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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA E ANÁLISE DA
VARIABILIDADE GENÉTICA PARA CARACTERES DE
FRUTOS, SEMENTES E PROCESSO GERMINATIVO
ASSOCIADO À PRODUTIVIDADE DE ÓLEO
EM MATRIZES DE Carapa guianensis AUBLET.,
UMA MELIACEAE DA AMAZÔNIA
Tammya de Figueiredo Pantoja
Bióloga
JABOTICABAL, SP – BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA E ANÁLISE DA
VARIABILIDADE GENÉTICA PARA CARACTERES DE
FRUTOS, SEMENTES E PROCESSO GERMINATIVO
ASSOCIADO À PRODUTIVIDADE DE ÓLEO
EM MATRIZES DE Carapa guianensis AUBLET.,
UMA MELIACEAE DA AMAZÔNIA
Tammya de Figueiredo Pantoja
Orientador: Prof. Dr. Rinaldo sar de Paula
Co-Orientadores: Profa. Dra. Fabíola Vitti Môro
Pesquisador Dr. Fabiano Cesarino
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia
[Genética e Melhoramento de Plantas].
JABOTICABAL, SP – BRASIL
NOVEMBRO – 2007
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ii
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
Tammya de Figueiredo Pantoja, filha de Soely Maria de Figueiredo
Pantoja do Amaral, nasceu em 14 de julho de 1982, em Belém, PA Brasil. Em
Março de 2000, iniciou o curso de Bacharel em Ciências Biológicas na
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), em Macapá, AP, concluindo-o em
fevereiro de 2005. No período de agosto de 2003 a agosto de 2004, foi bolsista de
iniciação científica do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) pelo programa PIBIC CNPq IEPA (Instituto de Pesquisas
Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá). Em Agosto de 2005, iniciou o
curso de Pós-graduação Stricto Sensu Mestrado em Agronomia [Genética e
Melhoramento de Plantas] na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), Câmpus de Jaboticabal, São Paulo.
Durante o período de realização do mesmo, foi bolsista da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
iii
“A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem
contra as sementes"
Khalil Gibran
“Assim como a semente traça a forma e o destino da árvore, os
teus próprios desejos é que te configuram a vida”
Emmanuel (psicografado por Chico Xavier)
iv
Ao Meu Esposo,
Devido à compreensão de minhas ausências, ao apoio
incondicional e ao amor, carinho, companheirismo, dedicação e
respeito que são indispensáveis em minha vida.
OFEREÇO
A minha amada e Soely Maria de
Figueiredo Pantoja do Amaral, por sempre
ensinar-me a importância de estudar; aos
anjos, tia Tânia e meus avôs, Eulita e
Antônio (in memoriam), por suas
constantes
orações.
DEDICO
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho, em especial à:
Universidade Estadual Paulista (UNESP) Câmpus de Jaboticabal, SP por
possibilitarem a minha formação no Curso Pós-Graduação, Mestrado em
Agronomia [Genética e Melhoramento de Plantas].
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo
apoio financeiro concedido através de bolsa de estudo.
Minha mãe, Soely Maria de Figueiredo Pantoja do Amaral, pelo amor
incondicional, incentivo, preocupação, carinho e ajuda. Je t’aime ma mère. A todos
os meus familiares que sempre torceram por mim, em especial minhas tias Teca e
Ângela. Ao meu esposo pelo amor, admiração e incentivo. Por desejar todo dia a
mesma mulher. Sei que não foi fácil ficar sozinho em nosso lar, mas espero que
ainda juntos e idosos fiquemos lá por algum tempo.
Ao Prof. Dr. Rinaldo César de Paula pela amizade, paciência, dedicação,
confiança e ensinamentos necessários para evidenciar esta conquista. Sempre
terei por sua digníssima pessoa, consideração e apreço. Desta forma, presto
meus mais sinceros agradecimentos. Espero que sempre possamos manter os
laços profissionais e de amizade.
À minha co-oriendora Prof. Dra. Fabíola Vitti Môro, pela amizade,
ensinamentos, oportunidade, ajuda incondicional e observações sempre
prestimosas. Por me acolher tão bem.
Ao meu co-orientador Pesquisador Dr. Fabiano Cesarino pela ajuda
profissional fundamental na logística de campo e coleta dos dados. Sem seus
esforços para organizar as viagens de campo e dinamizar a coleta dos dados
esses trabalho não seria possível.
Aos membros da banca, Prof. Dr. Mário Luiz Teixeira de Moraes e
Pesquisador Dr. Miguel Luiz Menezes Freitas, por prestigiarem a defesa desta
dissertação e pelas considerações prestimosas dadas para engrandecimento
deste trabalho.
vi
Aos meus ajudantes de campo Seu Gerôncio, Itamar, Biel e Sandro, pela
ajuda indispensável, sem vocês o desenvolvimento deste trabalho não teria
acontecido. Sei o quanto foi extensivo nossa coleta de material. Ao Seu Tomé e
Dona Deusa por sempre permitirem que eu ficasse em sua casa e por terem
dividido comigo um pouco de sua sabedoria.
Aos Técnicos Lázaro, Rubens e Roseli, por sempre estarem prontos a
ajudar. A secretária do Departamento de Produção Vegetal (Horticultura) Nádia
Oliveira pelas informações sempre precisas. Às funcionárias da Pós-Graduação,
que nos encaminham e facilitam todos os processos burocráticos desta
universidade.
As irmãs de coração Camila e Silvia, as amigas Adriana, Jose, Carla,
Renata, Lina, Sônia, Juliana e Lais, pelos momentos especiais vividos com cada
uma. Aos amigos Aldo, Francisco e Agmar pelo carinho. Ao Sr. Tião e Dona
Lourdes que me adotaram como filha. A todos os novos amigos conquistados na
UNESP, Câmpus de Jaboticabal. Ao MSc. Breno Marques da Silva e Silva por
muitos anos sermos amigos, confidentes e cúmplices da vida um do outro.
A Geográfa Claudia Funi pela ajuda com os dados do georeferenciamento e
pela elaboração dos mapas esquemáticos. A Pesquisadora Vitória Lucien e a
Bolsista do CNPq Projeto Biodiesel Maria Luciane pela ajuda com a extração de
óleo das sementes. A Bióloga Luciene Zagalo de Oliveira, que além de grande
amiga, contribuiu muito para este trabalho com seu dom divino. A Dona Luciana,
por ter tido uma filha tão especial. A todos os amigos, seja do âmbito acadêmico
ou não, mas que moram em minhas memórias e coração.
Aos meus mestres, Dr. Carlos Damião-Filho, Dr. Sérgio Ferraudo, Dr.
Alberto Cargnelutti Filho, Dr. Dilermando Perecin, Dr. Adhemar Sanches, Dr.
Euclides Malheiros, Dr. João Oliveira e Dr. Danísio Munari, por repassaram um
pouco de seus conhecimentos através das disciplinas cursadas.
E, se tive por ventura, a indelicadeza e infelicidade de não mencionar algum
nome peço perdão.
Os meus mais sinceros agradecimentos.
vii
Pantoja, Tammya de Figueiredo
P198d Descrição morfológica e análise da variabilidade genética para
caracteres de frutos, sementes e processo germinativo associado à
produtividade de óleo em matrizes de Carapa guianensis Aublet., uma
meliaceae da Amazônia / Tammya de Figueiredo Pantoja.
Jaboticabal, 2007
xvii, 82f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientador: Rinaldo César de Paula
Banca examinadora: Mário Luiz Teixeira de Moraes, Miguel Luiz
Menezes Freitas
Bibliografia
1. Andiroba, 2. Divergência Genética, 3. Caracterização
Morfológica, 4. Analíse de Agrupamento. I. Título. II. Jaboticabal-
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 634.0.2:631.52
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
viii
ix
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................
x
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................
xii
RESUMO ..……………....……………………......…………………..............................
xiii
ABSTRACT...............................................................................................................
xv
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................
1
2. OBJETIVOS..........................................................................................................
3
3. REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................
4
3.1. Floresta Amazônica ..................................................................................... 4
3.2. Carapa guianensis Aublet. uma Meliaceae da Amazônia ...........................
5
3.3. Caracterização morfológica de espécies arbóreas ......................................
13
3.4. Divergência genética ................................................................................... 15
3.4.1. Métodos de agrupamento ....................................................................
19
3.4.2. Método dos Componentes Principais .................................................. 22
4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................
25
4.1. Caracterização da Área de Estudo e Coleta de Frutos e Sementes ........... 25
4.2. Experimento I: Caracterização morfológica de frutos, sementes,
germinação e plântulas de Carapa guianensis Aublet. ......................................
29
4.3. Experimento II: Divergência genética entre árvores matrizes de Carapa
guianensis Aublet. por meio de caracteres biométricos de frutos e sementes,
processo germinativo, desenvolvimento inicial de plântulas e teor de óleo dos
cotilédones ..........................................................................................................
31
4.4. Análises estatísticas e parâmetros genéticos ..............................................
32
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................
35
5.1. Experimento I: Caracterização morfológica de frutos, sementes,
germinação e plântulas de Carapa guianensis Aublet. ……............................…
35
5.1. Frutos ...................................................................................................... 35
5.2. Sementes ................................................................................................ 36
5.3. Germinação .............................................................................................
38
x
5.4. Plântula ................................................................................................... 39
5.2. Experimento II: Divergência genética entre árvores matrizes de Carapa
guianensis Aublet. por meio de caracteres biométricos de frutos e sementes,
processo germinativo, desenvolvimento inicial de plântulas e teor de óleo nos
cotilédones .........................................................................................................
41
6. CONCLUSÕES ..................................................................................................
66
7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................
67
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela Título Páginas
Tabela 1.
Localização geográfica, Circunferência à Altura do Peito
(CAP, em m), altura (m) e Distância Mínima entre Matrizes
(DMM) de 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet.
selecionadas nos municípios de Mazagão e Macapá, Amapá,
Brasil.
27
Tabela 2.
Análise de variância de 16 caracteres avaliados em 25 árvores
matrizes de Carapa guianensis Aublet.
com as respectivas
médias gerais
, coeficiente de variação (CV), estimativas do
coeficiente de variação genética (CVg) e
estimativas de
herdabilidade (
2
ˆ
h
). Mazagão, AP, Brasil, 2006.
43
Tabela 3.
Análise de variância de 16 caracteres avaliados em 25 árvores
matrizes de Carapa guianensis Aublet.
com as respectivas
médias gerais, coeficiente de variação (CV), estimativas do
coeficiente de variação genética (CVg) e estimativas de
herdabilidade (
2
ˆ
h
). Macapá, AP, Brasil, 2007.
44
Tabela 4.
Médias, intervalo de variação máxima (Máx) e mínima (Mín) e
desvio padrão (DP) dos caracteres avaliados em frutos,
sementes e plântulas de Carapa guianensis Aublet.,
provenientes de 25 árvores matrizes de uma população natural
do município de Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
46
Tabela 5.
Médias, intervalo de variação máxima (Máx) e mínima (Mín) e
desvio padrão (DP) dos caracteres avaliados em frutos,
sementes e plântulas de Carapa guianensis Aublet.,
provenientes de 25 árvores matrizes de uma população natural
do município de Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
47
Tabela 6.
Distância Euclidiana (
´ii
d
) entre 25 árvores matrizes de Carapa
guianensis Aublet. de uma população natural, calculada a partir
de 16 caracteres avaliados em frutos, sementes e plântulas.
Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
49
xii
Tabela 7.
Distância Euclidiana (
´ii
d ) entre 25 árvores matrizes de Carapa
guianensis Aublet. de uma população natural, calculada a partir
de 16 caracteres avaliados em frutos, sementes e plântulas.
Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
50
Tabela 8. Grupos de árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet.
estabelecidos pelo método de Tocher, com base na
dissimilaridade expressa pela Distância Euclidiana padronizada
a partir de 16 caracteres de frutos, sementes, teor de óleo e
desenvolvimento inicial de mudas, para as localidades de
Mazagão (2006) e Macapá (2007), Amapá, Brasil.
53
Tabela 9. Grupos de árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet.
estabelecidos pelo método de Tocher, com base nas distâncias
geográficas para as localidades de Mazagão (2006) e Macapá
(2007), Amapá, Brasil.
56
Tabela 10.
Autovalores (Variância V) associados aos componentes
principais (CP) e respectivos autovetores para os 16 caracteres
avaliados para as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis
Aublet., Mazagão, AP, Brasil, 2006.
59
Tabela 11.
Autovalores (Variância V) associados aos componentes
principais (CP) e respectivos autovetores para os 16 caracteres
avaliados para as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis
Aublet., Macapá, AP, Brasil, 2007.
60
Tabela 12.
Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os
16 caracteres usados na análise de agrupamento entre as 25
árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Mazagão, AP,
Brasil, 2006.
64
Tabela 13.
Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os
16 caracteres usados na análise de agrupamento entre as 25
árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Macapá, AP,
Brasil, 2007.
65
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura Título Páginas
Figura 1. Indivíduo jovem de Carapa guianensis Aublet.
6
Figura 2. Ramo com folhas e flores de Carapa guianensis Aublet.
7
Figura 3. Frutos e sementes de Carapa guianensis Aublet., atacados por
Hypsipyla ferrealis (Lepidoptera, Pyralidae).
10
Figura 4.
Estado do Amapá, Brasil. A. Área de várzea no Município de
Mazagão. B. Área de várzea no Município de Macapá.
26
Figura 5. A. Frutos e sementes de Carapa guianensis Aublet.; B. Fruto
aberto mostrando a disposição interna das sementes.
35
Figura 6. Fruto e semente de Carapa guianensis Aublet. A. Fruto em
vista geral. B. Base do fruto. C. Vista longitudinal do fruto. D.
Semente (lado oposto ao hilo). E. Hilo e micrópila em sementes
de Carapa guianensis Aublet..
37
Figura 7. Seqüência do desenvolvimento da plântula de Carapa
guianensis Aublet.
40
Figura 8.
Dendrograma baseado na Distância Euclidiana entre 25
árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. obtido pelo
método UPGMA (Unweighted Pair Group Using an Arithmetic
Average) a partir dos caracteres avaliados nos frutos,
sementes, teor de óleo e desenvolvimento inicial de plântulas.
Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
51
Figura 9.
Dendrograma baseado na Distância Euclidiana entre 25
árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. obtido pelo
método UPGMA (Unweighted Pair Group Using an Arithmetic
Average) a partir dos caracteres avaliados nos frutos,
sementes, teor de óleo e desenvolvimento inicial de plântulas.
Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
51
xiv
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA E ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA
PARA CARACTERES DE FRUTOS, SEMENTES E PROCESSO GERMINATIVO
ASSOCIADO À PRODUTIVIDADE DE ÓLEO EM MATRIZES DE Carapa
guianensis AUBLET, UMA MELIACEAE DA AMAZÔNIA
RESUMO - O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a morfologia de
frutos, sementes e desenvolvimento pós-seminal e estudar a divergência genética
entre árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., em duas populações
naturais no Amapá, uma em Mazagão e outra em Macapá, por meio de caracteres
biométricos de frutos e sementes, processo germinativo, desenvolvimento inicial
de plântulas e teor de óleo. Na descrição morfológica utilizou-se
estereomicroscópio para observação das características externas dos frutos,
sementes e plântulas nas diversas fases de desenvolvimento pós-seminal. A
divergência genética foi avaliada pela análise de agrupamento, através do
algoritmo de Tocher e do método UPGMA (Unweighted Pair Group Using an
Arithmetic Average), obtido a partir da matriz de dissimilaridade pela Distância
Euclidiana. Para verificação da importância relativa de cada variável para a
divergência genética utilizou-se a análise de Componentes Principais. Os frutos de
C. guianensis são cápsulas septífragas, secas, deiscentes, pluriloculares,
polispérmicas e subglobosas. As sementes são grandes, angulosas e convexas na
região dorsal. A germinação é do tipo hipógea-criptocotiledonar e as plântulas
apresentam metáfilos paripinados, hipocótilo pequeno, epicótilo glabro,
sublenhoso, com duas a seis gemas axilares protegidas por catáfilos. Nos dois
métodos de agrupamento as 25 árvores matrizes foram distribuídas em cinco e
seis grupos, respectivamente, em Mazagão e Macapá. Oito (50%) e 12 (75%) dos
16 caracteres avaliados, repectivamente, em Mazagão e Macapá, foram
considerados de pequena importância para a divergência. Dos caracteres mais
importantes para a divergência, a massa de sementes, a largura de frutos e o teor
de óleo foram comuns nas duas localidades. grande variabilidade entre as
árvores matrizes de C. guianensis quanto aos caracteres avaliados e o estudo da
xv
divergência possibilita a identificação de árvores matrizes para a colheita de
sementes, que subsidiem programas de conservação e melhoramento genético.
Palavras-chave: Andiroba, divergência genética, caracterização morfológica e
análise de agrupamento.
xvi
MORFOLOGY DESCRIPTION AND VARIABILITY GENETIC ANALYSIS TO
FRUITS, SEEDS AND SEEDLING ASSOCIATE WITH PRODUCTION OF OIL IN
TREES OF Carapa guianensis AUBLET, A MELIACEAE FROM AMAZON
ABSTRACT - The objective of the work was the morphological
characterization of the fruits, the seeds, the post-seminal development and to
evaluate the genetic divergence among mothers trees of Carapa guianensis of two
natural populations located in Amapá, one in Mazagão and another in Macapá,
through biometric traits of fruits and seeds, oil production, germination process and
formation of the seedlings. To morphological description, the external
characteristics of the fruits, the seeds and the seedlings in various stages of post-
seminal development were observed in a stereomicroscopy. The genetic
divergence was evaluated using clusters analysis, by the algorithm of Tocher and
method of UPGMA (Unweighted Pair Group Using an Arithmetic Average),
obtained by the Euclidian Distance. To verify the relative importance of each
variable for divergence was applied the analysis of Principal Components. The fruit
of C. guianensis is a septicidal capsule, drought, dehiscent, plurilocular,
polyspermic and subglobose. The seeds are large, angulate and convex in the
back. The germination is hypogeal cryptocotilar and the seedlings have pinnate
metaphylls, small hipocotyl, glabrous epicotyl, subwoody, with two or six axillary
buds protected by cataphylls. In clusters analysis the 25 mother trees were
distributed in five and six groups, respectively, in Mazagão and Macapá. Eight
(50%) in Mazagão and 12 (50%) in Macapá of 16 characters evaluated were
considered of presented lower importance for genetic divergence. The more
important characters to the study of genetic divergence were the fresh mass of the
seeds, fruit width and oil content, common in both locations. The great variability
among mother trees of C. guianensis and the genetic divergence studies can
xvii
possibility the identification of mother trees to seed collection for use in
conservation and improvement programs.
Key-words: Andiroba, genetic divergence, morphologic characterization
and
clusters analysis.
1
1. INTRODUÇÃO
O processo de degradação da cobertura vegetal da Amazônia é hoje um
tema de domínio mundial. Em 2000, o desmatamento atingiu um total de 587.727
km
2
, incluindo-se as taxas de desmatamento anual de 2001 até 2003, esse valor
eleva-se para 652.908 km
2
(CASTRO, 2005). O esgotamento dos solos, a
necessidade de maior produção, ocasionando a expansão da agropecuária
(SILVA et al., 2003) ou, ainda como salienta FERREIRA (2000), a exploração
desordenada dos recursos naturais, têm promovido a abertura de novas áreas em
quase todo o território nacional.
A devastação florestal visando a extração de produtos madeiros ou não-
madeireiros, têm comprometido o potencial genético de muitas espécies, sem que
possibilidades de uso sustentável tenham sido implementadas (FEARNSIDE,
1992; SCHNEIDER et al., 2000; CAPOBIANCO et al., 2001). Ações antrópicas,
principalmente as não-sustentáveis, afetam a biodiversidade nas florestas
tropicais, e dependendo do grau de exploração, pode até levar algumas espécies
à extinção, causando perda de diversidade biológica e a erosão genética
(CANÇADO & BORÉM, 2001; MENDONÇA-HAGLER, 2001).
Autores como SILVA FILHO et al. (1999) e CRUZ & CARVALHO (2003a)
salientam que muito pouco se conhece sobre os caracteres morfológicos,
fisiológicos e genéticos das espécies florestais. Desse modo, muitos estudos
sobre a dinâmica florestal nos trópicos têm sido realizados nos últimos anos
(OLIVEIRAa, 1997), visando garantir a utilização dessas espécies a partir de
tecnologias que possibilitem seu manejo adequado.
As espécies com potencial de uso não-madeireiro distribuem-se em
diferentes categorias (SCARCELLO et al., 1999; VERÍSSIMO et al., 1999). Dentre
as oleaginosas, a Meliaceae conhecida vernacularmente como andiroba,
andiroba-saruba, iandirova, iandiroba, carapá, carapa e nandiroba (Carapa
guianensis Aublet.) têm tido cada vez mais destaque (LORENZI, 1992).
Conforme RODRIGUES (1989), C. guianenesis é uma das árvores com o
maior número de sementes coletadas na Amazônia para a extração de óleo,
2
devido sua eficácia contra edemas, picadas de animais, combate de protozoários,
reumatismo, infecções, dores musculares, sarnas e micoses, e além de ser
utilizada na fabricação de velas com ação repelente, remédios fitoterápicos e
produtos de cosmética (LORENZI, 1992; PAULA & ALVES, 1997).
O conhecimento da divergência genética entre os diferentes indivíduos de
uma mesma população pode ser avaliada com base em características como a
morfologia, a porcentagem e o tempo de germinação, e a composição química de
frutos e sementes, sendo a seleção dessas características fundamentais. Desse
modo, a descrição sistemática de uma espécie facilita ou possibilita o uso
potencial do material genético. Portanto, é inegável que o delineamento de
estratégias para a conservação de uma espécie passa pelo entendimento desde a
sua ecologia até a distribuição da diversidade genética, tendo esta última grande
importância também em programas de melhoramento para os mais diversos fins
(KAGEYAMA et al., 2003).
Um dos métodos freqüentemente usado no estudo da divergência genética
de espécies arbóreas é a análise multivariada, para medir a diversidade entre
materiais genéticos, assim como, conhecer os caracteres que mais influenciam
nesta divergência (CRUZ & CARNEIRO, 2003).
3
2. OBJETIVOS
Devido ao fato de esta espécie apresentar potencial para contribuir com a
renda das populações amazônicas, faz-se necessário estudos que visam subsidiar
trabalhos de melhoramento e conservação genética da mesma. Assim, para duas
populações nativas de C. guianensis Aublet. em dois municípios do Amapá, Brasil,
o presente trabalho teve por objetivos:
1) Caracterizar morfologicamente esta Meliaceae da Amazônia, a partir de
aspectos externos de frutos, sementes e fases do desenvolvimento pós-seminal,
como subsídio para identificação da mesma;
2) Estudar a divergência genética por meio dos caracteres biométricos de
frutos e sementes, processo germinativo de sementes, desenvolvimento inicial de
plântulas e análise do teor de óleo, visando dar suporte a trabalhos de seleção,
melhoramento e conservação desta espécie.
4
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica localiza-se ao norte da América do Sul, possuindo
cerca de 6,5 milhões de km
2
, sendo que 85% encontra-se em território brasileiro e
os demais 15% entre a Bolívia, Equador, Colômbia, Peru, Guiana, Guiana
Francesa, Suriname e Venezuela (INPE, 2001; SIVAM, 2007).
A biodiversidade existente na Amazônia ocorre devido as diferentes
associações vegetais que crescem sob a influência de fatores ambientais
intrínsecos a cada ecossistema que forma esse bioma (ANDERSON et al., 1985;
RIBEIRO et al., 1999; GAMA et al., 2003), e essa diversidade de vegetais é a
principal ou a complementar fonte de renda das comunidades amazônicas
(BRASIL, 1998).
Na Amazônia existem três principais tipos de formações florestais: Florestas
de Igapó são áreas permanentemente inundadas, com espécies adaptadas a
essa condição de alagamento; Florestas de Baixio são regiões inundadas
periodicamente, somente quando os rios estão com grande volume de água e
conforme o ciclo das marés ocorre o depósito de sedimentos; e Florestas de Terra
Firme – são florestas altas em que não ocorre nenhum tipo de alagamento,
possuem solos pobres e bem drenados (RIBEIRO et al., 1999).
A Floresta Amazônica influencia a manutenção do clima na América do Sul
e no globo, pois sua interação com a atmosfera é de suma importância para a
regulação do regime hídrico (ARTAXO, 2006). Contudo, a taxa de desmatamento
e a conseqüente diminuição da cobertura florestal na Amazônia são motivos de
preocupação mundial em virtude de sua grande biodiversidade. A expansão da
fronteira agropecuária, as queimadas e a erosão são apontadas como
responsáveis pela degradação de áreas na Amazônia (FERREIRA, 2000; INPE,
2001; TONINI et al., 2005).
5
Na Amazônia brasileira, a taxa de desmatamento entre 1978 e 1988 foi
estimada entre 15 e 20 x 10
3
km
2
ano
-1
(SKOLE et al., 1994). Em 1991, 10-11% da
área florestal original da Amazônia Legal haviam sido desmatadas (FEARNSIDE &
FERRAZ, 1995). Segundo SKOLE & TUCKER (1993), a área da Amazônia Legal
cobre aproximadamente 5.000.000 km
2
do território brasileiro em nove estados,
dos quais 80% são florestas.
Como agravante, as espécies vegetais nativas da Floresta Amazônica são
ainda pouco conhecidas; poucas espécies são mundialmente reconhecidas e
utilizadas no setor madeireiro, poucas conhecidas como frutíferas e medicinais,
um uso ínfimo, que MITTERMEIR et al. (1992) afirmaram que a Amazônia
brasileira possui cerca de 40 mil espécies de plantas vasculares.
3.2. Carapa guianensis Aublet, uma Meliaceae da Amazônia
A família Meliaceae possui distribuição pantropical, incluindo cerca de 600
espécies em 50 gêneros, com grande variabilidade morfológica e diversificado
interesse econômico (RIBEIRO et al., 1999; SOUZA & LORENZI, 2005).
A Meliaceae Carapa guianensis Aublet, conhecida popularmente como
andiroba (das palavras indígenas, “landi”, óleo e “rob”, amargo) é uma arbórea,
secundária tardia ou clímax, perenifólia e de dossel ou sub-dossel (KAGEYAMA et
al., 2004). Segundo LOUREIRO et al. (1979), LEITE (1997) e FERRAZ et al.
(2002) a espécie se distribui na América Central, Antilhas, África Tropical e por
todo o norte da América do Sul, incluindo a Bacia Amazônica.
No Brasil, C. guianensis (Figura 1) é encontrada com abundância em toda a
Bacia Amazônica e seus afluentes, principalmente em regiões de Florestas de
Baixio, Igapó e rzeas, ao longo da beira de rios e igarapés, podendo também
ocorrer em Florestas de Terra Firme (LORENZI, 1992; BOUFLEUER, 2004),
sendo uma espécie com bastante plasticidade, pois se adapta a diferentes
ambientes (BOUFLEUER, 2004; RAPOSO, 2007).
6
Figura 1. Indivíduo jovem de Carapa guianensis Aublet.
Segundo BOUFLEUER (2004), a dinâmica do ciclo das marés é
extremamente importante para os indivíduos de C. guianensis que compõe as
populações das áreas inundáveis. KLIMAS (2006) afirma que a densidade
populacional desta arbórea da Amazônia é maior em ambiente de Baixio do que
em Florestas de Terra Firme.
O número de árvores por hectare varia muito, porém, freqüentemente,
estão associadas com virola (Virola surinamensis) e seringueira (Hevea
brasiliensis) (CAVALCANTE et al., 1986). A maior ocorrência dessa espécie
registra-se no Pará, Amapá, Amazonas e Maranhão (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE MMA, 1998; RAPOSO, 2007). No Estado do Amapá, a espécie
ocorre em maior concentração ao longo do rio Amazonas e, na região costeira do
Amapá, se estendendo do rio Jarí até o arquipélago do Bailique (RABELO et al.,
2002).
Foto: Tammya Pantoja
7
A árvore de C. guianensis possui raízes tabulares, copa ramosa de
tamanho médio, com ramos tendendo para a posição vertical e folhas compostas
(Figura 2), paripinadas, com folíolos subopostos e coriáceas (FOUNIER, 2003).
Figura 2. Ramo com folhas e flores de Carapa guianensis Aublet.
O tronco é reto e cilíndrico podendo alcançar de 50 a 170 cm de diâmetro e
de 30 a 50 m de altura; a madeira tem densidade de 0,73 g cm
-3
e é inatacável por
insetos, sendo utilizada na construção de mastros, falcames, banco de navios,
construção civil, carpintaria, marcenaria, mobiliário, confecção de portas e
caixotaria (LORENZI, 1992; PAULA & ALVES, 1997; FERRAZ, 2003; FOUNIER,
2003). O ritidoma é lenticelado, cinzento, amargo, com desprendimento em placas
lenhosas proeminentes e irregulares (SAMPAIO, 2000; FOUNIER, 2003).
A madeira de C. guianensis possui as mesmas propriedades mecânicas
que Cedrella odorata (cedro), Torresea acreana (cerejeira) e Switenia macrophylla
(mogno), por isso C. guianensis Aublet. é intensamente explorada nas serrarias e
sua madeira pode alcançar bons preços no mercado estrangeiro (VERÍSSIMO &
LIMA, 1999; ARAÚJO-NETO, 2002; BOUFLEUER, 2004; NEVES et al., 2004).
A indústria madeireira está entre as principais atividades econômicas do
Estado do Amapá, sendo baseada em sua maioria no extrativismo rudimentar
(CHAGAS, 1996; VERÍSSIMO et al., 1999). Entre as espécies mais utilizadas no
Foto: Tammya Pantoja
8
setor madeireiro nesse estado encontram-se: C. guianensis (andiroba),
Calycophyllum spruceanum (pau-mulato), Platymiscium ulei (macacaúba) e V.
surinamensis (virola), como pode ser constatado pela sensível redução no
estoque natural destas espécies (VERÍSSIMO & LIMA, 1999). No entanto, C.
guianensis Aublet. é igualmente uma espécie não-madeireira, em virtude da
utilização do óleo das sementes para o mais variados fins (FERRAZ et al., 2003;
BOUFLEUER, 2004).
utilidade econômica também para as cascas e flores das quais extraí-se
um chá que é bastante usado contra febre, bactérias, como antidiarréico,
analgésico, antianêmico e para infecções das vias respiratórias, sendo o cerne
também utilizado como fungicida (RODRIGUES, 1989; SILVA et al., 2003).
As flores o brancas, pequenas, solitárias, axilares, subsséseis, glabras,
levemente perfumadas, contendo 8 anteras, 1 ovário, 4 culos com até 6 óvulos,
e estão inseridas em uma inflorescência paniculada localizada principalmente na
extremidade dos ramos (BARROSO et al, 1999; VIEIRA, 1996). A inflrescência é
sustentada por brácteas pontudas, axilares ou sub-terminais (FERRAZ et al.,
2002; FOUNIER, 2003), e a polinização é feita por insetos de pouca mobilidade,
como microlepdópteros e meliponinas (MAUÉS, 2006; RAPOSO, 2007).
O florescimento ocorre de agosto a outubro e os frutos podem ser
encontrados ao longo de todo o ano na Amazônia brasileira, sendo que o período
de maior produtividade os meses de março a junho no Amapá, coincidindo com a
época de maior precipitação no Estado (FREITAS, 1999). No entanto, os padrões
de florescimento e frutificação podem ser variáveis conforme as demais regiões da
Amazônia (FERRAZ, 2003; KAGEYAMA et al., 2004; RAPOSO, 2007).
C. guianensis é uma planta monóica de floração assincrôncia, prolongada,
autoincompátivel e com elevada densidade populacional nas áreas de ocorrência
(MAUÉS, 2006). Conforme RAPOSO (2007) não é observada taxa de endogamia
para a espécie e a taxa de cruzamento aparente é alta. Uma taxa de cruzamento
de 0,967 foi obtida por HALL et al. (1994), em estudo realizado na Costa Rica,
indicando que esta espécie apresenta, preferencialmente, fecundação cruzada.
9
A frutificação começa após 10 anos de plantio e uma árvore é capaz de
produzir de 50 a 200 kg ano
-1
de sementes (RIZZINI & MORS, 1976; SHANLEY et
al., 1998; MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT, 2000). SCHIMIDT &
VOLPATO (1972) observaram em Manaus (AM) a frutificação desta espécie após
seis anos. Em plantios não muito densos (6 x 8 m) pode ocorrer uma produção
anual de 25 a 50 kg de sementes por árvore, totalizando 5-10 t ha
-1
ano
-1
(SUDAM, 1975).
As sementes possuem viabilidade de germinação de 2 a 3 meses (FERRAZ
et al., 2002; SCARANO et al., 2003). Conforme FERRAZ & SAMPAIO (1996) e
SAMPAIO (2000), as sementes quando acondicionadas em sacos de polietileno
permanecem viáveis por um período de até 7 meses, desde que armazenadas em
câmara úmida (14
0
C e 80% de U.R.). O teor de água nas sementes recém-
coletadas varia entre 42% e 55%; 1000 sementes pesam entre 20 e 33 kg e 1 kg
pode conter de 30 a 50 sementes (FERRAZ, 2003).
A capacidade de germinação da espécie varia de 41% a 94% (CONNOR et
al., 1998; SAMPAIO, 2000; GUARIGUATA et al., 2002; BOUFLEUER, 2004); o
tempo de germinação varia de 6 a 10 dias após a semeadura e se completa
dentro de 2 a 3 meses (BOUFLEUER, 2004).
Conforme GUARIGUATA et al. (2002), a germinação de C. guianensis em
sementes enterradas, a 3 e 5 cm de profundidade, e sementes na superfície do
solo, não difere, concluindo que a germinação independe deste fator. Esses
autores obtiveram germinação de 71% a 88%, em 320 sementes. Ainda, conforme
estes mesmos autores, houve diferença apenas na emergência, obtendo 41% e
54% de germinação para sementes enterradas e não-enterradas,
respectivamente.
A taxa de predação nas sementes é alta, tanto no Brasil (FAO, 1971) como
em outras regiões (McHARGUE & HARTSHORN, 1983). Insetos como a broca
Hypsipyla ferrealis (Lepidoptera, Pyralidae) predam parte ou todas as sementes de
um fruto (Figura 3), fazendo galerias no interior das mesmas (FERRAZ et al.,
2002; FERRAZ, 2003; JORDÃO & SILVA, 2006). FERRAZ (2003) recomenda a
extração das sementes imediatamente após a colheita, abrindo as valvas a partir
10
de um leve impacto e liberando as sementes manualmente, e caso necessário,
colocar as sementes após a sua extração do fruto, imersas em água, por pelo
menos 24 h, para eliminar as larvas por afogamento.
As mudas são muito susceptíveis ao ataque pela H. ferrealis e Hypsipyla
grandella, esta última ataca além da C. guianensis praticamente todas as espécies
da família Meliaceae, principalmente quando plantadas a pleno sol (SAMPAIO,
2000; JORDÃO & SILVA, 2006). O meristema apical dos ramos também é atacado
por estas brocas e a planta cresce apenas pelas gemas laterais, comprometendo
o valor comercial de sua madeira (CARRUYO, 1972; JORDÃO & SILVA, 2006).
Figura 3. Fruto e sementes de Carapa guianensis Aublet, atacados por Hypsipyla
ferrealis (Lepidoptera, Pyralidae).
As características físico-químicas do óleo de C. guianensis Aublet.
apresentam semelhança com outros óleos tradicionalmente usados como aditivos
de lubrificantes e óleos de corte de metais, tornando-o um potencial substituto de
óleos minerais, vegetais e gorduras animais utilizadas para este fim, pois possui
densidade a 15
0
C de 0,9147 g cm
-3
, viscosidade cinemática a 100
0
C de
10,5802 cSt e poder calorífico médio de 9.531,51 cal g
-1
, valores semelhantes
aos encontrados para soja, algodão, aves e mocotó (SILVA, 2005).
O óleo extraído das sementes de C. guianensis Aublet. solidifica em
temperaturas inferiores a 25
0
C, possui cor amarelo-claro transparente, sabor
amargo e rancifica rapidamente após a extração, sendo assim, considerado
impróprio para a alimentação (SILVA, 2005). No entanto, pode ser utilizado como
antifúngico, antiinflamatório, antiinfeccioso, na fabricação de velas repelentes
Predação
Predação
5cm
Foto: Tammya Pantoja
11
contra insetos, produtos da indústria de cosméticos e fitoterápicos (RIBEIRO et al.,
1999; BOUFLEUER, 2004; PENIDO et al., 2005).
Os óleos vegetais de sementes o utilizados pelo ser humano de maneira
crescente e diversificada, seja na prática da medicina fitoterápica, na indústria
cosmética ou na utilização direta das plantas que o produzem (AMORIM et al.,
2005).
FREIRE et al. (2006) testaram a influência do óleo de C. guianensis Aublet.
como repelente natural para os forídeos que infestam naturalmente colônias de
abelhas Melipona compressipes manaosensis Schwarz, visando uma alternativa
no controle dessa praga; houve menor ovoposição no substrato que continha o
óleo de C. guianensis, confirmando assim, sua atividade como repelente.
O sub produto resultante da extração do óleo utilizado nas indústrias
fitoterápicas e cosméticas, pode ser empregado como biocombustível, visto que, é
ecologicamente correto, renovável e permite a redução da dependência de
importação de petróleo (SILVA, 2005). Estima-se que o Brasil consome cerca de
30 mil litros de óleo por ano, sendo a exportação anual média de 450 mil litros
(NEVES et al., 2004).
A extração do óleo das sementes pode ser realizada por dois métodos
distintos, conforme FERRAZ (2003):
1-Método Artesanal: as sementes recém coletadas são cozidas durante duas ou
três horas em água, em seguida são colocadas para descansar à sombra por
algumas semanas; ao se iniciar o processo de desprendimento do óleo as
sementes são descascadas e amassadas. A massa obtida das sementes é então
colocada sob o sol numa calha inclinada para que o óleo escorra gradativamente.
O rendimento do processo artesanal é estimado em 4%, sendo o preço
encontrado no mercado de R$ 8,00/litro de óleo.
2-Método Industrial: as sementes são quebradas em pedaços cada vez menores e
colocadas para secar em estufa entre 60 a 70
0
C. Depois, o material é prensado a
90
0
C. O rendimento desse método de extração é estimado em 8%, sendo que 140
mL chega a ser vendido no mercado por até R$ 70,00, sendo que esta diferença
de preço entre os dois métodos de extração ocorre em virtude do grau de pureza e
12
refinamento do óleo obtido.
A exploração não sustentável desta espécie arbórea, de uso madeireiro e
não-madeireiro, provoca a diminuição dos seus estoques naturais (BOUFLEUER,
2004). Dessa forma, a busca de informações científicas de modo a viabilizar o
cultivo de espécies nativas da Amazônia promissoras para o desenvolvimento
sustentável da região, por meio de seu manejo, representa uma maneira direta de
minimizar a degradação dos ecossistemas (FARIAS NETO et al., 2003). Tais
informações são de fundamental importância para o delineamento de estratégias
para a conservação, melhoramento genético e o desenvolvimento e a expansão
de técnicas para domesticação, seleção, cultivo e manejo florestal, visando a
exploração de maneira sustentável das espécies arbóreas (SEBBENN et al., 2000;
SEBBENN, 2002).
Alguns parâmetros ecológicos e genéticos para C. guianensis começaram a
ser estudados na década de 90 com o uso de isoenzimas por HALL et al. (1994),
que mensuraram a porcentagem de polimorfismo da espécie. DAYANANDAN et
al. (1999) desenvolveram marcadores microssatélites (SSR) para avaliar a
estrutura genética de duas populações, no Acre, divididas por classe de tamanho.
VINSON et al. (2005) desenvolveram mais marcadores microssatélites para
C. guianensis, visto que alguns dos primers desenvolvidos por DAYNANDAN et al.
(1999) eram monomórficos nas populações brasileiras. CLOUTIER et al. (2005)
utilizaram microssatélites cloroplastidiais para o estudo do efeito da dispersão
hidrocórica de sementes desta espécie na Amazônia brasileira.
BOUFLEUER (2004) avaliou aspectos ecológicos desta espécie como
subsídio ao manejo e conservação em populações no Estado do Acre, verificando
sua ocorrência, fenologia, etnoecologia, etnobotânica, estrutura populacional e
amostragem aglomerativa adaptativa.
VIEIRA et al. (2005) mensuraram o acréscimo em incremento de diâmetro
para esta espécie e analisaram a idade de indivíduos mais velhos por meio do
método do carbono 14 (C
14
), concluindo que as árvores mais velhas possuem um
crescimento mais lento e que com base na idade das mesmas o tempo de
reposição desses indivíduos pode ser estimado.
13
KLIMAS (2006) em uma revisão bibliográfica sobre a ecologia da espécie,
realizou estudos demográficos para a mesma, comparando as plantas que
ocorrem em Floresta de Baixio e Floresta de Terra Firme. CLOUTIER et al. (2007)
verificaram que o manejo florestal em uma área da Floresta Nacional do Tapajós,
no Estado do Pará, não promoveu alterações na diversidade genética na
população de C. guianensis que foi avaliada antes e após corte seletivo.
RAPOSO (2007) verificou a estrutura genética e fluxo gênico de populações
naturais de C. guianensis Aublet. no Acre, visando seu manejo e conservação,
sendo juntamente com os estudos de BOUFLEUER (2004) um dos poucos
trabalhos direcionados para a conservação desta Meliaceae.
3.3. Caracterização morfológica de espécies arbóreas
Nas espécies arbóreas tropicais existe grande variabilidade com relação ao
tipo e tamanho de frutos e sementes (CRUZ et al. 2001; CRUZ & CARVALHO,
2003b). Entretanto, poucos são os trabalhos que objetivam a caracterização de
frutos e sementes dessas espécies visando ampliar o conhecimento sobre as
mesmas (EDWARDS, 2000).
As espécies pertencentes à família Meliaceae apresentam variação de no
tipo e no tamanho dos frutos e sementes. FERRAZ et al., (2002), FERRAZ (2003),
FERRAZ et al. (2003), PENNINGTON (2004) e PENNINGTON (2006)
descreveram alguns parâmetros morfológicos para C. guianensis Aublet.,
entretanto, BOUFLEUER (2004) expressa que há ainda a necessidade de novas
informações sobre os aspectos botânicos e ecológicos, para complementação dos
estudos já desenvolvidos.
As características morfológicas dos frutos e das sementes são pouco
modificadas pelo ambiente, constituindo assim um critério bastante seguro para a
identificação de famílias, gêneros e, às vezes, espécies, de acordo com OLIVEIRA
& PEREIRA (1984), GROTH & LIBERAL (1988) e BARROSO et al. (1999). No
entanto, é ignorada na maioria dos trabalhos de morfologia, as descrições para as
sementes, ou recebe tratamento secundário, sendo, portanto, inadequados, visto
14
que estes diásporos de dispersão das plantas são conservativos na sua
morfologia e, freqüentemente, evidenciam caracteres familiares (GUNN, 1981,
OLIVEIRA, 1993).
De acordo com GENTIL & FERREIRA (2005), a identificação botânica de
sementes se faz necessária em manejo, em conservação da fauna silvestre
(estudo de conteúdo estomacal em aves e outros herbívoros), em estudos
ecológicos, em paleobotânica e em arqueologia.
Igualmente, a morfologia da semente, aliada às observações das plântulas,
permite fazer a identificação das estruturas, oferecendo subsídios à interpretação
correta de testes laboratoriais, identificação e reconhecimento da espécie em
campo, e adequação dos métodos de produção de mudas para os mais diversos
fins (ARAÚJO & MATOS, 1991; OLIVEIRA, 1993; VÁZQUEZ-YANES &
ARÉCHIGA, 1996; AMORIM et al., 1997; GENTIL & FERREIRA, 2005).
A compreensão da ecologia tropical ligada à realização de estudos que
possam permitir uma precisa identificação das espécies vegetais, a partir de suas
fases juvenis, enfatizando seus frutos, sementes e plântulas, podem ser
precursores de um bom manejo e conservação para algumas espécies arbóreas,
contribuindo assim, na reconstituição de fllorestas tropicais (OLIVEIRAb, 1997;
MOREIRA-CONEGLIAN & OLIVEIRA, 2006).
Os estudos morfológicos auxiliam também a determinação dos diferentes
parâmetros fenotípicos entre os indivíduos de uma população, visto que, nas
espécies tropicais existe grande variabilidade com relação aos caracteres
morfológicos (MELO et al., 2004).
O conhecimento da morfologia da germinação de sementes, do
crescimento e estabelecimento da plântula tem sido ressaltado por diversos
autores como imprescindível para compreender o ciclo biológico e os processos
de estabelecimento da vegetação nativa (KAGEYAMA, 1987; OLIVEIRA, 1993). O
crescente uso das espécies florestais torna indispensáveis esses estudos, visando
sua propagação e preservação (MELO & VARELA, 2006). Em virtude disso, o
estudo desses caracteres é importante e contribui para o entendimento da
sucessão e regeneração dos ecossistemas naturais (DONADIO & DEMATÊ, 2000;
15
ARAÚJO-NETO et al., 2002; MELO & VARELA, 2006) e ainda pode contribuir na
análise dos mecanismos de dispersão das espécies arbóreas florestais (MELO et
al., 2004).
3.4. Divergência genética
A produtividade da floresta está intimamente ligada à qualidade do material
genético existente (MORI & SANTOS, 1989). No entanto, informações de ecologia
e genética em populações naturais de espécies arbóreas tropicais são incipientes,
em função da alta diversidade e complexidade de espécies, trazendo dificuldades
na amostragem e nas metodologias apropriadas para seu estudo (KAGEYAMA et
al., 2003).
O conhecimento do grau de diversidade genética, por meio dos estudos de
divergência, torna-se necessário no processo de identificação de novas fontes de
genes de interesse (FALCONER & MACKAY, 1996). A avaliação da diversidade
genética, com base em evidências científicas, também é de grande importância no
contexto da evolução das espécies, uma vez que provê informações sobre
recursos disponíveis e auxilia na localização e no intercâmbio desses (CRUZ et
al., 2004).
A diversidade genética é a base para a adaptação, evolução e
sobrevivência das espécies e indivíduos, especialmente sobre mudanças
ambientais e condições de doenças, além de ser base para o melhoramento
genético e/ou conservação. Como as espécies arbóreas são as de maior
importância nos ecossistemas florestais, sua diversidade genética também o é. A
redução desta pode predispor espécies a doenças, reduzir a produtividade e
limitar o melhoramento e/ou conservação genética. Assim, a diversidade genética
pode ser vista como fundamental para a sustentabilidade e estabilidade do
ecossistema (RAJORA & PLUHAR, 2003), sendo mantida pela divergência entre
as plantas de uma mesma espécie.
As diferenças nas constituições genéticas intra e inter grupos de genótipos
são de grande importância, pois está relacionada com a necessidade de se
16
identificar plantas com superioridade na informação genética (FALCONER &
MACKAY, 1996; MARTINS et al., 2002; CRUZ & CARNEIRO, 2003). Portanto, o
sucesso de qualquer programa de melhoramento e/ou conservação depende de
informações a respeito da natureza, da magnitude dos efeitos dos genes que
controlam os caracteres quantitativos de interesse econômico, da variação
genética disponível na população, e, sobretudo, do valor relativo desta perante a
variação não-genética (PATEL et al.,1998).
O delineamento de estratégias para a conservação, recombinação,
amostragem e uso do material genético de uma espécie passa pelo entendimento
de sua forma de reprodução, distribuição da diversidade genética entre e dentro
de populações, tamanho efetivo e distribuição espacial dos genótipos
(KAGEYAMA, 1987; KAGEYAMA et al., 2003).
A diversidade genética e sua dinâmica natural são fundamentais quando
consideradas formas de conservação e o uso dos recursos florestais. A redução
do tamanho da população ou a perda de indivíduos leva muitas espécies a alcaçar
uma paralização evolucionária como resultado da perda de variabilidade genética,
que impossibilita sua adaptação às mudanças ambientais (AGUIAR et al., 2003).
Assim, a necessidade de informações para a conservação de espécies
florestais, gerando indicadores que possam contribuir satisfatoriamente para o
estabelecimento e manejo de reservas genéticas in situ e ex situ (AGUIAR et al.,
2003; KAGEYAMA et al., 2003).
Estrategicamente, a sustentabilidade das florestas combina a conservação
da biodiversidade com interesses econômicos e fins sociais (FREITAS et al.,
2005). Dessa forma, a conservação de espécies arbóreas tropicais e
conseqüentemente de sua diversidade genética, só será efetiva quando essa
conservação estiver acoplada a alternativas para obtenção de renda (REIS, 1996).
Em muitas espécies florestais, grande parte do material genético jamais foi
avaliado ou utilizado, tendo em vista, que muitos programas de melhoramento
iniciaram-se recentemente (ALVES, 2002) e que grande parte da exploração
econômica concentra-se no extrativismo ou são baseadas em amostras restritas
da diversidade genética existente. Este fato, associado à devastação ocorrida nas
17
florestas naturais com espécies de importância econômica, faz com que os
programas de conservação de recursos genéticos de muitas espécies arbóreas
sejam prioritários como forma de garantir a sua utilização futura (RESENDE,
2002).
A redução das populações naturais tem levado a perda de genes adaptados
a ambientes específicos de ocorrência das espécies arbóreas (FREITAS et al.,
2005), e essa redução no tamanho das populações as submete a perdas de
variabilidade genética, por deriva genética (SEBBENN & ETTORI, 2001).
A grande maioria dos caracteres herdáveis resulta da ação conjunta de
vários genes, sendo portanto a herança complexa e de difícil avaliação. Por isso é
imprescindível que se busque meios para assegurar que as informações sobre
esses caracteres possam ser utilizadas com maior eficiência (ARRIEL, 2004).
Os programas de melhoramento e/ou conservação de espécies arbóreas
geralmente utilizam técnicas biométricas, baseadas na quantificação da heterose,
ou métodos preditivos para a análise de divergência genética, avaliando
caracteres morfológicos, fisiológicos, ecológicos, químicos, dentre outros, que são
geralmente quantificados por uma medida de dissimilaridade. A seleção de
indivíduos, normalmente é realizada com base em todas essas informações, por
serem de fácil obtenção e não apresentarem custos elevados (CRUZ &
CARNEIRO, 2003; ALVES, 2002; CRUZ et al., 2004).
A biometria dos frutos e sementes fornece informações para a conservação
e exploração dos recursos de valor econômico, permitindo um incremento
contínuo da busca racional e uso eficaz dos mesmos (REIS, 1996).
O conhecimento das características físicas e químicas de frutos e
sementes, assim como a diversidade das mesmas dentro das populações de
plantas e as relações desta com os fatores ambientais, são importantes para o
melhoramento genético, além de fornecer subsídios para o estudo sobre
diferenciação de espécies, classificação de grupos ecológicos, caracterização de
germoplasma e manejo da fauna silvestre (OLIVEIRA, 2000).
O controle genético da grande maioria dos caracteres é de natureza
quantitativa, sendo fortemente influenciado pelo ambiente. Geralmente, as
18
interpretações desses dados são feitas por análises univariadas, o que gera
dificuldades na obtenção das estimativas de divergência e, conseqüentemente, na
seleção de indivíduos (OLIVEIRA et al., 2007). É possível que a informação de
cada um dos caracteres se complementem, e a análise do conjunto seja mais
precisa do que as análises univariadas (ALVES, 2002). Assim, as técnicas
multivariadas têm se mostrado úteis, por avaliar o indivíduo em rios aspectos e
proporcionar uma visão ampla de cada material genético (CRUZ et al., 2004).
A estatística multivariada não é recente, o que denota relatos feitos por
ANDERSON (1958) quanto a estudos realizados no século XIX e relatos do século
XX citados por CRUZ et al. (2004). Os avanços da computação eletrônica e a
disponibilidade de recursos computacionais têm contribuído de forma decisiva
para a utilização desta, uma vez que apenas duas variáveis exigem cálculos
excessivamente trabalhosos e demorados (CRUZ et al. 2004).
O estudo da divergência genética por meio de técnicas multivariadas tem
sido comum em várias espécies vegetais como Malpighia emarginata (acerola),
Paullinia cupana (guaranazeiro), Theobroma grandiflorum (cupuaçú),
Myracrodruon urundeuva (aroeira), Eucalyptus spp. (eucalipto), Ricinus communis
(mamona) e Euterpe oleracea (açaí), conforme trabalhos coordenados,
respectivamente, por CARPENTIERI-PÍPOLO et al. (2000), NASCIMENTO FILHO
et al. (2001), ALVES et al. (2003), FREITAS et al. (2005), PAVAN et al. (2006),
COSTA (2006) e OLIVEIRA et al. (2007). Dessa forma, em espécies florestais,
que exigem um criterioso processo de seleção de cada indivíduo, a análise
multivariada tem grande potencial para ser largamente utilizada (VAN LAAR,
1987).
As técnicas multivariadas permitem quantificar a divesidade genética
existente nas espécies, identificar grupos similares ou dissimilares e ainda otimizar
o uso dessa diversidade pela identificação dos caracteres mais informativos para a
divergência genética (CRUZ et al., 2004).
A análise multivariada corresponde a técnicas ou métodos estatísticos de
análises simultâneas de múltiplas variáveis ou informações contidas na unidade
experimental ou parcela. Considerando a ausência de correlação entre variáveis,
19
haverá maior aproveitamento da informação conjunta contida nessas variáveis.
Estas técnicas têm por finalidade básica a redução do número de variáveis que
explicam a variação total disponível e, conseqüentemente, a simplificação na
obtenção das distâncias entre os indivíduos que estão sendo comparados (CRUZ,
1990).
De acordo com HAIR et al. (2005), qualquer análise simultânea de duas ou
mais variáveis, de certo modo, pode ser considerada uma análise multivariada,
cuja estrutura básica é representada por uma nova variável constituída da
combinação linear das variáveis originais, com pesos determinados pela técnica
multivariada.
A abordagem da seleção combinada de vários caracteres, utilizando-se a
análise multivariada, permite discriminar, com maior eficiência, os materiais mais
promissores, resultando na economia de tempo e recursos financeiros (CRUZ,
1990).
Dentre as técnicas multivariadas mais comumente usadas para o estudo da
divergência genética, destaca-se a análise de agrupamento e componentes
principais (MARDIA et al., 1997; CRUZ et al., 2004).
3.4.1. Métodos de agrupamento
A análise de agrupamento (clusters analysis) é amplamente utilizada no
setor florestal, podendo-se exemplificar com os trabalhos de MAÊDA et al. (2001),
MARTINS et al. (2002) e ARRIEL et al. (2004; 2005).
O uso de técnicas de agrupamento é especialmente útil nas pesquisas
exploratórias, nas quais é realizada a coleta de dados não pertencentes, a priori, a
grupos distintos (ALVES, 2002), tendo por finalidade reunir, por algum critério de
similaridade ou dissimilaridade, as unidades amostrais em grupos, de tal forma
que exista homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre grupos
(ARRIEL, 2004). Desse modo, o princípio básico de todos os métodos de
agrupamento é o de maximizar a similaridade dentro de grupos e a dissimilaridade
entre grupos (HAIR et al., 2005).
20
A análise de agrupamento permite classificar n itens (populações,
indivíduos, clones, variedades) avaliados por um conjunto de p caracteres, cujo
objetivo é identificar e separar os indivíduos em grupos similares. Esta técnica
desconhece a priori o número e a composição dos diferentes grupos ou clusters a
serem formados (CRUZ et al., 2004; HAIR et al., 2005). Portanto, sua aplicação
envolve a estimação de uma medida de similaridade ou de dissimilaridade, a partir
de uma matriz de distância, e a escolha do método a ser adotado para a formação
dos grupos (CRUZ, 1990; CRUZ & CARNEIRO, 2003; CRUZ et al., 2004). Vários
são os tipos de técnicas de agrupamento encontradas na literatura (MARDIA et al.,
1997), sendo que estas podem levar a diferentes resultados e impõem um certo
grau de estrutura nos dados.
Medidas de dissimilaridade genética, como forma de caracterizar e
identificar constituições genéticas distintas de diferentes espécies, têm despertado
interesse (CRUZ et al., 2004). Entre as medidas de dissimilaridade mais utilizadas
encontra-se a distância Euclidiana e a de Mahalanobis. A matriz de distância pode
ser gerada a partir de amostras de n itens, totalizando n(n-1)/2 pares de distância,
sendo aplicada a seguir sobre esta um algoritmo que identifica e forma os grupos
homogêneos (CRUZ, 1990; CRUZ et al., 2004).
Dentre os métodos de agrupamento destacam-se os hierárquicos e os de
partição ou de otimização. Os métodos hierárquicos baseiam-se no princípio de
que n indivíduos indicam a formação de n grupos. Em seguida, os indivíduos são
agrupados por um processo que se repete em vários níveis, até que seja
estabelecido um dendrograma ou diagrama em forma de árvore; tendo por base a
proximidade dos indivíduos, vão sendo obtidos n-1, n-2, etc., até reunir todos em
um único grupo em que os indivíduos são classificados em diferentes etapas
(MARDIA et al., 1997; BARROSO & ARTES, 2003).
Quando o agrupamento utiliza a distância entre os pares de grupos com
base na média aritmética dos indivíduos tem-se o método aglomerativo
hierárquico denominado UPGMA (Unweigheted Pair-Group Method Using
Arithmetic Averages). Este não considera a estrutura de divisão dos grupos, dando
pesos iguais a cada indivíduo do grupo e calcula a similaridade média de um
21
indivíduo que pretende se juntar ao grupo existente, evita caracterizar a
dissimilaridade por valores extremos (mínimo ou máximo), possuindo o
dendrograma com coeficiente de correlação cofenético máximo, sendo um dos
métodos mais empregados no estudo da divergência genética (CRUZ et al., 2004;
HAIR et al., 2005).
Utilizando o método UPGMA com base na distância de Nei, para 30
matrizes de M. urundeuva (aroeira), analisadas por marcador AFLP, FREITAS et
al. (2005) obtiveram a formação de três grandes grupos para esta espécie,
sugerindo que há existência de estruturação genética espacial na população, visto
que, progênies procedentes de árvores próximas tendem a apresentar menor
distância entre si do que de árvores distantes.
PAVAN et al. (2006), utilizando o método UPGMA para avaliar a
divergência genética em clones de Eucalyptus spp. (eucalipto) por meio de
marcadores moleculares RAPD, concluíram que os agrupamentos formados pelo
método hierárquico do UPGMA associado ao complemento aritmético de Jaccard
foi o método mais consistente.
Nos métodos aglomerativos de partição ou de otimização é realizada a
partição do conjunto de genitores em subgrupos mutuamente exclusivos por meio
da maximização ou minimização de uma medida pré-estabelecida (EVERITT,
1974; CRUZ, 1990; CRUZ & REGAZZI, 1997; BARROSO & ARTES, 2003; CRUZ
et al., 2004).
O método de otimização de Tocher adota o critério de que a média das
medidas de dissimilaridade dentro de cada grupo deve ser menor do que as
distâncias médias entre quaisquer grupos, onde é realizada a partição do conjunto
de indivíduos em sub-grupos não vazios e mutuamente exclusivos. Esta
separação de um grupo original de indivíduos em vários grupos tem como critério
a similaridade ou dissimilaridade, sob a qual será identificado o par de indivíduos
mais similares. Estes indivíduos formarão o grupo inicial e a partir davalia-se a
possibilidade de inclusão de novos indivíduos ao grupo (RAO, 1952; CRUZ et al.,
2004).
22
A inclusão de um novo indivíduo sempre acarreta um acréscimo na
distância média intragrupo. Assim, a decisão de incluí-lo depende desse
acréscimo não superar um determinado limite estabelecido (). Em geral esse
limite é tomado como sendo o valor máximo de distância, no conjunto das
menores distâncias de cada indivíduo (CRUZ et al., 2004).
DIAS (1994) avaliou a divergência genética entre cultivares de Theobroma
cacau (cacau) com a aplicação do método de Tocher na determinação dos grupos,
conseguindo resultados satisfatórios na discriminação dos diferentes genótipos.
Analisando caracteres biométricos para frutos e sementes em 39 árvores
matrizes de Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira), ARRIEL et al. (2005) obtiveram
a formação de 10 grupos, utlizando o método de Tocher com base na Distância
Euclidiana Média padronizada.
3.4.2. Método dos Componentes Principais
A técnica dos componentes principais transforma linearmente um conjunto
de p variáveis em um conjunto com um número menor k de variáveis, não
correlacionadas, chamadas de componentes principais. Estes explicam uma
parcela substancial das informações do conjunto original de dados; assim o
primeiro componente tem a maior variância, sendo definido como aquele de maior
importância por reter a maior parte da variação encontrada; o segundo
componente tem a segunda maior variância, e assim, sucessivamente (CRUZ,
1990; RENCHER, 1992; BARROSO & ARTES, 2003; CRUZ et al., 2004).
A análise dos componentes principais é realizada com o intuito de resumir o
padrão de correlação entre as variáveis, levando assim, a um agrupamento delas
e a um número menor de variáveis principais, que resumam a informação contida
no grupo inicial, sendo cada componente principal uma combinação linear das
variáveis originais (BARROSO & ARTES, 2003; CRUZ et al., 2004).
Os componentes principais permitem a mínima perda de informações, a
obtenção das combinações interpretáveis das variáveis, a descrição do
entendimento da estrutura de correlações das variáveis, além de sua aplicação
23
mediante exames visuais da dispersão gráfica em espaços bidimensional ou
tridimensional, de fácil interpretação geométrica (CRUZ et al., 2004).
O emprego da técnica dos componentes principais para estudos sobre a
divergência genética em plantas, é realizado com o propósito de manipular
acessos em bancos de germoplasma, identificar indivíduos divergentes para a
seleção, estabelecer relação entre diversidade genética e geográfica, estimar a
variabilidade total disponível em grupos geneticamente relacionados, avaliar a
uniformidade em cultivos, verificar a importância de cada caráter, e promover a
eliminação daqueles que contribuem pouco, em termos de variação, no grupo de
indivíduos avaliados (CRUZ 1990; DIAS, 1994).
Em T. cacau (cacau), BEKELE et al. (1994), partindo de um conjunto de 68
variáveis quantitativas e qualitativas, por meio de análise de componentes
principais, selecionaram um subconjunto preliminar de 34 variáveis.
Em 34 matrizes de C. phyllacanthus (faveleira) provenientes de uma
população natural de polinização aberta, conforme caracteres biométricos de
frutos e sementes, teor de óleo (%), proteína bruta (%), matéria seca (%), matéria
mineral (%), fibra em detergente neutro (%) e carboidratos totais (%), ARRIEL et
al. (2004) analisaram a importância relativa desses caracteres para a divergência
genética de acordo com a técnica de componentes principais, verificando que dos
15 caracteres avaliados sete eram passíveis de descarte.
A avaliação da importância dos caracteres pode, alternativamente, ser feita
no conjunto de cargas totais associadas às variáveis, que medem a associação
total de um caráter com o componente, incluindo seus efeitos indiretos sobre as
demais variáveis consideradas no estudo, devendo esta análise ser apenas
complementar a mencionada anteriormente, uma vez que apresenta grande
distorção (CRUZ & CARNEIRO, 2003).
CRUZ (1990) ressalta, ainda, que a técnica de componentes principais
permite uma maior simplificação nos cálculos estatísticos e na interpretação dos
resultados em relação aos demais métodos alternativos, à medida que poucos
componentes sejam suficientes para explicar a variação existente. A técnica de
24
componentes principais permite o estudo com médias amostrais ou com dados de
experimentos sem repetições (COSTA, 2006).
De acordo com CRUZ (1990), se 70% ou mais da variância total for
atribuída aos primeiros componentes principais, no entanto, CRUZ & CARNEIRO
(2003) e CRUZ et al. (2004) consideram que pelo menos 80% da variação total
sejam retidos pelos dois primeiros componentes principais.
ARRIEL et al. (2004) estudando 34 matrizes de C. phyllacanthus (faveleira)
obtiveram 81,70% da variabilidade contida nos dados apenas no sexto
componente principal. Ainda para esta espécie, ARRIEL et al. (2005) obtiveram
83,9% da variabilidade nos três primeiros componentes. Observa-se, assim, que a
variância pode encontrar-se bastante diluída entre os componentes, situação na
qual a eficiência do método fica comprometida.
25
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Caracterização da área de estudo e colheita de frutos e sementes
Foram selecionadas 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet em
duas localidades no Amapá, Brasil, em ecossistema de Florestas de Várzeas com
nenhuma ou pouca ão antrópica, uma situada no município de Macapá e outra
em Mazagão, a uma latitude e longitude de 0
0
1’56,55”S e 51
0
4’41,28”W e de
8´31’52”S e 51º17’0,82”W, respectivamente (Figura 4).
As Florestas de Várzeas são formadas em planícies de aluviões recentes,
nas quais às vezes ocorrem erosões verticais em função de processos intensos de
sedimentação por rios de água branca caracterizados por apresentarem um
elevado teor de argila em suspensão, ocorrendo influência direta do regime
hídrico, por meio do lençol freático, chuvas e ciclo de marés. Este tipo de ambiente
é o segundo maior no Estado do Amapá, considerando estrutura, diversidade e
representatividade espacial. Sua área de abrangência e maior concentração
ocorre, principalmente, ao longo do rio Amazonas, em região costeira no Estado,
do rio Jarí até o arquipélago do Bailique (RABELO et al., 2002).
O solo das Várzeas é rico em nutrientes, do tipo hidroromórfico formado por
planícies fluviais e fluviomarinhas. O clima da área de coleta é do tipo quente e
úmido, e apresenta algumas variações quanto às precipitações anuais e a duração
de estações mais secas. A temperatura mínima, raramente fica abaixo dos 18ºC e
a temperatura máxima registrada varia de 35 a 40ºC, sendo que na maior parte do
ano a temperatura média é de 24 a 2C (FISCH et al., 1998; RABELO et al.,
2002).
26
Figura 4. Estado do Amapá, Brasil. A. Área de várzea no Município de Mazagão.
B. Área de várzea no Município de Macapá.
B
A
27
Fisiograficamente, as várzeas correspondem ao conjunto mais recente do
Estado do Amapá, envolvendo a região conhecida como planície do quaternário,
área homogênea compreendendo a porção mais exterior do território amapaense,
que se situa como elo de ligação entre os meios aquáticos exteriores e a terra
firme interior (RABELO et al., 2002).
As matrizes foram selecionadas com base nos aspectos fitossanitários,
vigor e boa capacidade de produção de sementes, conforme as recomendações
de MORI (2003). Adotou-se uma distância mínima entre as matrizes de 100 m,
visando diminuir a possibilidade de seleção de indivíduos aparentados
(CAPELANES & BIELLA, 1986), e as mesmas foram georeferenciadas (Tabela 1).
Tabela 1. Localização geográfica, Circunferência à Altura do Peito (CAP, em m),
altura (m) e Distância nima entre Matrizes (DMM) de 25 árvores
matrizes de Carapa guianensis Aublet. selecionadas nos municípios de
Mazagão e Macapá, Amapá, Brasil.
Matrizes Localização Geográfica (UTM
1
) CAP (m) Altura (m) DMM (m)
Local I: Mazagão
1 458.256,839 m W; 9.978.504,800 m N
2,20 30
125 (6)
2
2 458.128,502 m W; 9.978.412,171 m N 1,76 25
129 (4)
3 458.975,689 m W; 9.997.830,695 m N 1,92 34
122 (20)
4 459.002,986 m W; 9.997.619,411 m N 1,44 25
128 (22)
5 459.327,281 m W; 9.997.409,904 m N 1,00 29
127 (21)
6 459.080,593 m W; 9.997.820,295 m N 1,80 26
137 (14)
7 459.594,184 m W; 9.997.190,413 m N 1,33 30
120 (14)
8 459.292,660 m W; 9.997.464,739 m N 1,00 27
125 (25)
9 459.191,181 m W; 9.997.080,395 m N 1,36 26
120 (23)
10 459.005,148 m W; 9.997.009,023 m N 1,20 30
125(20)
11 459.694,326 m W; 9.997.759,513 m N 1,24 29
146 (13)
12 459.508,224 m W; 9.997.976,015 m N 1,46 30
123(25)
13 460.177,575 m W; 9.998.041,544 m N 1,95 32
135 (17)
14 460.527,102 m W; 9.998.845,145 m N 1,50 34
120 (23)
15 460.959,474 m W; 9.998.420,344 m N 1,36 26
130 (16)
16 460.498,668 m W; 9.998.650,229 m N 1,16 27
144 (20)
17 460.307,326 m W; 9.998.776,017 m N 1,29 25
125 (22)
28
Continuação da Tabela 1.
18 460.004,055 m W; 9.998.554,951 m N 1,23 30
120 (24)
19 460.234,953 m W; 9.998.149,633 m N 1,40 32
133 (25)
20 460.899,837 m W; 9.998.283,294 m N 1,17 27
120 (23)
21 460.999,932m W; 9.998.393,028 m N 1,10 25
150 (22)
22 460.256,909 m W; 9.999.999,001 m N 1,07 33
134 (24)
23 461.991,986 m W; 9.999.830,636 m N 1,24 27
165 (24)
24 461.257,509 m W; 9.999.701,854 m N 1,11 32
200 (5)
25 461.126,766 m W; 9.999.600,454 m N 1,10 33
Local II: Macapá
26 467.104,438 m W; 9.992.016,803 m N 1,80 38
120 (14)
27 467.219,065 m W; 9.992.133,325 m N 2,06 35
110 (16)
28 467.001,096 m W; 9.992.293,091 m N 1,20 28
125 (8)
29 467.359,111 m W; 9.992.399,267 m N 2,50 26
126 (9)
30 467.470,430 m W; 9.992.506,044 m N 2,00 30
125 (24)
31 467.584,605 m W; 9.992.699,766 m N 1,70 39
130 (17)
32 467.699,349 m W;9. 992.806,934 m N 1,72 36
130 (21)
33 467.799,944 m W; 9,992.944,004 m N 2,00 30
118 (13)
34 467.901,213 m W; 9.993.093,001 m N 2,20 29
130 (11)
35 468.025,147 m W;9.993.199,618 m N 1,90 31
125(21)
36 468.137,526 m W; 9.993.301,660 m N 1,40 27
125 (24)
37 468.255,867 m W; 9.993.411,554 m N 1,64 26
122 (19)
38 468.381,255 m W;9.993.521,112 m N 2,05 35
159 (21)
39 468.485,440 m W; 9.993.648,773 m N 1,95 32
110 (22)
40 468.594,703 m W; 9. 993.791,644 m N 1,70 29
119 (23)
41 468.698,888 m W; 9.993.897,207 m N 2,06 33
136 (25)
42 468.805,624 m W; 9.994.001,690 m N 2,19 28
126 (25)
43 468.960,971 m W; 9.994.178,186 m N 1,53 29
138 (19)
44 469.087,577 m W; 9.994.289,022 m N 1,80 20
135 (22)
45 469.262,223 m W; 9.994.408,669 m N 1,79 37
140 (23)
46 469.380,798 m W; 9.994.524,971 m N 2,10 35
177 (25)
47 469.489,404 m W; 9.994.680,599 m N 1,70 30
149 (24)
48 469.597,661 m W; 9.994.793,905 m N 1,42 29
110 (25)
49 469.703,292 m W; 9.994.899,728 m N 1,20 36
190 (25)
50 469.894,499 m W; 9.995.099,512 m N 1,35 38
1
Localização geográfica dos pontos anotadas na forma de Coordenadas Planas, Sistema de
projeção Universal Transverso de Mercartor (UTM) no Fuso 22, DATUM WGS-84.
2
() matriz com menor distância geográfica.
29
A distância geográfica e os mapas esquemáticos foram obtidos a partir das
coordenadas geográficas originais utilizando-se o programa Arcview GIS 32
(ESRI, 2000).
Cada matriz constituiu um lote de sementes e a identidade numérica das
mesmas foi mantida durante todo o período experimental. Essa identificação foi
realizada durante a colheita de sementes e foi atribuída em função do
caminhamento realizado durante o processo de amostragem, assim, números
próximos correspondem a árvores próximas. FREITAS et al. (2005) adotaram o
mesmo procedimento para a colheita de sementes de 30 árvores matrizes de uma
população natural de M. urundeuva.
As árvores foram acompanhadas mensalmente, de fevereiro a maio por
compreender o período de frutificação da espécie, nos anos de 2006 no município
de Mazagão e de 2007 em Macapá.
Com auxílio de uma tesoura de poda alta (podão) e material de alpinismo,
os frutos foram colhidos diretamente nas árvores, acondicionados em sacos de
polietileno e levados ao Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas
Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), em Macapá, onde foram
realizados todos os procedimentos experimentais. Em seguida, os mesmos foram
colocados para secar levemente à sombra por dois dias, para completarem a
abertura, permitindo a extração das sementes de forma manual.
4.2. Experimento I: Caracterização morfológica de frutos, sementes,
germinação e plântulas de Carapa guianensis
Aublet.
Para os frutos e sementes de C. guianensis foi constituído uma amostra
composta de todas as árvores matrizes selecionadas nas duas áreas.
Externamente aos frutos e sementes observou-se tipo, forma, coloração,
indumentos, textura e, para descrição interna das sementes, foram realizados
cortes longitudinais, para caracterização da forma, coloração, textura, presença ou
30
ausência do endosperma, forma, tipo e posição do embrião (DAMIÃO-FILHO,
1993; BARROSO et al.,1999; DAMIÃO-FILHO & MÔRO, 2005).
A descrição biométrica foi realizada retirando-se, aleatoriamente, 100 frutos
e 100 sementes para medições de comprimento, largura, espessura e massa de
matéria fresca. O comprimento em mm foi considerado como a medida do ápice à
base do fruto e da semente. Na região mediana dos frutos e sementes mediram-
se duas posições, a largura (mm) considerada a medida de maior eixo e a
espessura (mm) a de menor eixo, medidos com paquímetro digital com precisão
de 0,01 mm. A massa de matéria fresca foi determinada em balança eletrônica
com precisão de 0,01 g.
Em cada uma das variáveis estudadas os dados biométricos obtidos foram
submetidos à análise descritiva com a obtenção da média aritmética, o desvio-
padrão e o intervalo de variação, conforme GOMES (2000).
Para a descrição das fases do desenvolvimento pós-seminal foram
utilizadas cinco repetições de 20 sementes. As sementes foram imersas em
solução de Hipoclorito de dio (NaClO) a 1%, durante 3 minutos, e posterior
lavagem em água destilada, por 5 minutos. A seguir foram colocadas para
germinar em casa de vegetação, com temperatura de 23
0
C, em 5 bandejas de
polietileno de 5 x 5 x 5 cm (comprimento, largura e profundidade) subdivididas em
24 células, contendo como substrato uma mistura de vermiculita de granulometria
média, areia de granulometria fina e substrato comercial Plantmax®, todos
esterilizados, na proporção volumétrica de 1:1:1. O substrato foi umedecido re-
umedecido quando necessário.
As sementes germinadas foram transplantadas para saco de polietileno,
contendo dois litros do mesmo substrato usado nos testes de germinação, para a
observação do desenvolvimento das plântulas, período que durou até abril de
2007.
Diariamente, foram realizadas descrições das plântulas em fases
seqüenciais de desenvolvimento. A germinação foi caracterizada quanto ao tipo e,
as plântulas, quanto à forma, coloração, textura, indumentos, superfície e venação
31
dos protófilos, filotaxia e presença ou ausência de apêndices (DAMIÃO-FILHO,
1993; BARROSO et al., 1999; DAMIÃO-FILHO & MÔRO, 2005).
Mediu-se em 100 plântulas, o comprimento total da parte aérea e o
diâmetro ao nível do colo, utilizando-se paquímetro digital com precisão de
0,01 mm.
As ilustrações foram elaboradas com auxílio de estereomicroscópio das
características externas dos frutos, sementes e das plântulas nas diversas etapas
do desenvolvimento pós-seminal. A terminologia empregada nas descrições
baseou-se em FONT-QUER (1963), FERRI et al. (1981), OLIVEIRA (1993),
BARROSO et al. (1999) e DAMIÃO-FILHO & MÔRO (2005).
4.3. Experimento II: Divergência genética entre árvores matrizes de
Carapa guianensis Aublet. por meio de caracteres
biométricos de frutos e sementes, processo
germinativo, desenvolvimento inicial de plântulas e
teor de óleo nos cotilédones
Aleatoriamente por matriz foram medidos o comprimento (mm), a largura
(mm), a espessura (mm) e a massa fresca (g) de 10 frutos e 100 sementes para a
caracterização biométrica utilizada no estudo da divergência genética. O
comprimento foi considerado como sendo a medida do ápice à base do
fruto/semente, e na região mediana dos frutos e sementes mediram-se duas
posições, a largura (mm) considerada a medida de maior eixo e a espessura (mm)
a de menor eixo.
Para o estudo do processo germinativo as sementes foram colocadas em
bandejas de polietileno de 5 x 5 x 5 cm, contendo como substrato uma mistura de
vermiculita de granulometria média, areia de granulometria fina e substrato
comercial Plantmax®, todos esterilizados, na proporção volumétrica de 1:1:1.
Essas bandejas foram mantidas sob condições de casa de vegetação, com
temperatura de 27±3
o
C. Acompanhou-se diariamente a formação de plântulas,
32
consideradas quando da abertura do gancho plumular, analisando-se a
porcentagem de germinação (%) e o índice de velocidade de germinação (IVG),
conforme MAGUIRE (1962).
As sementes germinadas foram transplantadas para saco de polietileno,
contendo dois litros do mesmo substrato usado nos testes de germinação. Após
um mês do transplantio, foram avaliados os seguintes caracteres: altura (cm),
diâmetro do colo (mm), o número de folhas, número de gemas axilares protegidas
por catáfilos e altura da inserção do primeiro par de folhas em cada planta (cm).
No Laboratório de Gorduras e Óleos do IEPA, em 30 sementes retiradas
aleatoriamente de cada matriz, das quais removeu-se o tegumento para
obtenção do embrião (eixo embrionário e cotilédones), determinou-se o teor de
óleo. Em virtude do reduzido tamanho do eixo embrionário, considerou-se que o
teor de óleo foi determinado para os cotilédones.
Os cotilédones foram secos em estufa com circulação de ar, por
aproximadamente 24 h e triturada em moinho. O material resultante foi dividido
em três repetições de 50 g, pesadas em balança eletrônica com precisão de
0,0001 g. A extração foi realizada através do extrator de Soxhlet, utilizando-se
750 mL de n-hexano P.A. como solvente, que foi evaporado restando o óleo
extraído. O período de extração foi variável conforme a árvore matriz, sendo que
a extração era finalizada quando o material não apresentava mais traços de
lipídios. O rendimento de óleo foi determinado pela relação entre a quantidade de
matéria-prima utilizada na extração e a quantidade de óleo obtida.
4.4. Análises estatísticas e parâmetros genéticos
O delineamento estatístico utilizado para todos os testes foi o inteiramente
casualizado. Na avaliação biométrica de sementes e germinação foram adotadas
cinco repetições de 20 sementes. Para avaliação biométrica dos frutos foram
usadas 10 repetições, para o teor de óleo três repetições e para o desempenho
de mudas cinco repetições de cinco plântulas. As médias de cada repetição para
os 16 caracteres foram submetidas ao teste de normalidade de Lilliefors e devido
33
a não normalidade a porcentagem de germinação foi transformada para
arcoseno[%100] e os caracteres número de folhas, número de gemas axilares
protegidas por catáfilos e teor de óleo foram transformados para x (GOMES,
2000).
O estudo da divergência genética foi realizado sobre a matriz de
dissimilaridade obtida a partir da Distância Euclidiana (CRUZ et al., 2004),
calculada com base na média padronizada de cada caráter avaliado por árvore
matriz, usando a seguinte expressão:
em que;
; distância euclidiana entre as árvores matrizes e ,
: valor obtido para a i-ésima árvore matriz em relação ao j-ésimo caráter;
A análise de agrupamento foi realizada pelo método hierárquico UPGMA
(Unweighted Pair Group Using an Arithmetic Average) e pelo algoritmo de Tocher
(MARDIA et al., 1997). Para o algoritmo de Tocher, adotou-se o critério de
inclusão de novas árvores matrizes no grupo, que tem por base verificar se a
distância desta árvore matriz em relação ao grupo, dividida pelo número de
árvores matrizes que já o constituiu, é inferior ao máximo permitido, ou seja:
Se há a inclusão da árvore matriz no grupo;
Se a árvore matriz
i
não deve ser incluída no grupo.
Assim, a média das medidas da divergência genética dentro de cada grupo
deve ser menor que as distâncias médias entre quaisquer grupos (RAO, 1952;
CRUZ et al., 2004).
Adicionalmente foi avaliada a importância relativa de cada variável para o
estudo da divergência genética pela técnica de Componentes Principais, sendo as
seguintes propriedades verificadas:
Se
Yij
é um Componente Principal, então,
innii
xaxaxaYij
+++= ...
2211
´ii
d
i
´i
ij
Y
α
n
d
iGrupo
ii
)´(
´
>
α
n
d
iGrupo
ii
)(
´
=
2
´´
)(
jiijii
YYd
34
Se
'Yij
é outro Componente Principal, então,
innii
xbxbxbYij +++= ...'
2211
,
então: 1
22
==
j
j
j
j
ba e 0=
j
jj
ba , ou seja, os componentes são não-
correlacionados.
Dentre todos os componentes,
1i
Y apresenta a maior variância,
2i
Y a
segunda maior, e assim sucessivamente, sendo sua variância dada por:
em que
´jj
r
é o elemento da j-ésima linha e da j´-ésima coluna da matriz R.
Os autovalores (variância associada a cada componente principal) foram
estimados pelas raízes características da matriz R (matriz de correlação) e os
autovetores (conjunto dos coeficientes de ponderação dos componentes
principais) estimados pelos elementos dos vetores característicos
correspondentes, conforme CRUZ et al. (2004).
Para identificação da importância relativa de cada variável foram
consideradas de menor importância as variáveis de maior autovetor nos últimos
componentes principais, cujo valor não exceda 0,7, pois segundo CRUZ et al
(2004) abaixo desse valor a quantidade de informação retida no componente não
é relevante. Os dados foram analisados, separadamente, por local de colheita dos
frutos e sementes, e para a análise de agrupamento pelo método UPGMA utilizou-
se o Software STATISTICA versão 6.0 e para demais análises utilizou-se o
Software GENES (CRUZ, 2001).
=+==
j j j j
jjjjjjjjjj
j
jji
raaraaraYVYV
´ ´
´´´´
2
11
)()(
35
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Experimento I: Caracterização morfológica de frutos, sementes,
germinação e plântulas de Carapa guianensis
Aublet.
5.1.1. Frutos
O fruto de C. guianensis Aublet. É uma cápsula septífraga, seca, deiscente,
plurilocular, polispérmica, subglobosa a globosa e castanha, com placentação
axilar e com arilóide amarelo fibroso recobrindo as sementes (Figura 5 e 6). De
forma semelhante, BARROSO et al. (1999) descreveram os frutos de andiroba
como psulas septífraga e subglobosas. Enquanto que, para LORENZI (1992),
RIBEIRO et al. (1999), BOUFLEUER (2004) e PENNIGTON (2006), os mesmos
são globosos. De acordo com FERRAZ et al. (2002) e RAPOSO (2007), os frutos
de andiroba apresentam de 4 a 16 sementes.
Figura 5. A. Frutos e sementes de Carapa guianensis Aublet; B. Fruto aberto
mostrando a disposição interna das sementes.
O pericarpo dos frutos de C. guianensis é formado por quatro ou seis valvas
cimbiformes lenhosas, rugosas e glabras, de deiscência parcial ou total ocorrendo
da base em direção ao ápice dos frutos (Figura 5 e 6). BARROSO et al. (1999)
consideram o fruto do gênero Carapa deiscente, como são outros gêneros da
família Meliaceae (PENNIGTON, 2006). FOUNIER (2003) descreve os frutos de C.
5 cm5 cm5 cm
A
B
Foto: Tammya Pantoja
Foto: Tammya Pantoja
36
guianensis Aublet. como deiscentes, com as válvulas se abrindo totalmente ou
parcialmente. Geralmente, os frutos se partem com o impacto da queda,
enterrando-se ou permanecendo sobre o solo (FERRAZ et al., 2002;
BOUFLEUER, 2004).
Os dados biométricos para os frutos de C. guianensis Aublet. possuem
média aritmética, desvio-padrão e intervalo de variação de 78,45 ± 9,28 mm
(60,00 96,00 mm) 86,82 ± 11,83 mm (61,00 103,00 mm), 84,84 ± 5,96 mm
(68,00 – 95,00 mm) e 172,26 ± 37,02 g (120,64 – 239,76 g), respectivamente, para
o comprimento, largura, espessura e massa de matéria fresca.
5.1.2. Sementes
As sementes são grandes, angulosas e convexas na região dorsal,
podendo apresentar variação no tamanho devido à compressão em um mesmo
fruto (BARROSO et al., 1999; FERRAZ et al., 2002) (Figura 6C). O comprimento, a
largura, a espessura e a massa de matéria fresca das sementes o em média
aritmética, desvio-padrão e intervalo de variação de 44,35 ± 5,75 mm (58,00
29,00 mm), 35,67 ± 6,65 mm (21,00 51,00 mm), 31,55 ± 5,32 mm (19,00
47,00 mm) e 20,04 ± 5,18 g (11,96 – 38,63 g ), respectivamente.
O tegumento é liso e de coloração castanho clara, podendo apresentar
leves rugosidades nas margens (Figura 6D; 6E). O hilo é longo, heterocromo, mais
claro que o tegumento e localiza-se no lado carenado da semente (BARROSO et
al., 1999), próximo à micrópila (Figura 6E). De acordo com FERRAZ et al. (2002)
ocorrem vestígios do funículo.
As sementes são ex-albuminosas, com cotilédones crassos e eixo
embrionário pouco diferenciado e localizado próximo da micrópila e hilo,
semelhante ao descrito por FERRAZ et al. (2002). De acordo com o Ministério de
Ciência e Tecnologia MCT (2000), os cotilédones das sementes de C.
guianensis, apresentam cerca de 60% de óleo.
37
Figura 6. Fruto e semente de Carapa guianensis Aublet. A. Fruto em vista geral.
B. Base do fruto. C. Vista longitudinal do fruto. D. Semente (lado oposto
ao hilo). E. Hilo e micpila em sementes de Carapa guianensis Aublet...
Abreviaturas: ar- arilóide, hi- hilo, mi- micrópila e va- valva.
2cm
D
A
2cm
C
2cm
ar
B
2cm
va
2cm
E
hi
mi
38
A média de óleo nos cotilédones de todas as árvores matrizes desta
espécie avaliadas no Amapá foi cerca de 28,78%. De fato, os lipídios, geralmente
ocorrem em maior quantidade no eixo embrionário, endosperma e cotilédones da
semente (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).
É comum em sementes de frutos deiscentes de Meliaceae, a presença de
arilo, arilóide ou sarcotesta com coloração atrativa vermelha ou alaranjada
(BARROSO et al., 1999), como exemplo, Guarea macrophylla (pau d’arco)
apresenta a sarcotesta vermelha e brilhante (PINTO et al., 2003). Cabralea
canjerana subsp. polytricha. (cedro-canjerana) (FUZETO & LOMÔNACO, 2000),
Trichilia catigua (catuaba), Trichilia elegans (pau-de-ervilha), Trichilia pallida
(amesca) e Trichilia clausenii (catiguá-vermelho) (GONDIM, 2001) são dispersas
por pássaros devido à coloração atrativa de seus arilos e à acessibilidade ao fruto
segundo estes autores.
Quanto à dispersão, além da ornitocoria, a família Meliaceae apresenta
também sementes aladas, anemocóricas, como muitas dessas espécies incluídas
no gênero Cedrela (BARROSO et al., 1999), entre estas Cedrela fissilis (cedro-
rosa) foi estudada mais recentemente por SANTOS & TANAKI (2005). Por sua
vez, a semente de C. guianensis Aublet. apresenta a dispersão barocórica, como
primária, e a dispersão zoocórica e hidrocórica, como secundárias (BOUFLEUER,
2004). SCARANO et al. (2003) reportam variações fisiológicas nas sementes
durante o período de dispersão hidrocórica. Os resultados obtidos evidenciam que
as sementes respondem a esse período de flutuação de duas formas, germinando
e iniciando seu desenvolvimento inicial, ou a germinação é inibida.
5.1.3. Germinação
O processo de germinação inicia-se com 14 dias após a semeadura por
meio do rompimento do tegumento, próximo à micrópila, exibindo a radícula
branca, cilíndrica, lisa e glabra (Figura 7A). Segundo FLOSS (2004), este
processo é o mais comum, com a radícula sendo o primeiro órgão a emergir do
tegumento durante o processo de germinação.
39
A presença de raízes secundárias pode ser observada com sete dias de
germinação. São delgadas, cilíndricas e esbranquiçadas. Ao mesmo tempo,
ocorre a emergência da parte aérea, curvada, apresentando epicótilo de coloração
violácea, herbáceo, cilíndrico, glabro e liso, localizado entre o pecíolo cotiledonar
que apresenta coloração amarelada (Figura 7B). O pecíolo cotiledonar também foi
observado por FERRAZ et al. (2002) para Carapa guianensis Aublet. (andiroba) e
Carapa procera (andiroba-branca). Para Guarea guidonia (carrapeta-verdadeira)
(CARDOSO et al., 1994), essa estrutura também foi observada, porém, estes
autores a definiram como cotiledonar, sendo uma estrutura em forma de anel
localizado na base da raiz primária, semelhante ao que se descreve neste trabalho
e no de FERRAZ et al. (2002) como pecíolo cotiledonar.
Com 12 dias o epicótilo torna-se ereto, alonga-se e apresenta-se mais
espesso na base e afilado no ápice, sendo observado, nessa fase, o surgimento
da primeira gema axilar protegida por catáfilos (Figura 7C). Com 16 dias inicia-se
o desenvolvimento dos metáfilos, também com coloração violácea (Figura 7D). Os
cotilédones permanecem no nível do solo, encobertos pelo tegumento e o
hipocótilo é inconspícuo, assim como descrito para esta mesma espécie e para
C. procera por FERRAZ et al. (2002) e G. guidonia (CARDOSO et al., 1994).
Essas características caracterizam a germinação como do tipo hipógea-
criptocotiledonar. Este tipo de germinação, para OLIVEIRA (1993), ocorre quando
o desenvolvimento do hipocótilo é pequeno, muito reduzido ou nulo, na plântula e
no embrião, com os cotilédones apresentando-se mais ou menos no nível do solo,
encobertos pelo tegumento e por isso, não fotossintetizantes. Na família
Meliaceae também a presença de germinação fanerocotiledonar, que ocorre
em Cedrela odorata (cedro), como descrito por ANDRADE & PEREIRA (1994).
40
Figura 7. Seqüência do desenvolvimento da plântula de Carapa guianensis Aublet. A.
Protrusão da radícula. B. Emergência. C. Desenvolvimento do epicótilo. D.
Emissão dos metáfilos. E. Plântula. F. Detalhe de um folíolo. Abreviaturas: ca
gema axilar protegida por catáfilos; ep - epicótilo; ga - gema apical; mt -
metáfilo; pc - pecíolo cotiledonar; pe - peciólulo; pu - pulvino; rd - radícula; rp -
raiz primária; rs - raiz secundária.
2cm
A
rd
2cm
D
mt
C
2cm
ga
ca
ep
10cm
E
pu
2cm
F
pe
B
2cm
rp
rs
pc
41
5.1.4. Plântula
Aos 45 dias após semeadura, as plântulas de andiroba apresentam sistema
radicular pivotante, com a raiz principal lenhosa e de coloração castanha (Figura
7E). As raízes secundárias são sublenhosas, ramificadas e irregularmente
distribuídas (Figura 7E). As plântulas nessa fase possuem média aritmética,
desvio-padrão e intervalo de variação de 36,47 ± 7,90 mm (21,80 – 58,00 mm) e
7,69 ± 1,52 mm (5,00 12,00 mm) de altura total e espessura média do colo,
respectivamente.
O desenvolvimento do hipocótilo é pequeno (FERRAZ et al., 2002),
enquanto, o epicótilo é glabro, cilíndrico, sublenhoso, apresentando de duas a seis
gemas axilares protegidas por catáfilos.
Os metáfilos são paripinados, de filotaxia alterna e pré-foliação
conduplicada (Figura 7E). Ao contrário, FERRAZ et al. (2002) descrevem os
metáfilos de C. guianensis Aublet. como paripinados ou imparipinados.
Os metáfilos são peciolados, apresentando o pecíolo cilíndrico, canaliculado
na face adaxial e com presença de pulvino na sua base. Os folíolos são opostos,
com raque canaliculada na face adaxial, peciolulados, com os peciólulos curtos e
canaliculados na face adaxial. Os folíolos são glabros, com margens inteiras e
lisas e ápice e base acuminados (Figura 7F).
A face adaxial dos folíolos é mais escura que a abaxial. FERRAZ et al.
(2002) descreveram a coloração verde-oliva para a face adaxial e verde
esbranquiçada para a face abaxial. A venação é reticulada broquidódroma, de
coloração mais clara que o limbo, sendo as nervuras principal e secundárias mais
evidentes, enquanto que as terciárias são pouco evidentes (Figura 7F). Na face
abaxial, as nervuras apresentam-se impressas, e, na adaxial, apresentam-se
levemente imersas.
42
5.2. Experimento II: Divergência genética entre árvores matrizes de
Carapa guianensis Aublet. por meio de
caracteres biométricos de frutos e sementes,
processo germinativo, desenvolvimento inicial
de plântulas e teor de óleo nos cotilédones
Os resultados das análises de variância dos caracteres estão apresentados
nas Tabelas 2 e 3, respectivamente, para Mazagão e Macapá. Houve ocorrência
de variações significativas (P 0,01) entre as matrizes de C. guianensis Aublet.
nas duas localidades, para os diferentes caracteres.
Os resultados expressos nessas tabelas evidenciam grande variabilidade
genética entre as árvores matrizes e que as possibilidades de melhoramento e
seleção são promissoras. Resultados semelhantes foram obtidos nas análises de
variâncias expressas por MAÊDA et al. (2001) e MARTINS et al. (2002),
respectivamente, para Eucalyptus camaldulensis (eucalipto) e V. surinamensis
(virola).
Os coeficientes de variação apresentam-se entre 3,18% e 11,58% em
Mazagão e entre 2,37% e 21,26% em Macapá. Os maiores coeficientes de
variação foram obtidos para os caracteres número de gemas axilares protegidas
por catáfilos NC (21,26%) e número de folhas NF (17,81%) em Macapá. Os
valores dos coeficientes de variação obtidos, segundo os padrões apresentados
por GARCIA (1989) e GOMES (2000), podem ser considerados como baixos a
medianos para todos os caracteres avaliados. Considerando-se a origem do
material experimental, esses valores indicam boa precisão experimental, que se
traduz em confiabilidade nos resultados apresentados.
A herdabilidade é um parâmetro de grande utilidade para os melhoristas,
pois permite antever a possibilidade de sucesso com a seleção (RAMALHO et al.,
2000). As estimativas de herdabilidade no sentido amplo (
2
ˆ
h
) foram elevadas,
variando entre 0,88 a 0,99, em Mazagão (Tabela 2), e de 0,81 a 0,99 em Macapá
(Tabela 3), que aliada a variabilidade genética entre as árvores matrizes,
evidenciam que a seleção com base nesses caracteres é promissora.
43
Tabela 2. Análise de variância de 16 caracteres avaliados em 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. com as
respectivas médias gerais, coeficiente de variação (CV), estimativas do coeficiente de variação genética (CVg) e
estimativas de herdabilidade (
2
ˆ
h
). Mazagão, AP, Brasil, 2006.
Quadrado Médio (QM) Fontes
de
Variação
GER
1
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
Matrizes 431,90
**
0,21
**
50,86
**
34,11
**
21,20
**
38,68
**
323,74
**
4,02
**
0,27
**
0,07
**
88,44
**
744,22
**
948,44
**
745,78
**
30326,41
**
1,82
**
Resíduos 17,00 0,0056 4,36 2,40 1,99 3,05 5,14 0,28 0,011 0,0090 3,22 11,50 7,97 7,90 164,31 0,057
Médias 55,23 0,65 43,10 35,83 30,15 19,03 38,78 7,96 2,07 1,85 31,39 79,81 88,52 80,63 185,44 4,52
CV(%) 7,46 11,58 4,84 4,32 4,68 9,17 5,84 6,75 5,27 5,11 5,72 4,24 3,18 3,49 6,91 5,26
CVg(%) 16,49 31,05 7,07 7,02 6,49 14,01 20,58 10,85 10,96 6,34 13,14 10,72 10,95 10,65 30,69 16,99
2
ˆ
h
0,96 0,97 0,91 0,92 0,90 0,92 0,98 0,92 0,95 0,88 0,96 0,98 0,99 0,98 0,99 0,96
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm),
largura (LS, mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), mero de folhas
(NF,
x), número de gemas axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas;
comprimento (CF, mm), largura (LF, mm), espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO
x, %) dos
cotilédones.
**Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
43
44
Tabela 3. Análise de variância de 16 caracteres avaliados em 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. com as
respectivas médias gerais, coeficiente de variação (CV), estimativas do coeficiente de variação genética (CVg) e
estimativas de herdabilidade (
2
ˆ
h
). Macapá, AP, Brasil, 2007.
Quadrado Médio (QM) Fontes
de
Variação
GER
1
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
Matrizes 395,83
**
0,066
**
53,45
**
64,33
**
16,85
**
14,55
**
14,95
**
4,56
**
5,45
**
3,24
**
16,93
**
810,82
**
852,56
**
544,95
**
14.112,16
**
1,81
**
Resíduos 15,50 0,0026 3,92 5,66 3,11 1,30 1,06 0,74 0,64 0,59 1,96 2,03 1,94 1,65 199,90 0,053
Médias 76,00 0,79 53,21 35,81 32,52 23,42 43,54 7,41 4,50 3,62 33,53 84,5 85,27 81,46 174,74 5,98
CV(%) 5,18 6,48 3,72 6,64 5,42 4,86 2,37 11,61 17,81 21,26 4,17 1,68 1,63 1,57 8,09 3,87
CVg(%) 11,47 14,28 5,91 9,56 5,09 6,95 3,82 11,79 21,77 20,04 5,16 10,64 10,81 9,04 21,34 12,79
2
ˆ
h
0,96 0,96 0,92 0,91 0,81 0,91 0,92 0,83 0,88 0,81 0,88 0,99 0,99 0,99 0,98 0,97
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm),
largura (LS, mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), mero de folhas
(NF,
x), número de gemas axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas;
comprimento (CF, mm), largura (LF, mm), espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO
x, %) dos
cotilédones.
**Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
44
45
Contribuíram para as elevadas estimativas de herdabilidade obtidas o fato
de se tratar de uma espécie florestal ainda não submetida a programas de
melhoramento, associado a origem de populações naturais das árvores matrizes e
à boa precisão experimental obtida na análise de variância.
As estimativas de herdabilidade para os caracteres de altura (ALT) e
diâmetro ao nível do colo (DNC) em plântulas durante o desenvolvimento inicial
para as duas localidades avaliadas foi, em média, superior às obtidas por ARRIEL
(2004), FARIAS NETO & BIANCHETTI (2001) e PAIVA et al (2001) para outras
espécies florestais nesse estágio de desenvolvimento.
Segundo KAGEYAMA (1980), as estimativas do coeficiente de variação
genética é de suma importância para a estrutura genética de populações, por
expressar a quantidade de variação existente entre os materiais genéticos. De
uma maneira geral, verifica-se elevadas estimativas do coeficiente de variação
genética dentre os caracteres avaliados. As maiores estimativas do coeficiente de
variação genética foram obtidas para o índice de velocidade de germinação IVG
(31,05%), em Mazagão (Tabela 2), e para o número de folhas NF (21,77%), em
Macapá (Tabela 3).
Com vistas à produtividade de óleo que é uma das características de
grande interesse desta espécie, a variabilidade genética é fundamental para o
melhoramento, o que permite a seleção de matrizes com alta produção deste
componente. Pelo intervalo de variação observa-se a extensão da variabilidade
entre as árvores matrizes para os diferentes caracteres avaliados. Observa-se nas
Tabelas 4 e 5, respectivamente para as localidades de Mazagão e Macapá que as
maiores amplitudes (razão Máx/Mín) foram obtidas para o índice de velocidade de
germinação (IVG) e massa de frutos (MF).
A árvore matriz 6 apresentou as maiores médias de comprimento, largura,
espessura e massa fresca de sementes, ao passo que para frutos, os maiores
valores foram obtidos na árvore matriz 19 para a localidade de Mazagão (Tabela
4). em Macapá as maiores médias para os caracteres biométricos de frutos
foram obtidas para a árvore matriz 17, sendo que, para as sementes as maiores
médias foram obtidas na árvore matriz 23 (Tabela 5).
46
Tabela 4. Médias, intervalo de variação máxima (Máx) e mínima (Mín) e desvio padrão (DP) dos caracteres avaliados em frutos,
sementes e plântulas de
Carapa guianensis Aublet., provenientes de 25 árvores matrizes de uma população natural do
município de Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
Matriz GER
1
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
1 49,6 0,594
45,20 36,41 30,57 20,10 38,75 7,92 1,82 1,82 31,77 75,60 96,90 87,60 196,86 4,07
2 53,8 0,728
45,56 35,92 27,80 20,182
43,99 8,48 2,13 1,73 30,41 77,70 98,40 84,00 199,20 4,42
3 49,1 0,876
38,04 30,57 25,63 20,604
31,74 7,28 1,89 1,94 27,16 63,70 70,60 65,00 160,26 5,69
4 59,5 0,966
43,99 36,94 30,43 17,664
41,16 8,92 2,01 1,89 29,35 92,70 99,60 84,00 226,24 4,34
5 53,4 0,798
44,98 36,62 31,35 20,396
43,20 6,72 1,83 1,75 35,03 91,90 100,50 84,80 219,69 4,79
6 70,4 0,550
50,42 43,17 36,07 26,954
42,00 9,44 2,07 1,80 37,16 83,30 93,80 91,90 303,89 4,10
7 46,7 0,378
41,60 37,10 31,38 18,716
38,30 8,88 2,03 1,78 28,84 83,20 93,00 91,40 187,99 4,47
8 41,0 0,526
42,23 34,20 28,51 15,378
30,58 6,32 2,15 1,83 25,41 71,20 87,20 80,90 128,16 4,35
9 47,3 0,536
46,43 38,34 31,87 20,594
24,50 6,76 1,90 1,85 25,54 72,00 88,60 81,10 123,06 3,38
10 45,0 0,540
43,25 35,89 29,80 17,752
30,03 8,36 2,08 2,03 25,74 73,90 87,10 80,50 139,64 4,57
11 50,8 0,622
43,64 36,37 30,32 16,842
41,46 8,52 2,13 1,88 31,03 78,30 88,90 79,80 146,33 4,78
12 47,4 0,476
46,90 37,90 31,38 22,092
41,16 8,96 2,18 1,90 34,61 80,30 90,10 79,80 137,84 4,50
13 45,0 0,514
44,75 36,89 29,89 18,474
37,74 7,68 2,03 1,89 32,37 79,80 89,60 79,00 129,51 4,31
14 52,6 0,642
44,91 36,46 28,97 18,630
38,14 7,96 2,00 1,84 31,38 80,50 89,00 78,80 132,97 4,44
15 70,4 0,614
43,74 36,94 31,44 19,144
41,26 8,60 2,10 1,56 28,60 84,20 81,20 78,10 178,02 4,07
16 50,8 0,430
44,56 37,12 30,90 21,278
44,46 8,76 1,87 1,73 35,84 84,00 83,40 79,40 261,27 6,04
17 59,4 0,590
41,45 34,91 29,65 17,844
43,52 7,40 1,98 1,90 35,52 83,30 93,80 91,90 303,89 3,32
18 56,2 0,578
37,85 32,67 28,06 14,714
46,08 6,90 1,98 1,77 35,33 74,10 73,10 69,10 182,54 4,41
19 45,0 0,394
41,99 35,34 30,80 20,928
47,95 7,16 1,97 1,76 34,48 95,40 102,70 99,90 338,49 2,88
20 70,1 0,730
39,59 33,49 28,55 14,628
61,87 9,48 2,74 1,82 41,82 77,60 81,30 77,30 179,67 4,27
21 59,4 0,574
40,65 34,44 30,68 14,450
30,98 7,88 2,78 1,91 25,90 89,90 99,50 83,40 224,84 4,59
22 54,4 0,604
44,01 38,88 33,22 21,550
27,80 7,88 2,13 2,11 34,45 84,70 81,40 78,60 183,45 4,15
23 64,3 0,726
41,90 35,65 29,95 17,154
42,80 8,60 2,19 1,79 28,48 88,70 99,90 81,20 213,16 5,37
24 70,2 1,232
36,84 31,18 27,19 20,802
30,28 7,04 2,00 2,06 29,47 63,80 71,80 63,60 156,35 5,86
25 69,3 1,062
41,06 32,51 29,47 19,016
29,96 7,12 1,91 2,11 29,23 65,50 71,60 64,70 146,07 5,91
Máx 70,4 1,2 50,4 43,2 36,1 27,0 61,9 9,5 2,8 2,1 41,8 95,4 102,7 99,9 338,5 6,0
Mín 41,0 0,4 36,8 30,6 25,6 14,5 24,5 6,3 1,8 1,6 25,4 63,7 70,6 63,6 123,1 2,9
Máx/Mín
1,7 3,3 1,4 1,4 1,4 1,9 2,5 1,5 1,5 1,4 1,6 1,5 1,5 1,6 2,8 2,1
DP 9,29 0,21 3,07 2,61 2,06 2,78 8,05 0,90 0,23 0,12 4,21 8,63 9,74 8,64 59,07 0,78
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm), largura (LS,
mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), número de folhas (NF, x), número de gemas
axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm),
espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO x, %) dos cotilédones.
46
47
Tabela 5. Médias, intervalo de variação máxima (Máx) e mínima (Mín) e desvio padrão (DP) dos caracteres avaliados em frutos,
sementes e plântulas de
Carapa guianensis Aublet., provenientes de 25 árvores matrizes de uma população natural do
município de Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
Matriz GER
1
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
1 60,00 0,72 53,59 38,53 32,12 22,95 43,19 7,64 2,17 1,90 32,40 80,56 90,33 85,00 200,13 5,53
2 59,34 0,74 54,21 36,50 33,09 23,42 43,48 7,60 2,20 1,89 32,59 89,90 81,30 80,00 190,84 6,58
3 60,00 0,78 55,81 38,04 33,12 21,61 43,67 7,66 2,11 1,94 33,10 71,70 74,10 73,20 180,69 5,99
4 69,73 0,93 58,05 43,28 34,27 26,04 45,85 8,92 2,37 2,14 35,97 93,80 100,39 84,40 249,96 7,38
5 62,03 0,79 54,70 37,21 31,78 23,50 44,05 7,95 2,22 1,97 33,52 97,60 96,90 87,20 190,42 6,28
6 69,73 0,93 53,82 44,43 35,31 26,17 45,85 9,14 2,38 2,20 36,68 77,80 76,50 73,90 145,33 6,84
7 62,03 0,80 53,50 35,33 33,13 24,00 44,07 7,96 2,22 1,94 34,36 81,60 81,30 78,80 160,41 5,58
8 52,54 0,65 49,33 33,54 30,44 20,95 40,87 6,32 1,75 1,54 30,93 92,20 82,50 80,60 130,45 6,37
9 58,05 0,70 52,65 31,89 30,41 22,56 42,87 7,11 2,10 1,85 32,97 74,70 79,50 77,70 125,26 4,79
10 51,94 0,67 49,14 32,04 29,62 21,22 41,23 6,51 1,82 1,52 31,04 86,70 80,90 80,30 140,27 5,39
11 58,05 0,74 52,86 34,28 33,14 22,91 43,07 7,42 2,14 1,88 33,07 78,60 85,40 81,80 160,94 5,10
12 58,05 0,83 50,34 34,09 32,13 22,67 43,19 7,36 2,09 1,90 34,09 85,40 86,60 83,80 140,14 6,07
13 51,94 0,61 48,07 30,46 29,68 20,74 40,73 6,44 1,88 1,60 31,75 76,00 78,60 76,80 130,41 7,61
14 64,90 0,83 54,40 35,34 33,88 23,97 44,93 8,54 2,32 2,10 33,90 93,50 94,10 91,50 139,12 5,40
15 69,73 0,82 56,51 39,09 33,76 25,54 45,63 8,92 2,41 2,19 35,98 98,90 91,80 85,70 180,77 7,03
16 53,13 0,67 48,14 31,38 29,09 21,04 40,77 6,32 1,82 1,56 30,57 81,10 81,00 78,50 159,38 5,93
17 64,90 0,93 55,66 35,80 33,67 24,37 44,36 8,20 2,26 2,09 34,61 94,00 101,40 94,70 264,57 5,37
18 58,69 0,74 52,46 32,58 32,12 23,29 42,78 7,50 2,03 2,03 33,01 72,00 74,20 72,30 195,59 6,08
19 53,13 0,57 45,81 31,60 29,69 21,38 40,78 6,56 1,87 1,59 30,88 86,10 87,90 84,50 161,49 7,12
20 69,73 0,94 57,00 38,44 34,20 25,63 45,39 8,88 2,48 2,17 35,28 80,60 81,00 78,60 190,24 5,25
21 58,69 0,85 52,15 34,25 32,73 23,26 43,02 7,42 2,09 1,91 32,83 98,80 98,60 95,60 240,32 5,43
22 61,34 0,88 53,81 36,40 33,49 23,85 44,38 8,08 2,27 2,01 34,26 84,60 82,10 80,60 174,54 5,08
23 74,66 1,03 58,71 40,70 35,96 26,59 46,77 9,82 2,57 2,32 37,66 91,60 100,50 92,60 210,89 5,63
24 60,67 0,73 53,22 34,24 32,32 23,47 43,91 7,86 2,19 1,91 33,34 67,70 69,60 64,40 155,17 5,32
25 64,90 0,89 56,44 36,00 34,00 24,54 44,78 8,54 2,15 2,06 32,75 76,90 75,10 74,00 151,21 6,57
Máx 74,66 1,03 58,71 44,43 35,96 26,59 46,77 9,82 2,57 2,32 37,66 98,90 101,40 95,60 264,57 7,61
Mín 51,94 0,57 45,81 30,46 29,09 20,74 40,73 6,32 1,75 1,52 30,57 67,70 69,60 64,40 125,26 4,79
Máx/Mín
1,44 1,81 1,28 1,46 1,24 1,28 1,15 1,55 1,46 1,53 1,23 1,46 1,46 1,48 2,11 1,59
DP 6,26 0,12 3,27 3,59 1,84 1,71 1,73 0,95 0,21 0,22 1,84 9,01 9,23 7,38 37,57 0,78
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm), largura (LS,
mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), número de folhas (NF, x), número de gemas
axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm),
espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO x, %) dos cotilédones.
47
48
As distâncias entre as árvores matrizes de C. guianensis Aublet. quanto aos
16 caracteres avaliados estão expressas nas Tabelas 6 e 7, para Mazagão e
Macapá, respectivamente. As árvores matrizes 13 e 14 são as mais similares por
possuírem menor Distância Euclidiana (
´
ii
d
) dentre aquelas avaliadas em
Mazagão, sendo as árvores matrizes 6 e 24 mais dissimilares (Tabela 6). Para
Macapá, as árvores matrizes mais similares foram as 7 e 22 e as mais dissimilares
as 13 e 23. Sendo assim, inicialmente, em ambos os locais, os materiais genéticos
mais indicados para se iniciar um programa de melhoramento são as árvores
matrizes mais dissimilares, contudo, sua recomendação deverá ser feita após
uma análise criteriosa de seus desempenhos em relação as caracteres de
interesse (CRUZ et al., 2004).
As técnicas multivariadas são usadas amplamente com sucesso para medir
a diversidade genética entre materiais genéticos, assim como, para conhecer os
caracteres que mais influenciam nesta divergência (ALVES et al., 2003). Para
maior eficiência em programas de melhoramento é interessante selecionar
indivíduos que apresentem bom desempenho, mas que não sejam relacionados,
isto é, geneticamente distantes entre si, pois, devido aos seus não-
relacionamentos, contribuem com um arranjo genético diferente e mais proveitoso
(CRUZ & CARNEIRO, 2003). Desse modo, a análise de agrupamento tem por
finalidade reunir, por um critério qualquer de classificação, os genitores em vários
grupos, de tal forma que exista homogeneidade dentro do grupo e
heterogeneidade entre grupos (CRUZ & CARNEIRO, 2003).
O agrupamento pelo todo do UPGMA (Unweighted Pair Group Using an
Arithmetic Average), baseado na Distância Euclidiana, para Mazagão e Macapá, a
partir dos 16 caracteres avaliados, produziu os dendrogramas apresentados nas
Figuras 8 e 9, respectivamente. A análise deste tipo de diagrama geralmente é
subjetiva, podendo gerar algumas dificuldades na determinação do número de
grupos formados, por não haver um critério estatístico definido para determiná-los,
um ponto de corte pode ser utilizado, no entanto muitas vezes é difícil de ser
estipulado. Por outro lado, a fácil interpretação e simplicidade são importantes nas
análises dos dados (MARDIA et al., 1997).
49
Tabela 6. Distância Euclidiana (
´ii
d
) entre 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. de uma população natural,
calculada a partir de 16 caracteres avaliados em frutos, sementes e plântulas. Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1
2,48
6,50
3,55
3,02
6,18
2,65
4,29
3,50
3,49
2,73
3,05
2,31
2,26
4,18
3,90
3,39
5,28
4,62
7,19
5,68
4,17
3,90
7,57
6,59
2
6,27
3,19
3,62
6,72
3,37
4,66
4,90
4,09
2,73
3,41
3,10
2,36
3,73
4,07
4,01
5,23
5,32
6,05
5,14
5,28
2,97
7,27
6,67
3
7,23
7,38
11,12
7,09
5,16
6,86
5,25
5,75
7,14
5,91
5,52
7,18
6,90
7,35
4,79
9,44
8,34
7,64
7,07
6,61
3,25
3,63
4
3,53
6,54
3,85
5,82
5,62
4,50
3,29
4,34
4,05
3,40
4,22
4,82
3,97
6,07
5,50
6,51
4,69
4,69
2,45
7,43
6,62
5
6,38
4,26
5,58
5,19
5,45
4,05
4,39
3,75
3,52
4,65
4,02
3,86
5,69
4,50
7,45
6,02
4,90
3,83
7,91
7,07
6
6,59
9,74
7,51
8,17
7,16
5,64
7,23
7,13
6,40
6,00
6,89
9,77
7,07
9,22
8,72
6,05
7,15
11,15
10,07
7
4,53
4,48
3,40
2,69
3,29
2,95
3,09
3,98
3,82
4,13
5,59
4,78
6,95
4,78
4,52
3,51
8,35
7,46
8
3,82
3,14
3,77
5,42
3,32
3,57
5,69
6,31
5,53
4,54
6,97
7,92
5,05
5,70
5,24
6,85
6,07
9
3,58
4,37
4,49
3,36
3,68
5,21
6,22
5,76
6,46
6,78
9,21
6,37
4,26
5,95
7,93
6,74
10
2,50
3,73
2,54
2,76
5,27
5,29
5,22
5,35
6,93
7,49
4,76
3,87
4,42
6,54
5,39
11
2,68
1,76
1,54
3,81
3,88
4,28
4,31
6,10
5,63
4,45
3,94
2,90
6,70
5,62
12
2,44
2,73
4,51
3,72
5,08
6,05
6,07
6,54
5,83
3,42
4,45
8,08
6,96
13
1,29
4,38
4,16
4,30
4,53
5,71
6,68
5,14
3,56
4,02
7,16
6,06
14
3,63
4,00
4,19
4,31
5,91
6,29
5,04
3,90
3,31
6,55
5,54
15
4,51
5,04
5,18
6,36
6,20
5,55
5,43
3,62
7,69
6,91
16
5,04
5,54
5,89
6,91
6,64
5,10
4,19
8,01
7,07
17
4,94
3,30
6,24
5,30
4,97
4,32
7,90
7,28
18
7,14
5,52
6,32
6,30
5,23
5,87
5,51
19
8,23
6,67
6,54
5,92
10,47
9,92
20
6,54
7,62
5,75
8,28
8,08
21
5,66
3,74
7,98
7,34
22
5,27
7,26
5,99
23
6,97
6,27
24
2,21
´ii
d maior: 11,15 (6 e 24) e
´ii
d menor: 1,29 (13 e 14).
49
50
Tabela 7. Distância Euclidiana (
´ii
d
) entre 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. de uma população natural,
calculada a partir de 16 caracteres avaliados em frutos, sementes e plântulas. Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
1
2,27
3,04
5,90
2,63
6,14
2,54
5,09
3,58
4,82
2,01
2,85
5,92
3,64
5,09
5,03
4,23
3,37
5,34
4,72
3,39
2,74
7,30
4,29
4,11
2
2,86
5,54
2,50
5,56
2,27
4,85
4,05
5,00
2,65
2,66
5,49
3,73
4,35
5,18
4,70
3,02
5,24
4,63
3,88
2,78
7,35
4,09
3,19
3
6,71
4,55
5,45
2,65
5,63
3,61
5,42
2,83
3,59
5,76
5,02
5,86
5,48
6,04
2,36
6,28
4,65
5,69
3,13
8,09
2,57
2,87
4
4,58
4,74
5,77
9,81
8,60
10,03
6,98
6,72
10,33
5,23
2,75
10,18
4,18
7,34
9,88
4,44
6,04
5,49
3,73
7,98
5,63
5
5,95
3,17
5,78
4,98
5,89
3,56
3,11
6,80
2,65
3,40
6,22
3,27
4,76
6,02
4,64
2,77
3,16
6,18
5,76
4,42
6
4,70
9,48
7,42
9,56
6,30
6,10
9,59
5,40
4,08
9,75
6,65
6,29
9,85
3,39
7,76
4,69
5,30
5,89
3,93
7
5,69
3,15
5,38
1,85
2,27
6,19
2,99
4,33
5,71
4,66
2,80
6,20
3,37
4,43
1,26
6,60
3,02
2,55
8
4,38
1,64
4,68
4,19
2,84
6,95
8,54
1,94
8,21
5,12
2,30
8,89
5,93
6,35
11,56
6,15
6,85
9
3,47
2,23
3,02
4,80
5,03
7,10
3,84
6,78
3,06
5,07
6,06
5,61
3,82
9,37
3,07
4,74
10
4,17
4,09
3,32
6,82
8,76
1,29
8,02
4,75
2,87
8,57
5,80
5,96
11,46
5,56
6,81
11
2,10
5,42
3,60
5,71
4,56
5,05
2,73
5,23
4,83
4,05
2,34
7,83
3,33
3,82
12
4,83
3,50
5,26
4,41
5,16
3,29
4,62
5,27
3,91
2,82
7,82
4,25
3,96
13
7,91
9,09
2,60
9,18
4,86
2,36
9,34
7,30
7,11
12,22
5,95
6,98
14
3,40
7,34
3,66
5,36
7,35
3,78
3,89
2,68
5,18
5,76
4,18
15
9,05
4,20
6,31
8,71
3,63
5,44
4,24
3,98
6,78
4,49
16
8,29
4,57
2,33
8,86
6,13
6,37
11,82
5,63
6,94
17
6,17
8,30
4,47
2,80
4,02
4,73
7,23
5,73
18
5,33
5,30
5,44
3,54
8,75
2,37
3,42
19
9,32
6,04
6,95
11,78
6,70
7,41
20
5,96
2,82
4,14
5,02
3,38
21
4,11
7,16
6,85
5,98
22
5,97
3,72
2,95
23
8,92
6,70
24
3,45
´ii
d maior: 12,22 (13 e 23) e
´ii
d menor: 1,26 (7 e 22).
50
51
Figura 8. Dendrograma baseado na Distância Euclidiana entre 25 árvores
matrizes de Carapa guianensis Aublet. obtido pelo método UPGMA
(Unweighted Pair Group Using an Arithmetic Average) a partir dos
caracteres avaliados nos frutos, sementes, teor de óleo e
desenvolvimento inicial de plântulas. Mazagão, Amapá, Brasil, 2006.
Figura 9. Dendrograma baseado na Distância Euclidiana entre 25 árvores
matrizes de Carapa guianensis Aublet. obtido pelo método UPGMA
(Unweighted Pair Group Using an Arithmetic Average) a partir dos
caracteres avaliados nos frutos, sementes, teor de óleo e
desenvolvimento inicial de plântulas. Macapá, Amapá, Brasil, 2007.
6 20 18 25 24 3 21 19 17 9 10 8 22 15 16 5 23 4 7 12 2 14 13 11 1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Distância Euclidiana
19 13 16 10 8 20 6 23 15 4 21 17 9 25 24 18 3 14 12 11 22 7 5 2 1
0
1
2
3
4
5
6
7
Distância Euclidiana
52
Assim, CRUZ et al. (2004) sugerem o estabelecimento de um exame
visual de pontos onde ocorrem grandes mudanças de níveis possibilitando a
delimitação dos grupos, sendo este parâmetro bastante utilizado. Contudo,
ARRIEL et al. (2004), afirmam que não é possível determinar qual método é mais
preciso sem informações sobre a relação genética das árvores matrizes.
No dendrograma para a localidade de Mazagão (Figura 8) observa-se a
formação de cinco grupos, com base nas mudanças de níveis observadas no
diagrama, dos quais três são unitários formados pelas árvores matrizes 6, 20 e 18;
um grupo é formado pelas árvores matrizes 3, 24 e 25; e um grande grupo
formado pelas 19 árvores matrizes restantes.
Em Macapá, há a formação de seis grupos, dos quais apenas um é unitário
(árvore matriz 1); um grupo é formado por cinco árvores matrizes (19, 13, 16, 10 e
8); dois grupos constituídos por duas árvores matrizes ( 21 e 17; 20 e 6), um grupo
formado pelas matrizes 4, 15 e 23, e um último grupo formado pelas 12 árvores
matrizes restantes (Figura 9).
PAVAN et al. (2006), avaliando 17 clones Eucalyptus spp. a partir de
marcadores RAPD, obtiveram a formação de 13 grupos por esse método, sendo
10 unitários. Para 270 plantas de M. urundeuva analisadas a partir de marcadores
AFLP, FREITAS et al. (2005) observaram a formação de três grandes grupos com
base neste método hierárquico de agrupamento.
Os resultados obtidos por FREITAS et al. (2005) sugerem a existência de
estruturação genética espacial nas populações estudadas, visto que árvores
matrizes próximas tenderam a apresentar menor distância entre si do que as
árvores matrizes distantes. Em termos de melhoramento e conservação, isto
implica que, a seleção deveria procurar manter materiais genéticos originadas de
grupos distantes, dado que estes serão teoricamente mais divergentes, em
contrapartida, a seleção deve priorizar materiais genéticos mais divergentes a fim
de procurar explorar a heterose (FREITAS et al., 2005).
No agrupamento com base no método de otimização de Tocher (Tabela 8)
para Mazagão a formação de cinco grupos, sendo o grupo I constituído por 19
53
árvores matrizes, enquanto que para Macapá neste mesmo método há a formação
de seis grupos, sendo que destes um é unitário.
Em 19 indivíduos de C. fissilis, analisados por RAPD, ASSUNÇÃO (2004)
obteve a formação de cinco grupos pelo algoritmo de Tocher, sendo que mais de
65% dos genótipos foram agrupados no grupo I. Segundo este autor isso permite
inferir que embora divergentes, os indivíduos apresentam um certo parentesco,
provavelmente devido a fragmentação de florestas, o que pode ocasionar
cruzamentos de indivíduos aparentados.
Tabela 8. Grupos de árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. estabelecidos
pelo método de Tocher, com base na dissimilaridade expressa pela
Distância Euclidiana padronizada a partir de 16 caracteres de frutos,
sementes, teor de óleo e desenvolvimento inicial de mudas, para as
localidades de Mazagão (2006) e Macapá (2007), Amapá, Brasil.
Localidade Grupo Árvores matrizes de
Carapa guianensis
I
13 14 11 1 2 12 7 10 23 4 5 16 15
17 22 9 8 21 18
II 24 25 3
III 20
IV 19
Local I: Mazagão
V 6
I 7 22 11 12 1 2 3 18 9 24 25
II 10 16 8 19 13
III 5 14 21 17
IV 4 15
V 6 20
Local II: Macapá
VI 23
OLIVEIRA et al. (2007), avaliando 11 caracteres morfológicos e 11
agronômicos em 87 acessos de E. oleraceae, obtiveram a formação de 24 grupos
no método de Tocher, sendo que destes apenas um foi unitário. ARRIEL et al.
(2004) obtiveram a formação de 10 grupos no método de Tocher, do quais cinco
54
foram unitários, para 34 matrizes de C. phyllacanthus avaliadas para 8 caracteres
biométricos e 5 caracteres de análise química de frutos e sementes; ainda para
esta mesma espécie, em 39 matrizes analisadas por 9 caracteres, ARRIEL et al.
(2005) obtiveram também a formação de 10 grupos dos quais quatro foram
unitários.
NASCIMENTO FILHO et al. (2001) obtiveram a formação de sete grupos
entre 148 clones de P. cupana avaliados por quatro caracteres nesta metodologia,
destes, três grupos foram unitários. Ainda com a utilização deste método, COSTA
(2006), para 21 acessos de R. communis avaliados por seis caracteres, dentre
estes o teor de óleo das sementes, observou a formação de oito grupos, dos quais
três também foram unitários.
Ao se comparar os agrupamentos obtidos pelos dois métodos, percebe-se
certa concordância entre os grupos formados, para as duas localidades. Para a
localidade de Mazagão, nota-se uma inversão das árvores matrizes 18 e 19, e
que pelo método UPGMA a árvore matriz 18 constitui um grupo unitário e pelo
método de Tocher o mesmo é a última árvore matriz a constituir o grupo I. Por
outro lado, a árvore matriz 19 que pelo método de Tocher forma isoladamente o
grupo IV, pelo método UPGMA constitui, juntamente com as outras 18 matrizes o
maior grupo identificado neste método. Além dessa inversão de grupos entre as
árvores matrizes 18 e 19, nota-se ainda, pequenas alterações na ordem das
matrizes dentro dos grupos.
Ainda, para a localidade de Mazagão observa-se que as árvores matrizes
24, 25 e 3 em ambos os métodos formam um grupo; essas possuem maiores
médias para os caracteres de teor de óleo, número de gemas axilares protegidas
por catáfilos e índice de velocidade de germinação. a árvore matriz 6 que
formou grupo unitário também em ambas metodologias, apresenta maiores
médias para os caracteres biométricos de sementes. A árvore matriz 19 que
forma grupo unitário no método de otimização de Tocher se caracteriza por
possuir maiores médias para os dados biométricos de frutos.
Para Macapá, as alterações entre os grupos identificados pelos dois
métodos (UPGMA e Tocher) foram maiores. Assim, a árvore matriz 1, que forma
55
o único grupo unitário pelo método UPGMA, no método de Tocher forma o grupo
I juntamente com outras 10 árvores matrizes. O grupo formado pelas árvores
matrizes 4, 15 e 23, no UPGMA é desmembrado no método de Tocher, no qual a
árvore matriz 23 passa a constituir um grupo unitário e as outras duas formam
um único grupo nesse método, juntamente com as árvores matrizes 21 e 17, que
pelo UPGMA, compartilham um grupo. Nos dois métodos houve concordância
nos grupos formados pelas matrizes 19, 13, 16, 10 e 8; 20 e 6 e na maioria das
árvores matrizes pertencentes ao maior grupo.
Outros trabalhos com espécies arbóreas relatam a coincidência na
formação de alguns grupos (NASCIMENTO FILHO et al., 2001; ALVES et al.,
2003; OLIVEIRA et al., 2007) ao se adotar processos diferentes de agrupamento.
Para trabalhos de conservação e melhoramento genético da espécie deve-
se coletar sementes de árvores matrizes pertencentes a grupos distintos para
maximização da variabilidade e base genética. Especificamente quando o objetivo
for o melhoramento gnético, as árvores matrizes a ser selecionadas deverão,
preferncialmente, apresentar altos valores para os caracteres de interesse e
pertencer a grupos distintos.
No caso da conservação genética, as maiores médias nos caracteres de
interesse econômico não é a prioridade. Neste caso, pode-se optar pela coleta de
sementes de apenas uma matriz naquele grupo formado por mais de uma árvore,
ou ainda, coletar sementes de várias delas de forma eqüitativa, misturando-as
para compor um lote composto de sementes.
Objetivando a produtividade de óleo, por exemplo, na localidade de
Mazagão, no grupo I formado pelo método de Tocher, pode-se priorizar coleta de
sementes da árvore matriz 16 que apresenta maior média deste componente
(Tabela 6); já para Macapá, neste mesmo método pode-se priorizar a árvore
matriz 13 do grupo II, também por possuir maior teor deste componente (Tabela
7).
Intuitivamente, em escies arbóreas podem-se associar distribuição
espacial, parentesco e probabilidade de cruzamento, sobretudo em espécies
polinizadas por animais, em que existe a tendência de indivíduos próximos se
56
intercruzarem mais do que indivíduos amplamente espaçados. Se estes forem
aparentados, devido à dispersão de sementes próximas às árvores matrizes, a
endogamia na população pode aumentar (MORAES et al., 2005).
Segundo estes autores, espécies como M. urundeuva, que possuem
fecundação cruzada, ocupam grandes extensões geográficas e diferentes
“habitats”, esperando que estas apresentem altos níveis de variabilidade genética.
O padrão de agrupamento observado entre as árvores matrizes a partir dos
caracteres avaliados não apresentam relação com as distâncias geográficas entre
as mesmas para as duas localidades (Tabela 9). RAPOSO (2007) observou em
uma população em Rio Branco, Acre, que as árvores de C. guianensis localizadas
a uma distância de aproximadamente 370 m tendem a ser geneticamente
similares, indicando distâncias superiores a esta para a colheita de sementes.
Contudo, no presente trabalho para esta espécie, árvores matrizes com distâncias
menores apresentam-se divergentes (Tabela 9). Conforme RAPOSO (2007) o
reconhecimento da existência de um baixo nível de estruturação genotípica pode
auxiliar no estabelecimento de medidas de conservação genética para esta
espécie.
Para duas populações de M. urundeuva sob diferentes condições
antrópicas Moraes et al. (2005) obtiveram árvores com forte evidência de
estruturação genética na população formada a partir de regeneração após
exploração, indicando que árvores distanciadas até aproximadamente 5.224 m
possam ser aparentadas em algum grau, devendo-se a colheita de sementes para
esta espécie ser feita em árvores matrizes espaçadas por mais de 5.000 m.
A conservação de uma espécie e a sua utilização no melhoramento
depende da máxima conservação da quantidade de germoplasma, tornando-se
essencial a avaliação dos recursos genéticos disponíveis (OLIVEIRA et al., 2006).
57
Tabela 9. Grupos de árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet. estabelecidos
pelo método de Tocher, com base nas distâncias geográficas para as
localidades de Mazagão (2006) e Macapá (2007), Amapá, Brasil.
Localidade Grupo Árvores matrizes de
Carapa guianensis
I 7 14
II 9 23
III 18 24 1
IV 3 20
V 12 25
VI 17 22 4
VII 5 21
VIII 15 16
IX 6
X 19
XI 2
XII 11
XIII 13
XIV 10
Local I: Mazagão
XV 8
I 2 16
II 14 22
III 23 25 15
IV 8 13
V 1 17
VI 12 19 3
VII 5 24
VIII 10 21
IX 4 9 11
X 7 18
XI 6
Local II: Macapá
XII 20
58
A importância ou a contribuição de cada caráter no estudo da divergência
genética, pode ser avaliada, entre outras, pela técnica dos Componentes
Principais. Essa técnica tem como princípio o fato de que a importância ou
variância dos componentes principais decresce do primeiro para o último
componente estimado. Estes últimos componentes são responsáveis por uma
fração muito pequena da variância total, de forma que, os caracteres que
dominam o componente de menor autovalor deve ser o menos importante para
explicar a variabilidade dos acessos envolvidos. Assim, é comum descartar o
caráter de maior coeficiente de ponderação (elementos de autovetor) a partir do
último componente, até aquele cujo autovalor não exceda 0,7 (CRUZ et al., 2004).
CRUZ et al. (2004) consideram que pelo menos 80% da variação total deve
ser retida pelos dois primeiros componentes principais, sendo este valor no
presente estudo obtido apenas no quinto componente, na localidade de Mazagão.
Nessa localidade os dois primeiros componentes principais, resultantes da
combinação linear dos 16 caracteres avaliados, explicam 53,40% da variância
total (Tabela 10). Já em Macapá, os dois primeiros componentes explicam 82,79%
da variabilidade total contida nos dados (Tabela 11).
ARRIEL et al. (2004), para 34 matrizes de C. phyllacanthus, obtiveram
81,70% da variabilidade apenas no sexto componente principal. Observa-se,
assim, que a variância total contida nos dados pode encontrar-se bastante diluída
entre os componentes; ainda para esta mesma espécie em 39 matrizes avaliadas
através de 9 caracteres, ARRIEL et al. (2005) obtiveram 72,10% de variabilidade
nos dois primeiros componentes principais.
Em 31 acessos T. grandiflorum, para os quatro conjuntos de descritores de
folha, flor, fruto e agronômicos, ALVES et al. (2003) obtiveram nos dois primeiros
componentes principais cerca de 67%, 54%, 58% e 74%, respectivamente, de
toda a variação disponível contida nos dados. Esses autores constataram que
mais de 80% da variação apenas a partir do quarto componente principal para
cada descritor. COSTA (2006) em 21 acessos de R. communis, encontrou que os
dois primeiros componentes principais explicaram 78% da variância total das
variáveis originais.
59
Tabela 10. Autovalores (Variância V) associados aos componentes principais (CP) e respectivos autovetores para os
16 caracteres avaliados para as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Mazagão, AP, Brasil, 2006.
1
Variância Acumulada (VA, em %).
2
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm), largura (LS,
mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), número de folhas (NF, x), número de gemas
axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm),
espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO x, %) nas sementes.
Autovetor Associado
CP
V
(Autovalor)
VA
1
GER
2
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
CP1 5,95 37,22 -0,05 -0,27 0,30 0,34 0,31 0,15 0,17 0,19 0,02 -0,21 0,16 0,32 0,31 0,37 0,25 -0,25
CP2 2,59 53,40 0,34 0,11 -0,28 -0,22 -0,17 -0,28 0,50 0,23 0,35 -0,18 0,33 0,15 -0,01 -0,02 0,21 0,05
CP3 2,10 66,50 -0,43 -0,29 -0,20 -0,22 -0,26 -0,46 -0,01 -0,28 0,11 -0,15 -0,25 0,11 0,3 0,20 -0,05 -0,29
CP4 1,37 75,05 -0,08 0,09 -0,14 -0,19 -0,17 0,27 0,18 -0,40 -0,60 -0,18 0,26 -0,02 -0,6 0,07 0,39 -0,05
CP5 1,11 82,02 0,31 0,39 -0,16 -0,08 0,12 -0,01 -0,30 -0,21 0,11 0,33 -0,28 0,30 0,32 0,17 0,38 -0,04
CP6 0,85 87,31 0,04 0,20 0,14 -0,01 -0,18 0,00 0,05 0,21 -0,23 -0,54 -0,45 0,14 0,28 -0,03 -0,06 0,46
CP7 0,61 91,11 -0,50
-0,07 -0,06 -0,09 -0,16 0,09 0,07 0,30 -0,02 0,49 0,17 0,15 0,19 0,09 0,14 0,49
CP8 0,48 94,12 -0,05 0,51 0,35 0,03 -0,28 -0,04 0,25 -0,01 -0,08 0,20 0,19 -0,10 0,37 0,05 -0,37 -0,32
CP9 0,38 96,51 0,03 -0,04 -0,09 -0,14 -0,30 0,36 -0,02 0,41 0,13 0,00 -0,30 -0,50 0,00 0,28 0,25 -0,29
CP10 0,24 98,01 -0,08 -0,03 0,26 -0,10 -0,11 0,37 -0,04 -0,46 0,59
-0,20 0,15 -0,16 0,20 -0,07 0,07 0,25
CP11 0,15 98,95 -0,21 0,15 -0,23 -0,05 -0,16 0,48 -0,07 0,13 0,15 -0,11 -0,04 0,58
-0,18 -0,26 -0,20 -0,31
CP12 0,08 99,44 -0,02 0,09 -0,52
-0,09 0,43 0,23 0,14 -0,06 0,00 -0,09 0,06 -0,16 0,20 0,38 -0,46 0,14
CP13 0,03 99,65 -0,52 0,55
0,01 0,19 0,29 -0,17 0,10 0,01 0,19 -0,17 -0,08 -0,15 -0,32 0,06 0,27 -0,01
CP14 0,03 99,82 0,03 0,08 -0,35 0,62
-0,39 -0,09 -0,41 0,01 0,02 -0,16 0,32 -0,08 0,10 0,11 0,01 0,07
CP15 0,02 99,93 0,11 0,08 0,27 -0,16 -0,21 -0,03 -0,15 -0,05 0,05 -0,02 0,07 0,24 -0,48 0,68
-0,18 0,16
CP16 0,01 100,00 -0,09 0,11 0,10 -0,49 0,20 -0,12 -0,56
0,30 -0,06 -0,26 0,40 -0,06 0,16 -0,08 0,03 -0,10
59
60
Tabela 11. Autovalores (Variância V) associados aos componentes principais (CP) e respectivos autovetores para os
16 caracteres avaliados para as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Macapá, AP, Brasil, 2007.
1
Variância Acumulada (VA, em %).
2
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura (ES, mm), largura (LS,
mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm), número de folhas (NF, x), número de gemas
axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm),
espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de frutos e teor de óleo (TO x, %) nas sementes.
Autovetor Associado
CP
V
(Autovalor)
VA
1
GER
2
IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
CP1 10,56 65,99 0,30 0,29 0,28 0,26 0,29 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,29 0,10 0,14 0,10 0,17 -0,01
CP2 2,69 82,79 -0,07 -0,01 -0,08 -0,06 -0,10 -0,06 -0,10 -0,09 -0,07 -0,09 -0,07 0,52 0,52 0,55 0,29 0,04
CP3 1,15 89,97 0,05 -0,12 -0,09 0,28 -0,03 0,06 -0,01 0,04 -0,07 -0,05 0,05 0,14 -0,01 -0,14 -0,06 0,92
CP4 0,59 93,66 -0,07 0,01 0,21 0,09 0,00 -0,06 -0,09 -0,10 -0,10 0,01 -0,18 -0,28 -0,05 -0,20 0,87
0,08
CP5 0,24 95,14 -0,08 -0,03 0,34 0,66
0,09 -0,19 0,06 -0,06 -0,11 -0,26 -0,30 0,35 -0,11 -0,12 -0,14 -0,23
CP6 0,19 96,35 0,09 -0,29 0,58
-0,51 -0,09 0,00 0,14 0,10 0,11 0,17 -0,34 0,28 -0,08 -0,10 -0,06 0,14
CP7 0,18 97,47 -0,11 0,65
-0,05 -0,27 0,39 0,01 -0,03 -0,02 -0,36 0,02 -0,16 0,25 -0,33 0,02 0,00 0,12
CP8 0,13 98,29 0,09 0,05 -0,21 -0,06 -0,41 0,46 0,01 -0,04 0,03 -0,17 0,18 0,47
-0,18 -0,42 0,19 -0,18
CP9 0,09 98,87 -0,13 -0,47 -0,41 0,05 0,52
0,22 -0,03 0,06 0,22 0,15 -0,27 0,16 -0,26 0,09 0,14 -0,08
CP10 0,07 99,31 -0,31 -0,12 0,13 -0,08 0,18 -0,42 0,01 -0,28 0,17 0,11 0,64
0,27 -0,18 -0,10 0,09 0,01
CP11 0,03 99,51 0,08 0,07 -0,17 0,22 -0,44 -0,24 0,01 0,00 -0,08 0,72
-0,13 0,11 -0,29 0,17 0,03 -0,03
CP12 0,03 99,71 0,07 0,29 -0,10 -0,03 -0,17 -0,26 -0,03 0,06 0,72
-0,34 -0,19 0,00 -0,28 0,17 0,08 0,12
CP13 0,02 99,84 -0,53 0,21 -0,18 0,00 -0,04 -0,02 0,41 -0,07 0,23 0,20 -0,25 0,00 0,41 -0,37 -0,06 0,04
CP14 0,02 99,95 -0,30 0,10 0,30 0,11 -0,08 0,52 -0,27 -0,53
0,20 0,13 -0,03 -0,12 -0,11 0,25 -0,14 0,08
CP15 0,01 99,98 -0,47
-0,11 0,08 0,01 -0,22 0,15 0,46 0,35 -0,19 -0,21 0,14 -0,11 -0,30 0,38 0,08 0,03
CP16 0,00 100,00 -0,38 0,06 0,11 0,05 -0,05 0,02 -0,64
0,61 0,08 0,11 0,05 0,07 0,09 -0,13 -0,05 -0,03
60
61
A avaliação da importância dos caracteres pode, alternativamente, ser feita
no conjunto de cargas totais associadas às variáveis, que medem a associação
total de um caráter com o componente, incluindo seus efeitos indiretos sobre as
demais variáveis consideradas no estudo, devendo esta análise ser apenas
complementar a mencionada anteriormente, uma vez que pode apresentar grande
distorção (CRUZ & CARNEIRO, 2003).
Ao se adotar o critério citado por CRUZ et al. (2004) para a identificação
dos caracteres de menor importância, percebe-se que para a localidade de
Mazagão 12,69% da variabilidade contida nos dados está concentrada entre o
último (CP16) e componente principal 7 (CP7), situação em que oito, ou seja, 50%
dos 16 caracteres avaliados são considerados passíveis de descarte. Assim,
verifica-se que a altura de plântula ALT (CP16 = -0,56), a espessura de frutos
EF (CP15 = 0,68), a largura de sementes – LS (CP14 = 0,62), o índice de
velocidade de germinação – IVG (CP13 = 0,55), o comprimento de sementes
(CP12 = -0,52), o comprimento de frutos CF (CP11 = 0,58), o mero de folhas
NF (CP10 = 0,59) e a germinação de sementes GER (CP7 = -0,50), são
passíveis de serem eliminados (Tabela 10).
Na localidade de Macapá os caracteres passíveis de descarte são: altura de
plântula ALT (CP16 = -0, 64), germinação de sementes GER (CP15 = -0,47),
diâmetro ao nível do colo DNC (CP14 = -0,53), número de folhas NF CP12 =
0,72), número de catafilos NC (CP11 = 0,72), altura da inserção da primeira
folha em plântulas AIPF (CP10 = 0,64), espessura de sementes ES (CP9 =
0,52), comprimento de frutos CF (CP8 = 0,47), índice de velocidade de
germinação IVG (CP7 = 0,65), comprimento de sementes CS (CP6 = 0,58),
largura de sementes LS (CP5 = 0,66) e massa fresca de frutos MF (CP4 =
0,87) (Tabela 11).
Em 34 matrizes de C. phyllacanthus, conforme estudos feitos por ARRIEL
et al. (2004), dos 15 caracteres avaliados, sete foram considerados passíveis de
eliminação, entre os quais encontram-se o comprimento, a largura e a espessura
de sementes; ainda para esta mesma espécie em 39 matrizes avaliadas para 9
62
caracteres ARRIEL et al. (2005) verificaram que destes, cinco caracteres são
passíveis de descarte.
ALVES et al. (2003), para 31 acessos de T. grandiflorum analisados por 53
caracteres em quatro descritores (folha, flor, frutos e agronômicos), seguindo a
técnica dos componentes principais e com o procedimento de descarte citado por
CRUZ et al. (2004), identificaram sete caracteres de folha (50%), oito de flor
(44%), sete de fruto (44%) e dois agronômicos (40%), como sendo passíveis de
descarte.
CRUZ et al. (2004) enfatizam que caracteres dispensáveis são aqueles
invariantes ou redundantes por serem correlacionadas a outras. Na Tabela 12,
para a localidade de Mazagão, são apresentadas as estimativas dos coeficientes
de correlação entre os 16 caracteres avaliados. Notam-se boas estimativas
de correlação (r >
0,70I) entre a altura e altura de inserção da primeira folha
(r = 0,75), a espessura e largura de frutos (r = 0,86), a largura e a espessura de
sementes (r = 0,90), o comprimento e espessura de sementes (r =0,73) e o
comprimento e a largura de frutos (r = 0,77); correlação moderada
(
0,50
< r <
0,70
) foi verificada entre índice de velocidade de germinação e o teor
de óleo nos cotilédones (r = 0,54).
A germinação e o número de folhas apresentaram correlação fraca
(r <
0,50
) com os caracteres de maior importância para o estudo da divergência
genética, que para esta localidade foram espessura e massa de sementes,
diâmetro ao nível do colo, número de gemas axilares protegidas por catáfilos e
altura de inserção da primeira folha em plântulas, largura e massa fresca de frutos
e teor de óleo nos cotilédones.
Para Macapá (Tabela 13), a massa fresca de sementes apresentou altas
correlações (r >
0,70I) com todos os caracteres de sementes, frutos e plântulas
passíveis de descarte; altas estimativas de correlação também foram obtidas entre
comprimento e largura de frutos (r = 0,85), comprimento e espessura de frutos (r =
85), e massa fresca e largura de frutos (0,64). Verifica-se assim que, para as duas
localidades os pares envolvem sempre um caráter importante para a divergência
de acordo com a técnica dos Componentes Principais.
63
Ainda, para a localidade de Macapá, percebe-se que apenas quatro dos 16
caracteres avaliados, ou seja, apenas 25% dos caracteres são responsáveis por
cerca de 90% da variação dos dados, sendo estes a massa de sementes, a
largura e espessura de frutos e o teor de óleo nos cotilédones. Percebe-se,
também, que desses quatro caracteres, três também estão entre os mais
importantes para a localidade de Mazagão.
A redução do número de caracteres, por eliminação daqueles que pouco
contribuem para a descrição dos acessos no melhoramento genético, torna o
processo de avaliação menos oneroso (ARRIEL et al., 2004), propiciando
economia de tempo e recursos materiais, ao mesmo passo que disponibiliza
informações para a conservação da espécie em estudo (ALVES et al., 2003).
64
Tabela 12. Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os 16 caracteres usados na análise de
agrupamento entre as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Mazagão, AP, Brasil, 2006.
Caracteres IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
GER
1
0,57 -0,18 -0,08 0,09 0,05 0,25 0,30 0,29 0,02 0,26 -0,02 -0,25 -0,28 0,21 0,25
IVG
-0,42 -0,52 -0,45 -0,03 -0,17 -0,19 -0,08 0,44 -0,15 -0,40 -0,39 -0,63 -0,21 0,54
CS
0,91 0,73
0,58 -0,01 0,37 -0,19 -0,26 0,14 0,36 0,51 0,52 0,12 -0.34
LS
0,90
0,56 0,04 0,48 -0,08 -0,26 0,22 0,51 0,50 0,61 0,25 -0,41
ES
0,52 -0,02 0,37 -0,01 -0,14 0,24 0,54 0,41 0,57 0,37 -0,38
MS
-0,15 0,16 -0,49 0,01 0,21 0,03 0,05 0,19 0,29 -0,01
ALT
0,48 0,25 -0,57 0,75
0,42 0,24 0,31 0,45 -0,18
DNC
0,38 -0,23 0,33 0,33 0,22 0,25 0,18 0,04
NF
0,02 0,09 0,19 0,11 0,03 -0,03 -0,08
NC
-0,18 -0,43 -0,38 -0,43 -0,32 0,29
AIPF
0,29 0,01 0,20 0,45 -0,17
CF
0,77
0,73 0,63 -0,41
LF
0,86
0,48 -0,50
EF
0,65 -0,71
MF
-0,31
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura
(ES, mm), largura (LS, mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm),
número de folhas (NF, x), número de gemas axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira
folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm), espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de
frutos e teor de óleo (TO x, %) dos cotilédones.
64
65
Tabela 13. Estimativas dos coeficientes de correlação de Pearson entre os 16 caracteres usados na análise de
agrupamento entre as 25 árvores matrizes de Carapa guianensis Aublet., Macapá, AP, Brasil, 2007.
1
Germinação (GER, arcoseno[%100]); índice de velocidade de germinação (IVG); comprimento (CS, mm), espessura
(ES, mm), largura (LS, mm) e massa fresca (MS, g) de sementes; altura (ALT, cm), diâmetro ao nível do colo (DNC, mm),
número de folhas (NF, x), número de gemas axilares protegidas por catáfilos (NC, x) e altura da inserção da primeira
folha (AIPF, cm) em plântulas; comprimento (CF, mm), largura (LF, mm), espessura (EF, mm) e massa fresca (MF, g) de
frutos e teor de óleo (TO x, %) dos cotilédones.
Caracteres IVG CS LS ES MS ALT DNC NF NC AIPF CF LF EF MF TO
GER
1
0,89 0,89 0,85 0,91 0,97 0,98 0,99 0,95 0,95 0,93 0,24 0,37 0,23 0,45 0,00
IVG
0,83 0,75 0,90 0,88 0,90 0,90 0,85 0,89 0,87 0,28 0,40 0,32 0,52 -0,16
CS
0,77 0,87 0,84
0,92 0,89 0,88 0,89 0,79 0,17 0,30 0,16 0,53 -0,14
LS
0,82 0,81
0,84 0,84 0,79 0,77 0,81 0,23 0,31 0,14 0,44 0,19
ES
0,90
0,94 0,94 0,90 0,93 0,87 0,17 0,28 0,20 0,44 -0,08
MS
0,95 0,96 0,93 0,93 0,92 0,25 0,35 0,21 0,47 0,00
ALT
0,99 0,97 0,97 0,93 0,20 0,31 0,18 0,41 -0,08
DNC
0,96 0,96 0,93 0,20 0,33 0,20 0,42 -0,02
NF
0,95 0,93 0,21 0,36 0,24 0,44 -0,13
NC
0,91 0,16 0,31 0,20 0,47 -0,09
AIPF
0,21 0,36 0,22 0,39 0,00
CF
0,85
0,85 0,44 0,15
LF
0,94 0,64
0,02
EF
0,52 -0,10
MF
-0,02
65
66
6. CONCLUSÕES
Pelos resultados obtidos pode-se concluir que:
1. grande variabilidade entre as árvores matrizes de C. guianensis quanto aos
caracteres biométricos de frutos e sementes, processo germinativo,
desenvolvimento inicial de plântulas e teor de óleo nos cotilédones;
2. Oito (50%) e 12 (75%) dos 16 caracteres avaliados, respectivamente, nas
localidades de Mazagão e Macapá, apresentam pequena importância para a
divergência; dos caracteres mais importantes para a divergência, a massa de
sementes, a largura de frutos e o teor de óleo foram comuns nas duas localidades;
3. De modo geral, o agrupamento obtido pelo algoritmo de Tocher e pelo método
UPGMA, para as 25 árvores matrizes de andiroba nas duas localidades
analisadas, apresentaram-se concordantes;
4. A distância geográfica entre as árvores matrizes de C. guianensis não está
relacionada com a divergência genética com base nos caracteres avaliados;
5. A divergência genética evideciada entre as árvores matrizes nas duas
localidades estudadas permite o direcionamento ara a colheita de sementes de
forma a subsidiar trabalhos de conservação e/ou melhoramento genético da
espécie.
67
7. REFERÊNCIAS
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