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A desertificação começou a ser discutida a partir de 1930, decorrente de um
fenômeno ocorrido nos estados de Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado, afetando
uma área de cerca de 380.000 Km
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, movimentando os cientistas a iniciarem um conjunto de
pesquisas a mencionarem o tal processo como sendo o da desertificação, isto é, a formação
de condições de tipo desértico em áreas de clima semi-árido (IICA – Instituto Internacional
de Cooperação para a agricultura, 2004)
O combate a desertificação no Brasil tem sido lenta, somente no ano de 2004 foi
lançado o Plano Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca
(PANBRASIL).
Segundo a definição contida na Convenção Mundial de Luta Contra a Desertificação,
a área no Brasil susceptível aos processos da desertificação encontra-se situada na Região
Nordeste, particularmente, no Semi-Árido.
Á região semi-árida abrange 70% da área do Nordeste e comporta 63% da população
nordestina. Apesar da idéia da existência de uma região Nordeste castigada por repetidas
secas, os estudos mais detalhados têm demonstrado que a região apresenta grande
diversidade de quadros naturais e socioeconômicos (Silva et.,2003). O bioma predominante
é a caatinga semi-árida que corresponde a 55,6% do Nordeste brasileiro.
Segundo Sousa (2007), na Paraíba o processo de desertificação já se mostra bastante
acentuado nas áreas de caatinga, principalmente onde os índices pluviométricos são
inferiores a 500 mm/ano, a exemplo das Microrregiões do Curimataú Ocidental, Cariri
Oriental e Cariri Ocidental, bem como o Seridó.
De acordo com o relatório da Conferência Nacional e Seminário Latino-Americano
da Desertificação (A Desertificação no Nordeste do Brasil: Diagnóstico e Perspectiva –
março 1994), 70,3% do território paraibano é vulnerável, incluindo-se aí a microrregião
Cariri Velhos, cuja precipitação pluviométrica é a menor do Brasil, e onde é encontrado o
maior percentual de áreas em nível muito grave de desertificação. Com ocupação antiga,
principalmente pelo uso da pecuária e alta densidade populacional, a região apresenta graves
problemas de salinização, erosão e desmatamento, levando a uma forte redução na
fertilidade do solo. Os dados indicam que, no Estado da Paraíba, 52% do total da população
são afetados pelo problema e que esse número pode aumentar.
De acordo com o relatório da Organização não governamental Internacional
Greenpeace, publicada em 2006, a Paraíba é o estado com maior nível de desertificação. Os
municípios mais afetados são Seridó, Cabaceiras e São João do Cariri, os quais se destacam
com terras que apresentam riscos à desertificação.