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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS - CTRN
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
ÁREA DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL AO LONGO DA ALÇA SUDOESTE DA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
ADRIANO ALEX NASCIMENTO GOMES
CAMPINA GRANDE
PARAÍBA
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DEGRADAÇÃO AMBIENTAL AO LONGO DA ALÇA SUDOESTE DA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
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ADRIANO ALEX NASCIMENTO GOMES
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL AO LONGO DA ALÇA SUDOESTE DA
CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em
Engenharia Agrícola da Universidade Federal de
Campina Grande, em cumprimento às exigências para
obtenção do Grau de Mestre.
Área de Concentração: Irrigação e Drenagem
Linha de Pesquisa: Desastre Ambiental
JOÃO MIGUEL DE MORAES NETO
Orientador
CAMPINA GRANDE
2007
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, pelo seu amor infinito e pela
inspiração que me permitiu obter mais essa conquista.
A Nossa Senhora, Rainha do céu e da terra, pela sua intercessão.
A minha mãe, a grande mulher da minha vida, que está sempre do meu lado,
confiando em mim e me apoiando sempre nas minhas decisões.
Aos meus irmãos que sempre torceram por minhas conquistas.
A minha prima Gerlane Costa, pela força, pelo carinho e pela cumplicide nesses
dois anos de mestrado.
Aos amigos que em Teresina-PI torceram e compreenderam minha ausência em
momentos especiais.
Aos amigos do Grupo de Oração Cristo Rei pelas orações.
Aos amigos de Campina Grande, Abenício Santiago Junior, Adriano Freire e
Daniel Obandin, que estando perto me sustentavam com palavras e força.
Aos pesquisadores Dr. Aderson Soares Andrade Junior e Dr. Edson Bastos, da
Embrapa Meio Norte, pelo incentivo e pela força.
Aos amigos da Embrapa Meio Norte, pela torcida.
Aos funcionários do Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e
Sensoriamento Remoto, especialmente Miguel e David, pela indispensável colaboração
neste trabalho.
Ao professor Dr. João Miguel de Moraes Neto pela paciência, esforço e estímulo
na construção deste trabalho, sendo incansável mesmo quando cansado, assim, atribuo a
ele a possibilidade de execução e conclusão deste.
DEDICO
Dedico esse trabalho em memória do meu pai, João Batista Gomes da Silva.
Saudade
Só se tem saudade do que é bom
E se eu chorei de saudade não foi por fraqueza
Foi porque amei
E se eu chorei quem vai me criticar?
Só quem não amou, quem não chorou
Quem se esqueceu que é ser humano
Quem não viveu, quem não sofreu
Quem já morreu e se esqueceu de deitar.
Diácomo Nesinho Correa.
Te Amo Pai
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................i
RESUMO.........................................................................................................................ii
ABSTRACT....................................................................................................................iii
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................1
2. OBJETIVOS ...............................................................................................................5
2.1 – Objetivo Geral .................................................................................................5
2.2 – Objetivos Específicos ......................................................................................5
3. CARACTERÍSTICAS DA ÁREA ............................................................................6
3.1 – Localização ......................................................................................................6
3.2 – Clima ...............................................................................................................7
3.3 – Vegetação ........................................................................................................8
3.4 – Solo ..................................................................................................................9
4. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ...............................................................................10
4.1 – Degradação Ambiental .................................................................................10
4.2 – Desastres ........................................................................................................14
4.3 – Sensoriamento Remoto .................................................................................17
4.3.1 – Sensoriamento remoto na análise ambiental .....................................19
5. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................21
6. DISCUSSÃO ............................................................................................................24
6.1 – Estudo Temporal ..........................................................................................24
7. CONCLUSÕES .......................................................................................................49
8. RECOMENDAÇÕES .............................................................................................50
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................51
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Mapa da divisão política do estado da Paraíba............................................5
FIGURA 2 - Classificação Climática e de Köppen..........................................................6
FIGURA 3 - Vegetação Natural.......................................................................................7
FIGURA 4 - Imagem RGB 543 com aplicação de contraste para o ano de 1989 do
Landsat-5. .......................................................................................................................23
FIGURA 5 - Imagem multiespectral ajustada ...............................................................24
FIGURA 6 - Mapa de degradação ambiental ................................................................26
FIGURA 7 - Vista superior da cidade de Campina Grande - Imagem do Google Terra
do ano de 2006. ...............................................................................................................27
FIGURA 8 - Vista superior do Lixão, Bairro do Mutirão e área degradada - Imagem do
Google terra de 2006.......................................................................................................28
FIGURA 9 - Grande área degradada (Lat. 14’ 52,5” e Long. 35º 56’
8,3”).................................................................................................................................29
FIGURA 10 - Vista superior do lixão (Imagem 2006, Digital Google Terra)...............30
FIGURA 11 - Vista superior de área degrada - Imagem do Google Terra de
2006.................................................................................................................................31
FIGURA 12 - área degradada devido ao desmatamento e retirada de material para
construção civil (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long.35º 56’ 8,3”).................................................32
FIGURA 13 - área degradada devido ao desmatamento e retirada de material para
construção civil (Lat. 7º14’ 52,5” e Long. 35º 56’ 8,3”)................................................32
FIGURA 14 - Área degradada com formação de sulco (Lat. 14’ 52,5” e Long. 35º
56’ 8,3”)...........................................................................................................................33
FIGURA 15 - Área degradada com formação de sulco (Lat. 14’ 52,5” e Long. 35º
56’ 8,3”)...........................................................................................................................33
FIGURA 16 - Área degradada com carreamento de material orgânico (Lat. 7º 14’ 52,5”
e Long. 35º 56’ 8,3”)......................................................................................................34
FIGURA 17 - Imagem RGB 543 com aplicação de contraste para o ano de 1989 do
Landsat-5. drenagem superficial da área.........................................................................36
FIGURA 18 - Área com esgoto a céu aberto em área destinado à pastagem (Lat. 16’
25,5” e Long. 35º 54’ 27,9”)...........................................................................................37
FIGURA 19 - Área com lixo jogado a céu aberto (Lat. 16’ 26”e Long. 35º 54’
27,9”)...............................................................................................................................38
FIGURA 20 Lixo orgânico jogado em terreno (Lat. 14’ 52,5” e Long. 35
o
56’
8,3”).................................................................................................................................38
FIGURA 21 - Esgoto a céu aberto com animais no bairro de Mutirão (Lat. 7º 13’ 37,6”
e Long. 35º 57’ 2,2”).....................................................................................................39
FIGURA 22 - Esgoto a céu aberto com criação de porcos ao lado (Lat. 13’ 37,6” e
Long. 35º 57’ 2,2”).........................................................................................................39
FIGURA 23 - Retirada de material para construção civil no bairro de Mutirão (Lat. 7º
13’ 55,4” e Long. 35º 56’ 34,1”).....................................................................................40
FIGURA 24 - Vista superior do bairro de Mutirão - Imagem do Google Terra de
2006.................................................................................................................................41
FIGURA 25 - Área degradada com formação de sulcos (Lat. 13’55,4” e Long. 35º
56’34,1”)..........................................................................................................................42
FIGURA 26 - Área degradada com formação de sulcos (Lat. 13’55,4” e Long. 35º
56’34,1”)..........................................................................................................................42
FIGURA 27 - Área de pastagem, com açude pequeno e ao fundo vista parcial da cidade
de Campina Grande (Lat. 7º16’ 25,5” e Long. 35º 53’ 58,8”)........................................43
FIGURA 28 - Área agrícola com pequeno açude e pastagem (Lat 12’ 35,1” e Long.
35º 57’ 8,3”).....................................................................................................................44
FIGURA 29 - Crescimento urbano, construção habitacional (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long.
35
o
56’ 8,3”).....................................................................................................................44
FIGURA 30 - Vista superior de empreendimentos urbanos na alça sudoeste - imagem
do Google Terra de 2006, interface do meio urbano com o rural...................................45
RESUMO
Objetivou-se com esse trabalho usar técnicas de Sensoriamento Remoto e SIG para
avaliar a degradação ambiental na alça sudoeste da cidade de Campina Grande, com
base nas imagens do Landsat 5 do ano de 1989 e imagens do Google Terra de 2006.
Observou-se que a área em estudo está localizado numa região de interface entre o meio
rural e urbano. A degradação ambiental está diretamente relacionada com a ação do
homem sobre o meio ambiente, ou seja, da forma como o homem se apropria dos
recursos ambientais sem um controle sobre os mesmos, portanto, a área vem sofrendo
uma degradação ambiental devido a essa expansão urbana sem controle e sem
fiscalização. Áreas o desmatadas, material do solo é retirado para a construção civil,
lixo jogado a céu aberto sem coleta e falta de saneamento básico nas comunidades
periféricas, todos esses são problemas relacionados à expansão. Um dos graves
problemas encontrado na região foi o lixão, localizado na área mais verde e alta da
região e comprometendo os recursos hídricos. Observou-se que nos últimos anos a alça
sudoeste vem sofrendo muito com essa degradação, podemos encontrar áreas em
processo de formação de núcleo de desertificação e cada vez mais áreas degradadas vão
surgindo. Logo os fatores decisivos para a degradação ambiental da região foram à
retirada de material para a construção civil, e a falta de uma política de fiscalização e de
controle.
ABSTRACT
It was aimed at with that work to use techniques of Remote Sensoriament and SIG to
accomplish the evaluation of the environmental degradation in the Southwest loop of
the city of Campina Grande, with base in the images of Landsat - 5 of the year of 1989
and images of the Google earth of 2006. It was observed that the area in study is located
in an interface area among the rural and urban way. The environmental degradation is
directly related with the man's action on the environment, in other words, in the way as
the man appropriates of the environmental resources without a control on the same
ones, therefore, the area is suffering an environmental degradation due to that urban
expansion without control and without fiscalization. Areas are deforested, material of
the soil is removed for the building site, garbage played to open sky without collection
and lack of basic sanitation in the outlying communities and all those are problems
related to the expansion. One of the serious problems found in the area was the "I fill
with earth bathroom", located in the greenest and high area of the area and committing
the resources hidric. It was observed that in the last years the Southwest loop is
suffering a lot with that degradation, we can find areas in process of formation of
desertification nucleus and more and more degraded areas are going appearing.
Therefore the decisive factors for the environmental degradation of the area went to the
material retreat to the building site, and the lack of a fiscalization politics and of control.
1
CAPITULO 1
Introdução
Campina Grande se tornou cidade em 1854, o ano em que deixou de ser uma
vila conhecida como Porta do Sertão. Prosperava então, como entreposto comercial entre o
litoral e o sertão. Na década de 1940, o desenvolvimento do comércio, principalmente do
algodão, dotou a cidade de uma infra-estrutura urbana que incluía energia, água e uma
malha viária que se adequava aos padrões da época. Tal desenvolvimento acentuou as
correntes migratórias, que inchavam a cidade, e acentuava o crescimento desordenado. O
crescimento industrial, observado nos anos 60, que segundo a SUDENE (Superintendência
de Desenvolvimento do Nordeste), transformou Campina Grande, no maior centro industrial
do Nordeste, veio a contribuir com o aumento desordenado da cidade. Durante a década de
80, a população da cidade cresceu 44% alcançando, segundo o censo de 2005, a marca de
376.132 habitantes. A prolongada crise econômica verificada neste período, bem como os
períodos de seca, intensificou o processo de estagnação da renda da população rural e a
migração para um centro onde havia maior dinamismo econômico e apresentava como
alternativa às populações circunvizinhas.
A esta crescente população se impunha um quadro de grave crise institucional e
econômica, marcado, sobretudo pela desigualdade, não apenas socioeconômica, mas
também na prestação de serviços públicos de todos os tipos, evidenciada principalmente
pela falta de uma política de regulamentação fundiária adequada, planejamento, organização
do espaço e na ocupação do solo urbano. Onde a população mais carente se é empurrada
a viver em favelas, geralmente implantadas de forma irregular na periferia e em áreas de
risco, vulneráveis a desastres e absolutamente desassistidas de infra-estrutura básica.
2
Nas ultimas décadas temos observado que o meio ambiente vem sofrendo alterações
significativas, é produto dos crescentes conflitos decorrentes do aumento populacional e da
adoção de modelos de desenvolvimento econômico/tecnológico.
Dentre outros aspectos, a sociedade contemporânea tem se caracterizado por
apresentar crescentes taxas de consumo e de concentração urbana, o que acaba por impor
novas metas para a expansão industrial. Tal fato traz consigo a necessidade explosiva de
exploração de recursos naturais.
O resultado do marcante descompasso entre um adequado planejamento do
desenvolvimento industrial e a indispensável consideração das potencialidades e limitações
do meio ambiente tem acarretado impactos ambientais que, muitas vezes, se constituem em
ameaça à própria vida, não raro comprometendo o sucesso de muitos empreendimentos.
O desencadeamento de diferentes fontes de poluição, a expressiva geração de
diferentes tipos de resíduos, o registro de crescentes desmatamentos, a acentuada
degradação de solos agricultáveis, os constantes acidentes naturais e antrópicos que afetam a
população, são alguns dos exemplos que podem ser observados em várias regiões de
Campina Grande.
Até recentemente, o foco da temática ambiental vinha sendo unicamente a análise e o
diagnóstico ambientais, procurando identificar causas e relacioná-las aos efeitos antrópicos.
Atualmente, a preocupação tem sido ampliada, considerando também a busca de soluções
para minimizar as ações impactantes do sistema produtivo.
Apesar da importância dos temas relacionados com a degradação ambiental, as
pesquisas realizadas na área são muito limitadas, especialmente na Paraíba. Conforme
Rodrigues (1997) o poucos os trabalhos desenvolvidos em nível local, predominando
aqueles de caráter geral para toda a região Nordeste, sem contar que apenas uma pequena
quantidade desse material está disponível em bibliotecas públicas.
As condições adversas do meio ambiente, associadas ao desenvolvimento de
atividades econômicas ainda bastante rudimentares, e a extrema vulnerabilidade do sistema
produtivo, se constituem em aspectos desfavoráveis à produção agrícola e ao manejo dos
recursos naturais nas regiões semi-áridas (Fernandes, 1997).
A degradação do solo ocasionada pela erosão hídrica e eólica (Rocha, 1999)
resultante da influência das atividades do homem, está ligada à falta de cobertura vegetal,
fazendo com que a precipitação pluviométrica faça o arraste das camadas do solo. Levando-
se em consideração à dinâmica da ocupação das áreas urbanas e a velocidade de degradação
das terras nas regiões oeste e norte de Campina Grande, a utilização de imagens de satélite,
3
complementada com o trabalho de campo, é de fundamental importância no monitoramento
do meio ambiente, para se avaliar o grau e a intensidade da degradação das terras. O
município de Campina Grande carece de informações sobre a forma de organização do seu
espaço geográfico e ocupação do solo, principalmente nas áreas periféricas, onde ocorre de
forma desordenada.
Para o acompanhamento desse evento de caráter dinâmico, é necessário dispor de
uma fonte de dados com agilidade temporal que satisfaça ao lapso de tempo de mudanças
impostas pela ocupação agrícola e pela ocupação desordenada, o que se enquadra nas
técnicas de sensoriamento remoto (Pinto et al., 1989).
O advento do sensoriamento remoto surgiu, também, como uma alternativa viável,
nos aspectos técnicos e econômicos para levantamento e classificação de cobertura vegetal e
uso da terra, pois alia a rapidez e precisão a um custo relativamente baixo.
A metodologia adotada na realização deste estudo é o resultado da reunião de
trabalhos desenvolvidos, que aplicaram as técnicas de sensoriamento remoto e sistema de
informação geográfica na avaliação da degradação ambiental.
O presente estudo que abrange parte do Município de Campina Grande,
especificamente a Alça sudoeste, no Agreste paraibano, destaca os efeitos negativos ao meio
ambiente, causados pela ocupação desordenada causado pelo crescimento urbano da cidade
e pelo mau uso da terra pela agricultura.
4
CAPITULO 2
2.1 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar a degradação ambiental ao longo
da alça sudoeste da cidade de Campina Grande, utilizando-se o Sensoriamento Remoto e
SIG como ferramentas de estudo.
2.2 Objetivos Específicos:
Identificar as causas da degradação ambiental ao longo da alça sudoeste da cidade de
Campina Grande;
Avaliar a evolução temporal da degradação ambiental ao longo da alça sudoeste da
cidade de Campina Grande.
5
CAPITULO 3
Característica da Área
3.1 – Localização
Campina Grande esta localizada no Agreste da Borborema, região leste do estado da
Paraíba, possui uma área de 644,10 km². Faz fronteira ao Norte com os municípios de
Massaranduba, Lagoa Seca, Pocinhos e Puxinanã; a leste com Assis Chateaubriand, e Ingá;
ao sul com Fagundes, Queimadas, Boqueirão e Caturité e a oeste com o município de Boa
Vista (Figura 1).
Figura 1 – Mapa da divisão política do estado da Paraíba
O município é ainda dividido em 6 distritos: Campina Grande, Boa Vista, Catolé,
São José da Mata, Santa Terezinha e Galante. A cidade de Campina Grande ocupa o trecho
Campina
Área de Estudo
LEGENDA
6
mais alto do Planalto. O seu centro situa-se à 7°13'11" latitude Sul e 35°52'31" longitude
Oeste de Greenwich. O fuso horário local é igual ao de Brasília exceto nos meses em que
vigora o horário de verão, quando é de uma hora a menos.
A área de estudo esta localizada na parte norte e oeste de Campina Grande. A área
em estudo vai desde o cemitério Campo da Paz até o contorno que liga ao distrito de São
José da Mata, delimitado pela BR – 230.
3.2 – Clima
Na Paraíba têm-se três tipos de clima, segundo a classificação de Koppen: As, Bsh e
Aw’; sendo o primeiro quente e úmido, com chuvas de outono-inverno, que ocorrem no
litoral até o planalto da Borborema, zona fisiográficas do litoral e mata, agreste e caatinga
litorânea, brejo e borborema oriental, com os meses mais chuvosos de junho e julho; o
segundo Bsh, semi-árido quente, ocorre no planalto da Borborema, do brejo ao sertão,
incluindo Seridó, sendo a área mais seca do estado, com período sem chuva (seca) de até 11
meses/ano, com precipitação pluvial média em torno de 400mm (4000 m
3
/há) e temperatura
média (do ar), nunca inferior a 24
o
C e, por ultimo, o Aw’ quente e úmido, com chuvas de
verão-outono, ocorrendo na parte oeste do estado, incluindo todo o Sertão.
Figura 2 - Classificação Climática e de Köppen
7
A cidade de Campina Grande tem um clima do tipo As, situa-se no agreste
paraibano, entre o litoral e o sertão, usufruindo assim, de um clima menos árido que
predomina no interior do Estado e na região ocidental do município. Por estar localizada
também em uma região alta, com altitude média de 551 metros, beneficia-se de temperaturas
menores e de uma ótima ventilação, o que proporciona um clima ameno e agradável em
todos os meses do ano. A temperatura média anual oscila em torno dos 22 graus centígrados,
podendo atingir 30°C nos dias mais quentes 15°C nas noites mais frias do ano. A umidade
relativa do ar, na área urbana, varia entre 75 a 83%.
3.3 – Vegetação
Campina Grande esta localizada em uma região de transição entre o litoral e o sertão,
sendo assim sua vegetação esta entra a Mata Atlântica (no litoral) e a Caatinga (Sertão). A
vegetação é composta pela floresta caducifólia, que transiciona para caatinga hipoxerófila.
Figura 3 - Vegetação natural
A cidade situa-se na fronteira entre microrregiões de clima e vegetação diferentes.
Ao nordeste, a paisagem é verde e arborizada, típica do brejo presente nas partes mais altas
do planalto. Ao sudeste, encontra-se uma paisagem típica do agreste, com árvores e
8
pastagens. As regiões oeste e sul do município são dominados pelo clima e vegetação do
Cariri, com vastas áreas de vegetação rasteira (Caatinga) e clima seco.
Segundo Dantas & Souza (2004), embora Campina Grande apresente um clima
agradável, à arborização urbana é escassa devida à ação devastadora dos habitantes,
justamente por ter sido implantada sem nenhum planejamento; a flora original foi ignorada e
devastada com a evolução da urbanização, com indícios das primeiras ações das
arborizações na década de 50 e 60, notadamente incentivada e trabalhada nos últimos anos.
A ausência de uma política sistemática e planejada com critérios paisagísticos tem trazido
sérios problemas à população que solicitam ao poder público constantemente autorização
para a retirada e poda de copas e raízes das arvores que lhe trazem transtornos.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura), recomenda para uma melhor qualidade de vida, a qual informa que devem existir
duas árvores ou cobertura de 12 m
2
de área verde por habitantes. De acordo com Souza &
Dantas (2004), que estudaram a arborização da cidade de Campina Grande, constataram que
existe apenas 0,08 árvore para cada habitante, com dados do censo de 2001, se for utilizado
o censo de 2005, esse valor pode diminuir bastante. Por tanto Campina Grande tem um
grande déficit de árvores, mesmo que esse número duplicasse estaria muito longe do
proposto pela UNESCO.
3.4 – Solos
Os solos predominantes na área são o Solonetz Solodizado, Regossolo Eutrófico,
Vertissolos e Solos Litólicos Eutróficos e afloramento de rochas (MORAES NETO, 2002)
9
CAPITULO 4
Revisão Bibliográfica
4.1 – Degradação Ambiental
Segundo a Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente, o termo meio
ambiente “é definido como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas suas formas”, e
qualquer alteração adversa dessas características do meio ambiente serão definidos como
degradação da qualidade ambiental.
O termo degradação ambiental é definido pelo Dicionário Brasileiro de Ciências
escrito pelos autores Silva et. al.(2002) como qualquer alteração das características de um
determinado ecossistema por meio da ação de agentes externos a ele. Processo conceitualmente
caracterizado pela perda ou diminuição de matéria, forma, composição, energia e função de um
sistema natural por meio de ação antrópica.
Braga et al. (2002), afirma que todo ecossistema procura um estado de equilíbrio
dinâmico por meio de mecanismo de auto controle e auto regulação que entram em ação
assim que ocorre qualquer mudança.
Segundo Walquil et al (2004), a preocupação mundial quanto à preservação dos
recursos naturais e ambientais atualmente faz com que venham sendo desenvolvidos
pesquisas voltadas à identificação das principais causas, dos causadores e das principais
conseqüências da degradação do meio ambiente, assim como pesquisas voltadas à busca de
alternativas para a resolução dos problemas trazidos pela degradação. Conforme Alien
(1998), essa degradação ocorre tanto em paises desenvolvidos como em paises em
desenvolvimento, tanto no meio urbano como no meio rural, através, sobretudo, da pressão
10
que a produção e a população exercem sobre os bens e serviços gerados pelo uso dos
recursos naturais.
Contudo, a questão que envolve a degradação ambiental nos países desenvolvidos
cedeu espaço, após o Relatório Brundtland em 1987, relatório elaborado pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, faz parte de uma série de iniciativas,
anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de
desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em
desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem
considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório aponta para a
incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo
vigentes. Após esse relatório abriu a uma visão de que os países em desenvolvimento
exercem um papel na degradação dos recursos naturais e ambientais até mesmo mais
expressivo do que os países desenvolvidos. A partir daí, a degradação ambiental passou a ser
associada ao grau de pobreza da população, resultando em vários estudos que visavam
detectar alguma relação entre a condição de pobreza e a degradação do meio ambiente.
Nesta visão, a condição de pobreza rural, além de acelerar a degradação dos recursos
naturais, poderia passar a criar, através de um "círculo vicioso", uma situação de
perpetuação da sua condição como tal. Discutindo alguns condicionantes da pobreza rural na
América Latina, Echeverria (1998, p. 6) alerta que
Uma grande maioria dos pobres rurais que vivem em áreas de
baixo potencial, incluindo zonas degradadas, áreas com erosão ou
semidesértica, e terras frágeis e as margens de ladeiras úmidas.
Esta população tem uma grande dependência dos recursos naturais
que são à base do seu sustento (água, alimento e energia), mas
pelos obstáculos quanto à quantidade e gualidade desses recursos,
cruzam o limiar de viabilidade e começam, por falta de uma
alternativa, a destruir essa base.
Em outra obra, o mesmo autor comenta:
Somente quebrando-se o círculo da pobreza e a deterioração dos
recursos naturais pode começar um círculo no qual a restauração
dos recursos naturais contribui à redução, mas paraisso é
11
necessário aplicar programas de apoio que tenham este objetivo
concreto.. (Echeverria, 2000, p. 156).
Entretanto, este círculo vicioso entre pobreza e degradação ambiental é questionado
por alguns autores. Conforme apontado por Broad (1994) e por Reardon e Vosti (1995), o
círculo vicioso é analisado tal que a condição de pobreza é retratada através de um conceito
único, reduzindo, desta maneira, a abrangência dessa condição de vida. De forma a romper
com este conceito. Reardon e Vosti (1995) indicam que a condição de pobreza pode se
apresentar de diversas formas, justamente por não possuir uma única concepção. Também a
degradação ambiental pode se apresentar de diversas formas, podendo implicar em
diferentes relações entre a condição de pobreza e a suposta degradação que esta condição
resulta.
Segundo Jacobi (1998), a degradação ambiental tem verificado nas cidades é fruto de
seu crescimento vertiginoso, o qual leva a uma série de conseqüência, como: falta de infra-
estrutura básica de saneamento, ocupação das áreas de várzeas e de mananciais, destruição
das matas ciliares dos córregos urbanos, etc.
Esse quadro tem levado, dentre outros efeitos, a uma diminuição da disponibilidade
de água, seja em quantidade como em qualidade, provocando uma série de desdobramento
negativo ao meio ambiente, como: prejuízo a fauna e flora aquática, disseminação de
doenças de vinculação hídrica escassez de água, etc.
Araújo (2002) diz que os problemas ambientais causados pela sociedade, em seu
processo de construção de espaço geográfico, decorrem, sobretudo, do modo como às
sociedades se apropriam da natureza, usam, destinam e transformam os recursos naturais.
Consiste numa questão de ordem política econômica e cultural, pois a sociedade age na
natureza segundo os padrões ou costumes políticos, econômicos e culturais criados por ela
mesma. Adas & Adas (1998) afirma que a degradação do meio ambiente esta intimamente
relacionada ao modelo de desenvolvimento econômico adotado. Leff (2001) fala sobre a
impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas
causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e
dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto
econômico do desenvolvimento.
Além das dificuldades que as populações rurais enfrentam nas regiões áridas e semi-
áridas do mundo, outros problemas que atingem o seu bem-estar e desequilibram seus
ecossistemas. Segundo Silva et al. (1984), no Nordeste brasileiro, os pontos mais fortes que
12
facilitam a degradação ambiental é a escassez da cobertura vegetal nativa e a qualidade
da água para abastecimento e uso agrícola. A Paraíba não é exceção, pois se encontram,
atualmente, várias áreas completamente degradadas pelo mau uso dos recursos naturais,
algumas delas de inexeqüível recuperação.
É fundamental observar que a degradação ambiental não se manifesta apenas pela
erodibilidade do solo, mas, sobretudo, pelo uso a ele imposto. É imprescindível salientar que
as observações de campo e a análise visual de documentos satelitários demonstram,
nitidamente, que as áreas mais devastadas comportam solos de alta fertilidade, que foram
e/ou estão sendo intensivamente explorados (Sá, 2001).
Segundo Oliveira (2006), a degradação ambiental esta relacionada à falta de uma
política de fiscalização em relação ao desmatamento indiscriminado e a retirada ilegal de
material para a construção civil, não apenas a esses fatores a degradação ambiental esta
relacionado, mas sim a vários fatores.
Em Campina Grande segundo Oliveira (2006) e Morais Neto et al. (2002), vários
fatores contribuíram para o aceleramento da degradação ambiental em parte da Alça
Sudoeste da cidade, tais como: falta de fiscalização ambiental na região, falta de
planejamento habitacional, ocupação urbana desordenada, inexistência de saneamento
básico, baixo nível de escolaridade da população, prática inadequada de uso dos solos, pelo
chamado plantio “morro abaixo”, extração ilegal de materiais do solo e a má localização e
manejo do lixão, comprometendo a rede de drenagem.
Segundo Morais Neto et al. (2002), nos estudos feitos na alça sudoeste da cidade de
Campina Grande, ficou constatado que existem áreas que se encontram seriamente
comprometidas, em estado bastante avançado de degradação, em função da intensa ação
antrópica aliada à grande retirada de material para construção civil, realizada de forma
indiscriminada aumentando, assim, a vulnerabilidade dessas áreas que, em alguns pontos, e
se não forem efetuadas práticas de conservação e contenção da retirada do material,
dificilmente serão recuperadas, verifica ainda que a ocupação desordenada favorece bastante
para a degradação do meio ambiente, sem um controle e uma fiscalização.
13
4.2 - Desastres
Um desastre pode ser definido como:
1. Um evento que ocorre, na maioria dos casos de forma repentina e inesperada, causando
sobre os elementos submetidos, alterações intensas, representadas pela perda de vida e saúde
da população, a destruição ou perda dos bens de uma população, a destruição ou perda dos
bens de uma coletividade e/ou danos severos sobre o meio ambiente (Cardona, 1993).
2. Uma relação entre um risco, seja natural ou provocado pelo homem (por exemplo: um
terremoto) e uma condição vulnerável, como casas construídas em uma situação perigosa
(Davis, 1980).
3. Uma ocasião de crise ou estresse social observado no tempo e no espaço em que a
sociedade ou seus componentes (comunidades, cidades, regiões, etc.) sofrem danos ou
perdas físicas e alterações em seu funcionamento rotineiro, que exigem a participação de
agentes, instituições ou organizações externas em sua atenção e resolução. Tanto as causas
como as conseqüências dos desastres são produtos de processos que se desenvolvem no
interior da sociedade (Quarentelli, 1994).
Os desastres têm-se convertido em um problema central e crítico nas economias
regionais e em seus centros urbanos. Estima-se que nos anos sessenta foi afetados
anualmente 27 milhões de pessoas por inundações, ciclones, terremotos e secas; e nos anos
setenta, esta cifra aumentou para 48,3 milhões, sem que houvesse evidências de mudanças
climáticas ou geográficas significativas (Wijkman e Timberlake,1984).
O termo desastre é usado para descrever uma ampla variedade de eventos, desde
aqueles cuja ocorrência se considera que se deve a fenômenos exclusivamente físicos, como
terremotos, furacões, erupções vulcânicas, etc., até aqueles cuja origem se considera
exclusivamente humana, tais como as guerras e os acidentes industriais. Entre estes dois
extremos existe um amplo espectro de desastres, como por exemplo, fome, inundações e
deslizamentos, os quais são provocados pela combinação de fatores físicos e humanos.
14
Ainda que cientificamente todo impacto ambiental intenso se considere um desastre,
é comum que as pessoas reconheçam como desastres apenas aqueles que modificam
significativamente o volume ou a distribuição da população humana.
É comum confundir o uso dos termos: fenômeno natural e desastre natural.
Fenômenos naturais como terremotos, inundações, secas e ciclones se convertem em
sinônimos de desastres naturais.
Ainda que fenômenos naturais como terremotos sejam altamente destrutivos o
necessariamente causam desastres. Por exemplo, um terremoto que ocorre em um deserto
desabitado não pode ser considerado um desastre, ainda que seja de forte intensidade. Um
terremoto causa desastre quando afeta diretamente ou indiretamente o homem e suas
atividades em um lugar e tempo determinado.
Em geral, se considera como desastre natural a coincidência entre um fenômeno
natural perigoso (inundação, terremoto, seca, ciclone, etc.) e determinadas condições
vulneráveis. Existe o risco de ocorrer um desastre quando um ou mais perigosos naturais se
manifestam em um contexto vulnerável (Maskrey, 1989).
Existe uma dificuldade real para definir a duração de um desastre. Em um extremo
da escala do tempo poderiam classificar-se: a) como impactos instantâneos desastres
provocados por eventos como terremotos, erupções vulcânicas ou acidentes aéreos e b)
como impactos prolongados como a desertificação, a fome e as guerras, eventos que
usualmente são mais severos em termos demográficas (Cardona, 1993).
A área de influência de um acidente aéreo ou de uma erupção vulcânica, por
exemplo, é considerada geralmente como pequena e discreta, enquanto uma seca, uma fome
ou uma epidemia pode chegar a ser de grandes dimensões, inclusive de ordem continental,
transcendendo às vezes fronteiras políticas (Cardona, 1993).
Os que gerenciam os desastres no setor público não têm levado a cabo uma evolução
sistemática dos aspectos operacionais e de formulação de políticas que enfrentarão durante a
presente década. Aspectos chaves que terão que considerar inclui: o desenvolvimento de um
entendimento mais claro de desastre; uma apreciação da mudança crescente de ameaças às
quais estão expostas as pessoas; a aplicação de tecnologias na gestão de desastres e
operações para enfrentá-lo (Lavell, 1993).
Levando-se em consideração as condições climáticas, o interior nordestino é
classificado como uma área de risco, onde há necessidade de se desenvolver uma política de
prevenção e mitigação dos impactos da seca sobre a população carente. Pelos dados da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE, 1986), é no Nordeste que
15
temos a população mais pobre e carente do Brasil. Dessa maneira podemos compreender a
vulnerabilidade desta grande população frente aos problemas da seca, que embora seja um
fenômeno natural, aqui ele se converte em um verdadeiro desastre (Barbosa e Santos, 1998).
Rodrigues (1998) adverte que a sociedade não aparece na fórmula, seja como objeto
de estudo de ação e mudança, no que diz respeito a seus padrões de comportamento e de
incidência na configuração da questão ambiental no semi-árido brasileiro.
Os desastres devem ser entendidos como fenômenos de caráter eminentemente
social, não apenas em termos do impacto que os caracteriza, mas também em termos de suas
origens (Lavell, 1993). A desarticulação das economias rurais, caracterizada pela perda da
capacidade produtiva do solo e pela descapitalização dos produtores, consiste num fator
causal de desastres (Maskrey, 1989). Adas & Adas (1998) afirmam que a degradação do
meio-ambiente está intimamente relacionada ao modelo de desenvolvimento econômico
adotado. Logo, este também pode ser considerado um fator causal de desastres, pois
contribui na formação de situações vulneráveis.
A análise da vulnerabilidade local deve ser o ponto de partida para identificação de
uma mitigação sustentada da organização social, na qual tanto o conhecimento científico
como o tecnológico podem levar a um novo rol (Medina & Romero, 1992). Quando o termo
vulnerabilidade se adjetiva com o social, se faz referência a um conceito complexo,
dirigindo às condições sociais globais dentro de um grupo ou comunidade humana,
caracterizando os ângulos de susceptibilidade e receber danos devido à ocorrência de um
determinado fenômeno natural (Macías, 1998).
4.3 – Desertificação
Desertificação é o fenômeno que corresponde à transformação de uma área em um
deserto é definida como processo de destruição do potencial produtivo da terra nas regiões
de clima árido, semi-árido e sub-úmido seco.
16
A desertificação começou a ser discutida a partir de 1930, decorrente de um
fenômeno ocorrido nos estados de Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado, afetando
uma área de cerca de 380.000 Km
2
, movimentando os cientistas a iniciarem um conjunto de
pesquisas a mencionarem o tal processo como sendo o da desertificação, isto é, a formação
de condições de tipo desértico em áreas de clima semi-árido (IICA Instituto Internacional
de Cooperação para a agricultura, 2004)
O combate a desertificação no Brasil tem sido lenta, somente no ano de 2004 foi
lançado o Plano Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca
(PANBRASIL).
Segundo a definição contida na Convenção Mundial de Luta Contra a Desertificação,
a área no Brasil susceptível aos processos da desertificação encontra-se situada na Região
Nordeste, particularmente, no Semi-Árido.
Á região semi-árida abrange 70% da área do Nordeste e comporta 63% da população
nordestina. Apesar da idéia da existência de uma região Nordeste castigada por repetidas
secas, os estudos mais detalhados têm demonstrado que a região apresenta grande
diversidade de quadros naturais e socioeconômicos (Silva et.,2003). O bioma predominante
é a caatinga semi-árida que corresponde a 55,6% do Nordeste brasileiro.
Segundo Sousa (2007), na Paraíba o processo de desertificação já se mostra bastante
acentuado nas áreas de caatinga, principalmente onde os índices pluviométricos são
inferiores a 500 mm/ano, a exemplo das Microrregiões do Curimataú Ocidental, Cariri
Oriental e Cariri Ocidental, bem como o Seridó.
De acordo com o relatório da Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano
da Desertificação (A Desertificação no Nordeste do Brasil: Diagnóstico e Perspectiva
março 1994), 70,3% do território paraibano é vulnerável, incluindo-se a microrregião
Cariri Velhos, cuja precipitação pluviométrica é a menor do Brasil, e onde é encontrado o
maior percentual de áreas em nível muito grave de desertificação. Com ocupação antiga,
principalmente pelo uso da pecuária e alta densidade populacional, a região apresenta graves
problemas de salinização, erosão e desmatamento, levando a uma forte redução na
fertilidade do solo. Os dados indicam que, no Estado da Paraíba, 52% do total da população
são afetados pelo problema e que esse número pode aumentar.
De acordo com o relatório da Organização não governamental Internacional
Greenpeace, publicada em 2006, a Paraíba é o estado com maior nível de desertificação. Os
municípios mais afetados são Seridó, Cabaceiras e São João do Cariri, os quais se destacam
com terras que apresentam riscos à desertificação.
17
Segundo Moraes Neto (2003), em municípios como Picuí, Sousa e Sumé são
encontrados diversos núcleos de desertificação. Destacado pelo autor que o município de
Picuí, a degradação ambiental é tão crítica que apresentam níveis de degradação moderado
grave a muito grave.
Segundo Sousa (2007), as regiões do Cariri e Sertão da Paraíba, está ocorrendo um
severo processo de desertificação relacionado à exploração inadequada do ecossistema pelo
homem, principalmente da exploração do sistema gado-algodão.
4.4 - Sensoriamento Remoto
O Sensoriamento Remoto é uma fonte de dados/informações, que envolve a
detectação, identificação, classificação, delineação e análise dos aspectos e fenômenos da
superfície da terra, derivadas de imagens adquiridas em nível aerotransportado ou orbital,
cujo manuseio pode ser feito através de interpretação óptica e/ou computadorizada
(Erdas,1997), sem que o aparelho esteja em contato com o objeto alvo.
Os recursos naturais e o meio ambiente da Terra estão em mudanças contínuas em
resposta à evolução natural e às atividades humanas. Para compreender o complexo inter-
relacionamento dos fenômenos que causam estas mudanças é necessário fazer
observações com uma grande gama de escalas temporais e espaciais. A observação da
Terra por meio de satélites é a maneira mais efetiva e econômica de coletar os dados
necessários para monitorar e modelar estes fenômenos, especialmente em paises de
grande extensão territorial. Os satélites empregados para estes propósitos são complexos,
dispendiosos e de alto conteúdo tecnológico. Muitos países dependem das imagens
obtidas através dos poucos satélites de observação da Terra disponíveis atualmente, em
muitos casos, estes não são inteiramente adequados às peculiaridades do território ou dos
recursos naturais investigados. Para maior eficácia, é necessário que os sensores do
18
satélite tenham sido projetados para a aplicação especifica desejada. Além do mais,
existem as óbvias implicações estratégicas e políticas de se utilizar um satélite que pode
não estar disponível ao país sempre que requerido (INPE, 2002).
O uso de imagens de satélites tem sido bastante empregado nessas metodologias,
possibilitando periodicidade regular de cenas, maior capacidade de atualização de
processos na superfície terrestre e inclusão de um grande campo do espectro
eletromagnético (Izola et al., 1998).
Para a aplicação correta dos produtos sensores é importante o entendimento da
essência da definição de Sensoriamento Remoto de Lillesad & Kiefer (1995) que diz:
“Sensoriamento Remoto é a ciência e a arte de se obter informações sobre um
objeto, área ou fenômeno, por meio de análise de dados adquiridos por um sistema que o
está em contato com esse objeto, área ou fenômeno sob investigações” (Lillesand & Kiefer,
1995).
Esta definição mostra claramente que a obtenção de informações sobre objetos,
área ou fenômenos utilizando-se produtos de Sensoriamento Remoto só é possível através da
análise de dados, ou seja, o da analise das relações entre os alvos e a energia
eletromagnética.
A partir da década de setenta, com o lançamento dos satélites LANDSAT, muitas
pesquisas têm utilizado informações sobre os diferentes alvos da superfície terrestre,
coletados a nível orbital, que são de grande importância no estudo dos recursos naturais
(Moreira & Assunção, 1984).
As características espectrais de feições como vegetação, solo e água, são de grande
interesse e constituem elementos fundamentais e essenciais para análise e interpretação de
dados de Sensoriamento Remoto (Queiroz, 1996).
4.3.1 – Sensoriamento remoto na análise ambiental
A aplicabilidade de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento na análise
ambiental constitui-se num conjunto de ferramentas de grande valia, uma vez que os sub-
produtos obtidos permitem uma visualização e posterior análise completa dos dados
coletados.
A análise ambiental constitui um assunto de interesse para a aplicação de técnicas
para o sensoriamento remoto e geoprocessamento, levando em consideração a facilidade da
19
representação da espacialidade cartográfica do fenômeno analisado e a integração dos dados
pelo mapeamento temático. O potencial de informações que podem ser abstraídas dessa
análise torna-se cada vez mais uma prática imprescindível para os estudos dessa natureza,
tendo em vista a necessidade de monitoramento de áreas que estão sujeitas as constantes
intervenções humanas.
Grupo de satélites de sensoriamento remoto para estudos ambientais mais
utilizados no Brasil:
- LANDSAT e SPOT, são destinados ao monitoramento e levantamento dos recursos
naturais do solo e subsolo;
- TIROS N e SMS/GOES, fazem parte da série dos satélites meteorológicos, destinados
aos estudos climatológicos e atmosféricos (Rosa, 1992).
Os recursos naturais e o meio ambiente da Terra estão em mudanças contínuas em
resposta à evolução natural e às atividades humanas. Para compreender o complexo inter-
relacionamento dos fenômenos que causam estas mudanças é necessário fazer
observações com uma grande gama de escalas temporais e espaciais. A observação da
Terra por meio de satélites é a maneira mais efetiva e econômica de coletar os dados
necessários para monitorar e modelar estes fenômenos, especialmente em países de
grande extensão territorial, como o Brasil.
Através de softwares dedicados exclusivamente para tratamento de imagens, pode-se
gerar imagens com diferentes composições de cores, ampliações de partes das imagens e
classificações temáticas dos objetos nelas identificados, obtendo-se assim produtos como
mapas temáticos que são usados para estudos de geologia, vegetação, uso do solo, relevo,
agricultura, rede de drenagem, inundações, entre outros.
Estes produtos, apresentados sobre áreas específicas ou sobre um contexto mais
regional, permitem diagnósticos eficientes, propõem soluções de baixo custo e criam
alternativas inteligentes para os desafios enfrentados face às mudanças aceleradas que
observamos em nosso território.
20
20
CAPITULO 5
5. MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa produziu informações sistemáticas sobre: os tipos diferentes de riscos a
desastres associados com o desdobramento e distribuição geográfica dos riscos a desastres
(domínio espacial) e a evolução dos riscos a desastre através do tempo (domínio temporal)
para a região estudada, em complemento às capacidades de prognóstico.
A metodologia do trabalho consistiu na coleta e análise de todas as fontes de dados
disponíveis sobre ocorrência de degradação na região, incluindo: relatório oficial do
governo, tanto das organizações de gestão de risco à desastre como de outros setores do
governo; estudos de dados estatísticos disponíveis, informações de ONGs (Organizações
não Governamentais), setor privado e organizações internacionais, relatórios da mídia,
acervos locais e nacionais, particularmente jornalísticos. Os dados foram georreferenciados
para as unidades da região, permitindo uma análise espacial, temporal e semântica de alta
resolução.
Sobre a base da informação dos padrões de risco a desastre este projeto exploram a
correlação que existe entre os riscos a desastres e os processos sociais, econômicos e
territoriais de base. Logo em resumo a metodologia deste estudo incluiu:
A análise dos estudos existentes da história econômica regional foi usada para explorar e
explicar as correlações quantitativas. A análise qualitativa identificou esses eventos
históricos nos processos de desenvolvimento que são fundamentais na configuração dos
riscos a desastres;
A análise da degradação ambiental foi feita através de imagens tiradas no ano de 1989,
obtidas pelo Landsat 5, e pelas imagens de 2006, obtidas pelo Google Terra, além das visitas
de campo;
Análise das tonalidades de cores na imagens do Landsat-5;
De acordo com o método sistemático desenvolvido por VENEZIANO & ANJOS, (1992)
as regras que conceituam a fotointerpretação são: a) análise dos elementos da textura e da
estrutura fotográfica e das tonalidades de cinza, definição das propriedades que caracterizam
as formas e individualização de zonas imageadas que possuem características semelhantes
21
21
(zonas homólogas). b) procedimento dedutivo e indutivo, estabelecimento do significado das
zonas homólogas. A estratégia de ação foi a utilização de produtos fotográficos, branco e
preto, recentes do TM/Landsat-7, na escala de 1:100.000 para mapear as vulnerabilidades
atuais do meio ambiente;
Processamento digital Algoritmos definidos no sistema Spring (Sistema de
Processamento de Informações Georreferenciadas) desenvolvido segundo CÂMARA et
al.,1996. A estratégia de ação foi processar digitalmente as imagens TM/Landsat 5 e 7. A
partir das imagens digitais foi feito o estudo temporal do desenvolvimento urbano da região;
Os resultados da fotointerpretação e do processamento digital foram apresentados em
forma de mapas, com informações no formato digital;
Utilização de imagens da alça sudoeste, obtidas através do Google Terra do ano de 2007,
facilitando assim o estudo da área e servindo de comparação com a imagem do Landsat-5;
Trabalho de campo o trabalho de campo foi realizado em duas etapas. Na primeira
etapa foi feito um reconhecimento da área em estudo com a descrição geral de seus
elementos, para subsidiar a fotointerpretação e o processamento digital.. A segunda etapa foi
dedicada à verificação dos mapas fotointerpretados. Todos os pontos visitados em campo
foram fotografados e georreferenciados usando-se GPS;
Trabalhos no LMRS – Os softwares SPRING 4.0 foram utilizados para gerar toda a base
de dados georreferenciada do projeto. A estratégia de ação foi o uso dos dados da
fotointerpretação, do processamento digital de imagens, do trabalho de campo e dados
bibliográficos, como dados de entrada nos sistemas, pela transferência eletrônica ou
digitalização, para a criação de uma base de dados georreferenciada para cada área estudada.
22
CAPÍTULO 6
RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Estudo Temporal
As imagens estudadas mostram o aspecto físico da região da alça sudoeste da cidade
de Campina Grande nos anos de 1989 e 2006 comparando a evolução da degradação
ambiental, uma área que abrange desde os pontos georreferenciados que vão de P1, com
latitude sul de 16’ 48” e longitude oeste 35° 53’ 17,5” até o P8, com latitude sul 12’
35,1” e longitude oeste 35° 57’ 8,3” na imagem (Figura 4). O estudo temporal é uma das
resoluções do sensoriamento remoto e é capaz de nos dar a noção exata de como o homem
está influenciando de forma direta na degradação do meio ambiente. Apesar da dificuldade
encontrada para obtermos imagens sucessivas da área em estudo devido a cobertura de
nuvens da região (Serra da Borborema) as imagens do Landsat 5 e do Google Terra
possibilitou uma análise espectral, temporal e espacial de toda alça sudoeste.
23
Figura 4 – Imagem RGB 543 com aplicação de contraste para o ano de 1989 do Landsat-5
Na imagem tratada (Figura 4), tirada pelo Landsat-5 no ano de 1989, observa-se a
cidade de Campina Grande à direita da imagem caracterizada pela tonalidade magenta,
sendo que em algumas áreas com indícios de degradação ambiental (solos expostos) também
estão caracterizados por essa tonalidade, apesar de que, estas áreas degradadas denotam uma
tonalidade de magenta um pouco mais claro. Os corpos d’água estão definidos pela
tonalidade preta, devido à absorção da radiação eletromagnética no infrafermelho próximo e
médio, observa-se que bem no centro da cidade tem-se o açude Velho em área
exclusivamente urbana e já bem mais próximo da alça sudoeste o açude de Bodocongó além
de pequenos corpos d’água, todos em áreas de interface urbano-rural. É importante observar
que entre os pontos p6 e p7 aparece uma área negra na imagem dando a falsa impressão de
um açude de médio porte. Na realidade trata-se da sombra de uma nuvem que aparece na
imagem do Landsat-5 para esta data, tal informação pôde ser atestada pelo trabalho de
campo. As áreas com vegetação que varia de rala a semi-densa e densa estão caracterizados
pelas tonalidades que variam de verde escuro à verde claro. Pela imagem observa-se que o
entorno da área em estudo (alça sudoeste) apresenta um bom índice de vegetação intercalado
por algumas áreas de solo exposto. Em vermelho temos as BRs que cortam a cidade, sendo
que a área em estudo esta localizado as margem da BR – 230. Através dessa imagem
24
podemos ver que no ano de 1989 a alça sudoeste não tinha tanta área com tonalidades
magenta, ou seja, não havia tanta área degradada nem tantos empreendimentos urbanos na
área.
Figura 5 – Imagem multiespectral ajustada
Observamos na imagem multiespectral ajustada (Figura 5) uma melhor definição
entre as áreas com e sem vegetação, sendo as áreas vegetadas representadas pela tonalidade
verde e as áreas não vegetadas representadas pela tonalidade magenta. Nota-se que no ano
de 1989, ano da obtenção dessa imagem, existia bastante área verde na alça sudoeste, como
podemos observar nos pontos p7 e p6 georreferenciados. É possível observar que estes
pontos estão localizados numa região mais verde, denotando que na época a região estava
relativamente preservada, apesar de que já se notava algumas manchas de degradação
principalmente entre os pontos georeferenciados p1 a p6, cuja área possuía maior atividade
industrial.
Com as imagens do Landsat 5, obtemos o mapa digitalizado dos níveis de
degradação do município de Campina Grande. Na Figura 6 temos o mapa da degradação
25
ambiental, onde se observa que no ano de 1989, época da imagem, o havia tanta
degradação na alça sudoeste, apenas um grande área de solo exposto perto do ponto 6
georreferenciado destacado na Figura 6, podemos ver também que havia poucos
implementos urbanos nessa época. Como a imagem mais atual do Landsat - 5 que temos é a
do ano de 1989, o podude fazer um mapa mais atual para poder fazer uma comparação e
ver o quanto a degradação aumentou nos últimos anos.
26
Figura 6 – Mapa de degradação ambiental do ano de 1989
27
Ao longo dos anos observou-se com os dados da pesquisa que a alça sudoeste vem
sofrendo um grave processo de degradação, como podemos observar na Figura 7, imagem
do Google Terra de 2006. Comparando com a imagem de 1989, vimos que áreas que antes
estavam pouco degradadas, com o passar dos anos essa mesma área aumentou
consideravelmente sua degradação.
Figura 7 – Vista superior da cidade de Campina Grande - Imagem do Google Terra do ano
de 2006
Encontrou-se também o surgimento de degradação ambiental em regiões onde não
havia degradação como podemos ver na Figura 8, no ponto em amarelo onde está escrito
área degradada. Comparando com a imagem de 1989, essa mesma área esta localizada no
ponto georreferenciado P10, nota-se que nessa área não havia degradação no ano de 1989.
28
Figura 8 – Vista superior do Lixão, Bairro do Mutirão e área degradada - Imagem do Google
terra de 2006
É possível observar que a alça sudoeste foi construída em uma área que se
caracteriza por uma interface urbano-rural, com áreas ainda parcialmente vegetadas,
principalmente por pastagens, cujas propriedades de pequeno, médio e até mesmo grande
porte desenvolvem atividades eminentemente agropecuárias e convivem com a expansão
urbana representada inclusive com indústrias de grande porte como é o caso da Embratex.
Esta explosão demográfica que empurra as cidades cada vez mais para as periferias traz
conseqüências desastrosas para o meio ambiente, principalmente pelo fato de ocorrer sem
um planejamento adequado. Exemplo disso é a grande área de solo exposto observado a
esquerda da alça sudoeste fruto da retirada indiscriminada de material para construção civil,
exaurindo o solo e inviabilizando qualquer prática agrícola (Figura 9).
29
Figura 9 – Grande área degradada (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35º 56’ 8,3”)
Outro problema que transtorna a sociedade destas periferias e que está presente em
praticamente todos os centros urbanos é quanto aos lixões que via de regra são instalados
sem um estudo prévio quanto aos possíveis danos ambientais, causando o comprometimento
de todo sistema hídrico de uma região. No caso específico do lixão da alça sudoeste é visível
como o chorume está contribuindo até mesmo com a drenagem superficial da área em
estudo (Figura 10)
30
Figura 10 - Vista superior do lixão (Imagem 2006, Digital Google Terra)
No ponto 6 georreferenciado, da imagem do Landsat 5, temos que no ano de 1989
era a área onde tinha mais tonalidade magenta, conforme o trabalho de Moraes Neto et al
(2002) é uma área que vem sofrendo processo de degradação . Com o trabalho de campo
atualmente, observamos que essa é a área que mais vem sofrendo com a ação do homem,
com o desmatamento e a retirada de materiais para construção civil. Moraes Neto et al
(2002) já indicavam que essas áreas se encontravam seriamente comprometidas, em estado
bastante avançado de degradação, em função da ação antrópica aliada à grande retirada de
material para construção civil, e naquela época alertavam que estas ações sem
planejamento aumentavam a vulnerabilidade das áreas vizinhas, chamando a atenção
inclusive para a ocupação desordenada e sem planejamento que já ocorria naquelas áreas.
Com a imagem do Google Terra de 2006, observa-se que essa área continua sofrendo
um grave processo de degradação, comparada com a imagem de 1989 do Landsat 5 essa
área cresceu bastante devido à retirada de materiais para construção civil e desmatamento
indiscriminado, estando em grave processo de desertificação.
Na imagem abaixo (Figura 11), pode-se observar o quanto essa área degradada
cresceu nos últimos anos. Comparando com a imagem do Landsat 5, observamos que no
ano de 1989, ano da imagem, havia apenas duas manchas de degradação, hoje existe uma
extensa área degradada.
31
Figura 11 – Vista superior de área degrada - Imagem do Google Terra de 2006
Nas figuras seguintes (Figuras 12, 13, 14 e 15) podemos observar detalhadamente o
quanto e como essa área esta degradada.
32
Figura 12 e 13 – área degradada devido ao desmatamento e retirada de material para
construção civil (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35º 56’ 8,3”)
33
Figura 14 – Área degradada com formação de sulco (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35º 56’ 8,3”)
Figura 15 – Área degradada com formação de sulco (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35º 56’ 8,3”)
Nas figuras mostradas anteriormente, temos uma visão parcial de como se encontra
essa área, com bastante solo exposto, sem nenhuma proteção sofrendo erosão laminar,
formação de sulcos, causados pelas chuvas, ação da radiação solar, e ação do vento. É uma
área onde está se formando um pequeno núcleo de desertificação, comparando com
trabalhos feitos anteriormente, por exemplo, o trabalho feito por Moraes Neto et al (2002),
atestando que essa área se encontrava com sérios problemas. Observamos que a degradação
34
nessa região aumentou consideravelmente nos últimos anos, saindo de uma pequena área
degradada no ano de 1989 para uma extensa área no ano de 2006. Toda essa região vem
sofrendo com a retirada indiscriminada de material, onde exploram o máximo da área e
depois abandonam deixando impossível o desenvolvimento de qualquer atividade
agropecuária.
Na Figura 16 temos um exemplo do que acontece com este solo exposto, sem
proteção natural, o pouco material (solo) que restou depois da retirada para a construção
civil é levado pela ação das chuvas, deixando o solo sem nenhuma cobertura vegetal, onde
encontramos locais que a retirada do material foi tão grande que apareceu a afloramento de
rochas. Todo esse material levado pelas chuvas tem que parar em algum lugar, o que vão
parando pelo caminho, devido a algum obstáculo natural, vai se criando uma área com
material necessário para a propagação de plantas, mostrando a necessidade desse material
para o combate a degradação ambiental.
Figura 16 Área degradada com carreamento de material orgânico (Lat. 14’ 52,5” e
Long. 35º 56’ 8,3”)
A falta de um planejamento urbano adequado é um fator agravante no processo de
degradação ambiental de uma região, é o caso da alça sudoeste sem um planejamento na
implantação de empreendimentos urbanos e expansão urbana, como por exemplo, a
implantação do aterro sanitário instalado sem nenhum controle em uma área imprópria
35
(Ponto 7 georreferenciado na imagem do Landasat 5) . Atualmente essa área mais verde
observado na imagem multiespectral ajustada, se encontra a região que mais sofre
degradação ambiental, é onde está localizado o lixão da cidade de Campina Grande.
Segundo Araújo (2006) está inserido ao longo do curso da drenagem superficial conforme
observado na Figura 17, portanto podemos afirmar que esta o seria por hipótese alguma a
melhor localização para implantação do lixão, dentro do curso natural da drenagem
superficial da área e em local elevado, comprometendo conseqüentemente os recursos
hídricos a jusante. Observamos que não um controle do chorume do lixão, contaminando
os açudes a jusante e o lençol freático. Observa-se que o lixão traz sérios riscos a desastre as
comunidades vizinhas, pois além de contaminar os recursos hídricos da região também traz
sérios riscos a proliferação de doenças causadas. Na figura abaixo, com imagens atuais da
área, podemos ver a localização atual do lixão.
Figura 17 - Imagem RGB 543 com aplicação de contraste para o ano de 1989 do Landsat-5.
drenagem superficial da área.
36
Observamos ao longo da alça sudoeste de Campina Grande, como a falta de um
planejamento na expansão urbana afeta diretamente o meio ambiente. Encontramos grandes
áreas com solos expostos, como mostramos nas imagens anteriores, sofrendo processo de
desertificação, devido à retirada de material para a construção civil, onde grande parte desse
material é usado para implementos urbanos na própria alça sudoeste. Com toda a retirada do
material da área, empresários do ramo se vêem obrigado a buscar novas áreas para a retirada
desse material, possibilitando assim o surgimento de novas áreas degradadas. Segundo
Moraes Neto et al (2002), não um controle nem fiscalização ambiental por parte das
autoridades competentes, bem como, a aplicação de práticas conservacionistas que tornem
essas áreas menos vulneráveis aos processos de degradação.
Ao longo de toda alça sudoeste encontramos interface entre o urbano e o rural, temos
exemplos de como a expansão urbana afeta o meio ambiente com os esgotos domésticos que
não são tratados adequadamente e lançados sem qualquer critério e a céu aberto, poluindo
riachos e açudes onde muitos deles são usados na irrigação de pastagem para gado, como
podemos ver na foto 18.
Figura 18 Área com esgoto a céu aberto em área destinado à pastagem (Lat. 16’ 25,5” e
Long. 35º 54’ 27,9”).
37
Encontramos coleta deficiente ou inexistente dos resíduos sólidos e orgânicos
(Figura 19 e 20), sendo que o aterro sanitário encontra-se a menos de 200m da área. Tudo
isso se dá devido a uma falta de fiscalização por parte do poder publico e a falta do
cumprimento da política de educação ambiental para a comunidade da região.
Figura 19 – Área com lixo jogado a céu aberto (Lat. 7º 16’ 26” e Long. 35º 54’ 27,9”)
Figura 20 – Lixo orgânico jogado em terreno (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35
o
56’ 8,3”)
38
No bairro do Mutirão pode-se ver o descaso do poder público com a população onde:
os esgotos domésticos sem nenhum tratamento estão correndo a céu aberto, onde animais
são criados soltos ao lado desses córregos como podemos observar nas Figuras 21 e 22, uma
pocilga com animais soltos consumindo a água do esgoto.
Figura 21 – Esgoto a céu aberto com animais no bairro de Mutirão (Lat. 7º 13’ 37,6” e Long.
35º 57’2,2”)
Figura 22 Esgoto a céu aberto com criação de porcos ao lado (Lat. 13’ 37,6” e Long.
35º 57’2,2”)
39
Todo esse esgoto corre para o riacho e para açudes da região, contaminando as
águas, sendo que os açudes são usados para a irrigação de culturas de subsistência,
encontramos também, não só no mutirão, mas ao longo de toda alça sudoeste, coleta
deficiente ou inexistente dos resíduos sólidos e falta de uma política educacional para a
população no sentido de minimizar esses resíduos sólidos jogados nos terrenos baldios.
Também encontramos áreas de solos expostos devido à retirada desse material (solo) para a
utilização na construção civil (Figura 23) sem qualquer ação de monitoramento ou controle
ambiental, onde se faz à retirada da cobertura vegetal deixando o solo degradado, sem
condições de recuperação e com sério risco de evoluir para um processo de desertificação.
Figura 23 – Retirada de material para construção civil no bairro de Mutirão (Lat. 7º 13’55,4”
e Long. 35º 56’34,1”)
Com as proximidades do lixão, onde ocorre a infiltração do chorume no solo e por
conseqüência contaminando as águas daquela região, assim como as queimadas, cuja
fumaça é levada incessantemente, pelo vento para as áreas residenciais, que é afetada ainda
pelos odores provenientes dos resíduos e a inexistência de qualquer ação de reflorestamento,
arborização ou paisagismo das ruas e avenidas. Todos esses são fatores que deixam o bairro
do mutirão vulnerável à degradação ambiental.
Pode-se observar na imagem do Google Terra (Figura 24) que atualmente, a
vista superior do bairro de Mutirão, onde encontramos áreas com solos expostos onde houve
40
retirada de material para a construção civil, como mostra os pontos B e C, causando
formação de sulcos e carregando material para o ude representado no ponto A. A imagem
mostra bem claro como o açude se encontra em processo de assoreamento, devido a essa
área de solo exposto a jusante do açude, podemos ver que o açude no ponto A está mais
claro, se comparar com o açude D, devido ao carreamento do solo causado pela ação das
chuvas e do vento da área exposta, deixando o açude com bastante material em suspensão.
No ponto D o açude não sofre tanto assoreamento, pois muita vegetação ao seu redor
preservando assim o açude.
Figura 24 – Vista superior do bairro de Mutirão - Imagem do Google Terra de 2006
41
Através das Figuras 25 e 26 podemos ver com detalhe a área que está a jusante do
açude A, na Figura 24, área com solo exposto e com formação de sulcos. Comprovando
assim o motivo do açude A ter uma cor diferente do açude D.
Figura 25 – Área degradada com formação de sulcos (Lat. 7º 13’55,4” e Long. 35º 56’34,1”)
Figura 26 – área degradada com formação de sulcos (Lat. 7º 13’55,4” e Long. 35º 56’34,1”)
42
Toda essa expansão urbana faz com que exista na alça sudoeste uma interface entre o
meio urbano e o meio rural, em toda região encontramos áreas de pastagem, algumas
plantações, criações de gado, bode e búfalos e açudes, entre indústrias de grande, médio e
pequeno porte, conjuntos habitacionais e empreendimento urbano em geral, como mostra as
Figuras 27, 28 e 29.
Figura 27 Área de pastagem, com açude pequeno e ao fundo vista parcial da cidade de
Campina Grande (Lat. 7º 16’ 25,5” e Long. 35º 53’ 58,8”)
43
Figura 28 – Área agrícola com pequeno açude e pastagem (Lat. 7º 12’ 35,1” e Long. 35º 57’ 8,3”)
Figura 29 – Crescimento urbano, construção habitacional (Lat. 7º 14’ 52,5” e Long. 35
o
56’ 8,3”)
Podemos ver na imagem do Google Terra (Figura 30) essa interface com detalhe,
onde observa-se empreendimento urbano, como EMBRATEX Coteminas, aeroporto João
Suassuna e cemitério Campo da Paz ao lado de pequenas e médias propriedades rurais. Essa
interface entre o meio urbano e o rural faz com que agrave mais o processo de degradação
da região, pois com o crescimento de áreas urbanas na região há a necessidade de construir e
para isso é necessário material para a construção, e sem uma fiscalização adequada esse
material é retirado sem controle muitas vezes da própria alça sudoeste fazendo com que
surjam novas áreas degradadas.
44
Figura 30 Vista superior de empreendimentos urbanos na alça sudoeste - imagem do
Google Terra de 2006, interface do meio urbano com o rural.
45
CAPITULO 7
CONCLUSÕES
A área em estudo apresentava um índice relativamente moderado de degradação
ambiental em 1989.
A falta de controle e fiscalização na alça sudoeste com relação ao desmatamento e
retirada de materiais para utilização na construção civil, contribuiu com os riscos a
desastres ambientais e com o agravamento dos impactos ambientais causados por estas
ações;
A falta de tratamento adequado para o esgotamento sanitário naquelas comunidades da
periferia aumentou consideravelmente a degradação do meio ambiente;
A implantação inadequada do lixão;
Comparando as imagens do Landsat 5 do ano 1989 com as do Google Terra de 2006,
concluímos que em aproximadamente 19 anos, a degradação aumentou de forma
expressiva e houve um grande crescimento urbano na região;
Causa principal da degradação ambiental da região foi à retirada de material para a
construção civil;
O principal problema da alça sudoeste foi à falta de um planejamento e de controle na
expansão urbana, comprometendo o meio ambiente e seus recursos naturais.
46
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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