mesmo hoje.
[3] Mômiers - Apelidos de certos metodistas na Suíça (N. do T.).
[4] Pietistas - adeptos da doutrina ascética da Igreja Luterana alemã do século XVII (N. do T.).
[5] Bakunin fala aqui, sem dúvida, das "leis econômicas" e da "ciência social", que, com efeito, ainda
está em seu começo.
[6] Em Londres, eu ouvi o Sr. Louis Blanc exprimir, há pouco, mais Ou menos a mesma idéia: "A
melhor forma de governo", e logo depois, "será a que convocar sempre à direção os homens virtuosos".
[7] A ciência, tornando-se o patrimônio de todo mundo, desposará, de certo modo, a vida imediata e real
de cada um. Ela ganhará em utilidade e em graça o que tiver perdido em orgulho, em ambição e em
pedantismo doutrinário. Isto não impedirá, sem dúvida, que homens geniais, melhor organizados para as
especulações científicas do que a maioria de seus contemporâneos, se dediquem exclusivamente à cultura
das ciências e prestem grandes serviços à humanidade. Todavia, eles não poderão ambicionar outra
influência social senão a influência natural exercida sobre seu meio por toda a inteligência superior, nem
outra recompensa que não seja a satisfação de uma nobre preparação.
[8] É preciso distinguir a experiência universal, sobre a qual os idealistas querem apoiar suas crenças; a
primeira é uma constatação real de fatos, a segunda nada mais á que uma suposição de fatos que ninguém
viu e que, por conseqüência, estão em contradição com a experiência de todo o mundo.
[9] Os idealistas, todos os que crêem na imaterialidade e na imortalidade da alma humana, devem estar
excessivamente embaraçados com a diferença que existe entre as inteligências das raças, dos povos e dos
indivíduos. A menos que se suponha que as diversas parcelas foram irregularmente distribuídas, como
explicar esta diferença? Existe infelizmente um número considerável de homens completamente
estúpidos, parvos até o idiotismo. Teriam eles, pois, recebido na divisão uma parcela ao mesmo tempo
divina e estúpida? Para sair deste embaraço, os idealistas deveriam necessariamente supor que todas as
almas humanas são iguais, mas que as prisões nas quais elas se encontram necessariamente fechadas, os
corpos humanos, são desiguais, uns mais capazes que outros, para servir de órgão à intelectualidade pura
da alma. Esta teria à sua disposição, deste modo, órgãos muito finos; aquelas, órgãos muito grosseiros.
Mas estas são distinções de que o idealismo não tem o direito de se servir, sem cair, ele próprio, na
inconseqüência e no materialismo mais grosseiro. Isto porque, na absoluta imaterialidade da alma, todas
as diferenças corporais desaparecem, tudo o que á corporal, material, deve aparecer como indiferente,
igual, absolutamente grosseiro. O abismo que separa a alma do corpo, a absoluta imaterialidade da
materialidade absoluta, á infinito. Por conseqüência, todas as diferenças, inexplicáveis por sinal, e
logicamente impossíveis, que poderiam existir do outro lado do abismo, na matéria, devem ser, para a
alma, nulos, e não podem nem devem exercer sobre ela nenhuma influência. Numa palavra, o
absolutamente imaterial não pode ser forçado, aprisionado e ainda menos exprimido em qualquer grau
que seja pelo absolutamente material. De todas as imaginações grosseiras e materialistas, no sentido
ligado a esta palavra pelos idealistas, quer dizer, brutais, que foram engendradas pela ignorância e pela
estupidez primitiva dos homens, a de uma alma imaterial, aprisionada num corpo material, á certamente a
mais grosseira, a mais estúpida, e nada melhor prova a onipotência, exercida até mesmo sobre os
melhores espíritos, por preconceitos antigos, do que ver homens dotados de uma grande inteligência