Download PDF
ads:
INPE-13269-MAN/45
DESCONTAMINA¸C
˜
AO DOS MAPAS DA RADIA¸C
˜
AO
C
´
OSMICA DE FUNDO FEITOS PELO SAT
´
ELITE WMAP
UTILIZANDO DADOS DO RADIOTELESC
´
OPIO GEM
Carla Martins Coelho
Disserta¸ao de Mestrado em Astrof´ısica, orientada pelo Prof. Dr. Carlos Alexandre
Wuensche de Souza e pelo Prof. Dr. Armando B. Bernui Leo.
INPE
ao Jos´e dos Campos
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
PUBLICADO POR:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
Gabinete do Diretor (GB)
Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Caixa Postal 515 - CEP 12.245-970
ao Jos´e dos Campos - SP - Brasil
Tel.:(012) 3945-6911/6923
Fax: (012) 3945-6919
CONSELHO DE EDITORA ¸C
˜
AO:
Presidente:
Dr. Gerald Jean Francis Banon - Coordena¸ao Observao da Terra (OBT)
Membros:
Dr. Dem´etrio Bastos Netto - Conselho de os-Gradua¸ao
Dr. Haroldo Fraga de Campos Velho - Centro de Tecnologias Especiais (CTE)
Dra. Inez Staciarini Batista - Coordena¸ao Ciˆencias Espaciais e Atmosf´ericas (CEA)
Marciana Leite Ribeiro - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Dr. Ralf Gielow - Centro de Previs˜ao de Temp o e Estudos Clim´aticos (CPT)
Dr. Wilson Yamaguti - Coordena¸ao Engenharia e Tecnologia Espacial (ETE)
BIBLIOTECA DIGITAL:
Dr. Gerald Jean Francis Banon - Coordena¸ao de Observao da Terra (OBT)
Marciana Leite Ribeiro - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Jefferson Andrade Anselmo - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Simone A. Del-Ducca Barbedo - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Vinicius da Silva Vitor - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID) - bolsista
REVIS
˜
AO E NORMALIZA ¸C
˜
AO DOCUMENT
´
ARIA:
Marciana Leite Ribeiro - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
Maril´ucia Santos Melo Cid - Servi¸co de Informa¸ao e Documentao (SID)
Yolanda Ribeiro da Silva e Souza - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
EDITORA¸C
˜
AO ELETR
ˆ
ONICA:
Viveca Sant´Ana Lemos - Servi¸co de Informa¸ao e Documenta¸ao (SID)
ads:
INPE-13269-MAN/45
DESCONTAMINA¸C
˜
AO DOS MAPAS DA RADIA¸C
˜
AO
C
´
OSMICA DE FUNDO FEITOS PELO SAT
´
ELITE WMAP
UTILIZANDO DADOS DO RADIOTELESC
´
OPIO GEM
Carla Martins Coelho
Disserta¸ao de Mestrado em Astrof´ısica, orientada pelo Prof. Dr. Carlos Alexandre
Wuensche de Souza e pelo Prof. Dr. Armando B. Bernui Leo.
INPE
ao Jos´e dos Campos
2008
00.000.00(000.0)
Coelho,. C. M..
Descontamina¸ao dos Mapas da Radia¸ao osmica de
Fundo Feitos Pelo Sat´elite WMAP Utilizando Dados do Ra-
diotelesc´opio GEM/ Coelho,. C. M.. ao Jos´e dos Campos:
INPE, 2008.
73p.; (INPE-13269-MAN/45)
1. Radia¸ao osmica de Fundo. 2. Cosmologia. 3. Emis-
ao Gal´actica. 4. Emiss˜ao Sincrotron. 5. M´etodos Num´ericos.
A FOLHA DE APROVA¸C
˜
AO .
Carlos Alexandre Wuensche de Souza
Armando B. Bernui Leo
Joaquim Eduardo Rezende Costa
Marcio Antonio Geimba Maia
A meus pais ...
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares, principalmente aos meus pais, pelo apoio e incentivo.
Aos meus orientadores, Armando Bernui e Carlos Alexandre, pela dedica¸ao e amizade.
Aos participantes do grupo de Cosmologia, Ivan Soares, Larissa Carlos, Thyrso Villela e
abio Carvalho, pelas discuss˜oes e sugest˜oes.
Aos colegas Cl´audio Soriano, arbara Heliodora, Eduardo dos Santos, Karleyne Medeiros,
pela convivˆencia e amizade.
Aos integrantes do corpo doscente da divis˜ao de Astrofisica do INPE em especial ao
Oswaldo Duarte Miranda, Thyrso Villela, Jos´e Roberto Cecatto, Jos´e Carlos Neves de
Araujo, Joaquim Eduardo Rezende Costa, Odylio Denys de Aguiar, Deon´ısio Cieslinski,
Hugo Vicente Capelato, pelos cursos ministrados.
A CAPES, pelo apoio financeiro.
A Deus.
RESUMO
A Radia¸ao osmica de Fundo em Microondas (RCFM) ´e a principal fonte de informa¸ao
sobre o Universo primordial. O sat´elite WMAP, atualmente em opera¸ao, realiza medidas
precisas em toda a esfera celeste das flutua¸oes de temperatura da RCFM em escalas que
ao de 23
a 180
. O uso desses dados para a cosmologia ´e limitado pela contamina¸ao
causada pela emiss˜ao difusa da nossa Gal´axia. Idealmente, para o estudo cosmol´ogico ´e
preciso utilizar mapas da RCFM em que as emiss˜oes contaminantes tenham sido removi-
das. Para minimizar o efeito dessas emiss˜oes, ´e importante conhecer as componentes de
emiss˜ao Gal´actica e as suas correspondentes varia¸oes espaciais e espectrais. Este trabalho
prop˜oe a produ¸ao de um mapa das flutua¸oes de temperatura da RCFM com contami-
na¸ao sincrotron minimizada utilizando os dados obtidos pelo radiotelesc´opio Galactic
Emission Mapping (GEM). Para entender o comportamento das componentes de emiss˜ao
Gal´actica utilizamos o Maximum Entropy Method (MEM), que permite obter a distribui-
¸ao espacial das componentes de emiss˜ao Gal´actica a partir de dados de cada componente
conhecidos na literatura. Para a distribui¸ao espectral da componente de emiss˜ao sincro-
tron utilizamos os mapas baseados nos dados do GEM na freq
¨
uˆencia de 2300 MHz junto
com outros mapas de emiss˜ao sincrotron provenientes de outros experimentos. Com isso,
obtivemos espes valores para o ´ındice espectral: 3, 5 β
s
2, 2. Para limpar os mapas
da RCFM produzido pelo sat´elite WMAP utilizamos o etodo Internal Linear Combina-
tion (ILC), que consiste na combina¸ao linear dos mapas das cinco bandas de freq
¨
uˆencias
com coeficientes que minimizam o sinal Gal´actico. Os coeficientes de minimiza¸ao foram
calculados baseados em uma estimativa do sinal da RCFM e nos mapas de cada compo-
nente de emiss˜ao Gal´actica obtidos com o MEM. O mapa produzido difere em menos de
10% dos trˆes mapas dispon´ıveis na literatura, quando analisados fora do plano Gal´actico.
Na regi˜ao do plano, a diferen¸ca ´e de cerca de 10% em dois dos mapas e de 25% para o
terceiro mapa. Essa diferen¸ca provavelmente ´e devida `a utiliza¸ao do conjunto de dados
produzidos pelo GEM. Nossos resultados sugerem que o mapa produzido neste trabalho
tamem pode ser utilizado em estudos cosmol´ogicos.
A FOREGROUND-REDUCED COSMIC MICROWAVE BACKGROUND
RADIATION MAP DERIVED FROM WMAP SATELLITE AND GEM
RADIOTELESCOPE DATA
ABSTRACT
Cosmic Microwave Background (CMB) Radiation encodes fundamental information about
the early universe. The WMAP satellite is carring out very precise measurements on the
celestial sphere of the CMB temperature fluctuations, in scales ranging from 23
to 180
.
The use of such data for cosmology, however, is limited due to the foreground contaminati-
ons caused by the Galactic diffuse emissions. For cosmological studies we need CMB maps
where contaminant radiations have been removed or at least minimized. To reduce the
effect of these emissions, it is important to know the Galactic emission components and its
corresponding spatial and spectral variations. In this work we produce foreground-reduced
CMB temperature fluctuations map with the synchrotron contaminant radiation minimi-
zed by using data obtained from the GEM radiotelescope. To understand the behaviour of
the Galactic emission components we use the Maximum Entropy Method (MEM), which
porvides the spatial distribution of Galactic emission components obtained from other
publicly available data. For the spectral distribution component of synchrotron emission
we use the maps based on data from GEM in the frequency of 2300 MHz, along with other
synchrotron emission maps from other experiments. In this way, we got the following va-
lues for spectral index: 3, 5 β
s
2, 2. To obtain a foreground-reduced WMAP CMB
map we use the Internal Linear Combination (ILC) method, which performs the linear
combination of the the five frequency bands with coefficients that minimize the Galactic
signal. The minimization of the coefficients were calculated based on an estimative of
the CMB signal and on the maps of each Galactic emission component derived with the
MEM. The map produced differs by less than 10% from the three maps available in the
literature, when analyzed outside of the Galactic region. In the Galactic region the diffe-
rence is around 10% in two of the three maps and 25% for the third map. This difference
is probably due to the use of the data set produced by the GEM. Our results suggest that
the map produced in this work can also be used for cosmological studies.
SUM
´
ARIO
ag.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUC
˜
AO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.1 Modelo Cosmol´ogico Padr˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.2 Anisotropias da RCFM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3 Medidas da RCFM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.4 Sat´elite WMAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.5 Contaminantes das Medidas da RCFM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2 EMISS
˜
AO GAL
´
ACTICA EM R
´
ADIO E EM MICROONDAS . . . . 31
2.1 Emiss˜ao Sincrotron . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.1.1 Varia¸ao Espacial e Espectral da Emiss˜ao Sincrotron . . . . . . . . . . . . . 32
2.1.2 Mapas de Emiss˜ao Sincrotron . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2 Emiss˜ao Bremsstrahlung . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.2.1 Mapas de Emiss˜ao Bremsstrahlung . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.3 Emiss˜ao T´ermica de Poeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.1 Mapas de Emiss˜ao T´ermica de Poeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3 MAPAS DO EXPERIMENTO GEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.1 O Experimento GEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.2 O Telesc´opio GEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.3 Os mapas GEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4 O mapa em 2300 MHz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 Modelos das Componentes de Emiss˜ao Gal´actica . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1.1 M´etodo de axima Entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1.2 Implementa¸ao Num´erica do Algoritmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.1.3 Distribui¸oes Espacial e Espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.1.4 Mapas MEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.2 M´etodo de Minimiza¸ao da Contamina¸ao das Medidas da RCFM . . . . . . . 48
4.2.1 M´etodo de Combina¸ao Linear Interna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.2 Mapa ILC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.1 Mapas de Multifreq
¨
uˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.2 Anisotropias dos Mapas de Multifreq
¨
uˆencia para Multipolos de Baixa Ordem . 58
5.3 Fun¸ao de Correla¸ao Angular e Espectro de Potˆencia . . . . . . . . . . . . . . 62
6 CONCLUS
˜
AO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
REFER
ˆ
ENCIAS BIBLIOGR
´
AFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
LISTA DE FIGURAS
ag.
1.1 Espectros de Potˆencia. FONTE: Hu e Dodelson (2002) . . . . . . . . . . . . . 22
1.2 Espectro de corpo negro da RCFM medido pelo FIRAS-COBE. FONTE:
Mather et al. (1990) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
1.3 Espectros de potˆencia obtidos com os dados do WMAP (preto), ACBAR (vi-
oleta), Boomerang (verde) e CBI (vermelho). A linha cont´ınua corresponde ao
espectro de potˆencia do modelo ΛCDM. FONTE: Gold et al. (2008). . . . . . 25
1.4 Mapas do WMAP nas bandas K, Ka, Q, V, W. FONTE: Hinshaw et al. (2007). 27
1.5 Espectros das componentes da emiss˜ao Gal´actica comparado com o espectro
da RCFM. FONTE: Tello (1997) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.1 a) Mapa de emiss˜ao sincrotron em 408MHz (Haslam et al. (1982)). b) Mapa
sincrotron do WMAP em 23 GHz obtido pelo MEM. c) Mapa de ´ındice espec-
tral β(408 MHz, 23 GHz). FONTE: Bennett et al. (2003b) . . . . . . . . . . . 33
2.2 Mapa H
α
produzido por Finkbeiner (2003) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3 Mapa da emiss˜ao de poeira em 94 GHz. FONTE: Finkbeiner et al. (1999) . . . 37
3.1 Fotografia do radiotelesc´opio do projeto GEM instalado no s´ıtio de Cachoeira
Paulista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.2 Ilustra¸ao do esquema de varredura. FONTE: Tello et al. (2007). . . . . . . . 40
3.3 Mapa de intensidade total da emiss˜ao sincrotron em 2300 MHz. O mapa est´a
em coordenadas Gal´acticas e a temperatura em Kelvin. . . . . . . . . . . . . . 42
4.1 Mapa do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron,
β
s
(p)(408 MHz, 2300 MHz, 23 GHz). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.2 Distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao sincrotron, bremsstrahlung
e emiss˜ao t´ermica de poeira, obtidos pelo MEM.
. . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.3 Mapas de emiss˜ao Gal´actica nas freq
¨
uˆencias do WMAP obtidos pela soma das
componentes de emiss˜ao sincrotron, bremsstrahlung e emiss˜ao t´ermica de poeira.
48
4.4 Mapa das 12 regi˜oes. FONTE: Hinshaw et al. (2007). . . . . . . . . . . . . . . 50
4.5 Contamina¸ao Gal´actica residual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.6 Mapa CILC com os dados do GEM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.1 Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa WILC . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.2 Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa SILC . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.3 Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa TILC . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
5.4 Correla¸ao entre os mapas CILC e WILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao
´e de 99%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.5 Correla¸ao entre os mapas CILC e SILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao
´e de 98%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.6 Correla¸ao entre os mapas CILC e TILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao
´e de 98%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.7 Correla¸ao entre os mapas CILC e WILC dentro do plano Gal´actico. A corre-
la¸ao ´e de 91%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.8 Correla¸ao entre os mapas CILC e SILC dentro do plano Gal´actico. A corre-
la¸ao ´e de 88%.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.9 Correla¸ao entre os mapas CILC e TILC dentro do plano Gal´actico. A corre-
la¸ao ´e de 75%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.10 Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5.11 Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.12 Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5.13 Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.14 Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.15 Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (verme-
lho), SILC400(azul) e TCM (verde) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.16 Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (verme-
lho), SILC400(azul), e TCM (verde) para o hemisf´erio Norte.
. . . . . . . . . . 63
5.17 Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (verme-
lho), SILC400(azul), e TCM (verde) para o hemisf´erio Sul. . . . . . . . . . . . 63
5.18 Espectro de potˆencia do CILC (preto), WILC (vermelho), SILC400(azul) e
TCM (verde) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
LISTA DE TABELAS
ag.
1.1 Experimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1 Mapas de Emiss˜ao Gal´actica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.2 Fator de Convers˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.1 Mapas do Radiotelesc´opio GEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.2 Mapa em 2300 MHz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.1 Coeficientes ω por Regi˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.1 Coeficientes dos harmˆonicos esf´ericos do mapa CILC para baixos multipolos . 58
5.2 Potˆencia do Quadrupolo e do Octopolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
1 INTRODUC
˜
AO
A Radia¸ao osmica de Fundo em Microondas (RCFM) ´e a principal fonte de informa¸ao
sobre o Universo primordial. A sua existˆencia foi prevista por Gamow (
Gamow, 1948), e
por Alpher & Herman (Alpher et al., 1948). Foi observada pela primeira vez por Penzias &
Wilson (Penzias; Wilson, 1965) e a interpreta¸ao cosmol´ogica para a sua origem foi dada por
Dicke e colaboradores (Dicke et al., 1965). A RCFM ´e altamente isotr´opica com pequenos
desvios da ordem de 10
5
(
Smo ot et al., 1990), e ´e corretamente descrita por um espectro
de corpo negro com temperatura de 2, 725 ± 0, 002 K (Mather et al., 1999; Bennett et al.,
2003b).
Um dos resultados mais importantes para a Cosmologia Moderna foi a descoberta das
pequenas flutua¸oes de temperatura na RCFM. As medidas destas flutua¸oes ao a chave
para conhecer as propriedades importantes do Universo tais como sua geometria, seu
conte´udo e sua evolu¸ao, ajudando a impor limites nos parˆametros cosmol´ogicos do Modelo
Cosmol´ogico Padr˜ao, tais como densidade de mat´eria bariˆonica, mat´eria escura, energia
escura e o valor da constante de Hubble (veja, e.g., Spergel et al. (2003), Spergel et al.
(2007), Hinshaw et al. (2008)).
Muitos experimentos foram e est˜ao sendo constru´ıdos para medir a RCFM com preci-
ao e resolu¸ao angular cada vez melhor (veja, e.g.,
Bersanelli et al. (2002)). Em geral,
os dados obtidos com esses instumentos ao limitados pela contamina¸ao causada pela
emiss˜ao difusa da nossa Gal´axia. Este sinal Gal´actico ao pode ser separado por t´ecnicas
observacionais e nem por melhoria dos instrumentos. Para obter um mapa da RCFM com
contamina¸ao Gal´actica minimizada para o estudo aprimorado do Modelo Cosmol´ogico
Padr˜ao, ´e preciso conhecer as componentes de emiss˜ao Gal´actica assim como as varia¸oes
espaciais e espectrais de cada componente (veja, e.g, Bennett et al. (2003b), Tegmark et
al. (2003), Eriksen et al. (2004), Hinshaw et al. (2007), Park et al. (2007), Gold et al.
(2008)).
Neste Cap´ıtulo faremos uma breve introdu¸ao ao Modelo Cosmol´ogico Padr˜ao, o qual
descreve satisfatoriamente bem as flutua¸oes de temperatura observadas na RCFM. Dis-
cutimos tamb´em os principais experimentos desenvolvidos para medir estas flutua¸oes.
Tamem faremos uma breve introdu¸ao aos principais contaminantes da RCFM.
1.1 Modelo Cosmol´ogico Padr˜ao
Segundo o Modelo Cosmol´ogico Padr˜ao, o Universo passou por um estado primordial em
que a temperatura e a densidade eram extremamente elevadas (T 10
15
K, ρ 10
25
g/cm
3
em t 10
8
s). O Universo era preenchido por um fluido primordial constitu´ıdo
19
de radia¸ao e part´ıculas elementares extremamente energ´eticas. Nesta ´epoca a dinˆamica
do Universo era dominada pela radia¸ao. Por causa da alta temperatura do fluido, havia
forma¸ao e aniquila¸ao das part´ıculas elementares. Quando a temperatura do Universo
atingiu 10
9
K a produ¸ao e aniquila¸ao de pares e as rea¸oes nucleares cessaram,
deixando como resultado n´ucleos atˆomicos (a maioria de pr´otons livres e n´ucleos de elio),
otons e el´etrons livres. A mat´eria estava acoplada `a radia¸ao por causa do espalhamento
Thomson entre otons e el´etrons livres. Por causa desta intera¸ao, o fluido de mat´eria e
radia¸ao deveria se encontrar em equil´ıbrio t´ermico. Neste cen´ario, Gamow (1948) previu
que o Universo deveria estar permeado por uma radia¸ao com espectro de corpo negro
dado pela lei de Planck
B
ν
(T ) =
2h
c
2
ν
3
exp(/kT ) 1
, (1.1)
em que B
ν
´e o brilho por unidade de freq
¨
uˆencia ν, h ´e a constante de Planck, k ´e a
constante de Boltzman, e c ´e a velocidade da luz.
A medida que o Universo se expandiu, a energia e a densidade de el´etrons livres tornou-
se baixa e a taxa de espalhamento Thomson entre otons e el´etrons livres foi reduzida
progressivamente marcando o in´ıcio da era de dom´ınio da mat´eria. Nesse instante ocorreu
a recombina¸ao dos pr´otons e el´etrons, e os primeiros ´atomos de hidrogˆenio foram formados
(T = 3000 K). Nesta fase a radia¸ao se desacoplou da mat´eria.
A RCFM ao os otons liberados no desacoplamento entre mat´eria e radia¸ao. A regi˜ao
no espa¸co tempo a partir do qual os otons se desacoplaram da mat´eria ´e a chamada
Superf´ıcie do
´
Ultimo Espalhamento (doravante, SUE) que ocorreu no redshift z 1100.
Devido ao fato do desacoplamento ao ter ocorrido de forma instananea, a SUE apresenta
uma espessura de z 80 (veja, e.g., Lachi`eze-Rey e Gunzig (1999))
Com a expans˜ao do Universo, a temperatura dos otons da RCFM diminuiu at´e atingir
a temperatura atual de T
0
= 2, 725 K sem afetar significativamente suas caracter´ısticas,
tais como espectro, distribui¸ao angular e polariza¸ao. Na pr´oxima se¸ao apresentamos
mais detalhes sobre a distribui¸ao angular da RCFM.
1.2 Anisotropias da RCFM
A RCFM possui flutua¸oes de temperatura, ou anisotropias, que est˜ao relacionadas com
as flutua¸oes de densidade de mat´eria no Universo primordial que deram origem `as gran-
des estruturas observadas hoje (aglomerados, superaglomerados, filamentos e vazios). As
anisotropias observadas na esfera celeste geralmente ao expressas atrav´es da expans˜ao
20
em harmˆonicos esf´ericos
T
T
(θ, φ) =
l=0
l
m=l
a
lm
Y
lm
(θ, φ), (1.2)
em que θ e φ ao as coordenadas angulares, a
lm
ao os coeficientes da expans˜ao, Y
lm
(θ, φ)
ao os harmˆonicos esf´ericos, l e m ao n´umeros inteiros tais que l 0 e |m| l.
Os harmˆonicos esf´ericos, Y
lm
(θ, φ), est˜ao relacionados com os polinˆomios de Legendre, P
m
l
,
de grau l e ordem m por
Y
lm
(θ, φ) =
2l + 1
4π
(l m)!
(l + m)!
1/2
P
m
l
(cos θ) exp(imφ), (1.3)
e os coeficientes da expans˜ao ao dados por
a
lm
=
Y
lm
(θ, φ)
T
T
(θ, φ)d, (1.4)
em que d = sin θdθ ´e o elemento de angulo olido. Os a
lm
correspondem `as amplitudes
das flutua¸oes de temperatura. Toda a informa¸ao da distribui¸ao angular observada deve
estar contida nos a
lm
. Na expans˜ao o termo l = 0, conhecido como monopolo da RCFM,
corresponde `a temperatura m´edia da RCFM, T
0
= 2, 725 ± 0, 002 K (Mather et al., 1999;
Bennett et al., 2003b). Isso sugere que a RCFM deve ter sido gerada em um processo de
equilibrio t´ermico entre mat´eria e radia¸ao. O dipolo, l = 1, ´e a maior anisotropia com
amplitude de 10
3
K (Smoot et al., 1977). A maior parte da contribui¸ao de dipolo ao
tem origem cosmol´ogica, sendo interpretado como o efeito Doppler resultante do nosso
movimento em rela¸ao `a RCFM. Depois de subtrair dos mapas em an´alise estes dois
termos ´e que obtemos o sinal correspondente `as anisotropias da RCFM. Os multipolos de
ordem superior, l 2, ao interpretados como o resultado de perturba¸oes de densidade
de mat´eria no Universo primordial referente `a ´epoca da SUE. Cada momento de multipolo
l corresponde a uma escala angular dada por θ 180
/l .
A fun¸ao de correla¸ao angular de dois pontos separados por um ˆangulo α ´e uma forma
alternativa de quantificar a potˆencia das flutua¸oes de temperatura em uma determinada
escala angular, dada por
21
C(α) =
T
T
(m)
T
T
(n) =
1
4π
l
(2l + 1)C
l
P
l
(cos α), (1.5)
sendo m e n ao vetores unit´arios orientados nas coordenadas θ e φ, e os C
l
ao os
momentos de multipolos dados por
C
l
(2l + 1)
1
l
m=l
|a
lm
|
2
. (1.6)
A representa¸ao dos momentos de multipolos em fun¸ao da escala l ´e chamada espectro de
potˆencia da RCFM. A determina¸ao da posi¸ao e da amplitude dos picos do espectro de
potˆencia da RCFM permite estimar os parˆametros cosmol´ogicos, tais como densidade de
mat´eria bariˆonica, mat´eria escura, energia escura e indiretamente o valor da constante de
Hubble (ver Figura 1.1). Para obter um espectro de potˆencia devido somente `as flutua¸oes
de temperatura da RCFM ´e preciso remover totalmente a contamina¸ao devido `a emiss˜ao
Gal´actica.
Figura 1.1 - Espectros de Potˆencia. FONTE: Hu e Dodelson (2002)
22
1.3 Medidas da RCFM
Depois da descoberta da RCFM em 1965, arios instrumentos foram constru´ıdos com o
objetivo de analizar as caracter´ısticas de seu espectro, distribui¸ao angular e polariza¸ao.
Em geral, os experimentos mediram as flutua¸oes de temperatura nas escalas angulares
θ 10
5
que corresponde aos multipolos l 18 2000.
O Cosmic Background Explorer (COBE) foi o primeiro sat´elite dedicado a observar a
RCFM em grandes escalas angulares ( 7
). Havia trˆes instrumentos a bordo do COBE:
o DIRBE (Diffuse InfraRedBackground Experiment), desenvolvido para mapear a Radi-
ao osmica de Fundo no infravermelho (
Hauser et al., 1998); o FIRAS (Far InfraRed
Absolute Spectrophotometer), que confirmou que a RCFM possui um espectro de corpo
negro quase perfeito com temperatura de 2, 726 ± 0, 002 K (ver Figura 1.2) (Mather et al.,
1990); e o DMR (Differential Microwave Radiometer), que mediu pela primeira vez as
flutua¸oes de temperatura da RCFM da ordem de 10
5
com respeito `a temperatura de
corpo negro (Smoot et al., 1990). Para ter maior controle dos efeitos sitem´aticos e quanti-
ficar a contamina¸ao devido `a Gal´axia, o COBE usou trˆes bandas de freq
¨
uˆencia, em 31,
53 e 90 GHz.
Figura 1.2 - Espectro de corpo negro da RCFM medido pelo FIRAS-COBE. FONTE: Mather et al. (1990)
Depois do COBE, arios instrumentos foram construidos com melhor precis˜ao e resolu¸ao
angular para medir as flutua¸oes de temperatura da RCFM (para mais detalhes ver, e.g.,
Bersanelli et al. (2002)). Entre eles destacamos:
23
CAT (Cosmic Anisotropy Telescope), 1994-1997: foi o primeiro interferˆometro que mediu
as flutua¸oes de temperatura da RCFM. O CAT foi projetado para detectar anisotropias
primordiais na faixa de 10
-60
. O sucessor do CAT foi o VSA (Very Small Array);
BOOMERanG (Balloon Observations of Millimetric Extragalactic Radiation and Ge-
ophysics), 1997-2003: foi um instrumento a bordo de bal˜ao que mapeou a RCFM em dois
oos distintos, o primeiro oo em 1998, e o segundo em 2003. O primeiro oo mediu as
anisotropias da RCFM, e o segundo oo mediu tanto temperatura quanto polariza¸ao da
RCFM. Fez medidas em escalas angulares correspondentes aos multipolos 75 < l < 1025;
CBI (Cosmic Background Imager), 1999-presente: mede as flutua¸oes em pequenas
escalas angulares com b oa resolu¸ao em pequenas regi˜oes do c´eu e mede polariza¸ao
da RCFM. As observoes do interferˆometro CBI ao sens´ıveis as escalas angulares de
60
5
que corresponde a 300 < l < 3000.
ACBAR (Arcminute Cosmology Bolometer Array Receptor), 2001-presente: tem produ-
zido medidas das flutua¸oes de temperaturas mais precisas que os experimentos anteriores
em pequenas escalas angulares.
WMAP (Wilkinson Microwave Anisoropy Probe), 2001-presente: mede as flutua¸oes de
temperatura e a polariza¸ao da RCFM no c´eu inteiro utilizando observoes em cinco
freq
¨
uˆencias (ver Figura 1.4). Embora o WMAP possua boa resolu¸ao angular para medir
flutua¸oes de temperatura em grandes escalas angulares, ao possui boa resolu¸ao para
medir as flutua¸oes em pequenas escalas angulares como os interferˆometros. A seguir,
apresentamos mais detalhes sobre o sat´elite WMAP.
Na Figura 1.3 ´e ilustrado o espectro de potˆencia da RCFM. Nesta figura se observa
o espectro de potˆencia do modelo ΛCDM, que corresponde ao cen´ario cosmol´ogico de
mat´eria escura fria com constante cosmol´ogica (linha cont´ınua), os espectros de potˆencia
obtidos com os dados do WMAP (
Dunkley et al., 2008), ACBAR (Reichardt et al., 2008),
Boomerang (Jones et al., 2006), CBI (Readhead et al., 2004). Desses trˆes experimentos, o
´unico que mede a RCFM no c´eu inteiro ´e o WMAP (ver Tabela 1.1).
Dentre os pr´oximos instrumentos que visa estudar a RCFM, est´a o sat´elite Planck, pla-
nejado para ser lan¸cado no final de 2008. Este instrumento ter´a maior sensibilidade e
maior precis˜ao nas medidas de flutua¸oes de temperatura e polariza¸ao da RCFM. As
observoes ser˜ao feitas em dez freq
¨
uˆencias entre 30 850 GHz, com resolu¸ao angular de
33
5
, e sensibilidade de T/T 10
6
.
24
Figura 1.3 - Espectros de potˆencia obtidos com os dados do WMAP (preto), ACBAR (violeta), Boomerang
(verde) e CBI (vermelho). A linha cont´ınua corresponde ao espectro de potˆencia do modelo
ΛCDM. FONTE: Gold et al. (2008).
1.4 Sat´elite WMAP
O sat´elite WMAP foi lan¸cado com a inten¸ao de medir as flutua¸oes de temperatura e
a polariza¸ao da RCFM com resolu¸ao melhor que o COBE. O WMAP ´e 45 vezes mais
sens´ıvel, e tem uma resolu¸ao angular 33 vezes melhor do que o seu antecessor.
O WMAP usa radiˆometros diferenciais de microondas sens´ıveis `a polariza¸ao que medem
as diferen¸cas de intensidade da RCFM em diferentes dire¸oes do eu, sendo um radiˆometro
na banda K (23 GHz), um na banda Ka (33 GHz), dois na banda Q (41 GHz), dois na
banda V (61 GHz), e quatro na banda W (94 GHz), com resolu¸ao angular de 0, 88
;
0, 66
; 0, 51
; 0, 35
e 0, 22
; respectivamente (Bennett et al., 2003a).
Os dados do primeiro ano do WMAP foram publicados somente com medidas de flutua¸oes
de temperatura da RCFM. Os dados de trˆes e cinco anos incluem as medidas de flutua¸oes
de temperatura e polariza¸ao da RCFM. Os dados do primeiro ano ao compat´ıveis com
o modelo ΛCDM e o modelo inflacion´ario (Spergel et al., 2003), confirmado pelos dados do
terceiro e do quinto ano, inclusive com maior precis˜ao na determina¸ao dos parˆametros
cosmol´ogicos (Spergel et al., 2007; Hinshaw et al., 2008). Para obter estes resultados, primeiro
´e necess´ario obter um mapa onde a contamina¸ao Gal´actica seja m´ınima. Para quantifi-
car e subtrair a contribuao causada pelo sinal Gal´actico se utilizam mapas de emiss˜ao
25
Tabela 1.1 - Experimentos
nome Tipo
(1)
/T´ecnica
(2)
resolu¸ao cobertura freq
¨
uˆencia
(HPBW) do c´eu (GHz)
DMR-COBE E/R 7
100% 31, 5
53
90
CAT S/R-I 30
0, 02% 13
17
Boomerang B/B 10
1, 8% 90
150
240
410
CBI S/R-I 5
0, 1% 26
36
ACBAR S/B 5
0, 1% 150
220
280
350
WMAP E/R 13
100% 23
33
41
61
94
(1)
E= espa¸co, S= solo, B= bal˜ao;
(2)
R= radiˆometro, B= bolˆometro, I= interferˆometro
Gal´actica conhecidos na literatura.
1.5 Contaminantes das Medidas da RCFM
A emiss˜ao Gal´actica difusa em microondas ´e um dos principais contaminantes do sinal da
RCFM. Os trˆes principais processos f´ısicos de emiss˜ao difusa em microondas da Gal´axia
ao:
A emiss˜ao sincrotron, gerada pela perda de energia de el´etrons com velocidades relati-
v´ısticas espiralando ao redor das linhas de campo magn´etico interestelar. A intensidade
desta radia¸ao depende da distribui¸ao da energia dos el´etrons e do campo magn´etico
da Gal´axia. O espectro da radia¸ao sincrotron, em termos da temperatura de brilho, ´e
bem descrito p or uma lei de potˆencia T(ν) ν
β
s
, em que ν ´e a freq
¨
uˆencia da radia¸ao e
3, 4 β
s
2, 2 (Bennett et al., 2003b) ´e o ´ındice espectral. O ´ındice espectral da emiss˜ao
sincrotron tem uma varia¸ao espacial por causa das varia¸oes espaciais da densidade dos
el´etrons e do campo magn´etico da Gal´axia. Estimativas precisas de β ao essenciais para
quantificar a contribui¸ao da componente sincrotron para a emiss˜ao difusa da Gal´axia.
26
Figura 1.4 - Mapas do WMAP nas bandas K, Ka, Q, V, W. FONTE: Hinshaw et al. (2007).
A radia¸ao bremsstrahlung, causada pela intera¸ao dos el´etrons livres com o campo
Coulombiano de um´ıon. A emiss˜ao bremstrahlung est´a principalmente associada `as regi˜oes
HII. Estas ao regi˜oes de intensa forma¸ao estelar, localizadas principalmente ao longo do
plano Gal´actico. A temperatura de brilho da regi˜ao HII ´e dada por T
b
= T
e
(1 e
τ
), em
que τ ´e a profundidade ´optica e T
e
´e a temperatura do eletron. No meio opticamente fino
e para freq
¨
uˆencias em microondas T
b
ν
β
f f
, em que β
ff
= 2, 14 (veja, e.g., Bersanelli
et al. (2002)).
A emiss˜ao t´ermica de poeira ´e aquela emitida pelos gr˜aos de poeira interestelar aquecidos
pela radia¸ao. Gr˜aos de poeira ao pequenas part´ıculas olidas, com raios entre 1 e 100
nm, dependendo da sua composi¸ao qu´ımica que ´e principalmente de silicato e carbonato.
A poeira absorve a radia¸ao no ultravioleta e no ´optico e reemite no infravermelho. O
espectro da radia¸ao ermica de poeira segue uma lei de potˆencia I
p
(ν) = ν
α
B
ν
(T
p
), em
que o ´ındice α = 2 (veja, e.g., Draine e Lazarian (1998), Schlegel et al. (1998)), T
p
´e a
27
temperatura do gr˜ao de poeira e B
ν
(T
p
) ´e a fun¸ao de Planck.
Uma descri¸ao mais detalhada desses processos de emiss˜ao ser´a feita no Cap´ıtulo 2.
Figura 1.5 - Espectros das componentes da emiss˜ao Gal´actica comparado com o espectro da RCFM. FONTE:
Tello (1997)
A Figura 1.5 resume o comportamento espectral das componentes da emiss˜ao Gal´actica
comparado com o monopolo, dipolo e quadrupolo da RCFM. Como observado na figura,
as componentes sincrotron e bremsstrahlung ao mais intensas nas freq
¨
uˆencias abaixo de
60 GHz, a emiss˜ao ermica de poeira ´e mais intensa principalmente nas freq
¨
uˆencias acima
de 60 GHz, e o quadrupolo da RCFM ´e relativamente mais intenso nas freq
¨
uˆencias entre
50 e 80 GHz.
Este trabalho possui trˆes etapas. A primeira etapa ´e entender o comportamento das com-
ponentes de emiss˜ao Gal´actica, em particular da componente de emiss˜ao sincrotron. A
segunda etapa ´e obter um mapa multifreq
¨
uˆencia combinando os mapas de trˆes anos do
WMAP onde a contamina¸ao proveniente da emiss˜ao Gal´actica seja m´ınima. Em seguida,
ser´a feita uma an´alise do mapa obtido e tamb´em uma compara¸ao com outros mapas da
RCFM com contamina¸ao Gal´actica minimizada existentes na literatura (Hinshaw et al.,
2007; Park et al., 2007; de Oliveira-Costa; Tegmark, 2006).
28
Para limpar os mapas da RCFM produzido pelo sat´elite WMAP utilizamos o m´etodo cha-
mado Internal Linear Combination (ILC). O m´etodo consiste em combinar os mapas das
cinco bandas de freq
¨
uˆencias do WMAP com coeficientes que minimizam o sinal Gal´actico
(Bennett et al., 2003b; Hinshaw et al., 2007). Para calcular os coeficientes do etodo ILC ´e
preciso ter um conhecimento pr´evio do comportamento das componentes de emiss˜ao Ga-
actica em fun¸ao do seu padr˜ao espacial e espectral. Para entender o comportamento das
componentes de emiss˜ao Gal´actica utilizamos o Maximum Entropy Method (MEM). Com
o MEM ´e possivel obter a distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao Gal´actica nas
freq
¨
uˆencias do WMAP a partir de dados de cada componente conhecidos na literatura.
Para a distribui¸ao espectral da componente de emiss˜ao sincrotron utilizaremos os mapas
baseados nos dados do Galactic Emission Mapping (GEM) na freq
¨
uˆencia de 2300 MHz
(Tello et al., 2007) junto com outros mapas de emiss˜ao sincrotron proveniente de outros
experimentos, visando utilizar dados na maior parte da esfera celeste.
Esta disserta¸ao est´a organizada da seguinte forma: no Cap´ıtulo 2 revisamos os trˆes pro-
cessos de emiss˜ao Gal´actica e descrevemos os mapas conhecidos na literatura. No Cap´ıtulo
3 apresentamos as caracter´ısticas do radiotelesc´opio GEM e dos mapas obtidos com este
experimento. No Cap´ıtulo 4 descrevemos o m´etodo utilizado para construir os modelos de
emiss˜ao Gal´actica, o m´etodo escolhido para descontamina¸ao das medidas da RCFM. Os
resultados e as conclus˜oes ao descritos nos Cap´ıtulos 5 e 6, respectivamente.
29
2 EMISS
˜
AO GAL
´
ACTICA EM R
´
ADIO E EM MICROONDAS
A emiss˜ao Gal´actica difusa e no cont´ınuo em microondas ´e um dos principais contami-
nantes do sinal da RCFM. As trˆes fontes principais de emiss˜ao da nossa Gal´axia ao:
emiss˜ao sincrotron, emiss˜ao bremsstrahlung e emiss˜ao ermica de poeira. Neste Cap´ıtulo
descrevemos brevemente as caracter´ısticas detas componentes de emiss˜ao Gal´actica.
2.1 Emiss˜ao Sincrotron
A emiss˜ao sincrotron ´e gerada pela acelera¸ao dos el´etrons com velocidades relativ´ısticas
espiralando ao redor das linhas de campo magn´etico da Gal´axia, tipicamente da ordem de
1 5µG. A intensidade desta radia¸ao depende da distribui¸ao da energia dos el´etrons,
N(E) e do campo magn´etico da Gal´axia, B, tal que
I(ν)
P (ν , B, E)N(E, s)dEds, (2.1)
em que P (ν, B, E) B
(p+1)/2
ν
(p1)/2
´e a potˆencia irradiada por um el´etron ao longo do
percurso s at´e o observador e N(E)dE E
p
dE ´e a distribui¸ao de el´etrons como fun¸ao
da energia, enao
I(ν) B
(p+1)/2
ν
(p1)/2
. (2.2)
A temperatura de brilho da radia¸ao sincrotron tamem ´e uma lei de potˆencia dada por
T
b
(ν) ν
β
, (2.3)
em que β ´e o ´ındice espectral. A temperatura de brilho est´a relacionada com a intensidade
atraes da lei de Rayleigh-Jeans dada por
T
b
(ν) = (c
2
/2kν
2
)I(ν) 3, 25 × 10
5
I(ν)
2
, (2.4)
em que T
b
(ν) est´a em K, I(ν) em Jy sr
1
e ν em GHz. Das Equa¸oes 2.2, 2.3 e 2.4 temos
que β = (p + 3)/2.
31
Tabela 2.1 - Mapas de Emiss˜ao Gal´actica
referˆencia freq
¨
uˆencia resolu¸ao cobertura
(MHz) (HPBW) do c´eu
Haslam et al. (1970) 408 0, 75
(1)
20
< δ < +60
Haslam et al. (1974) 408 0, 62
(2)
08
< δ < +48
Haslam et al. (1975) 408 0, 85
(3)
90
< δ < 05
Haslam et al. (1981) 408 0, 82
(4)
+45
< δ < +90
Reich (1982) 1420 0, 58
(5)
19
< δ < +24
Reich e Reich (1986) 1420 0, 58
(5)
20
< δ < +90
Reich et al. (2001b) 1420 0, 59
(6)
90
< δ < 10
(1)
Jodrell Bank, Mark I;
(2)
Effelsberg;
(3)
Parkes;;
(4)
Jodrell Bank, Mark I A;
(5)
Stockert;
(6)
Villa Elisa.
2.1.1 Varia¸ao Espacial e Espectral da Emiss˜ao Sincrotron
Como foi mostrado na se¸ao anterior, o ´ındice espectral esta diretamente relacionado com
o espectro de energia do el´etron e deste modo varia espacialmente, tendo em vista as
varia¸oes espaciais da densidade dos el´etrons e do campo magn´etico da Gal´axia. Estima-
tivas de β ao essenciais para quantificar a contribui¸ao da componente sincrotron para a
emiss˜ao difusa da Gal´axia.
Sabe-se que el´etrons relativ´ısticos perdem energia por diferentes mecanismos. Para E 10
GeV que equivale a 10 GHz, os el´etrons escapam da Gal´axia, e para E 10 GeV o
mecanismo que prevalece ´e a radia¸ao sincrotron. Al´em disso, pr´oximo ao plano Gal´actico
os el´etrons perdem mais energia e em altas latitudes os el´etrons escapam facilmente. A
inclina¸ao da curva do espectro sincrotron muda com a combina¸ao desses efeitos. O
espectro plano (e.g., β < 2, 7) indica que os el´etrons podem escapar da Gal´axia antes de
perder fra¸oes significativar da sua energia. O espectro inclinado (e.g., β < 2, 9) indica
alta taxa de perda de energia e baixa taxa de escape (veja, e.g., Bennett et al. (2003b)).
2.1.2 Mapas de Emiss˜ao Sincrotron
Pesquisas em baixas freq
¨
uˆencias (ν 10 GHz) ao usadas para estimar o ´ındice espectral
da emiss˜ao sincrotron. Os principais mapas de emiss˜ao sincrotron dispon´ıveis na literatura
ao os mapas em 408 MHz (
Haslam et al., 1982) e 1400 MHz (Reich et al., 2001a). O mapa em
408 MHz e 1400 MHz ao mapas do c´eu inteiro, montados a partir de arios conjuntos de
dados obtidos usando diferentes radiotelesc´opios com resolu¸ao angular semelhante (veja
mais detalhes na Tabela 2.1). Estes mapas ao limitados por erros sistem´aticos, como por
exemplo, a presen¸ca de stripes gerados pelas correspondentes estrat´egias observacionais.
32
Figura 2.1 - a) Mapa de emiss˜ao sincrotron em 408MHz (Haslam et al. (1982)). b) Mapa sincrotron do WMAP
em 23 GHz obtido pelo MEM. c) Mapa de ´ındice espectral β(408 MHz, 23 GHz). FONTE: Bennett
et al. (2003b)
33
A equipe do WMAP usa o MEM para estudar as componentes de emiss˜ao Gal´actica.
Com esse etodo, eles obtiveram mapas de cada componente de emiss˜ao em cinco bandas
de freq
¨
uˆencias (23, 33, 41, 61, e 94 GHz). Com isso, determinou-se o valor do ´ındice
espectral para a emiss˜ao sincrotron combinando os mapas Haslam et al. (1982) e o mapa
sincrotron em 23 GHz obtido pelo MEM que pode ser visto na Figura 2.1. Os dados de
408 MHz foram processados pela equipe do WMAP para retirar os stripes e outros efeitos
sistem´aticos desse mapa. O ´ındice espectal foi calculado usando a seguinte express˜ao
β
s
=
log T
1
/T
2
log ν
1
/ log ν
2
, (2.5)
em que ν
1
= 23 GHz, ν
2
= 408 MHz e 3, 4 β
s
2, 2. Esta ormula assume que
β
s
ao aria entre as duas freq
¨
uˆencias considerada. O desconhecimento da varia¸ao do
´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron ´e um dos principais problemas para se determinar
a contribui¸ao dessa emiss˜ao nas medidas da RCFM.
2.2 Emiss˜ao Bremsstrahlung
A radia¸ao bremsstrahlung ´e produzida pelo as ionizado quente de baixa densidade da
Gal´axia. Para uma distribui¸ao t´ermica de el´etrons `a temperatura T
e
< 550.000 K, a
emissividade volum´etrica da emiss˜ao bremsstrahlung em unidades de erg s
1
cm
3
, ´e
dada por
ν
= 6, 8210
38
Z
2
n
e
n
i
T
1/2
e
e
/kT
g
ff
, (2.6)
em que g
ff
´e o fator de Gaunt, e n
i
e n
e
ao as densidades de ions e el´etrons, respectiva-
mente (para mais detalhes ver Rybicki e Lightman (1979)).
A temperatura de brilho ´e dada por
T
b
= T
e
(1 e
τ
), (2.7)
em que τ ´e a profundidade ´optica da emiss˜ao. Para as freq
¨
uˆencias relevantes para obser-
vao da RCFM (10 e 100 GHz), T
b
<< T
e
, i.e. τ << 1, enao T
b
T
e
τ.
A profundidade ´optica da emiss˜ao bremsstrahlung ´e dada por (Oster, 1961)
34
τ = 3, 014 × 10
2
T
1,5
e
ν
2
× {ln[4, 955 × 10
2
ν 1]} × (EM)
cm
6
pc
, (2.8)
em que EM ´e a medida da emiss˜ao que depende da densidade de ´ıons e da densidade de
el´etrons. Uma aproxima¸ao para profundidade ´optica ´e dada por (ver, e.g., Dickinson et
al. (2003))
τ
= 8, 235 × 10
2
T
1,35
e
ν
2,1
× (EM)
cm
6
pc
. (2.9)
Para baixas freq
¨
uˆencias ( 1 GHz), o erro relativo desta equa¸ao ´e pequeno, mas para
as freq
¨
uˆencias acima de 10 GHz o erro aumenta para 20%. Ent˜ao, Mezger e Henderson
(1967) definiram o fator a(T, ν), dado pela raz˜ao entre as duas equa¸oes
a =
τ
τ
. (2.10)
Nestas condi¸oes a temperatura de brilho ´e dada por
T
b
= 8, 235 × 10
2
aT
0,35
e
ν
2,1
(1 + 8, 08) × (EM)
cm
6
pc
, (2.11)
em que o fator (1 + 8, 08) ´e a contribui¸ao devido aos ´atomos de He, assumindo que todos
est˜ao ionizados.
2.2.1 Mapas de Emiss˜ao Bremsstrahlung
A emiss˜ao bremsstrahlung est´a principalmente associada `as regi˜oes HII. Al´em da emiss˜ao
bremsstrahlung as regi˜oes HII tamem produzem emiss˜ao da linha H
α
do Hidrogˆenio.
Finkbeiner (2003) produziu um mapa H
α
do c´eu inteiro (ver Figura 2.2) com resolu¸ao
de 6
(FWHM). Este mapa ´e uma combina¸ao dos mapas VTSS (Virginia Tech Spectral
line Survey), WHAM (Winsconsin H-Alpha Mapper ) e SHASSA (Southern H-Alpha Sky
Survey).
A intensidade da emiss˜ao H
α
´e dada por
I(R) T
1.0717
4
10
0.029/T
4
× (EM)
cm
6
pc
, (2.12)
em que T
4
´e a temperatura dos el´etrons em unidades de 10
4
K e R ´e a unidade de medida
35
Tabela 2.2 - Fator de Convers˜ao
Bandas K Ka Q V W
freq
¨
uˆencia (GHz) 23 33 41 61 94
T/T
A
1, 014 1, 029 1, 044 1, 100 1, 251
T
A
/I(R) (µK R
1
) 11, 4 5, 23 3, 28 1, 40 0, 56
Rayleighs (R 2, 42 × 10
7
ergs cm
2
s
1
sr
1
no comprimento de onda de 0, 6563 µm).
Um mapa H
α
pode ser convertido em um mapa de emiss˜ao bremsstrahlung usando as
Equa¸oes
2.11 e 2.12
T
b
I(R)
ν
2.14
GHz
T
0.667
4
10
0.029/T
4
(1 + 0.08). (2.13)
O fator de convers˜ao ´e mostrado na Tabela 2.2, para as freq
¨
uˆencias do WMAP, usando
T
e
= 8000K.
Figura 2.2 - Mapa H
α
produzido por Finkbeiner (2003)
2.3 Emiss˜ao ermica de Poeira
A intensidade da emiss˜ao ermica de poeira ´e dada por
I
p
(ν) =
ds ρ κ
ν
B
ν
(T
b
), (2.14)
em que T
b
´e a temperatura do gr˜ao de poeira, ρ ´e a densidade de massa, κ
ν
´e a opacidade
e B
ν
(T
b
) ´e a fun¸ao de Planck. Em geral, a opacidade ´e dada por uma lei de potˆencia do
tipo
36
κ
ν
= ν
α
, (2.15)
em que α = 2 (veja, e.g., Draine e Lazarian (1998), Schlegel et al. (1998)).
Um mapa em intensidade de radia¸ao pode ser convertido em temperatura de antena
usando a lei de Rayleigh-Jeans
T
A
(ν) 4026I
p
(ν)
2
, (2.16)
em que T
A
(ν) est´a em µK, I
p
(ν) em MJy sr
1
e ν em GHz.
2.3.1 Mapas de Emiss˜ao T´ermica de Poeira
A emiss˜ao t´ermica de poeira foi mapeada em todo o c´eu em arias bandas do infravermelho
pelas miss˜oes IRAS e COBE. Schlegel et al. (1998) combinaram os dados de ambas as
miss˜oes para produzir um mapa da emiss˜ao de poeira em 3000 GHz.
Finkbeiner et al.
(1999) extrapolaram este mapa para as freq
¨
uˆencias de microondas.
Na Figura 2.3 ´e apresentado o mapa obtido por Finkbeiner et al. (1999) em 94 GHz
em unidades de mK. Eles ajustaram os dados de Schlegel et al. (1998) para um modelo
particular de duas componentes com ´ındices α
1
= 1, 64 e α
2
= 2, 7, e temperaturas de T
1
=
9, 4 K e T
2
= 16, 2 K, correspondendo aos gr˜aos de carbonato e silicato, respectivamente.
A fra¸ao emitida por cada componente ´e f
1
= 0, 0363 e f
2
= 0, 9637.
Figura 2.3 - Mapa da emiss˜ao de poeira em 94 GHz. FONTE: Finkbeiner et al. (1999)
37
3 MAPAS DO EXPERIMENTO GEM
Os mapas que usamos para estudar a emiss˜ao sincrotron ao baseados nos dados do expe-
rimento GEM, em conjunto com outros mapas conhecidos na literatura. Neste Cap´ıtulo
descrevemos brevemente as caracter´ısticas do telesc´opio GEM e dos mapas GEM.
3.1 O Experimento GEM
O GEM ´e uma colabora¸ao internacional que tem as seguintes institui¸oes envolvidas: La-
wrence Berkeley National Laboratory e University of California at Berkeley, EUA; Divis˜ao
de Astrof´ısica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Brasil; Instituto de Teleco-
munica¸oes (Organiza¸ao Privada), Portugal; Centro Multidisciplinar em Astrof´ısica do
Instituto Sup erior ecnico e da Universidade do Algarve, Portugal; Centro Internacional
de F´ısica, Colˆombia; Laborat´orio de F´ısica osmica, It´alia; Universidade de Mil˜ao, It´alia;
Universidade de Roma, It´alia; Instituto de Astrofisica das Can´arias, Espanha. Atualmente,
a antena do projeto GEM se encontra nas instala¸oes do INPE, em Cachoeira Paulista -
SP mapeando uma ar´ea de 45% do c´eu (52
< δ < +7
) (ver Figura 3.1).
O GEM tem por objetivo o estudo detalhado e mapeamento do cont´ınuo da emiss˜ao
Gal´actica nas freq
¨
uˆencias de 408 MHz; 1465 MHz; 2,3 GHz; 5 GHz e 10 GHz. Este estudo
visa entender em detalhes as varia¸oes espaciais e espectrais da componente sincrotron,
sendo necess´ario para minimizar a contamina¸ao deste sinal nas medidas da RCFM.
Figura 3.1 - Fotografia do radiotelesc´opio do projeto GEM instalado no s´ıtio de Cachoeira Paulista.
39
Figura 3.2 - Ilustra¸ao do esquema de varredura. FONTE: Tello et al. (2007).
3.2 O Telesc´opio GEM
O GEM usa um refletor parab´olico Scientific Atlanta de 5,5 m de diˆametro, onde ao
instalados receptores de potˆencia total em 408 MHz, 1465 MHz e 2300 MHz, e do tipo
Dick em 5000 MHz e 10000 MHz. O instrumento pode ser desmontado e instalado em
diferentes s´ıtios, evitando assim efeitos sistem´aticos oriundos da utiliza¸ao de instrumentos
diferentes para se obter uma cobertra total do eu.
O GEM possui uma t´ecnica de varredura que utiliza montagem alto-azimutal, com base
girat´oria, direcionando o feixe de forma a manter o ˆangulo zenital fixo em 30
. Este tipo
de varredura possui a vantagem de manter a coluna atmosf´erica observada constante,
mantendo assim constante o efeito deste contaminante, assim como mantendo constante
a contamina¸ao proveniente do solo. O esquema de varredura ´e ilustrado na Figura 3.2.
Ainda para diminuir a influˆencia da radia¸ao do solo e diminuir os efeitos de difra¸ao,
que geram os stripes que degradam a qualidade dos mapas, foram tomadas as seguintes
medidas:
escolha de lo cais de observao em regi˜oes nos quais o perfil do horizonte esteja
abaixo de 10
;
constru¸ao de uma tela de alum´ınio de 5 m de altura contornando o radioteles-
opio, a 15m do centro da antena;
40
montagem de pain´eis met´alicos planos de extens˜ao na periferia do refletor, o que
aumenta o diˆametro da antena para 8,9 m.
3.3 Os mapas GEM
As medidas em 408 MHz, 1465 MHz, 2300 MHz foram feitas em Bishop nos EUA durante
1993 e 1994, Villa de Leyva na Colˆombia em 1995, Tenerife na Espanha durante 1995 e
1997 e Cachoeira Paulista no Brasil entre 1998 e 2005. Na Tabela 3.1 est˜ao resumidas as
campanhas de observao do GEM de intensidade total de radia¸ao. Tamem foram feitas
medidas de polariza¸ao da emiss˜ao Gal´actica em 5000 MHz em Cachoeira Paulista, Brasil
(ver mais detalhes em Ferreira (2008)). Neste trabalho estamos interessados nos dados de
intensidade total.
Para a manipula¸ao e visualiza¸ao dos dados do GEM ao utilizadas as rotinas do HE-
ALPix (Hierarchical Equal Area and isoLatitude Pixelization) (orski; et al., 1999). Este ´e
um sistema de pixeliza¸ao da esfera celeste tamem utilizado para manipular os dados da
RCFM. Na pixeliza¸ao HEALPix o tamanho angular do pixel ´e definido pelo parˆametro
N
side
. O n´umero de pixel, N
pix
, do mapa ´e dado pela express˜ao N
pix
= 12 × N
2
side
.
Os mapas GEM ao feitos utilizando o valor N
side
= 512 e o n´umero total de pixels ´e
N
pix
= 3145728, que corresponde a uma resolu¸ao de pixel de 0, 11
. A resolu¸ao angular
efetiva dos mapas est´a entre 10
e 2
nas faixas de 408 MHz e 2300 MHz. Neste
trabalho utilizaremos apenas os dados em 2300 MHz, visto que este mapa apresenta uma
melhor resolu¸ao angular e uma maior cobertura do c´eu.
Tabela 3.1 - Mapas do Radiotelesc´opio GEM
referˆencia freq
¨
uˆencia resolu¸ao cobertura
(MHz) (HPBW) do c´eu
Torres et al. (1996) 408 11, 3
(1)
24
< δ < +36
Rodrigues (2000) 408 10, 5
(2)
+07
< δ < +67
Tello (1997) 1465 4, 2
(2)
+07
< δ < +67
Tello et al. (2005) 1465 4, 2
(3)
52
< δ < +8
Tello et al. (2008) 1465 4, 2
(3)
52
< δ < +8
Tello et al. (2007) 2300 2, 3
× 1, 8
(1) e (3)
52
< δ < +36
Torres (1995) 2300 3, 7
(1)
24
< δ < +36
(1)
Villa de Leyva, Colˆombia;
(2)
Bishop, EUA;
(3)
Cachoeira Paulista, Brasil
41
Tabela 3.2 - Mapa em 2300 MHz
S´ıtio Cachoeira Paulista, Brasil Villa de Leyva, Colˆombia
resolu¸ao (HPBW) 2, 31
× 1, 82
2, 30
× 1, 92
Cobertura do C´eu 52
< δ < +8
24
< δ < +36
Cobertura do C´eu % 46, 8 46, 3
Freq
¨
uˆecia 2300 2300
Altitude (m.a.s.l.) 572 2173
Ano 1999 1995
Dura¸ao (h) 532 231
FONTE: Tello et al. (2007)
3.4 O mapa em 2300 MHz
O mapa de 2300 MHz foi montado a partir das campanhas de observoes do GEM de
Cachoeira Paulista, Brasil, e de Villa de Leyva, Colˆombia. Algumas caracter´ıstica destas
observoes est˜ao resumidas na Tabela 3.2.
Os dados de 2300 MHz foram processados usando FFT (Fast Fourier transform) para
eliminar os stripes. Na Figura 3.3 ´e apresentado o mapa em 2300 MHz com resolu¸ao an-
gular de 2
e cobertura total do c´eu de 69%. Este mapa est´a em coordenadas gal´acticas
e a temperatura em Kelvin.
Figura 3.3 - Mapa de intensidade total da emiss˜ao sincrotron em 2300 MHz. O mapa est´a em coordenadas
Gal´acticas e a temperatura em Kelvin.
42
4 METODOLOGIA
Neste Cap´ıtulo, descrevemos o m´etodo para obter os modelos das componentes de emiss˜ao
Gal´actica e o m´etodo usado para minimizar a contamina¸ao Gal´actica nas medidas da
RCFM nos dados de trˆes anos do WMAP. Tamb´em apresentamos os mapas obtidos com
estes m´etodos.
4.1 Modelos das Componentes de Emiss˜ao Gal´actica
Para o estudo cosmol´ogico ´e preciso dispor de um mapa com o sinal da RCFM livre
das emiss˜oes contaminantes. Por isso, ´e importante conhecer as componentes de emiss˜ao
Gal´actica e as varia¸oes espaciais e espectrais de cada componente. Para obter os modelos
das componentes de emiss˜ao Gal´actica, os utilizamos o etodo de axima Entropia
(doravante MEM) (veja, e.g., Press et al. (1992)). Na nossa an´alise, utilizamos os dados do
GEM na freq
¨
uˆencia de 2300 MHz combinados com dados de emiss˜ao Gal´actica dispon´ıveis
na literatura.
4.1.1 etodo de axima Entropia
O modelo de temperatura de cada pixel p e para cada freq
¨
uˆencia ν dos mapas do WMAP
´e dado por
T
m
(ν, p) T
rcf
(p) +
c
S
c
(ν, p)T
c
(p), (4.1)
em que rcf representa a RCFM e c as componentes de emiss˜ao sincrotron, emiss˜ao brems-
strahlung e emiss˜ao ermica de poeira, T
c
(p) ´e a distribui¸ao espacial e S
c
(ν, p) ´e o espectro
da emiss˜ao da componente c. Os espectros da emiss˜ao sincrotron e emiss˜ao bremsstrahlung
ao normalizados para a banda K, e o espectro de emiss˜ao ermica de poeira ´e normalizado
para a banda W (S 1).
As componentes da emiss˜ao Gal´actica, T
c
(p), podem ser obtidas por um processo de
minimiza¸ao. Supondo A(p) e B(p) duas fun¸oes positivas de T
c
(p), minimizamos a fun¸ao
A(p) e a fun¸ao B(p) igualando a zero suas derivadas. Naturalmente obteremos resultados
diferentes para T
c
(p) usando diferentes fun¸oes. Uma melhor alternativa ´e minimizar a
fun¸ao A(p) com rela¸ao a B(p). Isto pode ser feito utilizando o m´etodo de multiplicadores
de Lagrange, definido como
H(p) A(p) λ(p)B(p), (4.2)
43
em que A(p) χ
2
=
ν
T
wmap
(ν, p) T
m
(ν, p)
2
2
, T
wmap
(ν, p) denotam os dados de
trˆes anos do WMAP e T
m
(ν, p) ´e o modelo de temperatura, ambos sem a estimativa do
sinal da RCFM, porque queremos obter somente as componentes de emiss˜ao Gal´actica.
Ademais, B(p) =
c
T
c
(p) P
c
(p) T
c
(p)ln[T
c
(p)/P
c
(p)] ´e a fun¸ao de axima entropia,
P
c
(p) ´e a distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao Gal´actica conhecida a priori,
e λ(p) ´e o multiplicador de Lagrange.
A(p) representa o modelo direto enquanto B(p) funciona como um parˆametro de regu-
lariza¸ao. λ(p) ´e o parˆametro que realiza o balan¸co entre A(p) e B(p). A fun¸ao A(p) ´e
o termo da diferen¸ca quadr´atica entre os dados, T
wmap
(ν, p), e o modelo de temperatura,
T
m
(ν, p). A fun¸ao de axima entropia, B(p), ´e a medida da divergˆencia entre T
c
(p) e
P
c
(p), ou seja, quanto maior a diferen¸ca entre T
c
(p) e P
c
(p), maior ser´a B(p) e quanto
mais parecidas forem T
c
(p) e P
c
(p) menor ser´a o valor de B(p). No limite quando T
c
(p)
for igual a P
c
(p), teremos B(p) = 0.
4.1.2 Implementa¸ao Num´erica do Algoritmo
Para obter a distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao Gal´actica pela minimiza¸ao
da fun¸ao H(p), definida na Equa¸ao
4.2, precisamos de um etodo iterativo. Para isso,
utilizamos o m´etodo Newton-Raphson cujo passo de itera¸ao ´e dado por
T
c
(p)
n+1
= T
c
(p)
n
[
2
H(p)]
1
H(p), (4.3)
em que n ´e o n´umero da itera¸ao, H(p) A(p) λ(p)B(p) ´e o vetor gradiente da
fun¸ao H(p), e
2
H(p)
2
A(p) λ(p)
2
B(p) ´e a matriz Hessiana obtida a partir das
derivadas parciais de segunda ordem de H(p). A matriz Hessiana ´e interpretada como uma
corre¸ao na dire¸ao oposta ao gradiente da fun¸ao H(p) de forma a acelerar o processo
iterativo.
Os vetores gradientes das fun¸oes A e B ao, respectivamente
A = 2
ν
c
S
c
(ν, p)T
c
(p)
σ
2
ν
T (ν , p)
σ
2
S
c
(ν, p), (4.4)
B = ln
T
c
(p)
P
c
(p)
. (4.5)
As matrizes Hessianas das fun¸oes A e B ao, respectivamente
44
2
A = 2
ν
S
c
(ν, p)S
c
(ν, p)
σ
2
, (4.6)
2
B =
1
T
c
(p)
. (4.7)
O valor de λ(p) varia pixel a pixel porque os ajustes ao feitos independentemente para
cada um deles. O valor de λ(p) foi obtido pela rela¸ao: 0, 6[T
K
(p)/mK]
1,5
, em que T
K
(p)
´e o mapa do WMAP na banda K com a estimativa do sinal da RCFM subtra´ıda, em
temperatura de antena (Hinshaw et al., 2007). Os valores de λ(p) variam entre 0, 2 < λ < 3.
A seguir descreveremos os mapas de entrada (Subse¸ao 4.1.3) e de sa´ıda (Subse¸ao 4.1.4)
do programa MEM.
4.1.3 Distribui¸oes Espacial e Espectral
Calculamos a distribui¸ao espacial do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron Gal´actica
utilizando os mapas baseados nos dados do GEM na freq
¨
uˆencia e 2300 MHz (Tello et al.,
2007) junto com o mapa sincrotron de 408 MHz (Haslam et al., 1982) e o mapa sincrotron em
23 GHz (Hinshaw et al., 2007). Com isso, obtivemos um melhor detalhamento das varia¸oes
do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron. Na Figura 4.1 ´e mostrado o mapa de varia¸ao
espacial do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron β
s
(p)(408 MHz, 2300 MHz, 23 GHz)
com resolu¸ao angular de 2
.
Figura 4.1 - Mapa do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron, β
s
(p)(408 MHz, 2300 MHz, 23 GHz).
45
O modelo do espectro de emiss˜ao da componente sincrotron ´e S
s
(ν, p) =
(ν
K
)
β
s
(p)0,25.[β
s
(p)+3,5]
para a banda Ka e S
s
(ν, p) = S
s
(ν
Ka
, p)(ν
K
a
)
β
s
(p)0,17[β
s
(p)+3,5]
para as bandas Q, V, e W (Hinshaw et al. (2007)). O modelo do espectro de emiss˜ao
das componentes bremsstrahlung e poeira ao S
ll
(ν) = (ν
K
)
2,14
e S
p
(ν) = (ν
W
)
2
,
respectivamente.
Para a emiss˜ao sincrotron o modelo a priori escolhido foi o mapa de 408
MHz (
Haslam et al., 1982) extrapolado para a freq
¨
uˆencia de 23 GHz utilizando
β
s
(p)(408 MHz, 2300 MHz, 23 GHz). Para a componente bremsstrahlung, o modelo a
priori escolhido foi o mapa H
α
produzido por Finkbeiner (2003). Este mapa foi conver-
tido em um mapa bremsstrahlung em 23 GHz usando o fator de convers˜ao 11, 4 µK R
1
.
Para emiss˜ao de poeira utilizamos o mapa de Finkbeiner et al. (1999) em 94 GHz. Tam-
b´em utilizamos os mapas de trˆes anos do WMAP para a estimativa do sinal Gal´actico
e o mapa ILC trˆes anos para a estimativa do sinal da RCFM. Todos estes mapas est˜ao
dispon´ıveis no site LAMBDA (Legacy Archive for Microwave Background Data Analysis)
1
.
O mapa do GEM em 2300 MHz possui uma resolu¸ao angular de 2
(FWHM). Os
mapas de emiss˜ao sincrotron em 408 MHz, o mapa H
α
, o mapa de emiss˜ao de poeira e os
mapas do WMAP possuem resolu¸ao angular entre 6
1
. Para evitar efeitos associados
`a diferen¸ca de resolu¸ao entre os diferentes mapas, degradamos todos eles `a resolu¸ao do
mapa GEM em 2300 MHz. Para isso usamos o programa smoothing do HEALPix.
4.1.4 Mapas MEM
Na Figura
4.2 ´e mostrada a distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao sincro-
tron, bremsstrahlung e emiss˜ao t´ermica de poeira, obtida pelo MEM. Estes mapas foram
obtidos utilizando o parˆametro N
side
= 256. O n´umero total de pixels nestes mapas ´e
N
pix
= 786 432 que corresponde a uma resolu¸ao de pixel de 0, 23
. Os mapas est˜ao em
coordenadas gal´acticas e em temperatura de antena.
Conhecendo a distribui¸ao espacial, T
c
(p), e a distribui¸ao espectral, S
c
(ν, p), das dife-
rentes componentes de emiss˜ao Gal´actica, obtivemos os mapas de emiss˜ao Gal´actica nas
freq
¨
uˆencias do WMAP de acordo com
T
gal
(ν, p) = S
s
(ν, p)T
s
(p) + S
b
(ν, p)T
b
(p) + S
p
(ν, p)T
p
(p), (4.8)
1
http://lambda.gsfc.nasa.gov/
46
em que s ´e a emiss˜ao sincrotron, b ´e a emiss˜ao bremsstrahlung e p ´e a emiss˜ao t´ermica de
poeira. Na Figura 4.3 ao mostrados os mapas de emiss˜ao Gal´actica nas cinco freq
¨
uˆencias
do WMAP obtidos somando os mapas MEM das componentes de emiss˜ao sincrotron,
bremsstrahlung e emiss˜ao t´ermica de poeira.
Figura 4.2 - Distribui¸ao espacial das componentes de emiss˜ao sincrotron, bremsstrahlung e emiss˜ao t´ermica
de poeira, obtidos pelo MEM.
47
Figura 4.3 - Mapas de emiss˜ao Gal´actica nas freq
¨
uˆencias do WMAP obtidos pela soma das componentes de
emiss˜ao sincrotron, bremsstrahlung e emiss˜ao ermica de poeira.
4.2 etodo de Minimiza¸ao da Contamina¸ao das Medidas da RCFM
Um m´etodo utilizado para limpar os mapas da RCFM ´e o de Combina¸ao Linear Interna
(ILC, do inglˆes). O m´etodo ILC foi criado pela equipe do WMAP (Bennett et al., 2003b;
Hinshaw et al., 2007) e est´a sendo usado e generalizado por outros grupos para o estudo
das anisotropias da RCFM (Tegmark et al., 2003; de Oliveira-Costa; Tegmark, 2006; Park et
al., 2007). O etodo consiste em combinar os mapas das cinco bandas de freq
¨
uˆencias do
WMAP com coeficientes que ao escolhidos de modo a minimizar o sinal Gal´actico.
48
4.2.1 etodo de Combina¸ao Linear Interna
O sinal da RCFM observado em diferentes freq
¨
uˆencias ´e contaminado pelas componentes
de emiss˜ao Gal´actica, assim podemos escrever
T (ν , p) = T
rcf
(p) + T
gal
(ν, p), (4.9)
em que T
rcf
´e o sinal da RCFM, T
gal
´e o sinal Gal´actico, ν ´e a freq
¨
uˆencia e p ´e o pixel. A
combina¸ao linear dos mapas ´e definida como
T
ilc
(p) =
ν
ω(ν)T (ν, p), (4.10)
em que ω(ν) ao os coeficientes da combina¸ao linear. O sinal da RCFM, em tempera-
tura termodinˆamica, contribui igualmente em todas as freq
¨
uˆencias por causa do espectro
de corpo negro, enquanto que a contribui¸ao do sinal Gal´actico muda com a freq
¨
uˆencia
(veja, e.g., Bennett et al. (2003b)). Ent˜ao, para conservar o sinal da RCFM a soma dos
coeficientes tem que obedecer a equa¸ao
ν
ω(ν) = 1. Combinando as Equa¸oes 4.9 e
4.10 tem-se
ν
ω(ν)T (ν, p) = T
rcf
(p) +
ν
ω(ν)T
gal
(ν, p). (4.11)
Os coeficientes ao escolhidos de tal forma que
ν
ω(ν)T
gal
(ν, p) = 0. (4.12)
Um m´etodo conveniente para obter isto ´e fazer a variˆancia de T
ilc
(p), isto ´e
σ
2
(T
ilc
) =
1
N
R
p∈R
{T
rcf
(p)
T
rcf
} +
ν
ω(ν){T
gal
(ν, p)
T
gal
(ν)}
2
, (4.13)
onde N
R
´e o n´umero de pixels na regi˜ao R, e
T
a edia de T (p). Os coeficientes ω(ν)
ao calculados em cada regi˜ao R pela minimiza¸ao da variˆancia de T
ilc
(p). A solu¸ao de
w = [ω
1
, ω
2
, ..., ω
5
] ´e
49
w = G
1
C. (4.14)
em que a matriz G e o vetor C ao,
G
ij
=
1
N
R
p∈R
[T
gal
(ν
i
, p)
T
gal
(ν
i
)][T
gal
(ν
j
, p)
T
gal
(ν
j
)], (4.15)
C
j
=
1
N
R
p∈R
[T
rcf
(p)
T
rcf
][T
gal
(ν
j
, p)
T
gal
(ν
j
)], (4.16)
e i, j = 1, ..., 5.
O etodo ILC ser´a mais eficiente se aplicado separadamente em regi˜oes que contenham
pixels com as mesmas varia¸oes espectrais. Para levar em conta estas varia¸oes o WMAP
dividiu o c´eu em doze regi˜oes, sendo onze localizadas no plano da Gal´axia (ver Figura
4.4). Neste trabalho ser´a utilizada a mesma divis˜ao em regi˜oes.
Figura 4.4 - Mapa das 12 regi˜oes. FONTE: Hinshaw et al. (2007).
4.2.2 Mapa ILC
os aplicamos o m´etodo ILC aos dados de trˆes anos do WMAP. Para as componentes
de emiss˜ao Gal´actica usamos os mapas obtidos pelo MEM, e para estimativa do sinal da
RCFM usamos o mapa ILC trˆes anos do WMAP. Os mapas da RCFM ao expressos em
50
Tabela 4.1 - Coeficientes ω por Regi˜oes
Regi˜ao Banda K Banda Ka Banda Q Banda V Banda W
0 0.1191 -0.7223 -0.1250 2.1286 -0.4003
1 -0.1873 0.8515 -1.5538 2.1575 -0.2679
2 -0.3069 0.3887 0.5520 -0.5916 0.9577
3 -0.0898 0.0205 -0.2792 1.6544 -0.3059
4 -0.1969 1.0951 -1.8439 1.8636 0.0821
5 0.2644 -0.9765 -0.5508 3.1424 -0.8794
6 -0.3125 1.0927 -0.9079 0.2557 0.8719
7 0.1476 -0.7891 -0.0479 2.2322 -0.5428
8 0.6517 -2.8130 1.2543 2.8070 -0.8996
9 0.0362 -0.3324 -0.3949 1.9590 -0.2680
10 0.1656 -0.7869 -0.3173 3.0200 -1.0813
11 0.2214 -0.9117 -0.3265 2.6544 -0.6375
temperatura termodinˆamica e os mapas de emiss˜ao Gal´actica em termos da temperatura
de antena. A convers˜ao ´e dada por (ver, e.g., Bennett et al. (2003b))
T
A
= T [(e
x
1)
2
/x
2
e
x
]
1
, (4.17)
em que x = /kT
0
, h ´e a constante de Planck, k ´e a constante de Boltzmann, ν ´e a
freq
¨
uˆencia e T
0
´e a temperatura de corpo negro da RCFM.
Os coeficientes do etodo ILC foram calculados separadamente para cada uma das 12
regi˜oes definidas pelo WMAP, usando as Equa¸oes 4.14, 4.15 e 4.16. Para conservar o
sinal da RCFM, normalizamos os coeficientes na Equa¸ao
4.14 para que a soma dos pesos
seja igual `a unidade. Nossos coeficientes ao significativamente diferentes dos coeficientes
encontrados por Hinshaw et al. (2007) que calcularam os coeficientes utilizando o m´e-
todo de multiplicadores de Lagrange na minimiza¸ao da variˆancia da Equa¸ao 4.11. Os
coeficientes que obtivemos para cada regi˜ao ao mostrados na Tabela
4.1.
os aplicamos os coeficientes aos dados de trˆes anos do WMAP das cinco bandas de
freq
¨
uˆencias utilizando a Equa¸ao 4.10. Para estimar a contamina¸ao Gal´actica residual
no nosso mapa ILC (doravante CILC), tamem aplicamos os coeficientes aos mapas MEM
produzidos com os dados do GEM (ver Figura 4.2), diferente da equipe do WMAP que
estimou a emiss˜ao Gal´actica residual utilizando simula¸ao monte-carlo. Pode-se ver na Fi-
gura 4.5 que, exceto no plano da Gal´axia, obtivemos
ν
ω(ν)T
gal
(ν, p) 0. os utilizamos
este resultado para corrigir o mapa CILC na Figura 4.6.
51
Figura 4.5 - Contamina¸ao Gal´actica residual.
Figura 4.6 - Mapa CILC com os dados do GEM.
52
5 RESULTADOS
Neste Cap´ıtulo apresentamos uma analise do mapa CILC e tamb´em uma compara¸ao com
outros mapas do tipo ILC existentes na literatura que tamem foram contru´ıdos com os
dadosde trˆes anos do WMAP.
5.1 Mapas de Multifreq
¨
uˆencia
A compara¸ao do CILC com os mapas
Hinshaw et al. (2007), Park et al. (2007), de
Oliveira-Costa e Tegmark (2006) (doravante WILC, SILC, TILC, respectivamente) ´e mos-
trada nas Figuras
5.1, 5.2, e 5.3. Todos os mapas foram suavizados para a resolu¸ao angular
de 2
, e o monopolo e o dipolo foram removidos antes da compara¸ao. O CILC ´e similar
ao WILC com uma diferen¸ca de ±0, 1 mK no plano Gal´actico. Fora do plano Gal´actico as
estruturas est˜ao distribu´ıdas de forma uniforme, indicando semelhantes propriedades de
ru´ıdo nos dois mapas. O CILC ´e diferente do SILC e do TILC principalmente pr´oximo ao
plano Gal´actico, indicando a presen¸ca de emiss˜ao Gal´actica residual. Em ambos os ma-
pas est˜ao presentes algumas fontes p ontuais residuais, que est˜ao associadas com as fontes
reportadas pelo WMAP.
Figura 5.1 - Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa WILC
53
Figura 5.2 - Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa SILC
Figura 5.3 - Diferen¸ca entre o mapa CILC e o mapa TILC
Nas Figuras 5.4, 5.5 e 5.6 ´e mostrada a correla¸ao do mapa CILC com os mapas WILC,
SILC e TILC na regi˜ao fora do plano Gal´actico, que corresponde a regi˜ao zero da Figura
4.4. Nas Figuras 5.7, 5.8 e 5.9 ao mostradas as correloes na regi˜ao do plano Gal´actico.
A correla¸ao entre o mapa CILC e WILC ´e de 99% fora do plano Gal´actico, e de 91% no
plano Gal´actico. A correla¸ao entre o CILC e o SILC ´e de 98% fora do plano Gal´actico, e
54
de 88% no plano Gal´actico. E a correla¸ao entre o CILC e o TILC ´e de 98% fora do plano
Gal´actico, e de 75% no plano Gal´actico. O mapa CILC possui uma melhor correla¸ao com
o mapa WILC, que corrigiu a emiss˜ao Gal´actica residual com simula¸ao monte-carlo.
Figura 5.4 - Correla¸ao entre os mapas CILC e WILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao ´e de 99%.
Figura 5.5 - Correla¸ao entre os mapas CILC e SILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao ´e de 98%.
55
Figura 5.6 - Correla¸ao entre os mapas CILC e TILC fora do plano Gal´actico. A correla¸ao ´e de 98%.
Figura 5.7 - Correla¸ao entre os mapas CILC e WILC dentro do plano Gal´actico. A correlao ´e de 91%.
56
Figura 5.8 - Correla¸ao entre os mapas CILC e SILC dentro do plano Gal´actico. A correla¸ao ´e de 88%.
Figura 5.9 - Correla¸ao entre os mapas CILC e TILC dentro do plano Gal´actico. A correla¸ao ´e de 75%.
57
Tabela 5.1 - Coeficientes dos harmˆonicos esf´ericos do mapa CILC para baixos multipolos
l m Re[a
lm
] Im[a
lm
] l m Re[a
lm
] Im[a
lm
]
2 0 7.47 0.00 5 0 15.32 0.00
1 0.31 5.19 1 25.01 3.13
2 14.01 19.07 2 7.87 2.08
3 0 6.41 0.00 3 18.76 1.45
1 11.78 0.55 4 4.23 6.41
2 22.29 0.90 5 9.30 22.17
3 12.89 33.36 6 0 1.89 0.00
4 0 22.19 0.00 1 1.59 5.56
1 8.37 7.85 2 10.04 4.44
2 10.46 6.27 3 8.29 1.05
3 7.41 20.39 4 14.16 0.07
4 1.70 11.13 5 4.47 3.05
4 6 3.45 9.44
5.2 Anisotropias dos Mapas de Multifreq
¨
uˆencia para Multipolos de Baixa
Ordem
Os coeficientes dos harmˆonicos esf´ericos do mapa CILC para baixos m´ultipolos ao mos-
trados na Tabela 5.1. Os coeficientes foram gerados de acordo com a Equa¸ao 1.4 uti-
lizando o programa Anafast do HEALPix. Os coeficientes a
lm
para l = 2 do WILC
ao a
20
= 11.48, a
21
= 0, 05 + 4, 86i, e a
22
= 14, 41 18, 80i. Para o SILC ao
a
20
= 7.51, a
21
= 1, 54 + 4, 82i, e a
22
= 18, 54 18, 01i. Para o TILC ao a
20
= 3.34,
a
21
= 0.26 + 4, 88i, e a
22
= 14, 88 17, 26i. As amplitudes dos a
2m
no mapa CILC ao
compat´ıveis com as amplitudes dos a
2m
dos mapas do WILC e do SILC.
Na Tabela 5.2 ao mostradas as potˆencias do quadrupolo e do octopolo do modelo ΛCDM
(Spergel et al., 2007) e dos mapas WILC, SILC, TILC e CILC, de acordo com δT
2
l
l (l + 1)C
l
/2π. Pode-se observar que os valores da potˆencia do quadrupolo dos mapas
analisados est˜ao abaixo do valor previsto pelo modelo ΛCDM. No entanto, estes valores
est˜ao dentro das barras de erro previstas.
Tabela 5.2 - Potˆencia do Quadrupolo e do Octopolo
Mapa δT
2
2
(µK
2
) δT
2
3
(µK
2
)
ΛCDM 1250 1143
WILC 248, 204 1048, 08
SILC 275, 443 949, 366
TILC 209, 370 1035, 10
CILC 234, 813 1056, 51
58
Os mapas CILC, WILC, SILC, TILC para os m´ultipolos l = 26 ao mostrados nas Figu-
ras 5.10, 5.11, 5.12, 5.13 e 5.14. Estes mapas foram gerados a partir do a
lm
dos respectivos
mapas de acordo com a Equa¸ao 1.2, utilizando o programa Synfast do HEALPix.
´
E
poss´ıvel observar algumas propriedades nestes mapas, como por exemplo, o alinhamento
entre o quadrupolo e octopolo. Estas caracter´ısticas tamb´em aparecem em outros mapas
de multipolos de baixa ordem (l 20). Tamb´em pode-se observar a planaridade de alguns
destes multipolos de baixa ordem, como por exemplo, no octopolo.
As propriedades de alinhamento, planaridade aparecem muito raramente nos mapas simu-
lados obtidos com o mo delo ΛCDM. arios autores sugerem que esses fenˆomenos ao ao
devidos `a contamina¸ao Gal´actica nos mapas do tipo ILC, pois eles aparecem em todos
os mapas analisados aqui.
Figura 5.10 - Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 2
59
Figura 5.11 - Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 3
Figura 5.12 - Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 4
60
Figura 5.13 - Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 5
Figura 5.14 - Mapas CILC, WILC, SILC, TILC para l = 6
61
5.3 Fun¸ao de Correla¸ao Angular e Espectro de Potˆencia
Na Figura 5.15 ao mostrados as fun¸oes de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC,
WILC, SILC, TILC, no eu inteiro, obtidas de acordo com a Equa¸ao 1.5. As fun¸oes de
correla¸ao de dois pontos para o hemisf´erio Norte e o hemisf´erio Sul est˜ao nas Figuras
5.16 e 5.17, respectivamente. As fun¸oes de correla¸ao angular dos mapas em an´alise ao
semelhantes para o eu inteiro. Para o hemisf´erio Norte e o hemisf´erio Sul as fun¸oes de
correla¸ao angular ao diferentes para α > 80
. Comparando os trˆes gr´aficos, observa-se
uma diferen¸ca na amplitude das fun¸oes de correla¸ao principalmente entre os hemisf´erios
Norte e Sul.
Figura 5.15 - Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (vermelho), SILC400(azul)
e TCM (verde)
62
Figura 5.16 - Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (vermelho), SILC400(azul),
e TCM (verde) para o hemisf´erio Norte.
Figura 5.17 - Fun¸ao de correla¸ao de dois pontos dos mapas CILC (preto), WILC (vermelho), SILC400(azul),
e TCM (verde) para o hemisf´erio Sul.
A estimativa dos espectros de potˆencia dos mapas CILC, WILC, SILC, TILC foi feita de
63
acordo com a Equa¸ao 1.6, utilizando o programa Anafast do HEALPix. Na Figura 5.18 ´e
mostrada a compara¸ao entre os espectros de potˆencia do CILC (preto), WILC (vermelho),
SILC400(azul) e TCM (verde). Nota-se um excelente acordo entre estes espectros de
potˆencia em l 20.
Figura 5.18 - Espectro de potˆencia do CILC (preto), WILC (vermelho), SILC400(azul) e TCM (verde)
64
6 CONCLUS
˜
AO
Neste trabalho obtivemos um novo mapa da RCFM com contamina¸ao Gal´actica minimi-
zada, principalmente a proveniente da emiss˜ao sincrotron. Na descontamina¸ao emprega-
mos o m´etodo ILC, com o qual se calculam os coeficientes de minimiza¸ao baseados em
uma estimativa do sinal da RCFM e de cada componente de emiss˜ao Gal´actica. Para en-
tender o comp ortamento das componentes de emiss˜ao Gal´actica utilizamos o MEM, com
os dados do GEM na freq
¨
uˆencia de 2300 MHz, combinados com outros dados dispon´ıveis
na literatura. Salientamos que este foi o primeiro trabalho que empregou os dados do
GEM para a limpeza dos dados da RCFM.
Observamos que o etodo ILC depende da resolu¸ao angular dos mapas utilizados na
an´alise. Quanto menor a resolu¸ao angular dos mapas, mais eficiente ´e o etodo. Para
obter o mapa CILC, suavizamos todos os mapas utilizados para resolu¸ao angular de 2
,
pois ´e esta a resolu¸ao do mapa do GEM. Portando, o mapa CILC possui contamina¸ao
Gal´actica residual um pouco maior na regi˜ao do plano Gal´actico que os outros mapas
descontaminados usando o mesmo m´etodo, por exemplo o WILC, o SILC e o TILC, que
suavizaram os mapas para a resolu¸ao angular de 1
. Esta estimativa da contamina¸ao
Gal´actica residual no mapa CILC foi feita usando a Equa¸ao 4.12, que ao ´e satisfeita em
uma pequena regi˜ao do plano Gal´actico. Com esta estimativa ´e poss´ıvel corrigir esta regi˜ao
do mapa CILC. Para corrigir este mesmo problema nos mapas WILC, SILC e TILC, seus
autores utilizaram-se de simula¸oes monte-carlo.
O mapa CILC possui propriedades semelhantes aos mapas WILC, SILC e TILC fora do
plano Gal´actico e algumas diferen¸cas no plano Gal´actico. O CILC difere em menos de
10% do WILC, do SILC e do TILC, quando analisados fora do plano Gal´actico. Na regi˜ao
do plano, a diferen¸ca ´e de cerca de 10% para o WILC e SILC e de 25% para o TILC. Isto
mostra que o CILC possui a mesma qualidade dos outros mapas dispon´ıveis. No plano
Gal´actico, a baixa correla¸ao possivelmente est´a ligada `a utiliza¸ao de mais um mapa
na estimativa do ´ındice espectral da emiss˜ao sincrotron, no caso o mapa GEM, o que a
princ´ıpio aumenta a confiabilidade dessa estimativa.
os estudamos as anisotropias dos mapas do tipo ILC em grandes escalas angulares, onde
a emiss˜ao Gal´actica ´e dominante. Os resultados obtidos para o CILC em grandes escalas
angulares est˜ao em boa concordˆancia com os resultados obtidos com os mapas WILC,
SILC e TILC. os encontramos um baixo valor para a potˆencia do quadrupolo de δT
2
2
=
234, 813 µK
2
, que est´a em concordˆancia com os valores reportados em outros estudos,
mas ´e diferente do previsto pelo Modelo Cosmol´ogico Padr˜ao. O mapa CILC possui as
mesmas propriedades do quadrupolo e octopolo (amplitude, alinhamento e planaridade)
65
que tamb´em a foram reportadas na literatura (Tegmark et al., 2003; Eriksen et al., 2004; Park
et al., 2007). Tamb´em reproduzimos no CILC a propriedade de assimetria Norte-Sul na
intencidade da fun¸ao de correla¸ao angular obtida no WILC. Estes testes mostram que
o mapa CILC est´a apto para aplica¸oes em estudos cosmol´ogicos.
66
REFER
ˆ
ENCIAS BIBLIOGR
´
AFICAS
Alpher, R. A.; Bethe, H.; Gamow, G. The Origin of Chemical Elements. Physical
Review, v. 73, p. 803–804, 1948. 19
Bennett, C. L.; Bay, M.; Halpern, M.; Hinshaw, G.; Jackson, C.; Jarosik, N.; Kogut, A.;
Limon, M.; Meyer, S. S.; Page, L.; Spergel, D. N.; Tucker, G. S.; Wilkinson, D. T.;
Wollack, E.; Wright, E. L. The Microwave Anisotropy Probe Mission. The
Astrophysical Journal, v. 583, p. 1–23, jan. 2003. 25
Bennett, C. L.; Hill, R. S.; Hinshaw, G.; Nolta, M. R.; Odegard, N.; Page, L.; Spergel,
D. N.; Weiland, J. L.; Wright, E. L.; Halpern, M.; Jarosik, N.; Kogut, A.; Limon, M.;
Meyer, S. S.; Tucker, G. S.; Wollack, E. First-Year Wilkinson Microwave Anisotropy
Probe (WMAP) Observations: Foreground Emission. Astrophysical Journal
Supplement Series, v. 148, p. 97–117, set. 2003. 15, 19, 21, 26, 29, 32, 33, 48, 49, 51
Bersanelli, M.; Maino, D.; Mennella, A. Anisotropies of the cosmic microwave
background. Nuovo Cimento Rivista Serie, v. 25, n. 9, p. 090000–82, set. 2002. 19,
23, 27
de Oliveira-Costa, A.; Tegmark, M. CMB multipole measurements in the presence of
foregrounds. Physical Review D, v. 74, n. 2, p. 023005–+, jul. 2006. 28, 48, 53
Dicke, R. H.; Peebles, P. J. E.; Roll, P. G.; Wilkinson, D. T. Cosmic Black-Body
Radiation. The Astrophysical Journal, v. 142, p. 414–419, 1965.
19
Dickinson, C.; Davies, R. D.; Davis, R. J. Towards a free-free template for CMB
foregrounds. Monthly Notice of the Royal Astronomical Society, v. 341, p.
369–384, maio 2003. 35
Draine, B. T.; Lazarian, A. Diffuse Galactic Emission from Spinning Dust Grains. The
Astrophysical Journal, v. 494, p. L19+, fev. 1998. 27, 37
Dunkley, J.; Komatsu, E.; Nolta, M. R.; Spergel, D. N.; Larson, D.; Hinshaw, G.; Page,
L.; Bennett, C. L.; Gold, B.; Jarosik, N.; Weiland, J. L.; Halpern, M.; Hill, R. S.; Kogut,
A.; Limon, M.; Meyer, S. S.; Tucker, G. S.; Wollack, E.; Wright, E. L. Five-Year
Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) Observations: Likelihoods and
Parameters from the WMAP data. ArXiv e-prints, v. 803, mar. 2008. 24
Eriksen, H. K.; Banday, A. J.; orski, K. M.; Lilje, P. B. On Foreground Removal from
the Wilkinson Microwave Anisotropy Probe Data by an Internal Linear Combination
67
Method: Limitations and Implications. The Astrophysical Journal, v. 612, p.
633–646, set. 2004. 19, 66
Ferreira, I. S. Polariza¸ao da Radia¸ao Gal´actica em 5 GHz : Instrumenta¸ao,
Medidas e Mapas. Tese (Doutorado) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
ao Jos´e dos Campos, Brasil, 2008. 41
Finkbeiner, D. P. A Full-Sky Hα Template for Microwave Foreground Prediction.
Astrophysical Journal Supplement Series, v. 146, p. 407–415, jun. 2003. 15, 35, 36,
46
Finkbeiner, D. P.; Davis, M.; Schlegel, D. J. Extrapolation of Galactic Dust Emission at
100 Microns to Cosmic Microwave Background Radiation Frequencies Using FIRAS.
The Astrophysical Journal, v. 524, p. 867–886, out. 1999. 15, 37, 46
Gamow, G. Synthesis of the Primeval Elements. Physical Review, v. 70, p. 572–573,
1948. 19, 20
Gold, B.; Bennett, C. L.; Hill, R. S.; Hinshaw, G.; Odegard, N.; Page, L.; Spergel, D. N.;
Weiland, J. L.; Dunkley, J.; Halpern, M.; Jarosik, N.; Kogut, A.; Komatsu, E.; Larson,
D.; Meyer, S. S.; Nolta, M. R.; Wollack, E.; Wright, E. L. Five-Year Wilkinson
Microwave Anisotropy Probe (WMAP) Observations: Galactic Foreground Emission.
The Astrophysical Journal, v. 803, mar. 2008. 15, 19, 25
orski, K. M.; et al. Analysis issues for large CMB data sets. In: Banday, A. J.; Sheth,
R. K.; da Costa, L. N. (Ed.). Evolution of Large Scale Structure : From
Recombination to Garching. [S.l.: s.n.], 1999. p. 37–+. 41
Haslam, C. G. T.; Cooke, D. J.; Day, G. A.; Wilson, W. E.; Graham, D. A.; Wielebinski,
R.; Cleary, M. N. The Parkes 408 MHz southern survey. Proceedings of the
Astronomical Society of Australia, v. 2, p. 331–334, out. 1975. 32
Haslam, C. G. T.; Klein, U.; Salter, C. J.; Stoffel, H.; Wilson, W. E.; Cleary, M. N.;
Cooke, D. J.; Thomasson, P. A 408 MHz all-sky continuum survey. I - Observations at
southern declinations and for the North Polar region. Astronomy and Astrophysics,
v. 100, p. 209–219, jul. 1981. 32
Haslam, C. G. T.; Quigley, M. J. S.; Salter, C. J. A 408 MHz survey of the galactic
anticentre region. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, v. 147, p.
405–+, 1970. 32
68
Haslam, C. G. T.; Salter, C. J.; Stoffel, H.; Wilson, W. E. A 408 MHz all-sky continuum
survey. II - The atlas of contour maps. Astronomy and Astrophysics, v. 47, p. 1–+,
jan. 1982. 15, 32, 33, 34, 45, 46
Haslam, C. G. T.; Wilson, W. E.; Graham, D. A.; Hunt, G. C. A further 408 MHz
survey of the northern sky. Astronomy and Astrophysics Supplement, v. 13, p.
359–+, mar. 1974. 32
Hauser, M. G.; Arendt, R. G.; Kelsall, T.; Dwek, E.; Odegard, N.; Weiland, J. L.;
Freudenreich, H. T.; Reach, W. T.; Silverberg, R. F.; Moseley, S. H.; Pei, Y. C.; Lubin,
P.; Mather, J. C.; Shafer, R. A.; Smoot, G. F.; Weiss, R.; Wilkinson, D. T.; Wright,
E. L. The COBE Diffuse Infrared Background Experiment Search for the Cosmic
Infrared Background. I. Limits and Detections. The Astrophysical Journal, v. 508, p.
25–43, nov. 1998. 23
Hinshaw, G.; Nolta, M. R.; Bennett, C. L.; Bean, R.; Dor´e, O.; Greason, M. R.; Halpern,
M.; Hill, R. S.; Jarosik, N.; Kogut, A.; Komatsu, E.; Limon, M.; Odegard, N.; Meyer,
S. S.; Page, L.; Peiris, H. V.; Spergel, D. N.; Tucker, G. S.; Verde, L.; Weiland, J. L.;
Wollack, E.; Wright, E. L. Three-Year Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP)
Observations: Temperature Analysis. Astrophysical Journal Supplement Series,
v. 170, p. 288–334, jun. 2007. 15, 19, 27, 28, 29, 45, 46, 48, 50, 51, 53
Hinshaw, G.; Weiland, J. L.; Hill, R. S.; Odegard, N.; Larson, D.; Bennett, C. L.;
Dunkley, J.; Gold, B.; Greason, M. R.; Jarosik, N.; Komatsu, E.; Nolta, M. R.; Page, L.;
Spergel, D. N.; Wollack, E.; Halpern, M.; Kogut, A.; Limon, M.; Meyer, S. S.; Tucker,
G. S.; Wright, E. L. Five-Year Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP)
Observations: Data Processing, Sky Maps, and Basic Results. Astrophysical Journal
Supplement Series, v. 803, mar. 2008. 19, 25
Hu, W.; Dodelson, S. Cosmic Microwave Background Anisotropies. Annual Review of
Astronomy and Astrophysics, v. 40, p. 171–216, 2002. 15, 22
Jones, W. C.; Ade, P. A. R.; Bock, J. J.; Bond, J. R.; Borrill, J.; Boscaleri, A.; Cabella,
P.; Contaldi, C. R.; Crill, B. P.; de Bernardis, P.; De Gasperis, G.; de Oliveira-Costa, A.;
De Troia, G.; di Stefano, G.; Hivon, E.; Jaffe, A. H.; Kisner, T. S.; Lange, A. E.;
MacTavish, C. J.; Masi, S.; Mauskopf, P. D.; Melchiorri, A.; Montroy, T. E.; Natoli, P.;
Netterfield, C. B.; Pascale, E.; Piacentini, F.; Pogosyan, D.; Polenta, G.; Prunet, S.;
Ricciardi, S.; Romeo, G.; Ruhl, J. E.; Santini, P.; Tegmark, M.; Veneziani, M.; Vittorio,
N. A Measurement of the Angular Power Spectrum of the CMB Temperature
Anisotropy from the 2003 Flight of BOOMERANG. The Astrophysical Journal,
v. 647, p. 823–832, ago. 2006. 24
69
Lachi`eze-Rey, M.; Gunzig, E. The Cosmological Background Radiation. [S.l.]:
Computers and Biomedical Research, 1999. 20
Mather, J. C.; Cheng, E. S.; Eplee JR., R. E.; Isaacman, R. B.; Meyer, S. S.; Shafer,
R. A.; Weiss, R.; Wright, E. L.; Bennett, C. L.; Boggess, N. W.; Dwek, E.; Gulkis, S.;
Hauser, M. G.; Janssen, M.; Kelsall, T.; Lubin, P. M.; Moseley JR., S. H.; Murdock,
T. L.; Silverberg, R. F.; Smoot, G. F.; Wilkinson, D. T. A preliminary measurement of
the cosmic microwave background spectrum by the Cosmic Background Explorer
(COBE) satellite. The Astrophysical Journal, v. 354, p. L37–L40, maio 1990. 15, 23
Mather, J. C.; Fixsen, D. J.; Shafer, R. A.; Mosier, C.; Wilkinson, D. T. Calibrator
Design for the COBE Far-Infrared Absolute Spectrophotometer (FIRAS). The
Astrophysical Journal, v. 512, p. 511–520, fev. 1999. 19, 21
Mezger, P. G.; Henderson, A. P. Galactic H II Regions. I. Observations of Their
Continuum Radiation at the Frequency 5 GHz. The Astrophysical Journal, v. 147,
p. 471–+, fev. 1967. 35
Oster, L. Free-Free Emission in the Radio-Frequency Range. The Astrophysical
Journal, v. 66, p. 50–+, mar. 1961.
34
Park, C.-G.; Park, C.; Gott, J. R. I. Cleaned 3 Year Wilkinson Microwave Anistropy
Probe Cosmic Microwave Background Map: Magnitude of the Quadrupole and
Alignment of Large-Scale Modes. The Astrophysical Journal, v. 660, p. 959–975,
maio 2007. 19, 28, 48, 53, 66
Penzias, A. A.; Wilson, R. W. A Measurement of Excess Antenna Temperature at 4080
Mc/s. The Astrophysical Journal, v. 142, p. 419–421, jul. 1965. 19
Press, W. H.; Teukolsky, S. A.; Vetterling, W. T.; Flannery, B. P. Numerical recipes
in FORTRAN. The art of scientific computing. [S.l.]: Cambridge: University
Press, |c1992, 2nd ed., 1992. 785-817 p. 43
Readhead, A. C. S.; Myers, S. T.; Pearson, T. J.; Sievers, J. L.; Mason, B. S.; Contaldi,
C. R.; Bond, J. R.; Bustos, R.; Altamirano, P.; Achermann, C.; Bronfman, L.;
Carlstrom, J. E.; Cartwright, J. K.; Casassus, S.; Dickinson, C.; Holzapfel, W. L.; Kovac,
J. M.; Leitch, E. M.; May, J.; Padin, S.; Pogosyan, D.; Pospieszalski, M.; Pryke, C.;
Reeves, R.; Shepherd, M. C.; Torres, S. Polarization Observations with the Cosmic
Background Imager. Science, v. 306, p. 836–844, out. 2004. 24
Reich, P.; Reich, W. A radio continuum survey of the northern sky at 1420 MHz. II.
Astronomy and Astrophysics, v. 63, p. 205–288, fev. 1986.
32
70
Reich, P.; Testori, J. C.; Reich, W. 1420MHz radio continuum survey of the southern
sky (Reich+, 2001). VizieR Online Data Catalog, v. 337, set. 2001. 32
. A radio continuum survey of the southern sky at 1420 MHz. The atlas of contour
maps. Astronomy and Astrophysics, v. 376, p. 861–877, set. 2001. 32
Reich, W. A radio continuum survey of the northern sky at 1420 MHz. I. Astronomy
and Astrophysics Supplement Series, v. 48, p. 219–297, maio 1982. 32
Reichardt, C. L.; Ade, P. A. R.; Bock, J. J.; Bond, J. R.; Brevik, J. A.; Contaldi, C. R.;
Daub, M. D.; Dempsey, J. T.; Goldstein, J. H.; Holzapfel, W. L.; Kuo, C. L.; Lange,
A. E.; Lueker, M.; Newcomb, M.; Peterson, J. B.; Ruhl, J.; Runyan, M. C.; Staniszewski,
Z. High resolution CMB power spectrum from the complete ACBAR data set. ArXiv
e-prints, v. 801, jan. 2008. 24
Rodrigues, R. Um Experimento para Medir o Brilho Total do eu em
Comprimentos de Onda Centim´etricos. Disserta¸ao (Mestrado) Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, ao Jos´e dos Campos, Brasil, 2000. 41
Rybicki, G.; Lightman, A. Radiative processes in astrophysics. [S.l.]: New York,
Wiley-Interscience, 1979. 393 p., 1979. 34
Schlegel, D. J.; Finkbeiner, D. P.; Davis, M. Maps of Dust Infrared Emission for Use in
Estimation of Reddening and Cosmic Microwave Background Radiation Foregrounds.
The Astrophysical Journal, v. 500, p. 525–+, jun. 1998. 27, 37
Smoot, G.; Bennett, C.; Weber, R.; Maruschak, J.; Ratliff, R.; Janssen, M.; Chitwood,
J.; Hilliard, L.; Lecha, M.; Mills, R.; Patschke, R.; Richards, C.; Backus, C.; Mather, J.;
Hauser, M.; Weiss, R.; Wilkinson, D.; Gulkis, S.; Boggess, N.; Cheng, E.; Kelsall, T.;
Lubin, P.; Meyer, S.; Moseley, H.; Murdock, T.; Shafer, R.; Silverberg, R.; Wright, E.
COBE Differential Microwave Radiometers - Instrument design and implementation.
The Astrophysical Journal, v. 360, p. 685–695, set. 1990. 19, 23
Smoot, G. F.; Gorenstein, M. V.; Muller, R. A. Detection of anisotropy in the cosmic
blackbody radiation. Physical Review Letters, v. 39, p. 898–901, out. 1977. 21
Spergel, D. N.; Bean, R.; Dor´e, O.; Nolta, M. R.; Bennett, C. L.; Dunkley, J.; Hinshaw,
G.; Jarosik, N.; Komatsu, E.; Page, L.; Peiris, H. V.; Verde, L.; Halpern, M.; Hill, R. S.;
Kogut, A.; Limon, M.; Meyer, S. S.; Odegard, N.; Tucker, G. S.; Weiland, J. L.; Wollack,
E.; Wright, E. L. Three-Year Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP)
Observations: Implications for Cosmology. Astrophysical Journal Supplement
Series, v. 170, p. 377–408, jun. 2007. 19, 25, 58
71
Spergel, D. N.; Verde, L.; Peiris, H. V.; Komatsu, E.; Nolta, M. R.; Bennett, C. L.;
Halpern, M.; Hinshaw, G.; Jarosik, N.; Kogut, A.; Limon, M.; Meyer, S. S.; Page, L.;
Tucker, G. S.; Weiland, J. L.; Wollack, E.; Wright, E. L. First-Year Wilkinson
Microwave Anisotropy Probe (WMAP) Observations: Determination of Cosmological
Parameters. The Astrophysical Journal, v. 148, p. 175–194, set. 2003. 19, 25
Tegmark, M.; de Oliveira-Costa, A.; Hamilton, A. J. High resolution foreground cleaned
CMB map from WMAP. Physical Review D, v. 68, n. 12, p. 651–659, dez. 2003. 19,
48, 66
Tello, C. Um Experimento para Medir o Brilho Total do eu em
Comprimentos de Onda Centim´etricos. Tese (Doutorado) Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, ao Jos´e dos Campos, Brasil, 1997. 15, 28, 41
Tello, C.; Villela, T.; Ferreira, I. S.; Smoot, G. The 1465 GHz Continuum Survey of the
GEM. in preparation, 2008. 41
Tello, C.; Villela, T.; Smoot, G. F.; Torres, S.; Bersanelli, M. A New Radio Continuum
Survey of the Sky at 1465 MHz Between Declinations -52 and +68 Degrees. In: Lasenby,
A. N.; Wilkinson, A. (Ed.). New Cosmological Data and the Values of the
Fundamental Parameters. [S.l.: s.n.], 2005. (IAU Symposium, v. 201), p. 138. 41
Tello, C.; Villela, T.; Torres, S.; Bersanelli, M.; Smoot, G. F.; Ferreira, I. S.; Cingoz, A.;
Lamb, J.; Barbosa, D.; Perez-Becker, D.; Ricciardi, S.; Currivan, J. A.; Platania, P.;
Maino, D. The 2.3 GHz continuum survey of the GEM project. ArXiv, v. 712, dez.
2007. 15, 29, 40, 41, 42, 45
Torres, S. Comunica¸ao Pessoal. [S.l.], 1995. 41
Torres, S.; Ca˜non, V.; Casas, R.; Uma˜na, A.; Tello, C.; Villela, T.; Bersanelli, M.;
Bensadoun, M.; de Amici, G.; Limon, M.; Smoot, G.; Witebsky, C. The GEM project:
An international collaboration to survey galactic radiation emission. Astrophysics and
Space Science, v. 240, p. 225–234, set. 1996.
41
72
PUBLICA¸C
˜
OES T
´
ECNICO-CIENT
´
IFICAS EDITADAS PELO INPE
Teses e Disserta¸oes (TDI) Manuais ecnicos (MAN)
Teses e Disserta¸oes apresentadas nos Cur-
sos de os-Gradua¸ao do INPE.
ao publica¸oes de car´ater t´ecnico que in-
cluem normas, procedimentos, instru¸oes e
orienta¸oes.
Notas T´ecnico-Cient´ıficas (NTC) Relat´orios de Pesquisa (RPQ)
Incluem resultados preliminares de pes-
quisa, descri¸ao de equipamentos, descri-
¸ao e ou documenta¸ao de programas de
computador, descri¸ao de sistemas e ex-
perimentos, apresenta¸ao de testes, dados,
atlas, e documenta¸ao de projetos de en-
genharia.
Reportam resultados ou progressos de pes-
quisas tanto de natureza t´ecnica quanto ci-
ent´ıfica, cujo n´ıvel seja compat´ıvel com o
de uma publica¸ao em peri´odico nacional
ou internacional.
Propostas e Relat´orios de Projetos
(PRP)
Publica¸oes Did´aticas (PUD)
ao propostas de projetos t´ecnico-
cient´ıficos e relat´orios de acompanhamento
de projetos, atividades e convˆenios.
Incluem apostilas, notas de aula e manuais
did´aticos.
Publica¸oes Seriadas Programas de Computador (PDC)
ao os seriados ecnico-cient´ıficos: b ole-
tins, peri´odicos, anu´arios e anais de even-
tos (simp´osios e congressos). Constam des-
tas publica¸oes o Internacional Standard
Serial Number (ISSN), que ´e um odigo
´unico e definitivo para identifica¸ao de t´ı-
tulos de seriados.
ao a seq
¨
uˆencia de instru¸oes ou odigos,
expressos em uma linguagem de progra-
ma¸ao compilada ou interpretada, a ser
executada por um computador para alcan-
¸car um determinado objetivo. Aceitam-se
tanto programas fonte quanto os execut´a-
veis.
Pr´e-publica¸oes (PRE)
Todos os artigos publicados em peri´odicos,
anais e como cap´ıtulos de livros.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo