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JAQUELINE APARECIDA BÓRIA FERNANDEZ
DIAGNÓSTICO E DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS PERIGOSOS DOMICILIARES: ESTUDO DE CASO DO
MUNICÍPIO DE SÃO CARLOS - SP
Tese apresentada a Escola de Engenharia
de São Carlos da Universidade de São
Paulo para obtenção o Título de Doutor em
Ciências da Engenharia Ambiental.
Orientador: Prof. Assoc. Valdir Schalch
São Carlos
2008
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iii
FOLHA DE APROVAÇÃO
Canditada: Engenheira Jaqueline Aparecida Bória Fernandez
Tese defendida e julgada em 01 de agosto de 2008, perante a comissão julgadora:
_________________________________________________ ___________________
Prof. Associado VALDIR SCHALCH (orientador)
(Escola de Engenharia de São Carlos/USP)
_________________________________________________ ___________________
Prof. Dr. LUIZ ANTONIO DANIEL
(Escola de Engenharia de São Carlos/USP)
_________________________________________________ ___________________
Dra. PATRICIA CRISTINA SILVA LEME
(USP –Recicla, Escola de Engenharia de São Carlos/USP)
_________________________________________________ ___________________
Prof. Dr. REINALDO PISANI JUNIOR
(Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP)
_________________________________________________ ___________________
Prof. Dr. WELLINGTON CYRO DE ALMEIDA LEITE
(Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” UNESP/ Campus - Guaratinguetá)
____________________________________________
Prof. Associado MARCELO PEREIRA DE SOUZA
Coordenador do Programa de Pós-graduação
em Ciências da Engenharia Ambiental
_______________________________________________________
Prof. Associado GERALDO ROBERTO MARTINS DA COSTA
Presidente da Comissão de Pós-graduação da EESC
iv
Dedico este trabalho a meu filho GABRIEL.
Que seu futuro e das demais crianças seja norteado pelas ações
sustentáveis, em todos os aspectos, sob as quais coloco minha
esperança por uma humanidade mais consciente.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus pela capacidade de criar oportunidades e de realizá-las.
Ao DANIEL, meu marido e companheiro, que sempre me incentivou e apoiou e por
compreender os momentos de ausência.
A meu filho GABRIEL, porque sua existência é a grande alegria da minha vida.
À minha mãe Dulcelina, por me ensinar valores humanos e pelo imenso amor que
sempre me dedicou.
Ao Professor Valdir Schalch, pela orientação e compreensão durante a realização do
trabalho e pela amizade de hoje e sempre.
Aos companheiros de trabalho de caracterização Tássio Lofti Matos e Fabio Fresca,
pelo apoio e amizade, sem os quais este trabalho não teria sido realizado.
Ao Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq pelo apoio financeiro a pesquisa.
À toda minha família pelo incentivo e apoio.
A todos que participaram e apoiaram as caracterizações realizadas no aterro
sanitário, em especial a Érica Pugliese, Luciana Massukado, Anne Cardoso, Heitor, Dalóia,
Taís, Gustavo e Vitor Matos.
Ao colega Ronan Contrera, pela disponibilização do espaço físico no laboratório de
análise de lixiviado.
Ao Laboratório de Resíduos Químicos da USP/SC, em especial à Drª Leny
Borghesan, pela disponibilidade da balança KLD e as máscaras semi-faciais. Ao técnico
Osvaldo de Andrade do laboratório de informática da Arquitetura, pela disponibilizaçao do
aparelho estabilizador (Nobreak).
Ao USP-Recicla pela colaboração na aplicação dos questionários a população, em
especial à Evelyn Zanette e Kátia.
À Prefeitura Municipal de São Carlos, especialmente a Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia e a Divisão de Cadastro, pelas
informações fornecidas, em especial ao Paulo Shiroma, a Carla Polaz e ao Eduardo Martins,
cada qual, em momentos distintos, dedicaram parte de seu tempo colaborando com este
trabalho.
À Empresa VEGA Engenharia Ambiental pela disponibilização de informações e pela
autorização do trabalho no aterro sanitário.
Às amigas Marilu Pereira S. Parsekian e Andréia M. Cassiano pela amizade, leituras
e sugestões no texto.
À amiga Fernanda Valeriano Macarenko pela amizade e pronto atendimento na
correção do abstract.
Às amigas do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Resíduos Sólidos – NEPER: Adriana
A. Lopes, Carmenlucia Santos e Márcia Capelinni.
vi
Às cooperativas coleta seletiva COOPERVIDA, COOLETIVA e ECOATIVA pela
parceria nos trabalhos de caracterização física nas centrais de triagem.
Aos funcionários do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA)
especialmente: Claudete, Wellington, Sônia, Nelson, Paulo e Mara, por todo apoio e atenção.
Aos funcionários do Departamento de Hidráulica e Saneamento, especialmente a
Rose pela atenção e carinho.
À Fernanda Marciano pela análise estatística e à Patrícia Leme Silva pelas
informações sobre os RPD.
Aos professores do PPG –SEA pela atenção e disponibilidade no atendimento, em
especial ao Prof. Evaldo L. Gaeta.
A todos que de forma direta ou indireta colaboraram com a elaboração desta tese.
vii
“ Os maiores homens que conheci, e cujo olhar nem a terra
nem o céu tinham segredos, eram humildes e sabiam
perfeitamente o grau de respeito que cabia a cada criatura”
Goethe
viii
RESUMO
FERNANDEZ, J.A.B. Diagnóstico e diretrizes para o gerenciamento de Resíduos
Perigosos Domiciliares: Estudo de caso do Município de São Carlos – SP. 2008. 198 p. Tese
(de Doutorado) Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. São Carlos,
2008.
Os resíduos perigosos domiciliares (RPD) têm sido gerenciados juntamente com os resíduos
sólidos urbanos (RSU) e essa mistura apresenta um risco potencial de contaminação
ambiental, mesmo quando sua destinação final é considerada adequada. Devido à ausência de
informações, considera-se que a quantidade de RPD nos aterros sanitários é desprezível e os
efeitos adversos sobre o meio ambiente e a saúde pública são negligenciados. O planejamento
de estratégias de gerenciamento de RPD requer um diagnóstico a fim de identificar a sua
geração e propor alternativas adequadas para prevenir a poluição do solo e águas superficiais
e subterrâneas. Os objetivos do presente trabalho foram estudar a presença dos RPD no
Município de São Carlos - SP e elaborar diretrizes para o gerenciamento municipal destes
resíduos. A metodologia adotada foi composta pela caracterização física dos RPD,
encaminhados ao aterro sanitário do município, por meio do método do quarteamento. No
total, foram analisadas trinta amostras de cerca de 200 kg cada, no ano de 2005. Ainda,
realizou-se a caracterização física dos RPD nas três cooperativas de coleta seletiva,
investigando-se o total de resíduos coletados no período de uma semana. Para investigar a
percepção da população a respeito dos RPD foram aplicados 100 questionários em uma região
do município. Como resultados, apresentam-se os valores da caracterização física juntamente
com a quantificação em unidades de RPD frente ao total de resíduos coletados, dentre os
materiais presentes destacam-se inseticidas, aerossóis, baterias, tintas e pilhas, entre outros,
representando cerca de 0,2% de resíduos perigosos nos resíduos sólidos domiciliares. Por
meio do questionário verificou-se que a população possivelmente participaria de um programa
especial de coleta de RPD. A atual política ambiental municipal apresenta instrumentos que
favorecem a adoção de práticas de gerenciamento para os RPD, indicando a preocupação
crescente com o assunto, contudo ainda não estão implantadas. As diretrizes para a elaboração
de um programa de gerenciamento de RDP incluem orientações técnicas e enfatiza a
importância da educação para a prevenção da poluição.
Palavras-chave: Resíduos perigosos domiciliares, Gestão de resíduos sólidos, Gerenciamento
de resíduos sólidos, Minimização de resíduos, Riscos ambientais, Contaminação ambiental.
ix
ABSTRACT
FERNANDEZ, J.A.B. Diagnosis and guidelines to household hazardous waste
management: Case study of São Carlos Municipality – SP. 2008. 198 p. Thesis (doctoral)
Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. São Carlos, 2008.
Household hazardous wastes (HHW) have been managed with non-hazardous household
waste (NHHW) and this mix presents a potential contamination risk, even if their final
disposal is deemed appropriate. Due to the lack of information, it is considered that the
amount of HHW in landfills is negligible and the adverse effects on the environment and
public health are neglected. The planning of strategies for the management of HHW requires
an assessment of its characteristics and quantity so that suitable alternatives can be proposed
in order to prevent soil, surface and groundwater contamination. The objectives of this work
were to firstly assess both hazardous and non-hazardous household waste in Sao Carlos
municipality and secondly, to draw up guidelines for their management. To that end a waste
analysis using the “partitioning” method was conducted on HHW, destined to landfill, in Sao
Carlos. In 2005, a total of thirty samples of about 200 kg each were analyzed. Additionally,
recyclable waste collected by three co-operatives during one week was also analysed. In order
to assess the population’s perception in relation to HHW 100 questionnaires were distributed
and collected in an area of the municipality. As a result, this work presents the results of the
total waste analysis as well as its hazardous portion which totals 0,2%. The hazardous
materials include insecticides, aerosol cans, batteries and paints amongst others. The
questionnaire survey indicates the population would be willing to participate in a special
collection programme for HHW. The current environmental policy for Sao Carlos encourages
the adoption of practices for appropriate management of HHW indicating the growing
concern over the matter, however they are yet to be implemented. The guidelines for drawing
up a programme for the management HHW include technical guidance and emphasizes the
importance of education for pollution prevention.
Keys-Words: Household Hazardous Waste; Solid waste Management, Waste minimization,
Environmental Risks, Environmental contamination.
x
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema de utilização de P2 ou produção mais limpa........................................... 31
Figura 2 – Etapas de desenvolvimento para um programa de P2. ........................................... 32
Figura 3 - Modelo de coleta do Programa Puntos Limpios – Espanha................................... 44
Figura 4 – Esquema de lay out para um local permanente de recebimento de RPD. .............. 48
Figura 5 – Exemplo de esquema de disposição física em um local de recebimento móvel. ... 50
Figura 6 – Esquema das sub-catetgorias de RPD consideradas na caracterização no aterro
sanitário, no Município de São Carlos - SP. ............................................................................ 67
Figura 7 – Vista aérea do aterro municipal de São Carlos. Fonte:........................................... 80
Figura 8 – Coleta convencional de São Carlos, SP – Setores.................................................. 82
Figura 9 – Percentual dos resíduos perigosos domiciliares frente a massa da amostra (kg) –
primeira caracterização. ........................................................................................................... 90
Figura 10 – Total (unidades) por categoria de RPD encontradas na primeira caracterização. 92
Figura 11 – Caracterização total de RPD encontradas na primeira caracterização, 15 setores de
coleta, em Percentual. .............................................................................................................. 92
Figura 12 – Percentual dos resíduos perigosos domiciliares frente a massa da amostra (kg) –
segunda caracterização............................................................................................................. 95
Figura 13 – Total (de unidades) de RPD encontradas na segunda caracterização................... 97
Figura 14 – Caracterização total de RPD encontradas na segunda caracterização, 15 setores de
coleta, em Percentual. .............................................................................................................. 97
Figura 15 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 1. ................ 98
Figura 16 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 2. ................ 98
Figura 17 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 3. ................ 99
Figura 18 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 4. ................ 99
Figura 19 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 5. .............. 100
Figura 20 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 6. .............. 100
Figura 21 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 7. .............. 101
Figura 22 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 8. .............. 101
Figura 23 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 9. .............. 102
Figura 24 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 10. ............ 102
Figura 25 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 11. ............ 103
Figura 26 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 12. ............ 103
Figura 27 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 13. ............ 104
Figura 28 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 14. ............ 104
xi
Figura 29 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 15..............105
Figura 30 – Total de unidades, por categoria de RPD, encontradas nas caracterizações.......105
Figura 31 – Representação gráfica da análise PCA das caracterizações realizadas no aterro
sanitário de São Carlos. ..........................................................................................................108
Figura 32 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), ECOATIVA – primeira
caracterização. ........................................................................................................................115
Figura 33 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), ECOATIVA – primeira
caracterização. ........................................................................................................................115
Figura 34 – Imagem de alguns RPD encontrados na caracterização realizada na cooperativa
ECOATIVA............................................................................................................................116
Figura 35 - Imagem de embalagens de aerossóis encontrados na caracterização realizada na
cooperativa ECOATIVA........................................................................................................116
Figura 36 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), COOPERVIDA –primeira
caracterização. ........................................................................................................................117
Figura 37 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), COOPERVIDA – primeira
caracterização. ........................................................................................................................118
Figura 38 – Alguns RPD encontrados na caracterização na cooperativa Coopervida. ..........118
Figura 39 – RPD na caracterização na sede da Coopervida...................................................118
Figura 40 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), COOLETIVA – primeira
caracterização. ........................................................................................................................119
Figura 41 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), COOLETIVA – primeira
caracterização. ........................................................................................................................120
Figura 42 – RPD na caracterização na cooperativa Cooletiva. ..............................................120
Figura 43 – RPD encontrados na cooperativa Cooletiva........................................................120
Figura 44 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), ECOATIVA – segunda
caracterização. ........................................................................................................................121
Figura 45 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), ECOATIVA – segunda
caracterização. ........................................................................................................................122
Figura 46 – RPD encontrados na 2ª caracterização................................................................122
Figura 47 – RPD na ECOATIVA...........................................................................................122
Figura 48 – Gráfico da PCA das três cooperativas na primeira caracterização. ....................124
Figura 49 - Gráfico de ACP da Cooperativa ECOATIVA nas duas caracterizações.............126
Figura 50 – Resposta sobre o conhecimento de reciclagem...................................................130
Figura 51 – Local onde o resíduo/lixo coletado é depositado. ...............................................131
Figura 52
O que deveria ser feito com o resíduo coletado em sua cidade...........................131
Figura 53 – Respostas para a pergunta “O aterro sanitário pode receber todo tipo de resíduo
produzido em sua casa?”. .......................................................................................................132
xii
Figura 54 – Respostas para “ O aterro sanitário é a mesma coisas que lixão?”..................... 132
Figura 55 – Parcela dos entrevistados predispostos a realizar a separação dos resíduos
perigosos domiciliares. .......................................................................................................... 134
Figura 56 – Possível participação voluntária da população com relação a separação seletiva e
entrega dos resíduos perigosos............................................................................................... 135
Figura 57 – Período preferencial para entrega do RPD previamente separados nas residências.
................................................................................................................................................ 136
Figura 58 – Dia da semana preferidos para entrega do RPD previamente separados nas
residências.............................................................................................................................. 137
xiii
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Características que conferem caráter de periculosidade aos resíduos.......................7
Tabela 2 - Componentes potencialmente perigosos contidos nos resíduos sólidos domiciliares.
..................................................................................................................................................10
Tabela 3 - Produtos e ou agentes considerados perigosos........................................................10
Tabela 4 - Resíduos perigosos domiciliares agrupados em categorias.....................................11
Tabela 5 – Riscos típicos de alguns produtos em residências..................................................11
Tabela 6 - Efeitos causados ao homem por alguns metais pesados..........................................13
Tabela 7 – Efeitos à saúde humana de acordo com o tipo de agrotóxico. (continua). .............17
Tabela 8 – Doenças relacionadas e tempo de sobrevivência (em dias) de microorganismos
patogênicos nos resíduos sólidos urbanos. ...............................................................................19
Tabela 9 - estrutura institucional, nos setores de gestão ambiental em alguns paises da
América Latina e Caribe...........................................................................................................23
Tabela 10 - Localidade, RPD (%) e respectiva fonte. ..............................................................27
Tabela 11 – Alternativas de ações para produtores industriais e consumidores. .....................33
Tabela 12 - Concentração de constituintes orgânicos no lixiviado de 53 aterros sanitários. ...38
Tabela 13 - Tipos de resíduos e quantidade máxima para o encaminhamento ao local de
entrega de RPD.........................................................................................................................40
Tabela 14 - Temas e conteúdo para formação de recursos humanos. ......................................51
Tabela 15 - Principais características do Município de São Carlos. ........................................74
Tabela 16 - Ocupação das pessoas residentes no Município de São Carlos, SP. .....................74
Tabela 17 - Gerenciamento de resíduos urbanos no Município de São Carlos, SP. ................75
Tabela 18 – Composição física dos RSU no Município de São Carlos, segundo a
caracterização realizada em 2005.............................................................................................75
Tabela 19 – Quantidade de resíduos municipais dispostos no aterro sanitário em 2005. ........81
Tabela 20 – Setores da coleta domiciliar, bairros atendidos, freqüência e turno de coleta......83
Tabela 21 – Setores da coleta convencional e respectiva área de abrangência. .......................84
Tabela
22 Registro total das massas coletadas e da amostra (quarteada), por setor, da coleta
convencional e por estação dos resíduos sólidos domiciliares.................................................86
Tabela 23 – Data das caracterizações, setores e Bairros atendidos pela coleta convencional, na
caracterização (Primeiro ciclo – inverno). Continua................................................................87
Tabela 24– Descrição e massa (kg) dos resíduos perigosos domiciliares encontrados na
primeira caracterização e seu valor percentual frente a massa da amostra (kg), por setor.......89
Tabela 25 – Total (unidades) de RPD encontradas por setor e total (unidades) de cada
categoria - primeira caracterização...........................................................................................91
xiv
Tabela 26 – Data das caracterizações, setores e bairros atendidos pela coleta convencional, na
segunda caracterização. (Continua) ......................................................................................... 93
Tabela 27 – Descrição e massa (kg) de resíduos perigosos domiciliares encontrados na
segunda caracterização, massa da amostra (kg) e valor percentual frente a massa da amostra
por setor.................................................................................................................................... 94
Tabela 28 – Total (unidade) de RPD encontradas por setor e total (unidade) de cada categoria,
segunda caracterização............................................................................................................. 96
Tabela 29 – Representação da hierarquização dos itens de RPD, por meio da ACP para todas
as caracterizações no aterro de São Carlos. ........................................................................... 107
Tabela 30 – Composição dos bairros referente as regiões de cada cooperativa da coleta
seletiva do Município de São Carlos, SP e os dias de coleta................................................. 111
Tabela 31 – Massa coletada e comercializada de materiais recicláveis, por mês, da coleta
seletiva do município de São Carlos, SP, em 2005................................................................ 112
Tabela 32 – Materiais que devem ser separados, segundo folheto de divulgação da coleta
seletiva. .................................................................................................................................. 113
Tabela 33 – Materiais que devem ser separados, segundo folheto de divulgação da coleta
seletiva. .................................................................................................................................. 113
Tabela 34 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual (%) –
Primeira caracterização – ECOATIVA.................................................................................. 114
Tabela 35 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual (%) –
Primeira caracterização – COOPERVIDA. ........................................................................... 117
Tabela 36 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual (%) –
Primeira caracterização – COOLETIVA. .............................................................................. 119
Tabela 37 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual (%) –
Segunda caracterização – ECOATIVA.................................................................................. 121
Tabela 38 – ACP para os RPD encontrados na primeira caracterização nas 3 cooperativas do
Município............................................................................................................................... 123
Tabela 39 - Ordem de importância dos itens de RPD para a Cooperativa ECOATIVA. ...... 125
Tabela 40 – Nível de instrução dos entrevistados.................................................................. 127
Tabela 41 – Diferentes destinos do lixo gerados nas residências. ......................................... 128
Tabela 42 – Tipos de resíduos/lixo gerados nas residências.................................................. 128
Tabela 43 – Tipos de resíduos separados para venda ou doação........................................... 129
Tabela 44 – Problemas que o lixo pode causar...................................................................... 129
Tabela 45 – Produtos considerados perigosos ao Meio Ambiente. ....................................... 130
Tabela 46 – Problemas que poderiam ser evitados ou minimizados com a reciclagem dos
materiais................................................................................................................................. 130
Tabela 47 – Deveres da Prefeitura Municipal, para garantir a limpeza da cidade, segundo os
entrevistados........................................................................................................................... 133
Tabela 48 – Deveres dos cidadãos, segundo os entrevistados. .............................................. 133
xv
Tabela 49- Hábitos da sociedade com relação aos resíduos sólidos.......................................134
Tabela 50 – Respostas sobre “Onde você guardaria os materiais em sua casa até a coleta?”135
Tabela 51 – Períodos sugeridos para a recolha dos resíduos perigosos nos domicílios.........136
Tabela 52 – Possível participação voluntária na entrega dos RPD. .......................................136
Tabela 53 – Síntese das informações dos RDP, em ordem de importância, segundo a
caracterização realizada no ano de 2005. ...............................................................................141
xvi
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
a.a. – ao ano
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASTM – American Society For Testing And Materials
CADRI – Certificado de Aprovação de Destinação de Resíduos Industriais
CESQG – Conditionally Exempt Small Quantity Generators
CETESB – Companhia de Tecnologia a Saneamento Ambiental
CFC – Gases que contém elementos cloro-fluor-carbono.
COMITEPCJ - Comitê da Bacia do Piracicaba, Capivari, Jundiaí
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CT – Câmara técnica
CVS – Centro de Vigilância Sanitária
EPA – Environmental Protection American
EPCRA - Emergency Planning and community rigth-to-know Act
EESC – Escola de Engenharia de São Carlos
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EUA – Estados Unidos da América
FIESP – Federação da Indústria do Estado de São Paulo
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
HHW – Household Hazardous Waste
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas
kg – quilograma
km
2
– kilometro quadrado
m – metro
ml – miligrama
MANOVA – Análise de variância multivariada
MINTER - Ministério de Estado do Interior
MT – Ministério dos Transportes
P2 – Prevenção a Poluição
PAE - Plano de Ação de Emergência
PCA – Análise de componentes principais
xvii
PEV - Ponto de entrega voluntária
PMSC – Prefeitura Municipal de São Carlos
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPA - Pollution Prevent Act
PPG-SEA – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental
PR – Estado do Paraná
RCRA - Resource Conservation and Recovery Act
RPD – Resíduos perigosos domiciliares
RSD – Resíduos sólidos domiciliares
RSS – Resíduos de serviço de saúde
RSU – Resíduos sólidos urbanos
SESI – Serviço Social da Indústria
S.M. – Salário mínimo
SP – Estado de São Paulo
t – tonelada
t/hab/dia – tonelada por habitante por dia
RMP - Resíduos de Medicamentos Perigosos
UGRHI - Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
USP – Universidade de São Paulo
% - porcentagem
xviii
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................................ viii
ABSTRACT.............................................................................................................................. ix
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 4
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 5
3.1. Resíduos Sólidos............................................................................................................ 5
3.1.1. Definições .............................................................................................................. 5
3.2. Resíduos Perigosos Domiciliares................................................................................... 9
3.2.1. Características de alguns tipos de RPD................................................................ 12
3.3. Gestão e Gerenciamento de Resíduos Perigosos Domiciliares.................................... 19
3.3.1. Aspectos Gerais.................................................................................................... 19
3.3.2. Gerenciamento de resíduos perigosos domiciliares............................................. 25
3.3.3. Prevenção à poluição na gestão e gerenciamento de RPD................................... 29
3.3.4. Técnicas de tratamento para RPD........................................................................ 34
3.3.5. Transporte e destinação de resíduos perigosos .................................................... 35
3.3.6. Riscos no gerenciamento dos RPD...................................................................... 36
3.3.7. Experiências no gerenciamento de RPD.............................................................. 38
3.4. Estratégias para o gerenciamento de RPD ................................................................... 40
3.4.1. Controle na fonte.................................................................................................. 41
3.4.2. Estratégias de Coleta de RPD .............................................................................. 43
3.4.3. Requisitos técnicos para o gerenciamento de RPD.............................................. 51
3.4.4. Orientações gerais................................................................................................ 54
3.5. Legislação ambiental aplicada aos RPD ...................................................................... 55
4. METODOLOGIA ................................................................................................................ 63
4.1. Revisão da literatura..................................................................................................... 63
4.2. Planejamento da pesquisa ............................................................................................ 63
4.3. Caracterização física dos RPD no aterro sanitário....................................................... 64
xix
4.3.1. Definição do número de amostras ........................................................................65
4.3.2. Tamanho da amostra.............................................................................................65
4.3.3. Procedimento de obtenção da amostra .................................................................65
4.3.4. Procedimento na caracterização ...........................................................................66
4.3.5. Seleção dos resíduos perigosos a serem priorizados pelo programa de
gerenciamento de RPD.....................................................................................................67
4.4. Caracterização física dos RPD nas centrais de triagem da coleta seletiva...................67
4.4.1. Preparação da amostra – coleta seletiva ...............................................................68
4.4.2. Validação dos dados da coleta seletiva.................................................................68
4.5. Avaliação da percepção da população em relação aos RPD ........................................68
4.5.1. Seleção da amostra para aplicação do questionário..............................................69
4.5.2. Aplicação dos questionários.................................................................................70
4.6. Estratégias para elaboração do programa de gerenciamento municipal de resíduos
perigosos de origem domiciliar ............................................................................................70
4.6.1. Identificação de oportunidades.............................................................................70
4.6.2. Seleção de oportunidades .....................................................................................70
4.6.3. Revisão teórica das alternativas viáveis para o programa de gerenciamento de
RPD….. ............................................................................................................................72
4.6.4. Elaboração das diretrizes para o programa de gerenciamento de RPD................72
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................................73
5.1. Caracterização do Município de São Carlos – SP........................................................73
5.2. Legislação Ambiental...................................................................................................76
5.3. Gerenciamento atual de resíduos sólidos domiciliares no Município..........................80
5.3.1. Setores de coleta convencional.............................................................................81
5.4. Caracterização física dos resíduos provenientes da coleta convencional.....................85
5.4.1. Análise estatística dos dados das caracterizações dos resíduos provenientes da
coleta convencional ........................................................................................................106
5.4.2. Extrapolação dos dados obtidos pelo levantamento de campo realizado entre
junho e dezembro de 2005..............................................................................................109
5.5. Caracterização física dos resíduos perigosos domiciliares na coleta seletiva ............109
5.5.1. Caracterização dos resíduos perigosos domiciliares na Coleta Seletiva ............114
5.5.2. Análise estatística dos dados das caracterizações dos resíduos provenientes da
coleta seletiva .................................................................................................................123
5.6. Resultados do questionário aplicado à população......................................................126
xx
5.6.1. Identificação da pessoa entrevistada – Perfil Socioeconômico ......................... 127
5.6.2. Avaliação da sociedade em relação às questões ligadas ao lixo........................ 127
5.6.3. Avaliação da sociedade em relação à coleta seletiva......................................... 134
5.6.4. Discussão sobre a aplicação dos questionários.................................................. 137
5.7. Diretrizes ao Programa de Gerenciamento de RPD................................................... 139
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 142
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 145
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS................................................................................... 146
APÊNDICE A - Questionário aplicado à população ............................................................ 154
APÊNDICE B - Análise estatística entre as duas etapas de caracterização da coleta
convencional do Município.................................................................................................... 159
APÊNDICE C - Análise estatística entre os resíduos dos 15 setores da coleta convencional do
Município – primeira e segunda caracterização..................................................................... 162
APÊNDICE D - Análise estatística entre as 3 cooperativas do Município na primeira
caracterização......................................................................................................................... 167
APÊNDICE E - Análise estatística entre as 2 caracterizações da cooperativa ECOATIVA 169
ANEXO A- Exemplo de questionário de avaliação do programa de coleta de RDP ............ 171
ANEXO B - Panfleto explicativo para divulgação da coleta seletiva.................................... 174
ANEXO C - Mapa da área referente à aplicação do questionário à população..................... 177
1
1. INTRODUÇÃO
A partir do surgimento de problemas ambientais, tais como, poluição do solo e das
águas subterrâneas, decorrentes muitas vezes, do inadequado gerenciamento dos resíduos
sólidos, verificou-se a necessidade de proposições de melhorias para prevenir ou minimizar os
efeitos adversos destes resíduos nos compartimentos do meio ambiente e na saúde pública.
Com o passar dos anos, várias propostas foram aplicadas com a finalidade de diminuir
a quantidade de resíduos sólidos lançados no solo, por meio de técnicas de tratamento, que
eram conhecidas como tratamento de fim-de-tubo (end of pipe), sem a preocupação com a
minimização da geração dos mesmos.
A evolução no gerenciamento de resíduos sólidos pode ser notada, principalmente nos
países desenvolvidos, por volta da metade da década de 70. Naquele momento buscavam-se
ações para o gerenciamento dos resíduos sólidos baseados na hierarquização dos resíduos
(reduzir, reutilizar e reciclar), aplicada principalmente aos resíduos industriais, enfatizando
principalmente a reciclagem.
Posteriormente, no final dos anos 80 iniciou-se uma efetiva preocupação com a
redução da geração, devido às desvantagens apresentadas pela reciclagem, tais como consumo
de energia e recursos. Contudo, verificou-se que a não geração da poluição seria mais
vantajoso tanto sob o ponto de vista econômico como o ambiental. Naquele contexto, surge
então a Prevenção a Poluição – P2 que preconiza que todas as formas de poluição devem ser
evitadas, e aquelas que não puderem ser evitadas devem ser reduzidas e somente as que não
forem reduzidas devem ser recicladas ou tratadas (EUA, 1990).
Na mesma época, começaram a surgir políticas específicas controlando ou banindo
determinados produtos/resíduos e ou estabelecendo que a responsabilidade por estes fosse
assumida por seus produtores (MILANEZ, 2002).
As indústrias aplicaram primeiramente estes conceitos, visto que, uma parte de seus
resíduos sólidos podiam ser ou conter produtos considerados perigosos para a saúde ambiental
e humana.
2
À medida que alguns problemas de poluição ambiental começaram a ser relacionadas
com a disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos – RSU a preocupação se estendeu
ao Poder Público, pois a este fica a responsabilidade do gerenciamento dos RSU (IPT, 2000).
Desta forma, a hierarquização das atividades referentes aos resíduos sólidos industriais
e o princípio de P2 começaram a influenciar a gestão e o gerenciamento de RSU, indicando a
tendência futura pela adoção de iniciativas que levassem a redução dos resíduos sólidos na
fonte geradora, tendo como vantagens a proteção do meio ambiente e a saúde pública, entre
outras.
Para qualquer localidade ou empreendimento, o ponto inicial para o planejamento
destas propostas é o conhecimento da situação atual do gerenciamento, incluindo desde a
identificação dos tipos de resíduos gerados, até o levantamento dos aspectos legais e técnicos
relacionados ao tema.
As informações quantitativas e qualitativas podem ser obtidas por meio da
caracterização física dos resíduos gerados. Assim, vários estudos com esta finalidade foram
realizados, buscando um diagnóstico de geração dos RSU e posteriormente avaliar as
possíveis medidas a serem adotadas para melhoria do sistema.
Os estudos de caracterização física revelaram que nos RSU havia a presença de
resíduos perigosos, que até então eram tidos como resíduos de origem industrial.
A constatação da existência de resíduos perigosos domiciliares - RPD abriu uma nova
área de interesse de investigação, pois identificar quais são estes resíduos e em que quantidade
são gerados, é essencial para o seu gerenciamento.
Este fato se deu no inicio dos anos 80, nos EUA, onde algumas localidades elaboraram
planos de gerenciamento para os RPD. A preocupação com o tema é justificada pelo
desconhecimento do potencial de poluição e riscos a saúde humana e ambiental que pode
agravar a característica de periculosidade destes resíduos.
No Brasil, grande parte das cidades apresenta um comprometimento ambiental que
resulta na deterioração da qualidade de vida, incluindo a poluição no meio urbano resultado
da má gestão dos RSU, que origina a poluição dos solos, das águas e do ar e compromete a
saúde da população.
A fim de reverter essa situação, diversas iniciativas de minimizar os impactos das
atividades humanas sobre o meio ambiente estão cada vez mais presentes no dia-a-dia de
algumas cidades, contudo, nas propostas para a gestão e o gerenciamento de RSU não se
verificam ações que priorizem a redução do consumo, como preconiza o princípio de redução
3
na fonte ou prevenção de resíduos, e de forma insipiente, encontram-se ações isoladas
relacionadas a alguns tipos de RPD.
As atuais políticas de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos falham no aspecto
preventivo, ou seja, na prática não são aplicados os princípios de prevenção à poluição (P2) e
de minimização de resíduos (FERNANDEZ, 2003).
Assim, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de um programa de
gerenciamento de resíduos perigosos domiciliares - RPD, considerando os aspectos de P2.
O presente trabalho propõe a elaboração de um diagnóstico da geração e composição
dos RPD e de estratégias de ação para seu adequado gerenciamento, a partir de um estudo de
caso, visto que o tema carece de informações e de divulgação a respeito da sua influência no
meio ambiente e na saúde humana.
4
2. OBJETIVOS
A partir da lacuna existente na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos referente
aos RPD e considerando a carência de ações voltadas a prevenção à poluição destacando-se,
principalmente a esfera municipal, o presente trabalho teve como objetivos:
Objetivo Geral
Estudar a presença dos RPD no Município de São Carlos - SP e elaborar diretrizes
para o gerenciamento municipal destes resíduos.
Objetivos específicos
Caracterizar fisicamente os RPD presentes nos RSU do município;
Conhecer a atual gestão de resíduos sólidos urbanos em São Carlos-SP;
Levantar a legislação municipal, estadual e nacional que favoreça e/ou
estimule a implantação da política de P2 para RPD;
Investigar a percepção da sociedade com relação aos RPD;
Identificar as alternativas possíveis para o gerenciamento de RPD;
Elaborar diretrizes conceituais para aplicação no gerenciamento municipal de
RPD.
5
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na revisão bibliográfica serão abordados os seguintes itens: Resíduos sólidos,
Resíduos perigosos domiciliares (RPD), Gestão e gerenciamento de RPD, Estratégias para o
gerenciamento de RPD e Legislação pertinente.
3.1. Resíduos Sólidos
3.1.1. Definições
Atualmente diversas são as definições para o termo resíduos sólidos, este fato
decorre da relevância do tema, que tem recebido cada vez mais atenção, desde meados do
Século XX.
Os resíduos sólidos são definidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, por meio da norma NBR 10.004 (ABNT, 2004), como aqueles:
resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades
tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em
face à melhor tecnologia disponíveis.
Segundo IPT (2001) existem várias formas de classificar os resíduos sólidos, de
acordo com:
A natureza física: seco ou molhado;
A composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;
Os riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos e não perigosos (ABNT,
2004).
6
A Fundação Nacional da Saúde – FUNASA (BRASIL, 2004) apresenta a
classificação segundo a constituição dos resíduos, que podem ser:
Facilmente degradáveis (FD): restos de comida, sobras de cozinha, folhas,
capim, cascas de frutas, animais mortos e excrementos;
Moderadamente degradáveis (MD): papel, papelão e outros produtos celulósicos;
Dificilmente degradáveis (DD): trapo, couro, pano, madeira, borracha, cabelo,
osso, plástico;
Não degradáveis (ND): metal não ferroso, vidro, pedras, cinzas, terra, areia,
cerâmica.
Os resíduos perigosos apresentam características físicas, químicas ou infecto-
contagiosas, podendo causar (ABNT, 2004):
Riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou
acentuando seus índices;
Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.
Assim, a Norma NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos em perigosos e
não perigosos:
a) Resíduos Classe I – Perigosos: resíduos que, em função de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar
riscos à saúde pública, provocando ou contribuindo para aumento de mortalidade ou
incidência de doenças; e/ou apresentar riscos ao meio ambiente, quando o resíduos for
gerenciado de forma inadequada.
b) Resíduos Classe II - Não Perigosos, sendo esses:
Resíduos Classe II A – Não Inertes: podem ter propriedades como
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Resíduos Classe II B – Inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações
de resíduos Classe I – Perigosos ou de resíduos de classe II B – Não Inertes.
7
Segundo Atiyel (2001, p.19):
Os resíduos sólidos perigosos são aqueles resíduos ou mistura de resíduos
sólidos que, em função de suas características, podem apresentar risco à
saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade
ou incidência de doenças, podendo ainda trazer efeitos adversos ao meio
ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada.
A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, 1993) define resíduos perigosos
como aqueles que podem explodir sob certas circunstâncias, ser corrosivo ou tóxico ou
inflamável.
A Convenção da Basiléia, sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de
Resíduos Perigosos e seu Depósito que considera como resíduos perigosos todos que
apresentem pelo menos uma das características apresentadas na Tabela 1.
Segundo Nazaroff e Alvarez Cohen (2001) os resíduos perigos são gerados
principalmente pelas atividades industriais, de pesquisa médica realizadas em universidades,
hospitais, e no uso domiciliar.
A classificação dos resíduos sólidos quanto a sua fonte geradora é uma das mais
usadas (IPT, 2000; TENÓRIO; ESPINOSA; 2004). Assim, quanto a sua origem os resíduos
podem ser de origem domiciliar, industrial, de serviço de saúde; agrícola; de serviços ou
radioativos.
Tabela 1 - Características que conferem caráter de periculosidade aos resíduos.
Características
Explosivos
Líquidos inflamáveis
Sólidos inflamáveis
Substâncias ou resíduos sujeitos a combustão espontânea
Substâncias ou resíduos que em contato com água emitem gases inflamáveis
Oxidantes
Peróxidos orgânicos
Venenosa (agudas)
Substâncias infecciosas
Corrosivas
Liberam gases tóxicos em contato com o ar ou água
Tóxicas (retardadas ou crônicas)
Ecotóxicas
Exotóxicas
Fonte: Anexo III da Convenção da Basiléia (BRASIL, 1993).
8
Para Teixeira & Bidone (1999), os resíduos sólidos domésticos ou domiciliares são
oriundos de residências, áreas comerciais e industriais, com características semelhantes aos
residenciais.
O grupo denominado de resíduos sólidos urbanos (RSU) esta composto por resíduos
de várias origens, tais como: domiciliar, comercial, serviços de saúde, construção civil, poda e
capina, resíduos de limpeza pública (logradouros, praias, feiras, eventos, etc.) (BRAGA et al,
2005; IPT, 2000) .
Os RSU resultam da atividade diária do Homem em sociedade, e que os fatores
principais que regem a sua origem e produção são basicamente dois: o aumento populacional
e a intensidade da industrialização (LEITE, 1997).
Os resíduos sólidos domiciliares (RSD) são constituídos por diversos materiais,
como sobra de alimentos, papéis, papelões, plásticos, borrachas, têxteis, vidros, metais, pilhas
e embalagens, ao quais, após serem utilizados, são descartados como materiais sem valor e
que passam a serem vistos (por pessoas, instituições e indústrias) como subprodutos
indesejáveis do sistema produtivo, podendo provocar ainda graves problemas de degradação
ambiental (FERNANDEZ, 2003; IPT, 2000).
A responsabilidade pelo gerenciamento dos RSD é do município, por ser um
problema de interesse local e segundo Philippi Jr. e Aguiar (2005) as etapas de coleta, de
transporte, de tratamento e de destinação desses resíduos constituem o serviço público de
saneamento básico de alto interesse para a saúde pública.
Ainda na categoria de resíduos sólidos de origem domiciliar podem-se encontrar
vários produtos que contém substâncias que conferem características de periculosidade, sejam
estas de inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, patogenicidade ou reatividade,
representado um risco potencial a saúde humana e a ambiental (REAL, 2005; FERREIRA;
ANJOS, 2001; IPT, 2000; CASTRO, 2003; EPA, 1993). Alguns desses produtos podem ser
perigosos para crianças e animais, podendo ainda, causar dano físico aos trabalhadores de
serviços de saúde pública, contaminar o solo, o ar e as águas.
Devido ao potencial perigo que estes resíduos representam, diversas terminologias
têm sido usadas para designá-los, sendo estas: resíduos tóxicos, resíduos especiais, resíduos
químicos, resíduos perigosos, resíduos potencialmente perigosos de origem domiciliar;
resíduos domiciliares perigosos (ATIYEL, 2001; SCHIO, 2001; GLAUB, 1996).
Para a presente pesquisa, adotou-se o termo resíduos perigosos domiciliares – RPD,
também considerado pela Comunidade Comum Européia, que define RPD como “aqueles
9
resíduos que podem potencialmente aumentar as propriedades perigosas do resíduo sólido
municipal quando aterrado, incinerado ou compostado” (EC, 2002).
3.2. Resíduos Perigosos Domiciliares
A contaminação do meio ambiente pode ser causada não apenas pela fabricação de
substâncias e produtos considerados perigosos, mas também pelo seu uso, descarte (restos,
embalagens, etc...).
Muitos destes produtos são de uso freqüente em casas e contém substâncias químicas
que, ao serem descartadas como resíduos contribuem para a contaminação do ambiente e das
reservas de água potável (AGUILAR e DUARTE, 2000).
Geralmente, são produtos adquiridos sem nenhuma restrição e que ao serem
descartados podem causar acidentes ou contaminação (ROSAS DOMÍNGUEZ e
GUTIERREZ PALÁCIOS, 2000).
Verifica-se, dessa forma, que os resíduos sólidos gerados nas residências, podem
conter alguns componentes perigosos, como os produtos usados em pinturas (tintas,
vernizes, solventes), diversos produtos de limpeza, baterias de carro, óleo de motor,
fungicidas, herbicidas, inseticidas, remédios, pilhas e baterias de celulares, lâmpadas, entre
outros.
A disposição final destes resíduos em aterros sanitários pode gerar potencial
contaminação ambiental e segundo Slack; Gronow; Voulvoulis (2005) os riscos associados à
eliminação de RPD em aterros ainda não foram completamente esclarecidos.
De maneira geral, nas residências encontram-se as seguintes substâncias perigosas
(AGUILAR; DUARTE, 2000):
1. Produtos domésticos de limpeza,
2. Produtos para o cuidado e asseio pessoal;
3. Produto de pinturas em geral;
4. Praguicidas e
5. Produtos automotivos.
Segundo IPT (2001) “Por falta de sistema de coleta mais adequado, é grande a
variedade de produtos contendo substâncias perigosas que podem ser encontrada no lixo
domiciliar, quer seja como sobras descartadas ou como contaminante em embalagens”,
conforme mostrado na Tabela 2.
10
Tabela 2 - Componentes potencialmente perigosos contidos nos resíduos sólidos domiciliares.
Tipo Produto
Material para pintura Tintas, solventes, pigmentos e vernizes
Produtos para jardinagem
e animais
Pesticidas, inseticidas, repelentes, herbicidas e fertilizantes
Produtos para automóveis Óleos lubrificantes, fluidos de freio/ transmissão e baterias
Produtos de limpeza Ceras e polidores, limpadores, desinfetantes e desodorizadores de ar
Outros itens Pilhas, frascos de aerossóis em geral, lâmpadas fluorescentes
Fonte: GOMES; OGURA
1
, 1993 apud IPT, 2000.
A gama de produtos perigosos é significativamente aumentada se forem consideradas
as características descritas na Tabela 3.
Tabela 3 - Produtos e ou agentes considerados perigosos.
Produtos
Produtos sem especificação
Produtos fora do prazo de validade
Materiais perigosos e misturas em desuso
Resíduos de processos industriais
Resíduos recolhidos de áreas contaminadas
Resíduos e materiais brutos e inacabados
Materiais adulterados (PCB’s + diesel)
Materiais proibidos por lei
Explosivos
Oxidantes
Corrosivos
Inflamáveis
Irritantes
Nocivo à saúde
Tóxicos
Carcinogênicos
Infecciosos
Teratogênicos
Liberadores de gases tóxicos
Lixívias
Substâncias tóxicas para um ou mais ecossistemas
Fonte: SCHIO, 2001.
De acordo com Rosas Domínguez e Gutierrez Palácios (2000) pode-se agrupar os
resíduos perigosos domiciliares de acordo com a Tabela 4.
1
GOMES, J.A,; OGURA, S.K. Considerações sobre os componentes potencialmente perigosos do lixo
domiciliar. (Trabalho apresentado no Seminário “Componentes potencialmente perigosos presentes no lixo
domestico”, 13 de abril de 1993, São Paulo, IPT). 1993.
11
Tabela 4 - Resíduos perigosos domiciliares agrupados em categorias.
Tipo Produtos
Produtos automotivos Gasolina, óleos de motor, cera e produtos de limpeza, baterias, fluidos
de freio e de transmissão.
Manutenção da casa Pintura, vernizes, thinner, removedores de pintura e verniz, adesivos e
solventes.
Pesticidas Inseticidas, repelentes de insetos, veneno para ratos, talcos repelentes
e colares antipulgas, bolas de naftalina, desinfetantes e líquidos para
preservar a madeira.
Produtos de limpeza Líquidos e cera para polir moveis, desentupidores, limpa fornos, tira
manchas, alvejantes e amoníacos.
Outros Cosméticos, aerossóis, limpadores de calçados, medicamentos, pilhas,
materiais de artesanato, lâmpadas fluorescentes.
Fonte: Household Hazardous Products. University of Missouri
2
, 1991.
Segundo o HMIS (Hazardous Materials Identification System) os riscos de típicos
produtos perigosos nas residências estão representados na Tabela 5.
Tabela 5 – Riscos típicos de alguns produtos em residências.
Produtos Riscos a saúde Inflamabilidade Reatividade
Manutenção da casa Moderado Severo Leve
Inseticidas Severo (risco de câncer) Severo Severo
Cuidados pessoais Mínimo Leve Mínimo
Limpeza Serio Leve Leve
Fonte: BUENROSTRO DELGADO; OJEDA-BENÍTEZ; MARQUEZ-BENAVIDES, 2007.
Assim, cada lugar onde se planeja um programa de gerenciamento diferenciado para
os RPD adotará sua própria gama de materiais a serem recolhidos seletivamente (ROSAS
DOMÍNGUEZ e GUTIERREZ PALÁCIOS, 2000), determinando seus tipos ou grupos de
RPD, de acordo com o diagnóstico dos resíduos. Entretanto, a não padronização dos itens que
constituem os RPD, dificulta a obtenção de dados sobre o montante destes descartados, e
torna este tipo de informação muito limitada e insuficiente.
De uma forma geral, a quantidade e a significância da disposição de RPD nos aterros
sanitários são pouco compreendidas e geralmente assume-se que esta quantidade é pequena e
assim, os riscos associados são negligenciados (SLACK; GRONOW; VOUVOLOUS, 2005),
contudo a lacuna existente sobre a composição dos RPD dispostas no aterro sanitário,
dificulta o planejamento da retirada dos RPD do fluxo de resíduos sólidos municipais.
2
Household Hazardous products. University of Missouri, 1991. Disponível em:
<http://149.168.34.62/ref/32/31460.pdf>. Acesso em: 31/03/2008.
12
A presente pesquisa adotou as seguintes categorias para investigação na
caracterização física: pilhas e baterias (comuns e de telefones celulares), aerossóis, lâmpadas
fluorescentes (tubulares e compactas), tintas, pigmentos, vernizes e solventes, medicamentos,
inseticidas, colas, lubrificantes, resíduos de serviços de saúde (seringas, agulhas, restos de
curativos e etc).
Estes produtos ou embalagens que contenham produto tóxico ou inflamável se
tornam um problema na medida em que são acondicionados com o resíduo domiciliar comum,
pois esse último pode se tornar perigoso em contato com substâncias perigosas, assim, é
adequado que os resíduos perigosos sejam acondicionados separadamente dos demais
resíduos sólidos domiciliares para não contaminá-los e que sejam gerenciados separadamente
dos resíduos não perigosos.
3.2.1. Características de alguns tipos de RPD
Apresenta-se a seguir uma breve descrição das principais características dos RPD.
a) Pilhas e Baterias
Segundo o IPT (2000, p.36) “Pilhas, lâmpadas fluorescentes e frascos de aerossóis
estão presentes no lixo municipal em quantidades significativamente maiores em relação a
outros resíduos potencialmente perigosos, principalmente em cidades grandes”.
A presença de metais pesados que podem migrar e/ou integrar a cadeia alimentar do
homem, tornam as pilhas e as lâmpadas fluorescentes resíduos perigosos.
Pilhas e baterias podem conter zinco, chumbo, níquel, cádmio, mercúrio, prata,
apresentam, ainda, características corrosivas, tóxicas, inflamáveis e reativas.
O consumo médio no Brasil é de cinco pilhas por habitante/ano, o que para uma
cidade de um milhão de habitantes, depositando suas pilhas e baterias em seu aterro sanitário,
representa a quantia de cinco milhões de unidades de pilhas por ano, o que segundo Professor
Lélio Ronaldo Massai
3
, PUC-Campinas, representa cerca de 4,25 quilos de mercúrio, 8,5
quilos de cádmio, 170 quilos de chumbo por ano.
As outras pilhas que não contém cádmio, mercúrio e chumbo possuem metais como
lítio, manganês, níquel, cobre, zinco e cobalto, igualmente perigosos.
3
Pesquisa aponta riscos do descarte de pilhas. Tatiana Favaro. Agência Anhangüera. Publicada em 23/01/2005.
Disponível em: <http://www.cosmo.com.br/hotsites/cenarioxxi/2005/01/23/materia_cen_101564.shtm>. Acesso
em: 11/02/05.
13
A Tabela 6 apresenta os efeitos que os metais mercúrio, cádmio e chumbo podem
causar aos seres humanos.
Tabela 6 - Efeitos causados ao homem por alguns metais pesados.
Elemento Onde é encontrado Efeitos
Mercúrio
Equipamentos e aparelhos elétricos de
medida;
Produtos farmacêuticos;
Lâmpadas de néon, fluorescentes e de arco de
mercúrio;
Baterias/pilhas;
Tintas;
Anti-sépticos;
Fungicidas;
Termômetros.
Distúrbios renais
Distúrbios
neurológicos
Efeitos mutagênicos
Alterações no
metabolismo
Deficiências nos
órgãos sensoriais
Cádmio
Baterias/pilhas
Plásticos
Ligas metálicas
Pigmentos
Papéis
Resíduos de galvanoplastia
Dores reumáticas
Distúrbios
metabólicos
levando à
osteoporose
Disfunção renal
Chumbo
Tintas como as de sinalização de rua
Impermeabilizantes
Anticorrosivos
Cerâmicas
Vidros
Plásticos
Inseticidas
Embalagens
Pilhas
Perda de memória
Dor de cabeça
Irritabilidade
Tremores
musculares
Lentidão de
raciocínio
Alucinação
Anemia
Depressão
Paralisia
Fonte: IPT, 1995.
b) Aerossóis
No caso dos frascos de aerossóis o problema encontra-se nos restos de substâncias
químicas que as embalagens contém quando são descartadas. Estes ao serem rompidos
permitem que substâncias contaminantes migrem para as águas superficiais e/ou subterrâneas,
podendo conferir a estas características de inflamabilidade e toxicidade (IPT, 2000).
Os aromatizadores de ambientes podem conter formaldeído, derivados de petróleo,
p-diclorobenzeno e propelentes de aerossol, as quais possuem propriedades tóxicas e
inflamáveis
4
. A maioria destes produtos atua disfarçando o odor ou contém substâncias
4
Sitio da internet: <http://www.swmd.net/hhwdesc.htm#PersonalCare>. Acesso em: 18/12/06.
14
químicas para minimizar a sensibilidade do olfato. Algumas das substâncias presentes
contribuem para a poluição do ar.
O clorofórmio, usado como propelente em aerossóis, é considerado um depressor do
sistema nervoso central, podendo ocasionar vertigens, pressão intracranial e náuseas (LARINI
e SALGADO, 1997).
c) Lâmpadas fluorescentes
A lâmpada fluorescente é constituída por tubo de vidro selado, que contém gás
argônio e vapor de mercúrio, ambos à baixa pressão. O interior do tubo é revestido por uma
poeira fosforosa constituída por vários elementos, destacando-se alumínio, antimônio,
cádmio, bário, chumbo, cromo, manganês, níquel e mercúrio, dentre outros, o que confere
características de toxicidade (NAIME e GARCIA, 2004).
A lâmpada intacta não oferece qualquer risco ambiental, contudo, quando é quebrada
libera vapor de mercúrio (aproximadamente 20 mg) o qual pode ser inalado por quem
manuseia o resíduo. O período de tempo do processo de liberação varia em função da
temperatura, podendo atingir semanas (ibid.). Os efeitos dos metais pesados à saúde humana
podem ser verificados na Tabela 6, apresentada no item a.
Os resíduos das lâmpadas podem contaminar o solo e as águas, atingindo a cadeia
alimentar. Segundo Naime e Garcia (2004) “o impacto gerado sobre o meio ambiente
decorrente de uma única lâmpada poderia ser considerado desprezível. No entanto, o descarte
anual de cerca de 50 milhões de lâmpadas, apenas no Brasil representa um sério problema”.
No Japão foi estimada a geração de 10 a 20 toneladas anuais de mercúrio, das quais 5
toneladas, foram atribuídas a lâmpadas fluorescentes. Apenas 0,6 toneladas de mercúrio, cerca
de 4% do total, são recuperados anualmente (ASARIA; FUKUIB; SAKAIA, 2008).
d) Tintas, pigmentos, vernizes e solventes
Segundo Schvartsman (1980) “tintas, vernizes e correlatos dificilmente representam
um risco quando usados em ambientes domiciliares”. Contudo, podem conter cromo, chumbo,
pentaclorofenol, etilbenzeno, tolueno, xileno, acetona e cresol, substâncias tóxicas e irritantes
ao organismo humano.
Os solventes podem conter cloreto de metil-tolueno, acetona, metanol e álcool
butílico. Os solventes orgânicos, particularmente os organoclorados, empregados na
solubilização e remoção de graxas e tintas são absorvidos rapidamente sendo irritantes ao
contato, bioacumulativo e moderadamente ou acentuadamente tóxicos (SCHIO, 2001).
15
Como exemplo de ação toxicológica, cita-se o metanol que é usado na composição
de removedores de tintas, vernizes, esmaltes e misturas anti-congelantes (LARINI e
SALGADO, 1997). O metanol é absorvido por via oral, cutânea ou respiratória, pode causar
irritação da mucosa seguido de distúrbios neurológicos incluindo fadiga, cefaléia e um
período de excitação de 6 a 48 horas (SCHVARTSMAN, 1980).
e) Medicamentos
Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (SÃO PAULO, 2007), nos últimos anos
diversos trabalhos científicos relataram “a presença de fármacos ou seus subprodutos em rios,
lagos e águas subterrâneas, inclusive em águas já tratadas e destinadas ao consumo humano”
o que tem demonstrado que algumas dessas substâncias podem atuar como poluentes
ambientais e que as estações convencionais de tratamento de água não as remove totalmente,
indicando um potencial risco ambiental e sanitário envolvido no uso e descarte de
medicamentos.
Alguns medicamentos são considerados como perigosos, segundo a definição a
seguir (SÃO PAULO, 2007):
medicamento que, quando presente nos RSS, contribui significantemente
para o aumento dos riscos à saúde pública ou ao meio ambiente em razão de
sua concentração, quantidade e características de carcinogenicidade,
teratogenicidade, genotoxicidade ou toxicidade de desenvolvimento,
toxicidade reprodutiva, toxicidade específica à órgãos em baixas doses,
perfis estruturais ou toxicológicos que mimetizam substâncias consideradas
perigosas pelos critérios anteriores ou disrupção endócrina, ou ainda,
apresentarem as características de inflamabilidade, toxicidade, corrosividade
e reatividade, conforme critérios da NBR 10.004.
No Estado de São Paulo, a Norma Técnica sobre Gerenciamento de Resíduos de
Medicamentos Perigosos em Serviços de Saúde, ainda em fase de consulta pública
5
, propõe a
classificação dos resíduos de medicamentos, entre perigosos e não perigosos. O termo
Resíduos de Medicamentos Perigosos – RMP é definido como:
resíduos contendo medicamentos perigosos vencidos ou sem condição de
uso, sobras resultantes do preparo ou utilização de medicamentos perigosos,
incluindo subprodutos, embalagens primárias, materiais e equipamentos
descartáveis contaminados com medicamentos perigosos. São exemplos de
RMP, entre outros, agulhas, seringas e demais dispositivos para punção
5
Consulta pública nº 02, de 31 de outubro de 2007. D.O.E. de 05 de novembro de 2007. Disponível em:
<http://www.cvs.saude.sp.gov.br>. Acesso em: 10/05/08.
16
venosa, equipos e conjuntos de infusão, ampolas e frascos, algodão, frascos
de soro e soluções de estoque, esparadrapos e adesivos, cateteres em geral,
filtros HEPA, materiais de limpeza e de contenção de derramamentos e
acidentes, máscaras, luvas quando contendo ou contaminados com
medicamentos perigosos.
Medicamentos disponíveis para uso, estariam efetivamente envolvidos na geração de
resíduos perigosos para os trabalhadores, a população em geral e o meio ambiente e embora
represente umas das substâncias mais estudas quanto aos seus efeitos sobre a saúde humana, o
tema carece de avaliação para cada medicamento, quanto aos aspectos ocupacionais e
ambientais (SÃO PAULO, 2007), e segundo este autor:
Uma parte dos resíduos de medicamentos, inclusive os perigosos, é
destinada em lixões céu aberto, expondo trabalhadores da limpeza urbana e
catadores ao contato direto com agentes tóxicos, além de facilitar a
contaminação do meio ambiente.
A presença de medicamentos nos aterros sanitários tem sido verificada pelas
substâncias encontradas no lixiviado. Na Suécia, por exemplo, foram identificadas substâncias
desreguladoras do sistema endócrino encontradas nos ecossistemas aquáticos (NOAKSSON
6
et al., 2003 apud SLACK; GRONOW; VOULVOULIS, 2005). A ocorrência de produtos
farmacêuticos no lixiviado de aterros tem sido relatada, tais como: propyphenazone e
ibuprofeno.
Como forma de tratamento, a incineração é o principal procedimento utilizado no
descarte de medicamentos vencidos, resultando na emissão de potentes poluentes ambientais,
como dioxina, dibenzo-p-dioxinas policloradas e dibenzofuranos (GONÇALVES; OSHIMA-
FRANCO, 2004).
f) Inseticidas
Os inseticidas podem conter substâncias das categorias de piretróides
orgonofosforados e carbamatos, consideradas tóxicas.
Os compostos piretróides podem ser classificados, de uma forma geral, como não
persistentes no meio ambiente. No Homem, as principais vias de absorção são a oral, intra-
gástrica, dérmica e inalatória (LARINI, 1999).
6
Noaksson E.; et al. Endocrine disruption in brook trout (Salvelinus fontinalis) exposed to leachate from a
public refuse dump. Science Total Environmental, 2003;305:87– 103.
17
Os compostos organofosforados podem ocasionar intoxicações da ação letal,
geralmente atribuída a insuficiência respiratória, bem como alterações no sistema nervoso
central, tais como: distúrbios do sono, dificuldade de concentração, comprometimento da
memória, ansiedade, agitação, convulsões, tremores, depressão respiratória, torpor e coma
(LARINI, 1999). Apresentam alta toxicidade aos mamíferos e são potencialmente tóxicos
para aves e outros animais (SILVA; FAY, 2004).
Os inseticidas carbamatos podem ocasionar decréscimo da atividade metabólica do
fígado e da glândula tiróide, por exemplo (Ibid.).
Pesticidas e herbicidas são frequentemente registrados em lixiviados de aterro de
RSU, tais como: N, N-Diethyltoluamide (DEET), bentazon, MCPA e particularmente
mecoprop (2 - (4-cloro-2-methylphenoxy) ácido propiónico) são comuns e persistentes em
condições anaeróbicas do aterro (SLACK; GRONOW; VOULVOULIS, 2005).
Alguns dos efeitos sobre a saúde de acordo com a substância utilizada, podem ser
vistos na Tabela 7.
Tabela 7 – Efeitos à saúde humana de acordo com o tipo de agrotóxico. (continua).
Tipo de agrotóxico Efeitos na saúde humana
Inseticidas organoclorados Lesões hepaticas
Inseticidas organoclorados
Fungicidas fenil-mercúricos
Fungicidas metoxil-etil-mercúricos
Lesões renais
Inseticidas organofosforados
Herbicidas clorofenóxis (2,4-D e 2,4,5-T)
Neurite periférica
Inseticidas organofosforados Ação neurotóxica retardada
Fungicidas tridemorfo (Calixim) Atrofia testicular
Nematicida diclorobromopropano Esterilidade masculina por oligospermia
Acaricida clordimeforme Cistite hemorrágica
Herbicidas clorofenóxis Hiperglicemia ou diabetes transitória
Herbicidas dinitrofenóis e pentaclorofenol Hipertemia
Herbicida paraquat (Gramoxone) Pneumonite e fibrose pulmonary
Fungicidas trifenil-estânicos Diminuição das defesas orgânicas pela
diminuição dos linfócitos imunologicamente
competentes (produtores de anticorpos)
Inseticidas piretróides Reações de hipersensibilidade (urticárias,
alergia, asma)
Fungicidas mercuriais
Dioxina presente no herbicida 2,4,5-T
Teratogênese
18
Tabela 7 – Efeitos à saúde humana de acordo com o tipo de agrotóxico. (Termina).
Tipo de agrotóxico Efeitos na saúde humana
Herbicida dinitro-orto-cresol
Herbicida trifluralina
Inseticida organoclorado
Inseticida organofosforado
Mutagênese
Diversos inseticidas, acaricidas, fungicidas,
herbicidas e reguladores de crescimento
Carcinogênese
Fonte: LUNA; SALES; SILVA, 2002.
g) Colas
A cola se encaixa no termo genérico “adesivo”, que geralmente são classificadas
quanto a sua finalidade (como por exemplo, cola de uso geral, cola de contato, cola para
sapatos e etc...) (SCHVARTSMAN, 1980).
Algumas substâncias aparecem mais frequentemente nas colas de uso doméstico, tais
como, acetato de butila, de etila, de metila e de polivinila, acetona, benzeno, bórax, cânfora,
fenol, epóxi, tolueno, tricloroetano e tricloroetileno. Os efeitos destas substâncias no
organismo humano são variados, que vão desde irritação cutânea, irritação de mucosas,
conjuntivite, inconsciência até, como no caso do benzeno, parada respiratória podendo levar a
óbito (Ibid.).
h) Resíduos de Serviços de Saúde - RSS
No presente trabalho denominou-se de Resíduos de Serviços de Saúde, os resíduos
provenientes das residências que podem apresentar características de contaminação biológica,
tais como, curativos, agulhas e seringas e resíduos de tratamento domiciliar, tais como
embalagem de soro com agulhas. Contudo, a opção de inclusão deste grupo foi apenas para
investigação da sua presença no resíduo sólido domiciliar, pois o seu gerenciamento deve ser
feito juntamente com os resíduos de serviço de saúde proveniente das clínicas médicas,
odontológicas e veterinárias, hospitais, farmácias, ambulatórios, postos de saúde e outros,
incluindo os serviços de assistência domiciliar, segundo a Resolução CONAMA N. 358, de
29 de abril de 2005. Assim, para promover a participação dos geradores destes resíduos torna-
se importante a ampla divulgação.
A presença dos RSS no RPD aumenta o potencial de contaminação ambiental, da
saúde humana e os riscos laborais. Segundo a FUNASA (BRASL, 2004) o lixo urbano pode
transmitir diversas doenças, tais como apresentado na Tabela 8.
19
Tabela 8 – Doenças relacionadas e tempo de sobrevivência (em dias) de microorganismos
patogênicos nos resíduos sólidos urbanos.
Microorganismos Doenças Tempo de sobrevivência
(dias)
Bactérias
Salmonella typhi
Febre tifóide 29 – 70
Salmonella Paratyphi
F. paratifóide 29 – 70
Salmonella sp
Salmoneloses 29 70
Shigella
Disenteria bacilar 02 – 07
Coliformes fecais
Gastroenterites 35
Leptospira
Leptospirose 15 43
Mycrobacterium tuberculosis
Tuberculose 150 180
Vibrio cholerae
Cólera 1 – 13*
Vírus
Enterovirus
Poliomielite (Poliovirus) 20 – 70
Helmintos
Ascaris lumbricoides
Ascaridíase 2.000 2.500
Trichuris trichiura
Trichiuríase 1800**
Larvas de ancilóstomos
Ancilostomose 35**
Outras larvas de vermes
- 25 40
Protozoários
Entamoeba histolytica
Amebíase 08 12
Fonte: Adaptado de BRASIL, 2004.
*em alimentos; **em laboratório.
3.3. Gestão e Gerenciamento de Resíduos Perigosos Domiciliares
3.3.1. Aspectos Gerais
O conceito de gestão de resíduos sólidos é definido como “um conjunto de
referências político-estratégicas, institucionais, legais, financeiras e ambientais capazes de
orientar a organização do setor”, envolvendo dessa forma instituições, políticas, instrumentos
e meios (LEITE, 1997).
O mesmo autor define o termo gerenciamento como:
Os aspectos tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores
administrativos, gerenciais e econômicos, ambientais e de desempenho:
produtividade e qualidade, por exemplo, e relaciona-se à prevenção,
redução, segregação, reutilização, acondicionamento, coleta, transporte,
tratamento, recuperação e destinação final de resíduos sólidos.
20
De acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (2000) o gerenciamento
integrado de resíduos sólidos municipal é um conjunto articulado de ações normativas,
operacionais, financeiras e de planejamento, as quais uma administração municipal
desenvolve, com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e
dispor os resíduos de uma cidade.
Conforme a evolução histórica sobre as formas de gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos, a tendência atual está baseada no princípio de minimização de resíduos:
redução na fonte, reutilização, reciclagem e, por último, disposição no meio ambiente
(BRASIL, 1997a; CE, 2004).
Atualmente, muitos centros acadêmicos e industriais desenvolvem pesquisas, para
diminuir a quantidade de resíduos, por meio da substituição de materiais, além do
aprimoramento de técnicas de reciclagem e reaproveitamento (FERNANDEZ, 2003).
Contudo, não se verificam ações intensivas para reduzir o consumo, devido a aspectos
culturais e, principalmente, para não afetar a eficiência do sistema produtivo (HIWATASHI,
2000).
Neste contexto, verificam-se falhas na atuação do Poder Público, tanto no seu papel
fiscalizador de atividades que degradam o meio ambiente, quanto na questão legislativa,
permitindo que parte da legislação ambiental, esteja baseada no controle, no gerenciamento e
na disposição dos poluentes, ao invés da sua prevenção (BISHOP, 2000).
Para garantir a proposição de programas de gestão e gerenciamento dos RSU
adequados, deve-se considerar a realidade local ou regional, delimitando o problema de forma
a compreender o fluxo dos RSU. Assim, espera-se obter uma série de possibilidades viáveis
para o encaminhamento, a reciclagem, a disposição final, os custos envolvidos e os ganhos
ambientais (IPT, 2000).
A seguir são apresentadas algumas estratégias de gestão e gerenciamento de
resíduos, por meio de uma breve exposição da política ambiental voltada ao assunto, na
Comunidade Européia, nos Estados Unidos, na América Latina e Caribe e no Brasil.
a) Comunidade Européia
Na década de 90, na Comunidade Européia, vários instrumentos legais apontavam
para a responsabilização do fabricante pelos resíduos dos produtos ao final de sua vida útil,
viabilizado por meio do principio poluidor-pagador, incluindo os custos de manejo dos
resíduos no preço do produto pago pelo consumidor (PHILIPI JR; AGUIAR, 2005).
21
O gerenciamento de resíduos, nestes países, está baseado em 3 princípios (CE, 2004):
1. Prevenção de resíduos;
2. Reciclagem e reuso: inclui programas para baterias, resíduos de
elétricos e eletrônicos entre outros;
3. Aperfeiçoamento da disposição final e o monitoramento: com
legislações sobre o gerenciamento de aterros e sobre limites de nível de emissões dos
incineradores.
De forma geral, cada Estado-membro da Comunidade Européia deve apresentar seu
plano de gestão de resíduos sólidos. Essa política é essencialmente baseada na eliminação dos
resíduos, em locais apropriados, que se situem o mais próximo possível do local de produção.
Também é importante reduzir o volume de resíduos não recicláveis e criar processos de
reciclagem dos resíduos industriais e domésticos, bem como processos de utilização de
resíduos na agricultura ou na produção de energia (CCE, 2001).
A co-disposição dos resíduos perigosos e não perigosos é uma prática a ser proibida
em Estados-Membros da União Européia (SLACK; GRONOW; VOULVOULIS, 2005).
b) Estados Unidos
Desde o final dos Anos 60 e início dos Anos 70 os Estados Unidos da América vem
elaborando um aparato legislativo visando proteger o Meio Ambiente.
Além disso, foram realizados vários planos de ação para solucionar o chamado
“dilema dos resíduos sólidos municipais” (LEITE, 1997). Segundo esse autor, nos Estados
Unidos foi muito utilizada a frase “Nós somos todos responsáveis pelo dilema dos resíduos
sólidos municipais, e conseqüentemente, nós somos todos parte da solução”, delegando assim,
responsabilidades aos governos locais, estaduais e federal, às indústrias, por lançarem
produtos no mercado sem pensar nas dificuldades a serem enfrentadas na gestão dos resíduos
sólidos gerados, e aos próprios cidadãos.
Em 1976 foi aprovada a RCRA - Resource Conservation and Recovery Atc – para
estabelecer os procedimentos de manejo e responsabilidades sobre resíduos perigosos,
contudo mesmo reconhecendo a existência dos RPD, a referida Lei não se aplica aos mesmos.
O documento legislativo denominado Emergency Planning and community rigth-to-
know Act (EPCRA) tem como objetivo primordial fornecer informações ao público a respeito
da presença ou lançamento de produtos químicos tóxicos e perigosos na comunidade
22
(BISHOP, 2000), por meio de relatórios anuais elaborados pelas indústrias, reconhecendo
desta forma a presença destes e seus potenciais riscos.
Em 1990, foi aprovada o Pollution Prevent Act (PPA) que ampliou a divulgação da
redução na fonte e da reciclagem.
Segundo a EPA (1993) o governo e as empresas estão trabalhando para diminuir a
quantidade de produtos ou substâncias perigosas dos produtos usados nas residências, contudo
alguns produtos ainda não puderam ser substituídos, como, por exemplo, produtos químicos
para revelação fotográfica. Ainda em busca de soluções para o problema, foi lançando um
programa especial para coletar esses resíduos perigosos, denominado HHW – Household
Hazardous Wastes Program.
No período entre 1981 e 1986, foram registrados 544 eventos de coleta de RPD. Em
1991, 96 programas atuavam de forma permanente em 16 estados e ainda em outros locais
estavam sendo iniciados programas piloto de coleta seletiva de resíduos perigosos, como
entrega voluntária para tipos específicos de resíduos perigosos domiciliares (Ibid.). No ano de
1997 existam mais de 3000 programas de coleta em todos os estados do país (EPA, 1997).
A jurisdição estadual e local têm desenvolvido uma variedade de programas
regulatórios para restringir ou banir certos tipos de embalagens ou outros produtos devido a
razões ambientais. Mais comumente são adotados dois tipos de programas – restrições sobre
substâncias tóxicas em embalagens e regulamentação de rotulagem ambiental (SIMMONS &
FOLLEY, 2000).
c) América Latina e Caribe
Na América Latina e Caribe, diversos países elaboraram documentos regulatórios
relacionados a gestão de resíduos sólidos. A Tabela 9 contém informações sobre a estrutura
institucional, nos setores de gestão ambiental, de cada país (IPEA, 1998).
23
Tabela 9 - estrutura institucional, nos setores de gestão ambiental em alguns paises da
América Latina e Caribe.
Pais
Lei Nacional
Ministério do
Meio Ambiente
Capitulo
Constitucional
sobre o Meio
Ambiente
Órgão
Ambiental
Executivo
Barbados Não Em processo Não Não
Brasil 1981 1991 Sim Sim
Chile 1994 1994 Sim Sim
Colômbia 1993 1993 Sim Sim
Equador Em processo 1994 Não Não
Jamaica 1991 Não Não Sim
México 1988 1994 Sim Sim
Peru 1990 1995 Não Não
Trinidad e Tobago 1995 Não Não Sim
Venezuela 1976 1976 Sim Sim
Fonte: IPEA, 1998.
Para a gestão dos RPD, pode-se aplicar os seguintes instrumentos, incluindo os do
tipo Comando e Controle, Econômicos e Educacionais, por exemplo (IPEA, 1998):
Proibições aplicadas a substâncias consideradas inaceitáveis para os serviços de
coleta de resíduos sólidos;
Impostos para estimular a reutilização ou reciclagem de materiais
problemáticos (por exemplo: impostos sobre baterias);
Cobrança por disposição de resíduos sólidos em aterro sanitário;
Sistemas de depósito-reembolso para resíduos sólidos de risco;
Educação para a reciclagem e a reutilização;
Legislação sobre divulgação, exigindo que os fabricantes publiquem a geração
de resíduos sólidos, líquidos e tóxicos;
Lista negra dos poluidores;
Compensação de danos;
Responsabilização legal por negligência dos gerentes de empresa e das
autoridades ambientais;
Bônus de desempenho de longo prazo para riscos possíveis ou incertos na
construção de infraestrutura.
Segundo Calderoni (2001), existem estudos e proposições de instrumentos
econômicos para políticas de gestão de resíduos sólidos, para os países desta região, visando a
24
promoção de uma série de objetivos relacionados aos interesses do desenvolvimento
sustentável, como por exemplo:
Minimização da geração de resíduos sólidos;
Maximização da reciclagem de resíduos sólidos;
Minimização da incineração de resíduos sólidos;
Minimização do uso de aterros sanitários;
Maximização da difusão de informações e das ações de educação ambiental
requeridas para a implementação da Política;
Minimizar a geração e maximizar o grau de tratamento e adequação da
disposição final do lixo domiciliar perigoso.
O documento elaborado por Calderoni (2001) menciona que o uso de instrumentos
econômicos seria uma opção visando a redução da geração de resíduos por parte de
produtores e consumidores. Como exemplo, cita-se o Instrumento 10, denominado de
Sistemática de depósito-retorno para embalagens, que propõe que esta sistemática seja
aplicada aos RPD, pelo interesse especial, de cunho ambiental.
De uma forma geral, o uso de instrumentos econômicos está bastante difundido na
região da América Latina e do Caribe, mas a fragilidade institucional dos órgãos ambientais
locais, tem dificultado sua implementação e sua aplicação a longo prazo, juntamente com a
baixa participação de todos os agentes envolvidos (IPEA, 1998).
Considerando os paises da América Latina e Caribe pode-se avaliar que as políticas
ambientais na atualidade são sofisticadas segundo os padrões Internacionais (Ibid.).
d) Brasil
No Brasil, diversos municípios realizam a gestão dos resíduos sólidos urbanos,
contudo, não há a preocupação em integrar as atividades operacionais e de prevenção a
poluição, o que acentua o problema da existência de um grande número de locais inadequados
para disposição dos resíduos urbanos. Dados do ano de 2002 apontam que 63,6% dos
municípios ainda dispõem seus resíduos em lixões a céu aberto, 32,2 % em aterros adequados
(13,8 % sanitários, 18,4 % aterros controlados) e 5% não informaram para encaminham seus
resíduos (IBGE
7
, 2002a).
7
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.
25
Além da preocupação com a implementação do aspecto operacional do
gerenciamento dos RPD, deve-se também verificar a necessidade de implementar os vários
instrumentos legislativos existentes no Brasil.
Como exemplo de instrumento legislativo, cita-se a Política Nacional de Saneamento
Ambiental - Lei Federal N. 11.445/07 – (BRASIL, 2007) que estabelece diretrizes nacionais
para o saneamento básico, incluindo os serviços de abastecimento de água, esgotamento
sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, e determina, por exemplo, que a
etapa de triagem seja incorporada no gerenciamento de resíduos sólidos, o que favorece as
etapas de reuso e reciclagem, podendo ser aplicado aos RPD.
A ausência de uma política nacional para o tema deixa uma lacuna que colabora para
a omissão do Poder Público, das indústrias e da sociedade civil como um todo.
No item 3.5, deste capítulo, serão apresentados outros documentos da legislação
ambiental, com a finalidade de identificar o cenário legislativo para o gerenciamento de RPD.
3.3.2. Gerenciamento de resíduos perigosos domiciliares
Desde a década de 80, os resíduos perigosos domiciliares estão sendo apontados
como uma questão ambiental importante, principalmente nos Estados Unidos da América.
Naquela época, diversas comunidades daquele país desenvolveram planos, programas e
instalações com o objetivo de manter os resíduos perigosos domiciliares fora do fluxo dos
resíduos sólidos urbanos (RSU), a fim de proporcionar alternativas para a correta gestão
destes resíduos (GLAUB, 1996).
O interesse pelo destino dos RPD, surgiu após alguns questionamentos sobre sua
presença nos RSU, os quais foram investigados e compreendidos. A constatação deste
problema foi o resultado de vários fatores, sendo (Ibid.):
Resultados de avaliação ambiental de aterros sanitários (incluindo os que não
recebiam resíduos comerciais e industriais);
Melhoria nos equipamentos de investigação e monitoramento ambiental;
Resultados obtidos dos estudos de caracterização dos RSU;
Levantamentos realizados em diversos programas de descarte em aterros e
estações de transferência; e
Acidentes ocorridos com funcionários e equipamentos das empresas responsáveis
pela coleta e transporte dos RSU, devido a presença de RPD.
26
Os riscos envolvidos no incorreto uso e no descarte de muitos produtos perigosos são
conhecidos, mas a busca por soluções para seu correto gerenciamento tem sido limitada,
devido a concepção de que o problema que representam pode ser completamente eliminado
por processos no ambiente natural (SCHIO, 2001).
O desenvolvimento de estratégias para o gerenciamento dos RPD requer informações
a respeito da geração destes resíduos, sua composição (tipos) que representam sua presença
nos RSU. Ainda, para a melhor eficácia deste gerenciamento é necessária a participação
pública e o respaldo da legislação ambiental, em todas as esferas governamentais,
estabelecendo as responsabilidades sobre o adequado gerenciamento. Dessa forma, reúnem-se
dados que compõem o diagnóstico da situação dos RPD.
Segundo Philippi e Aguiar (2005) “A caracterização é uma das atividades iniciais em
qualquer trabalho de gerenciamento de resíduos sólidos. A definição das características que
serão estudadas se faz em razão dos objetivos e da origem dos resíduos”. Assim, para planejar
as atividades de gerenciamento, tais como forma de manuseio e tratamento é necessário
conhecer as principais características dos resíduos, em caráter quantitativo e qualitativo. E em
alguns casos faz-se necessário a caracterização química e também conhecimento sobre a
densidade aparente e umidade dos resíduos sólidos.
O interesse pelo aprimoramento do gerenciamento dos resíduos sólidos por parte das
instituições públicas e privadas originou a necessidade de se realizar estudos de caracterização
física e do fluxo dos materiais, no entanto, são poucos que objetivam conhecer também os
resíduos perigosos nos resíduos municipais (AGUILAR; DUARTE, 2000). Este fato pode
denotar o desconhecimento do potencial risco que os RPD representam e consequentemente a
ausência de gerenciamento específico para estes.
No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, 2000) cerca de
1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos domiciliares contendo elementos
tóxicos.
A quantidade de RPD pode variar entre 0,01 e 1% do total de resíduos sólidos
municipais, dependendo das características e costumes de cada lugar (ROSAS DOMÍNGUEZ
e GUTIERREZ PALÁCIOS, 2000; GLAUB, 1996).
Estima-se que em uma população de 100.000 habitantes descarta mensalmente 3,75
toneladas de diversos produtos de limpeza e 3,4 toneladas de óleos lubrificantes e de outros
produtos, sem contar os resíduos que são dispostos inadequadamente, em rios, córregos,
enterrados e abandonados em locais diversos. Esta prática é perigosa à saúde pública devido
27
ao desconhecimento da presença de substâncias químicas perigosas (AGUILAR e DUARTE,
2000).
Segundo a EPA os estados americanos geram 1,6 milhões de toneladas de resíduos
perigosos domiciliares a cada ano (P2RIC
8
). Isto representa um risco para a família e para o
ambiente se o RPD for inadequadamente armazenado ou descartado. Este país também tem o
maior número de informações a respeito dos RPD.
O Estado da Califórnia, por exemplo, realizou diversos estudos entre 1979 e 1991,
sendo que a percentagem dos RPD variou entre 0,0045 e 0,83 % do total de RPD (GLAUB,
1996).
Em outras localidades também foram identificados a parcela de RPD nos resíduos
sólidos urbanos, conforme é apresentado na Tabela 10.
Tabela 10 - Localidade, RPD (%) e respectiva fonte.
Localidade
Resíduos
perigosos nos
resíduos sólidos
urbanos
Fonte
País de Gales
0,8% BURNLEY, 2007.
Cuitzeo Basin
(México)
1,03%
Mexicale (México)
3,72%
BUENROSTRO DELGADO; OJEDA-BENÍTEZ;
MARQUEZ-BENAVIDES, 2007.
Espanha
1,33% Revista Resíduos
9
, 1997 apud ROSAS
DOMÍNGUEZ E GUTIERREZ PALÁCIOS, 2000.
Argentina
2% UnIDA
10
, 2005.
Brasil
1% IPT, 2000.
Verifica-se, assim que os resíduos perigosos não são de exclusividade das indústrias.
As residências, ainda que em pequenas quantidades, geram resíduos potencialmente
8
Sítio na internet. Pollution Prevention Regional Information Center – P2RIC. Disponível em:
<http://www.p2ric.org/TopicHubs/subsection.cfm?hub=16&subsec=1&nav=1>. Acesso em: 11/03/08.
9
Revista Residuos (1997). Experiencia Piloto de Recogida Selectiva de Residuos Tóxicos y Peligrosos
Contenidos en los RSU (Tóxicos del Hogar). Año VI, N° 34. España.
10
UnIDA – Unidade de investigacion y Desarollo Sustentable. Resíduos peligrosos de origen domestico: Hacia
una Gestión Sustentable. Estrategia Nacional para la Gestión Sustentable de Residuos Peligrosos de Origen
Doméstico. Disponivel em:
<http://www.ambiente.gov.ar/archivos/web/UniDA/File/Estrategia_Nacional_RPD_16_02_0601.pdf>. Acesso
em: 09/05/08.
28
perigosos, mas o montante total de resíduos perigosos das residências de um município pode
chegar a mesmas proporções que das indústrias (JOHN
11
, [2006]).
Essas informações apontam para a necessidade de um gerenciamento diferenciado
para os RPD incluindo um amplo trabalho de esclarecimento à população.
Assim, os RPD necessitam de uma gestão especial, visto que estão sendo
manipulados inadequadamente com os demais resíduos urbanos, o que comprometer o solo,
as águas superficiais e subterrâneas, bem como a saúde ambiental.
A disposição final dos resíduos de produtos domésticos perigosos é um desafio que
requer providências urgentes, visando à prevenção conseqüências adversas que os mesmos
acarretam sobre a saúde humana e o ambiente. Por outro lado o gerenciamento de tais
resíduos tem se transformado em um dos temas ambientais mais complexos, devido,
principalmente, ao número crescente de materiais e substâncias identificadas como perigosas
que são colocadas no mercado em quantidades e diversidades crescentes e a dificuldade de
sua categorização (SCHIO, 2001).
No Brasil, os órgãos de proteção ambiental ainda não apresentaram políticas relativas
ao gerenciamento de resíduos perigosos domiciliares, alguns tipos, tais como pilhas e baterias
são objetos de Resolução do CONAMA. Este órgão também possui uma câmara técnica (CT)
denominada por Saúde, Saneamento Ambiental e Gestão de Resíduos, que discute a
normatização para outras categorias de RPD, como por exemplo a destinação final de
lâmpadas fluorescentes e o descarte de cartuchos de tintas vazios.
Na maioria dos municípios brasileiros, o gerenciamento dos RPD gerados é
semelhante aos dos resíduos não-perigosos, acondicionados juntamente com os resíduos
facilmente degradável e demais constituintes do resíduo domiciliar, em seguida, são coletados
pelos funcionários da limpeza pública, sendo transportados até o aterro sanitário, onde são
dispostos. Os RPD também são descartados pela população via programas de coleta seletiva e
PEV (ponto de entrega voluntária), contudo, sem que estes sejam destinados para esta
finalidade.
Raros são os locais que se preocupam os RPD, como exemplo, citam-se as cidades
Curitiba (PR) e Campinas (SP), contudo essa é uma questão importante, pois mesmo quando
existem aterros sanitários, deve-se atentar para os resíduos perigosos presentes nos RSU pois
“muitas vezes as instalações não estão preparadas para receber tal material. É desejável que
11
JOHN, L. Lixo tóxico não é privilégio das indústrias. Jornal O Estado de São Paulo. Disponível em:
<http://www11.agestado.com.br/mvirtual/liana/liana182.htm>. Acesso em: 06/10/06.
29
haja alguma forma de segregação destes produtos, para que recebam o tratamento adequado”
(MILANEZ, 2002).
Do exposto, conclui-se que a gestão adequada para os RPD requer um sistema
diferenciado e adequado à quantidade e características dos resíduos gerados. Para tal, é
necessário que os resíduos sejam identificados e quantificados para também possibilitar um
encaminhamento alternativo, como a reciclagem, que é tecnicamente possível para alguns
tipos de materiais perigosos, como, por exemplo, as lâmpadas fluorescentes ou ainda a
destinação final em locais adequados, como um aterro industrial, além da busca pela redução
do consumo, como será discutido a seguir.
3.3.3. Prevenção à poluição na gestão e gerenciamento de RPD
Como baliza aos programas de gestão e gerenciamento de RPD aponta-se como uma
tendência o conceito de Prevenção a Poluição – P2. Esta prática de gerenciamento ambiental
preconiza a prevenção de poluição na fonte geradora, que propõe a redução na fonte ou a
eliminação de sub-produtos (resíduos ou rejeitos) no processo de produção (BISHOP, 2001).
O conceito foi aplicado de forma pioneira pela Empresa 3M, que lançou o Programa
Pollution Prevention Pays” – conhecido como 3P, iniciado em 1975. Posteriormente, a EPA
americana adotou o Termo Prevenção à poluição – P2 e atualmente é oficialmente utilizado
nos Estados Unidos e no Canadá (BISHOP, 2000).
A prevenção à poluição também significa prevenir todas as formas de poluição,
incluindo a emissão de poluentes e substâncias tóxicas no ar, água e solo. A prevenção de
resíduos está inclusa neste conceito (CIWMB, 2000).
A P2 contempla a prevenção de resíduos que, por sua vez, pode ser entendida como
qualquer ação tomada de forma individual ou organizacional para eliminar ou reduzir a
quantidade de toxicidade dos materiais antes deles entrarem no fluxo dos resíduos sólidos
municipais. Esta ação é feita na intenção preservar os recursos, promover maior eficiência e
reduzir a poluição (Ibid.).
Nos Estados Unidos a política nacional para prevenção à poluição está expressa na
legislação Pollution Prevention Act- PPA (EUA, 1990).
O Pollution Prevention Act define prevenção à poluição como redução na fonte, mas
também inclui outras práticas que reduza ou elimine a liberação de poluentes, por meio do
aumento da eficiência no uso de matéria-prima, energia, água, ou outros recursos; ou da
conservação dos recursos naturais, onde:
30
A poluição deve ser prevenida ou reduzida na fonte sempre que
possível.
A poluição que não pode ser prevenida deve ser reciclada de uma
maneira ambientalmente segura, sempre que possível.
A poluição que não pode ser prevenida ou reciclada deve ser tratada de
uma maneira ambientalmente segura, sempre que possível.
Disposição ou outro lançamento no meio ambiente deve ser empregado
somente como o último recurso e deve ser conduzida de uma forma
ambientalmente segura.
Segundo a CETESB (SÃO PAULO, 1999) a P2 refere-se a qualquer prática,
processo, técnica e tecnologia que visa a redução ou eliminação em volume, concentração e
toxicidade dos poluentes na fonte geradora. Inclui também modificações nos equipamentos,
processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos, substituição de
matérias-primas, eliminação de substâncias tóxicas, melhorias nos gerenciamentos
administrativos e técnicos da empresa e otimização do uso das matérias-primas, energia, água
e outros recursos naturais.
A maior parte das discussões sobre resíduos sólidos aborda, principalmente, os
impactos destes sobre o meio ambiente e à saúde pública e pouco se discute ou se questiona a
necessidade da geração da grande quantidade de resíduos. Dentre os vários conceitos que
podem contribuir com a mudança da tradicional gestão de resíduos sólidos, pode-se apontar a
prevenção à poluição, educação dos consumidores, aumento da durabilidade dos bens de
consumo, entre outros.
Por isso, é importante que o planejamento dos programas de gestão dos RSU seja
redirecionado, no intuito de esclarecer que muito pode ser feito antes da geração dos resíduos.
Essas ações ligadas à prevenção da poluição trazem uma série de benefícios: redução da
toxicidade e de contaminação do meio ambiente, redução do consumo de matéria-prima,
minimização de geração de resíduos, economia de energia, geração de trabalho. Em alguns
casos, devido ao maior esclarecimento da população em relação aos problemas do meio
ambiente, pode-se dizer que a P2 auxilia para a maior conscientização ambiental.
Contudo, na prática grande parte da população desconhece a presença de resíduos
perigosos nos RSU, que podem conter metais pesados ou elementos tóxicos ou não tem
alternativa para descartar esses resíduos (AMBIENTE BRASIL, 2005).
31
O princípio de P2 pode ser aplicado a toda e qualquer atividade que gera resíduo,
sendo mais comumente aplicado às indústrias. Na prática, pode ser um meio de melhorar a
sustentabilidade ambiental, econômica e social. A Figura 1 mostra um esquema de prevenção
a poluição ou produção mais Limpa, conforme Piotto
12
(2003 apud SANTOS, 2003).
Figura 1 – Esquema de utilização de P2 ou produção mais limpa.
Fonte: SANTOS, 2003.
12
PIOTTO, Z.C. Eco-eficiência na Indústria de Celulose e Papel – Estudo de Caso. Tese (Doutorado). Escola
Politécnica. Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Sanitária e Hidráulica. v.1, 160p. 2003.
32
A implementação do princípio de P2 implica no desenvolvimento de um programa,
que inclui cinco etapas, conforme ilustra a Figura 2.
1. Identificação de oportunidades
2. Seleção das oportunidades
3. Solução do problema
4. Tomada de decisão
5. Monitoramento, avaliação e
revisão do plano
Figura 2 – Etapas de desenvolvimento para um programa de P2. Fonte: EPA, 2001.
No Brasil, a aplicação de um programa de P2 na esfera municipal ocorre de forma
insipiente e verifica-se apenas alguns casos isolados como o Programa Municipal de Redução
e Controle de Resíduos – FUTURO LIMPO, da Prefeitura Municipal de São Carlos, lançado
em 2001, que atua em duas frentes: a coleta seletiva de resíduos recicláveis na área urbana; e
o sistema de redução de resíduos de papel dentro da administração municipal, visando à
redução do desperdício e a coleta seletiva de papel.
Implementar a gestão de RPD é um grande desafio para os municípios,
principalmente pela necessidade de ter consolidado previamente uma gestão integrada de
resíduos sólidos.
O comprometimento do Governo Municipal poderá ser alcançado através de várias
ações como: criação de instrumentos legislativos que apóiem a correta destinação de RPD,
redução, substituição ou eliminação do uso de determinado resíduo e, principalmente, por
meio da implantação de um programa de conscientização e informação à sociedade.
A redução na fonte pode ocorrer com o uso de produtos alternativos, que não
contenham substâncias perigosas ou contenham uma menor quantidade destas, ou ainda
produtos alternativos que não apresentem o caráter perigoso. A opção pelo não consumo de
produtos com substâncias que podem ser perigosas, também constitui uma ação visando a
redução na fonte.
Para elaboração de um programa de gestão de RPD é necessário avaliar
detalhadamente o atual programa de gestão de resíduos sólidos urbanos, bem como os
aspectos relacionados ao tipo, toxicidade e quantidade dos resíduos gerados e os custos no
33
tratamento e disposição dos resíduos gerados. Dessa forma, identificam-se as melhores opções
para redução ou eliminação dos poluentes gerados.
As medidas ou alternativas de P2 devem ser avaliadas e adotadas de acordo com as
suas viabilidades técnicas, econômicas e ambientais. Aquelas que não forem nem técnica nem
economicamente viáveis devem ser descartadas. As demais selecionadas deverão ser
priorizadas e implementadas, providenciando-se, quando necessário, fundos de capital
específicos para a execução do programa (SÃO PAULO, 1999).
O presente trabalho não abordou os aspectos econômicos relacionados ao
gerenciamento de RPD, visto que estes aspectos podem ser sazonais, e devem ser consultados
diante da previsão de implantação do programa.
Para viabilizar a prevenção de resíduos, apresenta-se a Tabela 11 com algumas
alternativas para indústrias e consumidores.
Tabela 11 – Alternativas de ações para produtores industriais e consumidores.
Indústria Consumidor
Disponibilizar produtos isentos de materiais
perigosos (Ex. Eliminar metais pesados)
Dispor os resíduos perigosos domésticos de
maneira correta e segura (ex. baterias)
Desenvolver produtos com materiais passíveis
de reuso e reciclagem e usar materiais
reciclados*
Ao adquirir produtos dar preferência as
embalagens retornáveis ou recicláveis.
Diminuir o uso de compósitos nos produtos Encaminhar materiais para a reciclagem
Prolongar a vida útil de materiais e produtos Adquirir produtos de boa qualidade e duráveis
Desenvolver produtos “reparáveis” Consertar equipamento sempre que possível
Disponibilizar produtos na forma de refil Usar produtos com embalagem multi-uso
Reduzir o peso e quantidade de embalagens Evitar o consumo desnecessário
Disponibilizar materiais reutilizáveis em vez
dos descartáveis
Participar de programas de doação, como
forma de se desfazer de bens desnecessários
Fonte: COGGINS
13
, 2001 apud SANTOS, 2005.
Após o esgotamento das possibilidades de prevenção aos resíduos, por meio da não
geração e da minimização na fonte (redução, reuso e reciclagem), os RPD devem ser tratados
antes de ser disposto no meio ambiente, como aborda, de forma geral, o próximo item.
13
COGGINS, C. 2001. Waste prevention – an issue of shared responsibility for UK producers end consumers:
policy options and measurement. Resource, Conservation and Recycling. V. 32 P. 181 – 190.
34
3.3.4. Técnicas de tratamento para RPD
Neste item citam-se algumas tecnologias para realizar o tratamento de resíduos
perigosos, considerando que as possibilidades de P2 não foram realizadas ou suficientes para
evitar a geração dos resíduos.
Segundo Braga et al (2005) o tratamento e a disposição final são as maneiras mais
comuns de abordar a questão de resíduos perigosos, contudo não são satisfatórias, podendo a
substância perigosa retornar, de modo não desejado, ao meio ambiente.
A disposição dos resíduos perigosos no solo pode ocorrer nas seguintes formas
(MILLER
14
, 1985 apud Braga et al, 2005): aterros de armazenamento, lagoas superficiais,
armazenamento em formações geológicas subterrâneas e injeções em poços. Estas alternativas
têm se mostrado ineficientes no quesito contenção da poluição ou contaminação do solo e
águas subterrâneas, além do fato de que nem sempre diminuem a periculosidade das
substâncias envolvidas, por isso não tem sido recomendadas (BRAGA et al, 2005).
Segundo Benavides (1991) os processos de tratamento de resíduos perigosos estão
divididos em três principais categorias: físico-químico, biológico e térmicos. Estas técnicas
visam a redução dos riscos ambientais e a saúde, logo a ênfase esta sobre o tratamento dos
resíduos perigosos e não na sua disposição no meio ambiente.
Os principais objetivos são a redução do volume e da toxicidade dos resíduos, por
meio da destruição de produtos indesejáveis e da alteração das características de
periculosidade, de modo que sua disposição final no meio ambiente se torne aceitável
(BENAVIDES, 1991; BRAGA et al, 2005).
Tratamento biológico: algumas substâncias como fenóis, óleos e resíduos de refino
de petróleo têm obtidos resultados satisfatórios pelo tratamento biológico (HENRY;
HEINKE
15
, 1989 apud BRAGA et al, 2005).
Tratamento físico-químico: As substâncias são separadas da parte aquosa que os
contém. Este tratamento permite a recuperação dos resíduos ou a concentração destes, o que
facilita um outro tratamento posterior.
Exemplos: adsorção por carvão ativado, destilação, troca iônica, eletrodiálise,
osmose reversa, recuperação de solventes, neutralização de materiais alcalinos e ácidos,
solidificação e o encapsulamento para mobilizar contaminantes, utilização de polímeros que
14
MILLER, G.T. Living in the environment. California: Wadsworth Pub. Inc., 1985.
15
HENRY, J.G., HEINKE, G.W. Environmental Science and Engineering. Nova Jersey: Prentice Hall Inc.,
1989.
35
decompõe as substâncias tóxicas orgânicas, cada qual sendo aplicada para um tipo
determinado de resíduo perigoso (MILLER, 1985 apud Braga et al, 2005; BENAVIDES,
1991).
Tratamento térmico: O método mais conhecido e empregado é a incineração que
consiste na queima controlada de materiais em altas temperaturas, apontada como opção para
o tratamento de resíduos tóxicos e inflamáveis, como agrotóxicos e produtos farmacêuticos.
Geralmente, os compostos orgânicos são reduzidos a seus constituintes minerais,
principalmente dióxido de carbono e vapor d’água e ainda sólidos inorgânicos (cinzas)
(BENAVIDES, 1991; GRIPPI, 2001).
As diversas formas de tratamento consistem em transformar, de algum modo, esses
resíduos em materiais menos perigosos. As tecnologias disponíveis são diversas, embora
tenham acesso limitado, e sua seleção depende de vários fatores, como: tipo de resíduo,
acessibilidade, padrões de segurança e custo (BENAVIDES, 1991; BRAGA et al, 2005).
3.3.5. Transporte e destinação de resíduos perigosos
A legislação ambiental brasileira exige o licenciamento ambiental para as instalações
de tratamento e disposição final de resíduos perigosos, visto que um projeto ou a operação
ineficiente podem ocasionar danos ambientais.
A destinação dos resíduos é um problema a ser enfrentado pelo gerador, já que é de
sua responsabilidade o transporte e a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos,
sendo este responsável pelos prejuízos de quaisquer natureza.
Segundo Philippi Jr. e Aguiar (2005) a maioria dos órgãos estaduais de controle
estabelece algum tipo de autorização ou licença para o transporte de resíduos perigosos desde
o ponto de armazenamento até as empresas que realizam o tratamento, incluindo a reciclagem
ou disposição final. No Estado de São Paulo a autorização para estes fins é denominada
Certificado de Aprovação de Destinação de Resíduos Industriais (CADRI).
De acordo com os autores acima citados o gerador deve informar:
Tipo de resíduo, incluindo processo de origem e classificação segundo a Norma
NBR 10.004 (2004);
Quantidade de resíduo em estoque;
Quantidade de resíduos gerada mensalmente;
Composição química, mesmo que aproximada;
36
Embalagem para manuseio e transporte;
Resultados analíticos de testes de lixiviação e/ou solubilização, especificados pelas
Normas NBR 10.005 e 10.006, quando apropriado;
Nome e endereço da empresa que recebera o resíduo;
Documento comprovando a anuência da empresa que recebera o resíduo (carta,
orçamento de prestação de serviço ou outro).
Da mesma forma o local ou empresa que receberá o resíduo deverá estar licenciado
junto ao órgão ambiental.
Ainda, falta no Brasil a preocupação para o manejo de resíduos perigosos de origem
doméstica, o que exige uma ação mais estruturada, que poderá desviar os resíduos dos aterros
sanitários ou lixões (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2005).
3.3.6. Riscos no gerenciamento dos RPD
Eventualmente os consumidores e geradores de RPD são mais susceptíveis a sofrer
acidentes causados pelo uso, armazenamento ou inadequado fornecimento desses materiais.
Crianças e animais de estimação também formam um grupo particularmente sensível aos
perigos de certos materiais.
No entanto, é difícil estimar o número e a gravidade dos acidentes que ocorrem,
particularmente pelo uso e disposição inadequados de RPD. As informações sobre o assunto
são vagas e difíceis de serem encontradas, mas, segundo Rosenzwieg
16
(1996 apud ROSAS
DOMÍNGUEZ e GUTIERREZ PALÁCIOS, 2000), foram identificados incidentes que
ocorrem com maior freqüência, entre as quais incluíram as pessoas expostas aos RPD
descartados quando estes podem reagir uns com os outros e com o restante dos resíduos
municipais, por meio de vazamentos, explosões, incêndios e fumaças que põem em perigo os
trabalhadores e equipamentos operacionais, causando lesões que vão desde queimaduras,
náuseas e irritação dos olhos, a perda de visão, problemas respiratórios e alergias.
A gestão incorreta de RPD, segundo Glaub (1996) também tem ocasionado riscos
laborais, que incluem todos os trabalhadores do processo de coleta, de transporte, de operação
nos aterros, trabalhadores na triagem de resíduos para reciclagem.
16
ROSENZWEIG, R. (1996). What's So Special About Special Wastes?. Revista World Wastes: The
Independent Voice. USA.
37
Segundo o autor supracitado, quando aumentam as atividades de reciclagem,
aumentam também o manuseio com os resíduos sólidos urbanos, e assim, os trabalhadores
estão mais expostos aos RPD presentes naqueles.
Além dos riscos laborais, os RPD também podem causar danos aos equipamentos e
ao aterro sanitário, sendo mais comuns os incêndios nos caminhões coletores. Estes incêndios
quase sempre se iniciam por algum resíduo inflamável que entra em contato com uma fonte
de ignição, possivelmente materiais incompatíveis que se misturam e reagem (GLAUB,
1996).
Por meio de modelos de simulação, utilizando o Software LandSim Modelling, Slack
et al (2007) simularam o comportamento de contaminantes associados com a disposição de
RPD em aterros sanitários e verificaram que substâncias como arsênico, cromo, cádmio e
mercúrio foram encontrados em concentrações acima do estabelecido pelos critérios da União
Européia para água subterrânea, indicando problemas de contaminação a partir de aterros
sanitários no decorrer das próximas décadas.
Os pesquisadores Slack; Granow; Voulvoulis (2005) consideram a composição dos
lixiviados como um indicador da presença de resíduos perigosos em aterros sanitários.
Muitas das substâncias presentes no lixiviado têm o potencial de atuar como contaminantes
ambientais, reconhecer este potencial é importante pois, mesmo as substâncias que não são
encontradas nos RPD podem derivar destes como resultado da degradação e outras
transformações dentro do aterro.
Os possíveis impactos dos RPD nos locais dos aterros sanitários podem ser avaliados
pela análise do lixiviado (chorume) e de alguns gases do aterro, como pode ser visto na
Tabela 12, que apresenta o resultado da análise do lixiviado de 53 aterros, realizado pela EPA
norte-americana.
38
Tabela 12 - Concentração de constituintes orgânicos no lixiviado de 53 aterros sanitários.
Produto químico Faixa de concentração (ppm) Percentagem dos locais onde
foi detectado (%)
Benzeno 4-1.080 34
Tetracloreto de carbono 6-398 4
Clorofórmio 27-31 15
1,2- Dicloroetano 1-11.000 11
Dibrometo de etileno 5-5 2
Cloreto de metileno 2-220.000 60
Tetracloroetileno 2-620 21
1,1,1-tricloroetano 1-13.000 25
Tricloroetileno 1-1.300 32
Cloreto de vinila 8-61 11
Fonte: GLAUB, 1996.
No caso da avaliação dos gases emitidos pelos aterros, sendo 271 de resíduos não
perigosos e 17 de resíduos perigosos, os resultados permitiram as seguintes conclusões
(GLAUB, 1996):
a) A composição global dos gases provenientes de aterros de resíduos não perigosos
e perigosos são similares, sem nenhuma característica que aponte qual a origem da
amostra;
b) Os gases provenientes de aterros de resíduos não perigosos podem ter
concentração de gases tóxicos em quantidades iguais ou maiores que os aterros de
resíduos perigosos.
Essas constatações justificam a preocupação para a elaboração e execução de práticas
adequadas de manejo dos RPD, pois embora seja gerado em quantidade menor que os
resíduos perigosos de origem industrial, contribuem para a característica de periculosidade do
resíduo sólido urbano, fato este que tem sido negligenciado ao longo do tempo no país.
3.3.7. Experiências no gerenciamento de RPD
Segundo John [2006] a mistura indesejada entre os RSU e os RPD tem sido discutida
há décadas nos países desenvolvidos, onde a maioria adotou regras rígidas sobre os resíduos
permitidos nas portas das casas, bem separado dos RPD, que tem dias de coleta e destino
39
especial. Mais recentemente, o Brasil iniciou sua preocupação a este respeito, mas ainda sem
diretrizes consolidadas.
Mesmo muitas das cidades que têm coleta seletiva ainda não equacionaram o
problema dos RPD. Em Campinas, SP, por exemplo, alguns bairros separam os materiais
recicláveis e existem diversos pontos na cidade com containers para entrega voluntária. Os
caminhões de coleta juntam plásticos, papéis e vidros com as pilhas e baterias, inutilizando a
separação prévia e contaminando os recicláveis. E não raro dispensam as pilhas e baterias em
aterros comuns, misturando novamente ao lixo orgânico, por falta de opção ou mercado para a
reciclagem (JOHN, [2006]).
A cidade de Curitiba – PR implantou a coleta de RPD com iniciativa da Prefeitura
Municipal coletando seletivamente pilhas, baterias, tintas, remédios vencidos, lâmpadas
fluorescentes, inseticidas e produtos químicos. O sistema envolve a coleta dos resíduos por
um caminhão, em 23 terminais de ônibus, uma vez ao mês. O serviço é gratuito à população.
Grandes geradores de resíduos, como farmácias e indústrias, pagam pela coleta diferenciada
destes resíduos, por meio de empresas especializadas (MILANEZ, 2002).
Na cidade do Rio de Janeiro a coleta limita-se a pilhas e baterias de celulares, em 500
cestas especiais denominadas “lixeiras verdes” estão distribuídas pela cidade, diferenciada da
tradicional, pela cor e pelo modelo. Estima-se que a geração de pilhas e pequenas baterias seja
de dez milhões e de 500 mil baterias de celular, descartadas por ano no Município (JOHN,
[2006]).
No Município de Araraquara – SP, o aterro sanitário possui um equipamento para
triturar as lâmpadas fluorescentes, tendo entrada para lâmpadas tubulares e compactas. O
vidro é triturado, as pontas de material metálico, seguem para reciclagem e o vapor tóxico
segue em um filtro para um aterro industrial (informação verbal)
17
.
Nos Estados Unidos, existem empresas especializadas em coletar e separar as pilhas
e baterias por tipo de química utilizada, para reciclar os metais pesados, os resíduos da
reciclagem são encaminhados para aterros apropriados (JOHN, [2006]).
Em Portugal também proliferam as empresas privadas especializadas em dar destino
aos produtos domésticos perigosos, incluindo borracha, cuja degradação ou queima libera
gases tóxicos (Ibid.).
Na Espanha, existem vários pontos de coleta de RPD, denominados de Puntos
Limpios e apenas na cidade de Madrid existem 15 unidades fixas e 21 unidades moveis. Este
17
Informação fornecida por SCHALCH, V. em 2008.
40
programa de recebimento permite a entrega de RPD conforme a Tabela 13 (Informação
pessoal)
18
.
Tabela 13 - Tipos de resíduos e quantidade máxima para o encaminhamento ao local de
entrega de RPD.
Tipo de resíduos Quantidade máxima permitida
Óleo mineral 5 litros
Óleo vegetal 5 litros
Embalagens metálicas contaminadas 3 unidades
Embalagens plásticas contaminadas 3 unidades
Material de pintura 5 kg
Pequenos aparatos elétricos/eletrônicos (batedeiras,
liquidificadores, espremedores, telefones, etc)
1 unidade
Bateria de motor 1 unidade
Pilhas alcalinas, pilhas botão e baterias de telefone celular Sem especificação
Aerossóis 5 unidades
Radiografias 5 unidades
Lâmpadas fluorescents 3 unidades
Cartucho de tinta ou toner 2 unidades
Fonte: Informação pessoal
16
.
3.4. Estratégias para o gerenciamento de RPD
O Capitulo 20 da Agenda 21 (BRASIL, 1997) - Manejo ambientalmente saudável
dos resíduos perigosos, incluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos
perigosos aponta como uma de suas metas:
[...] Prevenir ou reduzir ao mínimo a produção de resíduos perigosos como
parte de uma abordagem geral integrada de tecnologias limpas; depositar ou
reduzir os movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos até um
mínimo que corresponda à um manejo ambientalmente saudável e eficiente
de tais resíduos; e garantir que se busquem, na máxima medida do possível,
opções de manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos no país
de origem (princípio da auto-suficiência) [...]
E, considerando uma ordem hierárquica, o Capitulo 20 define seus objetivos nas
quatro áreas de programas relacionadas a resíduos perigosos: 1. Promover a prevenção e a
redução ao mínimo dos resíduos perigosos; 2. Promover e fortalecer a capacidade
institucional de manejo de resíduos perigosos; 3. Promover e fortalecer a cooperação
18
Informação recebida por email, enviado por pazulem[email protected]. Em: 18/07/07.
41
internacional em manejo dos movimentos transfronteiriços dos resíduos perigosos e 4.
Prevenir o tráfico internacional ilícito dos resíduos perigosos.
Os itens 1 e 2 desta hierarquia de gerenciamento de resíduos perigosos aliada ao
principio de P2, direciona para as possíveis estratégias para o manejo adequado dos RPD
(P2RIC, 2008). Reduzir a quantidade de resíduos na fonte e educar os consumidores sobre a
utilização segura e disposição adequada de RPD proporciona a melhor opção de
gerenciamento.
3.4.1. Controle na fonte
Este aspecto é o mais importante no gerenciamento de RPD, tendo como objetivos:
reduzir a quantidade de RPD e evitar o descarte incorreto destes resíduos (GLAUB, 1996).
Como dois pontos importantes para o sucesso do controle da fonte, destacam-se a
conscientização do público e os programas para controlar os RPD nas estações de
transferência de resíduos, centrais de triagem de recicláveis e aterros (Ibid.).
3.4.1.1. Conscientização e educação dos consumidores
O programa de coleta de RPD não pode ser bem sucedido sem a intensa educação
pública que deve prover informações sobre os RPD e informações específicas sobre como
participar do programa. Esta educação também deve esclarecer o benefício da comunidade
por meio da redução da quantidade de RPD coletado (EPA, 1993; P2RIC, 2008).
Se as informações passadas para a população forem limitadas apenas as regras para
participação do programa de coleta dos RPD, o consumidor poderá pensar que os problemas
relacionados a estes serão resolvidos pelas coletas (P2RIC, 2008). Os programas de coletas de
RPD podem minimizar parte do problema, mas também agravar outros problemas
relacionados com materiais perigosos eliminados.
Um bom programa de educação leva os consumidores a aceitar a responsabilidade de
escolher os produtos que compram, e compreender os problemas potenciais a saúde e aos
impactos ambientais da utilização de produto, armazenamento e descarte.
Os programas devem divulgar aos consumidores as possíveis formas de reduzir a
produção de resíduos, visando apresentar as alternativas do gerenciamento de RPD. Os
consumidores devem ser informados sobre (GLAUB, 1996; P2RIC, 2008):
Tipos de RPD;
Por que são perigosos;
42
Como utilizar materiais não perigosos em vez de perigosos, e
Como descartar de forma correta os RPD.
Assim, pode-se esperar que o programa tenha o sucesso desejado. A redução na fonte
pode atuar na prevenção de RPD e, em alguns casos, para banir resíduos específicos. Neste
último caso, as localidades devem observar a legislação vigente sobre produtos proibidos, tais
como o amianto. Este controle faz com que os aterros sanitários, por exemplo, não permitam a
presença dos resíduos proibidos (GLAUB, 1996).
Segundo orientações P2RIC (2008) existem vários pontos que um programa de
educação deve abranger:
a) Identificação de produtos perigosos e manipulação segura
Os consumidores deverão ser capazes de identificar produtos perigosos e os
principais riscos associados com o uso, armazenamento e descarte, bem como, receber
informações sobre o adequado armazenamento, transporte e formas de proteção individual.
A EPA
19
(2008) a fim de reduzir a geração de RPD e evitar acidentes envolvendo os
mesmos, recomenda-se aos consumidores e/ou usuários de produtos domiciliares perigosos
que:
Leia os rótulos dos produtos para obter informações sobre a sua eliminação, para
reduzir o risco de incêndios e/ou explosão;
Não misture os produtos com outros produtos químicos;
Use e armazene produtos que contenham substâncias perigosas cuidadosamente
para evitar quaisquer acidentes no lar;
Nunca guarde produtos perigosos nos recipientes de alimentos;
Mantê-los em suas embalagens originais e nunca eliminar rótulos.
Estas recomendações visam a minimização de RPD e também buscam orientar sobre
a segurança ao usar, armazenar e descartar RPD. Manter informações dos rótulos nos RPD
facilita o seu correto gerenciamento.
19
Sítio na rede mundial de computadores. Agencia ambiental Americana. http://www.epa.gov.
43
b) Saúde e efeitos ambientais
Os consumidores deverão aprender a identificar os riscos envolvidos com os
produtos e materiais que geram resíduos perigosos.
c) Alternativas mais seguras e produtos menos tóxicos
Os consumidores precisam conhecer as alternativas para minimizar a geração de
RPD e inclusive considerar a redução da compra de produtos que contenham ingredientes
perigosos (EPA, 2008).
3.4.2. Estratégias de Coleta de RPD
Segundo a P2RIC (2008) para reduzir os custos e os riscos, muitas comunidades têm
implementado programas de coleta de RPD. Ao longo dos últimos 20 anos, as comunidades
tornaram-se inovadoras no desenvolvimento de programas mais adequados para a sua área de
atuação, a população e de acordo com os recursos disponíveis.
A coleta especial prevê a manipulação segura para RPD e diminui a responsabilidade
para as comunidades, o que não significa um gerenciamento sem problemas. O número
crescente de produtos classificados como perigosos exige diferentes métodos de manipulação
e eliminação.
a) Abrangência na coleta de RPD
Muitas localidades optam por programas de coleta de RPD para alguns tipos
determinados de resíduos, tais como os de maior quantidade, por exemplo, baterias, óleo e
tinta ou aqueles que causam os maiores problemas de descarte (pesticidas, pilhas, produtos
eletrônicos, lâmpadas fluorescentes) (P2RIC, 2008).
b) Programa “um dia de coleta”
De acordo com P2RIC (2008) uma comunidade que não tem os recursos para manter
um programa de coleta de RPD permanente pode planejar de um dia de coleta (One-day
collection). Trata-se de um programa em parceria com uma empresa licenciada para receber e
direcionar os resíduos para o adequado tratamento ou disposição.
Para reduzir ainda mais os custos, frequentemente conta-se com voluntários da
comunidade local ou funcionários para ajudar com publicidade, controle de tráfego, planos de
resposta de emergência, aplicação de questionários junto aos participantes.
44
Segundo Glaub (1996) este programa tem recebido diversos nomes, tais como: dia de
descarte de tóxicos ou dia de coleta de tóxicos. Neste dia os resíduos são levados pelos
consumidores que entregam de forma gratuita seus RPD em um local previamente preparado
e que, posteriormente, irá encaminhar os RPD para reciclagem, tratamento ou disposição
final.
As principais áreas funcionais do programa de um dia especial de coleta são: área de
entrada, área de recepção, área de seleção, área de líquidos, área de armazenamento e área de
carga (GLAUB, 1996).
Deve existir uma logística entre estas áreas, e como a entrega dos materiais é feita
pelos consumidores, todo o local deve ser bem sinalizado, indicando o fluxo a ser seguido.
A Figura 3 apresenta um modelo de esquema para o dia de coleta de RPD. No local
de recebimento do Programa Puntos Limpios se recebem e armazenam temporariamente os
RPD. Os usuários devem levar os resíduos previamente separados e deposita-los nos locais
correspondentes.
Figura 3 - Modelo de coleta do Programa Puntos Limpios – Espanha.
Fonte: <http://www.ocu.org/map/src/192231.htm>. Acesso em: 11/04/2008.
45
Legenda da Figura 3:
1 – Na entrada do local, um funcionário deve orientar os usuários sobre a
forma de depositar os resíduos e anota os tipos e quantidade dos RPD que
chegam ao local.
2 – A sinalização horizontal (em cores) e a vertical (em símbolos) conduz os
usuários aos recipientes e identifica os RPD que podem ser depositados.
3 – Os recipientes devem ser estáveis de fácil acesso e não podem permitir
vazamentos para o exterior.
4 – Os matérias ou equipamentos que contém CFC são depositados em uma
área coberta para remoção dos gases.
5 – Um caminhão transporta os RPD do local ate a destinação final
adequada: reutilização, reciclagem, valorização energética ou eliminação de
forma segura.
A partir do momento que os RPD são entregues eles deverão ser manipulados pelo
pessoal qualificado.
Para coletar informações sobre a compreensão do público com relação ao programa,
pode-se utilizar a aplicação de um questionário, como exemplo de um modelo típico
disponível no ANEXO A. As questões buscam informações sobre os usuários do programa, os
tipos de RPD entregues, as práticas prévias de separação e estocagem nas residências e as
necessidades da comunidade a respeito do programa (GLAUB, 1996).
Uma das funções da área de recepção é inspecionar os RPD e perguntar aos
consumidores sobre o conteúdo das embalagens, para os casos de não ser a embalagem
original do produto, a fim de diminuir os RPD sem identificação.
Em alguns locais, segundo Glaub (1996) o programa de coleta de um dia evoluiu
para um programa de coleta periódica, com os mesmos procedimentos descritos
anteriormente, mas ocorrendo uma ou mais vezes ao ano. Algumas desvantagens do programa
de um dia de coleta, são listadas abaixo:
Filas e tempo de espera aos usuários do programa;
Falta de comodidade na programação;
Altos custos de operação por dia;
A reciclagem limitada para alguns resíduos.
Contudo, o programa de coleta de um dia tem importante papel de conscientização
do público e de desviar os RPD do fluxo dos RSU, logo a educação pública deve focar a
identificação dos RPD, mas também, ajudar as pessoas entenderem os riscos associados aos
RPD. As informações devem incluir instruções sobre os procedimentos para entrega dos RPD
e os cuidados com o transporte destes (GLAUB, 1996; EPA, 1993).
46
A EPA (1993) recomenda incluir os seguintes tópicos nas ações de educação dos
consumidores, antes do inicio do programa de um dia de coleta de RPD:
Determinar a mensagem e selecionar os métodos educativos;
Verificar anteriormente a elaboração do programa, quais produtos contém
substâncias perigosas;
Como a geração de PRD gerados pode contribuir com a poluição;
Porque a redução na fonte
20
é a maior meta do programa de gerenciamento de
RPD.
Como fazer uma compra inteligente. Exemplo: comprar apenas o necessário.
Como reduzir a quantidade de RPD gerada. Exemplo: usar produtos caseiros.
Como estocar e manusear os produtos perigos em casa.
O trabalho de divulgação deve ter inicio 6 meses antes do dia da coleta e ser
intensificado uma semana antes, para garantir uma maior participação (EPA, 1993).
O programa de um dia de coleta permite as localidades desenvolverem um programa
de gerenciamento de RPD sem altos custos financeiros e oferecem flexibilidade para o
desenvolvimento de um programa mais amplo no futuro (GLAUB, 1996).
c) Programa permanente de coleta
A localidade pode optar por um programa permanente de coleta de RPD segundo a
conveniência dos moradores locais e da empresa responsável pelos RPD.
Nestes casos, os RPD não precisam ser removidos do local ao final do dia (como
com eventos de um dia). Programas permanentes podem gerar mais oportunidades para
reciclagem, reutilização e tratamento local (P2RIC, 2008).
Ainda como vantagens do programa permanente de coleta de RPD comparado ao
programa de dia de coleta, pode-se citar (GLAUB, 1996):
Possibilidade de acumular e tratar os resíduos;
A instalação física proporciona maior proteção quanto às condições de tempo;
Maior equilíbrio na distribuição dos fluxos de resíduos;
Maior tempo disponível para o processamento;
20
Redução na fonte e definida como: o projeto, manufatura, fabricação ou uso de materiais ou produtos para
reduzir a quantidade ou toxicidade antes deles entraram no sistema de resíduos sólidos (EPA, 1993).
47
Maior capacidade de realizar ensaios a fim de verificar os constituintes de uma
embalagem de resíduos não identificados.
A principal desvantagem de programas permanentes é a necessidade de
institucionalização e recursos financeiros para manter-se. Os programas permanentes podem
ser de responsabilidade Estadual ou Local. Outra desvantagem seria a própria instalação
física, podendo ser um inconveniente para a comunidade (P2RIC, 2008).
As principais áreas funcionais do programa de recebimento permanente de RPD são
(GLAUB, 1996):
Área de entrada;
Área de recepção;
Área de seleção;
Área de caracterização de resíduos (laboratório);
Área de tratamento e/ou acumulação;
Área de resíduos líquidos;
Área de armazenamento de resíduos;
Área de armazenamento de descarte;
Área de carga.
Um possível esquema de lay out para uma instalação de recebimento permanente de
RPD encontra-se na Figura 4.
48
ÁCIDOS
INFLAMÁVEIS
VENENOS
BASES
OXIDANTES
PESTICIDAS
E
DEPÓSITO
LABORATÓRIO
Lavabo
Capela
ARMAZÉM
VESTIÁRIO
RECEPÇÃO
ÁREA DE CARGA
LEGENDA
Extintor
Ducha de emergência e
lavagem de olhos
Equipamento
anti-vazamentos
Piso de elementos vazados
S
S
S
para contenção de vazamentos
INFLAMÁVEIS
Capela
Figura 4 – Esquema de lay out para um local permanente de recebimento de RPD.
Fonte: GLAUB, 1996. Adaptado.
A presença de uma instalação permanente de recebimento pode colaborar em vários
aspectos com o melhor gerenciamento de RPD (GLAUB, 1996), tais como:
Servir como instalação única para a comunidade;
Servir como instalação central para diversos pontos de recolhimento, oferecendo
maior comodidade;
Servir como instalação central para programas de coleta móvel;
Receber os RPD enviados incorretamente aos aterros;
Atuar como conscientização da população quanto ao correto gerenciamento de
RPD.
d) Programa de unidades de coleta móvel ou em áreas periféricas
Para ampliar o programa de coleta de RPD pode-se recorrer as seguintes alternativas
(P2RIC, 2008):
- Unidades de coleta fixa em áreas periféricas
Por exemplo, em um centro de reciclagem ou local de armazenamento espalhados
por toda a área de prestação de serviço, para a coleta dos RPD até que possam ser enviados
para instalações principais para processamento e posterior eliminação.
49
- Unidades de coleta móvel (ou Unidade móvel)
Alternativas mais baratas do que uma instalação permanente são constituídas por
uma ou mais unidades pré-fabricadas de armazenamento, podendo apresentar diversas
configurações, que normalmente incluem recipientes de coletas, revestimentos resistentes a
produtos químicos, ventilação natural, aterramento da parte elétrica (portátil) e portas com
fechaduras. Outras opções: iluminação e sistemas elétricos a prova de explosão, calefação ou
ar condicionado, sistema de ventilação artificial e sistemas de alarme.
As grandes unidades comportam até 40 tambores de 200 litros cada e as menores
chegam até 10 tambores.
O transporte dessas unidades pode se dar por meio de caminhão ou de reboque.
Normalmente seguem uma rota dentro da área de serviço, permanecendo no local por um
período determinado e, em seguida, se desloca para outro local. Semelhante a um dia de
eventos, unidades móveis podem estar presentes em feiras, parques, shopping centers,
estações, escolas, igrejas, estacionamento e outros locais convenientes. Os resíduos são
transportados para uma instalação de fixa e posteriormente para tratamento ou destinação
final.
A vantagem é que essas instalações podem permanecer em um local dando início as
atividades de coleta de RPD, oferecendo maior flexibilidade ao implantar o gerenciamento,
pode ser utilizada enquanto a instalação permanente esta em construção e também existe a
possibilidade de atuação em conjunto, sistemas portátil e permanente (GLAUB, 1996).
Este sistema deve ser disposto onde a maioria das pessoas tem acesso a pé ou por
transportes (P2RIC, 2008).
A Figura 5 exemplifica a disposição dos elementos que compõem o local de
recebimento móvel de RPD.
50
CONTÊINER
ARMAZENAMENTO MÓVEL
PARA RESÍDUOS PERIGOSOS
GERADOR
DE
ELETRICIDADE
ÁREA DE ATERRO DE TAMBORES
CARACTERIZAÇÃO DE
RESÍDUOS
(DESCONHECIDOS)
TAMBORES VAZIOS
VEÍCULO DE
TRANSPORTE
PARA
RESÍDUOS
PERIGOSOS
TRAILER COM
OFICINA MÓVEL
ZONA DE RECEPÇÃO
Ducha de segurança e
lavagem de olhos
S
Figura 5 – Exemplo de esquema de disposição física em um local de recebimento móvel.
Fonte: GLAUB, 1996. Adaptado.
e) Coleta porta-a-porta
O sistema porta-a-porta pode atender às necessidades específicas de uma
comunidade. Neste caso, os RPD devem ser identificados e transportados de forma segura até
a instalação de recebimento de RDP, por pessoas treinadas para coletar os RPD em caminhões
e posteriormente para tratamento adequado (GLAUB, 1996; P2RIC, 2008).
O sistema porta-a-porta é particularmente interessante para os idosos e pessoas com
deficiência.
f) Bolsa de resíduos
Segundo P2RIC (2008) a bolsa de resíduos visa o intercâmbio de materiais
utilizáveis e produtos que, por diversas razões, foram descartados.
Estes materiais podem estar disponíveis nas instalações permanentes de RPD, onde
uma área é disponibilizada para que materiais coletados em eventos ou materiais utilizáveis
fiquem a disposição para serem retirados por pessoas interessadas, por exemplo, latas de
tintas.
51
Os programas de trocas podem ocorrer via rede mundial de computadores (internet)
ou listas onde os consumidores podem inscrever os materiais como "material disponível" e
"materiais desejados". Neste caso, as trocas são realizadas sem a intervenção de terceiros.
A coleta especial de RPD não representa a alternativa mais desejável para a gestão
dos resíduos como seria a adoção de medidas de P2. Assim, este enfoque deve ser apresentado
aos consumidores de forma adequada, a fim de demonstrar a prioridade da prevenção dos
RPD (P2RIC, 2008).
Muitos países têm implementado programas de gestão que incluem a educação dos
consumidores para reduzir a utilização e eliminação de produtos perigosos, incluindo centros
de reciclagem de óleo usado, baterias e outros resíduos que não podem ser eliminados; coletas
e programas para resíduos acumulados em armazéns antigos de pesticidas, tintas, mercúrio e
outros materiais (Ibid.).
3.4.3. Requisitos técnicos para o gerenciamento de RPD
a) Formação de pessoal
O correto manuseio com os PRD depende da formação especializada dos recursos
humanos. A formação do pessoal dependerá do tipo de programa adotado e das categorias de
RPD envolvidas que pode variar desde os níveis técnicos até químicos especializados. Na
Tabela 14 estão apresentados os temas que devem conter um programa de formação de
pessoal.
Tabela 14 - Temas e conteúdo para formação de recursos humanos. (Continua)
Tema Conteúdo
Saúde e segurança Toxicologia; efeitos dos RPD sobre a saúde; primeiros
socorros; prevenção de acidentes; procedimentos de
segurança; programa de supervisão médica.
Uso de equipamento de
segurança
Níveis de proteção; uso de máscaras; alternativas de
vestimentas.
Normas sobre RPD Legislação Federal, Estadual e local sobre resíduos
perigosos, Normas sobre transporte de resíduos perigosos.
Química de materiais
perigosos
Resumo de química básica; incompatibilidade de produtos
químicos; materiais perigosos nos produtos de consumo;
classificação de materiais perigosos.
52
Tabela 14 - Temas e conteúdo para formação de recursos humanos. (Termina)
Tema Conteúdo
Procedimentos para identificar
resíduos
Etiquetas em produtos, informação para o consumidor;
avaliação física; análise química em campo.
Procedimentos de operação e
manutenção da instalação
Recebimento dos resíduos, seleção de resíduos;
embalagem de resíduos (em laboratório, declaração de
conteúdo, etiquetas) operação de veículos; procedimentos
de limpeza; procedimentos de inspeção (diário, semanal,
mensal); segurança da instalação.
Respostas a emergências Responsabilidades do pessoal; contenção de vazamentos;
controle de incêndios; serviços de apoio durante as
emergências; procedimento de evacuação;
descontaminação; requisitos de notificação.
Procedimentos de relatórios Inventários sobre tambores, diários de acidentes; relatórios
periódicos; informes internos, relatórios para órgãos
ambientais.
Fonte: GLAUB, 1996.
Além disso, devem-se manter arquivos sobre o funcionamento da instalação e sobre a
formação dos funcionários.
b) Equipamentos de segurança
As instalações, independente do modelo adotado, devem manter equipamentos e
materiais de segurança, tais como: equipamento de proteção individual; extintores de
incêndio; duchas e lavatórios para emergência; sinalizadores; equipamento de química
portátil, etc...
A segurança é fundamental no manuseio de RPD, portanto os funcionários devem ser
treinados, utilizar equipamentos de segurança e seguir todas as recomendações de operação da
instalação.
c) Respostas a emergências
Devido aos riscos intrínsecos na operação e na manipulação com RPD, deve-se
elaborar um plano de emergência para cada programa de RPD. Este plano deve identificar as
responsabilidades de cada empregado, determinar um coordenador para os casos de
emergência, descrever os procedimentos de respostas para cada tipo de evento ocorrido e
identificar os serviços de emergência que devem ser acionados quando necessário.
Deve-se manter uma lista de telefones tais como: corpo de bombeiros, polícia,
hospitais, agência ambiental local e etc.
53
No caso de emergência, o coordenador deve avaliar a situação e determinar o tipo de
resposta.
O Plano de Ação de Emergência (PAE) deve ser elaborado e considerado como parte
do processo de gerenciamento de riscos ambientais, incluindo as características do tipo de
atividade da instalação e os tipos de riscos potenciais. Assim, o PAE deverá conter os
seguintes itens (SILVA, 2004):
Descrição das instalações envolvidas;
Cenários acidentais a serem considerados;
Áreas de abrangência geofísica;
Estrutura organizacional do sistema de atendimento as emergências;
Fluxograma de acionamento;
Ações de resposta a situações emergenciais;
Recursos humanos e materiais;
Recursos institucionais;
Tipos e cronograma de exercícios teóricos e práticos de simulações de acidentes;
Documentos a serem anexados ao PAE;
Sistemas de comunicação entre as partes envolvidas.
d) Caracterização de RPD sem identificação
Segundo Glaub (1996) quando uma substância é desconhecida representa um dos
maiores problemas ao lidar com RPD, logo, deve-se determinar o tipo de cada material e
associá-lo a uma categoria (explosivo, inflamável, corrosivo, tóxico) incluindo a classe de
risco e perigo, a fim de garantir segurança e dar o correto tratamento e destinação final.
Orientar os consumidores a manter os produtos em suas embalagens originais é uma
boa opção para reduzir a quantidade de substâncias desconhecidas
e) Requisitos de armazenamento
De acordo com a convenção de segurança sobre armazenamento de produtos
químicos, adotados por convenção entre diversos laboratórios, existem algumas orientações a
serem seguidas, tais como: sistema de contenção secundária; separação das substâncias por
incompatibilidade; controle de incêndios; ventilação e outros (GLAUB, 1996).
54
f) Arquivos
As instalações de RPD devem manter arquivos permanentes de vários itens, tais
como: informações sobre os resíduos perigosos, inventários sobre os tambores ou outros
recipientes de armazenamento, arquivos sobre a formação dos empregados, licenças de
operação, relatórios internos, relatórios para as agências ambientais entre outros (GLAUB,
1996).
3.4.4. Orientações gerais
As melhores práticas de gerenciamento para RPD combinam diversas estratégias
para abordar os diferentes tipos e origens dos resíduos da forma mais acessível e eficiente
(P2RIC, 2008).
Segundo a Agência Governamental Americana (EPA) os componentes de um
programa abrangente incluem os seguintes:
Implementar políticas para reduzir a futura geração de RPD, obrigando os
fabricantes e distribuidores a compartilhar a responsabilidade pelo produto no fim da sua vida
útil;
Coletar de produtos químicos armazenados em casas, oficinas e dependências;
Educar a população para o reconhecimento dos produtos perigosos e as
alternativas de não perigosos, bem como, sua manipulação e eliminação segura. Os
consumidores devem ler os rótulos das embalagens, identificar os perigos, compreender o
impacto ambiental, reconhecer os sintomas das exposições e assumir a responsabilidade pelo
seu uso e descarte.
Estabelecer programas de reciclagem para os RPD que continuarão ser gerados,
como exemplo, baterias, lâmpadas fluorescentes, tintas e outros que se enquadram nessa
categoria.
Criar oportunidades para as bolsas de resíduos e orientar aos cidadãos para a
possibilidade de troca de resíduos;
Desenvolver procedimentos para os manipuladores de RPD. Em alguns casos, a
população deve armazenar RPD entre as coletas. As melhores práticas de gerenciamento
disponíveis visam evitar a geração de resíduos ou a prevenção dos mesmos.
55
Após a revisão abordando aspectos técnicos do gerenciamento de RPD, no próximo
item será feita uma apresentação dos aspectos legislativos que podem estimular a correta
gestão destes resíduos.
3.5. Legislação ambiental aplicada aos RPD
Neste item, buscou-se identificar a presença de instrumentos legais que podem
estimular o correto gerenciamento dos RPD, bem como, apontar as possíveis lacunas na
legislação ambiental que justifiquem as falhas ou ausência das atitudes práticas.
Segundo Machado (2004) a falta de divulgação sobre os efeitos poluidores
decorrentes dos resíduos sólidos, fez com que o assunto tenha sido negligenciado pela
população em geral, pelos legisladores e pelos administradores públicos, ainda que a limpeza
pública e a coleta, transporte e disposição dos resíduos sólidos estejam relacionados com a
saúde pública e o meio ambiente.
Atualmente a legislação brasileira sobre resíduos sólidos apresenta uma evolução na
sua abordagem seja esta na especificação de padrões de emissão ou na responsabilização do
fabricante pelos resíduos de seus produtos (PHILIPPI JR; AGUIAR, 2005). Contudo o país
não conta com uma Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, e isto pode representar
dificuldades no gerenciamento de resíduos, principalmente dos perigosos.
As substâncias perigosas ao Homem e ao meio ambiente são utilizadas, cada vez
mais, na produção de bens e serviços e consequentemente geram resíduos que quando não
recebem uma destinação adequada representam um risco a vida, visto que não reconhecem
fronteiras físicas, podendo se deslocar milhares de quilômetros e contaminar um local ou pais
distante de sua origem (CASTRO, 2003).
Esse fato originou a preocupação de varias nações pelo mundo, chamando atenção
para a forma de gestão e de comprometimento em manter a poluição sobre controle, em vários
aspectos, incluindo o jurídico.
Os Estados não tem poder de sanção jurídica sobre o outro, contudo no campo de
Direito Internacional estes assinam, em pleno exercício de sua cidadania, tratados e
convenções, e segundo Castro (2003, p.73):
Assim, o Estado terá sempre responsabilidade quando agir causando danos e
quando se omitir na tomada de medidas para evitá-los, de forma objetiva e
necessária para a observância de norma internacionais estabelecidas em
tratados que assinou.
56
Considerando o contexto do presente trabalho, destaca-se a Convenção de Basiléia
sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito,
assinado na Suíça, em 22 de março de 1989.
De acordo com Ziglio (2005) a referida convenção nortea os princípios de segurança
ambiental que as políticas públicas brasileiras devem adotar para o gerenciamento de resíduos
sólidos perigosos ou não, industriais ou domésticos.
O Decreto N
o
875, de 19 de julho de 1993, confirma a permanência do Brasil como
integrante da supra citada convenção, e por ele se compromete a reduzir ao mínimo esses
resíduos e gerenciá-lo de forma ambientalmente saudável e eficaz de maneira a proteger a
saúde humana e o meio ambiente dos efeitos adversos que possam resultar desse movimento.
Assim, a Resolução CONAMA Nº 23
21
, de 12 de dezembro de 1996, dispõe sobre
as definições e o tratamento a ser dado aos resíduos perigosos, conforme as normas adotadas
pela Convenção da Basiléia.
A Lei Federal N
o
9.605, de 12 de fevereiro de 1998, dispõe sobre as sanções penais
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras
providencias. Conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, institui penalidades rigorosas para
aqueles que poluem o meio ambiente, cita-se como exemplo o Art. 56:
[...] Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,
fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em deposito ou usar produto
ou substância tóxica, perigosa ou nociva a saúde humana ou ao meio
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos
seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1 . Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias
referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança
[...]
Ainda como instrumentos legislativos Federal citam-se as Portarias:
- Portaria Minter Nº 53/1979, determina que:
Os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem como os que contém substâncias
inflamáveis, corrosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais,
deverão sofrer tratamento ou acondicionamento adequado, no próprio local
de produção, e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de controle
da poluição e de preservação ambiental.
21
Esta Resolução guarda correlações com os seguintes documentos: Alterada pela Resolução n° 235/98 (alterado
o anexo 10) em cumprimento ao disposto no art. 8
o
da Resolução no 23/96; Alterada pela Resolução nº 244/98
(excluído item do anexo 10); Complementada pela Resolução nº 228/97 e Revoga a Resolução nº 37/94.
57
E também dispõe sobre a destinação dos resíduos quando determina que “os lixos ou
resíduos sólidos não devem ser lançados em cursos d'água, lagos e lagoas, salvo na hipótese
de necessidade de aterro de lagoas artificiais”, autorizado pelo órgão ambiental competente.
- Portaria MT Nº 204/1997. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento
dos Transportes Rodoviário e Ferroviário de Produtos Perigosos.
- Portaria MT Nº 101/1998. Dispõe sobre alterações na Regulamentação para os
Transportes Rodoviário e Ferroviário de Produtos Perigosos.
- Lei Federal Nº 11.445/2007 – Política Nacional de Saneamento Básico. Estipula
que cada muncipalidade elabore seu plano de saneamento básico, segundo as diretrizes da
Política Nacional de Saneamento Básico, sendo que este deve ser compatível com os planos
das bacias hidrográficas em que estiver inserida e ser revisto periodicamente, em prazo não
superior a 4 (quatro) anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual.
O Art. 19 estabelece que a prestação de serviços públicos de saneamento básico deve
conter, no mínimo:
I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida,
utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e
socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;
II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização,
admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade
com os demais planos setoriais [...]
[...] V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da
eficiência e eficácia das ações programadas [...]
Assim, destacam-se 2 objetivos desta Lei:
[...] IX - fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de
tecnologias apropriadas e a difusão dos conhecimentos gerados de interesse
para o saneamento básico;
X - minimizar os impactos ambientais relacionados à implantação e
desenvolvimento das ações, obras e serviços de saneamento básico e
assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas à
proteção do meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e à saúde [...]
58
O Projeto de Lei 1991 de 2007, que visa instituir a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), encontra-se em tramite no Congresso Nacional. A aprovação da mesma será
importante para a ampliação do gerenciamento de vários tipos de resíduos, incluindo os RPD,
visto que os Estados deverão implementar normas para viabilizar o cumprimento da PNRS.
O Artigo 2º determina as diretrizes da PNRS, onde destacam-se:
[...] II - não-geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos,
bem como destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos;
V - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias
ambientalmente saudáveis como forma de minimizar impactos ambientais;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do Poder Público, visando a
cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos
[...]
No Artigo 13, fica expresso como condição para o Distrito Federal e os Municípios
terem acesso a recursos da União destinados a empreendimentos e serviços relacionados à
limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos a elaboração de Planos de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos, executados em função dos resíduos sólidos gerados ou administrados em
seus territórios, contendo, no mínimo:
I - caracterização do Município;
II - visão global dos resíduos sólidos gerados de forma a estabelecer o
cenário atual e futuro no âmbito de sua competência;
III - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos identificados no âmbito de
sua atuação, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos
sólidos gerados e formas de destinação e disposição final praticadas;
IV - identificação de regiões favoráveis para disposição final adequada de
rejeitos;
V - identificação das possibilidades do estabelecimento de soluções
consorciadas ou compartilhadas, considerando, nos critérios de economia de
escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos
riscos ambientais;
VI - identificação dos resíduos sólidos especiais ou diferenciados;
VII - procedimentos operacionais e especificações mínimas, que deverão ser
adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos, inclusive quanto aos resíduos sólidos especiais ou diferenciados
identificados e à disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
Ainda, no decorrer do texto, determina que “o Poder Público e a coletividade são
responsáveis pela efetividade das ações que envolvam os resíduos sólidos gerados” (Art. 3º).
O Art. 21 determina as obrigações de cada elo do sistema de logística reversa
(Consumidor; Titular dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
59
Fabricante e importador de produtos; Revendedores, comerciantes e distribuidores de
produtos), visando a inserção dos resíduos sólidos em um novo ciclo produtivo.
- Lei Estadual no. 10.888/2001, dispõe sobre o descarte final de produtos
potencialmente perigosos do resíduo urbano que contenham metais pesados e dá outras
providências.
Art. 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar, em parceria com a
iniciativa privada, condições para as empresas, que comercializem produtos
potencialmente perigosos ao resíduo urbano, adotarem um sistema de coleta
em recipientes próprios, que acondicionem o referido lixo.
§ 1º - Para fins do cumprimento desta lei, entende-se por produtos
potencialmente perigosos do resíduo urbano, pilhas, baterias, lâmpadas
fluorescentes e frascos de aerossóis em geral.
§ 2º - Estes produtos, quando descartados, deverão ser separados e
acondicionados em recipientes adequados para destinação específica.
Art. 2º - Os fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes ou
revendedores de produtos potencialmente perigosos do resíduo urbano serão
responsáveis pelo recolhimento, pela descontaminação e pela destinação
final destes resíduos, o que deverá ser feito de forma a não violar o meio
ambiente.
Parágrafo único - Os recipientes de coleta serão instalados em locais visíveis
e, de modo explícito, deverão conter dizeres que venham alertar e despertar a
conscientização do usuário sobre a importância e necessidade do correto fim
dos produtos e os riscos que representam à saúde e ao meio ambiente quando
não tratados com a devida correção.
- Lei Estadual nº 12.300/2006, institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e
define princípios e diretrizes com vistas à prevenção e ao controle da poluição, à proteção e à
recuperação da qualidade do meio ambiente, e à promoção da saúde pública, assegurando o
uso adequado dos recursos ambientais no Estado de São Paulo.
Art. 7º - Os resíduos sólidos que, por suas características exijam ou possam
exigir sistemas especiais para acondicionamento, armazenamento, coleta,
transporte, tratamento ou destinação final, de forma a evitar danos ao meio
ambiente e à saúde pública, serão definidos pelos órgãos estaduais
competentes.
Art. 20 - O Estado apoiará, de modo a ser definido em regulamento, os
Municípios que gerenciarem os resíduos urbanos em conformidade com
Planos de Gerenciamento de Resíduos Urbanos.
§ 1º - Os Planos referidos no "caput" deverão ser apresentados a cada quatro
anos e contemplar:
1. a origem, a quantidade e a caracterização dos resíduos gerados, bem como
os prazos máximos para sua destinação;
60
2. a estratégia geral do responsável pela geração, reciclagem, tratamento e
disposição dos resíduos sólidos, inclusive os provenientes dos serviços de
saúde, com vistas à proteção da saúde pública e do meio ambiente;
3. as medidas que conduzam à otimização de recursos, por meio da
cooperação entre os Municípios, assegurada a participação da sociedade
civil, com vistas à implantação de soluções conjuntas e ação integrada;
§ 3º - Os Municípios com menos de 10.000 (dez mil) habitantes de
população urbana, conforme último censo, poderão apresentar Planos de
Gerenciamento de Resíduos Urbanos simplificados, na forma estabelecida
em regulamento.
Art. 26 - A taxa de limpeza urbana é o instrumento que pode ser de ser
adotado pelos municípios para atendimento do custo da implantação e
operação dos serviços de limpeza urbana.
§ 2º - Poderão ser instituídas taxas e tarifas diferenciadas de serviços
especiais, referentes aos resíduos que:
1. contenham substâncias ou componentes potencialmente perigosos à saúde
pública e ao meio ambiente;
2. por sua quantidade ou suas características, tornem onerosas a operação do
serviço público de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos
resíduos urbanos.
Art. 35 - Os resíduos perigosos que, por suas características, exijam ou
possam exigir sistemas especiais para acondicionamento, armazenamento,
coleta, transporte, tratamento ou destinação final, de forma a evitar danos ao
meio ambiente e à saúde pública, deverão receber tratamento diferenciado
durante as operações de segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento, transporte, tratamento e disposição final.
Art. 44 - Os fabricantes, importadores ou fornecedores de produtos e
serviços que gerem resíduos potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou
ao ambiente devem informar à comunidade sobre os riscos decorrentes de
seu manejo, de maneira ostensiva e adequada.
Art. 45 - Os fabricantes e os importadores de produtos que gerem resíduos
potencialmente nocivos ao meio ambiente devem informar os consumidores
sobre os impactos ambientais deles decorrentes, bem como sobre o seu
processo de produção, por meio de rotulagem, em conformidade com os
critérios estabelecidos pelo órgão ambiental estadual competente.
Com relação a categorias especificas de RPD estudadas, a única contemplada
especificamente pela legislação brasileira são as pilhas e as baterias, tratadas por meio da
Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999
22
, que estabelece a obrigatoriedade de
procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente
22
Alterada pela Resolução n° 263/99 (acrescentado inciso IV no art. 6o).
61
adequada para pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio,
mercúrio e seus compostos.
A Agenda 21 (BRASIL, 1997), não constitui um instrumento legislativo, de aspecto
jurídico, contudo este documento orienta as ações para contribuir com o desenvolvimento
sustentável. O Capítulo 20 apresenta diretrizes para o adequado gerenciamento dos resíduos
perigosos.
O Capitulo 20 – Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos, incluindo
a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos, preconiza a promoção da
prevenção e redução ao mínimo dos resíduos perigosos, estabelecendo uma priorização das
ações:
[...] Reduzir, tanto quanto possível, a geração de resíduos perigosos, como
parte de um sistema integrado de tecnologias limpas;
Otimizar o uso dos materiais com a utilização, quando factível e
ambientalmente saudável, dos resíduos dos processos de produção;
Melhorar os conhecimentos e a informação sobre a economia da prevenção e
manejo dos resíduos perigosos [...]
Ainda destaca a importância da Promoção e fortalecimento da capacidade
institucional do manejo de resíduos perigosos.
[...] Meios científicos e tecnológicos
Os Governos, em colaboração com as organizações internacionais, devem
realizar pesquisas sobre os efeitos dos resíduos perigosos sobre a saúde nos
países em desenvolvimento, inclusive sobre os efeitos a longo prazo sobre a
criança e a mulher;
Os Governos e as organizações internacionais, em colaboração com a
indústria, devem ampliar suas pesquisas tecnológicas sobre manipulação,
armazenamento, transporte, tratamento e depósito ambientalmente saudável
dos resíduos perigosos e sobre a avaliação, manejo e reciclagem desses
resíduos;
As organizações internacionais devem determinar as melhores tecnologias
pertinentes para manipular, armazenar, tratar e depositar os resíduos
perigosos [...]
62
[...] Desenvolvimento dos recursos humanos
Aumentar a consciência e a informação públicas sobre as questões relativas
aos resíduos perigosos e promover o desenvolvimento e difusão de
informação sobre esses resíduos de forma compreensível para o público em
geral:
Aumentar a participação do público em geral, particularmente da mulher e
setores populares, nos programas de manejo dos resíduos perigosos [...]
Para que os objetivos da legislação brasileira sejam atingidos será necessária maior
eficiência nos processos de elaboração de programas adequados de gestão de RSU, maior
conhecimento da área de atuação, mais especialização de recursos humanos, estudos sobre as
técnicas de reciclagem e, ainda, um maior esclarecimento da população sobre os problemas
relacionados aos RPD.
Assim, a legislação brasileira atual faz menção à importância da prevenção da
poluição, a minimização de resíduos, ao reuso e a reciclagem destes, e ainda estabelece as
obrigações de cada ator deste sistema, delegando as responsabilidades para cada um. Estes
regulamentos ainda oferecem diretrizes para a elaboração de um plano de gestão integrada
para os resíduos sólidos e para os resíduos especiais, dentre estes os RPD.
Contudo, a existências destas legislações não garantem a operacionalidade do
sistema, devendo o Poder Público atuar como articulador e fiscalizador das atividades
previstas.
63
4. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desta pesquisa, elaborou-se uma metodologia que envolveu
diversas etapas, cada qual com suas atividades, que será descrita neste capitulo.
4.1. Revisão da literatura
Para a formação da base conceitual, visando a definição de termos e conceitos, bem
como a interdependência destes, realizou-se uma ampla pesquisa da literatura pertinente,
focando os seguintes assuntos:
Resíduos perigosos domiciliares - RPD;
Levantamento preliminar dos impactos dos RPD no meio ambiente e na saúde
humana;
Gestão e gerenciamento de resíduos perigosos domiciliares;
Instrumentos legislativos para gestão de resíduos sólidos;
Prevenção à poluição na gestão de RPD;
Experiências de gerenciamento de RPD;
Para tal, consultou-se diversas fontes de informações como livros, teses, dissertações,
artigos técnicos-científicos, revistas, encontradas em bibliotecas de universidades, sítios da
Internet (rede mundial de computadores), órgãos governamentais, entre outros.
A revisão da literatura auxiliou no planejamento da pesquisa, pois possibilitou a
investigação dos temas relativos dos itens 4.2 ao 4.6, deste capítulo, descritos a seguir.
4.2. Planejamento da pesquisa
O planejamento da pesquisa incluiu o levantamento de diversas informações de
caráter técnico e operacional para execução das etapas de caracterização física dos RPD
provenientes da coleta convencional e seletiva e ainda para a aplicação do questionário `a
população. Para a obtenção destas informações foram consultadas as seguintes fontes:
64
a) Prefeitura Municipal de São Carlos
- Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável:
autorização para a realização da pesquisa no aterro sanitário, informações sobre o
gerenciamento dos RSU no município, política ambiental, dados sobre geração de resíduos e
custos referente a coleta;
- Secretaria Municipal de Habitação (Divisão de Cadastro): obtenção do número de
habitações horizontais no setor de interesse, visando o dimensionamento da amostra para
aplicação do questionário.
b) Empresa VEGA Engenharia Ambiental
Na empresa concessionária Vega Engenharia Ambiental, que realiza a coleta nos 15
setores em que está dividida a área urbana da cidade, foram obtidas informações sobre: os
setores de coleta convencional, os dias e horários de coleta, características dos veículos
coletores (tipo, número e capacidade), bairros com os resíduos coletados por cada caminhão
coletor utilizado para a retirada da amostra e autorização para a realização da pesquisa no
aterro sanitário.
c) Cooperativas de coleta seletiva
O Município conta com três cooperativas de coleta seletiva com as quais se
estabeleceu parceria para as caracterizações dos resíduos realizadas na sede de cada
cooperativa.
4.3. Caracterização física dos RPD no aterro sanitário
Os resíduos sólidos urbanos do Município de São Carlos – SP são coletados pelo
sistema denominado porta-a-porta, pela Empresa Vega Engenharia Ambiental que utiliza
caminhões compactadores para transportar os resíduos ao aterro sanitário do município.
A coleta abrange 100% da área urbana, dividida em 15 setores, conforme
apresentado na Figura 8, no Capítulo de Resultados.
A metodologia utilizada para a caracterização dos RPD no aterro sanitário, foi
baseada e adaptada da metodologia utilizada por Gomes (1989). Seguiu-se ainda, as
recomendações do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, 2000) e da Norma ABNT NBR
10.007 (2004).
65
4.3.1. Definição do número de amostras
Para a representatividade da amostra, frente ao montante de resíduos sólidos da
coleta convencional de resíduos do município, foram considerados todos os setores de coleta
convencional, no total de 15 setores, que subdividem a área urbana do Município.
Estes setores foram propostos pela Empresa VEGA Engenharia Ambiental e
adotados para a coleta dos resíduos. Ainda, considerou-se os fatores sazonalidade e clima e
desta forma a caracterização física foi realizada nos períodos de inverno (outono e inverno) e
verão (primavera e verão).
Assim, para cada um dos setores existentes foram realizadas 2 (duas) caracterizações
físicas, definindo o total de 30 (trinta) amostras, que foram caracterizadas no período de junho
a dezembro de 2005.
Após a definição do número da amostra, determinou-se o tamanho da mesma.
4.3.2. Tamanho da amostra
Segundo Matos
23
(2006) o intervalo de 91 a 140 kg para o peso das amostras de
resíduos sólidos é recomendado, pela Norma ASTM
24
D 5231-92 (2003).
Para a execução da caracterização determinou-se uma amostra média de 200 kg, para
cada setor, em cada uma das caracterizações.
4.3.3. Procedimento de obtenção da amostra
Para a retirada da amostra, selecionou-se um caminhão coletor no aterro sanitário,
devidamente identificado com a massa dos resíduos contida no caminhão, data da coleta, o(s)
setor(es) e os respectivos bairros onde ocorreu a coleta.
O conteúdo do caminhão era despejado em um local plano e isolado e no primeiro
momento retirou-se deste montante de resíduos os materiais volumosos, tais como pedaços de
madeira, restos de moveis, pneus e outros.
Considerando as orientações da Norma NBR 10.007 (2004) de três partes diferentes
(topo, meio e base) do monte de resíduos retirou-se cerca de 400 kg, que foram dispostos em
4 montes de 100 kg cada. Para a pesagem utilizou-se balança da marca Toledo do Brasil,
23
MATOS, T.F.L. Diagnóstico dos resíduos polímericos presentes nos resíduos sólidos domiciliares gerados
em São Carlos, SP, 2006, cujo trabalho de caracterização foi realizado juntamente com o da presente pesquisa.
24
Standard Test Method for Determination of the Composition of Unprocessed Municipal Solid Waste.
66
modelo 2095 dd/IU, alimentada por um aparelho Nobreak, marca Ragtek Ind. Com. Sistemas
Elétricos, modelo Elite 500.
Na seqüência, todas as embalagens plásticas (sacos de lixo) foram abertas para
possibilitar a homogeneização dos resíduos em cada monte.
Após a homogeneização dos resíduos, realizou-se o quarteamento individual dos 4
montes, separando-os em quatro partes iguais, de 50 kg cada, desprezando duas partes, em
posições opostas de cada monte, resultando em quatros montes de 50 kg.
As quatro partes que restaram, após a homogeneização, formaram a amostra final a
ser caracterizada, com massa aproximadamente de 200 kg.
4.3.4. Procedimento na caracterização
Após o quarteamento, a amostra de 200 kg foi cuidadosamente segregada,
manualmente, em várias categorias, dentre elas: papel/papelão, metais, vidros, plásticos,
rejeitos, orgânicos e perigosos.
Para a separação dos RPD considerou-se as seguintes sub-categorias: pilhas,
medicamentos, material de resíduos de serviço de saúde – RSS (seringas, agulhas e outros),
aerossóis, tintas/vernizes/esmaltes/solventes, lâmpadas, baterias, colas e inseticidas,
estabelecidas pela presente pesquisa, conforme ilustra a Figura 6.
O conjunto dos RPD encontrado em cada caracterização foi pesado e contabilizado
por sub-categorais, em unidades. Estes dados foram tabulados e analisados estatisticamente e
são apresentados no capítulo de Resultados e Discussões.
67
Figura 6 – Esquema das sub-catetgorias de RPD consideradas na caracterização no aterro sanitário, no
Município de São Carlos - SP.
Posteriormente, a fração de resíduos RPD foi comparada considerada frente aos
resíduos sólidos urbanos do município.
4.3.5. Seleção dos resíduos perigosos a serem priorizados pelo programa de
gerenciamento de RPD
Os resíduos perigosos encontrados foram analisados quanto a quantidade encontrada
nas caracterizações no aterro sanitário, nos respectivos períodos de trabalho de campo. A
priorização, ou hierarquização da importância de cada categoria de RPD encontrada se deu
após a análise estatística dos dados.
4.4. Caracterização física dos RPD nas centrais de triagem da coleta seletiva
A caracterização dos resíduos sólidos coletados pelas cooperativas de coleta seletiva
do município visou verificar a presença de resíduos perigosos domiciliares, nos resíduos
segregados diretamente na fonte geradora (sociedade). Inicialmente, a metodologia seria
análoga a utilizada para os resíduos proveniente do aterro sanitário, realizando-se uma
caracterização para inverno e outra para o verão.
Amostra total de resíduos
sólidos urbanos
Resíduos Perigosos
Domiciliares - RPD
Pilhas
Medicamentos
Aerossóis
Tintas/vernizes/esmaltes/solventes
Baterias
Inseticidas
Material de RSS - agulhas/seringas/curativos
Colas
Lâmpadas
68
Contudo, realizou-se a caracterização referente ao período de inverno nas três
cooperativas existentes no município e uma caracterização referente ao período de verão,
devido a problemas operacionais com duas cooperativas.
4.4.1. Preparação da amostra – coleta seletiva
Todo o material reciclável coletado pelas cooperativas, no período de uma semana,
serviu como base de investigação, constituindo a amostra.
Estabeleceu-se um procedimento diferenciado, do trabalho corriqueiro, de triagem
nas cooperativas, durante a semana de caracterização, a fim de padronizar a separação dos
recicláveis, visto que cada cooperativa adotava uma metodologia própria de triagem.
O procedimento padronizado de triagem foi estabelecido em:
a) Diariamente a massa e o volume dos materiais recicláveis coletados foram
anotados anteriormente a caracterização;
b) Triagem dos resíduos, nas categorias: papel/papelão, vidro, tetra-pak, metal,
rejeitos, plástico rígido, plástico filme e perigosos. Os resíduos triados eram armazenados em
sacolas, denominadas big bag (1,10 m x 0,80 m x 0,90 m), em média, para os resíduos em
grandes volumes e em caixas de papelão para pequenas quantidades.
c) Pesagem dos RPD domiciliares triados;
d) As categorias encontradas foram contabilizadas por unidades.
4.4.2. Validação dos dados da coleta seletiva
Para verificação da validade dos resultados da caracterização dos RPD provenientes
da coleta seletiva utilizou-se a análise estatística. Contudo, o período amostrado foi pouco
para realizar uma extrapolação dos dados para compreender o comportamento dos RPD no
município, servindo apenas de dados indicativos, principalmente nos resultados referente as
duas cooperativas, onde realizou a caracterização em apenas um período.
4.5. Avaliação da percepção da população em relação aos RPD
Para avaliar o conhecimento da população quanto aos RPD e a sua participação em
um possível programa de gerenciamento destes, elaborou-se um questionário (Apêndice A),
adaptado do trabalho de Villela (1998), que foi aplicado em 100 residências nas regiões
central e adjacentes ao bairro Vila Nery (Vila Santo Antonio, Vila Arnaldo, Vila Derigge,
Chácara Parollo, Vila Faria, Vila Max, Chácara do Parque, Chácara São João) em São Carlos,
69
mesma área utilizada para a aplicação do questionário, no ano de 2001, anteriormente a
implantação do programa piloto da coleta seletiva no município.
4.5.1. Seleção da amostra para aplicação do questionário
Para seleção da amostra, ou seja, do número de questionários a ser aplicado,
requisitou-se a Divisão de Cadastro, da Prefeitura Municipal de São Carlos o número de
habitações horizontais na área a ser investigada, descrita anteriormente, com área total de
3,195 km
2
, segundo a empresa VEGA Engenharia Ambiental (informação pessoal
25
).
Por meio da Equação 1 (KREJCIE & MORGAN
26
, 1970 apud VILLELA, 1998),
calculou-se o número de questionários a serem utilizados:
s = X
2
NP(1-P)/[d
2
(N-1)+X
2
P(1-P)] Eq. (1)
Onde:
s = tamanho da amostra referida
X
2
= 3,841 (valor de tabela do qui-quadrado para 1 grau de liberdade)
N = tamanho da população
P = proporção da população (assumida como 0,50 uma vez que este valor fornece a
maior amostra possível)
d = índice de precisão (10%)
Para determinar a amostra utilizou-se o tamanho da população, que neste caso é
representado pelo número de habitações da área escolhida, sendo o valor de N igual a 3.078
(três mil e setenta e oito) residências horizontais, o que excluiu edifícios de apartamentos e
estabelecimentos comerciais, chegando ao valor da amostra igual a 93 questionários e para
efeitos práticos, aproximou-se para 100 questionários.
25
Informação recebida por e-mail, enviado por mcicconi@vega.com.br. Em: 03/05/06.
26
KREJCIE, MORGAN. Determining sample size for research activities. Education and psychological
measurement, volume 30, 1970.
70
4.5.2. Aplicação dos questionários
Os questionários foram aplicados em campo, durante o período de maio e agosto de
2006.
A aplicação do questionário obedeceu ao método de amostragem aleatória simples,
onde cada residência apresentava a mesma chance de ser selecionada para responder o
questionário.
Os membros voluntários para a aplicação do questionário, receberam instruções
sobre o preenchimento do mesmo, visando a padronização da forma de abordagem da
população. Estes voluntários integram o Programa USP recicla, da Escola de Engenharia de
São Carlos, tendo familiaridade com o tema resíduos sólidos.
A região de interesse foi dividida em 10 sub-áreas. A cada dia de atividade em
campo, um pesquisador iniciava seu trabalho em uma das sub-áreas e após escolher
arbitrariamente a primeira casa, mantinha-se um intervalo constante de 10 casas sem
responder e a próxima era escolhida.
As respostas dos questionários foram sistematizadas e encontram-se no Capítulo de
Resultados e Discussões.
4.6. Estratégias para elaboração do programa de gerenciamento municipal de resíduos
perigosos de origem domiciliar
A fim de fornecer estratégias para o programa de gerenciamento de RPD baseou-se
nas etapas de elaboração de programas de P2 apresentados pela EPA (2001) e Newton (1990),
que envolveu as seguintes ações:
4.6.1. Identificação de oportunidades
O levantamento de dados realizado constitui nos itens 4.1 a 4.5, deste Capítulo,
considerando a área urbana do município.
A integração dessas informações subsidiou a elaboração das estratégias para um
possível programa de gerenciamento de RPD.
4.6.2. Seleção de oportunidades
A análise das informações quantitativas sobre a fração de RPD considerada frente
aos resíduos sólidos urbanos do município e a seleção dos resíduos perigosos, a serem
71
priorizados pelo programa de gerenciamento de RPD, foi possibilitada pela análise estatística
dos dados das caracterizações no aterro sanitário e nas centrais de triagem da coleta seletiva.
A análise elaborada pela pesquisa não incluiu a análise econômica e de custos, visto
que esses dados dependem da época da implementação do programa de gerenciamento de
RPD.
4.6.2.1. Análise estatística
Com o intuito de compreender o comportamento dos setores de coleta convencional
e dos itens dos RPD encontrados, realizou-se a análise estatística exploratória dos dados, que
compreendeu teste de hipóteses, MANOVA (Análise de Variância Multivariada) e ACP
27
(Análise de Componentes Principais).
a) Coleta Convencional
Inicialmente realizou-se uma MANOVA seguida do teste de hipótese para avaliar se
o fator SAZONALIDADE indicava diferença significativa entre as duas épocas de coleta
(inverno e verão). Para tanto adotou-se a probabilidade de p<0,05, ou seja, margem de
confiança de 95%.
Para verificar se os setores apresentavam diferença estatística significativa, o mesmo
procedimento foi adotado: teste de hipótese com p<0,05 e MANOVA.
Uma vez respondido as questões sobre diferença significativa entre sazonalidade e
setores o passo seguinte foi a realização da ACP.
Essa análise é um método de ordenação descrito por Karl Pearson (1901) e que
segundo Lopes (2007; p. 95):
consiste em uma auto-análise de uma matriz de correlação ou
variância/covariância calculada a partir dos dados originais. A PCA gera
vários resultados, denominados autovalores, que significam quanto cada eixo
da PCA explica a variação dos dados. O auto valor do primeiro eixo é maior
que do segundo eixo e assim por diante. Espera-se que os dois ou três
primeiros eixos expliquem 60% ou mais da variação.
Para este conjunto de dados, adotou-se o número máximo de 3 eixos de referência e
uma seleção de cargas a partir de 0,6. Assim, todas as cargas 0,6 foram indicativas de
27
Na Língua Inglesa a sigla equivalente é PCA - Principals Components Analyses.
72
variável importante para a análise e por isso, são responsáveis pela distribuição dos dados de
RPD na coleta convencional de resíduos sólidos no município.
b) Coleta Seletiva
Para verificação da existência de diferenças significativas entre as cooperativas do
Município, a metodologia adotada também foi a mesma do item anterior (Teste de hipótese e
MANOVA).
Após a determinação dos testes, seguiu-se a ACP para os dados da coleta seletiva,
com os mesmos critérios do item Coleta Convencional.
4.6.3. Revisão teórica das alternativas viáveis para o programa de gerenciamento de
RPD
Seguindo a metodologia de elaboração do plano de prevenção à poluição, nesta fase
realizou-se as análises dos aspectos técnicos e ambientais para os RPD identificados na etapa
anterior.
Para tal, as informações foram dispostas em uma tabela, com uma linha para cada
tipo de RPD selecionado, para uma melhor visualização entre as alternativas técnicas,
legislação pertinente e seus respectivos impactos no ambiente, baseada na hierarquia
apresentada pela análise estatística.
4.6.4. Elaboração das diretrizes para o programa de gerenciamento de RPD
Estas diretrizes sintetizam as informações sobre os RPD, visando estimular o
adequado gerenciamento dos RPD, prevenindo ou minimizando os impactos no meio
ambiente.
73
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este capítulo destina-se a apresentação e discussão dos resultados obtidos no
desenvolvimento desta pesquisa.
5.1. Caracterização do Município de São Carlos – SP
O município de São Carlos esta localizado na região central do Estado de São Paulo,
nos limites de coordenadas geográficas 47º30´ e 48º30´ Longitude Oeste,
21º30´ e 22º30´ Latitude Sul. Seus municípios limítrofes são: Ibaté, Itirapina, Rincão, Santa
Lúcia, Analândia, Luís Antônio, Araraquara, Descalvado, Brotas, Américo Brasiliense e
Ribeirão Bonito (PMSC
28
, 2008). A sede do Município pertence à área da Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI-13 da Bacia Tiête/Jacaré (COMITEPCJ
29
,
2008).
A altitude média é de 856 metros, sendo a mínima de 520 metros e máxima de 1.000
metros apresentando clima temperado de altitude, com verão chuvoso e inverno seco (PMSC,
2008).
As principais características sobre a área territorial e a população estão descritas na
Tabela 15.
28
Sítio oficial na Rede Mundial de Computadores (Internet). Prefeitura Municipal de São Carlos. Disponível em:
<http://www.saocarlos.sp.gov>. Acesso em:18/04/08.
29
Sítio disponível na Rede Mundial de Computadores (Internet). Comitê da Bacia do Piracicaba, Capivari,
Jundiaí. Disponível em: <http://www.comitepcj.sp.gov.br/download/PERH/04-07_UGRHI-13.pdf>. Acesso em:
06/05/08.
74
Tabela 15 - Principais características do Município de São Carlos.
Variável Valor Fonte
Área territorial 1.141 km
2
IBGE, 2002b
Área urbana 68,45 km
2
IBGE, 2002c
Área rural 1.072,46 km
2
IBGE, 2002c
População 212.956 habitantes IBGE, 2002c
População residente na área urbana 183.433 IBGE, 2002c
População residente na área rural 9.565 IBGE, 2002c
Taxa geométrica anual da população (2000-
2007)
1,94% a.a. SEADE, 2008
Domicílios particulares permanentes 55.356 IBGE, 2002c
Domicílios particulares permanentes - com
rendimento domiciliar
54.559 IBGE, 2002b
Famílias residentes - domicílios particulares 58.722 IBGE, 2002b
Domicílios na área urbana 55.486 IBGE, 2004
Domicílios na área rural 21.489 IBGE, 2004
Nas Tabelas 16 e 17 estão representados, respectivamente, a ocupação das pessoas
residentes no Município de São Carlos, SP e os dados sobre o gerenciamento de resíduos
urbanos.
Tabela 16 - Ocupação das pessoas residentes no Município de São Carlos, SP.
Variável Valor
Pessoas em idade ativa têm ocupação formal na
indústria
33,69 %
Pessoas com ocupação formal no comércio 25,36%
Pessoas com ocupação formal na administração
pública
5,15%
Pessoas com ocupação formal na educação 5,14%
Fonte: IBGE, 2002b.
75
Tabela 17 - Gerenciamento de resíduos urbanos no Município de São Carlos, SP.
Variável Valor
Domicílios permanentes da área urbana com
resíduos coletados
99,6 %
Domicílios permanentes da área urbana com
resíduos queimados ou enterrados
0,2%
Domicílios permanentes da área urbana com
resíduos dispostos de outra forma
0,2 %
Domicílios permanentes da área rural com
resíduos coletados
40,6%
Domicílios permanentes da área rural com
resíduos queimados ou enterrados
51,8 %
Domicílios permanentes da área rural com
resíduos dispostos de outra forma
7,7 %
Fonte: Tabela 8 (IBGE
30
, 2002d).
A composição dos resíduos sólidos urbanos, segundo a caracterização realizada por
Fresca (2007), é dada da seguinte forma (Tabela 18):
Tabela 18 – Composição física dos RSU no Município de São Carlos, segundo a
caracterização realizada em 2005.
Material Composição
Média final (%)
Matéria Orgânica 58,78
Papel e papelão 6,44
Embalagem cartonada 0,94
Vidro 1,61
Plástico rígido 6,17
Plástico flexível 2,84
Alumínio e metal 1,57
Outros 21,64
Fonte: FRÉSCA
31
, 2007.
Grande parte da composição dos RSU no Brasil é apresentada conforme a Tabela 18.
A fração de RPD encontra-se dentro do item outros, e em alguns casos, pode estar no item
rejeitos. Investigar qual a parcela de RPD abre a possibilidade do planejamento para seu
30
Indicadores sociais municipais: uma análise dos resultados da amostra do censo demográfico 2000.
31
FRÉSCA. F.R. Estudo da geração de resíduos sólidos domésticos no município de São Carlos, SP, a
partir da caracterização física, cujo trabalho de caracterização foi realizado juntamente com o da presente
pesquisa.
76
adequado gerenciamento. No município, praticamente todos os domicílios da área urbana tem
os resíduos sólidos coletados seria um avanço para a gestão ambiental local.
A presença e a importância dos RPD no município já foram reconhecidas inclusive
com a instalação de recolhimento de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Entre os anos
de 2002 e 2004, um programa de entrega voluntária de RPD resultou de uma parceria entre a
Prefeitura Municipal, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, a Universidade de São Paulo – USP, a
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar e o Serviço Social da Indústria – SESI.
Contudo, houve uma falha no planejamento deste gerenciamento visto que os RPD recolhidos
foram encaminhados a locais de armazenamento temporário (não adequados ou licenciados)
onde foram se acumulando representando um problema a ser resolvido. Para encaminhar estes
resíduos a Prefeitura Municipal precisou arcar com as despesas de transporte e de
encaminhamento para uma indústria de reciclagem, que se localizava em outro município.
Assim, verifica-se que o desejo de implementar um programa para coleta dos RPD
não é suficiente para o sucesso do mesmo, o que enfatiza a importância do diagnóstico e do
estudo das melhores estratégias de ação, considerando os aspectos operacional/institucional,
legislativo e social.
5.2. Legislação Ambiental
A análise da legislação ambiental do município visou identificar os meios que
poderão ser utilizados para o incentivo da coleta diferenciada de RPD e posterior tratamento,
bem como, verificar se o aparato legal apresenta a preocupação com a prevenção a poluição.
O Município conta com várias Leis que indicam a atenção aos RPD. Este fato mostra
que a política ambiental tem acompanhado as tendências internacionais na gestão e no
gerenciamento de resíduos sólidos e no caso particular desta pesquisa, para os resíduos
perigosos domiciliares.
Neste contexto, destacam-se as seguintes Leis:
- Lei Nº 34/90 - Lei Orgânica – Dispõe sobre a organização do Município de São
Carlos.
Art. 251 – Os critérios, os locais e as condições de deposição final de
resíduos sólidos domésticos, industriais e hospitalares deverão ser definidos
por análise técnica, geográfica e geológica, priorizando a reciclagem de
materiais.
Art. 260 – A política tributaria municipal devera, na forma da lei,
possibilitar a concessão de benefícios fiscais, como forma de estimulo as
77
atividades que contribuam para manutenção, melhoria da qualidade
ambiental ou utilização sustentada dos recursos naturais.
- Lei Nº 11.236/96 – Política Municipal de Meio Ambiente - Dispõe sobre a Política
de proteção, controle e conservação do Meio Ambiente e melhoria da qualidade de vida do
Município de São Carlos.
- Lei Nº 11.576/1998 – Autoriza a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos
a executar programas e fiscalizar a separação do “lixo ordinário” e do “lixo especial”, além de
disciplinar a coleta seletiva em todo o município.
- Lei Nº 12.300/1999 – Dispõe sobre a instalação dos recipientes coletores de
baterias de aparelhos de telefonia móvel e pilhas.
- Lei Nº 14.318/2007 - Dispõe sobre a responsabilidade da destinação de lâmpadas
usadas e dá outras providências, tendo como base a Logística Reversa, onde são destacados os
seguintes artigos:
Art. 1º determina que as empresas fabricantes, importadoras, distribuidoras
ou revendedoras de lâmpadas que contenham em suas composições mercúrio
e seus compostos, tais como lâmpadas fluorescentes, vapor de mercúrio,
vapor de sódio, de luz mista, etc., com sede no Município de São Carlos,
responsáveis por dar destinação ambientalmente correta e dentro das normas
e tecnologias atuais, a esses produtos, mediante procedimentos de coleta,
reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final, após seu
esgotamento energético ou vida útil e a respectiva entrega pelos usuários aos
estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica
autorizada.
Art. 2º Os estabelecimentos que comercializam os produtos objeto desta
Lei, a rede de assistência técnica autorizada pelos fabricantes e os
importadores, ficam obrigados a aceitar a devolução das unidades usadas,
bem como aquelas cujas características sejam similares.
Art. 3º As lâmpadas, recebidas na forma do artigo 2º desta Lei, serão
acondicionadas adequadamente e armazenadas de
forma segregada, até que
sejam repassadas aos fabricantes ou importadores, ou dada destinação
ambientalmente correta das mesmas, a fim de que sejam cumpridas as
determinações desta Lei.
Ainda, segundo o Artigo 4º fica proibida, como forma de destinação final para
lâmpadas, o lançamento “in natura” a céu aberto, a queima a céu aberto ou em recipientes,
instalações ou equipamentos não adequados, conforme legislação vigente, o lançamento em
qualquer área, mesmo que abandonada, ou em áreas sujeitas a inundações.
Para a implantação dos itens determinados por meio desta legislação, verifica-se uma
lacuna, pois os fabricantes obrigados a receber as lâmpadas pós-consumo.
78
- Projeto de Lei
32
– Dispõe sobre a Política Municipal de limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos e dá outras providências, em tramitação na Câmara Municipal.
A seguir, citam-se alguns artigos devido a estreita relação com o tema desta pesquisa,
pois esta legislação, se aprovada, fomenta a implementação de um gerenciamento aos RPD,
considerando desde estímulos a estudos de diagnósticos para os resíduos sólidos a meios de
implementação prática, incluindo ainda a abordagem da minimização de resíduos preconizada
pela P2.
Art. 5º. São objetivos e diretrizes da organização da Política Municipal de
Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos além daqueles estabelecidos
na Lei Orgânica e no Plano Diretor do Município:
I - o incentivo à coleta seletiva dos resíduos recicláveis;
II - a responsabilização pós-consumo do produtor, pelos produtos e
serviços ofertados;
III - a individualização dos resíduos produzidos e a responsabilização
de seus geradores;
IV - a responsabilização objetiva dos agentes econômicos e sociais
por danos causados ao meio ambiente e à saúde pública;
V - a auto-suficiência do Município e a cooperação deste com outros
municípios e entes federativos;
VI - a promoção de padrões ambientalmente sustentáveis de produção
e consumo;
VII - a compatibilidade e simultaneidade entre a expansão urbana e a
prestação dos serviços de limpeza pública;
VIII - a articulação e a integração das ações do Poder Público, dos
agentes econômicos e dos segmentos organizados da sociedade civil;
IX - a cooperação com os órgãos do Poder Público Estadual e
Federal;
X – a destinação final dos resíduos coletados de forma
ambientalmente adequada;
XI – a orientação permanente quanto ao descarte adequado dos
resíduos;
XII – o incentivo à segregação dos resíduos em sua geração;
XIII – o incentivo à reciclagem e à compostagem.
Art. 6° - Os resíduos sólidos podem ser classificados em 02 (dois) grupos:
I - resíduos sólidos urbanos;
II -resíduos sólidos especiais.
Art. 8° - Os resíduos sólidos especiais, identificados pela sigla RSE,
abrangem:
II - o lixo perigoso produzido em unidades industriais ou descartado
em residências, comércios ou prestadores de serviços e que apresente
ou possa apresentar riscos potenciais à saúde pública ou ao meio
32
Revoga as seguintes Leis: Lei Municipal n° 11.338, de 16 de setembro de 1997; Lei Municipal n° 11.576, de
04 de junho de 1998; Lei Municipal n° 12.350, de 05 de janeiro de 2000; Lei Municipal n° 12.464, de 07 de abril
de 2000; Lei Municipal n° 12.465, de 07 de abril de 2000; Lei Municipal n° 13.173, de 26 de junho de 2003; Lei
Municipal n° 13.457, de 17 de novembro de 2004.
79
ambiente, devido à presença de agentes biológicos ou às suas
características físicas e químicas;
Art. 10 - Entende-se por coleta o conjunto de atividades para remoção dos
resíduos devidamente acondicionados e dispostos no logradouro, mediante o
uso de equipamentos ou veículos apropriados para tal.
Parágrafo único. A coleta poderá ser de 03 (três) tipos:
I - coleta regular, para remoção dos resíduos sólidos urbanos - RSU,
por intermédio do órgão ou entidade competente;
II - coleta especial, para remoção dos resíduos sólidos especiais -
RSE, por intermédio do órgão ou entidade municipal competente ou
empresa habilitada e credenciada para tal ou ainda pelo próprio
gerador;
III - coleta seletiva, para recolhimento de resíduos recicláveis, por
intermédio do órgão ou entidade municipal competente ou de
associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis.
Art. 14 - Entende-se por tratamento ou beneficiamento o conjunto de
atividades de natureza física, química ou biológica, realizada manual ou
mecanicamente com o objetivo de alterar qualitativa ou quantitativamente as
características dos resíduos, com vistas à sua redução ou reaproveitamento
ou valorização ou ainda para facilitar sua movimentação ou sua disposição
final.
Art. 28 – O Programa Municipal de Redução e Controle de Resíduos
Futuro Limpo tem por objetivo a implementação de ações que visem a
minimização da geração de resíduos e a maximização do encaminhamento
destes para a cadeia produtiva de reciclagem.
Art. 56 - A gestão dos resíduos sólidos especiais definidos no artigo 8°,
incluindo o manuseio, coleta, transporte, valorização, tratamento e
disposição final, é de responsabilidade dos seus geradores.
Art. 57 - Compete ao Poder Público estabelecer normas técnicas e
procedimentos operacionais para o manuseio, coleta, transporte, valorização,
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos especiais, sempre que for
de seu interesse e em conformidade com a legislação ambiental.
Art. 76 - Compete ao órgão regulador:
I – supervisionar, controlar e avaliar, no âmbito do Município de São
Carlos, as ações e atividades decorrentes do cumprimento das
legislações pertinentes à limpeza pública e ao manejo de resíduos
sólidos;
II – regular, disciplinar, em caráter normativo, bem como fiscalizar,
com poder de polícia, os serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos pelos seus prestadores no Município de
São Carlos;
III – conceder, permitir e autorizar os serviços públicos de limpeza
urbana e de manejo de resíduos sólidos e celebrar os respectivos
contratos de concessão e permissão, em conformidade com a
legislação vigente;
80
IV – estabelecer padrões de qualidade e de eficiência para a prestação
dos serviços, metas progressivas e graduais de expansão dos serviços,
observado o disposto nas normas legais e regulamentares pertinentes;
V – realizar ou promover estudos técnicos para subsidiar a definição
de padrões de qualidade referidos no inciso IV;
VI – planejar e promover ações destinadas a reduzir o volume de
resíduos sólidos produzidos no Município de São Carlos, bem como
conscientizar a população das noções básicas de reciclagem e coleta
seletiva;
VII – realizar ou promover a elaboração de estudos técnicos para
subsidiar a aplicação de recursos financeiros do Município de São
Carlos em obras e serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos na região; e
VIII – celebrar convênios, contratos ou qualquer espécie de parceria
com entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, com
a finalidade de desenvolver seus trabalhos e atender às necessidades
da população, respeitada a legislação em vigor.
5.3. Gerenciamento atual de resíduos sólidos domiciliares no Município
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia -
PMSC (2007) (informação pessoal
33
), no ano de 2005, a geração de resíduos sólidos no
município foi de 135,01 t/dia, em média, ou 4.106,68 t/mês ou 0,675 kg/hab/dia.
A empresa Vega Engenharia Ambiental é responsável pela coleta, transporte,
tratamento e disposição final os resíduos sólidos domiciliares – RSD e dos resíduos de serviço
de saúde - RSS e ainda pela a operação do aterro sanitário, pelo período de 2002 a 2007. O
custo médio mensal destes serviços foi de R$ 463.258,48, em 2005. A Figura 7 apresenta a
vista aérea do aterro municipal de São Carlos.
Figura 7 – Vista aérea do aterro municipal de São Carlos. Cedida pelo Sr. Miguel Venditi, 2004.
33
Informação pessoal enviada por e-mail: car[email protected].br. Em: 25/10/07.
81
Neste mesmo ano, o gasto anual estimado pela Prefeitura com os serviços de limpeza
pública e/ou coleta, transporte de RSD e de RSS e operação do aterro estimado foi da ordem
de R$ 5.559.101,74, sem considerar os custos de limpeza pública urbana, pois não existem
dados integrados dos gastos com estes serviços entre as Secretarias Municipais.
A quantidade de resíduos sólidos domiciliares, de RSS e de origem particular que
foram dispostos no aterro sanitário, em 2005, estão apresentados na Tabela 19.
Tabela 19 – Quantidade de resíduos municipais dispostos no aterro sanitário em 2005.
Ano de 2005 Quantidade (toneladas)
Mês Residencial RSS Particular Operação
Janeiro 4.571,45 33,72 546,42 5.117,87
Fevereiro 3.917,72 27,51 416,23 4.333,95
Março 4.214,75 30,68 528,67 4.743,42
Abril 3.970,63 28,94 438,16 4.408,79
Maio 3.963,71 29,55 438,50 4.402,21
Junho 3.812,62 30,58 544,05 4.356,67
Julho 3.779,71 29,02 404,36 4.184,07
Agosto 4.066,42 31,78 264,67 4.331,09
Setembro 3.929,89 31,73 238,17 4.168,06
Outubro 4.170,64 30,11 238,73 4.409,37
Novembro 4.170,81 28,35 253,28 4.424,09
Dezembro 4.711,77 29,43 308,49 5.020,26
TOTAL 49.280,12 361,40 4.619,73 53.899,85
MÉDIA 4.106,68 30,12 384,98 4.491,65
Fonte: PMSC, 2007.
5.3.1. Setores de coleta convencional
A coleta regular dos resíduos sólidos domiciliares é realizada em 100% das
residências pela empresa Vega Engenharia Ambiental, nos 15 setores que compõem a área
urbana, conforme está apresentado na Figura 8.
82
Figura 8 – Coleta convencional de São Carlos, SP – Setores.
Fonte: Adaptado de Vega Engenharia S/A (2003)
Obs.: Sem Escala
83
A Tabela 20 mostra a divisão dos setores, os bairros que os compõem, a freqüência e
turno de coleta.
Tabela 20 – Setores da coleta domiciliar, bairros atendidos, freqüência e turno de coleta
(Continua).
Setores Bairros Atendidos Freqüência Turno
1
Vila Prado, Bela Vista, Boa Vista, Vila Pelicano, Vila
Palmares, Conjunto Habitacional Silvio Vilari, Jardim
São Carlos
Diário
Noturno
2
Vila Nery, Vila Monteiro, Vila Monteiro Gleba II,
Centreville, Parque Anhambi, Jardim Citelli, Vila
Faria, Vila Rancho Velho, Condomínio Dom Bosco
Diário
Noturno
3
São Carlos Club, Jardim Betânia, Parque São Vicente
de Paula, Vila Elisabeth, Jardim Macarenco, Vila
Costa do Sol, Chácara Paraíso, Vila Laura
Diário
Noturno
4
Jardim Paraíso, Parque Santa Mônica, USP, Parque
Arnold Schimid, Solar dos Engenheiros
Vila São Gabriel, Parque Estância Suíça, Jardim real,
Santa Maria I, Vila Jacobucci, Vila Nossa Senhora de
Fátima, Vila Vista Alegre
3ª , 5ª feira e
sábado
Noturno
5
Parque Faber I e II, Jardim Gibertoni, Jardim Paulista,
Jardim Ricetti, Vila Carmem
Bicão, Jardim São Paulo, Vila Irene, Vila Alpes, Vila
Marcelino, Jardim Mercedes Loteamento D’Aquino,
Jardim Mara Alice
3ª , 5ª feira e
sábado
Noturno
6
Recreio dos Bandeirantes, Jardim Botafogo, Conjunto
Habitacional COHAB, Bicão, Jardim das Torres,
Jardim Medeiros, Jardim Boa Vista II
3ª , 5ª feira e
sábado
Diurno
7
Jardim Beatriz, Mirante da Bela Vista, Jardim Santa
Tereza, COHAB, Belvedere, Jardim Martinelli,
Jardim das Rosas, Vila Sônia, Jardim Gonzaga,
Jardim Pacaembu, Vila Monte Carlo, Vila Conceição,
Vila Santa Madre Cabrini
3ª , 5ª feira e
sábado
Diurno
8
Loteamento Social Antenor Garcia, Loteamento
Social Presidente Color, Cidade Aracy, CEAT
3ª , 5ª feira e
sábado
Diurno
9
Vila Izabel, Jardim Cruzeiro do Sul, Vila Morumbi,
Parque São José, Recreio São Judas Tadeu, Jardim
Maracanã, Parque Industrial Miguel Abdelnur,
Empreendimentos Nova São Carlos
3ª , 5ª feira e
sábado
Diurno
10
Jardim Nova São Carlos, Castelo Branco, Vila
Monteiro, Jardim Taithi, Portal do Sol, Azulville I e
II, Jardim D. Francisca, Jardim Cresci, Jardim
Cardinalli, Jardim N. Sra. Aparecida, Parque dos
Timboris, Jardim Sabará, Jardim Tangará, Jardim São
Rafael, Parque Douradinho
3ª , 5ª feira e
sábado
Diurno
84
Tabela 20 – Setores da coleta domiciliar, bairros atendidos, freqüência e turno de coleta.
(Continuação)
Setores Bairros Atendidos Freqüência Turno
11
Maria Estela Fagá, Itamarati, Jardim Munique, Jardim
Santa Maria II, Pq. Primavera, Jardim Veneza,
Residencial Américo A. Margarido, Jardim dos
Coqueiros, Constantino Amstalden, Pq. Belvedere,
Country Club, Jardim São João Batista, Vila São José
Chácara São Caetano
2ª, 4ª e 6ª
feira
Diurno
12
UFSCar, Jardim Jóckei Club, Vila Parque Industrial
Jardim Guanabara, Parque Delta, Jardim Hikare, Jardim
Nova Santa Paula, Jardim Paulistano, Cidade Jardim
Vila Celina
2ª, 4ª e 6ª
feira
Diurno
13
Parque Fer, Condomínio Residencial Montreal, Jardim
Ipanema, Jardim Santa Helena, Vila Marigo, Vila
Marina
2ª, 4ª e 6ª
feira
Diurno
14
São Carlos I, II, III, IV, V, Residencial Parati, Jardim
Acapulco, Santa Angelina, Parque Iguatemi, Santa
Felícia
2ª, 4ª e 6ª
feira
Diurno
15
Jardim centenário, Santa Paula, Santa Marta, Jardim
Bandeirantes, Morada dos Deuses, Santa Felícia,
Planalto Paraíso, Jardim Alvorada, Parque Paraíso, Res.
Mons. Romeu Tortorelli
2ª, 4ª e 6ª
feira
Diurno
Fonte: VEGA Engenharia Ambiental, 2004.
Toda a produção de RSD da coleta convencional é destinada ao aterro sanitário do
próprio município de São Carlos, SP. Na Tabela 21 está apresentada a área de cada setor de
coleta convencional.
Tabela 21 – Setores da coleta convencional e respectiva área de abrangência.
Setor Área (km
2
)
1 2,876
2 3,195
3 2,65
4 2,748
5 3,748
6 2,229
7 2,639
8 6,516
9 6,223
10 5,227
11 4,102
12 4,46
13 2,946
14 4,849
15 3,287
Fonte: VEGA Engenharia Ambiental, 2007 (informação por e-mail pessoal).
85
5.4. Caracterização física dos resíduos provenientes da coleta convencional
Durante o ano de 2005 realizou-se o total de 30 caracterizações físicas dos resíduos
sólidos do Município de São Carlos, visando conhecer e estimar a produção (geração) de
resíduos perigosos domiciliares, considerando que esta informação é relevante para a
elaboração de um programa diferenciado de gerenciamento para esta categoria de resíduos.
As informações sobre o total das massas coletadas e da amostra (quarteada - por
setor) da coleta convencional e por estação dos resíduos sólidos domiciliares, estão
disponibilizadas na Tabela 22.
86
Tabela 22 Registro total das massas coletadas e da amostra (quarteada), por setor, da coleta convencional e por estação dos resíduos sólidos
domiciliares.
Massas
Inverno Verão
Amostra quarteada Amostra quarteada
Setor
Caminhão
Total
coletado
(kg)
Massa (kg) % Variação
200kg (%)
Caminhão
Total
coletado
(kg)
Massa (kg) % Variação
200kg (%)
1 10.310,00 103,47 1,00 -48,26 12.080,00 177,19 1,47 -11,40
2 10.810,00 275,37 2,67 37,69 8.810,00 235,32 2,67 17,66
3 9.460,00 221,20 2,15 10,60 11.240,00 225,28 2,00 12,64
4 11.040,00 222,47 2,16 11,23 9.970,00 207,72 2,08 3,86
5 10.100,00 227,11 2,20 13,56 10.800,00 213,65 1,98 6,83
6 11.310,00 235,96 2,29 17,98 9.970,00 222,69 2,23 11,34
7 11.460,00 213,25 2,07 6,62 10.570,00 205,90 1,95 2,95
8 11.680,00 288,2 2,80 44,10 10.850,00 201,34 1,86 0,67
9 11.320,00 180,95 1,76 -9,53 11.240,00 220,24 1,96 10,12
10 12.140,00 220,02 2,13 10,01 11.850,00 219,98 1,86 9,99
11 10.180,00 312,71 3,03 56,35 10.230,00 201,18 1,97 0,59
12 10.130,00 189,37 1,84 -5,32 10.980,00 208,22 1,90 4,11
13 7.240,00 226,05 2,19 13,02 6.140,00 219,16 3,57 9,58
14 11.680,00 215,94 2,09 7,97 10.970,00 203,43 1,85 1,72
15 10.920,00 248,54 2,41 24,27 11.710,00 217,65 1,86 8,83
Média
10.650,00 225,37 2,19 12,69 10.494,00 211,93 2,08 5,96
Desvio padrão
1.203,93 48,66 0,47 24,33 1.464,99 13,73 0,48 6,86
Fonte: Matos, 2006.
87
A Tabela 23 apresenta a data das caracterizações, setores e bairros atendidos pela
coleta convencional, na caracterização (Primeiro ciclo – inverno).
Tabela 23 – Data das caracterizações, setores e Bairros atendidos pela coleta convencional, na
caracterização (Primeiro ciclo – inverno). Continua.
Data Setor Bairros atendidos
3/6/2005
1
Vila Bela Vista - (Toda), Vila Prado - (Até a R. Theodureto de Camargo
e R. Leopoldo Prado), Vila Boa Vista 1 - (Até a R. Luiz de Arruda
Mendes ), Vila Lutfalla - (Até a R. Fagundes Varella, Av. Getulio
Vargas (Parcial), R. Raimundo Correia), Conjunto Habitacional Silvio
Vilari - (Toda), Vila Palmares - (Toda)
17/6/2005
2
Centro, Coletado Parcialmente até a R. Episcopal e antes da Av. Dr.
Carlos Botelho; Vila Monteiro e Vila Monteiro Gleba II até a R.
Manoel Antonio de Mattos e antes da R. Raimundo Correia;
Centreville até R. Manoel Antonio de Mattos; Vila Santo Antonio até
R. Manoel Antonio De Mattos Parcialmente; Vila Arnaldo até antes da
Av. Dr. Carlos Botelho e R. Maria Izabel Oliveira Botelho
Parcialmente.
19/8/2005
3
Jardim Macarenco, Parcialmente, até A Rua Adolpho Catani / São
Joaquim; Vila Elisabeth; Vila Derige; Pq. São Vicente De Paula; São
Carlos Club; Centro, Parcialmente.
22/9/2005
4
Jardim Paraíso; Pq. Santa Mônica E Santa Mônica Prol.; Tabayaci;
USP; Parque Arnold Shimid; Solar dos Engenheiros; Chácara Casale;
Vila Brasil; Vila São Gabriel e São Gabriel Prol.; Parque Estância
Suíça - Parcialmente até Av. Araraquara.
26/8/2005
5
Jd. São Paulo; Vila Irene; Jardim Mercedes; Vila Marcelino; Vila
Alpes; Lot. D´Aquino; Jd. Ricetti; Jd. Ricetti Prol; Jd Brasil; Gleba
E; Bicão; Vila Camem; Jardim Paulista Parcialmente até José
Gilbertoni - Floriano Peixoto - Oswaldo Dagnone.
25/8/2005
6
Bicão (Parcial), Gleba C, Gleba D, Jardim Botafogo, Jd. das Torres,
Jardim Medeiros, Jardim Medeiros (Prolongamento), Vila Boa Vista 2
11/8/2005
7
Vila Monte Carlo; Vila Santa Cabrine; Vila Conceição; Jardim
Gonzaga; Vila Sonia; Jardim Pacaembú; Jardim das Rosas; Jardim
Martinelli; Jardim Santa Tereza - até a Rua José Picolo.
15/9/2005
8
Antenor Garcia; Cidade Aracy; Loteamento Social Presidente Collor -
Parcialmente - até a R. Hilário Martins Dias e Rua N.
88
Tabela 23 – Data das caracterizações, setores e Bairros atendidos pela coleta convencional, na
caracterização (Primeiro ciclo – inverno). Termina.
Data Setor Bairros atendidos
8/9/2005
9
Recreio São Judas Tadeu; Jardim Maracanã; Jardim Nova São
Carlos; Parque Industrial Miguel Abdelnur; Parque São José; Vila
Izabel; Jardim Cruzeiro do Sul
1/9/2005
10
Jardim Tangará; Jardim Tangará Prolongamento; Parque Sabará;
Parque dos Timburis; Jardim de Cresci; Jardim Dona Francisca;
Azuville 1; Azuville 2; Castelo Branco; Jardim Nova São Carlos;
Vila Monteiro; Jardim Taiti; Jardim Nossa Senhora Aparecida;
Jardim Cardinalli;
24/6/2005
11
Jardim Santa Maria II; Res. Américo Alvares Margarido; Parque
Primavera - até R. Maria Do Pinho Alves Margarido; Ch. São
Caetano; Jd. São João Batista; Vila São José - até José Lemes
Marques; Res. Astolpho Luiz do Prado Parcialmente; Jardim dos
Coqueiros Parcialmente.
12/8/2005
12
Jardim Nova Santa Paula, UFSCar, Vila Celina
1/7/2005
13
Condomínio Leila, Condomínio Quinta da Felicidade, Distrito Água
Vermelha, Distrito Santa Eudóxia, Estrada da Balsa, Valparaíso,
Varjão
2/9/2005
14
Jardim Acapulco; São Carlos IV; Santa Felícia até Bruno Ruggiero
Filho; São Carlos I; Residencial Paraty; São Carlos III até a
Avenida João Dagnone; Santa Angelina até Waldomiro Sant´Anna
de Oliveira;
5/8/2005
15
Jardim Bandeirantes, Jardim Centenário, Morada dos Deuses, Parque
Paraíso, Santa Felícia (Parcial), Santa Marta, Jardim Santa Paula;
Santa Paula, Santa Paula (Prolongamento)
Na Tabela 24 estão descritos as respectivas massas (kg) dos resíduos perigosos
domiciliares encontrados na primeira caracterização e seu valor percentual frente a massa da
amostra (kg), por setor.
89
Tabela 24– Descrição e massa (kg) dos resíduos perigosos domiciliares encontrados na
primeira caracterização e seu valor percentual frente a massa da amostra (kg), por setor.
Setor RPD (unidades) RPD (kg)
Amostra
(kg) %
1
2 latas de tinta, 1 medicamento, 2 seringas, 1
inseticida aerosol, 1 vidro de tinta pequeno, 5
pilhas 0,94 103,47 0,91
2 16 medicamentos, 1 bateria comum, 1 pilha, 3
inseticidas rodox, 2 seringas
0,37 275,37 0,13
3 1 pilha, 7 medicamentos
0,58 221,20 0,26
4 3 pilhas, 6 medicamentos, 12 luvas cirúrgicas
0,45 222,47 0,20
5 1 inseticida aerossol, 2 medicamentos
0,2 227,11 0,09
6 15 medicamentos, 1 pilha, 2 esmaltes
0,87 235,96 0,37
7 8 pilhas, 2 medicamentos, restos de soro e
bolsa externa, 1 esmalte, 1 seringa com agulha 0,38 213,25 0,18
8 4 medicamentos, 1 pilhas, 2 esmaltes
0,43 288,2 0,15
9 3 medicamentos, 1 pilha
0,25 180,95 0,14
10 11 medicamentos, 2 pilhas, 2 tira manchas, 1
aerossol 0,66 220,02 0,30
11 1 polidor de metais, 2 inseticidas, 1 óleo
Wanda, 1 mega automitivo vernit componente
(lubrificante), 1 lâmpada fluorescente, 1 pilha
0,56 312,71 0,18
12 4 medicamentos, 7 pilhas
0,90 189,37 0,48
13 1 Pilha grande, 4 pilhas pequenas, 2 lâmpadas,
7 medicamentos, 1 cola 0,77 226,05 0,34
14 5 pilhas, 1bateria, 3 medicamentos
0,46 215,94 0,21
15 3 medicamentos, 3 esmaltes, 1 tubo de tintas
0,37 248,54 0,15
A Figura 9 apresenta a fração, em massa (kg), de RPD encontrados na primeira
caracterização, comparada a massa da amostra, para os 15 setores da coleta convencional.
90
0,13%
0,26%
0,20%
0,09%
0,37%
0,18%
0,15%
0,30%
0,18%
0,48%
0,34%
0,21%
0,15%
0,14%
0,91%
123456789101112131415
SETORES
Figura 9 – Percentual dos resíduos perigosos domiciliares frente a massa da amostra (kg) – primeira
caracterização.
A Tabela 25 mostra o resultado total (unidades) de RPD encontrados, por setor, e
total (unidades) de cada categoria na primeira caracterização.
91
Tabela 25 – Total (unidades) de RPD encontradas por setor e total (unidades) de cada categoria - primeira caracterização.
Setor
Pilhas
(unidade)
Medicamentos
(Unidade)
Aerossois
– sprays
(unidade)
Inseticidas
(unidade)
Materiais
de RSS -
Agulhas
(unidade)
Tintas
/Corantes/
Esmaltes/Ver
nizes
(unidade)
Colas
(unidade)
Lâmpadas
(unidade)
Baterias
(unidade)
Total de
RPD
(unidades
por setor)
1
5 1 0 1 2 3 0 0 0 12
2
1 16 0 3 2 0 0 0 1 23
3
1 7 0 0 0 0 0 0 0 8
4 3 6 0 0 0 0 0 0 0 9
5
0 2 0 1 0 0 0 0 0 3
6 1 15 0 0 0 2 0 0 0 18
7 8 2 0 0 1 1 0 0 0 12
8
1 4 0 0 0 2 0 0 0 7
9
1 3 0 0 0 0 0 0 0 4
10 2 11 1 0 0 2 0 0 0 16
11
1 0 0 2 0 3 0 1 0 7
12
7 4 0 0 0 0 0 0 0 11
13 5 7 0 0 0 0 1 2 0 15
14 5 3 0 0 0 0 0 0 1 9
15
0 3 0 0 0 4 0 0 0 7
Total de
RPD por
categoria
unidades
41
84
1
7
5
17
1
3
2
161
92
A Figura 10 apresenta o total de unidades de cada categoria de RPD encontrados na
primeira caracterização.
41
1
7
5
17
1
3
2
84
Pilhas
Medicamentos
Aerossois - Purificador
de Ambientes
Inseticidas
Material de RSS -
Agulhas
Tintas/Esmaltes/Vernize
s
Colas
Lâmpadas
Baterias
Figura 10 – Total (unidades) por categoria de RPD encontradas na primeira caracterização.
A primeira caracterização (Inverno) esta representada conforme a Figura 11,
considerando a fração de cada tipo de RPD.
Caracterização de RPD - Inverno
25%
52%
3%
4%
1%
11%
1%
2%
1%
Medicamentos
Pilhas
Aerossois-
Purificador de
ambientes
Inseticidas
Material RSS -
Agulhas
Tintas/esmaltes/vernizes
Colas
Lâmpadas Fluorescentes
Baterias
Figura 11 – Caracterização total de RPD encontradas na primeira caracterização, 15 setores de coleta,
em Percentual.
93
A data das caracterizações, setores e bairros atendidos pela coleta convencional, na
segunda caracterização (ciclo – verão), estão disponíveis na Tabela 26.
Tabela 26 – Data das caracterizações, setores e bairros atendidos pela coleta convencional, na
segunda caracterização. (Continua)
Data Setor Bairros atendidos
21/10/05 1
Boa Vista 1; Vila Bela Vista; Vila Prado; Vila Pelicano; Vila Lutfalla; Vila
Palmares; Conj. Hab. Silvio Villari.
10/09/05 2
Centreville, Centro parcial, Vila Monteiro, Vila Monteiro Gleba II, Vila Santo
Antonio (parcial)
25/11/05
3
Parque São Vicente De Paula; Centro; Vila Elizabeth; Jardim Macarenco;
Jardim Lutfalla (Parcialmente Até A Rua: 9 De Julho); Vila Derige; Chacará
Bataglia (Apenas A Av. Trabalhador São Carlense); Vila Laura ( Apenas A
Rua Capitão Alberto Mendes Junior).
17/11/05
4
Chácara Casale, Jardim Paraíso, Parque Arnold Schimid, Parque Estância Suíça
(parcial), Parque Santa Mônica, Parque Santa Mônica (prolongamento), Solar
dos Engenheiros, Tabayaci, Vila Brasília, Vila São Gabriel, Vila São Gabriel
(prolongamento)
18/11/05
5
Jardim Brasil, Jardim Gibertoni, Jardim Mara Alice, Jardim Mercedes, Jardim
Paulista, Jardim Ricetti, Jardim São Paulo, Loteamento D’Aquino, Parque Faber
I e II, Parque Santa, Mônica (prolongamento), Vila Alpes, Vila Irene, Vila
Marcelino
13/10/05 6
Botaguinho; Conj. Hab. Bicão; Jd. das Torres; Gleba C, Gleba D, Jd. Medeiros
e prolong., Vila Boa Vista 2
6/10/05
7
Jardim Beatriz – parcialmente até a rua Geraldo Keppe; Jardim Santa Tereza;
Jardim Martinelli; Vila Sônia; Jardim das Rosas; jardim Pacaembú; Jardim
Gonzaga;
27/10/05
8
Antenor Garcia; Cidade Aracy; Loteamento Social Presidente Collor -
Parcialmente - até a R. Hilário Martins dias e Rua N.
20/10/05
9
Jd. Nova São Carlos; Recreio S. J. Tadeu; Jd. Maracanã; Pq. Miguel Industrial
Miguel Abdenur; JD Cruzeir do Sul parcialmente, - Nações Unidas até Alan
Kardec + 3 quadras da Basílio Dibbo.
23/11/05
10
Jardim Cardinalli; Jardim Nossa Senhora Aparecida; Jardim Taiti;Vila
Monteiro; Jardim Nova São Carlos; Núcleo Residencial Castelo Branco;
Azuville I; Azuville II; Jd. Dona Franscisca; Jardim De Cresci; Parque Dos
Timburis; Parque Sabará; Fazenda Hotel; Jardim Tangará Prolongamentos;
Jardim Tangará (Parcialmente Coletado Até A Rua: Antonio Flosi)
16/11/05 11 Chácara São Caetano, Jardim Santa Maria II, Jardim São João Batista, Parque
Primavera, Residencial Américo A. Margarido; Vila São José
11/11/05
12
Jardim Santa Paula; Vila Celina; Jardim Nova Santa Paula; Universidade
Federal.
94
Tabela 26 – Data das caracterizações, setores e bairros atendidos pela coleta convencional, na
segunda caracterização. (Termina)
Data Setor Bairros atendidos
14/10/05
13 Santa Eudóxia; Estrada que vai para Balça; Água vermelha; Varjão;
Condomínio Leila; Val paraíso; Santa da Felicidade.
30/11/05
14
Santa Angelina – Parcialmente Coletado (Até As Ruas Valdomiro Sant´Anna
De Oliveira, Artim Agazarian, Rua Domingos Zanferrari); São Carlos V -
Apenas Uma Quadra Da José Quatrochi; São Carlos III; São Carlos I; São
Carlos II ( Até A Rua Bichara Cunha); Parque Santa Felicia; São Carlos IV;
Jardim Acapulco.
22/11/05
15
Jardim Bandeirantes; Jardim Santa Paula; Jardim Santa Paula Prolong; Parque
Santa Marta; Jardim Centenário; Parque Paraíso - Até Sebastião Sampaio
Osório, Morada Dos Deuses; Santa Felicia (Apenas Duas Ruas: Cid Silva Cesar
e Gastão Viera)
Na Tabela 27 estão descritos os itens, as respectivas massas (kg) dos resíduos
perigosos domiciliares encontrados na segunda caracterização e seu valor percentual frente a
massa da amostra (kg), por setor.
Tabela 27 – Descrição e massa (kg) de resíduos perigosos domiciliares encontrados na
segunda caracterização, massa da amostra (kg) e valor percentual frente a massa da amostra
por setor.
Setor
Resíduos perigosos domiciliares (unidades)
RPD
(kg)
Amostra
(kg)
%
1
2 aerossóis - Purificador de ambientes, 3 inseticidas (aerossóis), 1
agulha, 3 medicamentos, 1 inseticida (em pó), 4 pilhas 0,37 177,19 0,21
2 12 pilhas, 1 medicamento 0,29 235,32 0,12
3 2 esmaltes, 1 pilha, 1 seringa 0,08 225,28 0,04
4 2 pilhas grande, 1 inseticida (aerossol) 0,27 207,72 0,13
5 2 pilhas pequenas, 1 medicamento, 2 inseticidas (aerossóis) 0,20 213,65 0,09
6 1 lata verniz, 1 tinta lata, 1 pilha pequena 0,25 222,69 0,11
7
4 Pilhas, 5 medicamentos, 1 Lâmpada Fluorescente, 2 inseticidas
(aerossóis), 1 Esmalte
1,34 205,90 0,65
8 1 aerossol - Purificador de ambientes, 2 pilhas, 1 medicamento 0,17 201,34 0,08
9
1 bateria celular, 4 pilhas, 1 cola, 2 inseticidas (aerossóis), 1 lata de
tinta metálica, 1 aerossol - Purificador de ambientes, 1 esmalte 0,63 220,24 0,29
10 2 pilhas, 3 medicamentos 1 seringa 0,08 219,98 0,04
11 4 medicamentos, 2 colas 0,15 201,18 0,07
12 1 inseticida (aerossol), 1 corante, 1 esmalte, 1 pilha 0,26 208,22 0,12
13 4 pilhas 0,60 219,16 0,27
14 6 pilhas, 1 esmalte, 1 remédio, 1 lâmpada fluorescente, 1 seringa 0,27 203,43 0,13
15 4 pilhas, 2 esmaltes, 2 medicamentos 0,34 217,65 0,16
95
A Figura 12 apresenta a fração, em massa (kg), de RPD encontrados na segunda
caracterização, comparada a massa da amostra, para os 15 setores da coleta convencional.
0,21%
0,12%
0,04%
0,13%
0,09%
0,11%
0,08%
0,29%
0,04%
0,07%
0,12%
0,27%
0,13%
0,16%
0,65%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
SETORES
Figura 12 – Percentual dos resíduos perigosos domiciliares frente a massa da amostra (kg) – segunda
caracterização.
O total (unidades) de RPD encontrados, por setor, e total (unidades) de cada
categoria na segunda caracterização apresenta-se conforme a Tabela 28.
96
Tabela 28 – Total (unidade) de RPD encontradas por setor e total (unidade) de cada categoria, segunda caracterização.
Setor
Pilhas
(unidade)
Medicamentos
(unidade)
Aerossois –
spray
(unidade)
Inseticidas
(unidade)
Materiais
de RSS
agulhas
(unidade)
Tintas/Corantes/
Esmaltes/Verniz
es
(unidade)
Colas
(unidade)
Lâmpadas
(unidade)
Baterias
(unidade)
Total de
RPD
(unidades
por setor)
1 4 3 2 4 1 0 0 0 0 14
2 12 1 0 0 0 0 0 0 0 13
3 1 0 0 0 1 2 0 0 0 4
4 2 0 0 1 0 0 0 0 0 3
5 2 1 0 2 0 0 0 0 0 5
6 1 0 0 0 0 2 0 0 0 3
7 4 5 0 2 0 1 0 1 0 13
8 2 1 1 0 0 0 0 0 0 4
9 4 0 1 2 0 2 1 0 1 11
10 2 3 0 0 1 0 0 0 0 6
11 0 4 0 0 0 0 2 0 0 6
12 1 0 0 1 0 2 0 0 0 4
13 4 0 0 0 0 0 0 0 0 4
14 6 1 0 0 1 1 0 1 0 10
15 4 2 0 0 0 2 0 0 0 8
total 49 21 4 12 1 12 3 2 1 108
97
A Figura 13 apresenta o total de unidades de cada categoria de RPD
encontrados na segunda caracterização.
49
21
4
12
4
12
3
2
1
Pi
lhas
M
edica
m
entos
A
er
os
so
i
s
-
P
ur
i
f
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a
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es
Inseticidas
M
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e
RSS
- agulhas
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E
s
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ltes/ Verniz
e
s/Solventes
Co
l
as
Lam
p
adas Fl
uor
es
c
e
n
t
es
Ba
t
erias
Figura 13 – Total (de unidades) de RPD encontradas na segunda caracterização.
A composição em percentual dos RPD, encontrados na segunda
caracterização, estão representados na Figura 14.
45%
19%
4%
11%
4%
11%
3%
2%
1%
Pilhas
Baterias
LâmpadasColas
Tintas/Esmaltes/Vernizes
Material de RSS - Agulhas
Inseticidas
Aerossois-
Medicamentos
Figura 14 – Caracterização total de RPD encontradas na segunda caracterização, 15 setores
de coleta, em Percentual.
98
A Figura 15 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 1.
SETOR 1 - Unidades de RPD das caracterizacao - Inverno e Verao
1
0
1
2
3
000
4
3
2
4
1
0000
5
Pilhas
Medica
m
e
n
tos
Aerossois
Inseti
c
idas
M
a
teri
a
l
d
e RSS - a
g
ul
h
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n
tas/corantes/esmaltes
Co
las
Lâmpadas
B
a
te
ri
a
s
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 15 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 1.
A Figura 16 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 2.
SETOR 2 - Unidades das caracterizacoes - Inverno e Verao
1
0
3
2
000
1
12
1
0000000
16
Pilhas
Medicamentos
Aerossois
Inseticidas
Material de RSS -
agulhas
Tintas/corantes/esm
altes
Colas
Lâmpadas
Baterias
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 16 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 2.
99
A Figura 17 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 3.
SETOR 3 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
1
0000000
1
000
1
2
000
7
Pilhas
M
e
di
c
a
m
entos
Aeross
o
is
I
nset
i
c
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T
intas/co
rant
e
s
/
e
s
maltes
C
olas
Lâmpad
as
Baterias
RPD
Primeira Caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 17 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 3.
A Figura 18 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 4.
SETOR 4 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
3
0000000
2
00
1
00000
6
Pi
l
ha
s
M
edic
a
mento
s
Ae
rosso
i
s
I
nseti
c
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a
...
Tintas/corantes/es...
C
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la
s
L
âm
p
ad
a
s
Bat
e
ria
s
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda Caracterizacao -
VERAO
Figura 18 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 4.
100
A Figura 19 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 5.
SETOR 5 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
0
2
0
1
00000
2
1
0
2
00000
Pilhas
Me
d
ica
me
ntos
Aerossois
In
s
e
tic
id
a
s
Mate
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de RSS - agulhas
Tinta
s
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r
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s/esmalt
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s
C
o
la
s
L
â
m
padas
Ba
te
rias
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 19 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 5.
A Figura 20 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 6.
SETOR 6 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
1
000
2
000
1
0000
2
000
15
Pilha
s
Medic
a
mentos
Ae
ro
s
s
oi
s
I
n
s
e
ticida
s
M
a
te
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RS
S
-
ag
ul
ha
s
Tintas/corantes/esmaltes
Colas
L
â
m
pa
das
Ba
t
erias
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 20 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 6.
101
A Figura 21 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 7.
SETOR 7 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
2
00
11
000
4
5
0
2
0
1
0
1
0
8
Pi
l
h
as
M
edicamentos
A
eros
soi
s
Inseticidas
Ma
t
er
i
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as/coran
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s/e
s
malte
s
C
ol
as
L
â
mpa
da
s
B
ate
r
i
as
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 21 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 7.
A Figura 22 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 8.
SETOR 8 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
1
000
2
000
2
11
000000
4
Pi
l
ha
s
M
edicamento
s
Aerossoi
s
Inseticidas
M
a
ter
i
al
d
e RSS
-
agu
l
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s
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i
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o
ran
t
es/esma
l
tes
Colas
L
â
mp
a
das
Ba
te
ri
a
s
RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 22 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 8.
102
A Figura 23 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 9.
SETOR 9 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
1
3
00000000
1
2
0
2
1
0
1
4
Pi
l
h
a
s
Me
dic
am
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 23 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 9.
A Figura 24 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 10.
SETOR 10 - Unidade das caracterizacoes - Inverno e Verao
2
1
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2
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2
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 24 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 10.
103
A Figura 25 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 11.
SETOR 11 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
1
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2
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3
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1
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 25 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 11.
A Figura 26 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 12.
SETOR 12 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
4
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1
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1
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Medicamentos
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 26 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 12.
104
A Figura 27 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 13.
SETOR 13 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
5
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1
2
0
4
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 27 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 13.
A Figura 28 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 14.
SETOR 14 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
5
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11
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11
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1
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 28 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 14.
105
A Figura 29 apresenta as unidades de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão), no Setor 15.
SETOR 15 - Unidades de RPD das caracterizacoes - Inverno e
Verao
0
3
000 000
2
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2
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RPD
Primeira caracterizacao -
INVERNO
Segunda caracterizacao -
VERAO
Figura 29 – Unidades de RPD das caracterizações – inverno e verão – SETOR 15.
A Figura 30 apresenta o total de RPD encontrados nas caracterizações
(inverno e verão).
41
1
7
5
17
1
3
2
49
4
12
4
12
3
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Série1
Série2
Figura 30 – Total de unidades, por categoria de RPD, encontradas nas caracterizações.
106
5.4.1. Análise estatística dos dados das caracterizações dos resíduos
provenientes da coleta convencional
A Análise de Variância Multivariada (MANOVA) indicou que não existe
influencia sazonal para a geração de RPD no aterro sanitário de São Carlos
(APÊNDICE B), considerando o conjunto dos dados sobre RPD encontrados nas 30
caracterizações (p=0,6).
Contudo, ao se analisar individualmente cada tipo de RPD, o item
medicamentos indica sofrer influencia sazonal, sendo encontrados 84 unidades na
primeira caracterização (inverno) e 21 unidades na segunda caracterização (verão).
Esse fato pode ser explicado devido a existência de doenças sazonais tais como
alergias e doenças respiratórias ou ainda por essas duas épocas de coleta
representarem períodos de limpeza doméstica, onde se descarta de uma vez uma
quantidade maior de resíduos dessa natureza.
Em relação a MANOVA e o teste de hipótese realizado sobre os 15 setores
analisados, considerando as duas caracterizações, a análise estatística (p = 0,001**)
indicou que os setores possuem uma distribuição de resíduos diferentes entre si
(APÊNDICE C).
A Análise de Componentes Principais (ACP) dos dados dos 15 setores, que
considerou as 2 épocas de coleta, apontou que os RPD encontrados explicam 66,8%
entre todos os RPD que poderiam estar presentes no aterro.
Utilizando a análise de ACP para os setores pode-se verificar a localização
dos setores da coleta convencional, mostrado pela Figura 1, em função da
hierarquização entre os RPD avaliados. Considerando os RPD`s verificou-se que os
15 setores apresentaram diferença especialmente em função da quantidade de:
inseticidas, aerossóis, baterias, tintas, pilhas e colas, por ordem de importância,
traçando um perfil de geração de RPD no Município de São Carlos, conforme a
Tabela 29.
107
Tabela 29 – Representação da hierarquização dos itens de RPD, por meio da ACP
para todas as caracterizações no aterro de São Carlos.
Itens ACP1 ACP2 ACP3
Inseticidas 0,823 -0,250 0,190
Aerossóis 0,733 -0,121 0,238
Baterias 0,610 0,140 -0,256
Tintas -0,216 -0,760 0,035
Pilhas -0,002 0,718 0,468
Colas 0,196 0,233 -0,845
Variance
Explained by
Components
1
2
3
1,671 1,244 1,094
Percent of
Total Variance
Explained
1
2
3
Total
Total 27,849 20,740 18,227 66,8%
Os itens de RPD “inseticidas, aerossóis e baterias” correspondem a 27,849%
do total da variância explicada enquanto os itens “tintas e pilhas” correspondem a
20,740% e “colas” corresponde a 18,227%. A análise não considerou os itens
lâmpadas, medicamentos e resíduos de serviços de saúde.
A Figura 31 apresenta o gráfico da ACP e mostra que o setor 2 na primeira
caracterização e os setores 1 e 9 na segunda caracterização se distanciam de um
grande bloco formado pelos demais setores, analisando os dois períodos de
caracterização, em função dos itens selecionados nos fatores de 1 a 3 da ACP (Tabela
29).
108
Plot PCA dos 15 setores, nas duas coletas
S1C1
S2C1
S3C1
S4C1
S5C1
S6C1
S7C1
S8C1
S9C1
S10C1
S11C1
S12C1
S13C1
S14C1
S15C1
S1C2
S2C2
S3C2
S4C2
S5C2
S6C2
S7C2
S8C2
S9C2
S10C2
S11C2
S12C2
S13C2
S14C2
S15C2
-1.5
-1.0
-0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
FATOR1
-3
-2
-1
0
1
2
3
FATOR2
Figura 31 – Representação gráfica da análise PCA das caracterizações realizadas no aterro
sanitário de São Carlos.
No caso especifico do setor 2, verifica-se que o mesmo apresentou o maior
número de unidades de RPD e também o maior número de unidades de inseticidas
encontrados na primeira caracterização, considerando que o item “inseticida”
representa o primeiro item na ordem de importância da análise estatística dos 15
setores na primeira caracterização.
Os setores 9 e 1, na segunda caracterização, apresentaram os maiores
números, em unidades de RPD segundo a ordem de importância dos resíduos, obtida
pela análise estatística destacando-se dos demais setores.
109
5.4.2. Extrapolação dos dados obtidos pelo levantamento de campo realizado
entre junho e dezembro de 2005.
a) Primeira caracterização
Para primeira caracterização, realizada entre junho e setembro de 2005, o
total de resíduos que formaram o universo da pesquisa foi de 159.750 kg, levados ao
aterro sanitário.
Deste montante, foram retirados no total 3.380,61 kg, representado 2% do
total, no qual foram encontrados 8,19 kg de RPD, que representa 0,25% de RPD nos
resíduos urbanos do município neste período.
b) Segunda caracterização
Para segunda caracterização, realizada entre outubro e dezembro de 2005, o
total de resíduos que formaram o universo da pesquisa foi de 157.410 kg, levados ao
aterro sanitário.
Deste montante, foram retirados no total 3.178,95 kg, representado 2% do
total, no qual foram encontrados 5,30 kg de RPD, que representa 0,16% de RPD nos
resíduos urbanos do município neste período.
Considerando uma media entre o valor estimado para o primeiro e segundo
período de caracterização, tem-se o valor de 0,20% de RPD no resíduos sólidos
domiciliares no aterro sanitário em 2005. Sendo que o total de resíduos levados ao
aterro, naquele ano, foi de 49.280,12 t equivaleria a aproximadamente 9.856,02 t de
RPD.
No próximo item serão apresentados os resultados das caracterizações
realizadas na coleta seletiva.
5.5. Caracterização física dos resíduos perigosos domiciliares na coleta seletiva
A implantação da coleta seletiva ocorreu em junho de 2002, por meio de um
projeto piloto no Bairro Vila Nery e adjacências. A partir de outubro de 2004, a
coleta seletiva atingiu 61 (sessenta e um) bairros do município e em 2005 já atendia
mais de 60% do Município (PMSC, 2004).
110
Atualmente a coleta seletiva urbana é realizada por três cooperativas de
catadores: ECOATIVA, COOPERVIDA e COOLETIVA, cada uma atua em uma
região pré-determinada. O ANEXO B contém o folheto de divulgação da Coleta
seletiva, incluindo a imagem do mapa indicando a área de atuação de cada
cooperativa na coleta seletiva do município de São Carlos, SP.
As cooperativas recolhem, em média, 80 t por mês, de materiais recicláveis,
o que equivale a aproximadamente 2.700 kg, por dia. Este montante ainda é pouco,
considerando que representa cerca de 2,0% da massa coletada diariamente na coleta
convencional (MATOS, 2006).
A Tabela 30 apresenta a composição da região de domínio de cada
cooperativa e os dias de coleta.
111
Tabela 30 – Composição dos bairros referente as regiões de cada cooperativa da
coleta seletiva do Município de São Carlos, SP e os dias de coleta.
Cooperativa Dia da coleta Composição da região
Segunda-
feira
Centro; Jardim Betania; Parque Santa Mônica;
Jardim Paraíso
Terça-feira
Jardim Lutfalla; Solar dos Engenheiros; Parque
Arnold Schindt; Chácara Casalle; Cidade Jardim;
Jardim Santa Paula; Jardim Centenário; Jardim
Bandeirantes
Quarta-feira Jardim Paulistano; Parque Delta; Jardim Acapulco;
Vila Parque Industrial; Jardim Hikare; Nova Santa
Paula; Parque Santa Marta
COOPERVIDA
Quinta-feira Planalto Paraíso; Jardim Alvorada; Santa Felícia (ate
Av. Bruno Ruggiero)
Segunda-
feira
Centro; Jardim Brasil; Jardim Cardinalli; Vila
Rancho Velho; Vila Santo Antonio
Terça-feira
Vila Faria; Vila Max; Vila Nery; Chácara do Parque;
Parque Sabará; Residencial Américo Alves
Margarido
Quarta-feira Vila Deriggi; Vila Arnaldo; Vila Albertini; Chácara
Parolo
ECOATIVA
Quinta-feira
Vila Elisabeth; Vila Laura; Tijuco Preto; Chácara
Bataglia; Chácara Paraíso; Jardim Macarenco; Vila
Costa do sol
Segunda-
feira
Jardim Cruzeiro do Sul; Jardim Pacaembu
Terça-feira Vila Prado; Bela Vista; Lagoa Serena
Quarta-feira Boa Vista; Jardim Beatriz; Jardim Medeiros; Boa
Vista II
Quinta-feira Vila Monteiro; Jardim Ricetti; Vila Marcelino
COOLETIVA
Sexta-feira Jardim Botafogo; Jardim das Torres; Jardim Bicao;
Vila Carmem; Parque Faber I.
A Tabela 31 contém as informações sobre a massa coletada (mensal), de
materiais recicláveis comercializados no ano de 2005, considerando as 3
cooperativas juntas.
112
Tabela 31 – Massa coletada e comercializada de materiais recicláveis, por mês, da
coleta seletiva do município de São Carlos, SP, em 2005.
Mês Resíduos recicláveis
(toneladas)
Janeiro 80,00
Fevereiro 62,36
Marco 67,27
Abril 54,17
Maio 57,04
Junho 56,60
Julho 61,21
Agosto 56,72
Setembro 65,48
Outubro 52,01
Novembro 58,11
Dezembro 78,04
Total 749,01
Fonte: PMSC, 2007.
As cooperativas de coleta seletiva seguem uma estratégia de trabalho onde
os seus componentes se dividem em dois grupos. Um grupo vai para a coleta dos
recicláveis, percorrendo as ruas dos bairros atendidos e o outro permanece na sede da
cooperativa fazendo a triagem dos materiais, separando-os em grupos distintos,
pesando-os e preparando os fardos para posterior comercialização. A cada semana
esta divisão dos trabalhos e revezada.
A coleta dos materiais nas ruas é feita pelo sistema de coleta porta a porta,
onde os moradores separam os resíduos previamente e estes são coletados e levados
em sacolas, denominadas big bags e os resíduos são transportados por um caminhão,
tipo carroceria aberta, até a sede da cooperativa.
O grupo que permanece na sede da cooperativa fica responsável por receber
os recicláveis, separar os materiais por tipos, pesa-lo e enfarda-los para posterior
comercialização.
Segundo Matos (2006) o controle dos resíduos coletados é feito por meio da
quantidade, em massa, pesada por tipo de resíduos.
A coleta seletiva depende da participação da população, logo a constante
divulgação torna-se importante para garantir a separação e disponibilização dos
recicláveis.
113
A forma mais utilizada para a divulgação tem sido a distribuição de
panfletos que orientam a população sobre os materiais que devem ser separados e os
que não devem ser, conforme Tabela 32 e 33, respectivamente.
Tabela 32 – Materiais que devem ser separados, segundo folheto de divulgação da
coleta seletiva.
Separar para a coleta seletiva
Papel Jornais, revistas, caixas de papelão, papel branco ou colorido, caixinha tipo
longa vida...
Plástico Embalagens de produto de limpeza, garrafas PET, sacolas plásticas, potes de
margarina...
Vidro Garrafas, potes e frascos em geral
Metal Latinhas de alumínio, latas de aço
Fonte: Panfleto de divulgação da coleta seletiva (ANEXO B).
Tabela 33 – Materiais que devem ser separados, segundo folheto de divulgação da
coleta seletiva.
Não separar para a coleta seletiva
Resíduos orgânicos Restos de comida
Materiais sem mercado para a
reciclagem
ISOPOR, papeis carbono, celofane, de fax e metalizado,
papeis de bala e de biscoito, espelhos, vidros planos,
lâmpadas e acrílico.
Rejeitos
Lixo de banheiro, fraldas descartáveis, papeis e outros
materiais engordurados, pilhas, baterias e embalagens de
produtos tóxicos.
Fonte: Panfleto de divulgação da coleta seletiva (ANEXO B).
Os resíduos perigosos domiciliares encontrados nas caracterizações
normalmente são contabilizados como rejeitos pelos cooperados, pois não são
comercializados pelas cooperativas. Como a caracterização física dos recicláveis
identificou a presença dos RPD levanta-se a hipótese de que seu descarte, via coleta
seletiva, ocorra devido a:
Falta de conhecimento da população sobre os resíduos que não devem ser
separados, ou
Por ser julgado como um resíduo que necessita de reciclagem.
114
5.5.1. Caracterização dos resíduos perigosos domiciliares na Coleta Seletiva
Conforme apresentado no capitulo de Metodologia, no período de “verão”
(segunda caracterização) não houve caracterização nas cooperativas COOPERVIDA
e COOLETIVA, devido ao número reduzido de trabalhadores e o aumento dos
resíduos coletados.
a) Primeira caracterização
A massa total caracterizada, considerando as 3 cooperativas juntas, inclusive
a segunda caracterização na Cooperativa ECOATIVA, representa 3,22% do total de
recicláveis coletado via coleta seletiva em 2005.
- Cooperativa ECOATIVA
As datas de amostragem, o total de resíduos recicláveis caracterizados em
cada dia (kg), a quantidade de RPD (kg) e o seu percentual em participação diária e
total (%) estão apresentados conforme a Tabela 34.
Tabela 34 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual
(%) – Primeira caracterização – ECOATIVA.
Data
Total amostrado
(kg) RPD (Kg) Total %
12/set/05
2.590,00
2,37 0,09
13/set/05
1.140,00
1,00 0,09
14/set/05
1.370,00
4,51 0,33
15/set/05
940,00
2,04 0,22
total
6.040,00
9,92 0,16
Ao contabilizar as unidades de RPD, verificou-se o total de 194 itens,
distribuídos conforme ilustra a Figura 32.
115
5
34
2
1
9
22
24
23
3
71
P
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i
c
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s
Figura 32 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), ECOATIVA – primeira
caracterização.
A Figura 33 apresenta a composição da caracterização física dos RPD
encontrados no período de trabalho, referente as unidades encontradas.
Seringas e resíduos
de saúde
1%
Baterias
1%
Lubrificantes
2%
Pilhas
36%
Lâmpadas
fluorescentes
3%
Medicamentos
17%
Produtos veterinário
5%
Inseticidas
11%
Spray produtos de
limpeza e pessoal
12%
Tintas e vernizes
12%
Figura 33 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), ECOATIVA – primeira
caracterização.
116
Nas Figuras 34 e 35 verificam-se imagens de alguns RPD encontrados na
caracterização realizada na ECOATIVA.
Figura 34 – Imagem de alguns RPD
encontrados na caracterização realizada na
cooperativa ECOATIVA.
Figura 35 - Imagem de embalagens de
aerossóis encontrados na caracterização
realizada na cooperativa ECOATIVA.
117
- Cooperativa COOPERVIDA
As datas de amostragem, o total de resíduos recicláveis caracterizados em
cada dia (kg), a quantidade de RPD (kg) e o seu percentual em participação diária e
total (%) estão apresentados conforme a Tabela 35.
Tabela 35 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual
(%) – Primeira caracterização – COOPERVIDA.
Data
Total amostrado
(kg)
RPD (Kg) Total %
14/set/05
2.660,00
3,53 0,13
15/set/05
1.910,00
3,86 0,20
16/set/05
1.350,00
2,09 0,15
17/set/05
640,00
0,47 0,07
Total
6.560,00
9,95 0,15
Ao contabilizar as unidades de RPD, verificou-se o total de 161 itens,
distribuídos conforme ilustra a Figura 36.
15
20 20
1
00000
105
P
il
h
as
Lâmpa
d
as f
l
uorescentes
M
ed
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Se
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n
ga
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Aerossois
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Ver
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can
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s
Figura 36 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), COOPERVIDA –primeira
caracterização.
A Figura 37 apresenta a composição da caracterização física dos RPD
encontrados no período de trabalho, referente as unidades encontradas.
118
Pilhas
66%
Baterias
1%
Medicamentos
12%
Lampadas
Fluorescentes
9%
Seringas e
Residuos de
Saude
12%
Figura 37 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), COOPERVIDA – primeira
caracterização.
Alguns RPD encontrados na caracterização realizada nesta cooperativa,
estão mostrados nas Figuras 38 e 39.
Figura 38 – Alguns RPD encontrados na
caracterização na cooperativa Coopervida.
Figura 39 – RPD na caracterização na sede
da Coopervida.
119
- Cooperativa COOLETIVA
As datas de amostragem, o total de resíduos recicláveis caracterizados em
cada dia (kg), a quantidade de RPD (kg) e o seu percentual em participação diária e
total (%) estão apresentados conforme a Tabela 36.
Tabela 36 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual
(%) – Primeira caracterização – COOLETIVA.
Data
Total amostrado
(kg)
RPD (Kg) Total %
21/set/05
600,00
1,25 0,21
22/set/05
1.070,00
0,30 0,03
23/set/05
1.130,00
1,23 0,11
24/set/05
860,00
0,65 0,08
25/set/05
650,00
0,33 0,05
Total
4.310,00
3,76 0,08
Ao contabilizar as unidades de RPD, verificou-se o total de 74 itens,
distribuídos conforme ilustra a Figura 40.
3
15
8
1
00
14
00
47
Pilh
a
s
L
â
mpadas
fl
u
orescentes
M
edic
am
ent
os
S
er
i
n
g
a
s
e
r
es
í
duos
de
s
aúd
e
B
at
erias
P
rodutos veteririo
Inseti
c
idas
Aerossois
Tintas/Vernizes/Solventes
Lubrificante
s
Figura 40 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), COOLETIVA – primeira
caracterização.
120
A Figura 41 apresenta a composição da caracterização física dos RPD
encontrados no período de trabalho, referente as unidades encontradas.
Baterias
1%
Pilhas
64%
Seringas e
Residuos de
Servicos de
Saude
11%
Lampadas
Fluorescentes
4%
Medicamentos
20%
Figura 41 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), COOLETIVA – primeira
caracterização.
Alguns RPD encontrados na caracterização realizada nesta cooperativa,
estão mostrados nas Figuras 42 e 43.
Figura 42 – RPD na caracterização na
cooperativa Cooletiva.
Figura 43 – RPD encontrados na
cooperativa Cooletiva.
121
b) Segunda caracterização
- Cooperativa ECOATIVA
As datas de amostragem, o total de resíduos recicláveis caracterizados em
cada dia (kg), a quantidade de RPD (kg) e o seu percentual em participação diária e
total (%) estão apresentados conforme a Tabela 37.
Tabela 37 – Data, quantidade de resíduos perigosos domiciliares (kg) e percentual
(%) – Segunda caracterização – ECOATIVA.
Data
Total amostrado
(kg) RPD (Kg) Total %
7/Dez/05
2.710,00
2,46 0,09
8/ Dez/05
1.570,00
3,26 0,21
9/ Dez/05
1.670,00
3,46 0,21
10/Dez/05
1.260,00
1,41 0,11
Total
7.210,00
10,59 0,14
Ao contabilizar as unidades de RPD, verificou-se o total de 154 itens,
distribuídos conforme ilustra a Figura 44.
101
25
0
8
4
0
15
0
1
0
P
il
has
Lâmpadas fluo
r
escente
s
M
edi
cam
ent
os
Seringas
e
r
e
síduos de saúde
Bat
er
i
as
Pr
odut
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nário
I
nset
i
cida
s
Aerossois
Ti
nt
as/
Ve
rniz
es/
Sol
ve
n
t
es
Lubr
i
f
i
cantes
Figura 44 – Resíduos perigosos domiciliares (unidades), ECOATIVA – segunda
caracterização.
122
A Figura 45 apresenta a composição da caracterização física dos RPD
encontrados no período de trabalho, referente as unidades encontradas.
Pilhas
65%
Solvente
1%
Inseticidas
10%
Lâmpadas
fluorescentes
16%
Seringas e resíduos
de saúde
5%
Baterias
3%
Figura 45 – Resíduos perigosos domiciliares (percentual), ECOATIVA – segunda
caracterização.
Alguns RPD encontrados na caracterização realizada nesta cooperativa,
estão mostrados nas Figuras 46 e 47.
Figura 46 – RPD encontrados na 2ª
caracterização
Figura 47 – RPD na ECOATIVA.
.
123
5.5.2. Análise estatística dos dados das caracterizações dos resíduos
provenientes da coleta seletiva
A MANOVA e o teste de hipótese realizado sobre as 3 cooperativas, na
primeira caracterização, visou conhecer o comportamento da geração dos RDP nas
cooperativas no período de estudo. Estas análises mostraram que o conjunto de dados
de RDP não apresentou diferença significativa (p>0,05). Contudo, ao considerar os
RDP separadamente os itens, as categorias de “lâmpadas, inseticidas, aerossóis,
tintas e lubrificantes” apresentaram-se diferentemente nas 3 cooperativas
(APÊNDICE D).
Ao realizar a ACP das 3 cooperativas (Tabela 38), foi possível hierarquizar
8 itens, que juntos explicam 83,07% da distribuição dos RPD na coleta seletiva,
excluindo os produtos veterinários e resíduos de serviços de saúde, que neste caso,
não foram considerados determinantes nas cooperativas.
Tabela 38 – ACP para os RPD encontrados na primeira caracterização nas 3
cooperativas do Município
Itens ACP1 ACP2 ACP3
Inseticidas 0,909 0,270 -0,161
Aerossóis 0,857 -0,252 -0,169
Lubrificantes 0,835 -0,027 0,386
Tintas 0,778 0,413 -0,320
Pilhas -0,092 0,907 0,202
Lâmpadas -0,200 0,846 0,357
Medicamentos 0,256 -0,100 0,836
Baterias -0,136 0,374 -0,689
Variance
Explained by
Components
1
2
3
2,998 1,996 1,648
Percent of
Total Variance
Explained
1
2
3
Total
Total 37,469 24,953 20,595 83,07%
A representação gráfica da ACP (Figura 48) mostra que as Cooperativas 2 e
3 (COPERVIDA e COOLETIVA) são mais parecidas, em relação aos RPD ficando a
Cooperativa 1 (ECOATIVA) mais distantes das outras duas. Este resultado pode ser
124
explicado pelo fato da Cooperativa 1 ter apresentado o maior número de itens de
RPD na primeira caracterização e estes encontram-se também na lista de ordem de
importância dos RPD.
PCA DAS TRÊS COOPERATIVAS NA COLETA 1
C1DIA1c1
C1DIA2c1
C1DIA3c1
C1DIA4c1
C1DIA1c2
C1DIA2c2
C1DIA3c2
C1DIA4c2
C1DIA1c3
C1DIA2c3
C1DIA3c3
C1DIA4c3
C1DIA5c3
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
FACTOR(1)
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
FACTOR(2)
Figura 48 – Gráfico da PCA das três cooperativas na primeira caracterização.
Para o período da pesquisa, os itens inseticidas, aerossóis, lubrificantes,
tintas, pilhas, lâmpadas, medicamentos e baterias compõem, em ordem de
importância, a gama de RPD descartados na coleta seletiva do Município.
Analisando a Figura 48, como mencionado anteriormente, foi possível
observar que a Cooperativa 1 apresentou-se diferentes das demais. Em função desse
resultado e também pela disponibilidade de informações, optou-se por avaliar a
Cooperativa 1 individualmente e verificar se havia ou não influencia sazonal
significativa estatisticamente.
Por meio da MANOVA, o resultado das caracterizações 1 e 2 da
Cooperativa 1 (ECOATIVA) não apresentou influencia sazonal para o conjunto
analisado (p>0,05; APÊNDICE E), o que representa que o descarte destes itens
125
independem da época do ano. Contudo ao analisar os RPD individualmente os itens
“lâmpadas, aerossóis e lubrificantesindicaram sofrer influencia sazonal.
A análise PCA indicou a ordem hierárquica para os 06 itens do total dos
RPD coletados na área de atuação da cooperativa ECOATIVA, sendo aerossóis,
lâmpadas, lubrificantes, medicamentos, produtos veterinários e inseticidas,
explicando 94,32% da variância total dos dados, conforme Tabela 39. A análise não
considerou baterias, tintas, resíduos de serviços de saúde e pilhas.
Tabela 39 - Ordem de importância dos itens de RPD para a Cooperativa
ECOATIVA.
Itens ACP1 ACP2 ACP3
Aerossóis 0,935 0,294 0,020
Lâmpadas -0,866 -0,246 0,210
Lubrificantes 0,824 -0,439 0,278
Medicamentos 0,805 -0,517 -0,175
Produtos
veterinários
0,261 0,913 -0,252
Inseticidas 0,152 0,334 0,922
Variance
Explained by
Components
1
2
3
3,041 1,553 1,065
Percent of
Total
Variance
Explained
1
2
3
Total
Total 50,683 25,876 17,756 94,32%
Ao plotar os dados, verificou-se (Figura 49) que as coletas 1 e 2 tem
características distintas, em relação a aerossóis, lâmpadas, lubrificantes,
medicamentos, produtos veterinários e inseticidas. Os dois períodos de
caracterização formaram dois blocos distintos, sendo que os pontos que representam
o período da segunda caracterização mostraram-se mais agrupados e os pontos que
representam os dias da primeira caracterização encontram-se mais dispersos.
126
PCA DA COOPERATIVA 1 NAS DUAS COLETAS
C2DIA1c1
C2DIA2c1
C2DIA3c1
C2DIA4c1
C1DIA1c1
C1DIA2
c
C1DIA3c1
C1DIA4c1
-1.4 -1.2 -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
FACTOR(1)
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
FACTOR(2)
Figura 49 - Gráfico de ACP da Cooperativa ECOATIVA nas duas caracterizações.
5.6. Resultados do questionário aplicado à população
O questionário visou fornecer informações sobre a percepção dos
entrevistados a respeito dos tipos de resíduos gerados em suas residências e obter
dados sobre o conhecimento dos moradores com relação aos riscos ambientais que
podem ser causados pelos resíduos comuns e quais tipos de resíduos podem ser
danosos ao meio ambiente.
Ainda, com a finalidade de conhecer a pré-disposição da população dos
bairros Vila Nery e adjacências em participar de um programa de coleta seletiva de
resíduos perigosos domiciliares, foram aplicados 100 questionários, no período entre
maio e julho de 2006. A descrição da seleção da amostra encontra-se no Capitulo 3 -
Metodologia. O mapa da área investigada encontra-se no ANEXO C.
Várias questões apresentavam a opção de múltipla escolha, ou seja, o
entrevistado podia escolher uma ou mais respostas. Em outros casos as opções de
respostas eram excludentes.
127
A seguir, apresentam-se os resultados obtidos após a aplicação deste
instrumento.
5.6.1. Identificação da pessoa entrevistada – Perfil Socioeconômico
As informações sobre a identificação das pessoas entrevistadas visaram a
caracterização de aspectos socioeconômicos.
Idade da pessoa entrevistada: 49,8 anos (média)
Sexo masculino: 23 pessoas
Sexo feminino: 77 pessoas
Número de pessoas por moradia: 2,97
Renda familiar média por moradia: R$ 1.570,80 (Hum mil, quinhentos
e setenta reais e oitenta centavos).
A Tabela 40 contém informações sobre o nível de instrução dos
entrevistados.
Tabela 40 – Nível de instrução dos entrevistados.
Nível de instrução Número de
pessoas
Não alfabetizado 3
Não completou o primário (1°,2°,3° e 4° séries) 0
Completou o primário 11
Não completou o 1°grau (até 8° série/supletivo) 4
Completou o 1° grau 14
Não completou o 2°grau (1°,2°,3° colegial/supletivo) 5
Completou o 2° grau 34
Não completou o curso superior 3
Completou o curso superior 25
Nunca freqüentou ensino formal, porém é alfabetizado 1
5.6.2. Avaliação da sociedade em relação às questões ligadas ao lixo
A primeira questão referia-se aos diferentes destinos do lixo (questão de
múltipla escolha) as respostas estão representadas na Tabela 41.
128
Tabela 41 – Diferentes destinos do lixo gerados nas residências.
Destinos do lixo
Respostas
(por domicilio)
Coletado na porta 100
Colocado em caçamba 5
Jogado em terreno baldio ou rio ou mato 0
Enterrado 0
Queimado 0
Separado para venda 0
Separado para doação 67
Os diferentes os tipos de resíduos/lixo gerados nas residências (questão de
múltipla escolha) foram apontados conforme a Tabela 42.
Tabela 42 – Tipos de resíduos/lixo gerados nas residências.
Quais os tipos de resíduos/lixo
gerados em sua casa
Respostas
(por domicilio)
Papel/papelão 96
Embalagens 93
Vidros 81
Plásticos 98
Produtos de limpeza 88
Metais 71
Pilhas 65
Remédios 58
Baterias 23
Lâmpadas fluorescents 57
Material de serviço de saúde (agulhas e seringas) 15
Inseticidas 27
Fertilizantes 14
Os diferentes tipos de resíduos/lixo separados para venda ou doação
(resposta múltipla) por residência se dão conforme a Tabela 43.
129
Tabela 43 – Tipos de resíduos separados para venda ou doação.
Tipo de material Número de pessoas que
realizam a separação
Vidro 67
Plástico 84
Papel ou papelão 78
Lataria 77
Alimentos 10
Outros 3
Para a população entrevistada, os problemas que o lixo pode causar
(resposta múltipla) são os apresentados na Tabela 44.
Tabela 44 – Problemas que o lixo pode causar.
Problemas que o lixo pode causar Número de
respostas
Disseminar doenças 90
Poluir os solos e as águas 87
Poluir o ar 76
Provocar explosões acidentais 39
Contaminar o meio ambiente 78
Propiciar proliferação de insetos 68
Desperdiçar energia e materiais 42
Não sei 2
Os produtos considerados perigosos ao Meio Ambiente (resposta múltipla),
segundo os entrevistados encontram-se na Tabela 45.
130
Tabela 45 – Produtos considerados perigosos ao Meio Ambiente.
Tipo de produtos Número de
respostas
Querosene 75
Tintas 76
Vernizes 68
Fertilizantes 68
Solventes 77
Pilhas 90
Baterias 91
Remédios 71
Lâmpadas fluorescentes 86
Inseticidas 86
A Figura 50 apresenta as respostas dos entrevistados, quando questionados
se sabiam o que é reciclagem.
Sim; 87%
Não; 13%
Figura 50 – Resposta sobre o conhecimento de reciclagem.
As respostas (Tabela 46) sobre os problemas que poderiam ser resolvidos ou
minimizados com a reciclagem, segundo os entrevistados.
Tabela 46 – Problemas que poderiam ser evitados ou minimizados com a reciclagem
dos materiais.
Problemas que poderiam ser evitados ou
minimizados com a reciclagem
Número de
respostas
Grande desperdício de materiais e energia 67
Poluição de águas superficiais e subterrâneas 84
Poluição dos solos ao redor do aterro sanitário 85
Proliferação de insetos que transmitem doenças 81
Escassez de emprego/geração de emprego 82
Outros 4
131
A Figura 51 apresenta as respostas dos entrevistados, sobre o local onde o
lixo do município coletado nas residências é levado.
15%
- Para um
local adequado,
sem gerar poluicao
18%
- Para um
lugar que gera
poluicao
67%
- Nao sabe
Figura 51 – Local onde o resíduo/lixo coletado é depositado.
A Figura 52 apresenta as respostas dos entrevistados, sobre que deveria ser
feito com os resíduos coletados em sua cidade.
55%
- No mínimo, o
material seco
deveria receber
destino diferente do
material úmido
8%
-não sabe
37%
- Deve ser
disposto
adequadamente
Figura 52
O que deveria ser feito com o resíduo coletado em sua cidade.
A Figura 53 apresenta as respostas dos entrevistados, sobre se o aterro
sanitário pode receber todo tipo de lixo produzido em sua casa.
132
60%
- Não
29%
- Sim
11%
- Não sabe
Figura 53 – Respostas para a pergunta “O aterro sanitário pode receber todo tipo de resíduo
produzido em sua casa?”.
A Figura 54 apresenta as respostas dos entrevistados, sobre se “O aterro
sanitário é a mesma coisa que lixão”?
24% -
Não sabe
13%
- Sim
63%
- Não
Figura 54 – Respostas para “ O aterro sanitário é a mesma coisas que lixão?”
As respostas (Tabela 47) sobre os deveres da Prefeitura Municipal para
garantir a limpeza da cidade (respostas múltipla), segundo a população entrevistada.
133
Tabela 47 – Deveres da Prefeitura Municipal, para garantir a limpeza da cidade,
segundo os entrevistados.
Deveres da Prefeitura Municipal
Número de
respostas
Coletar o lixo de toda cidade sem envolver a comunidade
nestas questões.
59
Colocar cestos de lixo nas ruas e praças da cidade. 85
Promover campanhas para informar a população 86
Fiscalizar os cidadãos para que eles não coloquem lixo em
locais inadequados (terrenos baldios, áreas de drenagem de
rios,etc)
85
Buscar soluções em conjunto com a população. 75
As respostas sobre os deveres de cada munícipe para garantir a limpeza da
cidade (respostas múltipla), estão disponibilizadas na Tabela 48.
Tabela 48 – Deveres dos cidadãos, segundo os entrevistados.
Deveres dos munícipes Número de
respostas
Não desperdiçar 37
Guardar o lixo em casa nos dias em que o caminhão não passa. 27
Separar o lixo reciclável em casa 39
Reclamar para a Prefeitura quando se perceber que algum
lugar está ficando poluído por causa do lixo que é ali jogado.
38
O único dever dos cidadãos é pagar impostos. O resto é com a
Prefeitura.
9
Não jogar o lixo nas ruas, praças, estradas ou rios da cidade. 42
Conhecer os riscos que o lixo pode representar para o meio
ambiente.
33
As respostas sobre os hábitos de cada munícipe (respostas múltipla), estão
disponibilizadas na Tabela 49.
134
Tabela 49 - Hábitos da sociedade com relação aos resíduos sólidos.
Deveres dos munícipes Número de
respostas
Ao comprar um produto, você se preocupa se ele polui ou não a
natureza.
41
Você já deixou de comprar um produto só para evitar o
desperdício ou a poluição causada por ele.
43
Vocês costumam doar ou vender os objetos (roupas, etc) que não
usam mais.
92
Quando não tem outro lugar, vocês jogam o lixo na rua mesmo. 3
Não jogar o lixo nas ruas, praças, estradas ou rios da cidade. 71
Doar restos de rem
édios
15
5.6.3. Avaliação da sociedade em relação à coleta seletiva
Para avaliar a possível participação da sociedade na separação dos resíduos
perigosos domiciliares, os entrevistados responderam a seguinte pergunta:
“Você separaria os materiais como pilhas, baterias, tintas, lâmpadas
fluorescentes se a prefeitura viesse coletar na sua casa?” conforme apresenta a Figura
55.
7%
- Não
93%
- Sim
Figura 55 – Parcela dos entrevistados predispostos a realizar a separação dos resíduos
perigosos domiciliares.
Na Tabela 50 encontram-se as respostas sobre onde cada morador guardaria
os materiais em sua casa até a coleta (resposta múltipla).
135
Tabela 50 – Respostas sobre “Onde você guardaria os materiais em sua casa até a
coleta?”
Recipientes Respostas
Em um recipiente qualquer 27
Em um recipiente descartável doado pelo programa 49
Em um recipiente retornável doado pelo programa 40
Os moradores responderam sobre “Caso sejam usados recipientes
retornáveis, o coletor de recicláveis pode bater à sua porta no dia da coleta para
receber os materiais?”, sendo apresentado na Figura 56.
9%
- Não
91%
- Sim
Figura 56 – Possível participação voluntária da população com relação a separação seletiva e
entrega dos resíduos perigosos.
Para definir o período de recolha dos resíduos perigosos, os moradores
responderam sobre “Você guardaria se a coleta fosse feita”, (resposta de múltipla
escolha). As respostas estão apresentadas na Tabela 51.
136
Tabela 51 – Períodos sugeridos para a recolha dos resíduos perigosos nos domicílios.
Períodos sugeridos Números de respostas
1 vez ao ano 10
2 vezes ao ano 25
1 vez ao mês 34
1 vez a cada 3 meses 18
1 vez por semana 21
As respostas sobre “Você levaria os resíduos para um local de entrega?”
estão apresentadas na Tabela 52.
Tabela 52 – Possível participação voluntária na entrega dos RPD.
Distancia dos locais de entrega dos RPD
Número de
respostas
Sim, se este estivesse a menos de um quarteirão da minha
casa 18
Sim, mesmo que este esteja localizado a mais de um
quarteirão da minha casa 66
Não 16
Para estimar o melhor período e dia da semana para o recolhimento dos
RPD previamente separados nas residências, foi perguntado aos moradores: “Qual
seria o melhor período para a coleta passar em sua casa?”, conforme as Figuras 57 e
58, respectivamente.
42
72
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Manhã Tarde
Figura 57 – Período preferencial para entrega do RPD previamente separados nas
residências.
137
66
60 60
54
57
0
10
20
30
40
50
60
70
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
Figura 58 – Dia da semana preferidos para entrega do RPD previamente separados nas
residências.
5.6.4. Discussão sobre a aplicação dos questionários
A análise dos dados referentes a condição sócio-econômica da área
investigada indicou que a população apresenta características de uma classe
socioeconômica de nível médio, considerando a renda familiar de 3 a 4 salários
mínimo (S.M.). Existem 3 moradores por habitação (média) e o nível de instrução da
maioria dos entrevistados corresponde ao ensino médio completo (34%) e ensino
superior completo (25%).
A totalidade dos entrevistados tem seus resíduos coletados em suas
residências e 67% deles os separam para doação.
Além dos resíduos comuns (metal, vidro, papel/papelão, plástico e úmido)
são gerados RPD nas residências, tais como pilhas, remédios, baterias, lâmpadas
fluorescentes, material de serviço de saúde (agulhas e seringas), inseticidas e
fertilizantes, os quais a população julga perigosos, pois podem contaminar o meio
ambiente, disseminar doenças, contaminar os solos e as águas, poluir o ar, propiciar a
proliferação de insetos.
Assim, verificou-se que os entrevistados reconhecem o potencial perigo de
alguns resíduos, por outro lado, a maioria (67%) desconhecem o destino dos resíduos
coletados e 18% acreditam que os resíduos são levados para um local onde gera
poluição.
Quando questionados sobre se o aterro sanitário poderia receber todo tipo de
resíduos gerados nas residências 60% responderam que não e 11% não sabem. O
138
conhecimento da diferença entre lixão e aterro sanitário foi apontado pela maioria
(63%) e 24% não sabiam responder a esta questão.
Os moradores possuem hábitos de consumo que indicam uma receptividade
a ações voltadas a prevenção a poluição, como por exemplo, deixar de comprar um
produto para evitar o desperdício ou a poluição causada por ele. Este fato denota que
as ações de educação aos consumidores pode ser intensificadas no momento da
implantação de um programa de coleta de RPD podendo surtir os efeitos desejados
do ponto de vista de retirá-los da coleta convencional.
As atividades de informações ao público a respeito dos resíduos foi
apontado com um dos deveres da Prefeitura, assim como buscar soluções em
conjunto com a população. Contraditoriamente, 59 respostas indicam que o poder
municipal deve coletar o lixo de toda cidade sem envolver a comunidade nestas
questões.
Com relação a coleta seletiva de RPD, a maioria dos entrevistados separaria
estes resíduos e os entregaria em suas casas mostrando-se dispostos a colaborar com
um possível programa de coleta especial destes, preferindo que o próprio programa
disponibilizasse um recipiente adequado, descartável ou retornável.
A periodicidade da coleta dos RPD nas residências foi preferencialmente
uma vez ao mês, seguido por duas vezes ao ano. O período da manha é o preferido
para entrega dos RPD sendo praticamente indiferente o dia da semana para a coleta.
No caso da instalação de PEV cerca de 16% não participariam do programa.
139
5.7. Diretrizes ao Programa de Gerenciamento de RPD
Segundo o IPT (2000) ao elaborar um plano integrado para o gerenciamento
dos RSU e dos RPD, deve-se definir as metas de ação, que poderão ser a curto,
médio e longo prazo, respectivamente 2 anos, 7 anos e 15 anos. Estes prazos, após a
análise das alternativas, permitem a construção de cenários e a elaboração do plano
de gerenciamento de RPD, que deverá ser revisto, no máximo, a cada 4 anos,
segundo recomendações da Política Nacional de Saneamento Básico.
Como ponto de partida para a elaboração das diretrizes do programa de
RPD para o Município de São Carlos considera-se a ordem de importância dos RPD,
determinada pela análise estatística, que explicou o comportamento dos RPD no
município nas caracterizações do aterro sanitário e o indicativo da presença dos RPD
observado nas caracterizações da coleta seletiva. Assim determinou-se que os RPD
prioritários para o possível programa seriam aqueles presentes nas duas seqüências
hierárquicas geradas pela análise estatística, sendo os resíduos prioritários:
inseticidas, aerossóis, baterias, tintas, pilhas.
Assim, sugere-se a elaboração de um programa diferenciado de RPD no
município, incluindo a hipótese de se iniciar com um programa piloto para algum
tipo especifico de RPD e posteriormente adicionar outros tipos.
O programa de gerenciamento de RPD deverá adotar os princípios de
prevenção à poluição e incluir a redução na fonte, reaproveitamento e reciclagem.
As estratégias de ação devem estar baseadas na separação do RPD na fonte
geradora que impede que os RPD contaminem os RSU, sendo este o método mais
barato e eficiente para reduzir o volume de RPD nos aterros sanitários (EPA, 1997).
E ainda, o programa deve incentivar a população a substituir produtos (que gerem
resíduos perigosos) quando existem alternativas de consumo e estimular a
reciclagem.
Alguns RPD, como por exemplo, pilhas e baterias, que continuarão a ser
gerados, devem ser encaminhados para a reciclagem.
Segundo a Agência Governamental Americana um programa deve adotar as
seguintes estratégias, muito pertinentes inclusive para aplicação no município
estudado, sendo elas:
140
Implementar políticas para reduzir a futura geração de RPD, obrigando
os fabricantes e distribuidores a compartilhar a responsabilidade pelo produto no fim
da sua vida útil;
Coletar de produtos químicos armazenados em casas, oficinas e
dependências;
Estabelecer programas de reciclagem para os RPD que continuarão ser
gerados, como exemplo, baterias, lâmpadas fluorescentes, tintas e outros que se
enquadram nessa categoria.
Criar oportunidades para as bolsas de resíduos e orientar aos cidadãos
para a possibilidade de troca de resíduos;
Desenvolver programas de divulgação e educação ao público, pois em
alguns casos, a população deverá armazenar RPD entre as coletas.
O programa de coleta e destinação dos RPD deve ser acompanhado por um
plano de avaliação, que periodicamente avaliará a participação pública e a redução
dos RPD encaminhados ao aterro sanitário, bem como, poderá avaliar as alternativas
de reciclagem e tratamento para os RPD existentes.
Os resultados da avaliação periódica servirão como base para análises,
discussões e propostas de indicadores de desempenho do programa e também
possibilitará o processo de melhoria contínua do mesmo.
O programa de gerenciamento de RPD poderia acontecer pelo modelo de
coleta porta-a-porta, pois 93% das pessoas entrevistadas responderam que
participariam do programa, se a coleta fosse realizada uma vez por semana (49%) e
guardariam os RPD em suas casas (34%) em um recipiente descartável oferecido
pelo programa. O período preferencial para coleta seria o da manhã (72%).
Para o caso de instalação de PEV, 66% dos entrevistados levariam seus
RPD mesmo que o PEV estivesse localizado a mais de um quarteirão de sua
residência e 16% não levariam os RPD para este local.
A Tabela 53 contém uma síntese das informações relativas aos RPD
prioritários no Município de São Carlos.
141
Tabela 53 – Síntese das informações dos RDP, em ordem de importância, segundo a caracterização realizada no ano de 2005.
Itens Minimizaçao Reciclagem Legislação
Inseticidas Para alguns tipos de
inseticidas, existem
alternativas de produtos
menos tóxicos ou naturais.
As embalagens vazias, em forma de
aerossol, podem ser recicladas.
Sem legislação
específica, para os
inseticidas usados em
residências.
Aerossóis Substituir por produtos em
outro tipo de embalagem.
As embalagens vazias podem ser
recicladas.
Sem legislação
específica.
Baterias Seguir corretamente as
instruções de uso do
fabricante para aumentar a
vida útil.
Depositar em coletores específicos,
que devem ser disponibilizados
principalmente pelos vendedores.
Resolução
CONAMA Nº
257/99.
Tintas Optar pelos produtos que
não contenham solventes
tóxicos.
As embalagens vazias podem ser
encaminhadas para a reciclagem.
As embalagens com produtos podem
ser reaproveitadas por outro usuário.
Sem legislação
específica.
Pilhas Seguir corretamente as
instruções de uso do
fabricante para aumentar a
vida útil.
Usar pilhas recarregáveis.
Depositar em coletores específicos,
que devem ser disponibilizados
principalmente pelos vendedores.
Resolução
CONAMA Nº
257/99.
142
6. CONCLUSÕES
Por meio da metodologia adotada, foi possível atender os objetivos
propostos a este trabalho.
As informações (quantitativas e qualitativas) sobre os RPD presentes no
aterro sanitário, levantadas pelo estudo de caso, representam o diagnóstico da
geração de RPD, pois identificam quais categorias foram encontradas e indicam que
o assunto pode ser aprofundado em estudos posteriores, sobre cada tipo de RPD
especifico.
A revisão da literatura coletou diversas informações sobre os tipos de RPD,
indicando que o tema vem sendo estudado há mais de 20 anos, contudo a quantidade
de informação ainda é escassa, visto a importância do tema nos dias atuais. Além
disso, as informações sobre RPD não são amplamente divulgadas, principalmente
para a sociedade em geral.
Diversos trabalhos científicos sobre o tema têm sido realizados, com
divulgação principalmente no meio acadêmico. Estes estudos abordam aspectos
técnicos-ambientais e técnico-operacionais, que se complementam indicando as
tendências a serem tomadas nas ações de gestão e gerenciamento dos RPD.
Com relação ao estudo de caso, por meio da caracterização do aterro
sanitário verificou-se que:
Os valores encontrados dos RPD nas caracterizações no município
encontram-se dentro dos valores de participação de RPD citados na literatura, entre
0,01 a 0,1% dos RSU.
Não há influencia sazonal para a geração de RPD no aterro sanitário de
São Carlos, exceto para o item medicamentos;
Os 15 setores analisados possuem uma distribuição de resíduos
diferentes entre si;
O perfil de geração de RPD no município foi determinado em função da
quantidade de: inseticidas, aerossóis, baterias, tintas, pilhas e colas, por ordem de
importância.
143
Por meio do estudo de caso, nas centrais da coleta seletiva conclui-se que o
conjunto de informações dos RPD deve ser considerado apenas como um indicativo
da geração e da composição dos RSU do município. Contudo, verificou-se que
existem RPD na coleta seletiva, que possivelmente ali se encontram, devido a falta
de conhecimento da população sobre os resíduos que não devem ser separados, ou
por ser julgado como um resíduo que necessita de reciclagem. Essas hipóteses devem
ser investigadas especificamente para efetiva confirmação.
Os resultados obtidos a partir da aplicação dos questionários indicam
algumas decisões operacionais para a elaboração do programa de gerenciamento de
RPD. O uso deste instrumento permitiu:
Conhecer o perfil sócio-econômico e o grau de escolaridade dos
moradores;
Conhecer o entendimento dos moradores sobre o tema;
Conhecer a receptividade em participar de um possível programa de
gerenciamento dos RPD;
Identificar a preferência em relação ao período do dia e dos dias da
semana preferidos para a entrega dos RPD separados nas residências;
Identificar as lacunas do entendimento sobre o tema, direcionando
para as informações necessárias, em caso de educação a população.
Com relação a legislação ambiental correlata verificou-se que existem leis
municipais e estaduais que citam a prevenção a poluição, a necessidade de redução
dos resíduos, a importância da logística reversa para viabilizar a reciclagem dos
resíduos.
Especificamente, sobre os RPD, verificou-se que existe legislação para as
lâmpadas fluorescentes e que estas representam um grupo que tem se destacado, bem
como pilhas e baterias. Os demais tipos de RDP se enquadram em resíduos especiais,
citados pela legislação, o que indica uma sugestão muito ampla de que existem
resíduos que devem ser gerenciados de forma diferenciada.
O município também conta com uma legislação que incentiva a implantação
da logística reversa e, de acordo com o levantamento realizado na Secretaria
Municipal de Ciência, de Tecnologia e de Desenvolvimento Sustentável, atualmente
144
a Prefeitura atua no sentido de estabelecer parceria com o setor privado para a
operacionalidade da questão dos RPD. Assim, conclui-se que o Município possui
legislação ambiental atual que aponta para a necessidade de um programa de
gerenciamento para os RPD, restando então implementar tais leis.
145
7. Sugestões para trabalhos futuros
Com a finalização do presente trabalho, surgem outras oportunidades de
pesquisa para posteriores estudos, tais como:
1. Caracterização física dos RPD na coleta seletiva do município por um
período de tempo sugerido de um ano, visando uma melhor
quantificação;
2. Avaliar programas de gerenciamento de RPD no âmbito nacional ou
internacional, a fim de selecionar indicadores de desempenho e
elaborar sistemas de avaliação continua;
3. Estudar, na literatura e no território nacional, as técnicas existentes de
reuso, reciclagem, recuperação e tratamento para os RPD e sintetizar
estas informações.
146
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UNIDA. Estrategia Nacional para la Gestión Sustentable de Residuos Peligrosos
de Origen Doméstico. Unidad de investigacion y desarrollo sustentable. Secretaria
de Ambiente y desarrollo sustentable de la Nacion. Disponivel em:
<http://www.ambiente.gov.ar/archivos/web/UniDA/File/Estrategia_Nacional_RPD_
16_02_0601.pdf>. Acesso em: 09/05/08.
VILLELA, S.H. Elaboração e aplicação de um modelo interpretativo para
valoração do grau de sustentabilidade de políticas de gestão de resíduos sólidos
domiciliares. 1998. 214f. Tese (Doutorado em Hidráulica e Saneamento) EESC –
USP, São Carlos, SP, 1998.
ZIGLIO, L. A Convenção da Basiléia e o destino dos resíduos industriais no
Brasil. 2005. 140 p. Dissertação (Mestrado em Geografia Humana). FFLCH – USP,
São Paulo.
154
APÊNDICE A
Questionário aplicado à população
155
Levantamento sobre o conhecimento e interesse da comunidade residente no Bairro
Vila Nery e adjacências sobre os resíduos perigosos de origem domiciliar.
O objetivo deste formulário é estabelecer um diagnóstico prévio sobre o nível de conhecimento da
população sobre os resíduos gerados em sua residência, e avaliar a participação da mesma em um
possível programa de segregação de resíduos perigosos de origem domiciliar.
As informações obtidas serão avaliadas e irão subsidiar:
- a decisão de implementar um programa de prevenção a poluição voltado aos resíduos perigosos
domiciliares;
- a preparação de material informativos sobre o procedimento para separação e entrega destes
resíduos, bem como, para o esclarecimento de quais resíduos devem ser segregados.
FORMULÁRIO DE ENTREVISTA
Data: Horário:
Endereço: Rua/Av. N
o
.:
Bairro
Entrevistador:
N° da entrevista aplicada neste dia pelo entrevistador:
I – Identificação da pessoa entrevistada:
1.1 – Nome
1.2 - Idade da pessoa entrevistada: Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem.
1.3 – Posição na família da pessoa entrevistada:
1.4 – Quantas pessoas moram na casa?
1.5 – renda familiar:
1.6 - nível de instrução:
II – AVALIAÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES LIGADAS AO
LIXO
2.1 - Destino do lixo: (resposta múltipla)
( ) coletado na porta
( ) colocado em caçamba
( ) jogado em terreno baldio ou rio ou mato
( ) enterrado
( ) queimado
( ) separado para venda
( ) separado para doação
2.2 – Quais os tipos de resíduos/lixo gerados em sua casa?
( ) papel/papelão
( ) embalagens
( ) vidros
( ) Plásticos
( ) produtos de limpeza
( ) metais
156
( ) pilhas
( ) remédios
( ) baterias
( ) lâmpadas fluorescentes
( ) material de serviço de saúde (agulhas e seringas)
( ) inseticidas
( ) fertilizantes
2.3 - Que tipo de resíduo/lixo o Sr(a) costuma separar para vender ou doar? (resposta
múltipla)
( ) vidro
( ) plástico
( ) papel ou papelão
( ) lataria
( ) alimentos
( ) outros (especifique)
2.4– Que problemas você acha que o lixo pode causar:
Obs.: esperar resposta antes de ler as alternativas.
( ) Disseminar doenças
( ) Poluir os solos e as águas
( ) Poluir o ar.
( ) Provocar explosões acidentais.
( ) Propiciar proliferação de insetos.
( ) Contaminar o meio ambiente
( ) Desperdiçar energia e materiais.
( ) Não sei.
2.5– Quais destes produtos você considera perigoso ao Meio Ambiente?
( ) querosene
( ) tintas
( ) vernizes
( ) fertilizantes
( ) solventes
( ) pilhas
( ) baterias
( ) remédios
( ) lâmpadas fluorescentes
( ) inseticidas
2.6 – Você sabe o que é reciclagem?
( ) Sim ( ) Não
2.7. Quais os problemas que você imagina que poderiam ser resolvidos ou minimizados com
a reciclagem?
( ) Grande desperdício de materiais e energia
( ) Poluição de águas superficiais e subterrâneas
( ) Poluição dos solos ao redor do aterro sanitário
( ) Proliferação de insetos que transmitem doenças
( ) Escassez de emprego/geração de emprego
( ) Outro. Especifique.
2.8 –Assinale as afirmativas consideradas certas
157
a) Em São Carlos, a Prefeitura leva o lixo que coleta nas residências:
( ) para um lugar adequado, sem gerar poluição;
( ) para um lugar que gera poluição.
( ) não sabe
b) O que deveria ser feito com o lixo coletado em sua cidade?
( ) Deve ser disposto adequadamente.
( ) No mínimo, o material seco (ex. embalagens, papel) deveria receber destino
diferente do material úmido (ex. restos de comida).
( ) não sabe
c) O aterro sanitário pode receber todo tipo de lixo produzido em sua casa?
( ) sim
( ) não
( ) não sabe
Explique_______________________________________________
d) O aterro sanitário é a mesma coisa que lixão?
( ) sim
( ) não
( ) não sabe
Explique_______________________________________________
e) Para garantir a limpeza da sua cidade, é dever da Prefeitura Municipal:
( ) Coletar o lixo de toda cidade sem envolver a comunidade nestas questões.
( ) Colocar cestos de lixo nas ruas e praças da cidade.
( ) Promover campanhas para informar a população
( ) Fiscalizar os cidadãos para que eles não coloquem lixo em locais inadequados
(terrenos baldios, áreas de drenagem de rios,etc)
( ) Buscar soluções em conjunto com a população.
f) Nesta questão do lixo, é dever de cada um de nós:
( ) não desperdiçar
( ) Guardar o lixo em casa nos dias em que o caminhão não passa.
( ) separar o lixo reciclável em casa
( ) Reclamar para a Prefeitura quando se perceber que algum lugar está ficando
poluído por causa do lixo que é ali jogado.
( ) O único dever dos cidadãos é pagar impostos. O resto é com a Prefeitura.
( ) Não jogar o lixo nas ruas, praças, estradas ou rios da cidade.
( ) Conhecer os rsicos que o lixo pode representar para o meio ambiente.
158
2.9 – Assinale quando se tratar de um hábito seu
( ) Ao comprar um produto, você se preocupa se ele polui ou não a natureza.
( ) Você já deixou de comprar um produto só para evitar o desperdício ou a poluição
causada por ele.
( ) Vocês costumam doar ou vender os objetos (roupas, etc) que não usam mais.
( ) Quando não tem outro lugar, vocês jogam o lixo na rua mesmo.
( ) Não jogar o lixo nas ruas, praças, estradas ou rios da cidade.
( ) doar restos de remédios
IIII– AVALIAÇÃO DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO À COLETA SELETIVA:
3.1-Você separaria os materiais como pilhas, baterias, tintas, lâmpadas fluorescentes se a
prefeitura viesse coletar na sua casa?
( ) sim
( ) não
3.2-Onde você guardaria estes materiais em sua casa até a coleta?
( ) em um recipiente próprio
( ) em um recipiente descartável doado pelo programa
( ) em um recipiente retornável doado pelo programa
3.3-Caso sejam usados recipientes retornáveis, o coletor de recicláveis pode bater à sua porta
no dia da coleta para receber os materiais?
( ) sim
( ) não
3.4. Você guardaria se a coleta fosse feita
( ) 1 vez por ano
( ) 2 vezes ao ano
( ) 1 vez por mês
( ) 1 vez a cada 3 meses
( ) 1 vez por semana
3.5-Você levaria os resíduos para um local de entrega?
( ) sim, se este estivesse a menos de um quarteirão da minha casa
( ) sim, mesmo que este esteja localizado a mais de um quarteirão da minha casa
( ) não
3.6.-Qual seria o melhor período para a coleta passar em sua casa?
( ) manhã
( ) tarde
( ) segunda-feira
( ) terça-feira
( ) quarta-feira
( ) quinta-feira
( ) sexta-feira
159
APÊNDICE B
Análise estatística entre as duas etapas de caracterização da coleta
convencional do Município
160
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
COLETA (2 levels)
1, 2
Number of cases processed: 30
Dependent variable means
PILHAS MEDI AEROS INSET RSS
3.000 3.500 0.167 0.633 0.300
TINTAS COLAS LAMP BATERIAS
0.967 0.133 0.167 0.100
-1
Estimates of effects B = (X'X) X'Y
PILHAS MEDI AEROS INSET
CONSTANT 3.000 3.500 0.167 0.633
COLETA 1 -0.267 2.100 -0.100 -0.167
RSS TINTAS COLAS LAMP
CONSTANT 0.300 0.967 0.133 0.167
COLETA 1 0.033 0.167 -0.067 0.033
BATERIAS
CONSTANT 0.100
COLETA 1 0.033
Residuals have been saved.
161
Test for effect called: COLETA
Univariate F Tests
Source SS df MS F P
PILHAS 2.133 1 2.133 0.279 0.601
Error 213.867 28 7.638
MEDI 132.300 1 132.300 9.980 0.004
Error 371.200 28 13.257
AEROS 0.300 1 0.300 1.432 0.242
Error 5.867 28 0.210
INSET 0.833 1 0.833 0.726 0.401
Error 32.133 28 1.148
RSS 0.033 1 0.033 0.091 0.765
Error 10.267 28 0.367
TINTAS 0.833 1 0.833 0.581 0.452
Error 40.133 28 1.433
COLAS 0.133 1 0.133 0.700 0.410
Error 5.333 28 0.190
LAMP 0.033 1 0.033 0.152 0.699
Error 6.133 28 0.219
BATERIAS 0.033 1 0.033 0.350 0.559
Error 2.667 28 0.095
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.606 1.442 9, 20 0.236
Pillai Trace 0.394 1.442 9, 20 0.236
Hotelling-Lawley Trace 0.649 1.442 9, 20 0.236
162
APÊNDICE C
Análise estatística entre os resíduos dos 15 setores da coleta
convencional do Município – primeira e segunda caracterização
163
Effects coding used for categorical variables in model.
Categorical values encountered during processing are:
SETOR (15 levels)
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, 10, 11, 12, 13, 14,
15
Number of cases processed: 30
Dependent variable means
PILHAS MEDI AEROS INSET RSS
3.000 3.500 0.167 0.633 0.300
TINTAS COLAS LAMP BATERIAS
0.967 0.133 0.167 0.100
-1
Estimates of effects B = (X'X) X'Y
164
PILHAS MEDI AEROS INSET
CONSTANT 3.000 3.500 0.167 0.633
SETOR 1 1.500 -1.500 0.833 1.867
SETOR 2 3.500 5.000 -0.167 0.867
SETOR 3 -2.000 0.000 -0.167 -0.633
SETOR 4 -0.500 -0.500 -0.167 -0.133
SETOR 5 -2.000 -2.000 -0.167 0.867
SETOR 6 -2.000 4.000 -0.167 -0.633
SETOR 7 3.000 0.000 -0.167 0.367
SETOR 8 -1.500 -1.000 0.333 -0.633
SETOR 9 -0.500 -2.000 0.333 0.367
SETOR 10 -1.000 3.500 0.333 -0.633
SETOR 11 -2.500 -1.500 -0.167 0.367
SETOR 12 1.000 -1.500 -0.167 -0.133
SETOR 13 1.500 0.000 -0.167 -0.633
SETOR 14 2.500 -1.500 -0.167 -0.633
RSS TINTAS COLAS LAMP
CONSTANT 0.300 0.967 0.133 0.167
SETOR 1 1.200 0.533 -0.133 -0.167
SETOR 2 0.700 -0.967 -0.133 -0.167
SETOR 3 0.200 0.033 -0.133 -0.167
SETOR 4 -0.300 -0.967 -0.133 -0.167
SETOR 5 -0.300 -0.967 -0.133 -0.167
SETOR 6 -0.300 1.033 -0.133 -0.167
SETOR 7 0.200 0.033 -0.133 0.333
SETOR 8 -0.300 0.033 -0.133 -0.167
SETOR 9 -0.300 0.033 0.367 -0.167
SETOR 10 0.200 0.033 -0.133 -0.167
SETOR 11 -0.300 0.533 0.867 0.333
SETOR 12 -0.300 0.033 -0.133 -0.167
SETOR 13 -0.300 -0.967 0.367 0.833
SETOR 14 0.200 -0.467 -0.133 0.333
165
BATERIAS
CONSTANT 0.100
SETOR 1 -0.100
SETOR 2 0.400
SETOR 3 -0.100
SETOR 4 -0.100
SETOR 5 -0.100
SETOR 6 -0.100
SETOR 7 -0.100
SETOR 8 -0.100
SETOR 9 0.400
SETOR 10 -0.100
SETOR 11 -0.100
SETOR 12 -0.100
SETOR 13 -0.100
SETOR 14 0.400
Residuals have been saved.
Test for effect called: SETOR
Univariate F Tests
166
Source SS df MS F P
PILHAS 112.000 14 8.000 1.154 0.392
Error 104.000 15 6.933
MEDI 145.000 14 10.357 0.433 0.937
Error 358.500 15 23.900
AEROS 2.667 14 0.190 0.816 0.645
Error 3.500 15 0.233
INSET 16.467 14 1.176 1.069 0.448
Error 16.500 15 1.100
RSS 5.800 14 0.414 1.381 0.271
Error 4.500 15 0.300
TINTAS 19.467 14 1.390 0.970 0.520
Error 21.500 15 1.433
COLAS 2.467 14 0.176 0.881 0.591
Error 3.000 15 0.200
LAMP 2.667 14 0.190 0.816 0.645
Error 3.500 15 0.233
BATERIAS 1.200 14 0.086 0.857 0.611
Error 1.500 15 0.100
Multivariate Test Statistics
Statistic Value F-Statistic df Prob
Wilks' Lambda 0.001 0.872 126, 67 0.748
Pillai Trace 4.155 0.919 126, 135 0.684
Hotelling-Lawley Trace 17.246 0.715 126, 47 0.927
THETA S M N Prob
0.875 9 2.0 2.5 0.671
167
APÊNDICE D
Análise estatística entre as 3 cooperativas do Município na
primeira caracterização
168
Source
SS df MS F P
PILHAS 632.992 2 316.496 2.023 0.183
Error 1564.700 10 156.470
LAMP 23.608 2 11.804 4.113
0.050
Error 28.700 10 2.870
RSS 44.569 2 22.285 1.794 0.216
Error 124.200 10 12.420
MEDI 67.769 2 33.885 0.794 0.479
Error 427.000 10 42.700
BATERIAS 0.008 2 0.004 0.017 0.983
Error 2.300 10 0.230
INSETICIDAS 83.769 2 41.885 7.903
0.009
Error 53.000 10 5.300
AERO 72.123 2 36.062 53.032
0.000
Error 6.800 10 0.680
TINTAS 91.558 2 45.779 4.370
0.043
Error 104.750 10 10.475
LUBRIFICANTE 1.558 2 0.779 10.385
0.004
Error 0.750 10 0.075
VET 14.019 2 7.010 1.566 0.256
Error 44.750 10 4.475
169
APÊNDICE E
Análise estatística entre as 2 caracterizações da cooperativa
ECOATIVA
170
Source SS Df MS F P
PILHAS 112.500 1 112.500 1.056 0.344
Error 639.500 6 106.583
LAMP 50.000 1 50.000 8.955
0.024
Error 33.500 6 5.583
RSS 4.500 1 4.500 1.286 0.300
Error 21.000 6 3.500
MEDI 144.500 1 144.500 4.587 0.076
Error 189.000 6 31.500
BATERIAS 1.125 1 1.125 1.000 0.356
Error 6.750 6 1.125
INSETICIDAS 6.125 1 6.125 0.323 0.590
Error 113.750 6 18.958
AERO 72.000 1 72.000 108.000
0.000
Error 4.000 6 0.667
TINTAS 60.500 1 60.500 3.441 0.113
Error 105.500 6 17.583
LUBRIFICANTE 1.125 1 1.125 9.000
0.024
Error 0.750 6 0.125
VET 10.125 1 10.125 1.358 0.288
Error 44.750 6 7.458
171
ANEXO A
Exemplo de questionário de avaliação do programa de
coleta de RDP
172
Questionário para o dia de eliminação de tóxicos de Salinas
1. Como ficou sabendo do dia de eliminação de tóxicos?
( ) informativo no trabalho ( ) Anuncio TV/radio
( ) mala direta ( ) informação verbal
( ) anuncio impresso
2. Local de moradia
( ) Cidade de Salinas ( ) outro. Especifique: ______________________
( ) Condado do Norte
3. Os resíduos perigosos domiciliares que você esta entregando foram gerados em
quantas residências?
( ) uma ( ) três
( ) duas ( ) mais de três:_________
4. Você tinha conhecimento prévio em relação aos resíduos perigosos domiciliares?
( ) sim ( ) não
5.Como você descartava os resíduos perigosos domiciliares anteriormente a este
programa?
( ) com o lixo comum ( ) três
( ) duas ( ) outro:_________
6. Antes deste projeto, você sabia que não era seguro descartar resíduos tóxicos com
resíduos comuns?
( ) sim ( ) não
7. Você considera que este projeto é um beneficio para a comunidade?
( ) sim ( ) não
8. Na sua opinião, qual deveria ser a freqüência deste serviço?
( ) semanalmente ( ) duas vezes ao ano
( ) mensalmente ( ) uma vez ao ano
9. Você estaria disposto a pagar uma tarifa (50 centavos ou um dólar) por este
serviço?
( ) sim ( ) não
10. Comentários:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
173
174
ANEXO B
Panfleto explicativo para divulgação da coleta seletiva
175
(Frente do panfleto)
176
(Verso do panfleto)
177
ANEXO C
Mapa da área referente à aplicação do questionário à
população
178
Imagem da área investigada pela aplicação do questionário. Sem escala.
Fonte: Site oficial da Prefeitura Municipal de São Carlos.
<http://www.saocarlos.sp.gov.br>
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
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Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
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Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
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Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
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Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
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Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
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