73
atitudes etc., realizando um processo constante de autoavaliação que oriente seu
trabalho.
Convém ressaltar que a orientação para esse processo de reflexão
exige uma proposta crítica da intervenção educativa, uma análise da prática do
ponto de vista dos pressupostos ideológicos. Isso supõe que a formação
permanente deve abandonar o conceito obsoleto de atualização científica,
didática e psicopedagógica do professor para adotar um conceito de formação,
que consiste em descobrir, construir, fundamentar, revisar, inovar, construir a
teoria; ou seja, a formação como estímulo crítico ante práticas profissionais,
como a hierarquia, o sexismo, a proletarização, o individualismo, o pouco
prestígio etc., e práticas sociais, como a exclusão, a intolerância etc.
De acordo com Porto (2000), a formação não se conclui não se conclui,
mas cada instante abre possibilidades para novos momentos de formação,
assumindo um caráter de recomeço/renovação (inovação) da realidade pessoal e
profissional, tornando-se a prática, então, a mediadora da produção do
conhecimento ancorado/mobilizado na experiência de vida do professor e em sua
identidade, construindo-se, com base nesse entendimento, uma prática interativa
e dialógica entre o individual e o coletivo. Altera-se, portanto, a perspectiva da
formação: o fazer, entendido como uma atividade alheia à experiência e ao
conhecimento do professor, cede lugar ao saber fazer reflexivo, entendido como
auto-formação, percurso que ocorre na indissociabilidade teoria/prática, condição
fundante da construção de novos conhecimentos e de novas práticas - reflexivas,
inovadoras, autônomas. Autonomia em que as Políticas Educacionais da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo parecem não estarem
interessadas, pois trazem, em seu discurso, alguns imperativos a respeito da
formação continuada:
as ações do Programa Teia do Saber devem ser organizadas a partir de
iniciativas das instâncias centrais ou regionais (Diretorias de Ensino -
DEs) da Secretaria da Educação e se realizar de forma centralizada ou
descentralizada, buscando atender às necessidades de
aperfeiçoamento, atualização, graduação e pós-graduação de
profissionais que atuam em qualquer instância ou inter-instâncias, sejam
elas locais ou de toda a rede. Essas ações, com seus múltiplos escopos
e origens, devem ser criteriosamente articuladas para garantir a
coerência e a sinergia necessárias ao avanço e enriquecimento dos
processos de criação e transformação coletivos” [...] Nesse contexto, as
Diretorias de Ensino assumem papel relevante pois, embora na cadeia
SEE - DE - Escola - Comunidade cada instância possua atribuições
específicas no que tange à implementação da política educacional, é do