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sociais que concretiza ou cumpre sua “vocação” profissional. É
uma profissão vigorosa, combatente que, no plano “macro”,
constantemente se confronta com binômio “solidariedade e
barbárie social” e que se confronta também, no cotidiano, com
as necessidades e carências fundamentais do homem, não só
na esfera do econômico e técnico, como também na do afetivo.
(RODRIGUES, 2001, p. 154)
Poder-se-ia afirmar que o Serviço Social, como profissão
inscrita na divisão social do trabalho, situa-se no processo da
reprodução das relações sociais, fundamentalmente como uma
atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social e
na difusão da ideologia da classe dominante junto à classe
trabalhadora. Assim, contribui como um dos mecanismos
institucionais mobilizados pela burguesia e inserido no aparato
burocrático do Estado, das empresas e outras entidades
privadas, na criação de bases políticas que legitimem o
exercício do poder de classe, contrapondo-se às iniciativas
autônomas de organização e representação dos trabalhadores.
Intervém, ainda na criação de condições favorecedoras da
reprodução da força de trabalho, através da mediação dos
serviços sociais, previstos e regulados pela política social do
Estado, que constituem o suporte material de uma ação de
cunho “educativo”, exercido por esses agentes profissionais.
(IAMAMOTO, 1998, p.94)
De modo geral as autoras explicam o significado da profissão
relacionado à questão de classe e da divisão sócio técnica do trabalho,
considerando a perspectiva sócia histórica. Entretanto, percebemos por vezes,
que mesmo esse conceito e o que definimos como objeto da profissão (a
questão social) adquirem um espectro amplo demais, decorrendo daí
confusões e dúvidas.
Por outro lado, os conceitos elaborados tornam-se complementares,
pois fundamentam a profissão como prática política e interventiva no âmbito