41
5.2.2 Avaliação da influência do tratamento neonatal com pCPA em ratos adultos
no teste do labirinto em cruz elevado (LCE)
Ocorreu um aumento significativo do número de entradas das fêmeas tratadas no
braço aberto em relação as do grupo controle (7,8 ± 0,3 versus 4,9 ± 0.4; P ˂ 0,001) e
em comparação aos machos tratados (7,8 ± 0,3 versus 4,6 ± 0,4; P ˂ 0,001) (Fig. 15A).
Além disso, houve um aumento significativo do número de entradas no braço fechado
das fêmeas tratadas em relação as do grupo controle (10,2 ± 0,6 versus 6,2 ± 0,4; P ˂
0,001) e em comparação aos machos tratados (7,8 ± 0,3versus 5,0 ± 0,3; P ˂ 0,001)
(Fig. 15A). Ademais, o tempo gasto pelos machos tratados no braço aberto foi
significativamente maior em comparação aos do grupo controle (148,8 ± 8,8 versus 99,7
± 21,4 s; P ˂ 0,05) e significativamente maior nas fêmeas tratadas em relação as do
grupo controle (140,7 ± 3,1 versus 78,0 ± 7,9 s; P ˂ 0,01) (Tab. 2). O tempo gasto pelas
fêmeas do grupo tratado no braço fechado foi significativamente menor do que as
fêmeas do grupo controle (102,9 ± 3,6 versus 162,2 ± 9,6 s; P ˂ 0,01) (Tab. 2). A
porcentagem do número de entradas no braço aberto não foi estatisticamente
significativa em nenhum dos grupos experimentais, em contrapartida, esta porcentagem
relacionada ao tempo gasto pelas fêmeas do grupo tratado no braço aberto foi
significativamente maior em relação às fêmeas do grupo controle (58,2 ± 0,8 versus
32,9 ± 3,3%; P ˂ 0,001) e em relação aos machos tratados e controles (53,6 ± 2.8 versus
36,2 ± 5,2; P ˂ 0,05 (Tab. 2 e Fig 15B). O número de H.D. realizado pelos machos
tratados no braço aberto foi significativamente maior em comparação aos machos do
grupo controle (12,9 ± 1,3 versus 5.0 ± 1,4; P ˂ 0,001), que foi significativamente
menor em relação às fêmeas do grupo controle (5,0 ± 1,4 versus 12,9 ± 1,3; P ˂ 0,001)
(Fig. 16). Em relação ao número de H.D. na área protegida, as fêmeas do grupo tratado
realizaram um menor número de episódios, estatisticamente significativo, em relação às
fêmeas do grupo controle (4,7 ± 0,7 versus 8,3 ± 0,6; P ˂ 0,01) (Fig. 15). O número de
S.A.P. foi significativamente menor nos machos do grupo tratado em relação aos
machos do grupo controle (2,5 ± 0,5 versus 8,0 ± 1,4; P ˂ 0,001) e significativamente
menor nas fêmeas tratadas em comparação às fêmeas do grupo controle (2,2 ± 0,2
versus 9,4 ± 0,6; P ˂ 0,001) (Fig. 17). O número de movimentos verticais realizado
pelos machos tratados foi significativamente menor em relação aos do grupo controle
(9,8 ± 1,1versus 17,1 ± 2,0; P ˂ 0,01) (Tab. 2). O número de grooming foi
significativamente menor nos machos do grupo tratado em relação aos do grupo
controle (2,1 ± 0,2 versus 4,4 ± 0,6; P ˂ 0,01) (Tab. 2). Em relação aos bolos fecais
emitidos não houve diferença estatisticamente significativa (Tab. 2).
A partir dos resultados obtidos nos machos tratados com pCPA ficou evidente a
presença de uma atividade ansiolítica refletida no maior tempo gasto no braço aberto do
aparato, além de diferenças significativas nos parâmetros etológicos: maior número de
head-dipping no braço aberto e menor número de grooming e S.A.P. Ademais, o tempo
de permanência dos machos nos braços fechados não foi significativo em relação aos do
grupo controle. Em relação às fêmeas tratadas com pCPA, os resultados nos permitem
especular a existência de uma atividade ansiolítica refletida em um maior número de
entradas e maior tempo de permanência no braço aberto, além da redução de parâmetros
etológicos como o head-dipping na área protegida e S.A.P (CRUZ et al., 1994;
RODGERS E JOHNSON, 1995; RAMOS et al., 1997). Esta observação corrobora com
os dados obtidos por Wilson et al. (1992) que observaram uma atividade ansiolítica em
fêmeas intactas e androgenizadas tratadas com pCPA no mesmo período neonatal. Estes