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X tem um funcionamento... bem... metódico, que bate bastante comigo,
com certeza (riso). Só que é um metódico que, em primeira instância,
[comparando com] a experiência que eu tinha fora, foi um pouco
chocante... Porque a forma do pessoal tratar os professores, a forma
de... Colocar, muitas vezes, acabava sendo... Como se os professores
fossem um pouco... Inexperientes ou... Como eu vou dizer? Dava uma
sensação de impotência na gente e de irresponsabilidade, coisa que para
mim era um choque, não sei para os outros, para mim era (riso). No
sentido de que [ouvíamos]: “vamos, vamos, vamos” (bate palmas como
se estivesse querendo apressar alguém). Coisas assim... Sabe? Eu sei o
meu horário, sei que eu tenho que ficar dentro da sala; porém, uma série
de burocracias acaba te emperrando, porque diferente de uma escola
fora dali. Uma escola fora você chega, assina seu ponto, você tem seu
armário guarda o seu material, pelo menos, normalmente. Não vou
dizer que todas sejam assim, mas a experiência que eu tinha até aí, pelo
menos da última, tinha sido isso e... Antes de entrar para aula os
professores têm um certo tempo para entrar na sala, conversam entre si
e tudo o mais, bateu o sinal vai para sala. Lá na FEBEM não tem sinal
(risos) - começa aí a diferença - mas tudo bem, tem o relógio e tudo
mais. Mas, você tem que contar o material das salas, tem que assinar um
papel dizendo quanto que você está levando de material; o lugar que
você assina o ponto é diferente do lugar onde você dá a aula; o lugar
onde você pega o material também é diferente do lugar onde você dá a
aula; para entrar na sala de aula você tem que esperar abrir as salas,
então, tem toda uma burocracia antes, que nada, nada se você bobear
dá uma hora, praticamente dá uma hora e isso não é considerado –
atualmente, nem se recebe por isso...
(...) e todos têm que ter esse procedimento de entrada, de saída. Entrar,
contar o material, depois sair e devolver. Tem que estar certinho o
material, não pode sair da sala se não estiver certo, enfim, existe uma
série de procedimentos lá dentro. Nem sempre os professores novos
recebem essas informações, eles vão aprendendo, infelizmente, na
marra. Então, também têm grandes falhas ali... Grandes buracos
negros... Já tem o da Educação que vem de fora; lá, esse buraco ainda é