Nove por cento dos pesquisados trabalham
em empresas de outros ramos de atividades que não foram listados.
informática
7%
financeira
8%
industrial
18%
outra
9%
serviços
(exceto
informática e
financeira)
22%
comercial
36%
Figura 10: Ramo de atividade das empresas que empregam os egressos
Quanto à jornada diária de trabalho, a Figura 11 mostra que 39% dos
egressos trabalham oito horas por dia. 31% trabalham mais de 8 horas diárias,
21% trabalham 6 horas e 9% trabalham 4 horas.
Os egressos do município de Vitória apresentam carga horária diária de
trabalho semelhante a dos egressos do município de Fortaleza, onde 73%
trabalham no máximo oito horas diárias (OLIVEIRA, 1995, p. 185).
os profissionais que atuam mais tempo cumprem longos expedientes
de trabalho. 60,29% dos contadores trabalham mais de oito horas diárias (CFC,
1996, p. 19).
8 horas
39%
mais de 8
horas
31%
4 horas
9%
6 horas
21%
Figura 11: Carga horária média de trabalho diária dos egressos
A pesquisa buscou identificar, também, o grau de satisfação dos egressos
com a profissão. Apesar das dificuldades apresentadas, pode-se constatar, na
Tabela 21, que 63,40% estão satisfeitos com o ramo de atividade laboral que
escolheram.
Tabela 21: Grau de satisfação com a profissão
NÍVEL DE SATISFAÇÃO UFES FCHV FAESA MÉDIA
Estou muito satisfeito 42,22% 38,10% 34,85% 37,91%
Estou satisfeito 28,89% 26,19% 22,73% 25,49%
Estou pouco satisfeito 22,22% 26,19% 22,73% 23,53%
Não estou satisfeito 6,67% 9,52% 19,70% 13,07%
Apesar do bom nível de satisfação, 37% dos egressos pesquisados
responderam que pretendem mudar de profissão, constatando-se que 35% estão
insatisfeitos com a remuneração.
Tabela 22: Razões para mudança de profissão
RAZÃO PARA MUDANÇA UFES FCHV FAESA MÉDIA
A remuneração não é satisfatória 35,71% 33,33% 36,00% 35,02%
Concorrência em excesso 21,43% 22,22% 20,00% 21,22%
Desvalorização desta profissão 14,29% 16,67% 20,00% 16,98%
Outras razões 21,43% 16,67% 12,00% 16,70%
Concorrência desleal 7,14% 11,11% 12,00% 10,08%
Dos egressos que não pretendem mudar de profissão, a pesquisa buscou
identificar as razões para tal atitude. Conforme ilustrado pela Figura 12, a maioria
respondeu que está plenamente satisfeita com a profissão. Merece destaque o
fato de 27,08% não se sentirem atraídos por outra profissão, pois, quando
identificadas as razões que os levaram a escolher o curso, apenas 15% afirmaram
que o fizeram por vocação.
35,42%
17,71%
27,08%
19,79%
estou plenamente
satisfeito
acredito que
haverá valorizão
da classe
nenhuma outra
profissão me atrai
outras razões
Figura 12: Razões para não mudar de profissão
4.2.9 Avaliação do curso
Num curso de graduação com duração média de quatro anos e meio, como
é o curso de Ciências Contábeis, é natural que dificuldades e obstáculos surjam
no caminho de seus acadêmicos. Basta comparar a quantidade de alunos que
ingressaram com a quantidade de egressos de cada instituição no período
pesquisado.
Por esta razão, a pesquisa buscou identificar quais as dificuldades que os
egressos pesquisados vivenciaram durante a realização do curso.
A falta de recursos para custear o curso foi a principal dificuldade destacada
pelos egressos pesquisados; a Tabela 23 mostra que 13,73% se posicionaram
nesse sentido. Esse número é bem expressivo, levando-se em conta que somente
os egressos da FCHV e da FAESA escolheram essa opção; na UFES, todavia, o
curso é gratuito, razão pela qual nenhum egresso dessa Instituição escolheu essa
opção; mesmo assim, ela aparece com maior percentual de escolha.
É importante destacar que o crescimento da quantidade de cursos culminou
com uma verdadeira guerra de preços, o que obrigou algumas instituições
particulares a reduzir seus valores.
Em segundo lugar, aparece o empregador que impõe dificuldades à
realização do curso, opção com 12,42% de percentual. É necessário frisar que o
curso de Ciências Contábeis é, predominantemente, noturno. Via de regra, quem
o faz busca uma atividade remunerada no período diurno. Isso acarreta pouca
disponibilidade para realizar atividades extraclasse. Assim, há conflito entre a
necessidade de cumprir horas extras com o horário dos estudos e, muitas vezes,
observa-se a inflexibilidade do empregador em liberar o acadêmico para esse fim.
Outras dificuldades destacadas, com 11,76% cada, foram a falta de
estímulo dos professores e a baixa qualidade do curso.
Tabela 23: Dificuldades vivenciadas na realização do curso
DIFICULDADES APRESENTADAS %
Poucos recursos para custear o curso 13,73%
Dificuldades impostas pelo empregador 12,42%
Professores desestimulantes 11,76%
Baixa qualidade do curso 11,76%
Falta de base no curso de nível médio 9,80%
Dificuldades de aprovação em determinadas disciplinas 9,15%
Falta de tempo para dedicação às disciplinas do curso 8,50%
Dificuldades impostas pela família 8,50%
Não teve qualquer tipo de dificuldade para realização do curso 14,38%
A conclusão do curso de graduação em Ciências Contábeis proporcionou
mudanças na vida financeira e profissional de seus egressos. Apresentadas
algumas opções, a Tabela 24 mostra que 18,95% assinalaram que o curso lhes
ampliou os conhecimentos gerais. Enquanto 15,03% responderam que se
sentiram preparados para o mercado de trabalho como um profissional
generalista, 9,15% afirmaram que o curso ajudou-lhes a conseguir emprego,
transferiu conhecimentos úteis à atividade profissional ou aumentou a criatividade;
e 8,50% acham que o curso contribuiu para que fosse formado um profissional
preparado para resolver problemas de uma área específica.
Tabela 24: Principal mudança que o curso proporcionou à vida profissional
MUDANÇAS PROPORCIONADAS %
Ampliou os conhecimentos gerais. 18,95%
Preparou-me para o mercado de trabalho como um profissional generalista. 15,03%
Ajudou a conseguir emprego. 9,15%
Transferiu conhecimentos úteis à atividade profissional. 9,15%
Aumentou a criatividade. 9,15%
Treinou-me para ser um profissional preparado para resolver os problemas de
uma área específica.
8,50%
Possibilitou promoção funcional. 7,84%
Possibilitou maior estabilidade no emprego. 7,84%
Ampliou a capacidade de coordenar grupos de trabalho. 7,19%
Aumentou a capacidade de pensar criticamente. 7,19%
4.2.10 Outras informações sobre os egressos
A pesquisa buscou apurar ainda o hábito de leitura, a preferência por
emissoras de TV e a religião dos egressos.
A Figura 13 revela o jornal de preferência da maioria dos entrevistados,
alcançando o jornal A Gazeta o primeiro lugar, com 28%. O jornal A Tribuna foi
escolhido por 17% dos pesquisados e o jornal Notícia Agora, por 10%.
Não lê
diariamente
24%
O Globo,
Gazeta
Mercantil,
outros...
21%
Noticia Agora
10%
A Tribuna
17%
A Gazeta
28%
Figura 13: Jornais lidos diariamente pelos egressos
Os jornais O Globo, Gazeta Mercantil e outros foram escolhidos por 21%,
enquanto que 24% afirmaram não ter o hábito de ler jornal diariamente.
A revista mais lida pelos pesquisados foi a semanal Veja, com 23% de
preferência. 12% lêem a revista Isto é, sendo que o mesmo percentual ficou com a
revista Exame. 22% lêem outras revistas e 20% o têm o habito de ler revistas
periodicamente. A Figura 14 ilustra essas opções.
Outros...
22%
Exame
12%
Época
11%
Isto é
12%
Não lê
habitualmente
20%
Veja
23%
Figura 14: Revistas lidas periodicamente pelos egressos
Quanto à preferência por emissora de TV, a Globo foi a emissora preferida
dos pesquisados, com 29% de percentual; 13% afirmaram que preferem o SBT
(Sistema Brasileiro de Televisão). 10%, por sua vez, preferem a TV Bandeirantes,
enquanto 7% optam pela TV Educativa e 31% preferem outras emissoras que não
foram listadas, conforme ilustrado na Figura 15.
Outros...
31%
Bandeirantes
10%
SBT
13%
Record
10%
Globo
29%
Educativa
7%
Figura 15: Preferência por emissora de TV dos egressos
A Figura 16 ilustra as respostas obtidas da pergunta em que se busca
identificar a religião de que participam os entrevistados. Das opções
apresentadas, 49% responderam que participam da religião católica; 18%, da
evangélica; 7%, da espírita; e 26% afirmaram que participam de outras religiões
que não apareceram como opção.
outras
26%
esrita
7%
evangélica
18%
católica
49%
Figura 16: Religião de que os egressos participam
Capítulo 5
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho foi elaborado com o intuito de traçar o perfil dos
egressos dos cursos de Ciências Contábeis do município de Vitória. Para isso, foi
desenvolvida uma pesquisa de campo, sendo enviado um questionário aos
egressos dos cursos que graduaram alunos entre os anos de 1996 a 2000.
As três instituições de ensino alvo da pesquisa UFES, FCHV e FAESA
formaram 1.099 alunos, dos quais 294 foram selecionados de forma pré-
sistematizada para compor a amostra, que contou com 153 questionários
respondidos.
Os dados foram tabulados em planilha eletrônica Excel, que, depois de
analisados, produziram as conclusões que são compartilhadas nos tópicos a
seguir.
Grande parte dos egressos é da religião católica (49%), do sexo masculino
(58,17%), solteira (55%), mora em casa própria (63%), não possui registro
profissional no CRC (55%) e nem participa de organizações como sindicatos,
associações e partidos políticos (77%); 49 % concluíram o curso na faixa etária de
20 a 24 anos.
Estudaram em escola pública 46,41% dos entrevistados durante o ensino
fundamental; durante o ensino médio, o percentual cai para 45,10%; 16%
possuem o curso Técnico em Contabilidade.
A maioria dos egressos concluiu o curso entre quatro anos e quatro anos e
meio e o fez à noite, sem reprovar em qualquer disciplina.
A principal razão pela escolha do curso foi o mercado de trabalho, que
possibilita ao formado atuar em várias áreas. Influenciou também na escolha a
possibilidade de trabalhar durante o curso. A vocação ficou em terceiro lugar.
Cerca de 12% já possuíam outro curso de graduação e mais de 20%
concluíram ou estavam cursando pós-graduação em nível de especialização.
É curiosa a relação dos egressos com a educação continuada. Mais da
metade deles afirmou que não pensava em voltar a estudar, pelo menos nos dois
anos seguintes. Esse fato é preocupante, pois persistindo essa tendência,
emperra-se o avanço de pesquisas científicas e, conseqüentemente, a valorização
da profissão.
Enquanto estudavam, mais de 80% trabalhavam ou estagiavam. Com esse
resultado, o estágio precisa ser reformulado, pois 60% dos que estagiavam
afirmaram que realizavam atividades desvinculadas da área contábil, não
contribuindo em nada para sua formação.
Com a conclusão da graduação, algumas mudanças importantes
aconteceram: a maioria teve aumento real de salário, outra parcela dos
profissionais foi promovida, aproveitada do estágio ou efetivada do contrato.
Ao concluir a graduação, alguns procuraram colocação no mercado de
trabalho, tendo mais da metade conseguido a inserção em menos de seis meses.
Destes, mais de 60% informaram que o curso não lhes proporcionou segurança,
pois se sentiram pouco ou mal preparados para ingressar na atividade laboral, o
que pode estar vinculado à deficiência verificada no estágio.
Boa parte deles, cerca de 37%, recebe menos de um mil reais por mês,
enquanto aproximadamente 40% estavam na faixa entre um e três mil reais.
A maioria dos egressos trabalha empregada em empresa privada nacional
no ramo comercial, com jornada de trabalho de oito horas diárias e cerca de 45%
estavam na mesma ocupação mais de dois anos, enquanto aproximadamente
30% estavam há menos de um ano.
Os principais fatores que dificultaram a realização do curso foram a
escassez de recursos financeiros e as dificuldades impostas pelo empregador,
enquanto as principais mudanças que o curso lhes proporcionou foram a
ampliação dos conhecimentos gerais e a preparação para o mercado de trabalho
como um profissional generalista.
A maioria preferiu a Rede Globo como emissora de TV. Mais de 70%
afirmaram que lêem diariamente um jornal local, sendo A Gazeta o mais lido.
Oitenta por cento lêem revistas periodicamente; destes a maioria preferiu a Veja.
Percebeu-se que a maioria dos problemas do ensino contábil abordada na
literatura está presente no cotidiano dos cursos pesquisados.
Em boa parte das variáveis pesquisadas, perceberam-se condições mais
favoráveis dos egressos da UFES em relação aos egressos de outras instituições.
Vê-se a necessidade imediata das IES que oferecem o curso de Ciências
Contábeis adaptarem suas grades curriculares à necessidade do mercado,
visando formar profissionais aptos e seguros para ingressarem no campo
profissional.
O cliente da IES é o mercado e não o aluno. É preciso formar contadores
aptos a atuarem num mercado competitivo, globalizado e com necessidades
específicas. excesso de cursos em funcionamento e nem sempre a qualidade
tem sido priorizada. O mercado não está buscando uma elevada quantidade de
profissionais desqualificados e sim uma menor quantidade de profissionais com
uma qualificação elevada.
É natural que a segurança profissional venha com a experiência e a
experiência com a prática. Sendo assim, os cursos precisam deixar de formar
profissionais inseguros e mal preparados para ingressar no mercado. Uma boa
oportunidade de proporcionar uma experiência prática, que vem sendo
desperdiçada, é o estágio, que precisa tornar-se obrigatório e deixar de ser uma
mão-de-obra barata para as empresas. As IES devem monitorar a realização dos
estágios, de forma que eles realmente contribuam para uma melhor formação do
aluno.
Além da adaptação da grade curricular e da obrigatoriedade do estágio,
vão, a seguir, algumas sugestões para melhoria do ensino contábil e valorização
profissional.
Deve ser feito um esforço para conscientizar os profissionais e os alunos,
ainda na graduação, no sentido de que apenas o curso de graduação deixou de
ser formação suficiente para tornar-se um bom profissional. Especialização,
mestrado, doutorado devem estar nos planos dos futuros profissionais como
requisitos primordiais. Obviamente, os professores devem ser os primeiros a
passarem por esse processo de conscientização, uma vez que, muitos deles,
ainda não se deram conta dessa necessidade. Talvez, o CFC, por meio dos
CRCs, desenvolva bem esse papel.
O CFC precisa viabilizar a implementação de uma medida já discutida de
aplicar o chamado “Exame de Competência”, que consiste na avaliação dos
profissionais antigos, que não passaram pelo Exame de Suficiência, e exigir que
todos os profissionais comprovem que estão comprometidos com a educação
continuada.
Uma sugestão de pesquisa futura é traçar o perfil dos egressos que não
estão exercendo a profissão e compará-lo com o perfil dos que a exercem,
pesquisando também os docentes que certamente são ricas fontes de
informações.
Finalmente, espera-se que esta pesquisa sirva como elemento para
subsidiar uma discussão em torno da qualidade do ensino contábil ainda sirva de
estímulo para futuras pesquisas desta natureza.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei
4.024/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 nov. 1995. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/>. Acesso em: 15 maio 2004.
______. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em:
15 maio 2004.
______. Lei 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior – SINAES e outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, 15 abr. 2004. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br /ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.861.htm>.
Acesso em: 20 jul. 2004.
______. Decreto-lei n.º 20.158, de 20 de junho de 1931. Organiza o ensino
comercial, regulamenta a profissão de contador e outras providências. Diário
Oficial, Rio de Janeiro, 9 jul. 1931.
______. Decreto n. º 7.988, de 22 de setembro de 1945. Dispõe sobre o ensino
superior de Ciências Econômicas e de Ciências Contábeis e Atuariais. Diário
Oficial, Rio de Janeiro, 26 set. 1945.
______. Decreto n. º 9.245, de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal de
Contabilidade, define as atribuições do contador e do técnico em Contabilidade e
dá outras providências. Diário Oficial, Rio de Janeiro, 28 mai. 1946.
___________. Resolução nº 3, de 5 de Outubro de 1992. Conselho Federal de
Educação Ministério da Educação. Diário Oficial da União de 20.10.1992. Seção I,
p. 14721.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (Brasil). Parecer nº CES/CNE/0146 de 3
de abril de 2002. Dispõe sobre
as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de
graduação em Direito, Ciências Econômicas, Administração, Ciências Contábeis,
Turismo, Hotelaria, Secretariado Executivo, Música, Dança, Teatro e Design.
Diário Oficial da União, Brasília, 13 maio 2002. Seção 1. Disponível em: <
http://www.mec .gov.br/Sesu/diretriz.shtm#diretrizes>. Acesso em: 13 maio 2004.
CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron,
1996.
CFC implanta novos cursos de mestrado em Contabilidade. Jornal do CFC,
Brasília, p. 4, maio 2002.
______. Disponível em:
<
http: //www.cfc.org.br/qtos_somos.htm
>
. Acesso em: 30
jul., 2001.
______. O Perfil do Contabilista Brasileiro. Brasília, CFC, 1996.
______ (Brasil). Resolução nº 853, de 28 de julho de 1999. Diário Oficial da
União, Brasília, 29 out. 1999.
FCHV - FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE VITÓRIA. Ensino Superior.
Disponível em: <http://www.humanas.br/site/ensinosuperior/contabeis.html>.
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dez. 2003.
DUTRA, José O. Neto; MARINO, João Júnior; MORAIS, Leonardo T. Os cursos
de Ciências Contábeis no Brasil e o Conteúdo das Disciplinas de Sistemas de
Informação: A Visão Acadêmica versus a Necessidade Prática. Revista
Contabilidade & Finanças, Vitória, Ano XII, nº 27, p. 59-65, 2001.
FONSECA, Jairo S.; MARTINS, Gilberto A. Curso de Estatística. 6. ed. São
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Atlas, 1996.
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Tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
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ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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1998.
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1993.
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Contabilidade). USP, São Paulo, 1999. 158 p.
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Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade). São Paulo: FEA-USP,
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São Paulo: Saraiva, 2003.
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http://www.tribunadodireito.com.br/2004/maio/
Exame.html>. Acesso em: 20 jul. 2004.
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São Paulo: Julho, ano I, nº 5, p. 38-45. 1998.
SALLES, Anderson F. O perfil dos egressos do curso superior de ciências
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2000.
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Alfredo Alves de Faria. São Paulo: Harbra, 1981.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Biblioteca Central. Guia para
normalização de referências: NBR 6023/2000. Vitória, 2001.
_________. Biblioteca Central. Normalização e apresentação de trabalhos
científicos e acadêmicos: guia para alunos, professores e pesquisadores da
UFES. Vitória, 2001.
__________. Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas. Disponível em:
<http://www.ccje.ufes.br/05cg_graduccont.asp#>. Acesso em: 29 dez. 2003.
VARELLA, Márcio; SOARES, José. Exame Nacional de Cursos vai avaliar mais
de 400 cursos a partir de 2002. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília,
ano XXX , n. 131, 2001.
APÊNDICES
APÊNDICE A Quantidade de técnicos e contadores registrados no Conselho
Regional de Contabilidade do Estado do Espírito Santo.
ANO TÉCNICOS
(QUANTIDADE)
CONTADORES
(QUANTIDADE)
TOTAL
(QUANTIDADE)
TÉCNICOS
(%)
CONTADORES
(%)
1995 3772 2409 6181 61,03 38,97
1996 3386 2225 5611 60,35 39,65
1997 3451 2251 5702 60,52 39,48
1998 3787 2795 6582 57,54 42,46
1999 3822 3214 7036 54,32 45,68
2000 3703 3086 6789 54,54 45,46
Fonte: Adaptada do Conselho Federal de Contabilidade, 2001.
APÊNDICE B — Cursos de Ciências Contábeis no estado do Espírito Santo
NOME DA INSTITUIÇÃO SIGLA DA
INSTITUIÇÃO
CIDADE INÍCIO DO
CURSO
1.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO
UFES VITÓRIA 1965
2.
FACULDADES INTEGRADAS CASTELO
BRANCO
FICAB COLATINA 1970
3.
FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁ
BEIS E
ADMINISTRATIVAS DE CACHOEIRO DO
ITAPEMIRIM
FACCACI CACHOEIRO
DE
ITAPEMIRIM
1974
4.
CENTRO UNIVERSITÁRIO VILA VELHA UVV VILA VELHA 1976
5.
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS
SAGRADO CORAÇÃO
UNILINHARES LINHARES 1988
6.
FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO-
SANTENSES
FAESA VITÓRIA 1989
7.
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE
VITÓRIA
FCHV VITÓRIA 1990
8.
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE
ARACRUZ -
FACHA ARACRUZ 1990
9.
FACULDADE VITORIANA DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
FAVI VITÓRIA 1995
10 FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS
APLICADOS DE VIANA
FESAV VIANA 1996
11 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO
SANTO
UNESC SERRA 1999
12 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO ESPÍRITO
SANTO
UNESC COLATINA 1999
13 FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA
UNIVEN NOVA 1999
VENÉCIA
14 FACULDADE BRASILEIRA UNIVIX VITÓRIA 1999
15 FACULDADE CÂNDIDO MENDES DE
VITÓRIA
FCMV VITÓRIA 2000
16 FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE
AFONSO CLÁUDIO
ISEAC AFONSO
CLAUDIO
2000
17 FACULDADES INTEGRADAS PADRE
ANCHIETA DE GUARAPARI
FIPAG GUARAPARI 2000
18 FACULDADE VALE DO CRICARÉ F.V.C. SÃO MATEUS
2000
19 FACULDADE DE CARIACICA UNIEST CARIACICA 2001
20 FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DO
ESPÍRITO SANTO
PIO XII CARIACICA 2001
21
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR BLAURO
CARDOSO DE MATTOS
FASSERRA SERRA 2001
22 INSTITUTO VITÓRIA DE ENSINO E
CULTURA
IVEC VITÓRIA 2002
23 FACULDADE DE CIÊNCIAS GERENCIAIS DE
IÚNA
DOCTUM IÚNA IUNA 2003
24 FACULDADE FUCAPE FUCAPE VITORIA 2004
Fonte: MEC/INEP
APÊNDICE C Evolução da quantidade de cursos de Ciências Contábeis no
estado do Espírito Santo
ANO QUANTIDADE DE
CURSOS EM
FUNCIONAMENTO
1970 2
1975 3
1980 4
1985 4
1990 8
1995 10
1999 11
2002 21
2004 24
APÊNDICE D: Modelo de correspondência enviada às instituições de ensino
Vitória, ES, 24 de setembro de 2002.
À
xxxxxxx
Sr. Diretor, coordenador.....
Referente: Pesquisa para elaboração de Dissertação do I Curso de Pós-
Graduação “Strictu Sensu”, Mestrado Profissionalizante em Contabilidade e
Finanças.
O trabalho de Dissertação do mestrando Elcy Militão da Silva, da primeira turma
de Pós-Graduação “Strictu Sensu”, Mestrado Profissionalizante em Contabilidade
e Finanças da FUCAPE, visa realizar um estudo sobre os alunos graduados no
curso de Ciências Contábeis do município de Vitória ES, com o objetivo de
traçar o perfil dos egressos desses cursos.
Assim, solicitamos a essa instituição a relação dos alunos graduados no curso de
Ciências Contábeis no período de 1996 a 2000, contendo o nome, o endereço e o
telefone do aluno.
Solicitamos ainda o fornecimento da grade curricular do curso neste período.
Certos de sua valiosa contribuição para o desenvolvimento desta pesquisa,
agradecemos.
Atenciosamente,
Elcy Militão da Silva
mestrando
Prof. Dr. Antônio Donizetti Sgarbi
Orientador
APÊNDICE E: Modelo de correspondência enviada aos egressos
Vitória, 20 de novembro de 2002.
Caro (a) colega,
Eu, Elcy Militão da Silva, mestrando em Contabilidade, e o Professor Dr. Antônio
Donizetti Sgarbi, como orientador da pesquisa para dissertação, solicitamos seu
empenho no sentido de responder ao questionário que segue em anexo, que
subsidiará uma pesquisa cujo tema é o perfil dos egressos dos cursos de Ciências
Contábeis do Município de Vitória.
Solicitamos sua atenção e seu tempo (aproximadamente 25 minutos) para o
preenchimento do questionário que estamos lhe enviando, o qual aborda aspectos
de sua formação básica e acadêmica, nível socioeconômico, ocupação durante e
ao final do curso de graduação, avaliação do curso e, finalmente, sua opinião
sobre a formação do contador.
Os dados fornecidos são confidenciais e serão tratados somente de forma
agregada, para elaboração de um trabalho visando ao aprimoramento do ensino
superior de Ciências Contábeis no município de Vitória.
Aguardamos sua resposta.
Qualquer dúvida sobre o preenchimento do questionário, favor entrar em contato
com Elcy Militão da Silva. Telefones: 3071-0187 ou 3332-4474 e e-mail:
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos.
Atenciosamente,
Elcy Militão da Silva – mestrando
Prof. Dr. Antônio Donizetti Sgarbi – orientador
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