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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
TAHISSA FROTA CAVALCANTE
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES INTERNADOS POR
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
FORTALEZA
2008
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TAHISSA FROTA CAVALCANTE
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES INTERNADOS POR
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de s-
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do
Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Enfermagem.
Área de concentração: Enfermagem na Promoção da
Saúde.
Linha de pesquisa: Tecnologia de Enfermagem na
Promoção de Saúde.
Orientadora: Profa. Dra. Thelma Leite de Araujo.
FORTALEZA
2008
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T364d Cavalcante, Tahissa Frota
Diagnóstico de enfermagem em pacientes internados por
acidente vascular encefálico / Tahissa Frota Cavalcante.
Fortaleza, 2008.
95f.: il.
Orientadora: Profª. Drª. Thelma Leite de Araújo
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Ceará.
Curso de Pós-Graduação em Enfermagem, Fortaleza-Ce, 2008.
1. Acidente cerebral vascular. 2. Enfermagem. 3. Diagnóstico
de enfermagem. I. Araújo, Thelma Leite de (orient.) II. Título.
CDD 610.73691
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TAHISSA FROTA CAVALCANTE
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES INTERNADOS POR
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em
Enfermagem.
Aprovada em: ____/____/______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profa. Dra. Thelma Leite de Araujo (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Profa. Dra. Viviane Martins da Silva
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Profa. Dra. Maira Di Ciero Miranda
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Profa. Dra. Joselany Áfio Caetano
Universidade Federal do Ceará – UFC
5
Este estudo contou com o apoio financeiro do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo amor sublime e pela presença marcante ao longo desta caminhada.
À minha família, pelo apoio e incentivo constantes.
Ao meu noivo Samuel, companheiro de todos os momentos. Pelo amor, incentivo e por ser
um exemplo e fonte de inspiração contínua. Obrigada por me fazer tão feliz.
À professora Thelma, pela dedicação. A senhora é um exemplo para mim. Muito obrigada por
todas as oportunidades oferecidas e por sempre acreditar nos meus potenciais.
Ao professor Marcos, pelas importantes contribuições para a consecução deste trabalho.
Às minhas queridas amigas da graduação, Rafaella, Nirla, Hérica e Niciane, pelos momentos
de alegria e de tristeza e por compartilharem comigo a amizade. Com vocês aprendi o
significado desta palavra.
A todos os componentes do Projeto Ações Integradas em Saúde Cardiovascular, pelo apoio.
Em especial às amigas Viviane, Emília, Allyne, Rhanna, Flávia e Juliana Santiago, pela
amizade, ajuda e aprendizado.
Aos membros da banca examinadora, pela contribuição para o aprimoramento deste trabalho.
Aos meus queridos pacientes, pelos momentos compartilhados. A razão maior deste trabalho
é ajudá-los. Obrigada.
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RESUMO
A identificação dos diagnósticos de enfermagem contribui para o planejamento das
intervenções de enfermagem necessárias no intuito de prevenir e reduzir as incapacidades e
recuperar a saúde. Objetivou-se analisar o perfil de diagnósticos de enfermagem em pacientes
com acidente vascular encefálico durante a hospitalização. Estudo transversal, realizado no
período de outubro de 2007 a abril de 2008, com 91 pacientes com acidente vascular
encefálico, internados na emergência de um hospital geral localizado na cidade de Fortaleza-
Ceará. Estabeleceram-se como critérios de inclusão: a) estarem internados pelo diagnóstico
dico de acidente vascular encefálico independente do tipo; b) terem idade igual ou superior
a 18 anos; c) não terem história prévia de acidente vascular encefálico. Como critério de
exclusão estabeleceu-se apenas um: pacientes que durante a coleta de dados apresentarem
situações de emergência com risco de morte. Para a coleta de dados utilizou-se um formulário
submetido à validação de conteúdo com quatro enfermeiras especialistas em diagnósticos de
enfermagem ou no cuidado aos pacientes com acidente vascular encefálico. As informações
foram coletadas por meio de entrevista, exame físico e consulta ao prontuário. Para nomeação
dos diagnósticos de enfermagem seguiu-se como referência a Taxonomia II da North
American Nursing Diagnosis Association publicada em 2008. Compilaram-se os dados no
Excel e fez-se a análise estatística no programa SPSS. O vel de significância adotado no
estudo foi 5%. Quanto aos dados sociodemográficos, conforme verificou-se, estes pacientes
eram predominantemente do sexo feminino, aposentados, calicos, viviam com companheiro
e com baixa escolaridade e baixa renda. O acidente vascular tipo isquêmico predominou no
grupo (45,9%), seguido pelo tipo hemorrágico (38,5%). Segundo constatou-se, esses
pacientes apresentaram uma mediana de dez diagnósticos de enfermagem e uma dia de
onze características definidoras, seis fatores relacionados e cinco fatores de risco. Os
diagnósticos de enfermagem mais freqüentes foram: Risco de infecção (96,7%), Déficit no
autocuidado para banho/higiene (76,9%), Déficit no autocuidado para higiene íntima (74,7%),
Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (71,4%), Comunicação verbal prejudicada
(62,6%), Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (59,3%), Risco de integridade da pele
prejudicada e Mobilidade no leito prejudicada (52,7%) e Risco de aspiração (50,5%). De
modo geral, o perfil encontrado neste estudo é semelhante aos descritos em outros estudos
com pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Com exceção do diagnóstico de
enfermagem Risco de infecção, os demais mostraram associação estatisticamente significante
entre si. A totalidade das características definidoras e dos fatores relacionados revelou
associação estatística significativa com todos os diagnósticos de enfermagem, exceto com
Risco de infecção. Como observado, o estudo permitiu conhecer de forma aprofundada os
diagnósticos de enfermagem, as características definidoras, os fatores relacionados e os
fatores de risco manifestados pelos pacientes na fase de hospitalização. Destaca-se a presença
daqueles de caráter biológico e de risco. Os achados reforçam a necessidade da equipe de
enfermagem atuar o somente no aspecto curativo, mas também na prevenção e na
promoção da saúde, tanto nos níveis secundários de saúde como nos terciários.
Palavras-chave: Enfermagem. Diagnóstico de Enfermagem. Acidente Cerebral Vascular.
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ABSTRACT
The idetinfication of the diagnoses in nursing contribute to the planning of the nursing
interventions in order to prevent and reduce the incapabilities. It was aimed to analize the
nursing diagnosis profile in patients with stroke during hospitalization. This is a descriptive
study which was done within the period of October 2007 to April 2008, involving 91 patients
with stroke, who were hospitalized in an emergency department of a general hospital set in
Fortaleza City - Ceará. Some including criteria were established: a) being hospitalized due to
the stroke diagnosed by the doctor, independently on the type; b) being 18 years old or over;
c) not having previous history of stroke. The excluding criteria were: a) patients who, during
the collection of data, presented emergencial situations as well as dead risk. A form was used
for the data collection and it also undergone content validation with four nurses who are
expertise in nursing diagnoses or in the care of patients with stroke. The information was
collected through enterview, physical test and prontuary consultation. To name the nursing
diagnoses, the Taxonomy II proposed by the North American Nursing Diagnosis Association
published in 2008 was followed as reference. The data was compiled in the Excel program
and the statistic analysis was done within the SPSS program. The level of significance
adopted in the study was of 5%. Taking the social and demographic data into account, it was
verified that the majority of these patients were from feminine gender, retired, catholics, lived
with a partner and had low education and income. The ischemic type of stroke was
predominant in the group (45.9%), followed by the hemorrhagic type (38.5%). According to
the findings, these patients showed an avarage of nine nursing diagnoses, eleven defining
characteristics, six related factors and five risky factors. The most frequent nursing diagnoses
were: Risk of infection (96.7%), Self-care deficit_bathing and higiene (76.9%), Self-care
deficit_intimate higiene (74.7%), Self-care deficit_self dressing (71.4%), Verbally damaged
communication (62.6%), Ineffective tissular perfusion_cerebral type (59.3%), Risk of the
integrity of the damaged skin (52.7%) and Risk of aspiration (50.5%). Generally, the profile
found in this study is similar to the ones described in other studies with patients hospitalized
in intensive therapy units. Apart from the nursing diagnosis Risk of infection, the remaining
ones showed statistically significant association among themselves. The total defining
characteristics and the related factors revealed significative statistic association with all
nursing diagnoses, except from the Risk of infection one. As observed, the study allowed us
to know in a deep way the nursing diagnoses, the defining characteristics, the related factors
and the risk factors manifested in the patients during hospitalization. The presence of those
with biological and risky character stands out. The findings reinforce the need that the nursing
team has to act not only upon the curative aspect, but also on the prevention and the health
promotion, in the secondary levels of health and the tertiary as well.
Keywords: Nursing. Nursing Diagnosis. Stroke.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuão dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo dados
sociodemográficos. Fortaleza, 2008..........................................................................................24
Tabela 2 Distribuição dos indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares presentes
nos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008........................................... 25
Tabela 3 Distribuição dos pacientes segundo o tipo de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008......................................................................................................................... 26
Tabela 4 Distribuição das medidas de tenncia central e de dispersão dos diagnósticos de
enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco. Fortaleza,
2008.......................................................................................................................................... 27
Tabela 5 Distribuição dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com
acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008...........................................................................28
Tabela 6 Distribuição das características definidoras presentes nos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008.........................................................................................30
Tabela 7 Distribuição dos fatores relacionados apresentados pelos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008.........................................................................................33
Tabela 8 Distribuição dos fatores de risco presentes nos pacientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008.......................................................................................................35
Tabela 9 Distribuição dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo os dados
sociodemográficos, tipo de acidente vascular encefálico e a ocorrência dos diagnósticos de
enfermagem. Fortaleza, 2008....................................................................................................36
Tabela 10 Distribuição dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo os fatores
de risco para as doenças cerebrovasculares e a ocorrência dos diagnósticos de enfermagem.
Fortaleza, 2008..........................................................................................................................38
Tabela 11 Distribuão das estatísticas de associação entre os diagnósticos de enfermagem
apresentados pelos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008....................40
Tabela 12 Distribuição das estatísticas de associação entre as características definidoras e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008.........................................................................................42
Tabela 13 – Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores relacionados e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008.........................................................................................45
Tabela 14 Distribuição das estatísticas de associão entre os fatores de risco e os
diagnósticos de enfermagem apresentados pelos portadores de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008..........................................................................................................................47
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS......................................................................................................... 17
2.1 Geral...................................................................................................................... 17
2.2 Específicos............................................................................................................. 17
3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 18
3.1 Tipo de Estudo...................................................................................................... 18
3.2 Local do Estudo.................................................................................................... 18
3.3 População e Amostra........................................................................................... 19
3.4 Período e Operacionalização da Coleta de Dados............................................ 19
3.5 Organização e Análise dos Dados...................................................................... 21
3.6 Aspectos Éticos..................................................................................................... 23
3.7 Financiamento do Projeto................................................................................... 23
4 RESULTADOS..................................................................................................... 24
5 DISCUSSÃO......................................................................................................... 50
6 CONCLUSÕES.................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 66
APÊNDICES................................................................................................................... 74
ANEXOS......................................................................................................................... 89
11
1 INTRODUÇÃO
Como aluna do curso de graduação em Enfermagem na Universidade Federal do
Ceará em 2002, ao final do segundo semestre, inseriu-se no projeto Ações Primárias em
Saúde Cardiovascular, coordenado pela professora Thelma Leite de Araujo. Os integrantes do
projeto discutiam sobre a assistência de enfermagem na hipertensão arterial, com enfoque nas
consultas de enfermagem, na identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento da
hipertensão arterial e no reconhecimento e prevenção dos danos causados por essa doença.
No terceiro semestre, ao cursar a disciplina de Semiologia, entrou-se em contato
pela primeira vez com o tema da sistematização da assistência de enfermagem. A partir disso
e paralelamente às atividades como bolsista de Iniciação Científica do projeto Ações
Primárias em Saúde Cardiovascular, sentiu-se o interesse de desenvolver estudos clínicos que
abordassem os diagnósticos de enfermagem em pacientes com situações clínicas diversas
(CAVALCANTE et al., 2004, 2005; SILVA et al., 2004, 2006).
Nos estágios curriculares, extracurriculares e, principalmente, na prática
profissional como enfermeira assistencial de uma unidade de cuidados clínicos e cirúrgicos,
percebeu-se a falta de um processo de enfermagem que direcionasse e avaliasse a assistência
de enfermagem. Essa situação era mais evidente quando se cuidava de pacientes em situações
críticas.
Destarte, rias inquietações surgiram, constatando-se a imprescindibilidade da
utilização do processo de enfermagem na prática clínica. Sem uma metodologia para o
processo de cuidar, os enfermeiros tornam-se profissionais acríticos e apenas cumprem as
tarefas determinadas na prescrão médica.
Este pensamento é corroborado por diversos autores, segundo os quais a
enfermagem não subsistiria como profissão reconhecida se suas bases teóricas e
metodológicas não se tornassem explícitas, de modo que este conhecimento pudesse ser
comunicado, testado, avaliado e expandido (GARCIA; NÓBREGA, 2004). Assim, conforme
se entende, o processo de enfermagem é o instrumento metodológico que possibilita à equipe
de enfermagem identificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer como os clientes
respondem aos problemas reais ou potenciais de saúde e determinar as intervenções de
enfermagem inerentes às respostas encontradas (AZEVEDO, 2001; GARCIA; NÓBREGA,
2004; SMELTZER; BARE, 2002).
12
Portanto, o processo de enfermagem proporciona ao enfermeiro uma diretriz para a
definição do seu papel e do seu espaço de atuação. Propicia-lhe sair do assistir intuitivo e
assistemático para o agir organizado e sistemático (FERREIRA, 1990; VASCONCELOS et
al., 2007). Ademais, a utilização do processo de enfermagem traz benefícios para o cliente e a
família, por estimulá-los a participar ativamente do cuidado e, também, para os enfermeiros,
por aumentar a satisfação no trabalho e encorajar as inovações e a criatividade na solão dos
problemas (SILVA, 2006).
Várias são as etapas do processo de enfermagem. Entre estas, as mais comumente
citadas na literatura são: levantamento de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e
avaliação. No entanto, a divisão do processo de enfermagem em etapas é apenas didática
porque ele funciona como um todo integrado, no qual todas as etapas são interdependentes e
inter-relacionadas (PÉREZ HERNÁNDEZ, 2002; SMELTZER; BARE, 2002). Neste estudo,
serão utilizadas as fases do levantamento de dados e do diagnóstico.
O levantamento de dados serve como base para a identificação dos diagnósticos de
enfermagem. No primeiro contato com o cliente, o histórico de enfermagem é feito,
juntamente com o exame sico, no intuito de revelar os problemas de saúde reais ou
potenciais (GORDON, 1994).
Como ressaltam Torres Esperón e Pérez Sánchez (2002), na organização do
processo de enfermagem deve-se estudar primeiro a necessidade da ação que inclui a
obtenção de toda a informação pertinente, sua análise e síntese para a elaboração dos
diagnósticos de enfermagem. Esses constituem o elemento central para a consecução das
outras fases do processo de enfermagem.
Consoante afirmam Cruz (1994), Torres Esperón e Pérez Sánchez (2002), o termo
diagnóstico de enfermagem foi introduzido pela primeira vez na literatura em 1953 por Vera
Fry. A autora propõe uma abordagem profissional com a formulação dos diagnósticos de
enfermagem e o desenvolvimento de planos de cuidados individualizados (FRY, 1953, apud
CRUZ, 1994).
Na década de 1960, surgiram inúmeros trabalhos cujo foco era o desenvolvimento
de modelos tricos aplicados ao processo de enfermagem. A partir de então, os enfermeiros
começaram a identificar quais problemas, tratamentos e metas são da sua competência
(GORDON, 1994).
Foi somente em 1973, no entanto, que a American Nursing Association
reconheceu oficialmente os diagnósticos de enfermagem. Este fato configurou o diagnóstico
de enfermagem como uma parte do processo de cuidados, legalizando sua utilização nas
13
atividades independentes de enfermagem (GORDON, 1994; TORRES ESPERÓN; REZ
SÁNCHEZ, 2002). Neste mesmo ano, foi também identificada a necessidade de criação de
uma linguagem comum para comunicar os diagnósticos de enfermagem, por meio de um
sistema de classificação ou taxonomia (GORDON, 1994).
O sistema de classificação dos diagnósticos de enfermagem da North American
Nursing Diagnosis Association (NANDA) é um dos mais divulgados e aplicados em todo o
mundo. Em 1982, foram apresentados os resultados do trabalho da construção do sistema
conceitual - Taxonomia I, que evoluiu em 1984 para nove Padrões de Respostas Humanas:
trocar, relacionar, sentir, comunicar, valorizar, escolher, mover, perceber e conhecer
(GARCIA; NÓBREGA, 2004).
Em 1994, iniciaram-se discussões acerca da necessidade de construção de uma
nova estrutura taxonômica. No ano de 2001, foi publicada a Taxonomia II, a qual se
caracteriza por ser multiaxial e por organizar, com base em 13 donios e 46 classes, os 93
conceitos diagnósticos e os 155 diagnósticos de enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
A última edição da NANDA contempla a mesma estrutura taxonômica II com 187
diagnósticos de enfermagem aprovados e 26 diagnósticos revisados (NANDA, 2008). Dessa
forma, um sistema unificado de termos estabelece uma linguagem comum para auxiliar a
dirigir os enfermeiros na avaliação dos dados selecionados, na identificação dos problemas
potenciais ou reais do cliente e na sua descrição (CARPENITO, 2002).
Atualmente, a NANDA tem incluído e aprimorado diagnósticos de enfermagem
relacionados ao donio ambiental, com ênfase na promoção da saúde. Este domínio contém
diagnósticos de enfermagem para promover e proteger a saúde ambiental e a segurança dos
indivíduos, sistemas e comunidades, abrangendo diversos diagnósticos de enfermagem de
risco (NANDA, 2008).
Neste percurso histórico, surgiram várias definições sobre o diagnóstico de
enfermagem. Todavia, a mais utilizada é a definição oficializada na IX Conferência da
NANDA em 1990, que conceitua o diagnóstico de enfermagem como um julgamento clínico
sobre as respostas do indivíduo, família e comunidade aos processos vitais ou aos problemas
de saúde reais ou potenciais. Os diagnósticos de enfermagem fornecem a base para a seleção
das intervenções de enfermagem com vistas a atingir os resultados pelos quais o enfermeiro é
responsável (BRANDALIZE; KALINOWSKI, 2005; CARPENITO, 2002; CRUZ, 1994;
FOSCHIERA; VIERA, 2004; GORDON, 1994).
Conforme assevera Gordon (1994), os diagnósticos de enfermagem são úteis para
direcionar as atividades de cuidado, garantir a qualidade das ações de enfermagem, distribuir
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pessoal, proporcionar a informatização das informações e ser base no desenvolvimento de
teorias.
Para a profissão, o uso destes diagnósticos facilita a comunicação oral e escrita
entre os profissionais e propicia ao enfermeiro definir seu papel perante o paciente e outros
profissionais da saúde. Na assistência de enfermagem, este uso favorece a organização das
atividades, aumenta a efetividade dos cuidados ao prescrever ações de enfermagem
específicas e orientadas à resolão e/ou controle dos problemas identificados, delimita a
responsabilidade profissional, define e desenvolve a dimensão própria do exercício
profissional (TORRES ESPERÓN; PÉREZ SÁNCHEZ, 2002).
No gerenciamento dos cuidados, os diagnósticos de enfermagem ajudam a
determinar as cargas de trabalho de cada serviço, facilitam a sistematização da assistência,
permitem uma melhor distribuição de recursos humanos e materiais, possibilitam a
determinação dos custos reais dos serviços de enfermagem e aplanam os critérios de avaliação
da qualidade dos cuidados de enfermagem (TORRES ESPERÓN; PÉREZ SÁNCHEZ, 2002).
Os diagnósticos de enfermagem podem ser utilizados em diversos campos de
atuação do enfermeiro e no cuidado aos pacientes em diferentes situações do processo
saúde/doença, ou seja, na emergência (CYRILLO, 2005), na unidade de cuidados intensivos
(LUCENA, 2006), nos setores de cuidados cnico-cirúrgicos (SILVA, 2006), no ambulatório
(LIRA, 2005) e na comunidade (ARJO; BACHION, 2005).
Como profissional, o enfermeiro desempenha um importante papel na assistência
aos pacientes gravemente enfermos, em especial aos portadores de acidente vascular
encefálico (AVE). De acordo com Bellan, Angelis e Cintra (2001) e Olarte (2003), os
cuidados de enfermagem são indispensáveis para esses pacientes, pois o enfermeiro
permanece atento durante todo o processo de tratamento e reabilitação, prevenindo ou
detectando precocemente as complicações, com a finalidade de alcançar o bem-estar dos
pacientes e, assim, a promoção da saúde.
Segundo registra a literatura, entre as doenças cerebrovasculares, o acidente
vascular encefálico representa atualmente a terceira causa de morte em países industrializados
e a primeira causa de incapacidade em adultos (FALCÃO et al., 2004; SWEARINGEN;
KEEN, 2005). Na populão brasileira, a doença, a partir de 1996, vem se constituindo como
a causa principal de internações, mortalidade e deficiências, superando até mesmo as doenças
cardíacas e o câncer (BOCCHI; ANGELO, 2005; BRASIL, 2000).
Consoante determinados autores, o acidente vascular encefálico gera ampla
variedade de ficits neurológicos conforme a localização da lesão, o tamanho da área de
15
perfusão inadequada e a quantidade de fluxo sanguíneo colateral (ANDRÉ, 2006;
SMELTZER; BARE, 2002). Estudos mostram ser comum, nos pacientes acometidos por
acidente vascular encefálico, a ansiedade, a depressão, os distúrbios do sono e da função
sexual, distúrbios motores, sensoriais, cognitivos e de comunicação. Tal situação os torna
dependentes de cuidados interdisciplinares (FALCÃO et al., 2004; SMELTZER; BARE,
2002).
O processo de enfermagem aplicado aos pacientes com acidente vascular
encefálico tem como foco a implementação de ações que minimizem as incapacidades e
ajudem a restaurar ou manter o potencial máximo de saúde. Estas ações devem ser iniciadas
na fase aguda da doença (FOWLER; DURKEE; WEBB, 1996). Em face destas
considerações, é necessário o conhecimento sobre as respostas humanas apresentadas pelos
pacientes acometidos por acidente vascular encefálico.
Ademais, o paciente com acidente vascular encefálico requer cuidados intensivos
em algum momento do peodo de hospitalização, sobretudo na emergência. Todavia, ainda
o existem evidências e recomendações confiáveis para o tratamento de todos os problemas
manifestados por esses pacientes. Diante disto, ressalta-se ainda mais a importância do
conhecimento das respostas humanas (ALEGRÍA et al., 2002).
A prevenção das incapacidades e o restabelecimento funcional e psicossocial
destes pacientes nos cuidados emergenciais e intensivos contribuem de forma significativa
para a promoção da saúde dos portadores de acidente vascular encefálico. Ou seja, a equipe de
enfermagem ao mesmo tempo em que cuida e trata também promove a saúde destes pacientes.
No âmbito da enfermagem, o enfoque é o cuidado prestado ao ser humano em sua
totalidade. Contudo, mesmo com a existência de sistemas de classificação da prática de
enfermagem há mais de trinta anos, é visível a urgência de pesquisas voltadas a conhecer os
pacientes a quem se prestam cuidados, mediante o uso do rigor científico (FORTES, 2007).
A partir deste contexto, surgiram os seguintes questionamentos: Quais são os
diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes com acidente vascular encefálico durante
sua hospitalização? Quais são as características definidoras e os fatores relacionados mais
freqüentes? De que forma estão associados aos diagnósticos de enfermagem?
Como observado, são limitados os estudos sobre diagnósticos de enfermagem em
pacientes com acidente vascular encefálico. Ao se consultar as bases de dados Medline, Lilacs
e Scielo, de forma minuciosa e sistemática, encontraram-se apenas dois trabalhos que
descreveram os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes (FOWLER; DURKEE; WEBB,
1996; VASQUEZ ROBLES, 2002).
16
Entretanto, como se verificou, o estudo de Vasquez Robles (2002) foi baseado na
fisiopatologia do acidente vascular encefálico e sugeriu a presença de diagnósticos de
enfermagem mais relacionados à respiração e à mobilidade. Não obstante, o trabalho de
Fowler, Durkee e Webb (1996) descreve também, fundamentado na fisiopatologia da doença,
diagnósticos de enfermagem mais ligados à respiração e à integridade da pele.
Ao se examinar os resumos das dissertações e teses de enfermagem catalogados
pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN) no período de 1979 a 2006,
o nenhum trabalho sobre diagnósticos de enfermagem nesta população (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2008).
Portanto, o estudo ora elaborado tem como objetivo geral analisar o perfil dos
diagnósticos de enfermagem em pacientes com acidente vascular encefálico. O estudo se
justifica pela relevância epidemiológica desta doença associada ao seu potencial para a
instalação de incapacidades, assim como pela escassez na literatura e por se acreditar que para
cuidar com qualidade os enfermeiros precisam conhecer quais são os diagnósticos de
enfermagem presentes nos pacientes internados por esta doença.
Na ótica da autora, pesquisas como esta são importantes porque contribuem para a
melhoria da assistência de enfermagem, ao torná-la mais qualificada, sistematizada e
orientada para as necessidades dos pacientes acometidos por acidente vascular encefálico. A
partir do levantamento e análise das respostas humanas, das características definidoras e dos
fatores relacionados manifestados por esses pacientes, é que os enfermeiros terão subsídios
para implementar os cuidados na fase hospitalar, terão parâmetros para avaliar a assistência
prestada, bem como prevenir ou reduzir as incapacidades causadas pelo acidente vascular
encefálico.
17
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar o perfil de diagnósticos de enfermagem em pacientes com acidente
vascular encefálico.
2.2 Específicos
Identificar as respostas humanas apresentadas por pacientes acometidos por
acidente vascular encefálico que se configurem como diagnósticos de enfermagem;
Levantar as características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco
de cada resposta humana real ou potencial identificada;
Investigar a associação dos diagnósticos de enfermagem com dados
sociodemográficos e indicadores de risco para o acidente vascular encefálico;
Verificar a associação dos diagnósticos de enfermagem entre si e destes com as
características definidoras, os fatores relacionados e os fatores de risco.
18
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Tipo de Estudo
Estudo observacional e transversal. Nos estudos observacionais, o investigador
assume papel passivo na observação dos fenômenos ocorridos com os sujeitos do estudo
(NEWMAN et al., 2003). Quanto à temporalidade do processo de coleta dos dados, optou-se
pelo delineamento transversal porque esse é especialmente aprovado para descrever as
variáveis, seus padrões de distribuição e as relações entre os femenos em um ponto fixo do
tempo (NEWMAN et al., 2003; POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
3.2 Local do Estudo
O campo para a coleta de dados foi a emergência de um hospital geral, público e
de nível terciário localizado na cidade de Fortaleza/Ceará/Brasil. A instituição foi selecionada
por ser referência no tratamento de pacientes com acidente vascular encefálico para a região
Nordeste. Na emergência se dispõe de 52 leitos distribuídos nos seguintes setores: 24 leitos na
Observação 1; 24 leitos na Observação 2; 1 leito na Pequena Cirurgia; 3 leitos na Sala de
Ressucitação Cardiopulmonar. É importante destacar que na emergência sempre há uma
demanda maior de pacientes além da sua capacidade e esses são internados no corredor. São
os denominados extras.
Nesta instituição hospitalar, a média de atendimentos por acidente vascular
encefálico é cerca de sete pacientes por dia. Quanto às taxas de permancia hospitalar destes
pacientes, variam de acordo com a localização e a gravidade da lesão cerebral.
Os dados do estudo foram coletados nos seguintes setores da emergência:
Observação 1 e 2 e nos extras. Decidiu-se não avaliar nem os pacientes da Sala de
Ressucitação Cardiopulmonar e nem os da Pequena Cirurgia. No primeiro, em virtude da alta
instabilidade clínica apresentada por esses pacientes; no segundo, porque não havia pacientes
com acidente vascular encefálico.
19
3.3 População e Amostra
A população foi constituída pelos pacientes internados na emergência do referido
hospital com o diagnóstico médico de acidente vascular encefálico.
Conforme definido, os pacientes atenderam aos seguintes critérios de inclusão: a)
estarem internados pelo diagnóstico médico de acidente vascular encefálico independente do
tipo; b) terem idade igual ou superior a 18 anos; c) não terem história prévia de acidente
vascular encefálico. Como critério de exclusão considerou-se apenas o seguinte: pacientes que
durante a coleta de dados apresentarem situações de emergência com risco de morte.
Inicialmente o estudo estava sendo realizado apenas com os pacientes na fase
aguda do evento cerebrovascular (até 72 horas). Em face, porém, da grande dificuldade de
captação dos sujeitos para o estudo, porque a maioria vivenciava a fase aguda em hospitais do
interior do Estado do Ceae no domicílio, excluiu-se este critério de inclusão e procurou-se
captar todos os sujeitos internados na emergência, por acidente vascular encefálico,
independente da fase da doença.
Assim, o grupo participante foi composto por 91 pacientes que atenderam aos
critérios de inclusão e exclusão. O grupo participante foi selecionado por conveniência de
forma consecutiva. Segundo Hulley, Newman e Cummings (2003), a amostra consecutiva é
de especial valor quando resulta no arrolamento de todos os indivíduos acessíveis no período
de tempo determinado no estudo.
É importante também considerar que neste estudo não foi feito o cálculo amostral,
em virtude das dificuldades quanto à obtenção da prevalência do fenômeno a ser estudado e
do número total de pacientes internados no hospital do estudo.
3.4 Período e Operacionalização da Coleta de Dados
Os dados foram coletados no período de outubro de 2007 a abril de 2008. Para a
coleta de dados, utilizou-se um formulário (Apêndice A) elaborado por meio de levantamento
bibliográfico com o objetivo de identificar sinais e sintomas componentes das características
definidoras relacionados aos diagnósticos de enfermagem possivelmente presentes em
pacientes com acidente vascular encefálico.
De acordo com o estabelecido, o instrumento de coleta de dados foi submetido à
opinião, quanto ao seu conteúdo, de quatro enfermeiras especialistas no cuidado aos pacientes
com acidente vascular encefálico e/ou em diagnósticos de enfermagem. As sugestões
20
fornecidas foram as seguintes: a) o acréscimo do valor de glicemia capilar no item indicadores
de risco; b) nos exames complementares, o acréscimo do exame de mapeamento de retina; c)
abordar informações que mensurem o tempo do evento cerebrovascular (em horas), no
momento do exame físico; d) retirar a avaliação dos linfonodos; e) organizar o exame físico
por regiões corporais; f) acrescentar no exame físico a avaliação do diâmetro pupilar e da
marcha e a ausculta das artérias carótidas; g) descrever as alterações encontradas na ausculta
cardíaca.
Todas as sugeses propostas foram adotadas e contribuíram para o refinamento do
instrumento de coleta de dados. Esse também foi submetido a um pré-teste com cinco
pacientes no intuito de verificar sua adequação aos objetivos estabelecidos no estudo. Neste
momento, houve somente o acréscimo da descrição dos tratamentos de hipertensão arterial e
diabetes mellitus.
O referido formulário contém tópicos sobre os dados de identificação e de
admissão, além de informações complementares, como os exames realizados e o tratamento
farmacológico e não-farmacológico. Possibilita o registro dos indicadores de risco
relacionados ao desenvolvimento do acidente vascular encefálico e permite, também, o
registro de dados do exame sico.
Para a coleta de informações, foram adotadas entrevista, exame sico e consulta
ao prontuário. A leitura do prontuário facultou a obtenção das informações referentes aos
dados de admissão, incluindo o diagnóstico médico, os procedimentos realizados e os
medicamentos prescritos. Na entrevista foram obtidos os dados de identificação e
investigados os indicadores de risco. Entretanto, para os pacientes impossibilitados de se
comunicar verbalmente, os dados da entrevista foram obtidos com os familiares e/ou
acompanhantes.
O exame físico propiciou a obtenção de dados relacionados com os sinais vitais, a
aparência geral, avaliação neurológica, torácica, gastrointestinal, urinária e dos membros
superiores e inferiores. Seguindo as recomendações de Swearingen e Keen (2005), foi
utilizada uma escala de Acidente Vascular Encefálico do National Institutes of Health para
avaliar os déficits neurológicos.
Esta escala foi traduzida e validada no Brasil por Guimarães e Guimarães (2004), é
utilizada em vários países e tem a finalidade de mensurar os déficits decorrentes do acidente
vascular encefálico (ANDRÉ, 2006). Contém os seguintes itens: nível de consciência,
orientação temporal, comandos verbais e praxia, olhar conjugado, visual, paralisia facial,
motricidade de membros superiores e inferiores, ataxia dos membros, sensibilidade,
21
linguagem, disartria, extinção e desatenção. Cada item da escala foi avaliado de acordo com
as recomendações adaptadas por Guimarães e Guimarães (2004) e André (2006), descritas no
Anexo A.
Como referido, o exame físico incluiu a verificação de diversas medidas e
avaliações sicas corporais pelas Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial (2006), Jarvis
(2002), Quinless e Blauer (2004), Nishimura, Dreyer e Zuñiga (2003) e Smeltzer e Bare
(2002). Tais medidas são apresentadas no Anexo B.
Quanto à variável estado civil, foi considerada como o paciente vivendo com ou
sem companheiro atualmente. Considerou-se o tabagismo, o etilismo, o uso de drogas e o uso
de anticoncepcionais orais presentes quando o paciente os utilizava pelo menos uma vez na
vida. Este critério foi estabelecido pela autora do estudo. Foram tidos como sedentários
aqueles pacientes que praticavam exercícios sicos menos de três vezes por semana e/ou com
duração da atividade física inferior a trinta minutos.
3.5 Organização e Análise dos Dados
Por raciocínio diagnóstico entende-se um processo cognitivo complexo que leva à
elaboração e teste das hiteses diagnósticas, as quais embasarão a tomada de decisão e a
resolução dos problemas clínicos (CORRÊA, 2003).
De acordo com a mesma fonte, julgamento ou o raciocínio clínico do enfermeiro é
o cerne central do processo diagnóstico. Como principais características do diagnosticador
mencionam-se o conhecimento clínico e científico, a experiência clínica e o desenvolvimento
cognitivo. Conforme López (2001), a partir das estratégias de pensamento, com base em
experiências práticas, conhecimentos teóricos e valores, o profissional avalia o significado das
informações sobre seu cliente, estabelece relações entre os dados e nomeia o femeno. Faz-
se, então, o diagnóstico.
No trabalho ora desenvolvido, o processo de elaboração e infencia dos
diagnósticos seguiu as etapas preconizadas por Gordon (1994): coleta, interpretação/
agrupamento das informações e nomeação das categorias.
A etapa da coleta de informações envolveu a busca e a avaliação do histórico e do
exame sico. Após essa etapa, os dados foram interpretados e agrupados. Essa interpretação
inclui processos de inferência, julgamento e argumentação. A última fase (nomeação das
categorias) é a denominação das informações em categorias diagnósticas (GORDON, 1994).
22
Para a nomeação dos diagnósticos de enfermagem, foi utilizada como referência a
Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA, 2008). Esta
taxonomia foi escolhida por ser mundialmente conhecida e utilizada na prática clínica de
enfermagem, tendo sido traduzida e adaptada em vários países (GARCIA; NÓBREGA,
2004).
No processo de inferência diagnóstica, as histórias clínicas foram avaliadas pela
pesquisadora e a orientadora. O consenso entre ambas foi o critério para aceitar os
diagnósticos de enfermagem formulados.
Na compilação dos dados, adotou-se o software Excel e na análise estatística
optou-se pelo programa SPSS versão 13.0. Para as variáveis numéricas foram apresentadas
medidas de tendência central e de dispersão. Para a verificação da normalidade/simetria dos
dados numéricos, usou-se o Teste de Kolmogorov-Smirnov.
Na análise de associação dos dados nominais foram utilizados testes estatísticos
como o Qui-Quadrado de Pearson, na ocorrência de freqüências esperadas superiores a cinco
nas tabelas 2x2, e o Teste Exato de Fischer, quando as freqüências esperadas eram inferiores a
cinco. Para verificar a magnitude da associação foi utilizada a Razão de Prevalência (RP),
mas esta não foi calculada nas caselas com frequência igual a zero.
Para esta análise de associação, foram considerados os seguintes pontos de corte:
a) os diagnósticos de enfermagem e os fatores de risco acima do percentil 75; b) as
características definidoras e os fatores relacionados acima do percentual de 50%. É válido
destacar que todas as características definidoras, fatores de risco e fatores relacionados de
cada diagnóstico de enfermagem acima do percentil 75 são apresentados no Apêndice B.
Os dados foram expostos em forma de tabelas. Primeiramente, fez-se uma lista, em
separado, das freqüências de todos os diagnósticos de enfermagem, características
definidoras, fatores relacionados e fatores de risco apresentados pelos pacientes portadores de
acidente vascular encefálico. Em seguida, foi calculado o percentil e, a partir de então,
considerou-se este dado para a análise estatística.
Na Tabela 9 foram consideradas para a análise as variáveis procedência do interior
do Estado do Ceará e estado civil com companheiro. A Tabela 10 foi construída com base na
presença dos indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares.
23
3.6 Aspectos Éticos
Como previsto, o início do estudo pressupunha a autorização da diretoria de
enfermagem do hospital para sua realização. Após a autorização, a proposta foi encaminhada
para a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, recebendo parecer favorável.
Todos os participantes foram informados sobre os objetivos estabelecidos,
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice C) e concordaram em
participar voluntariamente do estudo, sendo garantido seu anonimato. O aceite, bem como a
assinatura do termo de consentimento dos pacientes em situação de substancial diminuição
das suas capacidades de discernimento, foram feitos pelos representantes legais e/ou
familiares dos referidos sujeitos, sem suspensão do direito de informação do indivíduo, no
limite da sua capacidade (BRASIL, 1996).
No levantamento de dados dos pacientes com acidente vascular encefálico,
principalmente durante o exame físico, os princípios bioéticos (beneficência, não-
maleficência, justa e autonomia) foram rigorosamente respeitados. Conforme exigido,
assegurou-se a todos os pacientes e aos familiares que a coleta de dados não lhes causaria
danos, assim como visaria maximizar os benefícios e minimizar os prejuízos (princípio da
beneficência e não-maleficência) (OLIVEIRA, 2007). Em nenhum momento a avaliação da
pesquisadora s em risco a vida do paciente. Ademais, pacientes com instabilidade cnica
manifestada durante a coleta de dados eram excluídos da pesquisa e o fato era imediatamente
comunicado à enfermeira e aodico para o atendimento necessário.
Foi propiciada a oportunidade aos pacientes ou aos seus familiares, em caso de
comprometimento da capacidade de discernimento do paciente, de decidir quanto à
participação no estudo, como também de retirar-se desse se assim o desejassem (princípio da
autonomia) (OLIVEIRA, 2007). É válido ressaltar que todos os pacientes foram tratados
igualmente, considerando as diferenças existentes (princípio da justiça) (OLIVEIRA, 2007).
3.7 Financiamento do Projeto
O financiamento do estudo foi mantido pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de bolsa de estudo concedida à
pesquisadora, além de recursos provenientes de Edital Universal - CNPq.
24
4 RESULTADOS
Para a exposição dos resultados, apresenta-se, inicialmente, na Tabela 1, a
caracterização dos pacientes segundo os dados sociodemográficos.
Tabela 1 - Distribuição dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo dados
sociodemográficos. Fortaleza, 2008
Variáveis
%
Estatísticas
Masculino
Feminino
41
50
45,1
54,9
IC 95%
1
34,6% - 55,8%
44,2% - 65,4%
Estado civil
Com companheiro
Sem companheiro
50
41
54,9
45,1
44,2% - 65,4%
34,6% - 55,8%
Procedência
Capital
Interior
Outro Estado
35
54
2
38,5
59,3
2,2
28,4% - 49,2%
48,5% - 69,5%
0,3% - 7,7%
Ocupação
Agricultor
Aposentado
Autônomo
Desempregado
Doméstica
Funcionário privado
Funcionário público
6
54
4
2
15
8
2
6,6
59,3
4,4
2,2
16,5
8,8
2,2
2,5% - 13,8%
48,5% - 69,5%
1,2% - 10,9%
0,3% - 7,7%
9,5% - 25,7%
3,9% - 16,6%
0,3% - 7,7%
Religião
Católica
Evangélica
Outras
80
6
5
87,9
6,6
5,5
79,4% - 93,8%
2,5% - 13,8%
1,8% - 12,4%
Idade (anos)
Escolaridade (anos)
Renda (salários
mínimos)
Média DP
2
64,2 14,2
2,58 3,4
1,04 0,57
Mediana P25
3
64 54
1,0 0
1,0 1,0
P75
4
K
-
S(valor p)
5
74 0,977
5 0,000
1,0 0,000
1
IC - Intervalo de Confiança de 95%.
2
DP - Desvio Padrão.
3
P25 - Percentil 25.
4
P75- Percentil 75.
5
K-S - Teste
de Kolmogorov-Smirnov.
Conforme mostra a Tabela 1, a maioria dos pacientes com acidente vascular
encefálico era do sexo feminino (54,9%) e vivia com companheiro (54,9%). Pertinente à
procedência, grande parte era do interior do Estado do Ceará (59,3%).
Em relação à ocupação e à religião, a maior parte era aposentada (59,3%), seguida
da profissão doméstica (16,5%) e católica (87,9%). No tocante à renda, a mediana de salários
mínimos foi 1,0 (DP= 0,57). Quanto à escolaridade, a mediana de anos de estudo foi 1,0 ano
25
(DP= 3,4). Como observado, 75% dos pacientes tinham até cinco anos de estudo e as
variáveis escolaridade e renda familiar revelaram distribuição assimétrica (valor p< 0,05).
Ainda com base na Tabela 1, a média de idade dos pacientes com acidente
vascular encefálico foi 64,2 anos (DP= 14,2). A maior parte deles tinha até 74 anos (P75= 74).
Na Tabela 2, consta a distribuição dos indicadores de risco para as doenças
cerebrovasculares presentes nos pacientes com acidente vascular encefálico.
Tabela 2 Distribuição dos indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares presentes
nos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Indicadores de
risco para as
doenças
cerebrovasculares
%
Estatísticas
Total de
pacientes
Hipertensão arterial
Presente
Ausente
60
26
69,8
30,2
IC 95%
*
58,9% - 79,2%
20,8% - 41,1%
86
Diabetes mellitus
Presente
Ausente
26
60
30,2
69,8
20,8% - 41,1%
58,9% - 79,2%
86
Cardiopat
ia
Presente
Ausente
18
64
22
78
13,6% - 32,5%
67,5% - 86,4%
82
Ataque isquêmico
transitório prévio
Presente
Ausente
5
78
6
94
2,0% - 13,5%
86,5% - 98,0%
83
Dislipidemia
Presente
Ausente
13
55
19,1
80,9
10,6% - 30,5%
69,5% - 89,4%
68
Sedentarismo
Presente
Ausente
80
11
87,9
12,1
79,4% - 93,8%
6,2% - 20,6%
91
Tabagismo
Presente
Ausente
46
45
50,5
49,5
39,6% - 61,2%
38,8% - 60,1%
91
Etilismo
Presente
Ausente
27
64
29,7
70,3
20,5% - 40,2%
59,8% - 79,5%
91
Uso
de drogas
ilícitas
Presente
Ausente
0
91
0
100
100% - 100%
91
Uso de anticoncepcionais
Presente 4 4,4 1,2% - 10,9%
Ausente 46 50,5 39,9% - 61,2%
50
*
IC - Intervalo de Confiança de 95%.
26
As informações sobre os indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares
foram obtidas por informação do paciente e/ou do seu acompanhante. Esses tiveram
dificuldade em informar sobre os indicadores de risco relacionados aos diagnósticos médicos,
como presença de hipertensão arterial, diabetes mellitus e ataque isquêmico transitório prévio
e exames laboratoriais, como os níveis lipídicos séricos. Em virtude disso, para estes
indicadores de risco, o número total de pacientes é menor do que 91.
Como mostram os dados da Tabela 2, a hipertensão arterial esteve presente em
69,8% dos pacientes (n= 86). Outras doenças também estiveram presentes, como o diabetes
mellitus (30,2%) (n= 86) e as cardiopatias (22%) (n= 82).
Apenas cinco pacientes (6%) referiram ter sofrido ataque isquêmico transitório
prévio (n= 83). Em relação às dislipidemias, que englobam a hipercolesterolemia e a
hipertrigliceridemia, 19,1% dos pacientes relataram ter este indicador de risco (n= 68).
Quanto aos hábitos de vida componentes dos indicadores de risco para as doenças
cerebrovasculares, estão o sedentarismo, o sobrepeso, a obesidade, o tabagismo, o etilismo e o
uso de drogas. Entre os indicadores de risco supracitados, o sedentarismo e o tabagismo
(passado ou atual) foram bastante freqüentes: 87,9% e 50,5%, respectivamente.
Ainda como observado, o etilismo (passado ou atual) esteve presente em 29,7%
dos avaliados. Outros indicadores de risco como o uso de drogas e de anticoncepcionais
tiveram freqüências nulas ou baixas entre os pacientes avaliados: 0% e 4,4%,
respectivamente.
Tabela 3 – Distribuição dos pacientes, segundo o tipo de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008
Tipo de a
c
idente
vascular encefálico
%
Estatísticas
IC 95%
*
Isquêmico
39
42,9
32,5%
-
53,7%
Hemorrágico
35
38,5
28,4%
-
49,2%
Não esclarecido
17
18,6
11,3%
-
28,2%
Total
91
100
-
*
IC - Intervalo de Confiança de 95%.
Com base nos dados constantes da Tabela 3, segundo observou-se, houve leve
predonio dos pacientes com acidente vascular encefálico do tipo isquêmico (42,9%) em
relação ao tipo hemorrágico (38,5%). Também chama a atenção o fato de vários pacientes
(18,6%) não terem o diagnóstico dico já esclarecido quanto ao tipo de acidente vascular
encefálico.
27
A seguir, na Tabela 4, estão expostas as medidas de tendência central e de
dispersão referentes aos diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores
relacionados e fatores de risco manifestados pelos indivíduos avaliados.
Tabela 4 Distribuição das medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de
enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco. Fortaleza,
2008
Variáveis
Média
Mediana
DP
*
P25
**
P75
***
K
-
S
****
(valor p)
Diagnósticos de
enfermagem
9,03
10
3,7
6
12
0,017
Características
definidoras
11,7
13
6,2
6
16
0,112
Fatores
relacionados
6,8
7
3,4
4
10
0,360
Fatores de risco
5,7
7
3,4
4
10
0,095
*
DP - Desvio Padrão.
**
P25 - Percentil 25.
***
P75 - Percentil 75.
****
K-S - Teste de Kolmogorov-Smirnov.
Cada paciente com acidente vascular encefálico apresentou mediana de 10
diagnósticos de enfermagem (DP= 3,7). Dos avaliados, 75% tinham até 12 diagnósticos de
enfermagem. Conforme mostra o Teste de Kolmogorov-Smirnov, os diagnósticos de
enfermagem revelaram distribuição assimétrica (p= 0,017).
Pertinente às características definidoras, a média por pessoa foi 11,7 (DP= 6,2).
Enquanto a média dos fatores relacionados por paciente foi 6,8 (DP= 3,4), a maioria dos
pacientes (P75) tinha até 10 fatores relacionados. No concernente aos fatores de risco, a média
por indivíduo foi 5,7 (DP= 3,4).
O Teste de Kolmogorov-Smirnov evidenciou distribuição simétrica entre
características definidoras (p= 0,112), fatores relacionados (p= 0,360) e fatores de risco (p=
0,095).
Na Tabela 5 consta a distribuição dos diagnósticos de enfermagem dos pacientes
com acidente vascular encefálico.
28
Tabela 5 Distribuão dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com
acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnósticos de Enfermagem %
1. Risco de Infecção
88
96,7
2. Déficit no autocuidado para
banho/higiene
70
76,9
3. Déficit no autocuidado para higiene
íntima
68
74,7
4.
ficit no autocuidado para vestir
-
se/arrumar-se
65
71,4
5. Comunicação verbal prejudicada
57
62,6
6. Perfusão tissular ineficaz
tipo
cerebral
54
59,3
7. Risco de integridade da pele
prejudicada
48
52,7
8. Mobilidade no leito prejudicada
48
52,7
9.
Risco de aspiração
46
50,5
P 75
*
10. Déficit no autocuidado para
alimentação
43 47,3
11. Controle ineficaz do regime
terautico
36
39
,6
12. Risco de quedas
24
26,4
13. Percepção sensorial perturbada tipo
visual e tátil
20
22
14. Deambulação prejudicada
18
19,8
15. Constipação
18
19,8
16. Desobstrução ineficaz das vias aéreas
18
19,8
17. Percepção sensorial per
turbada tipo
tátil
15
16,5
P 50
**
18. Percepção sensorial perturbada tipo
visual
14
15,4
19. Dor aguda
13
14,3
20. Deglutição prejudicada
12
13,2
21. Integridade da pele prejudicada
11
12,1
22. Mobilidade física p
rejudicada
9
9,9
23. Hipertermia
7
7,7
24. Risco de confusão aguda
7
7,7
25. Náusea
5
5,5
26. Incontinência urinária funcional
5
5,5
27. Negligência unilateral
4
4,4
P 25
***
28. Troca de gases prejudicada
3
3,3
29. Rete
ão urinária
1
1,1
30. Eliminação urinária prejudicada
1
1,1
31. Diarréia
1
1,1
32. Baixa a
uto
-
e
stima
s
ituacional
1
1,1
33. Ventilação espontânea prejudicada
1
1,1
34. Intolencia à atividade
1
1,1
35. Volume de
líquidos e
xcessivo
1
1,1
*
P75 Percentil 75.
**
P50 Percentil 50.
***
P25 Percentil 25.
29
Os pacientes com acidente vascular encefálico apresentaram 35 diferentes
diagnósticos de enfermagem. Destes diagnósticos de enfermagem, nove estão acima do
percentil 75. São eles: Risco de infecção (96,7%); ficit no autocuidado para banho/higiene
(76,9%); ficit no autocuidado para higiene íntima (74,7%); ficit no autocuidado para
vestir-se/arrumar-se (71,4%); Comunicação verbal prejudicada (62,6%); Perfusão tissular
ineficaz tipo cerebral (59,3%); Risco de integridade da pele prejudicada (52,7%);
Mobilidade no leito prejudicada (52,7%) e Risco de aspiração (50,5%).
A maioria dos diagnósticos de enfermagem encontrados acima do percentil 75
pertence ao domínio atividade/repouso (5). Esses estão distribuídos nas classes de
autocuidado (3), atividade/exercício (1) e respostas cardiovasculares/pulmonares (1).
Ainda conforme observado na Tabela 5, a maioria dos diagnósticos de
enfermagem tinha freqüência abaixo de 40% (25). Por isso, a análise de associação referente
aos diagnósticos de enfermagem foi feita considerando aqueles que estavam acima do
percentil 75.
A seguir, a Tabela 6 mostra a distribuição das características definidoras presentes
nos pacientes com acidente vascular encefálico.
30
Tabela 6 Distribuição das características definidoras presentes nos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Características Definidoras %
1. Incapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à cadeira higiênica
66
72,5
2. Incapacidade de lavar o c
orpo
66
72,5
3. Incapacidade de acessar o banheiro
65
71,4
4. Incapacidade de colocar roupas na parte superior do corpo
54
59,3
5. Incapacidade de fazer uma higiene íntima apropriada
54
59,3
6. Incapacidade de colocar roupas na parte inferior do corpo
53
58,2
7. Capacidade prejudicada de mover
-
se da posição supina para a posição sentada
48
52,7
8. Anormalidades na fala
46
50,5
9. Paralisia
44
48,4
10. Capacidade prejudicada de virar
-
se de um lado para o outro
43
47,3
11. Incapacidade de engolir ali
mentos
37
40,7
12. Incapacidade de mastigar alimentos
36
39,6
13. Mudança na acuidade sensorial
35
38,5
14. Mudança na resposta usual aos estímulos
33
36,3
15. Ausência de contato visual
30
33
16. Fraqueza de extremidades
26
28,6
17. Não fala
25
27,5
18. Estado mental alterado
25
27,5
19. Fala com dificuldade
24
26,4
20. Dificuldade para formar palavras (disartria)
24
26,4
21. Dificuldades na deglutição
20
22
22. Fracasso na inclusão dos regimes de tratamento nas rotinas diárias
20
22
23. Ruídos
adventícios respiratórios
19
20,9
24. Capacidade prejudicada de percorrer as distâncias necessárias
18
19,8
25. Mudança no padrão intestinal
18
19,8
26. Frequência diminuída
17
18,7
P75
*
27. Tosse ineficaz
13
14,3
28. Capacida
de prejudicada de colocar itens de vestuários necessários
12
13,2
29. Capacidade prejudicada de tirar itens de vestuário
s
necessários
12
13,2
30. Mudança nas reações pupilares
11
12,1
31. Relato verbal de dor
11
12,1
32. Dificuldade na atenção seletiva
10
11
33. Escolhas da vida diária ineficazes para atingir os objetivos de saúde
10
11
34. Mudanças na frequência respiratória
10
11
35. Evidência observada de dificuldade de deglutir (estase de alimentos na cavidade
oral, tossir/sufocar)
9
9,9
36. Rom
pimento da superfície da pele
8
8,8
37. Incapacidade de manipular as roupas para realizar higiene íntima
8
8,8
38. Não consegue falar
8
8,8
39. Mudanças nas respostas motoras
8
8,8
40. Expressão facial
7
7,7
41. Capacidade limitada para desempenhar ha
bilidades motoras finas
7
7,7
42. Dispnéia
7
7,7
43. Aumento da temperatura corporal acima dos parâmetros normais
7
7,7
44. Calor ao toque
6
6,6
45. Relato de usea
5
5,5
46. Tosse ausente
5
5,5
47. Incapacidade de levar os alimentos de um recipient
e à boca
4
4,4
48. Capacidade limitada para desempenhar habilidades motoras grossas
4
4,4
49. Perde urina antes de alcançar o banheiro
4
4,4
50. Verbaliza dificuldade com os regimes prescritos
4
4,4
51. Desvio marcante da caba para o lado não neglige
nciado para estímulos e
atividades naquele lado
4
4,4
31
Características Definidoras
52. Falta de mastigação
3
%
3,3 P50
**
53. Destruição de camadas da pele
3
3,3
54. Déficit visual parcial
3
3,3
55. Comportamento de proteção
3
3,3
56. Mudança na frequência respiratória
3
3,3
57. Amplitude limitada de movimentos
3
3,3
58. Taquipnéia
3
3,3
59. Incapacidade de manipular alimentos na bo
ca
2
2,2
60. Gestos protetores
2
2,2
61. Evidência observada de dor
2
2,2
62. Movimentos lentos
2
2,2
63. CO2 diminuído
2
2,2
64. Ph arterial anormal
2
2,2
65. Hipercarbia
2
2,2
66. Agitação aumentada
2
2,2
67. Mudança no ritmo respiratório
2
2,2
68. Taquicardia
2
2,2
69. Mudança na marcha
2
2,2
70. Cianose
2
2,2
71. Hipoxemia
2
2,2
72. Falha ao perceber pessoas que se aproximam a partir do lado negligenciado
2
2,2
73. Posições alteradas da cabeça
1
1,1
74. Fechamento incompleto dosbios
1
1,1
75. Invasão de estruturas do corpo
1
1,1
76. Incapacidade de regular a água do banho
1
1,1
77. Verbalização imprópria
1
1,1
78. Desorientação no tempo
1
1,1
P25
***
79. Dificuldade de usar a expressão facial
1
1,1
80. Mudanç
as no tônus muscular (rigidez)
1
1,1
81. Comportamento expressivo (irritabilidade)
1
1,1
82. Distensão vesical
1
1,1
83. Movimentos não coordenados
1
1,1
84. Náusea e/ou mito
1
1,1
85. Disúria
1
1,1
86. Retenção urinária
1
1,1
87. Gases sanguíneos
anormais
1
1,1
88. O tempo necessário para alcançar o banheiro excede o espaço de tempo entre a
sensação de urgência para urinar
1
1,1
89. Pelo menos 3 evacuações de fezesquidas por dia
1
1,1
90. Expressões de desamparo
1
1,1
91. Expressões de sent
imento de inutilidade
1
1,1
92. SaO2 diminuída
1
1,1
93. Uso aumentado da musculatura acessória
1
1,1
94. Deglutição pedaço a pedaço
1
1,1
95. Dispnéia aos esforços
1
1,1
96. Alterações eletrocardiográficas refletindo isquemia
1
1,1
97. Anasarca
1
1
,1
98. Hemoglobina diminuída
1
1,1
99. Hematócrito diminuído
1
1,1
100. Déficit visual total
1
1,1
101. Alimentos empurrados para fora da boca
1
1,1
102. Movimentos descontrolados
1
1,1
103. Aversão à comida
1
1,1
104. Gagueira
1
1,1
*
P75 - Percentil 75.
**
P50 - Percentil 50.
***
P25 - Percentil 25.
32
Foram identificadas 104 características definidoras nos pacientes do estudo.
Destas, 26 estão acima do percentil 75 e são relacionadas às necessidades de autocuidado,
mobilidade, comunicação, percepção sensorial, eliminação, nutrição, função respiratória e
comportamento.
As características definidoras mais freqüentes acima do percentual 50% foram:
Incapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à cadeira higiênica (72,5%); Incapacidade de
lavar o corpo (72,5%); Incapacidade de acessar o banheiro (71,4%); Incapacidade de colocar
roupas na parte superior do corpo (59,3%); Incapacidade de fazer uma higiene íntima
apropriada (59,3%); Incapacidade de colocar roupas na parte inferior do corpo (58,2%);
Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada (52,7%) e
Anormalidades na fala (50,5%).
Estas características definidoras bastante comuns nos pacientes acometidos por
acidente vascular encefálico estão basicamente relacionadas aos diagnósticos de enfermagem
de autocuidado. Em virtude do número elevado de características definidoras acima do
percentil 75 com freqüências abaixo de 40% (15), foram consideradas para a análise
estatística as características cujas freqüências estavam acima de 50%.
Como observado, a maioria das características definidoras (93) esteve presente em
menos de 40% dos pacientes com acidente vascular encefálico, portanto, são características
individuais.
A seguir, na Tabela 7, consta a distribuição dos fatores relacionados encontrados
nos pacientes com acidente vascular encefálico.
33
Tabela 7 Distribuição dos fatores relacionados apresentados pelos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores Relacionados
%
1. Prejuízo neuromuscular
74
81,
3
2. Estado de mobilidade prejudicada
62
68,1
3. Diminuição da circulação cerebral
56
61,5
4. Interrupção do fluxo sanguíneo
54
59,3
5. Recepção sensorial alterada
49
53,8
6. Transmissão sensorial alterada
49
53,8
7. Integração sensorial alterada
49
53,8
8. Barreiras percebidas
22
24,2
9. Secreções retidas
18
19,8
10. Mudanças recentes de ambiente
17
18,7
11. Déficit de conhecimento
17
18,7
12. Prejuízo perceptivo
14
15,4
13. Barreira sica (intubação)
13
14,3
14. Agentes lesivos: biológicos
1
3
14,3
15. Lesão neuromuscular (paralisia facial)
7
7,7
P 75
*
16. Complexidade do regime terapêutico
7
7,7
17. Infecção
6
6,6
18. Doença
6
6,6
19. Lesão neuromuscular (força ou contração dimindas nos músculos
da mastigação)
6
6,6
20. Limitações neuromusculares
5
5,5
21. Dificuldades econômicas
5
5,5
22. Equilíbrio prejudicado
5
5,5
23. Uso de sedativos
5
5,5
24. Incapacidade de perceber uma parte do corpo
4
4,4
25. Extremos de idade
4
4,4
26. Umidade
3
3,3
27.
Prejuízo musculo
esquelético
3
3,3
28. Desequilíbrio na ventilação
-
perfusão
3
3,3
29. Força muscular insuficiente
3
3,3
30. Desconfiança quanto ao regime
3
3,3
31. Imobilização física
3
3,3
P 50
**
32. Pele úmida
3
3,3
33. Hemiple
gia do lado esquerdo decorrente do AVC do hemisfério
direito
3
3,3
34. Dor
2
2,2
35. Fatores biofísicos (neurológicos)
2
2,2
36. Tratamento (fármacos)
2
2,2
37. Conflitos de decisão
2
2,2
38. Medo de cair
2
2,2
39. Uso de anticonvulsivantes
2
2,2
40
. Circulação prejudicada
1
1,1
41. Estado metabólico prejudicado
1
1,1
42. Prejuízo cognitivo
1
1,1
43. Enf
raquecimento do sistema musculo
esquelético
1
1,1
44. Alteração do sistema nervoso central
1
1,1
34
Fatores Relacionados
%
45
. Bloqueio
46. Fatores psicológicos
1
1
1,1
1,1 P 25
***
47. Uso de agentes antilipêmicos
1
1,1
48. Uso de bloqueadores de canais de cálcio
1
1,1
49. Dano sensório
-
motor
1
1,1
50. Alteração nos fatores ambientais
1
1,1
51.
Altos níveis de estresse e ansiedade
1
1,1
52. Efeitos adversos de medicações
1
1,1
53. Prejuízo funcional
1
1,1
54. Lesão cerebral decorrente de problemas cerebrovasculares
1
1,1
55. Fadiga na musculatura respiratória
1
1,1
56. Obesidade
1
1,1
57.
Desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio
1
1,1
58. Presença de via área artificial
1
1,1
59. Fatores menicos (força abrasiva, contenções)
1
1,1
60. Mecanismos reguladores comprometidos
1
1,1
61. Incapacidade de perceber uma parte do corp
o
1
1,1
62. Uso de diuréticos
1
1,1
*
P75 - Percentil 75.
**
P50 - Percentil 50.
***
P25 - Percentil 25.
Identificou-se um total de 62 fatores relacionados. Entre esses, os mais freqüentes
foram: Prejuízo neuromuscular (81,3%); Estado de mobilidade prejudicada (68,1%);
Diminuição da circulação cerebral (61,5%); Interrupção do fluxo sanguíneo (59,3%);
Recepção sensorial alterada (53,8%); Transmissão sensorial alterada (53,8%) e Integração
sensorial alterada (53,8%).
Semelhante às características definidoras, foram considerados para a análise
estatística os fatores relacionados cuja freqüência estava acima de 50%.
Na Tabela 8 é apresentada a distribuição dos fatores de risco encontrados nos
pacientes do estudo.
35
Tabela 8 Distribuição dos fatores de risco presentes nos pacientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores de Risco %
1. Procedimentos invasivos
88
96,7
2. Exposição ambiental aumentada a patógenos
88
96,7
3. Imobilização física
43
47,3
4. Alimentação por sondas
32
35,2
5.
Sensações prejudicadas
31
34,1
6. Extremos de idade
28
30,8
7. Nível de consciência reduzido
26
28,6
8. Deglutição prejudicada
25
27,5
9. Defesas secundárias inadequadas (diminuição da
hemoglobina)
25
27,5
P 75
**
10. Presença de doença aguda
17
18,7
11. Equilíbrio prejudicado
13
14,3
12. Prejuízo perceptivo
14 15,4
13. Defesas primárias inadequadas (pele rompida)
11
12,1
14. Fatores menicos
11
12,
1
15. Dificuldade na marcha
11
12,1
16. Inibidores da ECA
8
8,8
17. Ambientais (falta de grades de proteção)
8
8,8
18. Idade acima de 65 anos
7
7,7
19. Gênero masculino
7
7,7
P 50
**
20. História de AVC
7
7,7
21. Situaçõe
s que impedem a elevação da parte superior do corpo
6
6,6
22. Hipertermia
6
6,6
23. Uréia e creatinina aumentadas
6
6,6
24. Mobilidade reduzida
6
6,6
25. Hemoglobina diminuída
5
5,5
26. Resíduo gástrico aumentado
4
4,4
27. Força diminuída nas extremi
dades inferiores
4
4,4
28. História de quedas
4
4,4
29. Dificuldades visuais
3
3,3
P 25
***
30. Mobilidade física prejudicada
3
3,3
31. Agentes anti
-
hipertensivos
2
2,2
32. Privação sensorial
2
2,2
33. Mais de 60 anos de idade
2
2,2
34. Anestesia
2
2,2
35. Uso de agentes ansiolíticos
1
1,1
36. Estado mental rebaixado
1
1,1
37. Estado nutricional desequilibrado (obesidade)
1
1,1
38. Desequilíbrios eletrolíticos
1
1,1
39. Reflexos de tosse diminuídos
1
1,1
*
P75 - Percentil 75.
**
P50 - Percentil 50.
***
P25 - Percentil 25.
Conforme demonstrado na Tabela 8, encontrou-se um total de 39 fatores de risco.
Destes, os que estão acima do percentil 75 são: Procedimentos invasivos (96,7%); Exposição
ambiental aumentada a patógenos (96,7%); Imobilização sica (47,3%); Alimentação por
36
sondas (35,2%); Sensações prejudicadas (34,1%); Extremos de idade (30,8%); Nível de
consciência reduzido (28,6%); Deglutição prejudicada (27,5%) e Defesas secundárias
inadequadas (diminuição da hemoglobina) (27,5%).
Tais fatores estão relacionados aos diagnósticos de enfermagem Risco de infecção,
Risco de Aspiração e Risco de integridade da pele prejudicada, todos eles diagnósticos de
enfermagem presentes acima do percentil 75.
Segundo se ressalta, para a análise estatística de associação foram considerados
todos os fatores de risco situados acima do percentil 75.
Na Tabela 9 constam as estatísticas de associação entre os diagnósticos de
enfermagem, os dados sociodemográficos e o tipo de acidente vascular encefálico.
Tabela 9 Distribuição dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo os dados
sociodemográficos, tipo de acidente vascular encefálico e a ocorrência dos diagnósticos de
enfermagem. Fortaleza, 2008
Dados
sociodemográficos
Diagnósticos de Enfermagem
RI
1
DABH
2
DAHI
3
DAVA
4
CVP
5
PTIC
6
RIPP
7
MLP
8
RA
9
Sexo
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
0,58
*
0,66
(0,28-
1,53)
0,46
***
1,23
(0,68-
2,25)
0,50
***
1,20
(0,68-
2,12)
0,20
***
1,42
(0,79-
2,54)
0,06
***
1,62
(0,94-
2,80)
0,74
***
1,07
(0,67-
1,70)
0,79
***
0,94
(0,39-
2,04)
0,49
***
0,85
(0,54-
1,34)
0,59
***
1,13
(0,71-
1,78)
Procedência
Valor p
RP
IC (95%)
0,58
***
-
-
0,36
***
-
-
0,36
***
-
-
0,10
***
-
-
0,24
***
-
-
0,00
***
-
-
0,07
***
-
-
0,14
***
-
-
0,36
***
-
-
Estado civil
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
0,81
(0,35-
1,86)
0,21
***
0,77
(0,52-
1,12)
0,10
***
0,71
(0,50-
1,03)
0,10
***
0,77
(0,53-
1,12)
0,56
***
0,89
(0,61-
1,30)
0,25
***
0,80
(0,55-
1,16)
0,02
***
0,64
(0,16-
0,88)
0,00
***
0,59
(0,40-
0,88)
0,02
***
0,65
(0,44-
0,96)
Tipo de AVE
Valor p
RP
IC (95%)
0,60
***
-
-
0,16
***
-
-
0,12
***
-
-
0,95
***
-
-
0,68
***
-
-
0,39
***
-
-
0,23
***
-
-
0,97
***
-
-
0,95
***
-
-
1
RI – Risco de infecção.
2
DABH – Déficit no autocuidado para banho/higiene.
3
DAHI – Déficit no autocuidado para
higiene íntima.
4
DAVA Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se.
5
CVP Comunicação verbal
prejudicada.
6
PTIC Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
7
RIPP Risco para integridade da pele prejudicada.
8
MLP – Mobilidade no leito prejudicada.
9
RA – Risco de aspiração.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP- Razão de
Prevalência, com Intervalo de Confiança de 95%. O Valor do RP somente é calculado em tabelas 2X2.
***
Teste Qui-
Quadrado.
37
Com base nos dados expostos na Tabela 9, a varvel procedência do interior do
Estado do Ceará esteve associada significativamente à ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral (p=0,00). Esta associação pode ser
justificada pela demora do início do tratamento de pacientes provenientes do interior do
Estado do Ceará, em virtude do tempo decorrido do surgimento do acidente vascular
encefálico até a chegada ao hospital de referência. Tal situação pode acarretar lesões tissulares
cerebrais irreversíveis e, assim, o aumento das incapacidades.
Como observado, foi identificada associação significante entre existência de
companheiro e a presença dos diagnósticos de enfermagem Risco de integridade da pele
prejudicada (p=0,02), Mobilidade no leito prejudicada (p=0,00) e Risco de aspiração
(p=0,02).
O estado civil caracterizado pela presença de companheiro foi fator protetor para a
ocorrência destes três diagnósticos de enfermagem (RP<0). De acordo com o evidenciado, os
pacientes que viviam com companheiro tinham 40% menos probabilidade de desenvolverem
o diagnóstico de enfermagem Mobilidade no leito prejudicada (RP=0,59) e,
aproximadamente, 35% menos probabilidade de desenvolverem os diagnósticos Risco de
integridade da pele prejudicada (RP=0,64) e Risco de aspiração (RP=0,65).
Conforme reconhecido, os familiares e/ou acompanhantes detêm um importante
papel no cuidado aos seus parentes/amigos acometidos por acidente vascular encefálico.
Nesta situação, o acompanhante, seja cônjuge ou não, auxilia na movimentação do paciente
no leito e no ambiente e, desse modo, diminui os riscos de desenvolvimento de diagnósticos
atrelados à mobilidade.
Quanto a algumas variáveis, como sexo e tipo de acidente vascular encefálico,
neste estudo, não estiveram associados à presença de nenhum diagnóstico de enfermagem.
A seguir, na Tabela 10, o expostas as estatísticas de associão entre os
indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares e a ocorrência dos diagnósticos de
enfermagem.
38
Tabela 10 Distribuição dos pacientes com acidente vascular encefálico segundo os fatores
de risco para as doenças cerebrovasculares e a ocorrência dos diagnósticos de enfermagem.
Fortaleza, 2008
Fatores de risco
para doenças
cerebrovasculares
Diagnósticos de Enfermagem
RI
1
DABH
2
DAHI
3
DAVA
4
CVP
5
PTIC
6
RIPP
7
MLP
8
RA
9
Hipertensão
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
1,00
*
1,04
(0,46-
2,36)
0,01
***
1,61
(1,01-
2,57)
0,03
***
1,46
(0,96-
2,21)
0,10
***
1,30
(0,90-
1,86)
0,72
***
1,05
(0,78-
1,40)
0,31
***
1,15
(0,86-
1,65)
0,45
***
1,11
(0,84-
1,47)
0,36
***
1,13
(0,85-
1,51)
0,34
***
1,14
(0,86-
1,51)
Diabetes mellitus
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
0,90
(1,76-
4,62)
0,84
***
1,07
(0,49-
2,32)
0,61
***
1,21
(0,55-
2,64)
0,34
***
1,44
(0,65-
3,17)
0,11
***
1,77
(0,83-
3,76)
0,06
***
1,45
(0,92-
4,15)
0,06
***
1,88
(0,94-
3,75)
0,15
***
1,60
(0,86-
3,11)
0,45
***
1,28
(0,67-
2,44)
Dislipidemia
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
**
-
0,50
*
0,66
(0,24-
1,79)
0,74
*
0,76
(0,28-
2,07)
0,52
*
0,71
(0,26-
1,92)
0,56
***
1,34
(0,48-
3,68)
0,94
***
1,03
(0,38-
2,76)
0,49
***
0,70
(0,25-
1,93)
0,20
*
0,47
(0,16-
1,38)
0,23
***
0,53
(0,18-
1,55)
AIT
****
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
**
-
0,59
*
0,47
(0,08-
2,65)
0,60
*
0,54
(0,09-
3,02)
0,15
*
0,28
(0,05-
1,61)
0,39
*
0,46
(0,08-
2,62)
0,64
*
0,48
(0,08-
2,75)
0,02
*
**
-
0,51
***
0,24
(0,02-
2,09)
0,36
*
0,26
(0,03-
2,30)
Cardiopatia
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
**
-
0,38
*
1,72
(0,55-
5,36)
0,53
***
1,36
(0,50-
3,71)
0,68
***
1,20
(0,48-
3,03)
0,42
***
1,41
(0,59-
3,40)
0,95
***
0,97
(0,43-
2,22)
0,51
***
1,31
(0,57-
2,98)
0,60
***
1,31
(0,57-
2,98)
0,06
***
2,20
(0,91-
5,31)
Sedentarismo
Valor p
RP
IC (95%)
0,32
*
1,33
(0,59-
2,97)
1,00
*
0,96
(0,81-
1,13)
1,00
*
1,01
(0,84-
1,21)
1,00
*
0,99
(0,84-
1,17)
0,09
*
1,17
(0,97-
1,40)
0,34
*
1,08
(0,51-
1,27)
0,24
***
1,09
(0,93-
1,78)
0,91
***
1,04
(0,89-
1,21)
0,71
***
1,02
(0,88-
1,19)
Tabagismo
Valor p
RP
IC (95%)
0,61
*
1,53
(0,30-
7,70)
0,49
***
0,85
(0,54-
1,32)
0,85
***
0,95
(0,60-
1,51)
0,69
***
0,91
(0,59-
1,41)
0,34
***
1,23
(0,78-
1,52)
0,58
***
0,89
(0,59-
1,33)
0,59
***
0,97
(0,59-
1,34)
0,91
***
0,95
(0,65-
1,46)
0,46
***
1,16
(0,77-
1,75)
39
Fatores de risco
para doenças
cerebrovasculares
Etilismo
Valor p
RP
IC (95%)
RI
1
1,00
*
0,88
(0,17-
4,53)
DABH
2
0,67
***
0,85
(0,42-
1,74)
DAHI
3
0,92
***
0,96
(0,47-
1,98)
DAVA
4
0,88
***
0,95
(0,47-
1,89)
CVP
5
0,14
***
1,78
(0,80-
3,60)
PTIC
6
0,35
***
1,37
(0,60-
2,71)
RIPP
7
0,41
***
1,30
(0,68-
2,49)
MLP
8
0,91
***
0,96
(0,51-
1,81)
RA
9
0,87
***
1,05
(0,55-
1,98)
Anticoncepcional
Valor p
RP
IC (95%)
0,72
***
-
-
0,42
***
-
-
0,06
***
-
-
0,54
***
-
-
0,14
***
-
-
0,32
***
-
-
0,05
***
-
-
0,34
***
-
-
0,57
***
-
-
1
RI – Risco de infecção.
2
DABH – Déficit no autocuidado para banho/higiene.
3
DAHI – Déficit no autocuidado
para higiene íntima.
4
DAVA Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se.
5
CVP Comunicação verbal
prejudicada.
6
PTIC Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
7
RIPP Risco para integridade da pele
prejudicada.
8
MLP – Mobilidade no leito prejudicada.
9
RA – Risco de aspiração.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP
- Razão de Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%. A Razão de Prevalência não foi calculada nas
caselas com frequência igual a zero.
***
Teste Qui-Quadrado.
****
AIT Ataque isquêmico transitório.
O indicador de risco presença de hipertensão arterial foi associado
significativamente com os diagnósticos de enfermagem Déficit no autocuidado para
banho/higiene (p= 0,01) e Déficit no autocuidado para higiene íntima (p= 0,03). Nesta
pesquisa, pacientes portadores de hipertensão arterial tiveram cerca de 2 vezes mais
probabilidade de manifestarem ficit no autocuidado para banho/higiene (RP= 1,61) e 1,5
vez mais probabilidade de Déficit no autocuidado para higiene íntima (RP= 1,46) do que
aqueles não portadores de hipertensão arterial.
Além disso, o ataque isquêmico transitório esteve associado significativamente à
presença do diagnóstico de enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada (p= 0,02).
Não foram encontradas na literatura explicações sobre esta associação e, por isso, acredita-se
que possa ser uma relação espúria.
Outros indicadores de risco como diabetes mellitus, dislipidemias, cardiopatias,
sedentarismo, tabagismo, etilismo e uso de anticoncepcional não foram associados à
ocorrência de nenhum diagnóstico de enfermagem.
Nas Tabelas a seguir (11 a 14), são expostas as estatísticas de associação entre os
diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e fatores de
risco presentes nos pacientes com acidente vascular encefálico.
40
Tabela 11 Distribuição das estatísticas de associação entre os diagnósticos de enfermagem
apresentados pelos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnósticos
de
Enfermagem
RIPP
DAVA
RA
DAHI
CVP
MLP
DABH
PTIC
9
RI
1
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
0,10
*
**
0,19
*
2,18
(0,43-
10,86)
0,61
*
1,53
(0,30-
7,70)
0,15
*
2,28
(0,45-
11,36)
0,04
*
**
-
0,10
*
**
-
0,54
*
1,15
(0,51-
2,60)
0,06
*
**
-
RIPP
2
Valor p
RP
IC (95%)
-
0,00
***
2,33
(1,64-
3,33)
0,00
***
3,68
(2,01-
6,71)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,75
(1,77-
4,27)
0,00
***
9,85
(3,86-
25,15)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,94
(2,27-
6,82)
DAVA
3
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
0,00
***
8,80
(2,29-
33,67)
0,00
***
4,13
(2,04-
8,35)
0,00
***
2,85
(1,49-
5,45)
0,00
***
18,8
(7,73-
129,2)
0,00
***
4,26
(2,11-
8,61)
0,00
6,80
(2,32-
19,86)
RA
4
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
-
0,00
***
1,79
(1,75-
2,37)
0,00
***
2,30
(1,55-
3,40)
0,00
***
4,89
(2,58-
9,76)
0,00
***
1,76
(1,35-
2,29)
0,00
***
2,32
(153-
3,51)
DAHI
5
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
-
-
0,00
***
3,51
(1,60-
7,72)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
17,9
(2,62-
122,4)
CVP
6
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
-
-
-
0,00
***
5,13
(2,25-
11,68)
0,00
***
1,72
(1,24-
2,39)
0,00
***
7,45
(2,95-
18,81)
MLP
7
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
-
-
-
-
0,00
***
**
-
0,00
***
3,50
(2,08-
5,88)
DABH
8
Valor p
RP
IC (95%)
-
-
-
-
-
-
-
0,00
***
15,90
(2,33-
108,1)
1
RI – Risco de infecção.
2
RIPP Risco para integridade da pele prejudicada.
3
DAVA Déficit no autocuidado
para vestir-se/arrumar-se.
4
RA – Risco de aspiração.
5
DAHI – Déficit no autocuidado para higiene íntima.
6
CVP
Comunicação verbal prejudicada.
7
MLP Mobilidade no leito prejudicada.
8
DABH – ficit no autocuidado
para banho/higiene.
9
PTIC Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP - Razão de
Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%. A Razão de Prevalência o foi calculada nas caselas com
frequência igual a zero.
***
Teste Qui-Quadrado.
41
Conforme observado na Tabela 11, o diagnóstico de enfermagem Risco de
integridade da pele prejudicada demonstrou associação com todos os diagnósticos de
enfermagem (p= 0,00), exceto com o diagnóstico Risco de infecção (p=0,10).
Os pacientes com o diagnóstico Risco de integridade da pele prejudicada tiveram
2,3 vezes mais probabilidade de manifestarem Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-
se (RP=2,33) e 10 vezes mais probabilidade para Mobilidade no leito prejudicada (RP= 9,85).
Importa destacar o seguinte: os diagnósticos de enfermagem Déficit no
autocuidado para vestir-se/arrumar-se, Risco de aspiração, Déficit no autocuidado para
higiene íntima, Comunicação verbal prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada e Déficit no
autocuidado para banho/higiene revelaram associação significativa com todos os diagnósticos
de enfermagem cruzados (p= 0,00). O único diagnóstico de enfermagem que apresentou
associação estatística com o diagnóstico Risco de infecção foi Comunicação verbal
prejudicada (p=0,04).
Segundo identificado, os portadores de acidente vascular encefálico com Déficit
no autocuidado para vestir-se/arrumar-se tiveram 9 vezes mais probabilidade de Risco de
aspiração (RP=8,80); 4 vezes mais probabilidade de Déficit no autocuidado para higiene
íntima (RP=4,13); 19 vezes mais probabilidade de Mobilidade no leito prejudicada (RP=
18,8); 4 vezes mais probabilidade de ficit no autocuidado para banho/higiene (RP= 4,26) e
7 vezes mais de Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (RP=6,8).
Os pacientes com o diagnóstico de enfermagem Risco de aspiração apresentaram 2
vezes mais probabilidade de ficit no autocuidado para higiene íntima (RP=1,79) e Déficit
no autocuidado para banho/higiene (RP=1,76) e 5 vezes mais de apresentarem Mobilidade no
leito prejudicada (RP=4,89).
Ainda como observado, os indivíduos com Comunicação verbal prejudicada
apresentaram 7 vezes mais probabilidade de terem o diagnóstico de enfermagem Perfusão
tissular ineficaz - tipo cerebral (RP=7,45).
Neste estudo, os indivíduos avaliados identificados com o diagnóstico Mobilidade
no leito prejudicada possuíam 3 vezes mais probabilidade de Perfusão tissular ineficaz tipo
cerebral (RP=3,50).
Estas associações encontradas entre os diagnósticos de enfermagem presentes nos
pacientes acometidos por acidente vascular encefálico devem-se, principalmente, aos
prejuízos advindos do comprometimento da circulação cerebral, os quais acarretam
deficiências na mobilidade, no processo de comunicação e na execução das atividades de
autocuidado.
42
Tabela 12 Distribuição das estatísticas de associação entre as características definidoras e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Características
Definidoras
Diagnósticos de Enfermagem
RI
1
RIPP
2
DAVA
3
RA
4
DAHI
5
CVP
6
MLP
7
DABH
8
PTIC
9
IRSUPC
10
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
0,06
*
**
-
0,00
***
4,47
(2,49-
8,04)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,79
(1,78-
4,37)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,98
(1,67-
5,30)
0,00
***
3,94
(2,27-
6,82)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,94
(2,11-
7,34)
IRINFC
11
Valor p
RP
IC (95%)
0,06
*
**
-
0,00
***
5,03
(2,68-
9,45)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,01
(1,87-
4,82)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,91
(1,63-
5,19)
0,00
***
4,38
(2,43-
7,87)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,85
(2,06-
7,20)
IVSCH
12
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
1,09
(0,48-
2,45)
0,00
***
2,21
(1,58-
3,10)
0,00
***
4,00
(1,97-
8,09)
0,00
***
2,09
(1,52-
2,87)
0,00
***
21,98
(3,23-
149,59)
0,00
***
2,02
(1,37-
2,99)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
2,54
(1,67-
3,85)
IFHI
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,06
*
**
-
0,00
***
3,94
(2,27-
6,82)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,08
(1,93-
4,93)
0,00
***
**
0,00
***
2,33
(1,40-
3,87)
0,00
***
3,94
(2,27-
6,82)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,01
(1,74-
5,19)
IAB
14
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
1,07
(0,47-
2,41)
0,00
***
2,33
(1,64-
3,33)
0,00
***
4,80
(2,17-
10,58)
0,00
***
1,91
(1,40-
2,60)
0,00
***
21,64
(3,18-
147,3)
0,00
***
1,82
(1,26-
2,64)
0,00
***
2,33
(1,64-
3,33)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,49
(1,64-
3,79)
ILC
15
Valor p
RP
IC (95%)
0,18
*
2,21
(0,44-
11,03)
0,00
***
**
-
0,00
***
12,8
(3,37-
48,48)
0,00
***
2,09
(1,52-
2,87)
0,00
***
10,82
(2,87-
40,74)
0,00
***
2,02
(1,37-
2,99)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
2,54
(1,67-
3,85)
CPMSS
16
Valor p
RP
IC (95%)
0,10
*
**
-
0,00
***
9,85
(3,86-
25,15)
0,00
***
18,80
(2,73-
129,2)
0,00
***
4,89
(2,58-
9,26)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
5,89
(2,57-
13,46)
AF
17
Valor p
RP
IC (95%)
0,11
*
**
-
0,00
***
3,68
(2,01-
6,71)
0,00
***
8,80
(2,29-
33,67)
0,00
***
2,23
(1,39-
3,59)
0,00
***
15,22
(2,22-
104,27)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,68
(2,01-
6,71)
0,00
***
13,5
(1,97-
92,14)
0,00
***
**
-
1
RI – Risco de infecção.
2
RIPP Risco para integridade da pele prejudicada.
3
DAVA Déficit no autocuidado
para vestir-se/arrumar-se.
4
RA – Risco de aspiração.
5
DAHI – Déficit no autocuidado para higiene íntima.
6
CVP
43
Comunicação verbal prejudicada.
7
MLP Mobilidade no leito prejudicada.
8
DABH – ficit no autocuidado
para banho/higiene.
9
PTIC Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
10
IRSUPC Incapacidade de colocar
roupas na parte superior do corpo.
11
IRINFC Incapacidade de colocar roupas na parte inferior do corpo.
12
IVSCHIncapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à cadeira higiênica.
13
IFHI – Incapacidade de fazer uma
higiene íntima apropriada.
14
IAB Incapacidade de acessar o banheiro.
15
ILC – Incapacidade de lavar o corpo.
16
CPMSS Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada.
17
AF
Anormalidades na fala.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP - Razão de Prevalência com Intervalo de Confiança de
95%. A Razão de Prevalência não foi calculada nas caselas com frequência igual a zero.
***
Teste Qui-
Quadrado.
Com base na Tabela 12, todas as características definidoras evidenciaram
associação estatística com todos os diagnósticos de enfermagem (p= 0,00), com exceção do
diagnóstico Risco de infecção.
Segundo identificado, os pacientes com incapacidade de colocar roupas na parte
superior do corpo tiveram 4 vezes mais probabilidade de manifestarem Risco de integridade
da pele prejudicada (RP= 4,47), Mobilidade no leito prejudicada (RP=3,94) e Perfusão
tissular ineficaz – tipo cerebral (RP=3,94) e 3 vezes mais de terem Risco de aspiração
(RP=2,79)
Aqueles identificados com a característica incapacidade de colocar roupas na parte
inferior do corpo tiveram mais probabilidade de apresentarem os diagnósticos de enfermagem
Risco de integridade da pele prejudicada (RP=5,03) quando comparados aos doentes
incapacitados de colocar roupas na parte superior do corpo.
Estes mesmos pacientes identificados com a característica definidora incapacidade
de colocar roupas na parte inferior do corpo apresentaram 3 vezes mais probabilidade de
possuírem Risco de aspiração (RP=3,01) e 4 vezes mais de terem Perfusão tissular ineficaz
tipo cerebral (RP=3,85).
No estudo, os indivíduos com incapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à
cadeira higiênica possuíam, aproximadamente, 2 vezes mais probabilidade de terem Risco de
integridade da pele prejudicada (RP=2,21), Risco de aspiração (RP=2,09) e Perfusão tissular
ineficaz – tipo cerebral (RP=2,54); 4 vezes mais de Déficit no autocuidado para vestir-
se/arrumar-se e 22 vezes mais para Déficit no autocuidado para higiene íntima (RP=21,98).
O elevado risco de desenvolvimento do diagnóstico de enfermagem ficit no
autocuidado para higiene íntima, quando a característica definidora incapacidade de chegar ao
vaso sanitário ou à cadeira higiênica estava presente, deve-se ao fato de ser esta uma
característica específica deste diagnóstico.
Ainda como observado, os portadores de acidente vascular encefálico com
incapacidade de fazer uma higiene íntima apropriada tinham 4 vezes mais probabilidade de
possuírem os diagnósticos Risco de integridade da pele prejudicada e Mobilidade no leito
44
prejudicada (RP=3,94); 3 vezes mais de Risco de aspiração (RP=3,08) e Perfusão tissular
ineficaz – tipo cerebral (RP=3,01).
Ademais, aqueles com incapacidade de acessar o banheiro apresentavam 2 vezes
mais probabilidade de terem os diagnósticos Risco de integridade da pele prejudicada e
Mobilidade no leito prejudicada (RP=2,33); 5 vezes mais de terem Déficit no autocuidado
para vestir-se/arrumar-se (RP=4,80); 2,5 vezes de Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral
(RP=2,49). Entretanto, o maior valor da Razão de Prevalência foi para a ocorrência do
diagnóstico de enfermagemficit no autocuidado para higiene íntima (RP= 21,64).
Incapacidade de acessar o banheiro é uma característica definidora específica do
diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para banho/higiene, mas é semelhante à
característica incapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à cadeira higiênica, que é própria
do diagnóstico Déficit no autocuidado para higiene íntima. Por isso, encontrou-se um valor de
Razão de Prevalência tão elevado.
Quando a característica incapacidade de lavar o corpo estava presente, os pacientes
mostraram 2 vezes mais probabilidade de terem Risco de aspiração (RP=2,09) e Perfusão
tissular ineficaz tipo cerebral (RP=2,54) e 11 vezes mais de Déficit no autocuidado para
higiene íntima (RP=10,82).
Destarte, conforme se constata, algumas características definidoras do Déficit de
autocuidado para banho/higiene podem ser utilizadas como marcadores para a ocorrência dos
diagnósticos Déficit no autocuidado para higiene íntima e ficit no autocuidado para vestir-
se/arrumar-se, entre os pacientes com acidente vascular encefálico.
Nos pacientes com capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a
posição sentada houve 10 vezes mais probabilidade de terem Risco de integridade da pele
prejudicada (RP=9,85); 19 vezes de ficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (RP=
18,80); 5 vezes mais probabilidade de Risco de aspiração (RP=4,89) e 6 vezes mais de terem
Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (RP=5,89).
45
Tabela 13 Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores relacionados e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores
Relacionados
Diagnósticos de Enfermagem
RI
1
RIPP
2
DAVA
3
RA
4
DAHI
5
CVP
6
MLP
7
DABH
8
PTIC
9
Prejneu
10
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
0,46
*
1,22
(0,54-
2,74)
0,00
***
**
-
0,00
*
**
-
0,00
***
1,51
(1,21-
1,89)
0,00
*
**
-
0,00
***
1,72
(1,27-
2,33)
0,00
***
**
-
0,00
*
**
-
0,00
***
**
-
Emobp
11
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
1,02
(0,45-
2,30)
0,00
***
2,19
(1,52-
3,14)
0,00
***
4,56
(2,06-
10,07)
0,00
***
2,21
(1,56-
3,14)
0,00
***
20,63
(3,02-
140,53)
0,00
***
1,86
(1,25-
2,77)
0,00
***
2,37
(1,62-
3,45)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,34
(1,53-
3,58)
DCC
12
Valor p
RP
IC (95%)
0,05
*
**
-
0,00
***
2,96
(1,86-
4,71)
0,00
***
3,33
(1,63-
6,80)
0,00
***
2,44
(1,62-
3,68)
0,00
***
4,39
(1,78-
10,81)
0,00
***
**
-
0,00
***
2,96
(1,86-
4,71)
0,00
***
3,90
(1,59-
9,52)
0,00
***
5,71
(2,73-
11,92)
Intflxsg
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,06
*
**
-
0,00
***
3,94
(2,27-
6,82)
0,00
***
6,80
(2,32-
19,86)
0,00
***
2,32
(1,53-
3,51)
0,00
***
17,92
(2,62-
122,4)
0,00
***
7,45
(2,95-
18,81)
0,00
***
3,50
(2,08-
5,88)
0,00
***
15,90
(2,33-
108,1)
0,00
***
**
-
Recsa
14
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
0,80
(0,35-
1,82)
0,00
***
3,09
(1,82-
5,25)
0,00
***
4,50
(1,80-
11,24)
0,00
***
1,68
(1,11-
2,54)
0,00
***
3,80
(1,53-
9,42)
0,00
***
2,32
(1,34-
4,03)
0,00
***
2,76
(1,66-
4,57)
0,00
***
4,60
(1,59-
13,29)
0,00
***
3,51
(1,86-
6,60)
Transa
15
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
0,80
(0,35-
1,82)
0,00
***
3,09
(1,82-
5,25)
0,00
***
4,50
(1,80-
11,24)
0,00
***
1,68
(1,11-
2,54)
0,00
***
3,80
(1,53-
9,42)
0,00
***
2,32
(1,34-
4,03)
0,00
***
2,76
(1,66-
4,57)
0,00
***
4,60
(1,59-
13,29)
0,00
***
3,51
(1,86-
6,60)
Intsa
16
Valor p
RP
IC (95%)
1,00
*
0,80
(0,35-
1,82)
0,00
***
3,09
(1,82-
5,25)
0,00
***
4,50
(1,80-
11,24)
0,00
***
1,68
(1,11-
2,54)
0,00
***
3,80
(1,53-
9,42)
0,00
***
2,32
(1,34-
4,03)
0,00
***
2,76
(1,66-
4,57)
0,00
***
4,60
(1,59-
13,29)
0,00
***
3,51
(1,86-
6,60)
1
RI – Risco de infecção.
2
RIPP Risco para integridade da pele prejudicada.
3
DAVA Déficit no autocuidado
para vestir-se/arrumar-se.
4
RA – Risco de aspiração.
5
DAHI – Déficit no autocuidado para higiene íntima.
6
CVP
– Comunicação verbal prejudicada.
7
MLP – Mobilidade no leito prejudicada.
8
DABH – Déficit no Autocuidado
para banho/higiene.
9
PTIC – Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
10
Prejneu – Prejuízo neuromuscular.
11
Emobp Estado de mobilidade prejudicada.
12
DCC Diminuição da circulação cerebral.
13
Intflxsg
Interrupção do fluxo sanguíneo.
14
Recsa – Recepção sensorial alterada.
15
Transa – Transmissão sensorial
alterada.
16
Intsa Integração sensorial alterada.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP - Razão de Prevalência com
Intervalo de Confiança de 95%. A Razão de Prevalência não foi calculada nas caselas com frequência igual a
zero.
***
Teste Qui-Quadrado.
46
Conforme demonstrado na Tabela 13, todos os fatores relacionados revelaram
associação estatística com todos os diagnósticos de enfermagem (p= 0,00), com exceção do
diagnóstico Risco de infecção.
Entre as principais conseqüências do acidente vascular encefálico está o prejuízo
neuromuscular. Esse, quando presente, aumentou em 1,5 vez a probabilidade de o paciente ter
o diagnóstico Risco de aspiração (RP=1,51) e 2 vezes de Comunicação verbal prejudicada
(RP=1,72).
Segundo percebeu-se, os pacientes que tinham como fator relacionado estado de
mobilidade prejudicada apresentaram 2 vezes mais probabilidade de Risco de integridade da
pele prejudicada (RP=2,19), Risco de aspiração (RP=2,21), Mobilidade no leito prejudicada
(RP=2,37) e Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (RP=2,34) e 4 vezes mais de ficit no
autocuidado para vestir-se/arrumar-se (RP=4,56).
Ainda como percebeu-se, o valor da Razão de Prevalência foi mais elevado para o
diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para higiene íntima (RP=20,63), isto
porque o estado de mobilidade prejudicada é fator relacionado deste diagnóstico.
Como mostram os dados, os portadores de acidente vascular encefálico que
apresentaram diminuição da circulação cerebral tiveram 3 vezes mais probabilidade de Risco
de integridade da pele prejudicada (RP=2,96), Mobilidade no leito prejudicada (RP=2,96) e
Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (RP=3,33); também tiveram 4 mais de
Déficit no autocuidado para higiene íntima (RP=4,39) e Déficit no autocuidado para
banho/higiene (RP=3,90); além de 6 vezes mais de Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral
(RP=5,71).
Para aqueles que possuíam o fator relacionado interrupção do fluxo sanguíneo
houve 4 vezes mais probabilidade de desenvolverem Risco de integridade da pele prejudicada
(RP=3,94); 7 vezes mais de terem Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (RP=
6,80); 2 vezes mais de Risco de aspiração (RP=2,32); 18 vezes mais de ficit no
autocuidado para higiene íntima (RP=17,92); 7,4 vezes mais de Comunicação verbal
prejudicada (RP=7,45); 3 vezes mais de Mobilidade no leito prejudicada (RP=3,50) e 16
vezes mais probabilidade de terem Déficit no autocuidado para banho/higiene (RP=15,90).
Em virtude da dificuldade de distinguir em uma avaliação física sem instrumentos
específicos, entre os fatores relacionados recepção sensorial alterada, integração sensorial
alterada e transmissão sensorial alterada nos pacientes com acidente vascular encefálico, estes
três fatores relacionados sempre foram formulados em conjunto. Apesar de mencionados
fatores não integrarem nenhum dos diagnósticos de enfermagem acima do percentil 75, eles
47
foram associados significativamente a todos os diagnósticos (p= 0,00), com exceção do Risco
de infecção.
Os pacientes com recepção sensorial alterada, integração sensorial alterada e
transmissão sensorial alterada manifestaram 3 vezes mais probabilidade de terem Risco de
integridade da pele prejudicada (RP=3,09) e 2 vezes mais de desenvolverem Comunicação
verbal prejudicada (RP=2,32).
Tabela 14 Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores de risco e os
diagnósticos de enfermagem apresentados pelos portadores de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008
Fatores de
Risco
Diagnósticos de Enfermagem
RI
1
RIPP
2
DAVA
3
RA
4
DAHI
5
CVP
6
MLP
7
DABH
8
PTIC
9
Pr
ocin
10
Valor p
RP
**
IC (95%)
**
0,00
*
**
-
0,10
*
1,07
(0,99-
1,16)
0,19
*
1,06
(0,95-
1,19)
0,61
*
1,02
(0,94-
1,10)
0,15
*
1,07
(0,94-
1,22)
0,04
*
**
-
0,10
*
**
-
0,54
*
1,02
(0,91-
1,13)
0,06
*
**
-
Expamb
11
Valor p
RP
IC (95%)
0,00
*
**
-
0,10
*
1,07
(0,99-
1,16)
0,19
*
1,06
(0,95-
1,19)
0,61
*
1,02
(0,94-
1,10)
0,15
*
1,07
(0,94-
1,22)
0,04
*
**
-
0,10
*
**
-
0,54
*
1,02
(0,91-
1,13)
0,06
*
**
-
Defsechb
12
Valor p
RP
IC (95%)
0,55
*
**
-
0,07
***
1,90
(0,91-
3,96)
0,00
***
4,60
(1,16-
18,12)
0,00
***
3,09
(1,36-
7,03)
0,02
***
3,89
(0,99-
15,23)
0,03
***
2,38
(0,98-
5,77)
0,01
***
3,58
(1,47-
8,72)
0,03
***
3,45
(0,88-
13,44)
0,08
***
2,17
(0,95-
4,91)
Imobfis
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,24
*
**
-
0,00
***
37,6
(5,40-
261,8)
0,00
***
**
-
0,00
***
5,03
(2,50-
10,10)
0,00
***
**
-
0,00
***
5,81
(2,27-
14,84)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
6,68
(2,60-
17,10)
Extidade
14
Valor p
RP
IC (95%)
0,55
*
**
-
0,00
***
24,1
(3,43-
170,5)
0,00
***
**
-
0,00
***
3,58
(1,60-
8,01)
0,00
***
**
-
0,01
***
2,74
(1,15-
6,54)
0,00
***
11,64
(2,93-
46,20)
0,00
***
**
-
0,00
***
4,11
(1,55-
10,87)
Sensprej
15
Valor p
RP
IC (95%)
0,54
*
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
2,39
(1,23-
4,61)
0,00
***
**
-
0,00
***
5,56
(1,83-
16,90)
0,00
***
6,04
(2,30-
15,88)
0,00
***
**
-
0,00
***
9,93
(2,52-
39,11)
Alimson
16
Valor p
RP
IC (95%)
0,54
*
**
-
0,00
***
4,83
(2,04-
11,44)
0,00
***
12,4
(1,78-
86,12)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
5,76
(1,90-
17,50)
0,00
***
13,43
(3,41-
52,93)
0,00
***
**
-
0,00
***
4,79
(1,83-
12,53)
48
Fatores de
Risco
Degprej
17
Valor p
RP
IC (95%)
RI
1
1,00
*
0,81
(0,15-
4,20)
RIPP
2
0,07
***
1,90
(0,91-
3,96)
DAVA
3
0,00
***
9,60
(1,36-
67,34)
RA
4
0,00
***
**
-
DAHI
5
0,02
***
3,89
(0,99-
15,23)
CVP
6
0,10
***
1,88
(0,83-
4,26)
MLP
7
0,00
***
3,58
(1,47-
8,72)
DABH
8
0,00
***
7,20
(1,03-
50,10)
PTIC
9
0,20
***
1,76
(0,81-
3,79)
Nivcons
18
Valor p
RP
IC (95%)
0,55
*
**
-
0,00
***
10,75
(2,69-
42,83)
0,00
***
10,00
(1,42-
70,03)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
14,91
(2,11-
105,1)
0,00
***
**
-
0,00
***
**
-
0,00
***
5,25
(1,70-
16,23)
1
RI Risco de infecção.
2
RIPP Risco para integridade da pele prejudicada.
3
DAVA Déficit no autocuidado para
vestir-se/arrumar-se.
4
RA – Risco de aspiração.
5
DAHI Déficit no autocuidado para higiene íntima.
6
CVP –
Comunicação verbal prejudicada.
7
MLP Mobilidade no leito prejudicada.
8
DABH Déficit no autocuidado para
banho/higiene.
9
PTIC – Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral.
10
Procin – Procedimentos invasivos.
11
Expamb
Exposição ambiental aumentada a patógenos.
12
Defsechb Defesas secundárias inadequadas diminuição da
hemoglobina.
13
Imobfis Imobilização física.
14
Extidade Extremos de idade.
15
Sensprej Sensações prejudicadas.
16
Alimson Alimentação por sondas.
17
Degprej Deglutição prejudicada.
18
Nivcons Nível de consciência reduzido.
*
Teste Exato de Fischer.
**
RP - Razão de Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%. A Razão de Prevalência
não foi calculada nas caselas com frequência igual a zero.
***
Teste Qui-Quadrado.
Segundo os dados expostos na Tabela 14, os fatores de risco procedimentos
invasivos e exposição ambiental aumentada a patógenos apresentaram associação estatística
com os diagnósticos de enfermagem Risco de infecção (p= 0,00) e Comunicação verbal
prejudicada (p= 0,04). Por não haver plausibilidade biológica entre estes dois fatores de risco
e o diagnóstico Comunicação verbal prejudicada, esta associação é considerada espúria.
É importante ressaltar que o fator defesas secundárias inadequadas (diminuão da
hemoglobina) não esteve associado ao diagnóstico Risco de infecção (p= 0,55), apesar de ser
um dos fatores de risco deste diagnóstico.
Contudo, imobilização sica foi associada estatisticamente a todos os diagnósticos
de enfermagem (p= 0,00), exceto Risco de infecção (p= 0,24). Este fator elevou em 38 vezes a
probabilidade de um paciente com acidente vascular encefálico apresentar Risco para
integridade da pele prejudicada (RP=37,6); 5 vezes mais probabilidade de ter Risco de
aspiração (RP=5,03) e 7 vezes de Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (RP=6,68).
Cabe destacar, o seguinte: o fator de risco extremos de idade esteve associado
significativamente a todos os diagnósticos de enfermagem (p= 0,00 e p= 0,01 para o
diagnóstico Comunicação verbal prejudicada), mas com exceção do diagnóstico Risco de
infecção (p= 0,55).
49
Os portadores de acidente vascular encefálico com idades extremas tinham 24
vezes mais probabilidade de Risco de integridade da pele prejudicada (RP=24,18); 3 vezes
mais de desenvolverem Comunicação verbal prejudicada (RP=2,74); 12 vezes mais de
Mobilidade no leito prejudicada (RP=11,64) e 4 vezes mais de apresentarem Perfusão tissular
ineficaz – tipo cerebral (RP=4,11).
Sensações prejudicadas, alimentação por sondas e nível de consciência reduzido
foram fatores de risco associados significativamente a todos os diagnósticos de enfermagem
(p= 0,00), exceto Risco de infecção.
Aqueles com sensações prejudicadas manifestaram 10 vezes mais probabilidade de
apresentarem Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral (RP=9,93). os pacientes que se
alimentavam por sondas mostraram 5 vezes mais probabilidade de terem Risco de integridade
da pele prejudicada (RP=4,83).
Ademais, os doentes com nível de consciência reduzido revelaram 11 vezes mais
probabilidade de Risco de integridade da pele prejudicada (RP=10,75); 10 vezes mais de
Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (RP=10,00); 15 vezes mais de possuírem
Comunicação verbal prejudicada (RP=14,91) e 5 vezes mais de terem Perfusão tissular
ineficaz – tipo cerebral (5,25).
A deglutição prejudicada foi associada de forma significativa aos diagnósticos de
enfermagem Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (p= 0,00), Risco de aspiração
(p= 0,00), Déficit no autocuidado para higiene íntima (p= 0,02), Mobilidade no leito
prejudicada (p= 0,00) e Déficit no autocuidado para banho/higiene (p= 0,00).
50
5 DISCUSSÃO
Em 2002, o acidente vascular encefálico foi a principal causa de mortalidade no
Brasil, responsável por 87.344 casos fatais, seguido da doença arterial coronariana, com
81.505 mortes. Além disso, o Brasil possui a maior taxa de mortalidade por acidente vascular
encefálico quando comparado aos outros países latino-americanos (LOTUFO, 2005).
A mortalidade por acidente vascular encefálico é maior nas regiões mais pobres do
Brasil, como a Norte, a Nordeste e a Centro-Oeste, e em grande parte, a ocorrência dessa
elevada mortalidade é atribuída aos fatores sociais desfavoráveis (LOTUFO, 2005; NEVES et
al., 2002). Destarte, torna-se indispensável analisar os fatores sociodemográficos presentes
nos pacientes avaliados no estudo então elaborado.
Em relação à variável sexo, as mulheres estiveram mais presentes no estudo.
Diferentemente dos achados ora obtidos, diversas pesquisas nacionais (FALCÃO et al., 2004;
PIRES; GAGLIARDI; GORZONI, 2004; RADANOVIC, 2000) e internacionais (DI CARLO
et al., 2006; LENO et al., 1993; MEDRANO ALBERO et al., 2006; MORENO et al., 2008)
encontraram uma predomincia discretamente maior do acidente vascular encefálico na
população masculina.
Como refere André (2006), a incidência dessa doença nos homens é discretamente
superior à ocorrida nas mulheres em qualquer idade, com a proporção de 1,2: 1,
respectivamente. Todavia, Yamashita et al. (2004), ao avaliarem 38 pacientes internados em
um hospital de São Paulo com acidente vascular encefálico, encontraram 22 (57,9%)
pacientes do sexo feminino e 16 (42,1%) do sexo masculino.
Acredita-se que este leve predonio do sexo feminino encontrado no estudo
possa ser atribuído à faixa etária, porque a sobrevivência de mulheres até idades mais
avançadas é maior, e assim, ocorre um excesso aparente de acidente vascular encefálico na
população feminina (ANDRÉ, 2006).
Conforme mostram alguns estudos ao relacionarem as taxas de mortalidade por
acidente vascular encefálico por sexo, essa mortalidade é mais alta entre as mulheres do que
entre os homens (LOTUFO, 2005; SANCLEMENTE ANSÓ et al., 2004).
No estudo ora desenvolvido, a média de idade dos indivíduos foi 64,2 anos (DP=
14,2). Embora o acidente vascular encefálico seja uma doença cerebrovascular passível de
acontecer em qualquer faixa etária, sua incidência aumenta à medida que avança a idade, e
dobra aproximadamente a cada década de vida (ANDRÉ, 2006). Segundo afirmam Zétola et
51
al. (2001) a incidência do acidente vascular encefálico tem pico entre a sétima e a oitava
décadas de vida, quando se somam as alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas
ao processo de envelhecimento.
Outros estudos sobre o tema confirmam estas informações. Por exemplo, pesquisa
feita na Espanha com pacientes portadores de acidente vascular encefálico encontrou a idade
dia de 75,7 anos (DP= 1,9) (SANCLEMENTE ANSÓ et al., 2004) e um estudo
multicêntrico desenvolvido em sete países europeus observou que a média de idade dos
pacientes foi 70,9 anos (DP= 12,4) (DI CARLO et al., 2006).
Esta leve discrepância em relação à dia de idade é explicada por ter o estudo,
ora realizado, avaliado pacientes com o primeiro episódio da doença. Isso é corroborado por
Falcão et al. (2004), ao citarem o estudo de Cabral et al. (1997), no qual foi encontrada a
dia de idade de 65,2 anos. Um trabalho semelhante desenvolvido em São Paulo por Pires,
Gagliardi e Gorzoni (2004) também detectou uma predominância de pacientes na faixa etária
entre 60 e 70 anos (66%), quando consideraram o primeiro episódio de acidente vascular
encefálico.
Em relação à procedência, grande parte dos avaliados era do interior do Estado do
Ceará. Como se sabe, o hospital cerio do estudo é referência no Ceará para o tratamento do
acidente vascular encefálico e os hospitais do interior, em sua maioria, não disem de
recursos diagnósticos e terapêuticos precisos para o atendimento desta clientela. Por isso, é
constante a transfencia desses pacientes para o hospital da capital.
Quanto à mediana de anos de estudo, segundo observado no trabalho, foi 1,0 ano
(DP= 3,4) e a maioria dos pacientes (P75) estudou até cinco anos. Pertinente à renda, a
mediana de salários mínimos por paciente foi 1,0 salário. A maior parte dos pacientes era
aposentada. Consoante mostram os dados, os participantes desta pesquisa possuíam condições
socioeconômicas desfavoráveis.
Em um estudo elaborado por Falcão et al. (2004), encontrou-se o seguinte: a
escolaridade predominante foi de analfabetos (39,1%) e de nível elementar com até três anos
de estudo (20%). Para Kurth e Berger (2007), o aumento da incidência do acidente vascular
encefálico está relacionado ao decréscimo do nível socioeconômico. Como causas para esta
realidade os autores apontam: maior freqüência dos fatores de risco para as doenças
cerebrovasculares; fatores psicossociais desfavoráveis; acesso limitado aos serviços de saúde.
Um trabalho longitudinal com 47.942 mulheres identificou forte relação entre a
incidência de acidente vascular encefálico com os anos de estudo, pois essa incidência esteve
duas vezes maior entre as mulheres com baixa escolaridade (KUPER et al., 2007).
52
Quanto ao estado civil e à religião, a maioria dos avaliados vivia com companheiro
e era católica. Perfil semelhante foi encontrado nos estudos de Di Carlo et al. (2006), Falcão
et al. (2004) e Martín-González et al. (2000). Determinado estudo, ao analisar a sobrecarga de
um cuidador familiar de pessoa com acidente vascular encefálico, afirma que os cônjuges
acabam vivenciando os mesmos problemas dos pacientes, como: mudanças no estilo de vida,
depressão, sentimentos de solidão e perda da independência e da confiança (BOCCHI, 2004).
Pertinente às doenças componentes dos indicadores de risco para o acidente
vascular encefálico (ver Tabela 2), a hipertensão arterial sistêmica foi a mais presente, seguida
do diabetes mellitus, das cardiopatias, das dislipidemias e do ataque isquêmico transitório
prévio.
A presença da hipertensão arterial eleva em cerca de três a quatro vezes o risco da
ocorrência de um acidente vascular encefálico. Em face da sua elevada prevalência, a
hipertensão arterial é considerada diretamente responsável por até metade dos casos de
acidente vascular encefálico (ANDRÉ, 2006). Todavia, segundo afirmam Lemogoum,
Degaute e Bovet (2005), a hipertensão arterial é responsável aproximadamente por 70% dos
casos.
Vários trabalhos também identificaram a hipertensão arterial como a doença mais
prevalente nos pacientes acometidos por acidente vascular encefálico (DI CARLO et al.,
2006; PIRES; GAGLIARDI; GORZONI, 2004; MORENO et al., 2008; RADANOVIC, 2000;
SANCLEMENTE ANSÓ et al., 2004; VERA MIYAR et al., 2001; ZÉTOLA et al., 2001;
YAMASHITA et al., 2004).
De acordo com a estimativa, o diabetes mellitus aumenta o risco de acidente
vascular encefálico em cerca de 1,5 a 3 vezes. A doença também dobra o risco de recorrência
do acidente vascular encefálico (GIORDA et al., 2007; IDRIS; THOMSON; SHARMA,
2006). Conforme vários autores, a microangiopatia diabética implica a patogênese da doença
cerebrovascular em virtude do aumento da resistência vascular periférica e do aceleramento
da aterosclerose (GIORDA et al., 2007; IDRIS; THOMSON; SHARMA, 2006).
Em relação à prevalência do diabetes mellitus em pacientes com acidente vascular
encefálico, diversos trabalhos encontraram freqüências em torno de 20% (DI CARLO et al.,
2006; MARTÍN-GONZÁLEZ et al., 2000; PIRES; GAGLIARDI; GORZONI et al., 2004;
RADANOVIC, 2000).
As cardiopatias constituem o segundo indicador de risco mais importante para a
ocorrência do acidente vascular encefálico, especialmente para os quadros aterotrombóticos e
embólicos (RADANOVIC, 2000). Determinado estudo ao analisar 70 casos de acidente
53
vascular encefálico, 24,2% dos pacientes tinham alguma enfermidade cardíaca
(RADANOVIC, 2000).
Quanto às dislipidemias, sua relação com o risco de complicações
cerebrovasculares é mais difícil de demonstrar do que sua associação com complicações
coronarianas (ANDRÉ, 2006). De qualquer maneira, é um fator de risco indireto, pois
contribui para o desenvolvimento de fenômenos ateroscleróticos.
Um estudo realizado no Brasil com 164 casos de acidente vascular encefálico
destacou a dislipidemia como um dos principais indicadores de risco, porquanto identificada
em 23,4% dos pacientes (ZÉTOLA et al., 2001). Outra pesquisa encontrou freqüência
semelhante (MARTÍN-GONZÁLEZ et al., 2000). Entretanto, a prevalência de dislipidemia
encontrada no estudo ora desenvolvido (19,1%) (n=68) pode estar subestimada porque
trabalhou-se somente com a informão do paciente e/ou do seu familiar quanto à presença de
colesterol e triglicérides elevados.
No referente ao ataque isquêmico transitório prévio, o risco de desenvolvimento de
um infarto cerebral após um primeiro episódio é de 4 a 8% no primeiro mês, 12 a 13% no
primeiro ano e 25% em cinco anos (ANDRÉ, 2006). Em pacientes com estenose de carótida
ipsilateral igual ou superior a 70%, este risco alcança 40% em dois anos (ANDRÉ, 2006).
No trabalho desenvolvido por Radanovic (2000) foi observada uma freqüência de
10,5% de ataque isquêmico transitório prévio nos pacientes com acidente vascular encefálico.
no estudo de Yamashita et al. (2004), dos 38 pacientes acometidos por acidente vascular
encefálico isquêmico, apenas um (2,6%) sofreu ataque isquêmico transitório prévio.
No estudo ora elaborado, os indicadores de risco relacionados ao estilo de vida
mais presentes nos pacientes foram o sedentarismo, o tabagismo e o etilismo passado ou atual.
Destaca-se que nenhum paciente informou consumir drogas ilícitas (ver Tabela 2).
De acordo com alguns autores, são poucos os estudos que examinam os efeitos
protetores da prática de atividade física regular contra as doenças cerebrovasculares
(OLIVEIRA, 2001; SANCLEMENTE ANSÓ et al., 2004). Contudo, os benefícios da
atividade física para a saúde cardiovascular são bem conhecidos e incluem a redução dos
níveis da pressão arterial e da glicemia, a diminuição do peso corporal e o aumento do HDL.
Isto pode diminuir também o risco de um evento cerebrovascular (ANDRÉ, 2006;
SANCLEMENTE ANSÓ et al., 2004).
Apesar dessas evidências científicas, boa parte da população brasileira assume um
estilo de vida sedentário. Em estudo multicêntrico desenvolvido em 15 capitais brasileiras,
com pessoas na faixa etária de 15 a 69 anos, Fortaleza ocupou o quarto lugar no percentual de
54
indivíduos sedentários (42%) (BRASIL, 2003). No trabalho feito por Miyar et al. (2001), em
Cuba, encontrou-se o índice de 20% de sedentarismo nos pacientes acometidos por acidente
vascular encefálico.
Atualmente, a cessação do hábito de fumar é um elemento central para a
prevenção do acidente vascular encefálico (LEMOGOUM; DEGAUTE; BOVET, 2005). O
tabagismo eleva de duas a quatro vezes as chances de uma pessoa manifestar um acidente
vascular encefálico (ANDRÉ, 2006). Ainda conforme esse autor, o risco aumenta em
proporção direta ao número de cigarros fumados.
Em determinada pesquisa nacional (PIRES; GAGLIARDI; GORZONI, 2004) e
em uma internacional (DI CARLO et al., 2006) também se encontraram freqüências de
tabagismo nos pacientes com acidente vascular encefálico em torno de 50%.
Em relação ao etilismo, o consumo demasiado de bebida alcoólica está associado
ao aumento na incidência de acidente vascular encefálico em decorrência, provavelmente, do
desenvolvimento de hemoconcentração e da hipertensão arterial (ANDRÉ, 2006). Conforme a
mesma fonte, porém, a ingestão de pequenas doses de algumas bebidas alcoólicas, como o
vinho, parece reduzir a incidência de doença coronariana e vascular cerebral.
As V Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial (DIRETRIZES, 2006)
recomendam limitar, em adultos, a ingestão de bebida alcoólica a 30g /dia de etanol para
homens e a metade dessa quantidade para mulheres. Isso corresponde, aproximadamente, para
o homem, a 625 ml de cerveja, 312,5 ml de vinho e 93,7 ml de bebida destilada.
Pesquisa nacional sobre as freqüências dos principais indicadores de risco para
acidente vascular cerebral em idosos observou que a freqüência de etilismo foi 35,1% e
significativamente maior entre os homens (p< 0,05) do que entre as mulheres (PIRES;
GAGLIARDI; GORZONI, 2004).
Ainda com base nos dados expostos na Tabela 2, foi baixa a freqüência do uso de
anticoncepcionais nas mulheres avaliadas. Em parte, isso se deve ao fato do grande número de
idosas na presente pesquisa. Contudo, é conhecido na literatura científica que o uso de
anticoncepcionais orais por mulheres em idade rtil aumenta em 13 vezes o risco de
trombose venosa central (BENAVIDES; TAPIA, 2002).
Quanto aos tipos de acidente vascular encefálico apresentados pelos pacientes do
estudo (ver Tabela 3), houve uma equivalência na proporção entre o tipo isquêmico (42,9%) e
o hemorrágico (38,5%). Também foi grande o número de pacientes para os quais o tipo de
acidente vascular encefálico não fora esclarecido (18,6%).
55
No entanto, como constatam estudos nacionais e internacionais, a incidência do
acidente vascular encefálico do tipo isquêmico varia de 70% e 80% dos casos e o tipo
hemorrágico, incluindo a hemorragia intraparenquimatosa e a subaracnóidea, varia entre 10 e
20% (ANDRÉ, 2006; DI CARLO et al., 2006; LEWANDOWSKI; LIBMAN, 1999;
MARTÍN-GONZÁLEZ, et al., 2000; MORENO et al., 2008; VERA MIYAR et al., 2001).
Para Pires, Gagliardi e Gorzoni (2004), a frequência do acidente vascular encefálico do tipo
isquêmico na população brasileira, segundo diferentes estatísticas, oscila entre 53% e 85%
dos casos.
Esta elevada incidência de acidente vascular encefálico hemorrágico encontrada no
estudo pode ser explicada, em parte, pelo predonio de mulheres e pelas elevadas taxas de
hipertensão arterial e de tabagismo. Para André (2006), a hipertensão arterial é responsável
pela maioria dos casos (cerca de 50%) de hemorragia intraparenquimatosa. a hemorragia
subaracnóidea é causada, basicamente, pela ruptura de aneurismas saculares ( 85%) e esses
aneurismas estão mais presentes em mulheres, negros e tabagistas (ANDRÉ, 2006; FEIGIN et
al., 2006).
É válido destacar que as taxas de mortalidade do acidente vascular encefálico
hemorrágico são superiores (em torno de 50%) quando comparadas às do tipo isquêmico
(cerca de 20%), mesmo considerando todos os subtipos de isquemia cerebral (BRODERICK
et al., 2007; LEWANDOWSKI; LIBMAN, 1999).
Segundo Radanovic (2000), o não esclarecimento do tipo de acidente vascular
encefálico tem impacto negativo sobre o tratamento da doença na fase aguda, bem como na
orientação adequada no tocante à prevenção de novos eventos cerebrovasculares. Esta mesma
autora cita dois fatores principais relacionados ao não diagnóstico preciso. São eles:
dificuldades dos médicos em relacionar adequadamente os conceitos necessários para
categorizar o acidente vascular encefálico e a o realização de tomografia de crânio.
Como mencionado, o acidente vascular encefálico gera ampla variedade de
deficiências e incapacidades que requer uma assistência de enfermagem especializada e
voltada para as necessidades de cuidado de cada pessoa. Este estudo apontou uma mediana de
10 diagnósticos de enfermagem por paciente, média de 11,7 características definidoras, 6,8
fatores relacionados e 5,7 fatores de risco para cada paciente avaliado.
Como observado, os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes foram os
relacionados às deficiências de autocuidado, comunicação e mobilidade. Entre os nove
diagnósticos encontrados acima do percentil 75, seis são diagnósticos de enfermagem reais e
três são de risco.
56
As características definidoras, os fatores relacionados e os fatores de risco também
estão intrinsecamente vinculados aos diagnósticos de enfermagem presentes em até 75% dos
portadores de acidente vascular encefálico.
Segundo Bittar, Pereira e Lemos (2006), quanto maior o número de necessidades
afetadas do paciente, maior será a urgência de planejar a assistência, pois a sistematização das
ações visa à organização, à eficiência e à validade da assistência prestada.
Estudo brasileiro realizado em uma unidade de cuidados intensivos encontrou uma
dia de 6,09 diagnósticos de enfermagem por paciente (LUCENA; BARROS, 2006). Ainda
com base no citado estudo, houve uma semelhança entre os diagnósticos de enfermagem mais
presentes quando cotejados com o estudo ora elaborado. Entre aqueles estão: Déficit no
autocuidado para banho/higiene, Risco de infecção, Mobilidade física prejudicada e Risco de
integridade da pele prejudicada (LUCENA; BARROS, 2006).
Outra pesquisa, desenvolvida sobre os diagnósticos de enfermagem prioritários em
pacientes críticos, identificou entre os mais freqüentes: Risco de infecção (92%), Risco de
integridade da pele prejudicada (90%), Mobilidade prejudicada (71%), Risco de aspiração e
Déficit no autocuidado para banho/higiene (70%, cada), ficit no autocuidado para vestir-
se/arrumar-se (67%), Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral (62%), Déficit no autocuidado
para higiene íntima (59%) e Comunicação verbal prejudicada (54%) (GORDON;
HILTUNEN, 1995).
Conforme demonstrado, o perfil de diagnósticos de enfermagem dos pacientes
com acidente vascular encefálico foi semelhante aos perfis encontrados em pacientes de
unidades de terapia intensiva. Ademais, destaca-se que o papel da equipe de enfermagem no
manejo dos fatores de risco e na promoção da saúde é claramente evidente. Segundo revelam,
a prevenção é parte das ações de cuidado nos veis de saúde secundários e terciários
(GORDON; HILTUNEN, 1995; LUCENA; BARROS, 2006).
dois estudos, baseados na fisiopatologia da doença cerebrovascular, referentes
aos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos pacientes com acidente vascular
encefálico. Os mais freqüentes são: Mobilidade sica prejudicada, Risco de integridade da
pele prejudicada, Risco de aspiração, Troca de gases prejudicada, Perfusão tissular ineficaz
tipo cerebral, Desobstrução ineficaz das vias aéreas, Comunicação verbal prejudicada e
Déficits de autocuidado (FOWLER; DURKEE; WEBB, 1996; VÁZQUEZ ROBLES, 2002).
Quando os pacientes experimentam problemas de saúde reais ou potenciais, em
especial, o acidente vascular encefálico, uma área fundamental de avaliação da enfermagem é
a habilidade do indivíduo para o autocuidado (MCKEIGHEN; MEHMERT; DICKEL, 1990).
57
Isto foi evidente no estudo ora elaborado, porquanto, além dos diagnósticos de enfermagem
de ficit de autocuidado apresentarem freqüências elevadas, estes apareceram associados
entre si, bem como com algumas das suas características definidoras e fatores relacionados
(ver Tabelas 11, 12 e 13). Apesar do Déficit de autocuidado para alimentação não fazer parte
dos diagnósticos acima do percentil 75, este teve freqüência considerável (47,3%).
O Déficit no autocuidado para banho/higiene é definido como capacidade
prejudicada de realizar ou completar as atividades de banho/higiene por si mesmo (NANDA,
2008). Em um estudo interessado na validação deste diagnóstico encontrou-se que a
característica definidora principal é a incapacidade de lavar o corpo e como fator relacionado
prioritário o prejuízo neuromuscular (MCKEIGHEN; MEHMERT; DICKEL, 1990).
Estes achados o semelhantes aos do presente estudo, no qual a característica
definidora mais freqüente foi incapacidade de lavar o corpo e o fator relacionado mais
encontrado nos pacientes com acidente vascular encefálico foi o prejuízo neuromuscular.
Contudo, neste estudo, quando incapacidade de lavar o corpo estava presente elevou em 11
vezes a probabilidade de o paciente manifestar Déficit no autocuidado para higiene íntima e
13 vezes mais de ter Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (ver Tabela 12).
O Déficit no autocuidado para higiene íntima é definido como capacidade
prejudicada de realizar ou completar as atividades de higiene íntima por si mesmo (NANDA,
2008). Este diagnóstico foi encontrado em 74,7% dos pacientes. Sua característica definidora
mais freqüente foi incapacidade de chegar ao vaso sanitário ou à cadeira higiênica e como
fatores relacionados principais, novamente o prejuízo neuromuscular e estado de mobilidade
prejudicada.
No presente estudo, o Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se teve como
características definidoras principais incapacidade de colocar roupas na parte superior do
corpo e incapacidade de colocar roupas na parte inferior do corpo. Igualmente aos outros dois
diagnósticos de Déficit no autocuidado, o fator relacionado primordial presente nos pacientes
com acidente vascular encefálico é o prejuízo neuromuscular.
Acredita-se que os danos cerebrais causados por esta doença afete,
primordialmente, o sistema nervoso e a sua ligação com os músculos e, assim, ocasiona as
incapacidades relacionadas às atividades de autocuidado.
Segundo ressaltam Booth et al. (2001), as áreas de mobilidade e vestir-se são
consideradas essenciais para a fisioterapia e terapia ocupacional, respectivamente. Não
obstante, ambas as atividades são também legítimas do domínio de cuidados de enfermagem,
principalmente no domicílio e quando estes profissionais estão ausentes.
58
Ainda segundo relatam os mesmos autores, 82% dos pacientes com acidente
vascular encefálico têm necessidade de mobilidade e 91% de vestir-se (BOOTH et al., 2001).
Destarte, os diagnósticos relacionados aos déficits de autocuidado são prioritários no cuidado
aos pacientes graves, em específico, aos portadores de acidente vascular encefálico
(GORDON; HILTUNEN, 1995).
Quando um paciente apresenta ficit de autocuidado, a equipe de enfermagem
mostra o quanto ela é necessária. Isto ocorre quando as habilidades de autocuidado do
indivíduo são insuficientes para satisfazer suas necessidades. Neste caso, a equipe de
enfermagem atua como provedora do autocuidado (VIEIRA; CRUZ, 2007).
O diagnóstico de enfermagem Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral é
conceituado como diminuição da oxigenação, o que resulta na incapacidade de nutrir os
tecidos no nível capilar (NANDA, 2008). Mencionado diagnóstico foi encontrado em 59,3%
dos pacientes internados por acidente vascular encefálico e teve como característica
definidora principal anormalidades na fala. Pelas definições deste diagnóstico e do acidente
vascular encefálico, compreende-se ser a interrupção do fluxo sanguíneo o que melhor
justifica a presença deste diagnóstico de enfermagem.
Consoante se sabe, quando uma isquemia cerebral ocorre, o fluxo sanguíneo é
interrompido e as células cerebrais são privadas de glicose e oxigênio, ambos essenciais para
o funcionamento celular (HINKLE; GUANCI, 2007). Na hemorragia cerebral também há
uma interrupção do fluxo sanguíneo em virtude da ruptura de um vaso, o qual ocasiona um
sangramento dentro do parênquima cerebral, cerebelo ou tronco cerebral (ANDRÉ, 2006).
Como observado, o fator relacionado interrupção do fluxo sanguíneo esteve
associado significativamente a todos os diagnósticos de enfermagem encontrados acima do
percentil 75, exceto o Risco de infecção (ver Tabela 13). Conforme se acredita, o mau
funcionamento do fluxo sanguíneo cerebral é responsável pela maioria das respostas humanas
encontradas nos pacientes com acidente vascular encefálico.
Outro diagnóstico de enfermagem bastante presente nos indivíduos com acidente
vascular encefálico foi a Comunicação verbal prejudicada. Neste estudo, as características
definidoras mais constantes deste diagnóstico foram: ausência de contato visual, o fala, fala
com dificuldade e dificuldade para formar palavras – disartria.
Segundo André (2006), a afasia acomete 20 a 40% dos pacientes, e está
intimamente vinculada às lesões do hemisfério cerebral esquerdo. a disartria atinge cerca
de 6 a 20% dos pacientes. Para Laska et al. (2001), a afasia está presente em 21 a 38% dos
pacientes que sofreram um acidente vascular encefálico.
59
De acordo com Smeltzer e Bare (2002), o acidente vascular encefálico é a causa
mais comum de afasia. A disfunção da linguagem e da comunicação pode ser manifestada das
seguintes formas: a) disartria (dificuldade na fala); b) afasia (perda da fala); c) apraxia
(incapacidade de realizar uma ação previamente estabelecida). Quanto ao tipo, a afasia pode
ser expressiva (incapacidade de formar palavras), receptiva (incapacidade de compreender a
palavra falada) e global (combinação da afasia receptiva e expressiva) (SMELTZER; BARE,
2002).
O fator relacionado principal deste diagnóstico de enfermagem foi a diminuição da
circulação cerebral. Semelhante ao fator relacionado interrupção do fluxo sanguíneo, a
diminuição da circulação cerebral esteve associada significativamente com todos os
diagnósticos de enfermagem, com exceção do Risco de infecção. Isto reforça ainda mais a
hipótese segundo a qual a interrupção do fluxo sanguíneo e a diminuição da circulação
cerebral, por ocasionarem prejuízos neuromusculares, são fatores relacionados essenciais que
justificam a maioria das respostas humanas encontradas nos portadores de acidente vascular
encefálico.
Conforme se sabe, a Comunicação verbal prejudicada é uma das seqüelas mais
incapacitantes decorrentes do acidente vascular encefálico, sobretudo por atingir não somente
o paciente, mas toda a sua família. Desse modo, pode acarretar prejuízos nas relações sociais
estabelecidas entre o indivíduo, a família e o meio ambiente. Ademais, como mostrou um
determinado estudo, a mortalidade é maior entre os pacientes afásicos (36%) quando
comparados aos não afásicos (16%) (LASKA et al., 2001).
É válido também destacar que durante a internação hospitalar, particularmente na
fase aguda da doença, os pacientes passam por diversos métodos de tratamento, como a
intubação endotraqueal, sedação e rios acessos endovenosos. Tais procedimentos
ocasionam o decréscimo da cognição, a limitação da mobilidade e potencialmente da
comunicação (FOWLER, 1997). Assim, segundo a mesma fonte, o comprometimento da
comunicação do paciente pode dificultar o trabalho da equipe de saúde em identificar as
necessidades dele, e isto torna a situação ainda mais grave.
Um dos aspectos mais importantes a serem considerados no cuidado ao paciente
com acidente vascular encefálico são as alterações da mobilidade. Pelo menos três quartos dos
pacientes com esta doença têm algum comprometimento motor (ANDRÉ, 2006). Entre esses
comprometimentos estão o da face (40%), o dos membros superiores (50%) e o dos membros
inferiores (50%) (ANDRÉ, 2006).
60
No estudo ora elaborado, 52,7% dos pacientes tinham o diagnóstico de
enfermagem Mobilidade no leito prejudicada. Neste diagnóstico, capacidade prejudicada de
mover-se da posição supina para a posição sentada foi a característica definidora principal.
Tal como nos diagnósticos de enfermagem de deficiência de autocuidado, o fator relacionado
prioritário do diagnóstico Mobilidade no leito prejudicada foi prejuízo neuromuscular.
Não foram encontrados estudos específicos sobre o diagnóstico de enfermagem
Mobilidade no leito prejudicada. Todavia, pesquisa desenvolvida no intuito de validar o
diagnóstico de enfermagem Mobilidade física prejudicada encontrou como características
definidoras prioritárias o decréscimo da força muscular e a inabilidade de mover-se
propositadamente no ambiente (leito, transferência e deambulação) (MEHMERT;
DELANEY, 1991).
Ainda segundo o estudo referido acima, o prejuízo neuromuscular, em conjunto
com o prejuízo muscular e a dor são fatores relacionados sensíveis e específicos para o
estabelecimento do diagnóstico de enfermagem Mobilidade sica prejudicada (MEHMERT;
DELANEY, 1991).
Como asseveram Xerez, Carvalho e Costa (2004), o acidente vascular encefálico é
a maior causa de deficiência motora adquirida, tendo em vista responder por até 80% das
incapacidades e ser a terceira causa de morte em adultos. De acordo com a mesma fonte, o
comprometimento da função motora ocasiona danos na coordenação dos movimentos
corporais totais, fraqueza muscular e paralisia dos movimentos, o que leva aos distúrbios de
comunicação e linguagem, deglutão e, sobretudo, prejuízos nas execuções das atividades de
vida diária.
Consoante afirma certo trabalho sobre Intolerância à atividade e Mobilidade sica
prejudicada em idosos, em decorrência das doenças crônico-degenerativas, mais de um terço
dos idosos coreanos sentem dificuldades em executar as atividades de vida diária (HUR et al.,
2005). Pesquisa desenvolvida no Brasil sobre incapacidade funcional encontrou que 22,6%
dos idosos declararam algum grau de dificuldade para movimentar-se (PARAHYBA;
SIMÕES, 2006).
Neste estudo, conforme observado, os pacientes que apresentavam capacidade
prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada tiveram 10 vezes mais
probabilidade de desenvolverem Risco de integridade da pele prejudicada (ver Tabela 12). O
fator de risco imobilização física foi associado estatisticamente a todos os diagnósticos de
enfermagem, exceto Risco de infecção. Este fator de risco elevou em 38 vezes a probabilidade
61
de um paciente com acidente vascular encefálico manifestar Risco de integridade da pele
prejudicada (ver Tabela 14).
Em determinado trabalho que avaliou 200 prontuários de clientes internados em
unidades de clínica médica e cirúrgica identificaram-se 14% dos pacientes com o diagnóstico
Risco de integridade da pele prejudicada e o fator de risco determinante mais representativo
foi a imobilização sica (71,4%) (SILVA, 2006).
De modo geral, a imobilização física contribui para a estase venosa e para o
desenvolvimento de úlceras de decúbito. Tal situação acarreta o aumento da morbidade, do
período de hospitalização e da mortalidade. Isto é corroborado por Smeltzer e Bare (2002) ao
afirmarem que os pacientes com acidente vascular encefálico estão em grande risco de ruptura
cutânea e tecidual por causa da sensibilidade alterada e da incapacidade de responder à
pressão e ao desconforto por meio da mudança de posição e movimentação.
Conforme consta em Gordon e Hiltunen (1995), a gravidade da doença e a
Mobilidade no leito prejudicada combinam para aumentar o Risco de integridade da pele
prejudicada e, assim, as úlceras de decúbito podem se desenvolver em até 24 horas de
internação.
As úlceras de pressão são comuns em pacientes hospitalizados (3 a 15%), refletem
padrão insuficiente de cuidados aos pacientes com déficit de mobilidade e associam-se ao
aumento das taxas de letalidade (25 a 40%) (ANDRÉ, 2006).
Outro ponto considerado pela NANDA como fator de risco para o diagnóstico
Risco de integridade da pele prejudicada é extremos de idade. Este fator de risco foi
encontrado em 30,8% dos pacientes e esteve associado a todos os diagnósticos de
enfermagem, com exceção do Risco de infecção. Ademais, os portadores de acidente vascular
encefálico com idades extremas tinham 24 vezes mais probabilidade de sofrerem Risco de
integridade da pele prejudicada (ver Tabela 14).
De acordo com a literatura, um evento importante vinculado à ocorrência do
diagnóstico de enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada é o processo de
envelhecimento (SILVA, 2006). Segundo Smeltzer e Bare (2002), nesta fase da vida ocorre,
na pele, a diminuição da espessura epidérmica, do colágeno e da elasticidade tissular e, como
resultado, a pele fica mais seca e mais susceptível às lesões. Também ocorrem alterações
cardiovasculares, diminuão da perfusão tissular, atrofia muscular e proemincia das
estruturas ósseas (SMELTZER; BARE, 2002).
Sensações prejudicadas é um fator de risco interno para o diagnóstico de
enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada (NANDA, 2008). Semelhante aos
62
outros dois fatores de risco, este mostrou associação significativa com todos os diagnósticos
de enfermagem, exceto Risco de infecção (ver Tabela 14).
O diagnóstico de enfermagem Risco de aspiração foi encontrado em 50,5% dos
pacientes avaliados. Ou seja, a metade dos pacientes com acidente vascular encefálico estava
em risco de entrada de secreções gastrointestinais, secreções orofaríngeas, lidos ou fluidos
nas vias traqueobrônquicas (NANDA, 2008).
No estudo, os três fatores de risco mais determinantes para o estabelecimento deste
diagnóstico foram: alimentação por sondas, nível de consciência reduzido e deglutição
prejudicada. De forma geral, estes fatores de risco foram associados aos diagnósticos de
Deficiência de autocuidado e Mobilidade no leito prejudicada (ver Tabela 14).
A aspiração é responsável por uma mortalidade de 33% em pacientes com acidente
vascular encefálico (IVAN CAVIEDES et al., 2005). Em virtude da alta letalidade desta
condição relacionada também ao aumento de complicações broncopulmonares, a equipe de
enfermagem deve conhecer todos os fatores de risco associados à aspiração. Destarte, a
prevenção da aspiração deve ser o foco dos cuidados de enfermagem. Diante desta situação,
esforços para a prevenção, reconhecimento precoce e tratamento o encorajados
(WOOLDRIDGE et al., 1998).
Para Xerez, Carvalho e Costa (2004), a disfagia é mencionada como causa
principal de complicações e responsável pelo empobrecimento do prognóstico, em razão da
ocorrência de broncopneumonia, má nutrição e desidratação.
Conforme identificou estudo clínico sobre disfagia, dos mesmos autores, essa
esteve presente em 75,6% dos pacientes com acidente vascular encefálico e esta condição está
atrelada à mobilidade da musculatura da face. Na pesquisa de Hilker et al. (2003), a disfagia
foi encontrada em 36 dos 124 pacientes avaliados e foi associada significativamente ao
aumento do risco de pneumonia relacionada ao acidente vascular encefálico.
Ademais, conforme encontrado em pesquisa que validou o diagnóstico de
enfermagem Risco de aspiração a alteração do nível de consciência foi um fator de risco
significativamente vinculado à aspiração (WOOLDRIDGE et al., 1998). Este estudo sugeriu
também o acréscimo na taxonomia da NANDA do fator de risco dependência em executar as
atividades de vida diária.
Como explicitado, o diagnóstico Risco de aspiração e os seus fatores de risco
foram vinculados aos diagnósticos de enfermagem Deficiência de autocuidado e Mobilidade.
Isto reforça ainda mais a necessidade de estudos de validação com vistas a acrescentar fatores
de risco na NANDA relacionados à execução das atividades de autocuidado e à mobilidade.
63
O fator de risco alimentação por sondas também está associado ao maior risco de
broncoaspiração. Assim, é recomendada a colocação precoce de uma sonda de gastrostomia, a
qual pode reduzir a morbimortalidade decorrente da broncoaspiração por causa do uso errado
e contínuo de sondas nasogástricas ou nasoenterais (ALEGRÍA et al., 2002).
De acordo com os dados, o diagnóstico de enfermagem Risco de infecção foi o
mais constante nos pacientes com acidente vascular encefálico (96,7%). Todavia, não mostrou
associação significativa com nenhuma das características definidoras e fatores relacionados
encontrados, e nem mesmo com o seu próprio fator de risco defesas secundárias
inadequadas (diminuição da hemoglobina).
Como se pode inferir, este diagnóstico de enfermagem está presente nos pacientes
hospitalizados independente da patologia. Assim, o acidente vascular encefálico não está
associado diretamente ao aumento do Risco de infecção, mas sim à hospitalização e aos
procedimentos invasivos.
Porém, algumas situações vivenciadas pelos portadores de acidente vascular
encefálico, como a aspiração, contribuem, substancialmente, para o desenvolvimento de
afecções pulmonares, a exemplo das broncopneumonias. Segundo Hilker et al. (2003), as
infecções nosocomiais acometem um terço dos pacientes com acidente vascular encefálico e
as mais comuns são as infecções urinárias e pulmonares.
Com base no evidenciado, pode-se sugerir a seguinte cadeia: a) interrupção do
fluxo sanguíneo cerebral; b) comprometimento da circulação cerebral; c) prejuízos
neuromusculares; d) deficiências na mobilidade corporal total e na comunicação; d)
deficiências na execução das atividades de vida diáriaatividades de autocuidado.
Em suma, este estudo mostrou uma mediana de diagnósticos de enfermagem
elevada, os quais estão associados entre si e entre as características definidoras, os fatores
relacionados e os fatores de risco. Como diagnósticos de enfermagem mais presentes
mencionam-se aqueles de caráter biológico relacionados às deficiências de autocuidado,
mobilidade e comunicação. Entretanto, os diagnósticos de risco estão também bastante
presentes. Isto reforça ainda mais a necessidade da equipe de enfermagem atuar não somente
no aspecto curativo, mas também na prevenção e na promoção da saúde, seja nos níveis
secundários e terciários de saúde.
64
6 CONCLUSÕES
No estudo, foram avaliados 91 pacientes portadores de acidente vascular
encefálico com o primeiro episódio da doença e internados em uma emergência de um
hospital da cidade de Fortaleza. Quanto aos dados sociodemográficos, conforme verificou-se,
estes pacientes eram predominantemente do sexo feminino, aposentados, católicos, viviam
com companheiro e tinham baixas escolaridade e renda.
Como principais indicadores de risco para as doenças cerebrovasculares
incluíram-se os seguintes: hipertensão arterial, diabetes mellitus, sedentarismo, tabagismo e
etilismo. Houve uma proporcionalidade entre os tipos de acidente vascular encefálico.
Segundo constatou-se, esses pacientes apresentaram uma mediana de dez
diagnósticos de enfermagem e, em média, onze características definidoras, seis fatores
relacionados e cinco fatores de risco. Os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes foram:
Risco de infecção (96,7%), Déficit no autocuidado para banho/higiene (76,9%), Déficit no
autocuidado para higiene íntima (74,7%), Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se
(71,4%), Comunicação verbal prejudicada (62,6%), Perfusão tissular ineficaz tipo cerebral
(59,3%), Risco de integridade da pele prejudicada e Mobilidade no leito prejudicada (52,7%,
cada) e Risco de aspiração (50,5%).
Consoante observado, as características definidoras, os fatores relacionados e os
fatores de risco mais freqüentes estão intrinsecamente ligados aos diagnósticos de
enfermagem encontrados acima do percentil 75. O perfil encontrado neste estudo é
semelhante aos dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Com exceção do
diagnóstico de enfermagem Risco de infecção, todos os diagnósticos de enfermagem
mostraram associação estatisticamente significante entre si.
Ainda como observado, a totalidade das características definidoras e dos fatores
relacionados revelou associação estatística significativa com todos os diagnósticos de
enfermagem, exceto com Risco de infecção. Acredita-se que os fatores relacionados mais
importantes para a ocorrência da maioria das respostas humanas são o prejuízo
neuromuscular, a diminuição da circulação cerebral e a interrupção do fluxo sanguíneo. Estes
contribuem de forma essencial para o desenvolvimento de alterações da mobilidade,
comunicação e deglutição, os quais ocasionam, principalmente, déficits na execução das
atividades de autocuidado e da vida diária.
65
Neste estudo, conforme evidenciou-se, necessidade de acréscimos na
Taxonomia da NANDA de algumas características definidoras e fatores relacionados,
vinculados aos componentes de ficit de autocuidado e mobilidade com o diagnóstico de
enfermagem Risco de aspiração. Destarte, são necessárias pesquisas destinadas a validar os
diagnósticos de enfermagem da NANDA, com a finalidade de torná-los cada vez mais
abrangentes.
Segundo se acredita, é fundamental a execução de mais estudos científicos
relacionados aos pacientes com acidente vascular encefálico, seja nos setores de emergência,
na unidade de terapia intensiva ou cirúrgica ou mesmo na fase de reabilitação. Isto porque o
conhecimento aprofundado das respostas humanas é essencial para a elaboração de um plano
terapêutico de enfermagem eficaz e de qualidade.
Ao longo deste trabalho, algumas dificuldades foram enfrentadas: a primeira foi a
impossibilidade de se trabalhar somente com os pacientes na fase aguda da doença (até 72
horas) em virtude da impossibilidade de captação dos sujeitos nesta fase. Outras limitações
encontradas foram a instabilidade clínica dos doentes, por impedir o início e a continuidade da
avaliação do pesquisador e a escassez de trabalhos sobre diagnósticos de enfermagem nesta
clientela. Diante deste impasse, tornou-se mais complexa a discussão dos dados levantados.
Apesar das dificuldades, o estudo ora elaborado permitiu conhecer de forma
aprofundada os diagnósticos de enfermagem, as características definidoras, os fatores
relacionados e os fatores de risco manifestados pelos pacientes portadores de acidente
vascular encefálico na fase de hospitalização. Portanto, conforme se espera, este trabalho
contribui para o planejamento das ações de enfermagem e avaliação dos resultados destas
ações, assim como para reduzir, pelo menos parcialmente, a lacuna existente na literatura de
enfermagem sobre diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes com acidente
vascular encefálico.
No intuito de colaborar com a comunidade científica e com os enfermeiros
assistenciais, em especial aqueles que trabalham no lócus deste estudo, pretende-se divulgar
os dados encontrados, sobretudo no hospital, na Comissão Estadual de Prevenção e Controle
das Doenças Cerebrovasculares e na literatura científica. Desse modo tenciona-se incentivar e
aperfeiçoar a prática do processo de enfermagem em pacientes com acidente vascular
encefálico.
66
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74
APÊNDICES
75
Apêndice A – Instrumento de coleta de dados
1. Dados de Identificação
Nome:____________________________________________________ Idade:________
Endereço:___________________________________________________________
Telefone:____________.
Sexo: 1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino. Escolaridade (anos):_______
Procedência: 1. ( ) Capital 2. ( ) Interior do Estado 3. ( ) Outro Estado
Estado Civil: 1. ( ) Com companheiro 2. ( ) Sem companheiro
Número de filhos:_______
Religião:_________________ Ocupação:__________________
Renda familiar:____________
2. Dados de Admissão
Admitido dia: __/___/______ 1. ( ) Vindo de casa 2. ( ) De outra instituição.
Tipo de Acidente Vascular Encefálico: 1. ( ) Isquêmico 2. ( ) Hemorrágico 3. ( ) o
esclarecido
Dia e hora em que se iniciaram os sintomas do AVE: ________________
Data e hora do exame físico:______________________
Tempo do evento cerebrovascular (horas):________
3. Informações Complementares
Tratamento
farmacológico:____________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Tomografia de Crânio:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Ressoncia Magnética:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
76
Exames laboratoriais (sanguíneos e urinários):
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Eletrocardiograma:_________________________________________________________
________________________________________________________________________
Estudos com
Doppler:_________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Angiografia
cerebral:_________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Mapeamento da
Retina:__________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Tratamento não-farmacológico: A) Suporte ventilatório: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim,
descreva:_______________________________________________________________
B) Uso de dispositivo alimentar: 1. ( ) Sim 2. ( ) o. Se sim,
descreva:_______________________________________________________________
C) Uso de dispositivo para urinar: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim,
descreva:_______________________________________________________________
D) Uso de acesso venoso: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva quanto ao tipo
(periférico ou central), condições e localização:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
E)
Outros:__________________________________________________________________
77
4. Indicadores de Risco
Hipertensão arterial: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Não sabe.
Tratamento:__________________________________________________________
Diabetes mellitus: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Não sabe.
Tratamento:_________________________________________________________
Dislipidemia: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Não sabe.
Ataque Isquêmico Transitório: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) o sabe. Se sim, quanto
tempo?:_______.
Cardiopatia: 1. ( ) Sim 2. ( ) o 3. ( ) o sabe. Se sim, qual é a cardiopatia?:
_______________________________________________________________________.
Má formação artério-venosa: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Não sabe.
Peso: _______ Altura: _______ IMC: ______ Classificação: 1. ( ) Baixo peso 2.
( ) Normal 3. ( ) Sobrepeso 4. ( ) Obesidade. 5. ( ) Não sabe.
Valor da Glicemia capilar:_________ Classificação: 1. ( ) Normoglicemia 2. ( )
Hiperglicemia 3. ( ) Hipoglicemia 4. ( ) Não realizada.
Atividade Física: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, tipo de atividade
física:_________________, freqüência ( ) menor que 3x por semana; ( ) ou igual/maior
que 3x por semana e duração da atividade ( ) menor que 30 minutos;
( ) igual/maior que 30 minutos.
Tabagismo: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, por quanto tempo _______ e número de
cigarros por dia ______.
Etilismo: 1. ( ) Sim 2.( ) Não. Se sim, por quanto tempo _______, quantidade de bebida
ingerida ________ e tipo de bebida ___________________.
Uso de drogas: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, por quanto tempo _______, quantidade
consumida________ e tipo de droga _______________.
Para o sexo feminino, uso de anticoncepcionais orais: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, por
quanto tempo________ e o tipo de anticoncepcional:___________________.
5. Exame Físico - Avaliação das Regiões Corporais
5.1 Escala de AVE do National Institutes of Health
1a.Nível de consciência
: ( ) alerta – 0 ponto; ( ) não alerta, porém vigil1 ponto;
( )não alerta, requerendo estimulação vigorosa 2 pontos;
( ) sem resposta, flácido ou
sem reflexo – 3 pontos
.
78
1b.Orientação temporal:
( ) Ambas as respostas corretas 0 ponto; ( ) Uma resposta
correta1 ponto;
( ) Incorretas – 2 pontos.
1c.Comandos verbais e praxia:
( ) Realiza ambas as tarefas corretamente – 0 ponto;
( ) Realiza uma tarefa corretamente 1 ponto
( ) Não realiza qualquer tarefa
corretamente – 2 pontos.
2.Olhar conjugado:
( ) Normal0 ponto; ( ) Paralisia parcial do olhar – 1 ponto;
( ) Desvio forçado ou paresia total do olhar ( ) - 2 pontos.
3.Visual
: ( ) Sem perda visual 0 ponto; ( ) Hemianopsia parcial 1 ponto; ( )
Hemianopsia completa 2 pontos;
( ) Hemianopsia bilateral (incluindo cegueira) 3
pontos.
4.Paralisia facia
l: ( ) Movimento simétrico normal 0 ponto; ( ) Paralisia leve (discreta
perda do sulco nasolabial, assimetria do sorriso) 1 ponto;
( ) Paralisia parcial (paralisia
total ou quase total da região inferior da face 2 pontos;
( ) Paralisia completa (ausência
de movimentos faciais das regiões superior e inferior da face – 3 pontos.
5.Motricidade em MSD
: ( ) Sem queda, mantém o MSD a 90° (45°) por 10 segundos – 0
pontos; ( ) Queda, mantém o MSD a 90° (45°), mas cai antes de ter completado os 10
segundos e não toca a cama ou outro suporte 1 ponto
; ( ) Demonstra algum esforço
contra à gravidade. O MSD não atinge ou não mantém 90° (45°), cai e encosta na cama,
mas mantém alguma força contra a gravidade 2 pontos;
( ) Queda sem nenhum esforço
contra a gravidade 3 pontos;
( ) Ausência de movimento 4 pontos; ( ) Amputação
ou fusão da articulação – 9 pontos.
Explique:
6.Motricidade em MSE:
( ) Sem queda, mantém o MSD a 90° (45°) por 10 segundos –
0 ponto;
( ) Queda, mantém o MSD a 90° (45°), mas cai antes de ter completado os 10
segundos e não toca a cama ou outro suporte 1 ponto
; ( ) Demonstra algum esforço
contra à gravidade. O MSD não atinge ou não mantém 90° (45°), cai e encosta na cama,
mas mantém alguma força contra a gravidade 2 pontos; ( ) Queda sem nenhum esforço
contra a gravidade – 3 pontos;
( ) Ausência de movimento – 4 pontos; ( ) Amputação ou
fusão da articulação dos ombros – 9 pontos.
Explique:
7.Motricidade em MID
( ) Sem queda, mantém o MID em 30° por 5 segundos 0
ponto; ( ) Queda, o MID cai próximo ao término de 5 segundos e não encosta na cama
1 ponto;
( ) Demonstra algum esforço contra a gravidade. O MID cai e toca na cama,
mas mantém algum esforço contra a gravidade – 2 pontos;
( ) Queda imediata sem força
contra a gravidade 3 pontos;
( ) Ausência do movimento 4 pontos; ( ) Amputação
ou fusão da articulação – 9 pontos.
79
Explique:
8.Motricidade em MIE
( ) Sem queda, mantém o MID em 30° por 5 segundos 0
ponto; ( ) Queda, o MID cai próximo ao término de 5 segundos e não encosta na cama
1 ponto;
( ) Demonstra algum esforço contra a gravidade. O MID cai e toca na cama,
mas mantém algum esforço contra a gravidade – 2 pontos;
( ) Queda imediata sem força
contra a gravidade 3 pontos;
( ) Ausência do movimento 4 pontos; ( ) Amputação
ou fusão da articulação – 9 pontos.
Explique:
9.Ataxia dos membros
: ( ) Ausente – 0 ponto; ( ) Presente em um membro – 1 ponto;
( ) Presente em dois membros 2 pontos;
Identificar qual/quais o/os
membros:__________________; ( ) Amputação ou fusão da articulação – 9 pontos.
Explique:
10.Sensibilidade
: ( ) Normal, sem déficit0 ponto; ( ) Déficit sensitivo leve a moderado
1 ponto;
( ) Déficit sensitivo grave. O paciente não sente os estímulos dolorosos 2
pontos.
11.Linguagem
: ( ) Normal, sem afasia – 0 ponto; ( ) Afasia leve a moderada – 1 ponto;
( ) Afasia grave 2 pontos;
( ) Afasia global, mutismo. Nenhuma fala ou compreensão
foi obtida3 pontos.
12.Disartria
: ( ) Normal 0 ponto; ( ) Leve a moderada 1 ponto; ( ) Grave; fala
empastada, chegando a ser ininteligível ou mutismo ou anartria 3 pontos;
Entubado ou
outra barreira física – 9 pontos.
Explique:
13.Extinção e desatenção (negligência)
( ) Sem anormalidade – 0 ponto;
( ) Negligência visual, tátil, auditiva, espacial ou extinção à estimulação bilateral
simultânea em uma das modalidades 1 ponto;
( ) Grave negligência por mais de uma
modalidade. Não reconhece o próprio membro e somente se orienta para um lado do
espaço – 2 pontos.
Total de pontos:___________.
5.2 Aparência
Postura: ___________________________________________________________
Movimentos corporais: 1. ( ) Voluntários 2. ( ) Ordenados e suaves 3. ( ) Inquietos
e/ou hipercinéticos 4. ( ) Coréia 5. ( ) Mioclonia 6. ( ) Tiques 7. ( ) Fasciculação
8. ( ) Tremores 9. ( ) Apatia e lentidão psicomotora. 10. ( ) Atetose
11. ( ) Involuntários.
Vestuário, cuidados pessoais e higiene:
________________________________________________________________________
80
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________.
5.3 Olhos
Pupilas: 1. ( ) Isocóricas 2. ( ) Anisoricas
Direita:
Esquerda:
Fotorreagente:
Olho Direito: 1.( ) Sim 2. ( ) Não
Olho Esquerdo: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
5.4 Pescoço
Integridade da pele: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se não, descreva a
lesão:_______________________________________________________________
Simetria: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não.
Ausculta da artéria carótida direita: 1. ( ) Presença de sopro 2. ( ) Ausência de sopro.
Ausculta da artéria carótida esquerda: 1. ( ) Presença de sopro 2. ( ) Ausência de
sopro.
5.5 Tórax - Pulmões
Integridade da pele do rax: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se não, descreva a
lesão:_______________________________________________________________
Posição adotada pelo indivíduo para respirar:_______________________________
Uso da musculatura acessória: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não.
Expansiblidade torácica anterior: 1. ( ) Simétrica 2. ( ) Assimétrica.
Presença de massa/nódulos: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, a
localização:_________________________________________________________________.
81
Presença de áreas dolorosas: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, a
localização:__________________________________________________________________
Tosse: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva:_________________________________
Freqüência respiratória: ____________. Profundidade: 1. ( ) Superficial.
2. ( ) Profundo.
Ritmo respiratório: 1. ( ) Regular 2. ( ) Irregular.
Padrão respiratório: 1. ( ) Eupnéia 2. ( ) Taquipnéia 3. ( ) Bradipnéia 4. ( )
Hiperventilação (Kussmaul) 5. ( ) Hipoventilação 6. ( ) Respiração de Cheyne-Stokes
7. ( ) Respiração de Biot 8. ( ) Respiração obstrutiva crônica.
Ausculta pulmonar: 1. ( ) Murmúrios vesiculares 2. ( ) Ruídos adventícios –
2.1 Crepitações ( ) 2.2 ( ) Sibilos 2.3 ( ) Roncos 2.4 ( ) Atrito pleural.
Oximetria de pulso: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva os parâmetros
encontrados:_______________________________________________________________
5.6 TóraxCoração
Freqüência cardíaca:___________; Ritmo cardíaco:_______________;
Freqüência do pulso radial:__________. Ritmo:__________________;
Déficit de pulso: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, o valor: ________
Ausculta cardíaca: 1. ( ) Normal 2. ( ) Alterada 2.1 ( ) Terceira bulha
2.2 ( ) Quarta bulha 2.3 ( ) Sopro sistólico 2.4 ( ) Sopro diastólico.
Pressão arterial:___________ Manguito: ________
Classificação da pressão arterial: ______________________________
Pressão venosa central:_________ ( ) Não se aplica.
5.7 Abdômen - Gastrointestinal
Dificuldade para mastigar alimentos: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim,
justifique:_______________________________________________________________
Dificuldade para engolir alimentos (líquidos ou sólidos): 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim,
justifique:_______________________________________________________________
Padrão intestinal anterior: ________ evacuações/dia
Padrão intestinal atual:___________evacuações/dia
Queixas relacionadas à evacuação: 1. ( ) Diarréia 2. ( ) Constipação 3. ( )
Flatulência 4. ( ) Cólicas 5. ( ) Outros 6. ( ) Nenhuma
Náuseas: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva ___________________________
Vômitos: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva __________________________
Uso de fraldas: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
82
Colostomia: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
Integridade da pele do abdômen: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se não, descreva a
lesão:__________________________________________________________________
Forma do abdômen: 1. ( ) Achatado 2. ( ) Escafóide 3. ( ) Arredondado
4. ( ) Globoso.
Ausculta dos ruídos intestinais: 1. ( ) Normais 2. ( ) Hiperativos 3. ( ) Hipoativos
4. ( ) Ausentes
Presença de massa: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, a localização___________________
Presença de áreas dolorosas: 1. ( ) Sim 2. ( ) o. Se sim, a
localização:______________________________________________________________
5.8 Abdômen - Urinário
Micção: 1. ( ) Espontânea. Se espontânea, ( ) Fraldas; ( ) Uso de papagaio/aparadeira;
( ) Vai ao banheiro. 2. Freqüência:________ micções/dia
3. Controle sobre a micção: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se não,
justifique:_______________________________________________________________
4. ( ) Sonda vesical
5. ( ) Cistostomia
6. Queixas relacionadas à micção: 1. ( ) Nenhuma 2. ( ) Disúria 3. ( ) Hematúria
4. ( ) Incontinência 5. ( ) Retenção 6. ( ) Urgência 7. ( ) Bexigoma
8. ( ) Oligúria 9. ( ) Poliúria 10. ( ) Outros.
7. Balanço Hídrico: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, o resultado_________________
5.9 Membros superiores
Integridade da pele: 1. ( ) Sim 2. ( ) o. Se não, descreva a
lesão:_______________________________________________________________
Edema: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva:_____________________________
Coloração da pele: ( ) 1. Normal, de acordo com a origem genética 2. ( ) Palidez
3. ( ) Cianose 4. ( ) Eritema
Temperatura da pele: 1. ( ) Normal, levemente aquecida. 2. ( ) Fria 3. ( ) Quente
Temperatura axilar:__________
Tempo de enchimento capilar: 1. ( ) Menor que 2 segundos 2. ( ) Maior ou igual a 2
segundos.
nus muscular: 1. ( ) Normal 2. ( ) Espástico 3. ( ) Flácido 4. ( ) Rigidez.
83
5.10 Membros inferiores
Integridade da pele: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se não, descreva a
lesão:___________________________________________________________________
Edema: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não. Se sim, descreva:_________________________________
Coloração da pele: ( ) 1. Normal, de acordo com a origem genética 2. ( ) Palidez
3. ( ) Cianose 4. ( ) Eritema
Temperatura da pele: 1. ( ) Normal, levemente aquecida. 2. ( ) Fria 3. ( ) Quente
Tempo de enchimento capilar: 1. ( ) Menor que 2 segundos 2. ( ) Maior ou igual a 2
segundos.
nus muscular: 1. ( ) Normal 2. ( ) Espástico 3. ( ) Flácido 4. ( ) Rigidez.
Marcha: 1. ( ) Normal – movimentos suaves e coordenados, postura ereta. 2. ( )
Hemiparesia espástica. 3. ( ) Ataxia cerebelar. 4. ( ) Tesoura. 5. ( ) Escarvante 6. ( )
Outros: __________________ 7. ( ) Não se aplica - impossível de avaliar.
6. Observações
Adicionais_______________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
7. Diagnósticos de Enfermagem Encontrados
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
84
Apêndice B Quadros descritivos sobre as características definidoras, fatores
relacionados e fatores de risco referentes a cada diagnóstico de enfermagem acima do
percentil 75
Quadro 1 Distribuição dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de
infecção apresentados pelos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Risco de infecção (n=88)
Fatores de Risco %
Procedimentos invasivos 88 100
Exposição ambiental
aumentada a patógenos
88 100
Defesas secundárias
inadequadas (diminuição da
hemoglobina)
25 28,4
Defesas primárias
inadequadas (pele rompida)
11 12,5
Quadro 2 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem ficit no autocuidado para banho/higiene apresentados pelos
pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Déficit no autocuidado para banho/higiene (n=70)
Características Definidoras %
Incapacidade de lavar o
corpo
66 94,2
Incapacidade de acessar o
banheiro
65 92,8
Incapacidade de regular a
água do banho
1 1,42
Fatores Relacionados %
Prejuízo neuromuscular 69 98,5
Prejuízo perceptivo 13 18,5
Incapacidade de perceber
uma parte do corpo
4 5,7
Prejuízo musculoesquelético 2 2,85
Prejuízo cognitivo 1 1,42
Quadro 3 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para higiene íntima apresentados pelos
pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
85
Diagnóstico de Enfermagem Déficit no autocuidado para higiene íntima (n=68)
Características Definidoras %
Incapacidade de chegar ao
vaso sanitário ou à cadeira
higiênica
66 97
Incapacidade de fazer uma
higiene íntima apropriada
54 79,4
Incapacidade de manipular as
roupas para realizar higiene
íntima
8 11,7
Fatores Relacionados %
Prejuízo neuromuscular 67 98,5
Estado de mobilidade
prejudicada
63 92,6
Prejuízo perceptivo 14 20,5
Prejuízo musculoesquelético 1 1,47
Quadro 4 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se apresentados
pelos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Déficit no autocuidado para vestir-se/arrumar-se (n=65)
Características Definidoras %
Incapacidade de colocar
roupas na parte superior do
corpo
54 83
Incapacidade de colocar
roupas na parte inferior do
corpo
53 81,5
Capacidade prejudicada de
colocar itens de vestuário
necessários
12 18,4
Capacidade prejudicada de
tirar itens de vestuário
necessários
12 18,4
Fatores Relacionados %
Prejuízo neuromuscular 64 98,4
Prejuízo perceptivo 12 18,4
Prejuízo musculoesquelético 1 1,53
Quadro 5 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem Comunicação verbal prejudicada apresentados pelos pacientes
com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
86
Diagnóstico de Enfermagem Comunicação verbal prejudicada (n=57)
Características Definidoras %
Ausência de contato visual 30 52,6
Não fala 25 43,8
Fala com dificuldade 24 42
Dificuldade para formar
palavras (disartria)
24 42
Dificuldade na atenção
seletiva
10 17,5
Não consegue falar 8 14
Déficit visual parcial 3 5,2
Desorientação no tempo 1 1,7
Dificuldade de usar a
expressão facial
1 1,7
Déficit visual total 1 1,7
Gagueira 1 1,7
Fatores Relacionados %
Diminuição da circulação
cerebral
56 98,2
Barreira física (intubação) 13 22,8
Alteração do sistema nervoso
central
1 1,7
Enfraquecimento do sistema
musculoesquelético
1 1,7
Quadro 6 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral apresentados pelos
pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Perfusão tissular ineficaz – tipo cerebral (n=54)
Características Definidoras %
Anormalidades na fala 46 85,1
Paralisia 44 81,4
Fraqueza de extremidades 26 48,1
Estado mental alterado 25 46,2
Dificuldades na deglutição 20 37
Mudança nas reações
pupilares
11 20,3
Mudanças nas respostas
motoras
8 14,8
Fatores Relacionados %
Interrupção do fluxo
sanguíneo
54 100
87
Quadro 7 Distribuição dos fatores de risco do diagnóstico de enfermagem Risco de
integridade da pele prejudicada apresentados pelos pacientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Risco de integridade da pele prejudicada (n=48)
Fatores de Risco %
Imobilização sica 43 89,5
Sensações prejudicadas 31 64,5
Extremos de idade 28 58,3
Fatores mecânicos 11 12,1
Hipertermia 6 12,5
Quadro 8 Distribuição das características definidoras e dos fatores relacionados do
diagnóstico de enfermagem Mobilidade no leito prejudicada apresentados pelos pacientes
com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Mobilidade no leito prejudicada (n=48)
Características Definidoras %
Capacidade prejudicada de
mover-se da posição supina
para a sentada
48 100
Capacidade prejudicada de
virar-se de um lado para o
outro
43 89,5
Fatores Relacionados %
Prejuízo neuromuscular 48 100
Medicamentos sedativos 5 10,4
Obesidade 1 2
Quadro 9 Distribuição dos fatores de risco diagnóstico de enfermagem Risco de aspiração
apresentados pelos pacientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnóstico de Enfermagem Risco de aspiração (n=46)
Fatores de Risco %
Alimentação por sondas 32 69,5
Nível de consciência
reduzido
26 56,5
Deglutão prejudicada 25 54,3
Situações que impedem a
elevação da parte superior do
corpo
6 13
Resíduo gástrico aumentado 4 8,7
88
Apêndice C – Termo de consentimento livre e esclarecido
Meu nome é Tahissa. Sou aluna do Mestrado em Enfermagem da Universidade
Federal do Ceará e estou desenvolvendo um estudo cujo objetivo é identificar as necessidades
de enfermagem nos pacientes que tiveram um derrame e que por conta disso estão internados
neste hospital.
Para fazer este estudo, preciso da sua colaboração para a realização de uma
consulta ao seu prontuário, de uma entrevista e de um exame físico. O exame, a ser realizado
por mim, inclui a verificação da temperatura, do pulso, da respiração e da pressão arterial, do
seu estado geral, do tórax, da barriga e dos braços e das pernas. O exame não inclui colher
sangue, passar sondas e não se espera que você tenha algum desconforto.
A entrevista será sobre os seus dados de identificação, história de outras doenças e
a presença de fatores de risco (fumar, beber, ser sedentário e ser obeso). Volto a lembrar que
o se espera nenhum desconforto e só farei o exame sico se você concordar.
Dou-lhe a garantia de que as informações obtidas no estudo serão usadas apenas
para a realização do meu trabalho e, também, lhe asseguro que a qualquer momento terá
acesso às informações, inclusive para resolver dúvidas que possam ocorrer. Informo ainda que
você tem o direito e a liberdade de se negar a participar do estudo ou dele se retirar quando
assim o desejar, sem nenhum prejuízo para a sua assistência nesta instituição. A sua
identidade será mantida no anonimato bem como qualquer informação que possa identificá-lo.
Caso precise entrar em contato comigo, informo-lhe o meu endereço e o da minha
orientadora:
Aluna: Tahissa Frota Cavalcante
Orientadora: Thelma Leite de Araujo
Endereço: Rua Alexandre Baraúna, 1115
Fone: (Oxx85) 33668456. e-mail: tahissa@ig.com.br/ thelma@ufc.br.
------------------------------------------------------------------------------------------------------
CONSENTIMENTO PÓS- ESCLARECIDO
Declaro que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter
entendido o que foi explicado, concordo em participar da pesquisa.
Fortaleza, _____ de_____________________ de ____________
___________________________________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa/representante legal
___________________________________________________________________
Assinatura do pesquisador
Digitais caso não assine
89
ANEXOS
90
Anexo A - Recomendações de avaliação da escala de acidente vascular encefálico do
National Institutes of Health
1a. Nível de consciência
: O investigador deve escolher uma resposta, mesmo se uma
avaliação global está impedida por alguns obstáculos, como um tubo endotraqueal, distúrbios
da linguagem, trauma ou bandagem orotraqueal. Um índice 3 é registrado apenas se o
paciente não executar nenhum movimento (exceto a postura reflexa) em resposta a
estimulação nociva.
0 = Alerta; Intensamente sensível.
1 = Não alerta, mas torna-se vigil à menor estimulação, para obedecer, responder ou reagir.
2 = Não alerta, atende somente a estimulação repetida, ou está insensível e requer estimulação
vigorosa ou dolorosa para realizar movimentos (não estereotipados).
3 = Responde apenas com reflexos motores e/ou efeitos autônomos ou totalmente
arresponsivo, flácido, arrefléxico.
1b. Orientação temporal:
Pergunta-se ao paciente o mês e a idade dele. A resposta deve ser
correta, não vale apenas chegar próximo. Para pacientes afásicos e torporosos que não
entendem as questões deve ser dado o valor 2. Para pacientes incapazes de falar por causa de
entubação endotraqueal, trauma orotraqueal, disartria severa de qualquer causa, distúrbios da
linguagem ou qualquer outro problema não secundário à afasia é registrado o valor 1. É
importante que apenas a resposta inicial seja graduada e que o examinador não ajude o
paciente com pistas verbais ou não verbais.
0 = Responde ambas as questões corretamente.
1 = Responde uma questão corretamente.
2 = Não responde nenhuma questão corretamente.
1c. Capacidade de obedecer aos comandos verbais e praxia: O paciente é solicitado a abrir
e fechar os olhos e, após, apertar e relaxar a mão o parética. Substitua por algum outro
comando se as mãos não puderem ser usadas. É dado crédito se uma tentativa não equivocada
é realizada, mas não completada adequadamente por fraqueza. Se o paciente não responder ao
comando, a tarefa deve ser demonstrada para ele (pantomima) e registrado o resultado (Ex:
seguiu nenhum, seguiu um ou dois comandos). Para pacientes com trauma, amputação ou
outros impedimentos fixos, deve ser dado convenientemente um dos comandos.
0 = Realizou ambas tarefas corretamente.
1 = Realizou uma tarefa corretamente.
2 = Não realizou nenhuma tarefa corretamente.
2. Movimentos oculares: Apenas movimentos horizontais serão testados. Movimentos
oculares voluntários e o reflexo oculocefálico serão registrados, mas testagens térmicas não
são feitas. Se o paciente tem um desvio conjugado do olhar que pode ser vencido por
atividade voluntária ou reflexa, o valor será 1. O olhar horizontal é testado em todos os
pacientes afásicos. Pacientes com trauma ocular, bandagens, cegueira preexistente ou outra
desordem da acuidade e campo visuais devem ser testados com movimentos reflexos e uma
escolha feita pelo investigador. Estabelecendo contato ocular e então movendo em volta do
91
paciente de lado a lado, será ocasionalmente esclarecida a presença de uma paralisia parcial
do olhar horizontal.
0 = Normal.
1 = Paralisia parcial do olhar horizontal. Esta pontuação é dada quando o olhar horizontal é
anormal em um ou ambos os olhos, mas quando ausência de desvio forçado ou paresia
total do olhar horizontal.
2 = Desvio forçado ou paresia total do olhar horizontal não vencida.
3. Visual: Campos visuais (quadrantes superiores e inferiores) são testados por confrontação,
usando o dedo indicador ou aparelho visual apropriado. Pacientes devem ser estimulados, mas
se eles olham para o lado do movimento dos dedos apropriadamente, este pode ser
classificado como normal. Se cegueira unilateral ou enucleação, os campos visuais no olho
remanescente são avaliados. Valor 1 é registrado apenas se uma assimetria claro-escuro,
incluindo a quadrantanopsia, é encontrada. Se o paciente é cego por alguma causa, registre
valor 3. Duas estimulações simultâneas são realizadas neste local. Se extinção, o paciente
recebe valor 1 e os resultados são usados para responder à questão 11.
0 = o há perda visual.
1 = Hemianopsia parcial.
2 = Hemianopsia completa.
3 = Hemianopsia bilateral (cego, incluindo cegueira cortical).
4. Paralisia facial: Peça ou use pantomima para estimular o paciente a mostrar os dentes ou
levantar a sobrancelha e fechar os olhos. Considere simetria de caretas em resposta a estímulo
nocivo, nos pacientes pouco receptíveis ou o compreensíveis. Se trauma ou bandagem
facial, tubo orotraqueal, fita ou outra barreira física obscurece a face, estas devem ser
removidas para uma extensão adequada que possibilite a visualização completa da face.
0 = Movimento simétrico normal.
1 = Paralisia leve (sulco nasolabial retificado, assimetria no sorriso).
2 = Paralisia parcial (paralisia total ou quase total do quadrante inferior da face).
3 = Paralisia facial completa de um ou ambos os lados (ausência de movimentos faciais na
porção superior e inferior da face).
5 & 6. Motricidade de braço e perna: O membro é colocado na posição adequada: Estenda
o braço (com as palmas para baixo) 90º (sentado) ou 45º (supino) e a perna 30º (sempre
supino). A variação é registrada se o braço cair antes de 10 segundos ou a perna antes de 5
segundos. O paciente afásico é estimulado, usando-se urgência na voz e pantomima, mas não
a estimulação nociva. Cada membro é testado em movimento, iniciando-se pelo membro não
parético. Apenas no caso de amputação ou fusão articular do ombro ou quadril, a pontuação
pode ser 9 e o examinador deve escrever claramente a explicação para uma pontuação 9.
5a. Braço direito
5b. Braço esquerdo
0 = Sem alteração, membro mantém-se em 90º(ou 45º) durante 10 segundos.
1 = Alteração, membro consegue se manter em 90º, mas declina antes de completar os 10
segundos. Todavia, não se choca com a cama ou outro suporte.
2 = Alguma resistência contra gravidade. O braço não consegue atingir ou manter 90º(ou 45º),
declina até a cama, mas tem alguma resistência contra a gravidade.
92
3 = Não apresenta resistência contra gravidade, o membro cai.
4 = Sem movimento
9 = Amputação, fusão articular. Explique:
6a. Perna direita
6b. Perna esquerda
0 = Sem alteração, perna mantém-se na posição de 30º, por 5 segundos.
1= Alteração, a perna cai no final do período de 5 segundos, mas não se choca contra a cama.
2 = Alguma resistência contra a gravidade. A perna cai na cama em 5 segundos, mas tem
alguma resistência contra gravidade.
3 = Nenhum esforço contra gravidade, a perna cai na cama imediatamente.
4 = Nenhum movimento.
9 = Amputação, fusão articular. Explique:
7. Ataxia de membros: Este item visa identificar evidências de uma lesão cerebelar
unilateral. Teste com os olhos abertos. Em caso de defeito visual, assegure que o teste seja
feito no campo visual intacto. Os testes dedo-nariz e calcanhar-canela são feitos em ambos os
lados e ataxia é registrada apenas se apresentarem grau de fraqueza. Ataxia está ausente no
paciente que não pode entender ou está paralisado. Apenas em caso de amputação ou fusão de
articulação, pode o item receber o valor de 9, e o examinador deve anotar claramente a
justificativa para não pontuação. Em caso de cegueira, testar tocando o nariz com o braço em
posição estendida.
0 = Ausente.
1 = Presente em um membro.
2 = Presente nos dois membros.
Se presente, é ataxia em:
Braço direito: 1=Sim 2=Não 9=Amputação ou fusão articular.
Braço esquerdo: 1=Sim 2=Não 9=Amputação ou fusão articular.
Perna direita: 1=Sim 2=Não 9=Amputação ou fusão articular.
Perna esquerda: 1=Sim 2=Não 9=Amputação ou fusão articular.
8. Sensibilidade: Sensação, careta em resposta a alfinetada ou retirada do estímulo nocivo em
pacientes afásicos e obnubilados. Apenas perda sensorial atribuída à doença cerebrovascular é
classificada como anormal e o examinador deve testar em muitas áreas do corpo (pernas,
tronco, face e membros) para avaliar precisamente a perda hemissensorial. Um valor de 2
deve ser dado apenas quando uma perda severa ou total de sensação possa ser claramente
demonstrada. Pacientes afásicos e torporosos receberão, portanto, provavelmente valor 1 ou 0.
Para o paciente com AVC em base de crânio, que tem perda bilateral das sensações, é
registrado valor 2. O paciente em coma (item 1
a=3) é arbitrariamente dado o valor 2 neste
item.
0 = Normal, sem perda sensorial.
1 = Perda sensorial leve a moderada. O paciente sente o toque de forma menos intensa ou está
insensível no lado afetado, ou uma perda da dor superficial à alfinetada, mas está
consciente de que está sendo tocado.
2 = Perda sensorial severa ou total. O paciente não tem consciência de que está sendo tocado
na face, braço e perna.
9. Linguagem:
Uma grande quantidade de informação sobre compreensão será obtida durante
as seções anteriores ao exame. O paciente é solicitado a descrever o que está acontecendo na
93
figura associada, a nomear os itens de acordo com a folha de nomeação, e a ler a lista de
sentenças associadas. Compreensão é julgada aqui pelas respostas, bem como em todos os
comandos anteriores ao exame neurológico geral. Se a perda visual interfere com os testes,
peça ao paciente para identificar objetos colocados na mão, repetir e produzir voz. O paciente
entubado deve ser solicitado a escrever. Ao paciente em coma (questão 1
a =3), será
arbitrariamente atribuído o valor 3 neste item. O examinador deve escolher um valor para o
paciente com torpor ou cooperação limitada, mas um valor de 3 deve ser usado apenas se o
paciente é mudo e não segue nenhuma etapa dos comandos.
0 = Sem afasia, normal.
1 = Afasia leve a moderada. Algumas perdas óbvias da fluência ou facilidade de
compreensão, sem limitação significativa nas idéias expressadas ou formas de expressão.
Redução da voz ou compreensão, entretanto, torna a conversa sobre materiais fornecidos
difícil ou impossível. Por exemplo, em conversa sobre materiais fornecidos, o examinador
pode identificar a figura ou cartão de nomeação da resposta do paciente.
2 = Afasia severa. Toda comunicação é por meio de expressões fragmentadas; grande
necessidade de inferência, questionamento e adivinhão por parte do ouvinte. A extensão de
informação que pode ser trocada é limitada; ouvinte carrega carga de comunicação.
Examinador não pode identificar materiais fornecidos pela resposta do paciente.
3 = Mudez, afasia global, não utilização de voz ou compreensão auditiva.
10. Disartria: Uma amostra adequada de voz deve ser obtida, pedindo ao paciente que leia ou
repita palavras. Se o paciente tem afasia severa, a clareza na articulação da voz espontânea
pode ser avaliada. Apenas se o paciente está entubado ou tem outra barreira física para
produzir som, este item pode ter valor 9 e o examinador deve claramente anotar uma
explicação para não pontuação. Não diga ao paciente por que ele está sendo testado.
0 = Normal.
1 = Leve a moderada: paciente pronuncia de modo confuso pelo menos algumas palavras e,
na pior das hipóteses, estas podem ser entendidas com alguma dificuldade.
2 = Severa: a voz do paciente é tão confusa que pode ser incompreensível na ausência de ou
fora de proporção para qualquer disfasia, ou é mudo /anárquico.
3 = Grave: fala empastada, chegando a ser ininteligível ou mutismo ou anartria.
9 = Entubado ou outra barreira física. Explique:
11. Extinção e desatenção (antigamente negligência): Informação suficiente para identificar
negligência pode ser obtida durante o teste anterior. Se o paciente tem uma perda visual grave,
impedindo a visão dupla, a estimulação simultânea e o estímulo cutâneo estão normais, o
valor é normal. Se o paciente tem afasia, mas apresenta atender em ambos os lados, o valor é
normal. A presença de negligência visoespacial ou anosagnosia pode também ser considerada
como evidência de anormalidade. Desde que a anormalidade é avaliada apenas se presente, o
item nunca é intestável.
0 = Sem anormalidade.
1 = Visual, tátil, auditiva, espacial ou pessoal, desatenção ou extinção para estimulação
simultânea bilateral em uma das modalidades sensoriais.
2 = Hemidesatenção profunda ou hemidesatenção de mais que uma modalidade. Não
reconhece a própria mão ou orienta-se para apenas um lado do espaço.
94
Anexo BReferências das medidas e avaliações físicas
1. Temperatura: O valor da temperatura foi obtido através de termômetro de vidro com
coluna de mercúrio, colocado no centro da axila com a ponta orientada no sentido da caba
do paciente e o braço abaixado sobre o termômetro por 10 minutos (QUINLESS; BLAUER,
2004). Foi considerada como febre a temperatura axilar acima de 37,8 °C.
2. Pulso radial: Verificado com o paciente deitado ou sentado com o braço ao longo dorax
com o punho levemente flexionado e a palma da mão voltada para baixo. Colocou-se as
polpas digitais dos três primeiros dedos, palpando o pulso radial na parte flexora do punho,
lateralmente ao rádio (JARVIS, 2002). Após o pulso ser sentido, iniciou-se a contagem
durante um minuto e considerou-se como normal a freqüência de 60 a 100 batimentos por
minuto (JARVIS, 2002).
3. Freqüência respiratória: Avaliada com o paciente na posição supina, com a posição de
contagem do pulso radial sem o paciente notar que o avaliador estava contando as incursões
respiratórias (JARVIS, 2002). A freqüência respiratória foi avaliada por meio do número de
elevações do rax em 1 minuto. Foi considerada eupnéia quando a freqüência respiratória
estava no intervalo de 10 a 20 incursões respiratórias por minuto (JARVIS, 2002).
4. Pressão arterial
: Foi obtida por meio do aparelho esfigmomanômetro aneróide da marca
Tycos e estetoscópio, utilizando-se a técnica auscultatória indireta. A medida da pressão
arterial foi realizada conforme preconiza a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
(2006). A classificação dos valores da pressão arterial é mostrada no Quadro 1(DIRETRIZES,
2006):
Quadro 1- Classificação da pressão arterial (>18 anos) (DIRETRIZES, 2006).
Classificação Pressão arterial sistólica Pressão arterial diastólica
Ótimo <120 <80
Normal <130 <85
Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão Estágio 1(leve) 140-159 90-99
Hipertensão Estágio 2
(moderado)
160-179 100-109
Hipertensão Estágio 3
(grave)
>180 >110
Hipertensão Sistólica Isolada >140 < 90
5. Gases sanguíneos: Estes dados foram conseguidos por meio da consulta ao prontuário do
paciente, quando este havia realizado a gasometria arterial. Segundo Nishimura, Dreyer e
95
Zuñiga (2003), o ph normal do sangue arterial varia de 7,35 a 7,45, enquanto a pressão parcial
de dióxido de carbono normal varia de 35 a 45 mmHg, a de oxigênio de 80 a 100 mmHg e a
saturação normal de oxinio deve estar acima de 95%.
6. Exames laboratoriais: Foram obtidos por meio da consulta ao prontuário do paciente,
quando este havia realizado os exames sanguíneos. Os valores de referência estão
apresentados no Quadro 2 (SMELTZER; BARE, 2002):
Quadro 2 – Valores de referência dos exames laboratoriais (SMELTZER; BARE, 2002).
Exames Valores de referência
Uréia 10-50 mg/dl
Creatinina 0,7-1,4 mg/dl
Sódio 135-145 mEq/l
Cálcio 8,5-10,5 mg/dl
Potássio 3,8-5,0 mEq/l
Hemoglobina Homens: 13 a 18,0 g/dl
Mulheres: 12 a 16 g/dl
Hematócrito Homens: 42 a 50 %
Mulheres: 40 a 48 %
Leucócitos 5.000 a 10.000/ mm
3
Plaquetas 100.000 a 400.000/mm
3
Glicose 70-110 mg/dl
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