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expandir recentemente, constituindo os chamados aspectos emergentes, incluindo-se aí os
temas transversais e a interdisciplinaridade.
Neste propósito, começamos a tecer a idéia da necessidade da formação continuada
em serviço, que é, segundo Alvarado Prada (1997, p.87), a preparação “[...] relacionada aos
profissionais já atuantes nas escolas, ou seja, em serviço”, sendo que esta deve ser entendida
como diferente de treinamento:
...vai sendo ultrapassada a idéia de que a formação em serviço seja realizada
em treinamentos. As críticas sobre essa modalidade de capacitação são
recorrentes e tornam-se cada vez mais qualificadas e contundentes.
Rejeitam-se os encontros e cursos intensivos e rápidos, “massificados”,
assim como os “pacotes encomendados”, produzidos à distância das salas de
aula, que não valorizam os saberes construídos pelos professores, não
relacionam os aspectos teóricos aos problemas concretos vividos pelos
docentes e propõem atividades descontextualizadas do projeto político-
pedagógico da escola. (Martins, 1994; Andalo, 1995; Levy e Puig,1998 apud
BRZEZINSKI; GARRIDO, 2001, p.87).
Nessa perspectiva, conforme Dias (2004) devemos olhar o professor como um ser
também em formação, que pode ser formado em serviço, economizando tempo e dinheiro
gasto.
Sabemos de muitos docentes atuantes, que à procura de formação continuada, que de
acordo com Alvarado Prada (1997, p. 87) “pode ser sinônimo de capacitação, qualificação,
reciclagem, aperfeiçoamento, atualização, formação continuada, formação permanente,
especialização, aprofundamento, treinamento, retreinamento, aprimoramento, superação,
desenvolvimento profissional, compensação, profissionalização”, pretendem buscar uma
“receitinha infalível”, pronta para ser aplicada na sala de aula, algo que não existe, pois cada
escola, cada aluno e cada profissional são únicos e precisam de soluções únicas.
Nesta visão, entendemos o professor como aquele que conduz o cotidiano da
educação, apesar de todas as condições desfavoráveis que o cercam e das insuficiências em
sua formação. É importante acreditarmos que o mesmo pode contribuir e participar na
formulação e implantação das políticas de formação, revelando o que sabe e deseja, o que
quer, o que não quer, o que necessita, contribuindo com o que tem a dizer, com suas
experiências e práticas, buscando um melhoramento do seu papel de educador. Caso
contrário, serão cursos desinteressantes não aplicáveis à sua prática. A esse respeito,
partilhamos da idéia de Alvarado Prada (1997, p.93) de que,
Considerar as experiências dos docentes, em sua “qualificação” implica
identificar quem são eles, quais são seus conhecimentos construídos na sua
prática, quais suas maiores possibilidades e interesses profissionais. Estes
palavra CABRI é a abreviatura de Cahier de Brouillon Interactif, que significa caderno de rascunho interativo.