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domiciliar passaram de 8,3% para 13,6% - crescimento de 62,9% entre essas
mesmas datas. Apesar desse enorme volume de usuários – acima de 31 milhões – o
Brasil, quanto à proporção de sua população total que em 2005 teve acesso à
Internet (17,2%), encontra-se, na América Latina, atrás de Chile (28,9%), Costa Rica
(21,3%), Uruguai (20,6%) e Argentina (17,8%), e na 76ª posição entre os 193 países
do mundo pesquisados pela União Internacional de Telecomunicação (UIT).
Se a brecha que separa o Brasil dos países avançados é larga – a Suíça, com
76,2% de sua população acessando a Internet, tem um índice 4,4 vezes maior que o
do Brasil -- as fraturas internas são bem maiores: o índice de Alagoas (7,6%) é 5,4
vezes menor que o do Distrito Federal (41,2%). Mas a distância que separa o grupo
de menor renda (0,5% de acesso) do grupo de maior renda (77% de acesso) é bem
maior ainda: 154 vezes. Fica evidente que as brechas internas – por renda, raça/cor,
região geográfica do país -- são muito mais largas e profundas do que as brechas
que separam o Brasil dos países avançados.
Espaços que deveriam promover a democratização do acesso, como os
computadores nas escolas para os alunos, e centros gratuitos de acesso para a
população, beneficiam até agora, em maior medida, os grupos privilegiados. Se nos
grupos de menor renda o acesso via centros gratuitos é de 0,6%, na faixa de renda
mais elevada esse índice ultrapassa 4%. Entre os estudantes do ensino
fundamental, só 2,5% dos mais pobres usaram computador na escola. Esse índice
sobe para 37,3% no grupo de alunos de maior nível de renda. (Mapa das
desigualdades digitais no Brasil, 2007, p. 6).
Portanto, todas as Camadas da sociedade precisam se qualificar para
acompanhar o desenvolvimento das tecnologias intelectuais. Não se consegue
resolver os problemas de uma população que vive na miséria fornecendo-lhes
alimento, é preciso dar-lhes condições de trabalho e desenvolvimento.
Amadeu nos mostra que somente com a massificação das pessoas ao uso da
tecnologia e acesso ao uso indiscriminado do uso do computador podemos
potencializar o desenvolvimento do povo e conclui. “é estratégico disseminar
amplamente o acesso aos instrumentos mais avançados das tecnologias de
informação como elemento essencial de valorização do nosso espaço nacional”
(AMADEU, 2005, p.22)
Muitas famílias já percebem o computador como uma ferramenta de melhoria
da qualidade de vida e oportunidade de uma vida melhor para seus filhos. O