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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
JOÃO PAULO PINTO DIAS DE FREITAS
DECISÕES INDIVIDUAIS SOB INCERTEZA EM INVESTIMENTOS: UM ESTUDO
DESCRITIVO CONFIRMATÓRIO DA CUMULATIVE PROSPECT THEORY E THE
ADAPTIVE TOOLBOX
CURITIBA
2007
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JOÃO PAULO PINTO DIAS DE FREITAS
DECISÕES INDIVIDUAIS SOB INCERTEZA EM INVESTIMENTOS: UM ESTUDO
DESCRITIVO CONFIRMATÓRIO DA CUMULATIVE PROSPECT THEORY E THE
ADAPTIVE TOOLBOX
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre em
Administração, área de concentração em
Administração Estratégica, pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Wesley Vieira da
Silva.
CURITIBA
2007
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Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central
Freitas, João Paulo Pinto Dias de
F866d Decisões individuais sob incerteza em investimentos : um estudo descritivo
2007 confirmatório da comulative prospect theory e the adaptive toolbox / João
Paulo Pinto Dias de Freitas ; orientador, Wesley Vieira da Silva. -- 2007.
225 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
Curitiba, 2007
Bibliografia: f. 138-153
1. Investimentos. 2. Finanças. 3. Economia. I. Silva, Wesley Vieira da.
II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação
em Administração. III. Título.
CDD 20. ed. – 332.678
TERMO DE APROVAÇÃO
DECISÕES INDIVIDUAIS SOB INCERTEZA EM INVESTIMENTOS: UM ESTUDO
DESCRITIVO CONFIRMATÓRIO DA CUMULATIVE PROSPECT THEORY E THE
ADAPTIVE TOOLBOX.
Por
JOÃO PAULO PINTO DIAS DE FREITAS
Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no
Programa de s-Graduação em Administração, área de concentração em
Administração Estratégica, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.
Prof. Dr. Eduardo Damião da Silva,
Diretor do Programa.
Prof. Dr. Wesley Vieira da Silva,
Orientador.
Prof.ª Dr.ª Anete Alberton,
Examinadora.
Prof. Dr. Alceu Souza,
Examinador.
Dedico este trabalho a minha mãe, ao
meu pai e, em especial, a minha irmã
Fernanda (in memorian).
AGRADECIMENTOS
Este trabalho representa uma importante etapa na minha vida, na qual não
seria possível sem o apoio que recebi de diversas pessoas.
Aos meus pais, minha gratidão pelos incentivos ao estudo e trabalho em
todos os momentos. Além disso, ao apoio contínuo e principalmente nos momentos
mais difíceis.
À Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), especificamente aos
professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Administração
(PPAD), que impulsionaram o meu interesse pela pesquisa e contribuíram para a
minha formação acadêmica.
Ao meu orientador, Dr. Wesley Vieira da Silva, por todo o estímulo, sabedoria
e apoio durante todo o processo. Sua presença certamente tornou este projeto
viável. Aos membros da banca de defesa desta dissertação por suas colaborações
ao trabalho.
Aos meus colegas de mestrado, pelos momentos de descontração e de
estudo.
À XP Investimentos pela disponibilidade quanto à realizão da pesquisa,
concedendo acesso aos seus corretores de valores e suas instalações.
A todos meu muito obrigado.
RESUMO
Este estudo verifica a existência de evidências emricas, por meio de experimentos
econômicos, de duas teorias da psicologia cognitiva utilizadas pelas finanças
comportamentais, em específico, na tomada de decisões individuais sob incertezas
em investimentos. As duas teorias escolhidas para esse estudo possuem, em parte,
o mesmo pressuposto epistemológico, o de questionamento do conceito de
racionalidade ilimitada utilizada em finanças modernas. o elas a Cumulative
Prospect Theory e The Adaptive Toolbox. Apesar do compartilhamento de alguns
pressupostos, as mesmas possuem pressupostos específicos distintos e possuem
uma visão específica nos resultados que as heurísticas e vieses podem
proporcionar. Devido a isso, os quase-experimentos econômicos são desenhados
especificadamente a cada uma das duas teorias. A aplicação dos quase-
experimentos econômicos se desenvolveu em uma empresa de agentes autônomos
de investimentos (corretores de valores), escolhida pelo autor, de acordo com os
objetivos da pesquisa, necessidades metodológicas e restrições operacionais. Após
a realização dos quase-experimentos, tabelamento dos dados e análise dos
resultados, verificou-se que todas as hipóteses da pesquisa se confirmam em ambas
as teorias, incluindo as sub-hipóteses. Em especial, as heurísticas pesquisadas
pertencentes ao arcabouço teórico da The Adaptive Toolbox apresentaram
desempenho superior a 20% do padrão de respostas exigido à sua validação.
Palavras-chave: Finanças Comportamentais; Economia Experimental;
Racionalidade Limitada; Cumulative Prospect Theory; The Adaptive Toolbox.
ABSTRACT
This study verifies the existence of empirical evidences, by economics quasi-
experiments, of two theories of the cognitive psychology used by behavioral finance,
specifically, in individual decisions taking under uncertainties in investments. The two
theories chosen for this study possess, partly, the same epistemological
assumptions, the questioning of the concept of bounded rationality used in modern
finance. They are, the Cumulative Prospect Theory and The Adaptive Toolbox. In
spite of certain sharing assumptions, the same ones possess different specific
assumptions and they possess a specific vision in the results that the heuristics and
bias can provide. Due to that, the economic quasi-experiments are design specifically
to each one of the two theories. The application of the economic quasi-experiments
developed in a company of autonomous agents of investment (stock brokers),
chosen by the author, in agreement with the research’s objectives, methodological
needs and operational restrictions. Later on, a critical analysis of the two theories is
accomplished. Ending, the results and final conclusions are mentioned about the
research, the research hypothesis confirmations, recommendations to future studies
and suggestions of them. Especially, the researched heuristics belonging to the
theoretical of The Adaptive Toolbox presented 20% superior performance of the
demanded pattern of answers to its validation.
Key words: Behavioral Finance; Experimental Economics; Bounded Rationality
Cumulative Prospect Theory; The Adaptive Toolbox.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: O contexto da pesquisa ............................................................................ . 22
Figura 2: Estrutura do trabalho ................................................................................ . 31
Figura 3: Representação Esquemática do Modelo Interpretativo ............................. 41
Figura 4: Índice Bovespa .......................................................................................... 49
Figura 5: Sobre-reação e Sub-reação ...................................................................... 51
Figura 6: Paradoxo de Allais .................................................................................... 62
Figura 7: A Árvore de Decisão Revisada.................................................................. 67
Figura 8: Influências Multidisciplinares em Finanças Comportamentais .................. 70
Figura 9: Função de Valor de Kahneman e Tversky ............................................... . 76
Figura 10: A racionalidade ecológica da heurística do reconhecimento .................. . 90
Figura 11: Um fluxograma de tomada de decisão de uma razão .............................. 91
Figura 12: A heurística The Affect ............................................................................. 95
Figura 13: Hipóteses de pesquisa ............................................................................ 98
Figura 14: Contratação e subcontratação de agentes autônomos de investimentos. .
................................................................................................................................ 113
Figura 15: Experimentos com e sem controle experimental .................................. . 117
Figura 16: SFI como sistema de transferência de recursos ................................... 119
Figura 17: Função de valor de ganho e parda da CPT de todos os participantes, por
meio da média ....................................................................................................... . 130
Figura 18: Função de valor de ganho e perda da CPT de todos os participantes, por
meio da mediana ................................................................................................... . 131
Figura 19: Panorama para aumento de eficiência experimental ........................... . 138
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Distribuições Públicas de Ações com Encerramento Publicado em 03 de
Janeiro de 2006 ........................................................................................................ 25
Quadro 2: Distribuições Públicas de Ações com Encerramento Publicado em 30 de
mao de 2007 ......................................................................................................... 25
Quadro 3: Participação Financeira por Tipo de Investidor no Período de 01/12/2005
a 29/12/2005 ............................................................................................................. 26
Quadro 4: Participação Financeira por Tipo de Investidor no Período de 01/03/2007
a 30/03/2007 ............................................................................................................ 26
Quadro 5: Par das opções de apostas ..................................................................... 64
Quadro 6: Par das opções de apostas ..................................................................... 65
Quadro 7: Opções de ações do experimento da heurística do reconhecimento ... . 108
Quadro 8: Opções de ações do experimento da heustica TTB ........................... . 109
Quadro 9: Opções de ações do experimento da heustica TTL ........................... . 110
Quadro 10: Opções de ações do experimento da heurística minimalista .............. . 111
Quadro 11: Opções de ações do experimento da heurística The affect ................ . 112
Quadro 12: SFI como sistema de transferência de recursos.................................. 120
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Resultados da CPT aplicado nesta pesquisa ...................................... . 128
Tabela 2 – Resultados da CPT de Kahneman e Tversky (1992) .......................... . 128
Tabela 3 – Diferenças de resultados entre os dois experimentos de CPT ............ . 129
Tabela 4 – Perfil dos participantes da pesquisa .................................................... . 181
Tabela 5 – Perfil dos participantes da pesquisa .................................................... . 182
Tabela 6 - Resultados das heurísticas ................................................................... 192
Tabela 7 – Resultados do experimento da heurística do reconhecimento ............ . 194
Tabela 8 – Resultados do experimento da heurística do TTB ............................... . 196
Tabela 9 – Resultados do experimento da heurística TTL ..................................... 198
Tabela 10 – Resultados do experimento da heurística minimalista ....................... . 200
Tabela 11 – Resultados do experimento da heurística The Affect ........................ . 202
Tabela 12 – Correlação entre perfil e desempenho nas heurísticas TAT .............. . 204
LISTA DE SIGLAS
ANCOR Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e
Mercadorias
ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro
ANI MEC Associação Nacional dos Investidores do Mercado de Capitais
APIMEC Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do
Mercado de Capitais
BM&F Bolsa de Mercadorias e Futuros
BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo
CAPM
Capital Asset Pricing Model
CMN Conselho Monetário Nacional
CPT Cumulative Prospect Theory
CVM Comissão de Valores Mobiliários
HER Hipótese de Expectativas Racionais
HME Hipótese de Mercados Eficientes
PT Prospect Theory
TAT The Adaptive Toolbox
Teorema M-M Teorema Modigliani Miller
TTB Take the Best
TTL Take the Last
TUE Teoria da Utilidade Esperada
SFN Sistema Financeiro Nacional
SUMÁRIO
1 INTRODÃO ....................................................................................................... 16
1.1 TEMA DA PESQUISA ......................................................................................... 17
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 20
1.3 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................. 22
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 22
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 23
1.4 PERGUNTAS DE PESQUISA ............................................................................. 23
1.5 JUSTIFICATIVAS ................................................................................................ 24
1.5.1 Justificativa Prática ........................................................................................ 24
1.5.2 Justificativa Teórica ....................................................................................... 27
1.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................ 28
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 30
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMRICA .......................................................... 32
2.1 TIPOS DE PESQUISA EM TEORIA DA DECISÃO ............................................. 34
2.2 RISCO E INCERTEZA ........................................................................................ 35
2.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E EPISTEMOLÓGICA DE FINANÇAS ....................... 37
2.4 PRESSUPOSTOS DAS TEORIAS MODERNAS DE FINANÇAS ....................... 42
2.4.1 Racionalidade ilimitada .................................................................................. 43
2.4.2 Hipótese das Expectativas Racionais .......................................................... 44
2.4.3 Teoria da Utilidade Esperada ........................................................................ 46
2.4.4 Hipótese dos Mercados Eficientes ............................................................... 47
2.4.5 Behaviorismo .................................................................................................. 52
2.5 FINANÇAS MODERNAS ..................................................................................... 53
2.5.1 Seleção de Carteiras ...................................................................................... 53
2.5.2 Teorema M-M .................................................................................................. 55
2.5.3 Capital Asset Pricing Model .......................................................................... 56
2.5.4 Precificação de Opções ................................................................................. 58
2.5.5 Arbitrage Pricing Theory ............................................................................... 59
2.6 PRESUPOSTOS DAS FINANÇAS COMPORTAMENTAIS ................................ 60
2.6.1 Teoria da Utilidade Esperada Subjetiva ....................................................... 60
2.6.2 Paradoxo de Allais ......................................................................................... 62
2.6.3 Paradoxo de Ellsberg ..................................................................................... 63
2.6.4 Racionalidade Limitada ................................................................................. 65
2.6.5 Arbitragem Limitada ....................................................................................... 67
2.7 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS ..................................................................... 68
2.7.1 Heurísticas ...................................................................................................... 71
2.7.2 Prospect e Viés ............................................................................................... 72
2.8 CUMULATIVE PROSPECT THEORY ................................................................. 73
2.8.1 Prospect Theory ............................................................................................. 74
2.8.1.1 Características............................................................................................... 74
2.8.1.2 Aversão a perda ............................................................................................ 77
2.8.1.3 Contabilidade mental ..................................................................................... 77
2.8.1.4 Heurística da representatividade ................................................................... 78
2.8.1.5 Excesso de Confiança ................................................................................... 79
2.8.1.6 Ancoragem e Conservadorismo .................................................................... 80
2.9 THE ADAPTIVE TOOLBOX ................................................................................ 83
2.9.1 Racionalidade Ecológica ............................................................................... 85
2.9.1.1 Racionalidade Social ................................................................................... 86
2.9.2 Quantidade de Esfoo Mental e Regra de Parada (tradução do autor) .... 87
2.9.3 Heurística do Reconhecimento ..................................................................... 88
2.9.4 Tomada de decisão com uma razão ............................................................. 90
2.9.4.1 Heurística Minimalista ................................................................................. 92
2.9.4.2 Heurística Take The Last ............................................................................ 92
2.9.4.3 Heurística Take The Best ............................................................................ 93
2.9.5 Heurística The Affect ...................................................................................... 94
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ........................................... 97
3.1.1 Hipóteses de Pesquisa .................................................................................. 97
3.1.2 Definições Constitutivas e Operacionais das Varveis ........................... 100
3.2 DELIMITAÇÃO E DESIGN DA PESQUISA ....................................................... 101
3.2.1 Economia Experimental ............................................................................... 102
3.2.1.1 Características e razões da metodologia .................................................... 103
3.2.1.2 Validade interna e externa ........................................................................... 105
3.2.1.3 Exemplos de experimentos ......................................................................... 106
3.2.2 Design dos Experimentos Econômicos ..................................................... 106
3.2.3 Critérios para a seleção da empresa .......................................................... 112
3.2.3.1 População e Amostra .................................................................................. 113
3.2.3.2 Determinação dos participantes dos experimentos ..................................... 114
3.2.3.3 Determinação do ambiente ......................................................................... 115
3.2.3.4 Coleta de Dados .......................................................................................... 115
3.2.3.5 Instrumentos à coleta de dados................................................................... 116
3.2.4 Razões para classificar os experimentos de quase-experimentos .......... 116
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ..................................................... 118
4.1 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ............................................................. 118
4.1.1 Estrutura institucional ................................................................................. 119
4.2 O MERCADO DE CAPITAIS ............................................................................. 120
4.2.1 Comissão de Valores Mobiliários ............................................................... 120
4.2.2 Bolsas de Valores......................................................................................... 121
4.2.2.1 Auto-regulação .......................................................................................... 122
4.2.3 Sociedades Corretoras ................................................................................ 123
4.2.5 Sociedades Distribuidoras .......................................................................... 124
4.2.6 Agentes Aunomos de Investimentos ...................................................... 124
4.3 A EMPRESA PESQUISA .................................................................................. 125
4.3.1 Áreas de Atuação ......................................................................................... 126
4.4 PERFIL DOS PARTICIPANTES ........................................................................ 126
4.5 RESULTADOS DA PESQUISA ......................................................................... 127
4.5.1 Resultados e Análise da CPT ...................................................................... 127
4.5.2 Resultados e Análises da TAT .................................................................... 131
4.5.2.1 Resultados e Análise da Heurística do Reconhecimento ............................ 132
4.5.2.2 Resultados e Análise das Heurísticas da Tomada de decisão com uma razão
................................................................................................................................ 132
4.5.2.3 Resultados e Análise da Heurística The Affect ........................................... 134
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 135
5.1 CONCLUSÕES ................................................................................................. 135
5.1.1 Confirmação das hipóteses de pesquisa ................................................... 135
5.2 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 136
5.3 OPORTUNIDADES DE ESTUDOS FUTUROS ................................................. 137
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 139
APÊNDICE A – Comunicado aos Participantes do Experimento ...................... 155
APÊNDICE B – Tela inicial dos Experimentos .................................................... 158
APÊNDICE C – Experimento I: CPT ..................................................................... 161
APÊNDICE D – Experimento II: Heurística do Reconhecimento ....................... 168
APÊNDICE E – Experimento III: Heurística Take the Best ................................. 170
APÊNDICE F – Experimento IV: Heurística Take the Last ................................. 172
APÊNDICE G – Experimento V: Heurística Minimalista ..................................... 175
APÊNDICE H – Experimento VI: Heurística The Affect ...................................... 178
APÊNDICE I – Tabelas 4 e 5: Perfil dos participantes da pesquisa. ................. 180
APÊNDICE J – Figuras 20: Resultados da CPT .................................................. 183
APÊNDICE K – Tabela 6: Resultados das heurísticas ........................................ 192
APÊNDICE L Tabela 7: Resultados do experimento da heurística do
reconhecimento. .................................................................................................... 194
APÊNDICE M – Tabela 8: Resultados do experimento da heurística do TTB. . 196
APÊNDICE N – Tabela 9: Resultados do experimento da heurística TTL ........ 198
APÊNDICE O Tabela 10: Resultados do experimento da heurística
minimalista. ............................................................................................................ 200
APÊNDICE P Tabela 11: Resultados do experimento da heurística The Affect.
................................................................................................................................ 202
APÊNDICE Q Tabela 12: Correlação entre perfil e desempenho nas
heurísticas TAT. .................................................................................................... 204
ANEXO A – Entrevista Revista Ações & Mercados – XP Investimentos: um caso
de sucesso ............................................................................................................. 206
ANEXO B Jornal Gazeta Mercantil – Ancor quer regulação própria para
corretoras ............................................................................................................... 212
ANEXO C – Instrução CVM Nº 434 de 22º de junho de 2006 .............................. 214
ANEXO D Relação de Contratos do Agente Autônomo: XP Investimentos
Agente Autônomo de Investimentos Ltda ........................................................... 224
ANEXO E – Sede e Filiais ...................................................................................... 226
16
1 INTRODUÇÃO
Nas três últimas décadas, mudanças consistentes têm ocorrido em finanças
e economia, principalmente com a aceitação de novos paradigmas e pressupostos
científicos. Dentre eles, dois novos estudos têm merecido especial destaque dentro
do cenário mundial, com reflexos importantes no desenvolvimento de estudos em
finanças. O primeiro, pesquisado inicialmente por Thaler (1987), são as anomalias
do mercado financeiro e de capitais, divulgados a partir da publicão de diversos
artigos pelo autor em duas séries distintas no Journal of Economic Perspective,
comprovando a irracionalidade dos agentes econômicos. O segundo deles se baseia
no conceito da racionalidade limitada desenvolvido inicialmente por Simon (1955),
desenvolvido por Gigerenzer e Goldstein (1996), Goldstein e Gigerenzer (2002),
Gigerenzer e Todd (1999) e Gigerenzer e Selten (2001).
Dentro deste cenário, as decisões realizadas por indivíduos, associadas por
características externas e recursos disponíveis, probabilidade e tempo, passaram a
ser objeto de pesquisa, com intuito de estudar o comportamento, julgamentos,
escolhas e decisões do indivíduo. Duas linhas distintas de pesquisa da psicologia
cognitiva contribuíram para o desenvolvimento de conhecimento sobre a tomada de
decisão, a Cumulative Prospect Theory (CPT) e The Adaptive Toolbox (TAT).
O presente trabalho se concentra na tomada de decisão sob incerteza em
investimentos realizados por agentes econômicos, em específico, agentes
autônomos de investimentos. Na primeira parte do trabalho apresenta-se
inicialmente o tema do estudo proposto por meio de autores renomados na área de
finanças. Em seguida tem-se, a formulação do problema de pesquisa, onde se
demonstra o foco do estudo e sua delimitação. Na seqüência é exposto o objetivo
geral onde é visto o que se pretende com o estudo e os objetivos específicos que
traduzem as principais etapas a serem desenvolvidas para se responder ao
problema de pesquisa. Concluindo esta seção, são citadas as justificativas teóricas e
práticas, evidenciando a relevância em se estudar o assunto proposto.
No segundo capítulo é apresentada uma revisão da literatura de modo
ordenado, conforme seus autores e enfoques de pesquisa, demonstrando as
diferentes posições entre grupos de teorias. Neste capítulo, primeiramente são
expostos os fundamentos epistemológicos e históricos de finanças. A seguir, são
17
apresentadas algumas das principais teorias financeiras e seus pressupostos
epistemológicos.
Para entender o quê as finanças comportamentais são e por que
originalmente pensou em ser uma heresia passageira, primeiro precisa-se
entender a abordagem padrão da economia financeira e por que aqueles
que usavam esta abordagem acreditavam nas bases teóricas, que vieses
cognitivos podem não afetar preços de ativos (THALER, 1999, p.12,
tradução do autor)
1
.
Depois são apresentadas aos leitores, as finanças comportamentais e seus
pressupostos epistemológicos, para então apresentar as duas teorias da psicologia
cognitiva, base teórica principal deste estudo.
1.1 TEMA DA PESQUISA
As anomalias no mercado financeiro, dificuldades de previsão de preços dos
ativos sob condições de especulação e, principalmente, o debate sobre a
racionalidade na tomada de decisão promoveram a discussão para o surgimento de
uma nova linha de pesquisa dentro de finanças: as finanças comportamentais.
As finanças comportamentais representam um novo ramo na teoria
financeira, que busca incorporar os aspectos psicológicos dos indivíduos no
processo de avaliação e precificação de ativos financeiros. Por apresentar uma visão
multidisciplinar, envolvendo modelos financeiros tradicionais, métodos quantitativos,
economia e psicologia, as finanças comportamentais surgem como uma das mais
importantes e surpreendentes inovações na teoria de finanças nos últimos anos.
Em 1945, Herbert Simon publicou o livro “Comportamento Administrativo”
(tradução do autor)
2
, e em 1955, o mesmo autor publicou o artigo intitulado “Um
modelo comportamental de escolha racional” (tradução do autor)
3
no The Quarterly
Journal of Economics, ambos questionando a racionalidade do homo economicus,
onde os tomadores de decisão são considerados racionais e maximizadores de
1
To understand what behavioral finance is and why it was originally thought to be a fleeting heresy,
one must first understand the standard approach to financial economics and why those who used
this approach believed, on theoretical grounds, that cognitive biases could not affect asset prices.
2
Administrative Behavior.
3
A Behavioral Model of Rational Choice.
18
utilidades.
Os proeminentes da Psicologia Cognitiva consideraram que o ser humano é
visto como um sistema que codifica e interpreta as informões disponíveis no
processo decisório humano. Os elementos que governam o processo decisório
incluem percepção, modelos mentais para interpretar situações específicas,
emoções, atitudes e memória de situações passadas e suas conseqüências.
Adicionalmente, uma linha de pesquisa da psicologia cognitiva sugere que o
processo humano de decisão está sujeito a diversas ilusões cognitivas. Estas podem
ser agrupadas em duas classificações: ilusões derivadas de processos de decisão
heurísticos e ilusões causadas pela adoção de crenças práticas enviesadas que os
predispõe a cometer erros. Em setembro de 1974, Amos Tversky e Daniel
Kahneman publicaram o artigo intitulado, “Julgamento sob incerteza: heurísticas e
vieses” (tradução do autor)
4
, incorporando o conceito das ilusões heurísticas em
Finanças Comportamentais.
Em 1979, os mesmos autores promoveram a Prospect Theory (PT) ao
publicar o artigo,Prospect Theory: Uma Análise de Decisão sob Risco” (tradução do
autor)
5
, na revista acadêmica Econometrica. Em 1992, novamente os mesmos
autores publicaram na revista acadêmica Journal of Risk and Uncertainty, o artigo
“Avaos na Prospect Theory: Representação acumulativa de incerteza” (tradução
do autor)
6
, aprimorando e desenvolvendo a PT.
Desafiando o paradigma imposto pela hipótese de mercados eficientes, as
finanças comportamentais consideram que os investidores podem agir de maneira
não-racional e/ou racionalmente limitado, impactando consistentemente no
comportamento do mercado. Enquanto a hipótese de eficiência de mercado
estabelece que os agentes financeiros utilizam a regra de Bayes para estimarem
valores futuros de forma não enviesada, ou seja, com base na teoria da utilidade
esperada, a teoria proposta por Kahneman e Tversky (1979) supõe que os
investidores tendem a adotar heurísticas, bem como processos mentais enviesados,
que violam modelos estatísticos básicos. Desta maneira, decisões baseadas em
estereótipos, excesso de confiança, conservadorismo e aversão à ambigüidade
levam as pessoas a decidirem de forma não racional e sub-ótima”, o que piora a
4
Judgment under Uncertainty: Heuristics and Biases.
5
Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk.
6
Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty.
19
qualidade das decisões realizadas comparativamente com decisões racionais.
Adicionalmente a CPT, outra linha de pesquisa em finanças
comportamentais que também questiona as decisões baseadas na racionalidade
ilimitada, chamada de “A Caixa de Ferramentas Adaptativa” (tradução literal do
autor)
7
, em alusão a característica da mente humana em ser adaptativa, foi criada
por Gerd Gigerenzer e publicada em 1996 na revista acadêmica Medical Decision
Making, com o artigo “A psicologia do bom julgamento: formatos de freqüência e
algoritmos simples” (tradução do autor)
8
. Baseado no conceito de Herbert Simon
(1951), no qual propôs o conceito de racionalidade limitada, Gigerenzer e Selten
(1996; 2001) desenvolveram uma visão sobre heusticas para lidar com os limites
da mente. Isto posto, eles propuseram que as heurísticas deveriam ser pidas e
econômicas (tradução do autor)
9
e, assim sendo, heurísticas e vieses em decisões
racionalmente limitadas podem ser eficientes e mais eficazes sob circunstâncias
específicas na tomada de decisões do que decisões racionalmente ilimitadas.
Por isso, os defensores das finanças comportamentais advogam a
possibilidade de ganhos extraordinários decorrentes de distorções nos preços dos
ativos financeiros, sejam eles de Bolsa de Valores
10
, Bolsa de Mercadorias e
Futuros
11
, Sociedade Operadora do Mercado de Ativos S.A.
12
, Mercado Primário
13
,
Mercado Secundário
14
, Consórcios, Financiamentos, Leasings
15
e outros mercados e
atividades financeiras. Tal possibilidade é oferecida pelas Finanças
Comportamentais, principalmente com finanças empíricas que ganharam
importância substancialmente nos últimos anos por sua abordagem apropriada para
lidar com os desafios com que as teorias tradicionais do mercado de capitais foram
7
The Adaptive Toolbox.
8
The psychology of good judgment: Frequency formats and simple algorithms.
9
fast and frugal.
10
Organização financeira onde se negociam fundamentalmente títulos de renda variável, por meio de
pregões por via eletrônica entre corretoras credenciadas pelo Banco Central do Brasil, dependendo
das condições econômicas do mercado financeiro.
11
Organização financeira onde se negociam títulos de renda fixa, mercadorias e derivativos mercantis
societários através de pregões por via eletrônica entre corretoras credenciadas pelo Banco Central
do Brasil, dependendo das condições econômicas do mercado financeiro.
12
Mercado de balcão organizado: funciona como um "pré-vestibular" para empresas que pretendem
mais tarde ter suas ações negociadas nas bolsas de valores. Apresenta como principais
vantagens, seu menor custo e menos exigências.
13
Refere-se à colocação inicial de um tulo, é aqui que o emissor toma e obtém os recursos. Os
lançamentos de ações novas no mercado, de forma ampla e não restrita à subscrição pelos atuais
acionistas, chamam-se lançamentos públicos de ações. Este contrato firmado entre a instituição
financeira, líder do lançamento de ações e a sociedade anônima, que deseja abrir o capital.
14
Onde ocorre a negociação contínua dos papéis emitidos no passado, Bolsa de valores e BM&F.
15
Contratos de arrendamento mercantil.
20
enfrentadas.
Por meio de duas citações, uma de Statman (1999, p. 15) e outra de Shefrin
(2000), consegue-se verificar a mudança no objeto de pesquisa em finanças. A
primeira delas, “Pessoas em finanças tradicionais o racionais, as Pessoas em
finanças comportamentais são normais” (tradução do autor)
16
, se refere a
racionalidade limitada dos agentes econômicos nas finanças comportamentais, a
qual é ilimitada nas finanças tradicionais. Na segunda citação, “Finanças
comportamentais é uma área de rápido crescimento que lida com as influências da
ciência psicologia sobre o comportamento dos praticantes financeiros” (tradução do
autor)
17
, exemplifica a característica das finanças comportamentais em incorporar
aspectos às finanças, em especial, os aspectos comportamentais do agente
econômico.
Finanças comportamentais não são mais um assunto controverso como já
foi. Quando economistas financeiros se tornam acostumados a pensar
sobre o papel do comportamento humano na orientação dos preços de
ações, pessoas olharão para trás, os artigos publicados nos últimos 15 anos
e se surpreenderam no que a confusão se referia. Eu prevejo que não em
um futuro distante, o termo ‘finanças comportamentais’ será corretamente
visto como uma frase redundante. Qual outro tipo de finanças há? No
esclarecimento dela, os economistas rotineiramente incorporarão o quanto
de ‘comportamento’ nos seus modelos assim quanto eles o observam no
mundo real. Afinal de contas, ao fazer o contrário, seria irracional (THALER,
1999, p.16, tradução do autor)
18
.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Certamente em finanças e economia, um dos principais estudos se
concentra em finanças comportamentais ou economia comportamental com ênfase
no processo de tomada de decisão. Este trabalho visa estudar especificadamente a
decisão individual em investimentos sob incerteza. Dentro deste processo, as
16
Do original: People in standard finance are rational, People in behavioral finance are normal.
17
Do original: Behavioral finance is a rapidly growing area that deals with the influence of psychology
on the behavior of financial practitioners.
18
Do original: Behavioral finance is no longer as controversial a subject as it once was. As financial
economists become accustomed to thinking about the role of human behavior in driving stock
prices, people will look back at the articles published in the past 15years and wonder what the fuss
was about. I predict that in the not-too-distant future, the term behavioral finance’ will be correctly
viewed as a redundant phrase. What other kind of finance is there? In their enlightenment,
economists will routinely incorporate as much ‘behavior’ into their models as they observe in the
real world. After all, to do otherwise would be irrational.
21
finanças comportamentais destinam como centro do estudo, os agentes
econômicos
19
, ou pessoas econômicas
20
. No entanto, as finanças comportamentais
não é uma teoria unificada, mas ao contrário, uma coleção de ferramentas ou idéias
(CAMERER, 2004).
Teorias distintas existentes nas finanças comportamentais não compactuam
da mesma visão. Estudos e evidências empíricas das mesmas apresentaram que a
racionalidade limitada dos agentes econômicos prejudica a qualidade de sua
decisão. Outros estudos demonstram que a racionalidade limitada do agente
econômico, apesar de sua limitação, devido a outros fatores, como a racionalidade
ecológica, pode gerar uma decisão, qualitativamente, similar à decisão com
racionalidade ilimitada (acesso às informações completas, disponibilidade de tempo
às tomadas de decisão, busca de resultado ótimo e interesse individual). Este
cenário descrito promove um dilema aos pesquisadores em finanças: a mente
humana, por utilizar heurísticas e vieses, prejudica o processo de decisão em
investimentos como a teoria CPT propõe ou o ajuda, como a teoria TAT propõe, ou
ambos?
19
Indivíduos, grupos de indivíduos ou organismos que são os centros de decisão e de ações
fundamentais, nos quais são capazes de ação autônoma e independente, decidindo o que fazer
numa determinada situação.
20
Definição ortodoxa da economia sobre o indivíduo que é racionalmente promotor da maximização
da utilidade esperada.
22
Paradigma Racionalista Comportamentalista
Influência
Economia
Clássica
Psicologia Cognitiva
Teorias Normativas Descritivas
Metodologia Econometria Economia Experimental
Exemplo modelo ou
heurística
CAPM
Contabilidade
Mental
Reconhecimento
Desempenho Máximo Inferior
Pode ser Bom,
Regular ou Baixo,
mas possui baixo
custo
(1) (2)
Figura 1: O contexto da pesquisa.
Fonte: Elaborado pelo autor.
(1) Desempenho inferior promove os modelos pertencentes à Teoria Moderna de Finanças.
(2) A TAT questiona a visão que as heurísticas e vieses funcionam somente com desempenho
inferior.
Para responder a esse questionamento, é necessário primeiramente testar
as teorias nas quais suportam essas visões. O conhecimento sobre esse processo
mental propõe o conhecimento das heurísticas e vieses, objetivando aprimorar a
capacidade dos decisores em investimentos.
1.3 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Objetivo Geral
Verificar a existência de preferências individuais e heurísticas na tomada de
decisão individual em investimentos por meio da CPT e TAT.
23
1.3.2 Objetivos Específicos
a) Descrever e conhecer a fundamentação teórica empírica:
i. as origens epistemológicas e históricas da economia e
finanças;
ii. os principais pressupostos das teorias modernas de
finanças;
iii. as principais características de modelos e teoremas
pertencentes à teoria moderna de finanças;
iv. os principais pressupostos das finanças
comportamentais;
v. as principais características da CPT e TAT;
b) Diagnosticar e escolher a metodologia a utilizar na pesquisa
com as restrições existentes;
c) Apresentar os resultados dos experimentos e o perfil dos
participantes.
d) Analisar a consistência estatística dos resultados dos
experimentos;
e) Analisar as tendências do estudo e fazer recomendações a
estudos futuros.
1.4 PERGUNTAS DE PESQUISA
A partir das colocações feitas na apresentação do tema de pesquisa, este
estudo procura responder as seguintes perguntas de pesquisa:
a) as pessoas realizam o processo de tomada de decisão em
investimentos de forma racional, ou seja, sem as
influências de preferências individuais e heurísticas e
vieses?
b) as pessoas realizam o processo de tomada de decisão em
investimentos com preferências individuais da CPT?
24
c) as pessoas realizam o processo de tomada de decisão em
investimentos com heurísticas da TAT?
1.5 JUSTIFICATIVAS
Atualmente, quatro fatores tornam a pesquisa em finanças comportamentais
no Brasil útil à academia. Neste trabalho, as justificativas estão divididas em práticas
e teóricas.
1.5.1 Justificativa Prática
A primeira das questões que justificam esse estudo é a quantidade de
volume financeiro e indivíduos, visto a ampla gama de investimentos e pessoas
físicas e jurídicas as quais lidam com investimentos de forma rotineira. O mercado
financeiro do Brasil está cada vez mais forte, e o mercado de capitais, cada vez mais
abrangente aos investidores e participantes do mercado.
Em janeiro de 2006, o Tesouro Nacional projetou para o final do ano de 2006
uma dívida pública interna no montante de R$ 481,5 bilhões. A participação dos
investidores estrangeiros nas distribuições públicas de ações no ano de 2005, com
anúncio de encerramento publicado até 03 de janeiro de 2006 foi de R$
9.764.701.191,87, correspondendo a 60,2% do volume total das distribuições
realizadas em 2005, conforme demonstrado nos Quadros 1 e 2, respectivamente. A
participação dos investidores estrangeiros nas distribuições públicas de ações com
anúncio de encerramento publicado até 30 de março de 2007 foi de R$
7.985.376.920,95, correspondendo a 76,70% do volume total das distribuições
realizadas no período.
25
Empresa
Volume Total Volume da Volume Estrangeiro
Volume
Estrangeiro
da
Distribuição Oferta na Oferta Brasileira na Oferta Total
Brasileira
(R$ mil) (R$ mil) (R$ mil)
Part
(%) (R$ mil)
Part
(%)
Unibanco 718.294,11
718.294,11
407.782,99
56,77 407.782,99 56,8
Renar Maçãs 16.000,00
16.000,00
833,43
5,21 833,43 5,21
Submarino 472.937,50
146.216,06
29.206,46
19,97 355.927,90 75,3
ALL Logística 644.866,94
644.866,94
515.829,31
79,99 515.829,31 80
Ultrapar 362.004,88
225.284,88
134.092,04
59,52 270.812,04 74,8
Gol 593.703,60
142.488,86
19.159,72
13,45 470.374,45 79,2
Localiza 264.802,74
264.802,74
246.153,81
86,66 246.153,81 86,7
AES Tietê 1.059.840,08
1.059.840,08
849.990,91
80,2 849.990,91 80,2
TAM 548.488,80
548.488,80
404.825,42
73,81 404.825,42 73,8
Lojas Renner 886.028,75
886.028,75
764.443,42
86,28 764.443,42 86,3
Energias do Brasil
1.184.702,72
1.184.702,72
312.284,88
26,36 312.284,88 26,4
OHL Brasil 495.999,99
462.553,85
314.459,01
67,98 347.905,15 70,1
Unibanco Unit 1.765.197,44
455.681,54
110.852,33
24,33 1.420.368,23 80,5
Bradespar 505.059,26
505.059,26
338.807,32
67,08 338.807,32 67,1
Cyrela 902.175,00
336.450,00
86.044,98
25,57 651.769,98 72,2
PIBB 2.285.867,93
2.285.867,93
70.257,23
3,07 70.257,23 3,07
Nossa Caixa 953.955,99
953.955,99
673.497,88
70,6 673.497,88 70,6
Cosan 885.767,33
885.767,33
640.387,82
72,3 640.387,82 72,3
Tractebel Energia 1.051.700,00
1.051.700,00
578.990,93
55,05 578.990,93 55,1
UOL 624.680,59
624.680,59
443.458,10
70,99 443.458,10 71
TOTAL 16.222.073,65
13.398.730,43
6.941.357,97
51,81 9.764.701,19 60,2
Quadro 1: Distribuições Públicas de Ações com Encerramento Publicado em 03 de Janeiro de 2006
Fonte: BOVESPA (2006).
Empresa
Volume Total
da
Distribuição
Volume da
Oferta
Brasileira
Volume Estrangeiro
na Oferta Brasileira
Volume Estrangeiro
na Oferta Total
(R$ Mil) (R$ Mil) (R$ Mil)
Part
(%)
(R$ Mil)
Part
(%)
Positivo
Informática 604.112,15
604.112,15
413.852,06
68,51
413.852,06
68,51
São Carlos 480.920,02
480.920,02
402.174,65
83,63
402.174,65
83,63
Dufry 849.754,94
849.754,94
586.444,34
69,01
586.444,34
69,01
Embraer 1.789.970,68
268.495,55
54.445,89
20,28
1.575.921,02
88,04
Rodobens 448.500,00
448.500,00
300.466,34
66,99
300.466,34
66,99
Camargo
Côrrea 521.999,99
521.999,99
290.094,89
55,57
290.094,89
55,57
São Martinho 423.680,00
423.680,00
226.359,66
53,43
226.359,66
53,43
PDG Realty 648.394,60
648.394,60
605.656,24
93,41
605.656,24
93,41
GVT 1.076.400,00
1.076.400,00
817.493,04
75,95
817.493,04
75,95
Iguatemi 548.677,44
548.677,44
397.461,81
72,44
397.461,81
72,44
Tecnisa 791.303,08
791.303,08
540.244,30
68,27
540.244,30
68,27
Suzano Papel 543.696,01
543.696,01
351.958,60
64,73
351.958,60
64,73
Anhanguera 512.325,00
512.325,00
387.103,59
75,56
387.103,59
75,56
Gafisa 1.171.304,97
245.280,13
164.121,54
66,91
1.090.146,38
93,07
TOTAL 10.411.038,87
7.963.538,90
5.537.876,95
69,54
7.985.376,92
76,7
Quadro 2: Distribuições Públicas de Ações com Encerramento Publicado em 30 de março de 2007
Fonte: BOVESPA (2007).
26
A participação, no mês de dezembro por tipo de investidor no volume
financeiro da BOVESPA está descrita nos Quadros 3 e 4, respectivamente. São
apresentados claramente os três tipos de investidores mais participativos no
mercado e suas respectivas participações. Nota-se que investimentos financeiros na
BOVESPA são influenciados diretamente e indiretamente por pessoas físicas e
diretamente por pessoas jurídicas.
Tipos de
Investidores
Total
R$ Mil C(%) V(%)
Pessoa Física 17.166.677
11,15
11,84
-
Investidores Individuais
15.565.855
10,08
10,77
- Clubes de Investimentos 1.600.822
1,08
1,07
Institucional 20.802.451
12,93
14,92
Estrangeiro
24.762.099
17,59
15,57
Empresas Privado/Público. 1.666.831
1,36
0,87
Instituições. Financeiras 9.415.901
6,84
5,77
Outros 859.012
0,12
1,03
Total 74.672.973
100,00
Quadro 3: Participação Financeira por Tipo de Investidor no Período de 01/12/2005 a 29/12/2005
Fonte: BOVESPA (2006).
Legenda:
C (%) Participação percentual das compras de cada tipo de investidor no volume total do respectivo
mercado.
V (%) Participação percentual das vendas de cada tipo de investidor no volume total do respectivo
mercado.
Tipos de Investidores
Compras Vendas
R$ Mil
Part.
(%)
R$ Mil Part. (%)
Pessoa Física
19.013.471
12,39 19.287.004 12,57
- Inv Individuais 16.793.719
10,94 17.078.671 11,13
- Clubes de Inv 2.219.752
1,45 2.208.333 1,44
Institucional 22.081.930
14,39 22.204.598 14,47
Inves. Estrangeiro 26.955.710
17,56 26.032.273 16,96
Emp. Priv/Publ. 1.199.324
0,78 847.257 0,55
Instit. Financeiras 7.377.153
4,81 8.266.142 5,39
Outros 120.700
0,08 111.015 0,07
Total em R$ Mil (Compras + Vendas): 153.496.576
Quadro 4: Participação Financeira por Tipo de Investidor no Período de 01/03/2007 a 30/03/2007
Fonte: BOVESPA (2007).
Legenda:
C (%) Participação percentual das compras de cada tipo de investidor no volume total do respectivo
mercado.
V (%) Participação percentual das vendas de cada tipo de investidor no volume total do respectivo
mercado.
27
1.5.2 Justificativa Teórica
O segundo fator que justifica a realização deste estudo refere-se à
deficiência ou insatisfação dos modelos e teorias financeiras e econômicas da
chamada Teoria Moderna de Finanças no que tange a previsibilidade da precificação
de ativos financeiros e reais além da análise de investimentos financeiros e reais. O
problema em relação à Teoria Moderna de Finanças está em seus pressupostos, no
caso específico, seus axiomas, nos quais não são encontrados em investigações
empíricas. A abordagem neoclássica do homem econômico descreve “como as
pessoas devem agir, não como elas agem(SIMON, 1959, p. 254).
O economista pode tentar ignorar psicologia, mas é completamente
impossível para ele ignorar a natureza humana. [...] Se o economista obtém
emprestada, sua concepção de homem do psicólogo, seu trabalho
construtivo pode ter alguma chance de permanecer puramente econômico
em caráter. Mas se ele não o faz, ele não vai então evitar a psicologia. Ao
contrário, ele se forçará a fazer sua própria, e será uma psicologia ruim
(CLARK, 1918, tradução do autor)
21
.
O terceiro fator é a análise das finanças comportamentais que sugerem que
as mesmas sejam capazes de oferecer uma explicação teórico-empírica das dúvidas
existentes nos modelos financeiros. Como declara Statman:
O campo das finanças comportamentais fornece vários constructos
sobrepostos que elucidam o desempenho do investimento: descreve o
comportamento dos investidores e gerentes; descreve os resultados da
interação entre investidores e gerentes em mercados financeiros e de
capitais; e prescreve mais eficazmente o comportamento para investidores e
gerentes (STATMAN, 2005, p.1, tradução do autor)
22
.
Para fazer progresso nesta área, é necessário retratar o comportamento
humano de maneira mais fiel a realidade, e enriquecer a teoria. A utilização da teoria
da utilidade esperada dominou a análise de tomada de decisões sob risco e
21
Do original: The economist may attempt to ignore psychology, but it is sheer impossibility for him to
ignore human nature. If the economist borrows his conception of man from the psychologist, his
constructive work may have some chance of remaining purely economic in character. But if he does
not, he will not thereby avoid psychology. Rather, he will force himself to make his own, and it will
be bad psychology.
22
Do original: Behavioral finance is a framework that augments some parts of standard finance and
replaces other parts. The field of behavioral finance provides several overarching constructs that
elucidate investment performance: it describes the behavior of investors and managers; it describes
the outcomes of interactions among investors and managers in financial and capital markets; and it
prescribes more effective behavior for investors and managers.
28
incerteza. A mesma tem sido aceita como um modelo normativo de escolha racional
(KEENEY; RAIFFA, 1976 apud MACEDO Jr., 2003) e amplamente aplicada como
um modelo descritivo de comportamento econômico (ARROW, 1971; FRIEDMAN;
SAVAGE,1948 apud MACEDO Jr., 2003). A realização de trabalhos com base e/ou
pressupostos onde as pessoas o se portam em situações cotidianas e
esporádicas de forma completamente racional, ou racionalmente limitado ou
irracionalmente, torna-se fundamental ao desenvolvimento das finanças, como
ciência.
O conhecimento, por parte de agentes econômicos participantes do mercado
de capitais, como investidores, analistas de valores mobiliários, agentes autônomos
de investimentos, entre outros, das heurísticas e vieses derivados da PT podem
evitar conseqüências negativas nas decisões em investimentos. Desta maneira, o
desempenho das decisões em investimentos tende a aumentar com tais
conhecimentos.
A utilização de experimentos econômicos para simular decisões de
investimentos, seja em mercados reais seja em mercados artificiais, ajuda
participantes do mercado de capitais, investidores ou profissionais, a melhorar seus
desempenhos sem os custos dos erros em investimentos reais. Outros benefícios,
como o isolamento da variável em estudo, para validade do experimento como
trabalho científico, são importantes e descritos ao decorrer deste trabalho.
A quarta justificativa se refere à importância do tema pesquisado às áreas de
pesquisas correlatas a estratégia em organizações Em todas as organizações são
realizadas tomadas de decisões de cunho rotineiro ou esporádico com reflexo direto
ou indireto na estratégia da organização. Esta linha de pesquisa busca compreender
a tomada de decisão alinhada à estratégia dos diferentes tipos de organizações:
públicas, privadas e do terceiro setor.
1.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Este estudo buscou comprovar a validade de duas importantes teorias,
ambas pertencentes à chamada finanças comportamentais e teoria da decisão. O
processo de tomada de decisão em investimentos, com base nas duas teorias deste
29
estudo, possui em seus decisores, agentes econômicos pertencentes ao mercado de
capitais participantes deste estudo, a fonte primária de dados, informões e
análises. Verificou-se a necessidade de inicialmente da realização de um estudo
confirmatório, para que em um próximo estágio se tenham as condições à avaliação
de desempenho da TAT, em específico, em comparação a CPT. A primeira limitação
do estudo está relacionada a pouca literatura existente sobre a TAT, principalmente
em português.
Outras limitações deste estudo estão direta ou indiretamente ligadas a duas
questões: a) processo cognitivo dos decisores, b) objetivo geral da pesquisa e c)
mercado de atuação dos decisores. Devido ambas as teorias utilizadas neste estudo
se concentrarem em processos cognitivos, tornou-se necessário a escolha da
utilização de experimentos econômicos para realização da pesquisa. Os mesmos
o simplificações do mundo real, o que certamente é uma limitação ao estudo. No
entanto, esta simplificação é necessária em experimentos devido ao objetivo de
identificar e isolar uma variável independente a relacioná-la a uma varvel
dependente para validá-lo como estudo científico. Conforme Hair Jr. et al (2003), os
experimentos de laboratórios manipulam a varvel causal da hipótese dentro de um
ambiente artificial, para conseguir máximo controle e precisão científica.
Adicionalmente, os experimentos econômicos não possuíram grupos de controle
devido ao restrito número de sujeitos experimentais, o que caracterizou os
experimentos como quase-experimentos econômicos. Os mesmos não foram
analisados com base nos efeitos da ordem da apresentação das opções (MOORE,
1999), adicionando uma nova limitação ao estudo.
Por último, este estudo caracteriza por ser explanatório, utilizando teorias
com base em pesquisa descritiva. Ou seja, o estudo pretende relatar evidências
teórico-empíricas para entender como o processo de tomada de decisão ocorre com
base em duas teorias, sem determinar como agentes econômicos devessem decidir
sob incerteza em investimentos (pesquisa prescritiva) ou determinar como agentes
econômicos sempre decidem sob incerteza em investimentos (pesquisa normativa).
30
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO
Na introdução, primeiramente foram apresentados o tema juntamente com a
evolução histórica da área e posteriormente a formulação do problema de pesquisa
e o objetivo geral e os objetivos específicos.
No próximo capítulo, as teorias e conceitos sobre o problema de pesquisa
o apresentados. Adicionalmente no capítulo, a fundamentação teórica na qual
suporta este trabalho. As principais teorias utilizadas neste trabalho são: CPT e TAT.
A partir do entendimento das teorias e de aspectos específicos das mesmas, é
possível compreender a visão distinta entre as duas teorias quanto às decisões
individuais.
Após, no terceiro capítulo, a metodologia é apresentada, demonstrando as
hipóteses de pesquisa, apresentação e definição de varveis, delineamento da
pesquisa, definição da população, desenho do experimento em estudo.
No capítulo seguinte, quarto capítulo, é primeiramente apresentado uma
breve descrição do mercado de capitais e da empresa pesquisada. Após, o perfil dos
agentes autônomos pesquisados, para em seguida, apresentar os resultados dos
experimentos realizados e suas respectivas análises.
Por último, o quinto capítulo trata das conclusões e recomendações do
trabalho. A seguir, a forma gráfica da estrutura do trabalho:
31
Figura 2: Estrutura do trabalho.
Fonte: Elaborado pelo autor.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
PRESSUPOSTOS DA
TEORIA MODERNA EM
FINANÇAS
TEORIA MODERNA DE
FINANÇAS
PRESSUPOSTOS DAS
FINANÇAS
COMPORTAMENTAIS
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
CPT
TAT
METODOLOGIA
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS, ANEXOS E APÊNDICES
32
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMRICA
Por desafiar os conceitos tradicionais impostos pela teoria moderna de
finanças, as finanças comportamentais representam o trabalho teórico mais
interessante em investimentos surgido na ciência financeira nos últimos anos
(BURR, 1997). Para Shleifer (2000), as finanças comportamentais representam o
estudo do potencial de falha humana em mercados competitivos, abordando os
impactos em varveis financeiras quando diversos tipos de investidores, tanto
racionais quanto irracionais, interagem entre si.
As origens das finanças comportamentais estão associadas às aplicações
das descobertas da psicologia na teoria econômica. Os estudos pioneiros de
Kahneman e Tversky (1979) sobre erros de heurística e as pesquisas
comportamentais de Slovic (1972) a respeito de problemas de percepção de risco
abriram caminho para a avaliação da influência dos aspectos psicológicos no
processo de tomada de decisão dos investidores.
Por muito tempo, porém, o estudo do comportamento aplicado às finanças
angariou pouco interesse de pesquisadores, uma vez que as finanças modernas,
fundamentadas na hipótese de mercados eficientes e racionalidade ilimitada,
reinavam absolutas no meio acadêmico, e o modelo de precificação de ativos,
baseado na avaliação do risco sistemático, parecia explicar adequadamente às
evidências empíricas dos mercados financeiros.
Com o aprofundamento das pesquisas e com o aprimoramento das técnicas
de avaliação quantitativa em finanças ocorridos principalmente após 1980, diversos
acadêmicos começaram a identificar indícios de que o comportamento real do
mercado distanciava-se dos resultados esperados pela hipótese de mercados
eficientes. Shleifer (2000), por exemplo, estabelece que as finanças
comportamentais fundamentam-se em dois tipos de argumentos: limitação da
arbitragem no mercado financeiro e atitudes mentais dos investidores. Desta forma,
uma vez que as possibilidades de arbitragem o são totalmente possíveis,
prováveis distúrbios no mercado podem causar desequilíbrios persistentes de preço
na forma de sobre-reação ou sub-reação. Isto ocorre devido à estrutura do mercado,
como por exemplo, a inexistência de ativos substitutos perfeitos para sintetizar
posições e a demanda por ativos financeiros serem estabelecidos a partir de crenças
33
e avaliações enviesadas.
Apesar das diversas definições das finanças comportamentais uma
razoável concordância entre elas. Lintner (apud BRABAZON, 2000) define-a como
sendo “o estudo de como investidores interpretam e agem com informação para
tomar decisões em investimento informadas” (tradução do autor)
23
. Thaler (1993)
simplifica as finanças comportamentais como finanças “cabeça aberta” (tradução do
autor)
24
, ou com uma tradução menos literal e mais idiomática, “sem preconceito”,
argumentando que muitas vezes para encontrar a solução de um problema
financeiro empírico, é necessário considerar a possibilidade de que alguns agentes
na economia não se comportam de forma completamente racional todo o tempo.
Olsen (1998) sustenta que “Finanças Comportamentais é um novo paradigma da
teoria de finanças, as quais procuram entender e prever implicões sistemáticas do
mercado financeiro da tomada de decisão psicológica” (tradução do autor)
25
. O mais
importante argumento contra a psicologia evidencia que os retornos em ativos
especulativos são praticamente impossíveis de projeção. Colin Camerer declara que:
Críticas evidenciaram que a economia comportamental não é uma teoria
unificada, mas é ao invés, uma coleção de ferramentas ou idéias. Isto é
verdade. Também é verdade sobre a economia neoclássica. Um trabalhador
pode confiar em uma “única” ferramenta digamos, uma furadeira mas
também usar uma ampla gama de furadores a rios trabalhos. Isto é uma
ferramenta, ou muitas? Como Arrow (1986) demonstrou, modelos
econômicos não obtêm muito poder de predição a partir de uma única
ferramenta de maximização de utilidade. Precisão vem dos furadores. [...]
Algumas vezes estas especificações são também contraditórias por
exemplo, auto-interesse puro é abandonado em modelos dados, mas
restaurado em modelos de poupança de ciclo de vida; e aversão a risco é
tipicamente assumida em equity markets e preferência de risco em betting
markets. Tais contradições estão como a “contradição” entre uma cabeça
Phillips” e uma chave de fenda regular: Eles estão a favor de ferramentas
diferentes de trabalhos. A meta da economia comportamental é desenvolver
as melhores ferramentas que, em alguns casos, pode fazer ambos os
trabalhos imediatamente (CAMERER, 2004, p. 47, tradução do autor)
26
.
23
Do original: the study of how humans interpret and act on information to make informed investment
decisions.
24
Do original: open-minded.
25
Do original: Behavioral Finance is a new paradigm of finance theory, which seeks to understand and
predict systematic financial market implications of psychological decision-making.
26
Do original: Critics have pointed out that behavioral economics is not a unified theory, but is instead
a collection of tools or ideas. This is true. It is also true of neoclassical economics. A worker might
rely on a "single" tool say, a power drill – but also use a wide range of drill bits to do various jobs.
Is this one tool or many? As Arrow (1986) pointed out, economic models do not derive much
predictive power from the single tool of utility-maximization. Precision comes from the drill bits
such as time-additive separable utility in asset pricing including a child's utility into a parent’s utility
function to explain bequests, rationality of expectations for some applications and adaptive
expectations for others, homothetic preferences for commodity bundles, price-taking in some
markets and game-theoretic reasoning in others, and so forth. Sometimes these specifications are
34
2.1 TIPOS DE PESQUISA EM TEORIA DA DECISÃO
Uma maneira de classificar a pesquisa relacionada a decisões é dividindo-a
pelo seu tipo de objetivo. As pesquisas normativas procuram entender como as
pessoas deveriam agir se elas fossem atores racionais completos que realizam
escolhas ao seu melhor interesse. Tal pesquisa pode cobrir uma vasta variedade de
situações, mas o objetivo é sempre entender o quê as pessoas deveriam fazer. De
maneira oposta, a pesquisa descritiva procura atingir o objetivo de entender como e
porque as pessoas decidem da forma como elas o fazem e como elas diferem dos
modelos normativos. É utilizada pela pesquisa descritiva, a psicologia do indivíduo e
do grupo. Outra forma de pesquisa é a prescritiva, que possui uma abordagem de
desenvolvimento de métodos e técnicas que possam ajudar decisores e
organizações, melhorando a qualidade das decisões que são feitas.
algumas décadas, os estudos descritivos vêem aumentando em relação
aos estudos normativos. Enquanto o número de trabalhos de análise de decisão
aparentemente na Management Science aumentou dramaticamente desde os anos
de 1960 até a metade dos anos 1980, um declínio geral foi testemunhado desde
então. Acredita-se que o interesse na pesquisa behavioral decision making em
particular está crescendo, apesar do termo análise de decisão ser menos utilizado e
a orientação prescritiva na Management Science. O Journal of Behavioral Decision
Making and Organization Behavior e Human Decision Processes agora publicam
uma grande parte da pesquisa sobre decisão e periódicos em economia e finanças
publicam regularmente trabalhos em economia experimental e finanças
comportamentais. (SMITH; WINTERFELT, 2004).
Esta distinção entre o que é chamado de pesquisa normativa e descritiva em
tomada de decisão está localizada na chamada estatística intuitiva (SMITH;
WINTERFELT, 2004), que é evidenciada nas pesquisas descritivas como padrão de
julgamento e tomada de decisão.
even contradictory for example, pure self-interest is abandoned in models of bequests, but
restored in models of life-cycle savings; and risk-aversion is typically assumed in equity markets
and risk-preference in betting markets. Such contradictions are like the "contradiction" between a
Phillips-head and a regular screwdriver: They are different tools for different jobs. The goal of
behavioral economics is to develop better tools that, in some cases, can do both jobs at once.
35
Psicólogos se distinguem entre dois tipos de teorias: normativa e descritiva.
Para eles, teorias normativas caracterizam a escolha racional, exemplo
incluiria os axiomas da teoria da utilidade esperada e a regra de Bayes.
Teorias descritivas tentam caracterizar escolhas reais. PT é um exemplo de
teoria descritiva. Agentes que escolhem de acordo com a PT, violam
axiomas fundamentais da escolha racional; por exemplo, sob circunstancias
de incerteza eles escolherão opção A sobre B, mesmo quando B dominar A,
desde que a dominância não seja muito óbvia. Eu não queria chamar tais
escolhas racionais, mas como as pessoas as escolhem na vida real,
situações de alto comprometimento, é importante que economistas
desenvolvam modelos para prever tal comportamento (THALER, 2000, p.
138, tradução do autor)
27
.
Nesta conjuntura, o indivíduo desvia teoricamente das decisões ótimas e se
utiliza de informações probabilísticas de eventos incertos para realizar sua decisão.
A possibilidade de elaboração das pesquisas descritivas se deve a utilização de
experimentos que incluem jogos, prospects e loterias.
2.2 RISCO E INCERTEZA
Risco é uma palavra atualmente muito utilizada e com um sentido amplo
pelas pessoas. A palavra “risco” deriva do italiano antigo risicare, que significa
“ousar”. Neste sentido, o risco é uma opção, e não um destino. É das ões que
ousamos tomar, que dependem de nosso grau de liberdade de oão, que a história
do risco trata (BERNSTEIN, 1997).
De acordo com Knight (2006 apud WHEELER, 2006), a formalização geral
de risco era muito ampla e usualmente utilizada para cobrir dois fenômenos distintos.
Além disso, as implicações de cada um dos fenômenos são diferentes e assim
sendo, impactam ganhos econômicos. Knight argumenta que o risco é mensurável e
pode ser quantificado e medido, com calculo probabilístico ou observação empírica,
27
Do original: Psychologists distinguish between two kinds of theories: normative and descriptive. To
them, normative theories characterize rational choice: example would include the axioms of
expected utility theory and Bayes’ rule. Descriptive theories try to characterize actual choices.
Prospect theory is an example of a descriptive theory. Agents who choose according to prospect
theory violate fundamental axioms of rational choice; for example, under certain circumstances they
will choose option A over B even when B dominates A, as long as the dominance is not too
obvious. I would not want to call such choices rational, but since people do choose them in real life,
high stakes situations, it is important that economists develop models that predict such behavior.
Economists have traditionally used one theory to serve both the normative and descriptive
purposes. Expected utility theory and the life-cycle theory of saving are rational (normative) models
that economists have used also as descriptive models.
36
e assim sendo o risco pode ser convertido em certeza. Outra observação com visão
similar a de Knight é de Anderson, Deane, Hammond e Mcclelland (1981): uma
situação na qual alguém não tem conhecimento sobre todos os diversos estados
naturais ocorridos ou que ocorrerão.
Risco é uma situação que uma decisão deve ser realizada considerando
certo evento e a distribuição de probabilidade deste mesmo evento. O cálculo
probabilístico permite as pessoas calcular distribuições de possibilidades e possuir
estatísticas sobre eventos.
A incerteza deve ser tomada em um sentido radicalmente distinto da noção
familiar de risco, da qual nunca foi apropriadamente separada... Descobrir-
se-á que uma incerteza mensurável, ou “risco” propriamente... é tão
diferente de uma imensurável que, na verdade, não chega a ser uma
incerteza. (KNIGHT, 1921, p. 205 apud BERNSTEIN, 1997, p. 219)
A incerteza, por outro lado, não pode ser quantificada ou eliminada.
(WHEELER, 2006). Ela se caracteriza por uma situação na qual a distribuição de
probabilidade de um evento não existe. Por isso, agentes econômicos formulam
suas expectativas e não decidem ões futuras baseados em análises de rie
estatística. Ao contrário, tomada de decisão é vista com complete incerteza, por
classificar expectativas enfatizando a natureza imensurável da incerteza
(DAVIDSON, 1994).
A diferença prática entre as duas categorias, risco e incerteza, é que na
formação da distribuição dos resultados em um grupo de exemplos é
conhecido (nem por meio de cálculos a priori ou de estatística de
experiência passada), enquanto que no caso de incerteza, isto não é
verdade, a razão sendo em geral sendo em geral que é impossível para
formar um grupo de exemplos, porque a situação tratada possui em si um
elevado grau de originalidade (KNIGHT, 2006 apud WHEELER, 2006, p. 4,
tradução do autor)
28
.
28
Do original: The practical difference between the two categories, risk and uncertainty, is that in the
former the distribution of the outcome in a group of instances is known (either through calculation a
priori or from statistics of past experience), while in the case of uncertainty this is not true, the
reason being in general that it is impossible to form a group of instances, because the situation
dealt with is in a high degree unique.
37
2.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA E EPISTEMOLÓGICA DE FINANÇAS
Não muitos acadêmicos discordariam que a atividade financeira é uma
atividade social. Desde os primeiros trabalhos de economistas clássicos tais como
Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill nos séculos XVIII e XIX, o papel das
pessoas envolvidas em atividades financeiras foi investigado. Nestes primeiros
textos de economia política e em pensamento econômico positivo no qual introduziu
o conceito do homo economicus nas ciências sociais.
No final do século XIX, o pensamento moderno, associado ao progresso
através da razão e racionalidade, aquisição de verdades universais por métodos
científicos moldados pela Física e a rejeição de metafísicas tradicionais, tornou-se
prevalente. Como principal base epistemológica para este estágio das ciências, em
especifico, as ciências relacionadas às finanças, estão o empirismo e o positivismo.
O primeiro, Francis Bacon (1620/1979), o qual relata o método dedutivo, publicou
sua principal obra Novo método científico (tradução do autor)
29
, relatando a pesquisa
crítica e metodológica, que na época promovia o lançamento das bases gicas da
chamada nova ciência e da nova filosofia, que deveria dar ao homem, o domínio da
realidade. Bacon compôs então, as três tábuas da investigação: a)
presença/afirmação; b) ausência/negação; c) graduações/comparações.
O segundo, positivismo, surge exigindo maior respeito com a experiência e
os dados positivos. Procura limitar-se à experiência imediata, pura, sensível, como
fizera o empirismo. Daí a sua pobreza filosófica, mas tamm o seu maior valor
como descrição e análise objetiva da experiência. Dada essa objetividade da ciência
e da história do pensamento positivista, compreende-se porque elas são fecundas
no campo prático, técnico, aplicado.
“Ciência positivista é ciência estilo britânico (com C maiúsculo)”
(MCCLOSKEY, 1983; 1994) (tradução do autor)
30
, enfatiza o teste e experimentos da
hipótese como também os aspectos observáveis, numéricos e não tácitos do mundo.
Além disso, envolve rejeição rigorosa de aspectos qualitativos e intangíveis, de
perspicácias que derivam de introspecção e de aspectos históricos e culturais.
Sob esta doutrina positivista da economia financeira, homo economicus
29
Do original: Novum organum scientiarum
30
Do original: Positivism science is British style science (with capital S).
38
refere-se a um modelo de comportamento humano enormemente simplificado, onde
um indivíduo é caracterizado pelo auto-interesse, racionalidade perfeita e acesso
livre a informação. Deitada sobre conceitos de simplicidade, aplicabilidade
matemática e raciocínio empírico, o comportamento humano foi quantificado e
supersimplificado seguindo metodologias desenvolvidas e utilizadas no campo das
ciências puras.
No entanto, John Stuart Mill foi o primeiro explicitamente a definir este
conceito (PRIBRAM, 1983 apud ANDRIKOPOULOS, 2005). A idéia geral de um
homem econômico racional representa um forte alicerce da Teoria Moderna de
Investimento. No entanto, a vero inicial do homo economicus na metodologia
econômica da doutrina positivista foi introduzida por Von Neumann e Morgenstern
(1947) e seguida persistentemente pela vasta maioria dos financistas da segunda
metade do século XX.
Desde o início da literatura econômico-financeira, a supersimplificão do
comportamento humano representa somente uma parte do procedimento dedutivo
empírico genérico na busca da definição do comportamento de preços. Este foi o
como das finanças modernas. Em 1900, Louis Jean-Baptiste Alphonse Bachelier
produziu sua tese de doutorado em economia financeira e mudou o rumo da área,
incluindo matemática financeira e processos estocásticos como movimento
browniano, entre outros.
Estes pressupostos positivistas, genéricos, racionalistas, com utilização de
instrumentos matemáticos e estatísticos continuaram durante toda a primeira metade
do século XX. No início da década de 50, Markowitz publicou um artigo em finanças
chamado Seleção de Carteira (tradução do autor)
31
, no Journal of Finance. Neste
artigo, são apresentadas a racionalidade e imprevisibilidade do mercado financeiro
para formulação de carteiras de investimentos ótimas, onde o risco apareceu pela
primeira vez como variável aleatória. Esta característica do risco possibilitou que a
formulação de carteiras utilizar-se da idéia de diversificação de investimentos. Todas
essas características em conjunto causaram uma ruptura na área, criando as
chamadas finanças modernas.
Essas influências advogavam que o objetivo da vida humana é a obtenção
da felicidade, e que esta felicidade pode ser numericamente mensurada e que em
31
Do original: Portfolio Selection.
39
suas escolhas, os seres humanos fazemlculos hedônicos.
A natureza colocou a humanidade sob governança de dois mestres
soberanos, dor e prazer. É por eles somente, destacar o que nós devemos
fazer como também determinar o que faremos. Em um lado, o padrão de
certo e errado, no outro, a cadeia de causa e efeitos, estão presos ao trono
(BENTHAM, 1780 apud RUBINSTEIN, 2006, tradução do autor)
32
.
Outro artigo de grande importância para finanças modernas foi “Precificação
de ativos de capital: uma teoria de equilíbrio de mercado sob condões de risco”
(tradução do autor)
33
, publicado em 1964, no Journal of Finance por William Sharpe,
que neste artigo continuou com a premissa da racionalidade do investidor e na
formulação de um modelo de avaliação de ativos.
Posteriormente, Eugene Fama (1970) formulou a Hipótese de Mercados
Eficientes (tradução do autor)
34
, onde os mercados são considerados relativamente
eficientes com certa disposição de informão, se não houver oportunidades de
lucros anormais para investidores baseados nessas informações (FAMA, 1970).
Baseado no modelo, qualquer mudança em preços de ações será o resultado de
reajuste dos valores baseados em mudanças nas informações das mesmas.
Testes empíricos da teoria provaram-se problemáticos. O problema é
freqüentemente referido como um problema de hipóteses conjuntas (FAMA, 1970;
1991). Testes empíricos recentes provaram a necessidade de uma nova abordagem
às finanças modernas, especialmente pelos resultados sobre anomalias no
comportamento de preços de ações no mercado financeiro.
No [paradigma neoclássico] mudança sempre é interpretada como reativa.
Agentes individuais ou agregados econômicos são vistos como
respondentes a eventos que afetam a base da tomada de decisão. Atores
econômicos são retratados como tentados a se adaptar de maneira ótima às
novas condições impostas a eles. Eles não são creditados de qualquer
forma com a criação das novas condições a eles mesmos. A razão para
esta estreita interpretação é o mesmo âmago do paradigma neoclássico, a
síntese de otimização e o conceito de equilíbrio. Usado em conjunto, os dois
ingredientes regem qualquer explicação do comportamento individual
diferente do que adaptar a circunstâncias variáveis (WITT, 1992, tradução
do autor)
35
.
32
Do original: Nature has placed mankind under the governance of two sovereign masters, pain and
pleasure. It is for them alone to point out what we ought to do as well as to determine what we shall
do. On the one hand, the standard of right and wrong, on the other the chain of cause and effects,
are fastened to their throne.
33
Do original: Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium under Conditions of Risk.
34
Do original: Efficient Market Hypothesis.
35
Do original: In the [neoclassical paradigm] change is always interpreted as reactive. Individual
agents or economic aggregates are viewed as responding to events that affect the basis of decision
making. Economic actors are portrayed as attempting to adapt optimally to new conditions imposed
40
Isto posto, surge o questionamento das finanças modernas, visto o conceito
do programa de pesquisa de Lakatos e Musgrave (1970). Neste cenário, as análises
dos programas das finanças modernas e das finanças comportamentais seguem
suas principais transformões, com suas críticas internas e externas. Apesar
dessas transformações, duas situações possíveis, o questionamento do chamado
núcleo duro ou o questionamento do cinturão protetor. As finanças comportamentais
e suas evidências contestam a chamada heurística negativa das finanças modernas,
que o seus axiomas, seu núcleo duro. As finanças comportamentais é uma
disciplina em finanças na qual possui um paradigma que presume que a estrutura
informacional e as características dos participantes do mercado são
sistematicamente influenciadas por decisões as quais se baseiam em teorias
correlacionadas a psicologia.
on them. They are not credited in any way with creating the new conditions themselves. The reason
for this narrow interpretation is the very core of the neoclassical paradigm, the synthesis of
optimization and the equilibrium concept. Used together, the two ingredients rule out any
explanation of individual behavior other than that of adapting to changing circumstances.
41
Figura 3: Representação Esquemática do Modelo Interpretativo
Fonte: Cavalieri (2005 p.30).
Importante parte do conceito de programa de pesquisa de Lakatos e
Musgrave (1970) é seu questionamento por meio de verificação das teorias
científicas que não são abandonadas, mesmo quando apresentam possíveis
falsificações. Com isso, pode haver muito tempo antes do falseamento de uma teoria
que apresente dados problemáticos.
Essa visão possui suporte em Foucault (1972; 1985). A partir do termo
nuclear da filosofia grega antiga, episteme, que significa conhecimento ou saber,
Michel Foucault (1972) propõe uma visão sobre a constituição do discurso, seja ele
científico ou não. A episteme nunca é definida por Foucault como um termo para
42
uma forma particular de conhecimento, mas como o conjunto das relações
epistemológicas entre as ciências humanas, com as formas que nos permitem o
acesso ao conhecimento num dado momento histórico, ou, por outras palavras, às
condições discursivas que constituem uma epistemologia.
O movimento de preços no mercado de ações está entre uns poucos
fenômenos que cortaram as fronteiras das disciplinas acadêmicas e possui
evidências de pesquisas acumuladas medidas à quase um século. Hoje, o
campo de pesquisa do mercado financeiro parece estar no excitante estágio
de “crise” (usando a analogia de Kuhn) resultados passados o
questionados e novas soluções estão sendo propostas. Parece estar
crescendo a insatisfação entre pesquisadores acadêmicos com o corpo da
literatura desenvolvida nas presunções do mercado eficiente. Ideologias
keynesianas sobre fenômenos do mercado especulativo (até aqui ignorado)
estão sendo ressuscitadas para explicar a natureza da volatilidade do
mercado de ações. Enquanto somente o tempo diou não, se a crise atual
levará a uma revolução em pensamento e desenvolvimento de uma teoria
coerente do comportamento do Mercado de ações, parece apropriado
nesse momento fazer um exame da literatura atual da área de mercados
eficientes e identificar as linhas emergentes de pensamento. (RUSSEL;
TORBEY, p.1-2, tradução do autor)
36
.
Concluindo que a área das finanças, como práxis, tem acompanhado a
“verdade” condicionada a episteme dominante em cada época. Ou seja, apesar das
evidências teórico-empíricas das finanças comportamentais e conseqüentemente de
seu grande avanço em pesquisas acadêmicas em diversos países, deve haver um
tempo para o abandono (LAKATOS; MUSGRAVE, 1970).
2.4 PRESSUPOSTOS DAS TEORIAS MODERNAS DE FINANÇAS
Nesta seção, serão relatados os pressupostos teóricos que suportam a
Teoria Moderna de Finanças, promovendo o entendimento de onde ela surge e seus
36
Do original: The movement of prices in the stock market are among a few phenomena that have cut
across the boundaries of academic disciplines and have a cumulative research evidence spanning
almost a century. Today the field of financial market research seems to be at the exciting stage of
‘crisis’ (to use Kuhn's analogy) past results are being questioned, and new solutions are being
proposed. There seems to be growing dissatisfaction among academic researchers with the body of
literature developed on the assumption of market efficiency. Keynesian ideologies on speculative
market phenomena (hitherto ignored) are being resurrected to explain the volatile nature of the
stock market. While only time will tell whether or not the present crisis will lead to a revolution in
thought and development of a coherent theory of stock market behavior, it seems appropriate at
this point to take stock of the current literature in the area of market efficiency and to identify the
emerging lines of thought.
43
axiomas e quais os motivos de sua manutenção. Os diversos pressupostos são, em
grande parte, correlacionados e se auto-sustentam.
2.4.1 Racionalidade ilimitada
Racionalidade ilimitada inclui o processo de tomada de decisão no qual não
possui restrições em termos de tempo, conhecimento ou busca por informações e
capacidade computacional que pessoas enfrentam diariamente. No século XVIII, o
astrônomo e filósofo Pierre Simon de Laplace (1749-1827) descreveu sua idéia de
racionalidade ilimitada de Laplace Demon, como segue:
Dado [...] uma inteligência que pode compreender todas as forças pela qual
a natureza é regida e as situações respectivas de seres que a compõem
uma inteligência suficientemente vasta para submeter esses dados para
análise [...] nada seria incerto e o futuro como o passado, seria presente
àqueles olhos (LAPLACE, 1814/1951 apud GIGERENZER; TODD, 1999, p.
8, tradução do autor).
37
A ilusão de um super homem com racionalidade ilimitada tem por objetivo,
significar um gênio racionalmente ilimitado e com super inteligência que não
necessita se preocupar com tempo limitado, conhecimento ou capacidades
computacionais e toma decisões procurando por pistas (tradução do autor)
38
irrestritamente e maximizando as utilidades esperadas (GIGERENZER; TODD,
1999). O conceito de racionalidade ilimitada, no entanto, não descreve como
pessoas reais na verdade pensam e por isso a crítica a ela, especialmente na
segunda metade do século XX. As principais aplicações da racionalidade ilimitada
o: a maximização da Teoria da Utilidade Esperada e Modelos Bayesianos.
37
Do original: Given [...] an intelligence which could comprehend all the forces by which nature is
animated and the respective situation of beings who compose it - an intelligence sufficiently vast to
submit these data to analysis [...] nothing would be uncertain and the future as the past, would be
present to its eyes.
38
Do original: Cues.
44
2.4.2 Hipótese das Expectativas Racionais
A HER argumenta sobre um conceito importante, comportamento de
agentes econômicos. A HER promove a fundamentação para criação e
desenvolvimento de diversas teorias financeiras. Uma das definições da hipótese de
expectativas racionais consta no livro Economia (tradução do autor)
39
de Stiglitz e
Walsh (2002), na qual é “as expectativas dos indivíduos são racionais se eles as
levam completamente em conta a informão disponível e pertinente” (tradução do
autor)
40
. Outra definição amplamente aceita é de Mankiw (2006), no livro Princípios
da Economia (tradução do autor)
41
, “a hipótese em acordo com o quê o público usa
toda informação disponível e útil para predizer o futuro, inclusive informação relativo
às políticas a serem levadas em conta pelo governo no futuro” (tradução do autor)
42
.
Outra definição importante aparece no glossário de Macroeconomia de
Robert Barro, onde expectativas racionais: ponto de vista de acordo com o qual
pessoas fazem prognósticos ou estimações de variáveis desconhecidas do melhor
modo posvel, usando toda informação disponível naquele momento (BARRO,
1986).
Quando Muth (1961) apresentou a expressão “expectativas racionais”, ele o
fez para separá-la dos modelos baseados em variáveis esperadas calculadas, a
priori, conhecidas como fórmulas extrapoladas ou de expectativas adaptativas. Tais
fórmulas não possuem a experiência acumulada. Ou seja, Muth acrescentou a
fórmula, as experiências nas quais os indivíduos tinham e promulgavam que as
projeções futuras desenvolvidas pelos mesmos seriam as melhores possíveis e não
necessariamente consideradas precisas. Isso significa que ele acreditava que pelo
fato dos indivíduos serem racionais iriam ao longo do tempo, observar e avaliar a
situação com as experiências passadas para corrigir a situação proposta.
De acordo com Obstfeld e Rogoff (1996), uma expectativa racional é uma
esperança matemática condicionada no conjunto de informações disponível ao
39
Do original: Economics.
40
Do original: the expectations of individuals are rational if they take fully into account the available
and relevant information.
41
Do original: Principles of Economics.
42
Do original: the hypothesis according to which the public uses all available and useful information to
predict the future, including information concerning the policies to be carried out by the government
in the future.
45
agente econômico. A hipótese de expectativas racionais, sob o ponto de vista
econômico, não exige que as previsões estejam corretas, mas sim, uma vez
baseadas em modelos econômicos corretos, que os erros de previsão não sejam
enviesados nem correlacionados com as informões que a previsão es
condicionada.
Um dos autores que não concordava com essa hipótese de forma muito
firme, era John Maynard Keynes. Sua citação segue:
Nós estamos nos recordando somente daquelas decisões humanas que
afetam o futuro, sejam pessoais ou políticas ou econômicas, que não podem
depender de expectativas matemáticas rígidas, como a base para fazer tais
cálculos não existe; e que é nosso desejo inato à atividade que ‘faz as rodas
girarem’, nossos egos racionais escolhendo entre as alternativas que s
podemos fazer, calculando onde nós podemos, mas recorrendo
freqüentemente a nosso motivo em capricho ou sentimento ou chance
(KEYNES, 1964, p. 162-163 apud ACKERT; CHURCH; DEAVES, 2003,
tradução do autor)
43
.
Mas foi efetivamente na década de 70, com a adição de teorias econômicas
complementares, que a teoria primeiramente mencionada por John Muth se tornou
parte de um arcabouço teórico econômico. Sachs e Larrain (1992) explicam: a
principal questão na qual separava Keynes de Muth, Lucas, Prescott e outros “novos
macroeconomistas” é que os preços se comportavam em equilíbrio.
Segundo Grant (1999), uma forma fraca de racionalidade dos agentes pode
ser testada verificando se o erro de previsão é um ruído branco. A forma forte da
hipótese de expectativas racionais requer, no entanto, que os erros não sejam
correlacionados com qualquer variável econômica relevante, disponível no momento
da emissão da expectativa. Assim sendo, a hipótese de expectativas racionais surgiu
para ser tratada como uma hipótese de maximização de lucro, sem a necessidade
de testes. No entanto isso é arriscado devido ao fato que presunções podem não ser
boas aproximações econômicas.
43
Do original: We are merely reminding ourselves that human decisions affecting the future, whether
personal or political or economic, cannot depend on strict mathematical expectation, since the basis
for making such calculations does not exist; and that it is our innate urge to activity which makes the
wheels go round, our rational selves choosing between the alternatives as best we are able,
calculating where we can, but often falling back for our motive on whim or sentiment or chance.
46
2.4.3 Teoria da Utilidade Esperada
As origens intelectuais da teoria de utilidade esperada remetem ao século
XVIII e nas propostas do paradoxo de São Petersburgo, originalmente introduzido
por Bernoulli em 1738. A preocupação de Bernoulli com a resolução do paradoxo de
São Petersburgo justifica sua aceitação da existência das probabilidades em termos
de freqüências relativas. O jogo se propõe a adivinhar a probabilidade do
lançamento de uma moeda e seus resultados. Por isso, se o primeiro resultado for
coroa o jogador ganha dois dólares (KARNI, 2005).
O Paradoxo de São Petersburgo: Pedro arremessa uma moeda honesta’
repetidamente até virar cara. Ele concorda em pagar dois ducatos a Paulo
se a moeda virar cara no primeiro arremesso, quatro ducatos se a primeira
cara aparecer no segundo arremesso, oito ducatos se a primeira cara
aparecer no terceiro arremesso, dezesseis se for no quarto arremesso, etc.
Quanto o Pedro deveria cobrar de Paulo como entrada neste jogo, para que
então o jogo fosse justo? (SZÉKELY; RICHARDS, 2000, p. 225, tradução do
autor)
44
.
Como a probabilidade de dar cara ocorre é de ½, o valor esperado do jogo é
infinito. O paradoxo pode ser explicado em assumindo que o ganho em utilidade é
um incremento dado em decréscimo de riquezas como aumentos de riquezas iniciais
(decréscimos da utilidade marginal), então a utilidade esperada do jogo é finita e
talvez pequena. Então a resposta para um decisor que tente maximizar o retorno
monetário esperado, pode ser visto em (1):
De acordo com Andrew W. Lo (1999), Bernoulli (1738) resolveu o paradoxo
afirmando que jogadores não se concentram no ganho esperado de uma aposta,
mas sim no logaritmo de ganho esperado, que é o “valor em uso” no jogo de São
Petersburgo:
44
Do original: The St. Petersburg Paradox: Peter tosses a fair coin repeatedly until it shows heads. He
agrees to pay Paul two ducats if it shows heads on the first toss, four ducats if the first head
appears on the second toss, eight ducats if the first head appears on the third toss, sixteen if on the
fourth toss, etc. How much should Peter charge Paul as an entrance fee to this game so that the
game will be fair?
(1)
47
O julgamento das citações do artigo de Durand (1957), o paradoxo de São
Petersburgo claramente tem uma clara conexão com avaliação do crescimento de
ões (SZLÉKELY; RICHARDS, 2000).
O conceito da maximização da utilidade esperada vem de Ramsey no
como dos anos 20 (SIMON, 1959), como base ao processo de tomada de decisão,
mas teve em Von Neumann e Morgenstern (1947) seus principais desenvolvedores
da teoria. A teoria da utilidade esperada mostra que o decisor escolhe entre os
prospects incertos, comparando-os através da utilidade esperada. A abordagem dos
teóricos da utilidade esperada é iniciar com os axiomas
45
que eles clamam serem as
regras básicas para qualquer pessoa racional, onde as pessoas empregam a
determinação de escolhas, recursos aleatórios (KARNI, 2005). A teoria da utilidade
esperada é aceita como uma regra para o comportamento racional (EDWARDS,
1992). E falha em capturar aspectos importantes da tomada de decisão na presença
de incerteza.
A teoria da utilidade requer que uma pessoa racional seja capaz de medir a
utilidade sob todas as circunstâncias e de fazer opções e tomar decisões de
acordo com ela uma condição ambiciosa, dadas as incertezas com que
nos defrontamos no decorrer da vida. (BERNSTEIN, 1997, p. 110)
2.4.4 Hipótese dos Mercados Eficientes
A hipótese de mercado eficiente foi desenvolvida na primeira metade da
década de 60, com a conclusão da dissertação O Comportamento de Preços do
Mercado de Ações (tradução do autor)
46
de Eugene Fama (1965), onde como
resultado de estudos empíricos que enfocaram a idéia de que a seqüência de
mudanças nos preços das ões era aleatória. Com base nesses estudos,
45
Axioma (cs ou ss). [Do gr. axioma, pelo latim axioma.] s.m. 1. Filos. Premissa imediatamente
evidente que se admite como universalmente verdadeira sem exigência de demonstração. 2. P.ext.
Máxima, sentença. (FERREIRA, 1995).
46
Do original: The Behavior of Stock Market Prices.
(2)
48
principalmente os de Bachelier (1900) e Kendall (1953), muitos economistas
formaram a idéia de que não algum padrão nos preços históricos dos tulos e
que, portanto, estes não são de alguma utilidade para a previsão de mudanças
futuras.
Em uma visão ampla, a hipótese de mercado de capitais eficientes é uma
teoria de equilíbrio aplicado ao mercado de ações. Nesse sentido, uma vantagem
comparativa para um investidor é possível pela posse de diferentes informões
que não estejam completamente refletidas nos preços dos ativos.
Fama (1970, 1991) estabeleceu condições suficientes para que um mercado
financeiro seja eficiente:
a) todos os participantes do mercado têm condições idênticas
de acesso às informações e sem qualquer custo na sua
obtenção;
b) os investidores têm expectativas homogêneas, concordam
identicamente sobre as implicações das informações
atuais nos preços atuais e no processo de geração de
preços futuros;
c) nenhum agente do mercado é capaz de, individualmente
ou em grupo, afetar os preços vigentes.
A hipótese de eficiência de mercado es relacionada ao conceito das
expectativas racionais, estando os preços dos ativos em função do nível atual de
outputs da economia, os quais têm seus comportamentos acompanhados ao longo
do tempo pelos investidores. Desse modo, se os investidores tomam decisões com
base nas suas expectativas sobre o preço futuro dos ativos e nas expectativas dos
outputs da economia, é natural que a expectativa racional seja compatível com
algum grau de previsibilidade nos retornos esperados.
Assim, a hipótese de mercado eficiente foi inicialmente associada, de forma
geral, ao modelo martigale
47
e, de forma mais específica, ao seu parente próximo, o
modelo de caminho aleatório. O mesmo posiciona que o caminho futuro do nível de
preços dos ativos não é mais previsível que o caminho de uma série de meros
47
A representação de martingale é conhecida por possuir taxa de juros instantânea e livre de risco e
é tecnicamente “bem-comportada”. O modelo martingale define que o preço esperado para
amanhã é o mesmo preço de hoje. Então a melhor estimativa para um preço no próximo período é
simplesmente igual ao preço do período condicionado a história do jogo. (POZDNYAKOV;
STEELE, 2004, p.69-70)
49
aleatórios acumulados. Em termos estatísticos, a teoria diz que as mudanças de
preços sucessivos são independentes e suas variáveis distribuídas aleatoriamente.
Assim sendo, os preços de ativos não possuem memória e por isso não podem ser
previsíveis.
Uma série de pontos do Índice Bovespa e ilustrada na Figura 4. Na teoria do
caminho aleatório, os pontos do Índice Bovespa supostamente são aleatórios, ou
seja, os preços históricos não possuem relação entre si. Sobre este assunto,
Mandelbrot e Hudson (2004) argumentam que existe uma velha ortodoxia financeira
fundamentada em dois pressupostos básicos: de que os preços são estatisticamente
independentes e de que sua distribuição assume forma de curva normal. Todavia, os
fatos demonstram o contrário: as variações de preços estão longe de seguir uma
curva normal e muitas séries de preços possuem correlação com seus preços
passados, em padrões diferentes de “memória”: curta, longa, periódica. E isto
contradiz o modelo passeio aleatório.
Figura 4: Índice Bovespa
Fonte: Adaptado do ProfitChart (2006).
A hipótese de mercados eficientes é ainda a mais importante teoria usada
nos mercados financeiros, no entanto, resultados de muitos estudos não conseguem
evidenciá-lo. Entre eles, Jensen (1978), Lo e MacKinlay (1987), Basu (1977), Shiller
(1981) e Russel e Torbey (2002). O modelo do caminho aleatório foi rejeitado em
vários estudos. Um deles, muito bem fundamentado é fortemente rejeitado a toda
amostra do período de 1962 a 1985 e para todos os sub períodos por uma variedade
de índices de retornos agregados e carteiras selecionadas por tamanho (LO;
MACKINLAY, 1988). “Eu seria um morador de rua com um copo da lata se os
50
mercados fossem eficientes (tradução do autor)
48
(BUFFET apud RUSSEL;
TORBEY, 2002).
A hipótese de mercados eficientes tem um forte sabor contra intuitivo e
aparentemente contraditório a ela: quanto mais ativo e eficiente o mercado,
mais inteligente e trabalhadores os investidores, como conseqüência o mais
aleatório é a seqüência de alterações de preços gerados por tal mercado
(SORNETTE, 2003 apud CORNICELLO, 2004, p. 7, tradução do autor)
49
.
Por outro lado, uma quantidade recente, últimos 20 anos, vem apresentando
resultados da presença de sub e sobre-reação, efeito-disposição e outras anomalias
que a hipótese de mercados eficientes o consegue explicar. No caso brasileiro,
Costa Jr (1994) realizou estudo sobre a hipótese de sobre-reação em ações da
Bolsa de Valores de o Paulo, do período de 1970 a 1989, concluindo quanto à
presença da sobre-reação para o período, demonstrado pela existência de
autocorrelação das ações, o que sustente a visão de ineficiência do mercado. Isto
não significa que a hipótese de mercados eficienteso possui valor.
48
Do original: I'd be a bum in the street with a tin cup if the markets were efficient.
49
Do original: the efficient market hypothesis’ has a strong counterintuitive and seemly contradictory
flavour to it: the more active and efficient the market, the more intelligent and hard working the
investors; as consequence the more random is the sequence of price change generated by such a
market.
51
Figura 5: Sobre-reação e Sub-reação
Fonte: Adaptado de Wang (2003).
A Figura 5 demonstra as reações do mercado a anúncios, comparando a
reação do mercado no chamado mercado eficiente e por meio de sub-reação e
sobre-reação. Na hipótese de mercados eficientes, a reão do mercado a novas
informações é perfeita e racional, no entanto isso não se evidencia. Estudos relatam
a sobre e sub-reação.
Um dos mais relevantes estudos, que confirma a hipótese de sobre-reação,
é de Werner e De Bondt (1985), intitulado O mercado de ações sobre-reage?”
(tradução do autor)
50
. Essas reações são derivadas de dois tipos: reações a más
notícias, sub-reação em um mercado em alta (tradução do autor)
51
e sobre-reação
em um mercado em baixa (tradução do autor)
52
e reações a boas notícias, sobre-
reação em um mercado em alta e sub-reação em um mercado em baixa.
50
Do original: Does the Stock Market Overreact?
51
Do original: bull
52
Do original: bear
52
2.4.5 Behaviorismo
A psicologia, conhecida normalmente como uma ciência destinada a estudos
psíquicos e internos, apresentou uma nova disciplina chamada behaviorismo no
como da segunda metade do século XX. Nesta disciplina, o estudo do
comportamento em si mesmo, com um conjunto de variáveis que o explicariam,
passou a atuar.
O behaviorismo da primeira metade do século XX era dividido em duas
linhas de atuação: Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical. Neste
último, o termo pensamento” estaria corriqueiramente mais vinculado a uma noção
mental do que comportamental. Então, se o Behaviorismo exclui o mentalismo como
método de construção conceitual, como percebido na afirmão de Skinner: “as
explicações mentalistas acalmam a curiosidade e paralisam a pesquisa” (SKINNER,
1974, p. 17), e sim dedicar-se sobre o comportamento e suas variáveis de controle.
A partir dessa conferência, tornou-se notório o esforço skinneriano em
desconstruir o problema mente-corpo e reconstruir a relação mente-corpo (ABIB,
2001). Seu livro “Sobre o Behaviorismo” (1974), bem como parte significativa de sua
obra, aborda termos mentais como “propósito”, “vontade” e “pensamento” não como
estruturas ou iniciadores do comportamento, mas como palavras que devem ser
analisadas à luz de uma teoria comportamentalista. De fato, Skinner mostrou muito
bem como é possível preservar a nomenclatura mental com outra referência
conceitual e desde então dedicou grande parte de sua obra ao exame dos termos
mentais” (ABIB, 2001, p. 27).
Isto posto, o behaviorismo amplamente utilizado na academia e no mercado
de trabalho na época, não tinha ambição alguma de dedicar-se a mente, ou seja, a
psicologia, liderada pelo Behaviorismo, da linha Radical, não pode contribuir a outras
ciências, inclusive às finanças e economia. Além disso, as interpretações dadas aos
chamados fenômenos mentais perderam valor. Adicionalmente, é importante notar a
diferença em conceito do termo comportamental, behavioral em inglês, com o
Behaviorismo Radical de Skinner.
53
2.5 FINANÇAS MODERNAS
As finanças modernas, principalmente elaboradas nas décadas de 40, 50, 60
e início da década 70 do século XX, tinham seus pressupostos teóricos e axiomas
em teóricos de séculos antes, conforme abordado anteriormente. Nesta seção, o
trabalho apresenta um breve resumo das principais teorias das Finanças Modernas.
2.5.1 Seleção de Carteiras
O artigo publicado em junho de 1952, no Journal of Finance, por Harry
Markowitz é considerado por muitos como o marco inicial da Moderna Teoria de
Finanças. Até então, as teorias existentes se fundamentavam na contabilidade e no
direito, não incorporando na forma de avaliação dos ativos o comportamento do
homem. O objetivo de Markowitz foi usar a noção de risco para formar carteiras onde
os investidores pudessem maximizar o retorno dentro de um patamar de risco
desejável. Ao substituir a pura intuição por um cálculo estatístico da incerteza,
Markowitz transformou a escolha tradicional de ações em um procedimento de
seleção que ele denominou carteiras eficientes.
O uso da diversificação atende a premissa básica do comportamento humano
que, através da redução da volatilidade, prefere o retorno menor esperado de uma
carteira diversificada a “pôr todos os ovos na mesma cesta”, ainda que a aposta
mais arriscada tenha maiores chances de gerar um retorno maior. Os principais
conceitos da seleção de carteiras são:
a) análise é efetuada considerando sempre as expectativas
geradas para um período adiante;
b) todos os investidores procuram maximizar a utilidade
esperada para o período do investimento e apresentam
utilidade marginal decrescente conforme aumenta a
riqueza;
c) todos os investidores elaboram suas projeções de
rentabilidade para os ativos a partir da distribuição de
54
probabilidades para as várias taxas de retorno que podem
ser alcançadas no período do investimento;
d) os investidores associam risco à variabilidade das taxas de
retorno dos ativos em análise. Quanto mais variáveis
(voláteis) essas taxas de retorno ao longo do tempo maior
o risco do investimento;
e) os investidores baseiam suas decisões somente em
termos do retorno esperado e do risco do investimento. A
questão liquidez se reflete e está embutida no risco do
investimento, uma vez que é basicamente uma questão de
preço, e portanto de taxa de retorno;
f) para qualquer nível de risco os investidores preferem
maiores retornos a menores retornos. Ou ainda, para
qualquer nível de retorno esperado os investidores
preferem menos riscos a mais riscos.
Estes pressupostos são consistentes com a teoria da utilidade esperada se
as funções da utilidade de agentes econômicos são quadráticas ou os retornos, log-
normais.
Claramente, seleção de carteira deve ser a base para tomada de decisão
racional. No entanto, é também claro que alocações de ativos intuitivos
subjetivos não seguem a teoria de Markowitz. trabalhos experimentais,
como Kroll, Levy e Rapoport (1988a e 1988b), Lipe (1998) e Weber e
Camerer (1998), que demonstram que participantes selecionam suas
diferentes carteiras da abordagem teórica. Adicionalmente, carteira de
ativos existente e gestão de carteiras são também bem diferentes da teoria
de carteira (BLUME; FRIEND, 1975; KELLY, 1994; FISHER; STATMAN,
1997a, 1997b; JOOS; KILKA, 1999; BENARTZI, 1999 e DEGEORGE;
JENTER; MOEL; TUFANO, 1999). (SIEBENMORGEN; WEBER, 2003, p.6,
tradução do autor)
53
.
Analisando ativos, a aplicação da metodologia de Markowitz exige que se
construa a distribuição de probabilidades do retorno esperado de cada título para o
período programado do investimento a um período adiante e a partir desta
distribuição de probabilidade se extrai a relação ótima de risco-retorno e os
53
Do original: Clearly, portfolio selection should be the basis for rational decision-making. However, it
is also clear that subjects’ intuitive asset allocations do not follow Markowitz’ theory. There is
experimental work, like e.g. Kroll, Levy and Rapoport (1988a and 1988b), Lipe (1998) and Weber
and Camerer (1998), which shows that participants select their portfolios different from the
theoretical approach. In addition, actual portfolio holdings and portfolio management are also quite
different from portfolio theory (Blume and Friend, 1975; Kelly, 1994; Fisher and Statman 1997a,
1997b; Joos and Kilka, 1999; Benartzi, 1999 and Degeorge, Jenter, Moel and Tufano, 1999).
55
percentuais de investimentos dos ativos escolhidos
A teoria da seleção de carteiras abriga dois conceitos relevantes (SHARPE;
ALEXANDER; BAILEY, 1995):
i) risco sistemático: tendência do retorno do ativo ou da
carteira de variar em conjunto com o retorno do mercado e
ii) risco não sistemático: risco de cada ativo ou carteira que
pode ser eliminado por meio do processo de diversificação
do investimento.
Em mercados eficientes não qualquer possibilidade de se obter
recompensa para o risco não sistemático, pois os investimentos encontram-se
otimizados. Assim, a recompensa passa a estar em função apenas do risco
sistemático do investimento (SHARPE; ALEXANDER; BAILEY, 1995).
2.5.2 Teorema M-M
O teorema M-M, também conhecido como teoria da estrutura de capital,
ficou conhecido após a publicação do artigo científico “O Custo de Capital, Finanças
Corporativas e a Teoria de Investimentos” (tradução do autor)
54
, na American
Economic Review, por Franco Modigliani e Merton Miller em 1958. A principal
contribuição da introdução do teorema M-M está associada com a estrutura de
capital que a empresa escolhe, a qual o afeta seu valor, ou seja, haveria uma
estrutura ótima teórica baseada em financiamentos e benefícios das dívidas.
Rubinstein (2003) faz comentários sobre os axiomas que o teorema exige
para funcionamento que na realidade não são evidenciados por estudos. Seu artigo
que contém estes comentários é Grandes momentos em Economia Financeira: II.
Teorema Modigliani-Miller” (tradução do autor)
55
publicado no Journal of Investment
Management em 2003. Ele identifica uma série de axiomas requeridos pelo teorema.
Dentre os quais:
a) não há oportunidades de arbitragem livres de risco;
b) receita operacional (dos ativos) não é afetada pela
54
Do original: The Cost of Capital, Corporation Finance and the Theory of Investment.
55
Do original: Great Moments in Financial Economics: II. Modigliani–Miller Theorem.
56
estrutura de capital;
c) proporção da receita operacional que é alocada
conjuntamente às ações e títulos não é afetada pela
estrutura de capital da empresa;
d) função do valor futuro não é afetada pela estrutura de
capital.
Stiglitzs (1969) relata cinco limitações do teorema:
a) depende de risco de classes;
b) o uso de classes de riscos sugere teoria utilidade esperada
subjetiva;
c) é baseado em equilíbrio parcial e não em equilíbrio geral;
d) não esclarece se o teorema é exclusivo a mercados
competitivos;
e) validade do teorema sob falência da empresa.
2.5.3 Capital Asset Pricing Model
O Capital Asset Pricing Model (CAPM) desenvolvido por Sharpe (1964) e
Lintner (1965), é o modelo mais famoso de precificação de ativos. Foi publicado
como artigo sob o nome de “Preços de ativos de capital: uma teoria de equilíbrio de
mercado sob condições de risco” (tradução do autor)
56
, em 1964, no Journal of
Finance.
O mesmo preconizava que o retorno esperado para qualquer ativo seria
função linear de apenas três variáveis: a) o beta (coeficiente de sensibilidade do
ativo em relação à carteira de mercado); b) a taxa de retorno do ativo livre de risco;
c) o retorno esperado para a carteira de mercado. No entanto, os pressupostos para
formulação desta teoria foram padronizados e simplificados. Em especial, o CAPM
presume que o horizonte de tempo é único, a HME existe e os agentes econômicos
o racionais (SHARPE; ALEXANDER; BAILEY, 1995). Desta maneira, o retorno
esperado para qualquer investimento realizado deverá ser igual à taxa livre de risco
56
Do original: Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium under Conditions of Risk.
57
mais um prêmio pelo risco sistemático do investimento realizado. O risco sistemático
é o coeficiente beta β, mensurado pela variação dos retornos do investimento
realizado com os retornos da carteira do mercado.
Neste ambiente, os agentes comportam-se de forma racional, o existem
imperfeições de mercado e o preço de um título reflete seu valor fundamental. Este é
representado pelo somatório dos fluxos de caixa esperados descontados, onde os
investidores, ao formarem suas expectativas, processam corretamente toda a
informação disponível. Se os mercados são eficientes, os preços são justos, que
qualquer oportunidade de ganho excepcional seria prontamente identificada pelo
investidor racional e, através de negociações, o preço seria trazido ao nível justo.
Não haveria nenhuma estratégia de investimento capaz de auferir retornos
excessivos depois do ajuste ao risco.
Os pressupostos teóricos do CAPM:
a) mercados de ativos estão em equilíbrio;
b) mercados são completos;
c) mercados são competitivos;
d) ativos são divisíveis;
e) investimentos com período único de horizonte;
f) informações simétricas aos investidores.
Provavelmente a hipótese mais questionada no CAPM é a hipótese das
expectativas homogêneas, que pressupõe que todos os investidores são idênticos, o
que na prática, acaba por não ser verdade e cada investidor forma uma carteira de
investimento com diferentes ativos e com diferentes graus de exposição ao risco.
Isto quer dizer que os investidores não possuem a mesma carteira eficiente (ou de
mercado).
A grande parte da dificuldade em encontrar suporte empírico para o CAPM é
devido à falta de dados ex ante, ou seja, dados baseados em expectativas
(HARRINGTON 1983 apud NAKAMURA; CAMARGO JUNIOR, 2005). Além disso,
conforme principalmente apontado por Roll (1977), não é possível observar a
verdadeira e plena carteira de mercado, que é um componente fundamental para
poder testar corretamente a validade do CAPM.
“Este tipo de análise requer restrições sobre a distribuição dos retornos ou
sobre a função utilidade dos indivíduos que nem sempre são consistentes, a
distribuição normal do retorno dos ativos o limitada inferiormente e a
função utilidade quadrática apresentando a versão absoluta ao risco
58
crescente são alguns exemplos. Uma segunda, a chamada critica de Roll
(ROLL, 1977), ataca o CAPM pela sua incapacidade de ser testado
empiricamente” (SCHOR; BONOMO; VALLS PEREIRA, 1998).
Por isso o CAPM é atacado, pela sua incapacidade de ser testado
empiricamente. A impossibilidade de se observar a carteira de mercado e a crítica de
que a real hipótese verificada nos testes propostos para o CAPM não é a hipótese
de Sharpe, mas a hipótese de que a carteira de mercado é eficiente, levaram à
conclusão que nenhum teste realizado foi realmente um teste da teoria do CAPM
(SCHOR; BONOMO; VALLS PEREIRA, 1998).
2.5.4 Precificação de Opções
A teoria da precificação de opções remete ao artigo “A precificação de
opções e passivos corporativos” (tradução do autor)
57
, publicado em 1973 no Journal
of Political Economy, por Myron Scholes e Fisher Black. No entanto, houve
participação decisiva para construção da teoria por parte Robert C. Merton (Black,
1987) A teoria foi projetada especificadamente a opções, ou seja, a contratos
destinados a ou opção de venda (put) ou opção de compra (call) de algum tipo de
título ou commodity no futuro. A rmula proposta pela teoria atendia aos seguintes
objetivos:
a) diferentes riscos proporcionam diferentes retornos;
b) precificação da opção ao longo do tempo, desde sua
compra ou venda até seu vencimento (exercício);
c) variância dos retornos e desconto da taxa livre de risco.
A consagração deste modelo se deve principalmente à sua facilidade de
aplicação e às suas pequenas diferenças em relação aos preços de mercado.
A noção de equilíbrio no mercado para ativos arriscados tinha grande
beleza para mim. Isso implica que valores mobiliários mais arriscados têm
que ter retornos esperados mais altos, ou os investidores não os segurarão
(BLACK, 1987, p.16, tradução do autor)
58
.
O modelo de precificação de opções de Black-Scholes é baseado no
57
Do original: The pricing of options and corporate liabilities.
58
Do original: The notion of equilibrium in the market for risky assets had great beauty for me. It
implies that riskier securities must have higher expected returns, or investors will not hold them.
59
pressuposto que os preços de ativos evoluem de acordo com um processo
geométrico chamado de movimento browniano que consiste em um movimento
aleatório.
2.5.5 Arbitrage Pricing Theory
A teoria iniciada pelo economista Stephen Ross em 1976, com a publicação
do artigo “A Teoria da Arbitragem da Precificação de Ativos de Capital” (tradução do
autor)
59
, no Journal of Economic Theory, Arbitrage pricing theory (APT), promete a
modelagem dos retornos esperados dos ativos financeiros como uma função linear
de diferentes fatores macroeconômicos ou índices teóricos de mercado, onde as
alterações nos fatores representam coeficientes distintos de betas.
Ross (1976) desenvolveu a APT como um modelo alternativo ao CAPM. A
idéia central da APT, assim como o CAPM, a taxa de retomo de um investimento é
função da exposição ao risco sistemático dos ativos componentes da carteira deste
investimento e não do risco total desta carteira. O modelo tamm mostra com base
na linha de mercado de títulos, que uma relação linear entre o retorno esperado
de um tulo e seu beta, assim como o modelo CAPM. Mas, diferentemente do
CAPM, a APT o requer que todos os investidores se comportem de maneira
semelhante (hipótese da expectativa homogênea) e por isso recebe o nome de
arbitrage, se aproximando da realidade das diferentes posições de aversão ao risco
e das diferentes fontes de informões possíveis a cada investidor.
A APT presume que relativamente poucos fatores geram correlações e
estabelece que os retornos esperados de um ativo devem possuir uma função de
sua exposição a poucos fatores. A primeira opção é a utilização de variáveis
relacionadas com os atributos específicos de cada ativo, como dividendos, setor de
atuação, tamanho da empresa. A segunda é a utilização de carteiras de ativos
suficientemente diversificados que representem os riscos sistemáticos do mercado
acionário. A terceira e última, é a utilização de varveis que explicitem as influências
sobre o processo gerador dos retornos dos ativos. Estas variáveis, geralmente
59
Do original: The Arbitrage Theory of Capital Asset Pricing.
60
variáveis macroeconômicas têm como objetivo relacionar as fontes de risco
sistemático da economia.
Os estimadores o obtidos em três estágios. O primeiro deles é estimar os
parâmetros através da estimão por mínimos quadrados ordinários, equação por
equação. A partir dos resíduos é estimada então, num segundo estágio, a matriz de
covariância dos resíduos. No terceiro estágio, utiliza-se esta matriz estimada para
estimar os parâmetros do sistema não-linear que minimizem a forma quadrática.
2.6 PRESUPOSTOS DAS FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
Nesta seção, serão relatados os pressupostos teóricos que suportam as
Finanças Comportamentais, promovendo o entendimento às razões para o
surgimento e manutenção na crença na mesma. Os diversos pressupostos são em
grande parte correlacionados.
2.6.1 Teoria da Utilidade Esperada Subjetiva
Uma das mais proeminentes variações da Teoria da Utilidade Esperada
(VON NEUMANN; MORGENSTERN, 1947) é a Teoria da Utilidade Esperada
Subjetiva, desenvolvida inicialmente por Leonard Savage (1954/1972). A maior
diferença entre as duas teorias esna inclusão das probabilidades subjetivas das
pessoas nos resultados. Até então, as probabilidades eram tratadas de forma
objetiva na Teoria da Utilidade Esperada
Teoria da utilidade esperada tem dominado a análise de tomada de decisão
sob risco. Foi geralmente aceita como um modelo normativo da escolha
racional e amplamente aplicado como um modelo descritivo do
comportamento econômico. Assim, é presumido que todas as pessoas
razoáveis desejariam obedecer aos axiomas da teoria, e que a maioria das
pessoas na verdade fazem, na maioria do tempo. (KAHNEMAN; TVERSKY,
1979, p. 263, tradução do autor)
60
.
60
Do original: Expected Utility Theory has dominated the analysis of decision making under risk. It has
generally been accepted as a normative model of rational choice, and widely applied as a
61
As probabilidades subjetivas o também chamadas de probabilidades
epistêmicas ou pessoais, medidas de “graus de crenças”, as quais o se baseiam
em quaisquer fenômenos estatísticos. A probabilidade subjetiva é um conceito
poderoso que se estende além da teoria da probabilidade (LO, 1999).
O mais utilizado modelo é da teoria da utilidade esperada de Savage
(1954/1972), que evolui uma teoria da tomada de decisão sob incerteza e usa essa
teoria para definir as probabilidades subjetivas baseadas em escolhas. Sua intenção
era expressar as crenças do tomador de decisão, era conseqüentemente
manufaturar a estatística bayesiana com as fundações comportamentais (KARNI,
2005).
No modelo de Savage, os eventos sempre deveriam ser vistos
objetivamente e com probabilidades conhecidas ao invés de eventos com
probabilidades subjetivas, porque a pessoa deveria utilizá-los para realizar a escolha
mais exata, como se elas fossem objetivas. “Você es agora em apuros com os
axiomas de Savage” (tradução do autor)
61
(ELLSBERG, 1961).
Pela teoria da utilidade subjetiva, onde as decisões são realizadas:
a) entre uma quantidade específica de alternativas;
b) com conhecimento subjetivo de distribuições
probabilísticas dos resultados por cada.
O estudo de Chambers e Hayashi (2005) demonstra que nenhum tomador
de decisão obedece à regra bayesiana, condicionando sua prioridade na informação
disponível (por selecionar a prioridade) e atualizar suas informações por suas
prioridades no uso da regra bayesiana. Em tal cenário, o tomador de decisão,
quando confrontado com certos cenários, é requerido utilizar uma informação
objetiva como uma informação subjetiva.
Uma ilustração clássica da teoria da utilidade subjetiva vem do problema de
Ellsberg, que muitos agentes econômicos escolhem loterias contingentes sobre
eventos com probabilidades conhecidas ao invés das probabilidades desconhecidas.
descriptive model of economic behavior. Thus, it is assumed that all reasonable people would wish
to obey the axioms of the theory, and that most people actually do, most of the time.
61
Do original: You are now in trouble with the Savage axioms.
62
2.6.2 Paradoxo de Allais
Entre os casos mais bem conhecidos de comportamento irracional estão
àqueles observados por meio do paradoxo de Allais (1953), desenvolvido pelo
engenheiro, economista e professor francês Maurice Allais, que ganhou o Prêmio
Nobel de Economia em 1988. Allais relatou diversos fenômenos inconsistentes com
o comportamento racional. Como principais, o questionamento da Teoria da
Utilidade Esperada e o paradoxo de Savage e Fridman.
Maurice Allais, que obteve um dos primeiros resultados que mostravam as
divergências entre Teoria da Utilidade Esperada e observações experimentais do
comportamento de pessoas defendiam que esta divergência indicava que a Teoria
da Decisão estaria equivocada. Por si só, a TUE não descreve o comportamento
humano adequadamente, mas ainda assim, pode fornecer um padrão de
comportamento ideal. Posteriormente, o comportamento passou a ser apresentado
como erro, devido a limitações da nossa racionalidade e, recentemente, um
entendimento de que nosso cérebro pode, na verdade, possuir módulos adaptados à
resolução dos problemas encontrados pelos nossos ancestrais (mas não
necessariamente aqueles testados em laboratório) tem sido defendido (MARTINS,
2005).
O paradoxo de Allais também foi estudado por Tversky e Kahneman (1974)
e foi parte importante na formulação nas PT e CPT. Um exemplo do paradoxo
consta a seguir:
1/3 R$ 300 1/1 R$ 100
A B
2/3 R$ 0 0/0 R$ 0
1/3 * R$ 300 + 2/3 * R$ 0 = R$ 100 1/1 * R$ 100 + 0/0 * R$ 0 = R$ 100
Figura 6: Paradoxo de Allais
Fonte: Adaptado de Bartha (2006)
Estudos empíricos do paradoxo de Allais evidenciam que cerca de 80% das
pessoas escolhesse a opção B sobre a A. Os chamados “Paradoxos de Allais e de
63
Ellsberg lidam com a habilidade das pessoas em seguir algumas regras da
racionalidade, em particular em obedecer à regra de independência. O paradoxo de
Allais pode ser observado nas seguintes escolhas, sugeridas a várias pessoas.
Suponha que existem dois jogos, A e B, e que você pode decidir qual dos dois
prefere. Os retornos destes jogos são dados por (Adaptado de BARTHA, 2006):
Jogo A: R$ 300.000,00 com certeza.
Jogo B: uma chance de 10% de ganhar R$ 250.000,00, 89% de chance de ganhar
R$ 100.000,00 e 1% de chance de não ganhar nada.
Observa-se neste caso, que, apesar de uma conta simples, mostrar que a
alternativa B fornece um valor esperado maior para o dinheiro (mas não
necessariamente para a utilidade), a maioria das pessoas prefere a certeza da
alternativa A. No entanto, quando apresentadas com a escolha entre os jogos
Jogo A0: uma chance de 11% de ganhar R$ 100.000,00 e 89% de chance de não
ganhar nada.
Jogo B0: uma chance de 10% de ganhar R$ 250.000,00 e 90% de chance de não
ganhar nada.
A maioria das pessoas prefere o jogo B0. O problema é que, qualquer que
seja a escolha de utilidades que tornam a escolha observada entre A e B racional,
ela é incompatível com a escolha observada entre A0 e B0.
2.6.3 Paradoxo de Ellsberg
O artigo publicado por Ellsberg, “Risco, Ambiguidade, e os Axiomas de
Savage” (tradução do autor)
62
, se concentrou na teoria da probabilidade subjetiva,
em específico, o comportamento de aversão a ambigüidade ligada às probabilidades
dos eventos.
62
Do original: Risk, Ambiguity, and the Savage Axioms.
64
Posteriormente chamado de paradoxo de Ellsberg, o mesmo demonstra que
decisores não utilizam probabilidades para realizar escolhas em situações onde as
informações são imprecisas. Em tais situações, onde a ambigüidade prevalece, a
mesma é inconsistente com a confiabilidade das probabilidades. O paradoxo de
Ellsberg estimulou o desenvolvimento de modelos de preferências que não são
baseados em probabilidades como também diversas aplicações no mercado de
capitais.
As próprias escolhas ainda não parecem ser descuidadas ou aleatórias.
Elas são persistentes, deliberadamente relatadas, e elas parecem
predominar empiricamente; muitas pessoas que as tomam são
eminentemente razoáveis, e elas insistem que elas querem se comportar
desta forma, mesmo que elas possam ser geralmente respeitáveis aos
axiomas de Savage. Há fortes evidências, nas palavras, não meramente da
existência de padrões confiáveis de comportamento cego, mas de
operações de critério normativo definitivo, diferindo do e conflitando com as
operações familiares, aos quais as pessoas estão tentando se conformar
(ELLSBERG, 1961 apud ARLO-COSTA; HELZNER, 2005, tradução do
autor).
63
Os Quadros 5 e 6, esclarecem o paradoxo de Ellsberg. Com uma urna com
90 bolas dentro dela e com a seguinte informação fornecida: (estrutura) 30 bolas são
vermelhas e 60 bolas ou são pretas ou amarelas. Uma bola será selecionada
aleatoriamente. Com as seguintes opções relatadas nos Quadros 5 e 6 como
cenários de recompensa e probabilidade, uma bola será sorteada. Quais as
escolhas que as pessoas fariam?
Vermelho Preto Amarelo
Opção 1 R$ 100.00 R$ R$
Opção 2 R$ R$ 100.00 R$
Quadro 5: Par das opções de apostas
Fonte: Adaptado de Ellsberg (1961).
63
Do original: Yet the choices themselves do not appear to be careless or random. They are
persistent, reportedly deliberate, and they seem to predominate empirically; many of the people
who take them are eminently reasonable, and they insist that they want to behave this way, even
though they may be generally respectful of the Savage axioms. There are strong indications, in
other words, not merely of the existence of reliable patterns of blind behavior but of operations of
definitive normative criteria, differing from and conflicting with the familiar ones, to which these
people are trying to conform.
65
Vermelho Preto Amarelo
Opção 3 R$ 100.00 R$ R$ 100.00
Opção 4 R$ R$ 100.00 R$ 100.00
Quadro 6: Par das opções de apostas
Fonte: Adaptado de Ellsberg (1961).
Ellsberg (1961, p. 50), relata com este problema ou jogo, que a maioria das
pessoas seleciona as opções 1 e 4. De acordo com a teoria da utilidade esperada, o
experimento comprova a existência de inconsistência com taxas de probabilidades.
Tal comportamento é inconsistente não somente com a maximização da
utilidade esperada, mas com qualquer modelo de escolha sofisticada probabilística
que a escolha é baseada em uma única razão subjetiva sobre uma determinada
escolha. Alternativas importantes a utilidade esperada tem sido desenvolvido nos
últimos anos para capturar o comportamento avero à ambigüidade (incerteza)
consistente com o paradoxo de Ellsberg. (RIGOTTI; SHANNON, 2006)
2.6.4 Racionalidade Limitada
Racionalidade limitada assume que alguns tipos de custos de coleta de
informações e cognição impedem agentes econômicos de realizar decisões ótimas
por completo (BAKER; RUBACK; WURGLER, 2005). Para Simon (1981), o sonho da
racionalidade como a que está incorporada no homo economicus da economia e
psicologia requerem um decisor que seja um “ator supremamente hábil cujo
comportamento poderia revelar algo das exincias que o ambiente colocou nele,
mas nada sobre seu próprio processo cognitivo” (tradução do autor)
64
. Ou seja, o
“maquinário cognitivo” do ator perfeitamente racional é tão poderoso como hábil em
seguir qualquer papel proposto pelo ambiente, sem quaisquer erros.
A racionalidade humana é limitada e sua atuação possui restrições. Simon
(1981) afirmou que o decisor estava limitado pela falta de conhecimento do número
total de conseqüências de suas decisões e pelas pressões sociais e pessoais. A
64
Do original: supremely skillful actor, whose behavior could reveal something of the requirements the
environment placed on him but nothing about his own cognitive make-up.
66
decisão nem sempre é a ótima, mas sim a satisfatória naquela situação ou
momento. Os objetivos dos estudos de Simon eram a simplificão e o entendimento
de situações complexas da decisão, atendendo ao anseio de um grande número de
pesquisadores que se debatiam com o mesmo problema, tanto na área econômica
quanto em outras áreas.
Modelos de racionalidade limitada descrevem a mente humana de uma
maneira mais realística do que os modelos de racionalidade ilimitada. (SIMON,
1956). Herbert Simon (1916-2001), um dos fundadores da psicologia cognitiva e
“pai” da racionalidade limitada, descreveu o problema das restrições da mente
humana e o fato da tomada de decisões ser influenciado pela racionalidade limitada
e o pela racionalidade ilimitada. Simon declara que a racionalidade limitada es
preocupada em como o processo de tomada de decisão influencia as decisões que
o realizadas, mas não somente isso.
A grande contribuição de Simon foi trazer à tona o processo decisório nas
organizações, pois a teoria da firma, encontrada na economia tradicional,
estava preparada para somente servir de base para estudos do
comportamento do mercado como um todo e não do comportamento da
firma individualmente. Assim, o estudo do processo de decisão da firma
realizado por Simon trouxe um grande avanço para a Ciência Econômica
(LÖBLER, 2005, p. 29).
Dadas às restrições impostas pelo ambiente e regras locais (MAGNUSON,
1997), racionalidade limitada pode ser visto também como uma tentativa de fazer
algo tão bom quanto possível, dadas às demandas do ambiente, ou seja, a noção da
otimização sob restrições ou como resultado sub-ótimo do sistema cognitivo limitado.
A hipótese é que a racionalidade humana não pode mapear todas as
variáveis do ambiente, criando todas as alternativas possíveis e analisando-as em
busca da opção ótima. Então, se as pessoas não o capazes de maximizar, as
pessoas somente podem realizar aproximações à opção ótima. E assim sendo, as
pessoas somente atingem resultados “satisfatórios”. A área onde os sentimentos são
potencialmente de grande importância é em tomar decisões satisfatórias”.
Comportamento satisfatório é uma situação de escolha onde é impossível otimizar
ou onde o custo computacional de fazê-lo é oneroso e o decisor procura uma
alternativa satisfatória, ao invés de uma ótima (SIMON, 1987).
67
Figura 7: A Árvore de Decisão Revisada
Fonte: Adaptado de Bardone e Secchi (2005).
A Figura 7 demonstra as opções de duas árvores de decisão com as opções
à escolha. No modelo de racionalidade ilimitada há mais opções disponíveis.
2.6.5 Arbitragem Limitada
A oportunidade de arbitragem surge quando dois ativos idênticos são
vendidos por diferentes preços. Pela venda do ativo mais caro e compra do ativo
mais barato, um arbitrador ganha um lucro, também chamado informalmente no
mercado de capitais de almo de graça”, pelo lucro adquirido sem capital
excedente e sem risco. No entanto, evidências reais de arbitragem diferem em dois
aspectos. Primeiramente, a possibilidade dos ativos em uma arbitragem não serem
idênticos, o que claramente restringe a mesma. A segunda refere-se à
68
impossibilidade de eliminar risco sistêmico, visto a arbitragem exigir o mesmo ativo.
Modelos de arbitragem limitada inserem uma fonte sobre risco o-
fundamentalista e conclui que as oportunidades de arbitragem são investimentos
arriscados. Neste cenário, arbitradores são relutantes a negociar ativos de forma
agressiva com o medo da precificação de forma inadequada ou errônea que força a
realização de perdas. Isto é motivado pelas seguintes presunções: arbitradores
estão sujeitos a restrições financeiras e potenciais fornecedores de capital que não
compreendem completamente as oportunidades de investimentos.
Nos modelos tradicionais, a arbitragem de um ativo com “preço fora do seu
preço” (mispriced) é desempenhada por investidores diversos que tomam pequenas
posições individuais. Na realidade, a arbitragem é desempenhada por relativamente
poucos e altamente especializados investidores usando fundos de outras pessoas
(SHLEIFER; VISHNY, 1997).
Outro grande limite à arbitragem parece ser os custos associados com
informações imperfeitas. Para que os preços de ativos mantenham seus valores
fundamentais, os agentes econômicos devem conhecer razoavelmente a economia
e a situação econômica (MERTON, 1987; FAMA, 1991). Adicionalmente às
informações perfeitas, os custos de transação fortalecem a especialização dos
agentes econômicos (arbitrageurs) e conseqüentemente a diversificão da
efetividade da arbitragem (MERTON, 1987).
Um dos principais, senão o principal modelo de arbitragem limitada é de
Shleifer e Vishny (1997). Neste estudo o evidenciadas as ineficiências dos
mercados financeiros internacionais envolvendo ativos que são substitutos quase
perfeitos (tradução do autor
65
). A arbitragem pode ser amesmo menos efetiva em
trazer os preços dos ativos aos seus valores fundamentalistas que envolvem o risco
fundamentalista.
2.7 FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
O campo de pesquisa, conhecido no Brasil por Finanças Comportamentais
ou Economia Comportamental, possui diversas influências de diferentes áreas e
65
Do original: near-perfect substitutes.
69
linhas de pesquisa distintas. Três áreas que influenciaram de forma decisiva o
campo das finanças comportamentais são: psicologia cognitiva, neurologia e a
economia. As três áreas influenciaram as finanças comportamentais de forma
distintas, devido suas contribuições respectivas.
A psicologia cognitiva trouxe como principal contribuição ao campo,
pesquisas quanto à racionalidade limitada, que possui diferentes abordagens. A
neurologia contribuiu com a incluo de pesquisas referentes à imagem cerebral, em
especial dois tipos: imagem de ressonância magnética funcional (FMRI) (tradução do
autor)
66
e mensuração individual de neurônio (tradução do autor)
67
. A economia
influenciou com seu próprio questionamento sobre a Teoria Econômica, onde se
encontra evidências de violações da mesma. Outras áreas fornecem contribuições
fundamentais nos estudos de finanças comportamentais, principalmente como parte
da metodologia: Economia Experimental, Direito e Teoria dos Jogos
68
.
A Figura 8 descreve de forma simbólica, quais as diversas áreas de
pesquisa que tornam as finanças comportamentais um campo de pesquisa
multidisciplinar e transdisciplinar.
66
Do original: “functional magnetic resonance imaging”.
67
Do original: “Single-neuron measurement”.
68
Importante frisar que a teoria possui linhas de pesquisa ligadas às finanças comportamentais, mas
também ao paradigma racionalista.
70
Figura 8: Influências Multidisciplinares em Finanças Comportamentais
Fonte: Elaborado pelo autor.
A influência de diversas áreas ocorre devido à necessidade de inclusão de
características não-econômicas aos modelos econômicos, para melhor
representação da realidade.
Os axiomas [da preferência] são definidos sobre alguns campos de escolha.
Na apresentação usual, as compras individuais dos produtos padronizados
são objetos da escolha. A princípio, a escolha poderia ser exercitada sobre
um campo muito mais amplo, por exemplo, sobre diferentes estilos de vida,
cada um incorporando um sistema de preferência próprio. Por assim ser,
nós interpretaremos produtos padronizados amplamente, deixando o
caminho aberto para a aplicação da escolha pelo lazer, da escolha
intertemporal, da escolha social, e assim por diante. Mesmo assim, uma
definição desobstruída pode ser importante na prática, desde que duas
escolhas aparentemente similares possam em fato ser muito diferentes se
houver componentes irreconhecíveis. (DEACON; MAUELLBAUER, 1980
apud McFADDEN, 1998, p. 7, tradução do autor)
69
.
Na citação anterior de Deacon e Mauellbauer (1980), fica explicitado que a
69
Do original: The [preference] axioms are defined over some field o f choice. In the usual
presentation individual purchases of commodities are objects of choice. In principle, choice could
be exercised over a much wider field, for example, over different life-styles, each embodying a
preference system of its own. As it is, we shall interpret "commodities" rather widely, leaving the
way open for application to leisure choice, intertemporal choice, social choice, and so on. Even so,
a clear definition can be important in practice since two apparently similar choices may in fact be
very different if there are unrecognized components.
71
escolha tem diversas influências, exemplificando, aspectos sociais e de lazer. Assim
sendo, é necessário o entendimento de tais aspectos e de suas características à
adição de valor às finanças. Isso somente é possível com conhecimentos de outras
disciplinas.
2.7.1 Heurísticas
Para superar todas as dificuldades relacionadas à explicação com sucesso
dos resultados, Simon introduz o que é por ele chamado de “mecanismos de
aproximão” (tradução do autor)
70
. (SIMON, 1955; 1979). Estes mecanismos são as
heurísticas, e permitem as pessoas a ter uma imagem geral do problema que estão
enfrentando. Então, elas reduzem a demanda cognitiva e computacional à resolução
do problema ou tomada de decisão (SIMON, 1957). Esta explicação é considerada,
uma explicação ad hoc, porque não pode ser completamente integrada no modelo
de racionalidade limitada.
O termo heurística é originário do grego, eureko, que significa “servindo para
descobrir ou encontrar”. O matemático Polya (1954 apud SMITH, 2005), define
heurística, como pensamento heurístico que como uma alta forma de pensamento
matemático para problemas que não podem ser resolvidos pela gica ou teoria da
probabilidade. Um exemplo o mestres em xadrez que depositam na heurística,
sua dependência de ganhar. Conforme Payne, Bettman e Johnson (1993 apud
SMITH, 2005), desde o aprendizado de máquinas, a tomada de decisão e
heurísticas tem sido vistas como ferramentas positivas que ajudam em cenários de
alta incerteza e prazos curtos.
Pesquisas relacionadas à tomada de decisão e julgamento dependem das
heurísticas, ao invés de análise formal (SIMON, 1989), por que é evidenciado para
psicólogos e economistas, entre outras áreas, que os diversos tipos de heurísticas
o utilizados por pessoas no seu cotidiano. também diferenças de nomes das
mesmas heurísticas, de uma área para outra. Simon define heurísticas como
estratégias nas quais guiam à busca de informação e modificam a representação do
70
Do original: approximating mechanisms.
72
problema com a intenção de auxiliar soluções do problema (SIMON, 1955).
A heurística refere-se a um processo cognitivo que gera uma decisão. Um
modelo de uma heurística descreve os passos desse processo. No caso mais
simples, isso inclui uma regra de busca (qual informação é procurada e em qual
ordem, dentro e fora do sistema de memória), uma regra de parar (quando a busca é
parada e informações adicionais ignoradas), e uma regra de decisão (como uma
decisão é derivada desde a informação encontrada). Este significado de heurística
surgiu nos anos 60, com os procedimentos estatísticos de análise de variância e
métodos bayesianos se tornaram ferramentas para os psicólogos e transformados
em modelos cognitivos (GIGERENZER, 1991).
Pelo fato da heurística ser definida como: um processo pelo qual a pessoa
descobre coisas por meio dela. Elas são em geral úteis às pessoas para presumir
decisão em condições incertas, mas muitas vezes, elas levam a erros sistemáticos,
inclusive operadores dos mercados financeiros (SHLEIFER, 2000).
2.7.2 Prospect e Viés
Para melhor conceituação da CPT, se fazem necessários uma explicação
dos termos viés e prospect. O primeiro termo, viés, é uma preferência ou inclinação
que impede parcialmente o julgamento e assim sendo, o prejudica. Assim sendo,
viés proporciona uma visão prejudicada ou influenciada.
O segundo termo, prospect, é muito utilizado na psicologia probabilística. No
artigo Prospect Theory: Uma Análise de Decisão sob Risco” (tradução do autor)
71
,
ainda na primeira página, Kahneman e Tversky definem o que é um prospect na
formulação da visão da tomada de decisão sob risco.
“Tomada de decisão sob risco pode ser vista como uma escolha entre
prospects e jogos. Um prospect é um contrato que produz
um resultado com probabilidade onde
”(KAHNEMAN; TVERSKY, 1979, p. 01 tradução do autor)
72
.
71
Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk.
72
Do original: Decision making under risk can be viewed as a choice between prospects or gambles.
A prospect is a contract that yields outcome with probability , where
73
2.8 CUMULATIVE PROSPECT THEORY
Amos Tversky, já falecido, (16/03/1937, 02/06/1996) e Daniel Kahneman,
atualmente chefe do departamento de psicologia de Princeton, iniciaram um trabalho
colaborativo sobre tomada de decisão em 1974. Kahneman, devido a trabalhos
anteriores, possuía experiência em experimentos em decisão e escolha (prospects),
principalmente relacionados à teoria da utilidade esperada e Paradoxo de Allais.
Após formularem mais de 20 teorias, principalmente sobre arrependimento e as
abandonarem, em 1975, ambos concluíram a PT, que à época chamaram de Teoria
do Valor. O objetivo era com a teoria, fornecer um modelo descritivo modificado da
teoria da utilidade esperada (KAHNEMAN; TVERSKY, 2005).
A função de valor proposta pela teoria promove que decisores ponderam as
probabilidades por meio de uma fuão de ponderação de probabilidades na qual é
subjetiva e por isso os ganhos ou perdas resultantes das decisões o o ótimos.
Esta função se caracteriza por promover uma superavaliação de eventos pouco
prováveis e uma subavaliação de eventos muito prováveis.
A fórmula da CPT adiciona pesos nas decisões em acúmulo, ao invés de
probabilidades únicas. Na função do valor é necessário a condição para separação
dos ganhos e perdas, que é chamado de axioma de double matching (Tversky e
Kahneman, 1992). A teoria utiliza cinco parâmetros ajustáveis. Três deles atribuídos
a forma da função de valor e dois deles atribuídos à forma da função do peso da
probabilidade. Na CPT, a utilidade dos dois prospects é simplesmente a soma das
utilidades de ganho e perda dos prospects:
A função de valor genérica é dado por meio de (3):
Onde as preferências são representadas por P e U é a utilidade.
No entanto, é necessário dividirmos a parte da função de ganho da parte de
perda. Assim, a fórmula torna-se (TVERSKY; KAHNEMAN, 1992):
(3)
74
2.8.1 Prospect Theory
Depois do trabalho do artigo publicado em 1974, Tversky e Kahneman
decidem se concentrar novamente em decisão mais tradicional que faz
extensivamente problemas como estudado por Tversky. Na autobiografia dele,
recorda Kahneman, como 90% do conteúdo do artigo final estavam presentes
nesta fase e que foram usados os três anos subseqüentes de numerosas revisões
para aprimorar o argumento da teoria de tal modo que seria aceitável para a revista
mais prestigiosa em decisão da época, a Econometrica. O resumo final que
apareceu na Econometrica em 1979 era uma tentativa explícita para fazer seus
achados aceitáveis à comunidade econômica.
O artigo consiste em duas partes de comprimentos aproximadamente
similares. Na primeira parte, Kahneman e Tversky puseram a teoria de utilidade
esperada no seu próprio modelo, e demonstraram descritivamente como a TUE
falhava e sugere três heurísticas que poderiam responder pelos vieses sistemáticos.
A segunda parte é um refinamento da teoria das heurísticas como uma descrição da
tomada de decisão humana.
A PT é uma alternativa formulada de forma matemática a maximização da
TUE, a qual falha em prever o comportamento humano. Kahneman e Tversky
apresentam por meio da PT, evidências experimentais que descrevem como
investidores violam a teoria da utilidade.
2.8.1.1 Características
Conforme visto anteriormente, o processo de decisão é por diversos
aspectos psicológicos, diferente do processo racionalmente ilimitado de tomada de
decisão. Desde a proposta de Kahneman e Tversky sobre a PT em 1979, as
(4)
75
evidências empíricas se acumularam ao longo do tempo, em especial quando
comparada a Teoria clássica da utilidade esperada, a qual requer tamm
pressupostos de racionalidade dos tomadores de decisão. “A PT adota a estrutura
básica da Teoria da Utilidade Esperada, mas com os componentes adicionais da
psicologia baseados nas observões do processo de tomada de decisão de
pessoas reais” (RIEGER; WANG, 2006, tradução do autor)
73
.
A PT presume que os tomadores de decisão formulam resultados em termos
de perdas e ganhos, ao invés de pensar no nível final de riqueza que é utilizado na
teoria da utilidade esperada. Isto acontece com a utilização de processos
heurísticos, ou seja, de modelos criados pelo homem para tomar decisões
complexas em ambientes incertos. O processo de tomada de decisão não é
estritamente racional, onde todas as informões relevantes o coletadas e
avaliadas objetivamente, ao invés disto, os tomadores de decisão usam heurísticas
no processo (KAHNEMAN; TVERSKY, 1974).
Quando os participantes do estudo foram perguntados a escolher entre uma
loteria oferecendo chances de 25% de ganhar 3.000 e uma loteria com chances de
20% de ganhar 4.000, 65% deles escolheram a última opção. Quando novamente,
os participantes foram perguntados a escolher entre uma chance de 100% de
ganhar 3.000 e ou outra, de ganhar 4.000, com 80% de chances de ganhar, 80%
escolheram a primeira opção. Isso ocorre pelo que é chamado de “efeito certeza”,
que é a preferência por certos resultados, valorizando eventos prováveis como
certos e descartando eventos pouco prováveis como impossíveis. Este efeito
apresentado nos resultados do experimento contraria a TUE, já visto que ambas as
loterias proporcionam o mesmo resultado se as probabilidades são multiplicadas
pela mesma constante.
Outra importante característica da PT é a função de valor (KAHNEMAN;
TVERSKY, 1979). A mesma se diferencia da TUE devido ao seu ponto de
referência, que é determinado pela impressão subjetiva dos indivíduos. De acordo
com a TUE, a função é ncava para todos os níveis de riqueza. De acordo com a
PT, a inclinação da função de utilidade possui em sua parte superior uma inclinação
decrescente e em sua parte inferior, uma inclinação crescente, ambas em
73
Do original: Prospect Theory adopts the basic framework from Expected Utility Theory, but with
additional psychological components based on the observations of the decision making process of
real people.
76
comparação com a TUE. Ou seja, cada indivíduo determina seu ponto de referência
de riqueza para elaboração da meta desejada. Por isso, para indivíduos com alto
vel de riqueza, seu ponto de referência proporciona uma meta desejada mais
próxima e conseqüentemente o desejo de menor risco, porque já estão próximos ao
vel de riqueza projetados. O inverso também ocorre, indivíduos que possuem
baixo nível de riqueza, estão sujeitos a apostas mais altas para atingir a meta do
vel de riqueza preferido. Na Figura 9 é demonstrada graficamente a função de
valor da PT.
Figura 9: Função de Valor de Kahneman e Tversky.
Fonte: Kahneman e Tversky (1979).
Neste cenário, a PT prevê que esse processo de decisão com a utilizão de
heurísticas e vieses do modelo descrito da mesma, o resultado gerado pela decisão
é pior em comparação a decisão racional. Um dos motivos se deve aos
Riqueza
Ponto de
referência
Utilidade
77
pressupostos normativos utilizados nas teorias onde a decisão é racional, que não
o evidenciados empiricamente. Baseada na PT, Tversky e Kahneman
desenvolveram a CPT, a qual possui como principal alteração ou contribuição, a
inclusão na teoria da função acumulativa e estende à teoria a incerteza além do
risco.
2.8.1.2 Aversão a perda
Na PT, Kahneman e Tversky (1979) demonstram a assimetria entre os
valores que as pessoas fornecem as probabilidades de perda e de ganho, com a
assimetria tendendo às probabilidades de perda. Essa assimetria é chamada de
aversão a perda, que é baseado na idéia que a penalidade mental associada com
uma dada perda é maior que a recompensa mental de um ganho do mesmo
tamanho. Se indivíduos são avessos a perdas, eles podem ser relutantes na
realização das perdas. Isto não significa que o mesmo indivíduo que demonstra
aversão a perda, possui aversão ao risco. Um pressuposto da teoria econômica é a
aversão ao risco. A aversão a perda evidencia que indivíduos tentam proteger seus
ganhos com atitudes conservadoras e se arriscam na tentativa de escapar de uma
posição de perda. Shefrin e Statman (1985) estudaram a tendência de investidores
em manter ões com perdas enquanto vendiam ões rentáveis precipitadamente
(muito cedo). Eles chamaram esse fenômeno de efeito disposição.
2.8.1.3 Contabilidade mental
Contabilidade mental é o nome dado a propensão de indivíduos em
organizar o mundo em contas mentais separadas. Por exemplo, uma pessoa pode
pegar emprestado dinheiro destinado a compra de algum artigo, a uma alta taxa de
juros e concomitantemente, investir em uma poupança para seu filho, a uma baixa
taxa de juros. Ou seja, decisores ignoram a possibilidade de interação entre as
contas. Isto envolve a colocação de rótulo nas contas como um sistema de
78
contabilidade mental, onde os gastos e investimentos são normalmente orçados
explicitamente ou implicitamente (THALER, 1999).
A contabilidade mental serve para explicar porque comportamento de
investidores e agentes econômicos no balanceamento da carteira de investimentos,
visto que uma conta” ou ão ou aplicação financeira que esteja perdendo seja
visto separadamente das outras “contas”. Outro aspecto importante está relacionado
à característica da propensão a risco das pessoas em relação a cada conta, ou seja,
em uma conta em específico, uma pessoa pode ser altamente avessa ao risco e em
outro, não. As contas podem ser balanceadas diariamente, semanalmente,
anualmente e assim por diante, e pode ser definida amplamente ou o (THALER,
1999).
2.8.1.4 Heurística da representatividade
A heurística da representatividade foi proposto por Daniel Kahneman e
Amos Tversky (1974), e se refere à tendência dos tomadores de decisão se
basearem em estereótipos, isto é, enxergarem modelos de procedimentos práticos,
onde talvez não existam. A representatividade também aparece na forma da “lei dos
pequenos números”, onde os investidores tendem a assumir que eventos recentes
irão continuar a acontecer no futuro. Nos mercados financeiros, isto se manifesta
quando os investidores procuram comprar as ações quentes” e a evitar as ações
que tiveram um desempenho ruim em um passado recente. Esse comportamento
poderia fornecer uma explicação para os exageros quanto ao otimismo e ao
pessimismo (DE BONDT; THALER, 1985).
Neste mesmo ano, estes autores documentaram um exemplo financeiro que
ilustra melhor este princípio. De Bondt e Thaler (1985) perceberam que as ações
que tiveram performances perdedoras no passado apresentavam resultados
melhores nos anos subseqüentes, do que as próprias ações com resultados
satisfatórios no passado.
No entanto, as previsões de longo prazo feitas por analistas de mercado
enviesaram, favorecendo as ações com melhores resultados no passado.
Especificamente, analistas se anteciparam demasiadamente, sendo otimistas em
79
relação às ões que apresentavam melhores resultados nos últimos tempos. Isso
demonstra que, embora os profissionais conheçam o método de regressão à média,
não o utilizam sempre, como esperado.
A heurística da representatividade sugere que pessoas tomam decisões ao
determinar se algo pode ser considerado como representativo a certa categoria. Na
aplicação da heurística, a pessoa presume que um item tem características que são
típicas para certa categoria e decide que o item é então parte integrante da mesma.
2.8.1.5 Excesso de Confiança
Diversas pesquisas têm demonstrado que os indivíduos apresentam
excesso de confiança em suas habilidades. Segundo Plous (1993), nenhum outro
problema de julgamento e tomada de decisão tem maior poder de catástrofe do que
o excesso de confiança. No processo de tomada de decisão de investimento, o
excesso de confiaa pode ter diversas conseqüências. Primeiramente, pode levar o
investidor a crer que possui vantagens comparativas na análise e avaliação de ativos
em relação ao mercado, mantendo posições perdedoras. Além disso, o excesso de
confiança pode levar a demasiada exposição em determinados ativos, tendo em
vista a crença enviesada do investidor em que seu posicionamento no ativo
conduzirá a ganhos futuros consideráveis. Neste contexto, pode haver uma
diversificação de investimentos inadequada, devido à concentração da carteira em
determinados ativos.
O excesso de autoconfiança leva o investidor a superestimar suas
habilidades perceptivas, e acreditar que elas podem “medir” o mercado. Esta é uma
característica de comportamento presente na grande maioria da população mundial;
diversos estudos comprovam que cerca de 80% das pessoas consideram-se acima
da média no que diz respeito às suas habilidades como motoristas, senso de humor,
relacionamento com outras pessoas e capacidade de liderança. Quando se trata de
investidores, estes acreditam em sua habilidade de vencer o mercado acima da
média. Na prática, a habilidade de vencer o mercado é muito difícil de ser
encontrada. Alguns estudiosos acreditam que tal habilidade não exista e sejam nada
mais que acontecimentos aleatórios, que levam a uma compreensão errada da
80
realidade.
Outro aspecto na autoconfiança excessiva faz com que os investidores
acreditem que suas informações são melhores e mais confiáveis que as dos outros,
que atuam no mesmo mercado. Geralmente, em uma negociação, as partes
envolvidas possuem informações diferentes, possivelmente contraditórias. Sabendo
disso, os agentes participantes de uma negociação, deveriam refletir mais e apenas
tomar decisões quando estivessem certos da confiabilidade das informações que
recebem, porém, a confiança exagerada em suas habilidades e informações faz com
que eles tenham uma tendência a realizar um volume de negócios excessivos,
arriscando mais do que o previsto.
A autoconfiança não é limitada a investidores individuais. Existem evidências
que analistas financeiros são lentos para revisar suas pré-avaliações de
desempenho futuro de uma companhia, mesmo quando há evidências notáveis que
sua avaliação esteja incorreta. Quando as pessoas são excessivamente
autoconfiantes, estipulam estreitas faixas de confiança. Avaliam suas altas
estimativas muito baixas (e suas baixas estimativas muito altas). Muitos
estrategistas, no curso de rever suas previsões à luz dos eventos atuais, comentam
de terem sido humildes. Em outras palavras, eles foram excessivamente
autoconfiantes em suas previsões.
2.8.1.6 Ancoragem e Conservadorismo
A heurística da ancoragem significa que decies são feitas por meio de
estimativas ajusveis a partir de um valor inicial, que é chamado de âncora. Para
demonstrar como a heurística da ancoragem funciona, Tversky e Kahneman (1974)
perguntaram a participantes se o percentual de nações africanas pertencentes às
Nações Unidas era superior ou inferior a percentagem fornecida como âncora. As
opções apresentadas aos participantes eram de 65% e 10%. Os participantes que
possuíam âncora de 65%, responderam, em média, que 45% dos países africanos
pertenciam a ONU e os participantes que possuíam âncora de 10%, responderam,
em média, que 25% dos países pertenciam a ONU. Outros estudos, como de
Northcraft e Neale (1987) e Englich e Mussweiler (2001) demonstraram como e
81
quanto à ancoragem afeta a decio de preços (TVERSKY; KAHNEMAN, 1974).
Edwards (1964) propõe um problema baseado em probabilidades para
demonstrar que os indivíduos têm um valor de referência que ancora suas
percepções levando-os a estabelecer estimativas conservadoras. Shefrin (2000)
afirma que a deficiência de uma pessoa em analisar informação adicional é análoga
à deficiência que os analistas financeiros apresentam quando fazem novas
projeções sobre lucros futuros de uma empresa, em função do surgimento de nova
informação relevante. Assim, os analistas não revisam suficientemente suas
estimativas para refletir novas informões (KIMURA; BASSO; KRAUTER, 2003).
“Padrões históricos” ocorrem quando uma escala de valor é fixada ou
demarcada por observações recentes. Isto pode levar investidores a esperar ganhos
de uma companhia a se comportarem como no passado, conduzindo a um erro de
previsão. Essa é a maneira com a qual os analistas reagem aos anúncios de ganho
nas empresas. Estes analistas não revisam suas estimativas de ganho
suficientemente para refletir a nova informação. Conseqüentemente, surpresas de
ganhos positivos tendem a ser seguidos por mais surpresas de ganhos positivos, e
surpresas de ganhos negativos por mais surpresas de ganhos negativos.
Evidentemente, as notícias inesperadas para os analistas são manifestações do
excesso de suas autoconfianças, porque estreitas faixas de confiabilidade sugerem
que as pessoas se surpreendam mais freqüentemente do que o esperado.
A “aposta errônea” surge quando pessoas, inapropriadamente predizem que
uma tendência geral irá se reverter. Essa tendência pode levar investidores a
antecipar o fim de um bom retorno do mercado, por exemplo. A “aposta errônea”
pode ser considerada como uma crença de regressão à média. A regressão a média
é encontrada em diversos sistemas humanos e implica que os dados irão tender
para próximo da média com o passar do tempo. Algumas vezes isso é interpretado
de maneira errada supondo que, por exemplo, um acréscimo é sempre seguido de
um decréscimo de maneira a satisfazer a lei das médias. A ponderação errada
ocorre quando as pessoas dão pesos indevidos para as informações disponíveis,
distorcendo assim o resultado das previsões.
82
2.8.1.7 Heurística da Disponibilidade
A heurística da disponibilidade é uma estratégia em que os responsáveis
pelas decisões "avaliam a freqüência de uma classe ou da probabilidade de um
evento pela facilidade com que os exemplos ou as ocorrências podem ser trazidos à
mente" (KAHNEMAN; TVERSKY, 1974, p. 1127).
Na aplicação da heurística da disponibilidade, um julgamento é baseado na
informação que es prontamente disponível na memória (GERRIG; ZIMBARDO,
2002). Em um experimento em 1973, Tversky e Kahneman descobriram que as
pessoas acessam mais facilmente certas informações na memória, o que
proporciona um julgamento baseado em informação na qual está disponível, o que
leva a um julgamento enviesado, o que, conseqüentemente, pode levar a um
julgamento inadequado. Shiller (1981) sugere que o excesso de volatilidade no
mercado financeiro pode ser causado pelo impacto do comportamento dos agentes
econômicos às recentes informações.
Uma pesquisa que demonstra a heurística da disponibilidade é a Combs e
Slovic (1979). A seguir uma versão sintética da mesma. Para cada par de respostas,
os participantes foram requisitados a circular a causa de morte que é mais comum
nos Estados Unidos:
(a) Diabetes / Homicídio
(b) Tornado / Relâmpagos
(c) Acidente de carro / Câncer de estômago
Ao contrário da freqüência da cobertura da mídia, algo como o dobro de
americanos morrem de diabetes e câncer de estômago do que em homicídios e
acidentes de carros, e mais pessoas morrem por meio de relâmpagos do que de
tornados. No entanto, as pessoas nesse experimento estimaram a freqüência de
eventos trazendo amostras de eventos à mente e conseqüentemente
superestimando raros eventos (COMBS; SLOVIC, 1979).
83
2.9 THE ADAPTIVE TOOLBOX
The adaptive toolbox é, em três aspectos, uma metáfora darwiniana para
tomada de decisão. Em primeiro lugar, a evolução não segue um grande plano”,
mas resulta de um trabalho bem realizado de soluções para problemas específicos.
O mesmo raciocínio vale para nossa mente. A segunda questão, é que as
heurísticas devem, e no caso da TAT são, de domínio específico e não são
genéricas. Terceiro, as heurísticas não são boas ou ruins, racionais ou irracionais,
por si só. Elas são sim relativas a um ambiente, como adaptações ao contexto, a
estrutura do ambiente e as metas do tomador de decisão (GIGERENZER; SELTEN,
2001). A teoria não normatiza o comportamento de decisores e adicionalmente, não
possui um mero específico de heurísticas, visto que a TAT com base na
racionalidade ecológica, psicologia evolucionária e métodos de pesquisa, as
heurísticas são criadas ou extintas ao longo do tempo.
Um número de estudos dedicou esforço na descoberta e/ou no teste de
heurísticas que são realmente usadas pelos tomadores de decisão (veja
Gigerenzer 2000; Payne e Bettman 2000; Selten 2000). O campo ainda está
longe de apresentar um cenário completo e coerente. O problema básico é
que, na maioria dos casos, heurísticas de decisão para muitas tarefas
específicas foram evocadas ou testadas. Validando a descoberta (ou
proposta) de heurísticas através classes amplas de tarefas de tomada de
decisão, permanece uma importante pergunta de pesquisa em aberto.
(GEGIRENZER; SELTEN, 2001, tradução do autor)
74
.
As heurísticas, por isso, são classificadas de rápidas e econômicas exploram
a estrutura estatística do ambiente e eles são adaptados a esta estrutura Por isso,
as heurísticas são simples e baseadas na racionalidade ecológica, para encontrar
maneiras de realizar decisões por meio de mecanismos estruturados no ambiente.
As características destas heurísticas são:
(a) procurar, isto é, onde procurar por pistas ou sugestões;
(b) parar, isto é, quando parar de procurar, sem tentar calcular
um ponto de parada ótimo; e
74
Do original: A number of studies have put effort into discovering and/or testing heuristics that are
actually used by decision makers (see Gigerenzer 2000; Payne and Bettman 2000; Selten 2000).
The field is still quite far from presenting a complete and coherent picture. The basic problem is
that, in most cases, decision heuristics for very specific tasks have been elicited or tested.
Validating the discovered (or proposed) heuristics across broad classes of decision-making tasks
remains an important open research question.
84
(c) a decisão, isto é, como fazer uma inferência ou uma decisão
após a busca ter sido encerrado.
Esta recente área de pesquisa se baseia na tomada de decisão naturalística.
Uma abordagem baseada em psicologia experimental, ou seja, experimentos que
definem como as pessoas, em ambientes dinâmicos, incertos e freqüentemente
velozes, identificam e avaliam as situações, tomam as decisões que
conseqüentemente o significativas a eles ou a organização (ZSAMBOK; KLEIN,
1997).
Por meio dela, é dada uma explanação de por que heurísticas inadequadas
algumas vezes governam as decisões de corretores, é que tendo uma regra a seguir
fazem os corretores “se sentirem melhor” do que não ter uma abordagem
sistemática qualquer. Isto pode também ser a razão por que jogadores
freqüentemente usam um “sistema” para jogar. A demanda por fornecimento de
decisões baseadas em superstições é enorme e o número de publicações sobre o
tópico é um indicador à extensão do uso de tais heurísticas (GIGERENZER;
SELTEN, 2001).
Finalmente, é ainda amplamente desconhecido se indivíduos tem métodos
para testar quão bem a “maleta” de heusticas está funcionando. A
conjectura é que a maior distância entre o payoff próprio de alguém e o
payoff de outro de mesmo nível, o mais provável é que a qualidade da
heurística é reconhecida. Note no entanto, que em ambientes benevolentes,
mas heterogêneos, heurísticas supersticiosas podem ser aprendidas deste
modo. Por exemplo, uma indivíduo ocupando uma posição com um
ambiente mais favorável que seu igual pode vivenciar repetidamente
relativos sucessos que são somente correlatos espuriamente a heurísticas
usadas (veja Mellers et al, 2000) (GEGIRENZER; SELTEN, 2001, tradução
do autor)
75
.
Em resumo, a evidência sobre o uso de heurísticas por tomadores de
decisão é bem expressiva. Os mercados de ativos financeiros sozinho oferecem
uma ampla gama de exemplos sobre como decisões podem ser guiadas pelas
heurísticas. A evidência, porém, em que heurísticas estão sendo na verdade usadas
por tomadores de decio em quais situações não é ainda muito fidedigna
(GIGERENZER; SELTEN, 2001).
75
Do original: Finally, it is still largely unknown whether individuals have methods for testing how well
their heuristics toolbox is working. The conjecture is that the greater the distance between one’s
own payoff and the payoff of one’s peers, the more likely it is that the quality of the heuristic is
recognized. Notice, however, that in benevolent but heterogeneous environments, superstitious
heuristics can be learned in this way. For example, an individual occupying a position with a more
favorable environment than his peers may repeatedly experience relative successes that are only
spuriously correlated to the heuristics used (see Mellers et al, 2000).
85
Assim, as heurísticas são vistas pela TAT como:
Nenhum mecanismo cognitivo universal: as heurísticas
funcionam de acordo com um ambiente específico e
somente àquele ambiente e àquelas pessoas pertencentes a
ele.
Coleção de mecanismo especializada e adaptado a tarefas
específicas.
Selecionadas quando necessárias: quando as informações
o insuficientes e a velocidade para tomada de decisão é
necessária.
Adaptações psicológicas evolucionárias a problemas
relevantes que podem mudar ao longo do tempo, conforme a
evolução ou adaptação que ocorra.
Ferramentas que podem ser boas ou ruins que buscam
solucionar algo.
2.9.1 Racionalidade Ecológica
Definições tradicionais de racionalidade se preocupam em manter a ordem
interna das convicções e conclusões. Mas, reais organismos gastam a maioria do
seu tempo lidando com a desordem externa do seu ambiente e tentam tomar as
decisões que lhes permitirão sobreviver e reproduzir (TOOBY; COSMIDES, 1998
apud TODD; GIGERENZER, 2003). Para se comportar adaptativamente aos
desafios ambientais, organismos devem poder fazer conclusões que são rápidas,
econômicas, e precisas (TODD; GIGERENZER, 2003).
Estas exigências do mundo real conduzem a uma concepção nova do quê é
um raciocínio adequado: racionalidade ecológica. Heurísticas rápidas e econômicas
que estão conciliadas às estruturas ambientais particulares, permitem a
racionalidade ecológica. Mas, como a racionalidade ecológica é possível? Quer
dizer, como podem heurísticas rápidas e econômicas trabalharem como trabalham e
escapar do trade-offs entre diferentes critérios do mundo real incluindo velocidade e
86
precisão? A principal razão para o seu sucesso eles fazem um trade-off em outra
dimensão: o da generalidade contra especificidade. Por isso, o que trabalha para
fazer conclusões rápidas e precisas em um domínio pode não trabalhar bem em
outro (TODD; GIGERENZER, 2003).
Então, diferentes ambientes podem ter heurísticas específicas diferentes que
exploram a estrutura de informação para tomar as decisões adaptativas. Mas, a
especificidade também pode ser perigosa: se uma heurística for requerida a cada
ligeiramente diferente ambiente de tomada de decio, as pessoas necessitariam
uma multidão de heurísticas e o poderiam generalizá-las aos ambientes. Quando
as heurísticas são rápidas e econômicas, isso permite uma solução robusta porque
as mesmas conseguem, ao se confrontar com alterações do ambiente, realizar
generalizações a novas situações (TODD; GIGERENZER, 2003).
O estudo no qual confere a relação entre as heurísticas e a estrutura do
ambiente é essencial para entender quando e por que uma heurística tem sucesso.
É possível provar, que ambientes com uma estrutura de pista (cue) não
compensatória, heurísticas como a TTB o tão eficientes quanto ou mais do que
qualquer modelo linear “ótimo”, como a regressão múltipla (SMITH, 2005).
A racionalidade ecológica utiliza razão, reconstrução racional, para examinar
o comportamento de indivíduos baseados em suas experiências, conhecimentos e
cultura, e que o hábeis na aplicação de ferramentas a decisões que eles fazem,
no entendimento da cultura humana, na descoberta de inteligência incorporada nas
regras, normas e instituições da cultura (SMITH, 2005).
2.9.1.1 Racionalidade Social
A racionalidade social fica evidente quando pessoas tomam decisões,
explorando a estrutura de informões do seu ambiente social para chegar a
resultados “adaptativos”, usualmente pela interação com outras pessoas.
A racionalidade social é uma forma especial de racionalidade ecológica e
estuda com design e testes dos modelos computacionais das heurísticas que
exploram a estrutura de informação do ambiente social para disponibilizar a
interação adaptativa entre os agentes. Estas heurísticas podem incluir normas
87
sociais, que podem agir como princípios de heurísticas para decisões de busca e
parada. Os mais importantes aspectos de um agente econômico são freqüentemente
criados pela interação entre agentes (TODD; GIGERENZER, 2003).
2.9.2 Quantidade de Esfoo Mental e Regra de Parada (tradução do autor)
76
A quantidade de esforço mental envolvido em uma tomada de decisão
majoritariamente depende da estrutura das características da escolha. Nos casos de
grande quantidade de características com várias alternativas similares e pouca
informação, a maioria das estratégias exige grande quantidade de esforço mental.
No entanto, a existência de estratégias com baixo esforço mental inclui estratégias
de satisfação (SIMON, 1956; SIMON, 1997; GIGERENZER et al, 1999,
GOLDSTEIN; GIGERENZER, 2002).
A forma de utilização da heurística é limitada e esta limitação faz das
heurísticas diferentes da TUE. Uma de suas principais diferenças é a regra para
parar ou regra de parada. Na TUE, a escolha final é feita com todas as informões,
o que não acontece com as heurísticas. Um dos motivos é a regra de parada. Essa
regra mental define se e quando, em um processo cognitivo de tomada de escolha,
o ponto onde a heurística ra, ou seja, quando a mente recebe uma informação ou
razão e ela o achar suficiente a escolher, ela o fará. Caso não, a mente fica em um
processo de busca, examinando a segunda informação, a terceira, até que uma
informação satisfaça a condição exigida por alguma heurística.
A regra para parar faz parte do processo cognitivo da racionalidade
ecológica, visto que a heurística é uma ferramenta cognitiva adequada ao ambiente.
Simon (1983, apud SMITH, 2005) elaborou a teoria da satisfação, a qual as pessoas
param quando uma alternativa ultrapassa um nível de aspiração.
Uma evidência empírica fornecida por Albers (2001) sugere que o
nível de aspiração não é fixo, mas aumenta com o ganho ximo
(ALBERS, 2001). Por exemplo, considere uma escolha entre ganhar
$200 com 50 da probabilidade, se não nada ($200, 50), e ganhando
76
Do original: stopping rule.
88
$100 para certo ($100). Os ganhos mínimos são $0 e $100,
respectivamente. Considere agora a escolha entre $2.000 com 50 da
probabilidade ($2.000, 50) e $100 para certo ($100). Os ganhos
nimos diferem ainda pela mesma quantidade, as probabilidades
são as mesmas, mas os resultados de máximo ganho diferem
(SMITH, 2005).
Na concepção de racionalidade as limitações temporais da mente humana
devem ser respeitadas como qualquer outra restrição. Isto implica que as buscas por
alternativas ou informão devem terminar em algum ponto. Além disso, para
conseguir utilizar a capacidade computacional da mente humana, o método para
determinar quando a busca para, não deve ser muito complicado (TODD;
GIGERENZER, 2000).
2.9.3 Heurística do Reconhecimento
A mais simples e freqüente heurística que as pessoas usam diariamente é a
heurística do reconhecimento, que divide o mundo em objetos, idéias, pessoas ou
assuntos não reconhecidos ou outros assuntos e o todo o restante. Ela funciona
muito rapidamente e com conhecimento limitado.
Por meio do programa de pesquisa As heurísticas simples, do ABC
Research Group, a heurística do reconhecimento é a heurística mais simples,
ecológica, rápida e econômica” (tradução do autor)
77
. Uma das heurísticas de
tomada de decisão que é extremamente direta e objetiva: reconhecimento. Uma vez
que o indivíduo reconhece algo que estava em sua memória, a busca por
informação para imediatamente. Porque a heurística do reconhecimento é
extremamente simples, rápida, econômica e é pesadamente dependente na
lembrança de conteúdo e na facilidade de relembrar experiências.
A heurística do reconhecimento tamm funciona para avaliar situações
médicas difíceis. Em um experimento, um hospital decidiu classificar pacientes com
ataque cardíaco usando somente três pistas (cues) para determinar se os pacientes
deveriam ser classificados como baixo ou alto risco. Primeiro, se o paciente tivesse
pressão sanguínea menor que 91, o mesmo era imediatamente classificado como
77
Do original: fast and frugal.
89
alto risco. Se o, a segunda pista (cue) era a idade. Se pacientes tivessem menos
de 62,5 anos de idade, eles eram classificados como baixo risco. Se, no entanto,
eles fossem mais idosos, então a terceira pista (cue) a presença de taquicardia
era usado para classificá-los como baixo ou alto risco (TODD; GIGERENZER, 2003).
Com visto no exemplo anterior, na utilizão da heurística do
reconhecimento, não se utiliza nenhum sistema complexo de mensuração e
normalmente ocorre em ambientes onde a necessidade de velocidade da tomada de
decisão é necessária. Mas, deve ficar claro que a heurística do reconhecimento não
se aplica a qualquer coisa, devido ao fato da mesma ser de domínio específico, ou
seja, funciona ou trabalha somente em ambientes onde o reconhecimento es
correlacionado com um critério definido.
Na Figura 10, é demonstrada de forma gráfica, a função do mediador no
ambiente para revelar e acessar o critério de julgamento da decio. Como exemplo,
uma universidade pode o divulgar a quantidade de inscritos em seus cursos, por
ser uma informação confidencial, no entanto, a quantidade de exposição em mídia
impressa pode refletir o quanto de inscritos a universidade teve.
Conforme Goldstein e Gigerenzer (2002), heurística do reconhecimento trata
o reconhecimento como uma distinção binária, tudo ou nada. Estudos de Ortmann,
Gigerenzer, Borges e Goldstein (2002) e Borges, Goldstein, Ortmann e Gigerenzer
(1999) mostraram a aplicação da heurística do reconhecimento em Bolsa de
Valores.
90
Figura 10: A racionalidade ecológica da heurística do reconhecimento.
Fonte: Adaptado de Goldstein, Gigerenzer (2002).
A correlão entre o critério e o mediador é chamada de correlação
ecológica. No caso da universidade, o critério é o número de inscritos e o mediador,
a quantidade de vezes que a universidade foi exposta pela mídia (GOLDSTEIN;
GIGERENZER, 2002).
2.9.4 Tomada de decio com uma razão
Muitas decisões diárias vão além do reconhecimento. Freqüentemente, é
necessário determinar quais objetos pontuarão mais na escala de critérios da
decisão. As pessoas avaliam informão e decidem usando uma fração desta
informação estudada. Heurísticas por serem baseadas em buscas limitadas
empregam regras simples e claras para escolher as opções com a primeira pista
identificada que favorece a uma opção ou outra. Elas utilizam uma pequena parte de
informação para tomar a decisão (SOKOLOW, 2004).
Mediador
Validade do
Reconhecimento
Reconhecimento
Correlação
Ecológica
Correlação
Substituta
Critério
91
Durante a tomada de decisão com duas escolhas, na maior parte do tempo,
pessoas têm mais informações do que uma vaga memória de reconhecimento, por
isso, outras heurísticas podem ser empregadas. Quando pistas (sugestões) múltiplas
estão disponíveis para guiar decisões, como um raciocinador” rápido e econômico
pode proceder? (TODD; GIGERENZER, 2003).
A abordagem mais econômica é usar uma regra de parada que termina a
busca por informação tão cedo se for juntado o suficiente para tomar uma decisão.
Deixa de procurar pistas (sugestões) assim que uma é encontrada diferenciando
duas opções que são consideradas.
Figura 11: Um fluxograma de tomada de decisão de uma razão
Fonte: Todd e Gigerenzer (2000).
92
Primeiro, é selecionado a dimensão da pista e se procura os valores
correspondentes das pistas; para em seguida ser realizado a comparação das duas
opções. Logo a seguir, se houver diferenças, o processo pára e escolhe a opção. Se
os valores não são diferentes, se procura uma nova dimensão de pista (TODD;
GIGERENZER, 2003).
2.9.4.1 Heurística Minimalista
A heurística minimalista ocorre em ambientes onde as pessoas não sabem
quais as pistas que podem melhor prever os resultados ou qualificar a tomada de
decisão. Esta heurística usa um processo de quatro etapas para realizão da
decisão. Primeiro, a pessoa tenta usar a heurística do reconhecimento, buscando
encontrar algum critério como pista. Na segunda etapa, se nenhum objeto for
reconhecido, a pessoa deve presumir qual objeto possui o maior valor. Se a pessoa
reconhecer um ou todos os objetos, a pessoa escolhe uma pista aleatoriamente e
determina seus valores. Na terceira etapa, é determinado qual o objeto com maior
valor. Se a pessoa não conseguir determinar, então a pessoa retorna a primeira
etapa.
O lema da heurística minimalista é “escolha uma pista aleatória até que
funcione” (SOKOLOW, 2004). Por isso, a Minimalista possui um mínimo de intuição
necessária na busca por inferências, visto a aleatoriedade na busca por pistas.
Quando possível, a Minimalista se utilize da heurística do reconhecimento (TODD;
GIGERENZER, 2003).
2.9.4.2 Heurística Take The Last
A heurística Take The Last, somente tem pista ou sugestão de qual a
direção está apontando, mas não na determinação de quais as pistas são válidas ou
não. Essa heurística difere da heurística Minimalista somente na primeira etapa do
seu processo de funcionamento. Nesta etapa, a heurística utiliza uma estratégia
93
conhecida como Einstellung set. Karl Duncker e outros psicólogos demonstraram
que quando as pessoas trabalham em uma série de problemas, elas tendem a iniciar
a resolução do próximo problema com a mesma estratégia utilizada no problema
passado (DUNCKER; 1935/1945; LUCHINS; LUCHINS, 1994) (GIGERENZER;
TODD, THE ABC RESEARCH GROUP, 1999)
Para o primeiro problema, a TTL tenta pistas aleatoriamente como a
Minimalista, mas, no segundo problema em diante, começa com a pista que parou a
busca na última vez. Se não parar, escolherá a pista anterior a última e assim por
diante. Isso ocorre porque as pistas utilizadas são mais prováveis a serem utilizadas.
TTL tende a buscar uma menor quantidade de pistas do que a Minimalista.
Exemplificando, se a última decisão se baseou em uma ão de certa empresa, a
TTL tentará utilizar a mesma pista na próxima decisão. Por isso, ao contrário da
heurística Minimalista, TTL necessita da memória para discriminar as pistas do
passado.
O conhecimento sobre a ordem das validades das pistas é substituída pela
memória, que busca a última utilizada. Note que tal registro pode ser construído
independentemente de conhecimento sobre se as inferências estão certas ou
erradas. (GIGERENZER; GOLDSTEIN, 1996).
2.9.4.3 Heurística Take The Best
A heurística Take The Best existe em ambientes nos quais humanos
conhecem, corretamente ou não, não somente os sinais das pistas (sugestões), mas
tamm as pistas que são melhores que as outras. Uma ordem de pistas pode ser
geneticamente preparada ou aprendida por observação. Em casos de aprendizado,
a ordem de pistas pode ser estimada a partir de uma freqüência relativa que tenha
relação com o critério. Por exemplo, a validade de uma pista sobre times de futebol
pode ser a freqüência relativa com as cidades que são maiores do que as que são
menores (TODD; GIGERENZER, 2003).
TTB procura a pista com maior validade e caso o consiga discriminar,
busca a próxima melhor pista. Por isso, seu lema é escolha a melhor, ignore o
resto” (SOKOLOW, 2004). TTB difere da Minimalista somente na primeira etapa, na
94
qual é: Escolha a pista com maior validade que ainda não foi tentada para essa
tarefa. Apesar de buscar a melhor escolha, o objetivo da heurística o é a escolha
ótima e sim o ordenamento mais econômico (SOKOLOW, 2004).
2.9.5 Heurística The Affect
A pesquisa da heurística The Affect surgiu de uma pesquisa anterior sobre a
percepção do público quanto ao risco da energia nuclear a partir da avaliação
objetiva do risco da energia nuclear feita com especialistas. A pesquisa investigou
porque a percepção do público era tão diferente. A principal descoberta foi que o
público temia os riscos desconhecidos associados à energia nuclear (FINUCANE;
ALHAKAMI; SLOVIC; JOHNSON, 2000).
Em uma série de estudos, Slovic e colegas evidenciaram que reações
aparecem orientando o benefício e risco percebido. Esta relação é demonstrada na
Figura 12 com as características do indivíduo e da tarefa (FINUCANE; ALHAKAMI;
SLOVIC; JOHNSON, 2000). Em resumo, foi descoberto que as emoções afetam o
processo cognitivo, em específico, as heurísticas.
O sistema experimental é presumido ser intimamente associado com a
experiência da emoção, que se refere a sutis emoções das pessoas que
são freqüentemente inadvertidamente. Quando uma pessoa responde a um
evento significante emocionalmente... o sistema experimental
automaticamente procura seus bancos de memória para eventos
relacionados, incluindo suas emocionais concomitantes ... Se os
sentimentos ativados são prazerosos, elas motivam ações e pensamentos
antecipados a reproduzir os sentimentos. Se os sentimentos são
desagraveis eles motivam ações e pensamentos antecipados a evitar os
sentimentos (EPSTEIN, 1994, p. 716 apud FINUCANE; ALHAKAMI;
SLOVIC; JOHNSON, 2000, tradução do autor)
78
Outra descoberta foi sobre a correlação negativa entre o julgamento de risco
e benefício. Quanto maior o benefício percebido, menor o risco percebido e vice
78
Do original: The experiential system is assumed to be intimately associated with the experience of
affect, which refer[s] to subtle feelings of which people are often unaware. When a person
responds to an emotionally significant event… the experiential system automatically searches its
memory banks for related events, including their emotional accompaniments... If the activated
feelings are pleasant, they motivate actions and thoughts anticipated to reproduce the feelings. If
the feelings are unpleasant, they motivate actions and thoughts anticipated to avoid the feelings (p.
716).
95
versa (SLOVIC; FINUCANE; PETERS; MACGREGOR, 2002).
Figura 12: A heurística The Affect
Fonte: Adaptado de Alhakami e Slovic (1994)
Este processo onde a emão afeta o processo cognitivo baseia-se a
avaliação da informação, que para cada indivíduo, possui uma qualidade emotiva
associada. A reunião de todas as informões emotivas cria o affect pool de cada
indivíduo. No momento de realizar decisões, as imagens deste pool são acessadas
e funcionam como pistas para o julgamento e tomada de decisão. (SLOVIC;
FINUCANE; PETERS; MACGREGOR, 2002)
Affect
Benefício
percebido
Risco
percebido
96
3 METODOLOGIA
A metodologia aqui apresentada se utiliza de um método científico que é
compatível com os objetivos e problema de pesquisa estabelecido e os diversos
tipos de restrições à realização da pesquisa (restrição de tempo, de recursos
financeiros, de recursos humanos e de ambientes físicos). Essas restrições
impossibilitaram a prática de outro método cientifico que possam mensurar de forma
mais adequada os objetivos e problema de pesquisa.
O objetivo fundamental da ciência é chegar à veracidade dos fatos por meio
de um método que permita atingir determinado conhecimento. Gil (1995) define
método como o caminho para se chegar a determinado fim. E método científico
como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o
conhecimento”. Por isso, esta investigação se caracteriza como um estudo
descritivo, haja vista que procura identificar quais são os elementos constituintes das
decisões individuais sob incerteza em investimentos.
Testes que permitam falsificar são certamente indispensáveis, mas, testes
confirmatórios tamm podem ser muito úteis, no caso em que uma teoria forneça
uma previsão surpreendente, por ser considerada improvável, ou por estar em
conflito com as previsões das teorias rivais. Ou seja, qualquer resultado
experimental importante merece ser checado mais de uma vez. Isto deve ser feito
tanto pelo pesquisador que descobriu o resultado pela primeira vez, como tamm,
após a publicação deste, pelo resto da comunidade científica, de preferência,
quando possível, utilizando-se de cnicas diferentes das empregadas no primeiro
estudo, de forma a minimizar possíveis erros associados àquela técnica (MARTINS,
2005). Com essa abordagem, Plott (1982) afirma “Conseqüentemente, esta
abordagem vê principalmente experimentos como método para testar e comparar
teorias (tradução do autor)
79
.
As teorias deste estudo possuem como base para sua formulação, as
pesquisas descritivas. As mesmas têm como objetivo principal a verificação das
características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis. Alguns estudos descritivos vão além da simples
79
Do original: Hence, this approach primarily sees experiments as a method for testing and comparing
theories.
97
identificação da existência de relações entre variáveis, com o objetivo de determinar
a natureza dessa relação (GIL, 1995).
Sob o assunto de estudos descritivos, verifica-se um grande conjunto de
interesses de pesquisas. As questões de pesquisa pressupõem muitos
conhecimentos anteriores do problema a ser pesquisado, ao contrário do que ocorre
com questões que constituem o fundamento para os estudos exploratórios. O
pesquisador precisa ser capaz de definir claramente o escopo da pesquisa, verificar
os métodos mais adequados para as análises dos dados, e ter em mente de que ou
quem deve ser mensurado (SELLTIZ et al, 1965).
No entanto, este estudo, por utilizar as teorias elaboradas, possui a
pesquisa explanatória como tipo de pesquisa. Por isso, o caráter da pesquisa
experimental pode caracterizá-lo como explicativo ou explanatório, que busca
estabelecer relações causa e efeito (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 1991).
3.1 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
3.1.1 Hipóteses de Pesquisa
As hipóteses de pesquisa deste trabalho orientam-se pelas perguntas de
pesquisa mencionadas em são anterior. A hipótese nula somente é lida no
caso das duas hipóteses, H1 e H2, não forem evidenciadas. A seguir encontram-se
as hipóteses de pesquisa:
98
Figura 13: Hipóteses de pesquisa
Fonte: Elaborada pelo autor.
H0: A Racionalidade ilimitada é válida devido às respostas
racionais apresentadas pelos participantes do estudo por
meio dos experimentos a resolver demonstrarem que
este conceito possui poder de explicação sobre as
decisões sob incerteza em investimentos dos
participantes;
H1: A Cumulative Prospect Theory é válida devida existência
das preferências individuais caracterizada pela função
de valor forma de S;
H2: A The Adaptive Toolbox é válida, devido existência de
heurísticas desta teoria, as quais são de domínio
específico de um ambiente e as metas do tomador de
decisão, possuindo poder de explicação sobre a tomada
de decio sob incerteza em investimentos.
A hipótese de pesquisa H2, referente à TAT, está dividida em sub-hipóteses
de pesquisa, pelas várias heurísticas pertencentes à teoria:
H2a: A Heurística do Reconhecimento é válida devida sua
H0: Os decisores
individuais
possuem
racionalidade
ilimitada.
H1: A CPT é
válida devida
evidências das
preferências
individuais.
caracterizada
H2: A TAT é
válida devida
evidências da(s)
heurísticas(s) da
teoria.
99
existência na predomincia das respostas
apresentadas pelos participantes do estudo por meio do
experimento econômico demonstrar que esta heurística
possui poder de explicação sobre a tomada de decisão
sob incerteza em investimentos;
H2b: As Heurísticas da Tomada de decisão de uma razão são
válidas, devido suas existências na predominância das
respostas apresentadas pelos participantes do estudo
por meio do experimento econômico com problemas a
resolver demonstrar que esta heurística possui poder de
explicação sobre a tomada de decisão sob incerteza em
investimentos;
H2bi: A Heurística Take The Best é válida devida sua
existência na predomincia das respostas
apresentadas pelos participantes do estudo por meio do
experimento econômico questionário com problemas a
resolver demonstrar que esta heurística possui poder de
explicação sobre a tomada de decisão sob incerteza em
investimentos;
H2bii: A Heurística Take The Last é lida devida sua
existência na predomincia das respostas
apresentadas pelos participantes do estudo por meio do
experimento econômico questionário com problemas a
resolver demonstrar que esta heurística possui poder de
explicação sobre a tomada de decisão sob incerteza em
investimentos;
H2biii:A Heurística Minimalista é válida devida sua existência
na predominância das respostas apresentadas pelos
participantes do estudo por meio do experimento
econômico demonstrar que esta heurística possui poder
de explicação sobre a tomada de decisão sob incerteza
em investimentos;
H2c: A Heurística The Affect é válida devida sua existência na
100
predominância das respostas apresentadas pelos
participantes do estudo por meio do experimento
econômico demonstrar que esta heurística possui poder
de explicação sobre a tomada de decisão sob incerteza
em investimentos.
3.1.2 Definições Constitutivas e Operacionais das Varveis
As variáveis estudadas nesta pesquisa foram: CPT, Heurística do
reconhecimento, Heurística Take The Best, Heurística Take The Last, Heurística
Minimalista e Heurística The Affect. São citadas logo a seguir as definições
constitutivas e operacionais para essas variáveis:
3.1.2.1 Definições constitutivas (DC)
A seguir são apresentadas as definições constitutivas para as variáveis
estudadas:
a) CPT: Baseado na abordagem de Tversky e Kahneman
(1992), pela qual as preferências individuais demonstram
distorções caracterizada pela função de valor na forma de
S, devido resultados negativos e positivos serem avaliados
separadamente;
b) Heurística do reconhecimento: processo cognitivo na
tomada de decisão que é extremamente direto, objetivo e
por meio do reconhecimento, do que estava em memória;
c) Heurística Take The Best:: processo cognitivo na tomada
de decisão que é extremamente direto, objetivo e por meio
da escolha em busco do melhor” a uma tarefa ainda não
realizada;
101
d) Heurística Take The Last:: processo cognitivo na tomada
de decisão que é extremamente direto, objetivo e por meio
da escolha da última decisão realizada que constava em
memória;
e) Heurística Minimalista: processo cognitivo na tomada de
decisão que é extremamente direto, objetivo e por meio da
escolha da pista que “funcione”, onde não havia
reconhecimento de pistas em memória ou onde o
reconhecimento mostrava-se insuficiente, e
f) Heurística The Affect:: processo cognitivo na tomada de
decisão que é extremamente direto, objetivo e por meio de
pistas acessadas em banco de imagens emotivas que
consta em sua memória.
3.1.2.2 Definições operacionais (DO)
Foram definidas detalhadamente na seção 3.2.2 deste capítulo, referente ao
Design dos Experimentos Econômicos.
3.2 DELIMITAÇÃO E DESIGN DA PESQUISA
Após a formulação da fundamentação teórico-empírica, com a formulação do
problema, da construção de hipóteses e a identificação das relações entre variáveis,
é necessário definir o delineamento da pesquisa, para que se possa confrontar a
visão teórica do problema com os dados reais (GIL, 1995).
Ainda segundo Gil (1995, p. 64) o delineamento refere-se ao planejamento
da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação
quanto à previsão de análise e interpretação dos dados. Entre outros aspectos, o
delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as
formas de controle das variáveis envolvidas. Para Kerlinger (1980) o plano e a
102
estrutura da pesquisa são comumente chamados de delineamento da pesquisa.
A partir do delineamento da pesquisa, as preocupações passam a ser os
problemas práticos de verificação, ocupando-se precisamente do contraste entre a
teoria e os fatos. Desta forma, o delineamento é a etapa em que o pesquisador
passa a considerar a aplicação dos métodos que proporcionam os meios técnicos
para a investigação (GIL, 1995).
3.2.1 Economia Experimental
Por definição, o processo de pesquisa com experimentos, também chamado
de experimentação, é um método de pesquisa onde se manipulam uma ou mais
variáveis independentes e, posteriormente, analisam-se as conseqüências dessa
manipulação. Freqüentemente, os participantes da pesquisa são designados
aleatoriamente em grupos chamados “experimentais”, conforme diversos autores
(KERLINGER, 1980; MARCONI; LAKATOS, 1990; COOPER; SCHINDLER, 2003).
Assim, parte-se do princípio que características que podem ser manipuladas, e
outras que não podem. Para que se possa verificar a influência de uma dessas
características no(s) participante(s) da pesquisa em questão, deve-se ter o máximo
de controle sobre as características do sujeito, ou mesmo sobre as condições
ambientais. Por essa razão, esse tipo de pesquisa geralmente é realizado em um
ambiente ou local onde se tem grande capacidade de controle sobre as varveis: o
laboratório. Como foi posto por John Ledyard, acadêmico da Caltech
80
, especialista
em economia experimental, “experimentos funcionam como “túnel de ventopara
organizações e mercados financeiros”.
De modo geral, pode-se acreditar mais em resultados obtidos em pesquisas
experimentais, do que nos resultados obtidos por outros métodos dados a
competência e satisfação dos padrões e critérios científicos A força da pesquisa
experimental se encontra no alto controle da situação experimental. No entanto,
ainda como ponto forte dessa metodologia, encontra-se a possibilidade de
manipulação das variáveis de forma isolada, ou em conjunto, e a possibilidade de
80
Do original: California Institute of Technology
103
replicação dos experimentos. Como aspectos fracos, podem ser citar: a
artificialidade do experimento, e a dificuldade de efetuar uma generalização. Já com
relação ao caráter da pesquisa experimental, pode-se generalizá-lo como
explicativo, já que busca estabelecer relações causa-efeito, ou definir como ou
porq ocorrem determinados fenômenos, sob certas condições – os chamados
fatores (ZELKOWITZ; WALLACE 1998).
Cientistas que usam a experimentação testam afirmões ou predições
teóricas contra a realidade. Uma comunidade aceita gradativamente uma teoria, se
todos os fatos conhecidos em seu domínio podem ser deduzidos da teoria, se os
fatos resistiram a todos os numerosos testes experimentais, esse eles predisseram
corretamente novos fenômenos (TICHY, 1998).
3.2.1.1 Características e razões da metodologia
Experimentos econômicos são definidos por seu ambiente, especificão
dos efeitos iniciais (tradução do autor)
81
, preferências e custos que motivem as
trocas. Este ambiente é controlado e utiliza-se de regras e comunicação, definidos
nas instruções. (SMITH, 1991) Nesta pesquisa, as instruções e funcionamento do
experimento estão em forma eletrônica, computadorizado. De acordo com Davis e
Holt (1992), existem sete importantes razões para aplicação de experimentos,
apesar de existirem outras. As três principais razões relacionadas a esta pesquisa
o:
1) Testar uma teoria, ou distingui-las entre mais de uma
teoria. Esta motivação remota da literatura da Economia e
Teoria de Jogos, quando se testa uma teoria, comparando
sua mensagem ou suas implicações com as observações
do experimento. Quanto maior a freqüência com que às
observações “batem as “previsões”, no contexto onde à
possibilidade deste comportamento acontecer é
improvável, melhor é a teoria. Evidentemente, teorias
81
Do original: “initial endowments”.
104
sujeitas a testes rigorosos são freqüentemente
confrontadas com uma maior necessidade de
desenvolvimento;
2) Explorar as causas do fracasso de uma teoria. Quando as
observações do experimento fracassam em confirmar as
implicações da teoria, a primeira coisa a ser feita é seu
redesign e determinar com convicção que o fracasso na
predição é o fracasso da teoria. Ao longo dos testes
quando o design experimental continua parecer apropriado
e a teoria continua a falhar, encoraja-se um exame do
design experimental para descobrir a causa. O
estabelecimento da anatomia do fracasso é essencial a
qualquer programa de pesquisa.
3) Como citado por (GIGERENZER et al, 1999), é muito difícil,
do ponto de vista metodológico, estudar quais as
heurísticas estão naquele momento “em trabalho”, se
alguma. Evidências para heurísticas baseadas em medidas
como desempenho ou medida do processo, como tempo,
são freqüentemente insuficientes para discriminá-las. Nos
experimentos elaborados (GIGERENZER et al, 1999), se
oferece uma medida de economia (frugality) pela
investigação do mero de fontes usados ou requeridas
para investigar o número de fontes usados ou requeridos
para as heurísticas que utilizam a menor quantidade de
fontes.
Todas as características dos experimentos econômicos, apesar de seu
objetivo de analisar um objeto de estudo tão difícil, como mencionado no item acima,
possuem a limitação de um cenário artificial proposto ao julgamento humano.
Tversky e Kahneman fazem uma pertinente observação:
Teorias da escolha são na melhor hipótese, aproximações e incompletas.
Uma razão para esta avaliação pessimista é que a escolha é um processo
construtivo e contingencial. Quando confrontado com um problema
complexo, as pessoas empregam uma variedade de procedimentos
heurísticos para simplificar a representação e avaliação dos prospects.
Estes procedimentos incluem atalhos computacionais e operações de
edição, tais como a eliminação de componentes comuns e o descarte de
105
diferenças não-essenciais (TVERSKY, 1969). As heurísticas da escolha não
se emprestam prontamente a análise formal porque suas aplicações
dependem da formulação do problema, a emersão de método, e o contexto
de escolha. (TVERSKY; KAHNEMAN, 1992, p. 317, tradução do autor)
82
.
3.2.1.2 Validade interna e externa
A validade interna de um experimento se refere à habilidade de desenvolver
conclusões de causa e efeito confiáveis a partir da pesquisa. Um design
experimental com validade interna consegue resultados robustos e reaplicáveis. A
validade externa refere-se à possibilidade de generalizar as conclusões a situações
relacionadas à pesquisa. Devido às diferenças entre os dois tipos de validade, existe
uma tensão entre as mesmas, onde a validade interna requer freqüentemente
simplificações, o que promove a diminuição da validade externa (LOEWENSTEIN,
1999).
Quanto à validade externa, seu maior obstáculo em um experimento
econômico é a artificialidade da pesquisa. Se o experimento não se espelhar
suficientemente as características externas, o estudo tende a perda significativa de
validade externa.
Não é surpreendente que economistas concentrem-se mais na validade
interna do que a externa. A longa tradição de raciocínio dedutivo e
modelagem em economia confiam fortemente na validade interna
(LOEWENSTEIN, 1999, tradução do autor).
83
No caso desta pesquisa, a meta do experimento em evidenciar duas teorias
elaboradas, promove a validade interna como a principal exigência ao
funcionamento adequado do experimento. A validade externa torna-se
desnecessária e a validade interna fundamental.
82
Do original: Theories of choice are at best approximate and incomplete. One reason for this
pessimistic assessment is that choice is a constructive and contingent process. When faced with a
complex problem, people employ a variety of heuristic procedures in order to simplify the
representation and the evaluation of prospects. These procedures include computational shortcuts
and editing operations, such as eliminating common components and discarding nonessential
differences (Tversky, 1969). The heuristics of choice do not readily lend themselves to formal
analysis because their application depends on the formulation of the problem, the method
elicitation, and the context of choice.”
83
Do original: It is not surprising that economists focus more on internal than on external validity. The
long tradition of deductive reasoning and modeling in economics relies strongly on internal validity”.
106
3.2.1.3 Exemplos de experimentos
Os experimentos econômicos em laboratório variam muito em forma e
complexidade. Podem-se citar desde prospectos simples, como os apresentados por
Kahneman e Tversky, até simulações complexas, como o Santa Fe Artificial Stock
Market (ASM) (LeBARON, 2002).
O programa de simulação ASM nasceu no Santa Fe Institute (SFI), no final
dos anos 80, e se originou da vontade de Brian Arthur e John Holland de construir
um mercado financeiro artificial para testar estratégias de negociação em bolsa de
valores. Com base em algoritmos genéticos e sistemas de classificação, tentaram, a
partir de inteligência artificial, modelar o comportamento do mercado financeiro
eficiente. Sofrendo constantes aperfeiçoamentos, o ASM é atualmente o sistema
mais sofisticado para pesquisas em laboratório no campo financeiro (LeBARON,
2002). Um segundo exemplo é o novo Arizona Stock Exchange (AZX). Em 1988,
iniciou-se os primeiros experimentos com a utilização de uniform price double
auction.
3.2.2 Design dos Experimentos Econômicos
O design dos experimentos teve como base as duas teorias: a TAT, com 5
(cinco) experimentos econômicos, sendo cada experimento destinado a cada uma
das heurísticas da teoria e a CPT com a verificação de evidências por um único
experimento econômico. Os participantes do estudo possuíram até 20 minutos a
responder todas as questões dos experimentos. Nos apêndices da dissertação
constam os experimentos disponibilizados aos participantes. Por motivo de
ilustração, o experimento da CPT em apêndice consta no formato padrão utilizado
em todos os experimentos.
1. Teste econômico experimental da Função de Valor da CPT:
Participaram do experimento econômico da CPT, 31 corretores de valores,
107
enquanto o experimento realizado por Kahneman e Tversky possuiu 25 pessoas
No caso do artigo, os 25 participantes eram estudantes de mestrados, MBAs e
Doutorados (Graduate Studies) das universidades de Stanford e da Califórnia em
Berkeley (Stanford University e University of California at Berkeley). As questões
deste experimento se basearam no mesmo estudo.
Nesta pesquisa, o experimento foi aplicado uma única vez. As perguntas
foram às mesmas realizadas por Tversky e Kahneman (1992) com possíveis
alterações lingüísticas devido à tradução. Os participantes não tiveram
remunerações vinculadas às suas respostas. Foram disponibilizadas 58
questionamento das quais metade pertenciam a utilidade de ganho e a outra metade
a utilidade de perda.
Exemplificação do experimento:
Por favor, preencha as opções com objetivo de descobrir o valor de X:
1. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 0
e 10% de probabilidade de ganhar R$ 50. Qual seria o valor em R$ a
receber pela desistência?
As opções são:
Escolho o prospect do enunciado;
R$ 0 pela desistência;
R$ 10 pela desistência;
R$ 20 pela desistência;
R$ 30 pela desistência;
R$40 pela desistência;
R$ 50 pela desistência;
No apêndice desta pesquisa constam em detalhe os questionamentos.
2. Experimento econômico da Heurística do reconhecimento:
Este experimento, com o objetivo específico de evidenciar a existência da
heurística do reconhecimento, aplicou o seguinte experimento econômico: os
participantes deveriam escolher em quais ões a investir. Eles o fariam dentre
aquelas ações fornecidas pelo experimento. As ões escolhidas em pares para
108
serem selecionadas pelos participantes são ações pertencentes à Bolsa de Valores
de Nova Iorque (NYSE), e foram dispostas de forma a identificar em cada par, as
mais reconhecíveis. Os setores são: Farmacêutico, Hotelaria e Alimentação. Para
evidenciar a heurística do reconhecimento, os participantes somente marcariam as
ões de empresas que eles a reconhecem. No apêndice D, a relação das questões.
A seguir, a lista das ações reconhecíveis (fundo cinza) e não reconhecíveis (fundo
branco), sendo as de fundo cinza validadoras da utilizão da heurística, tal como
pode ser visto no Quadro 7.
1 a) Allergan Inc. b) GlaxoSmithKline
2 a) Bristol Myers Squibb Co. b) Mylan Laboratories Inc.
3 a) Bradley Pharmaceuticals, Inc. b) Novartis
4 a) Johnson & Johnson b) Par Pharmaceutical Companies, Inc.
5 a) Marcus Corporation b) Marriott International, Inc.
6 a) Domino's Pizza, Inc. b) Morton's Restaurant Group, Inc.
7 a) Sodexho Alliance, SA b) Triarc Companies Inc.
8 a) Brinker International, Inc. b) McDonald's Corporation
9 a) Landry's Restaurants, Inc. b) Wendy's International, Inc.
10 a) Burger King Holdings, Inc. b) YUM! Brands, Inc.
Quadro 7: Opções de ações do experimento da heurística do reconhecimento.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da NYSE.
As respostas devem ser superiores a 50% à heurística ter sua validade
interna aprovada.
3. Experimento econômico da TTB.
Este experimento, com o objetivo específico de evidenciar a existência da
heurística TTB, aplicou o seguinte experimento econômico: os participantes
deveriam escolher em quais ações a investir. Eles o fariam dentre aquelas ões
fornecidas pelo experimento. As ações escolhidas em pares para serem
selecionadas pelos participantes são ações pertencentes à Bolsa de Valores de São
Paulo (BOVESPA), e foram dispostas de forma a identificar se os agentes
autônomos utilizariam como pista para escolher as ões, as melhores empresas
(com melhor desempenho econômico), que possuíam no relatório de fevereiro de
2007 do fundo XP Investor, maior participação na carteira. No Quadro 8, tem-se a
lista das ações reconhecíveis (fundo cinza) e não reconhecíveis (fundo branco),
sendo as de fundo cinza validadoras da utilizão da heurística:
109
1 a) Gerdau b) Petrobrás
2 a) Vale b) Pão de Açúcar
3 a) Odontoprev b) Petrobrás
4 a) Itaú b) Vale
5 a) Pão de Açúcar b) Petrobrás
6 a) Ambev b) Vale
7 a) Petrobrás b) Itaú
8 a) Vale b) Gerdau
9 a) Petrobrás b) Ambev
10 a) Vale b) Odontoprev
Quadro 8: Opções de ações do experimento da heurística TTB.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da BOVESPA e Informe mensal de fevereiro de 2007 do
fundo XP Investor.
As respostas devem ser superiores a 50% à heurística ter sua validade
interna aprovada.
4. Experimento econômico da TTL.
Este experimento, com o objetivo específico de evidenciar a existência da
heurística TTL, aplicou o seguinte experimento econômico: os participantes
deveriam escolher em quais ações a investir. Eles o fariam dentre aquelas ões
fornecidas pelo experimento. As ações escolhidas em pares para serem
selecionadas pelos participantes são ões hipotéticas e estão dispostas de forma
ao participante escolher a que a pista mais recente afete a escolha da ação. Dentro
das opções da Tabela 7, quais ações das cinco primeiras escolhas estariam
dispostas ma comprar e quais das últimas cinco estariam dispostos a vender. As
respostas com fundo cinza são validadoras da utilização da heurística, vislumbrado
no Quadro 9.
Há três meses: Há um ano:
1
a) uma ação A vem subindo
constantemente.
b) uma ação B possui valores muito
próximos aos iniciais.
110
2
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação B possui valores muito
próximos aos iniciais.
3
a) uma ação A vem subindo
constantemente.
b) uma ação E possui muita volatilidade
4
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação E possui muita volatilidade
5
a) uma ação A vem subindo
constantemente.
b) uma ação F possui crescimento
pequeno e constante.
6
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação F possui crescimento
pequeno e constante.
7
a) uma ação A possui seu preço
estabilizado.
b) uma ação B possui valores muito
próximos aos iniciais.
8
a) uma ação C vem caindo
constantemente.
b) uma ação B possui valores muito
próximos aos iniciais.
9
a) uma ação C vem caindo
constantemente.
b) uma ação E possui muita volatilidade
10
a) uma ação C vem caindo
constantemente.
b) uma ação F possui crescimento
pequeno e constante.
Quadro 9: Opções de ações do experimento da heurística TTL.
Fonte: Elaborado pelo autor
As respostas devem ser superiores a 50% à heurística ter sua validade
interna aprovada.
5. Experimento econômico da Minimalista.
Este experimento, com o objetivo específico de evidenciar a existência da
heurística Minimalista, aplica o seguinte experimento econômico: os participantes
devem escolher quais métodos utilizar dentro de uma situação específica. Eles o
fariam dentre aqueles métodos fornecidas pelo experimento. As opções a serem
escolhidas estão em pares para serem selecionadas pelos participantes. Verifica-se
por meio deste, a utilização de algum método como solução heurística minimalista.
O experimento é dividido em cinco opções em relação a compra e cinco em relação
a venda. Em ambas, o corretor de valores havia realização suas análises
fundamentalista e técnica de uma ação. No primeiro caso, sua análise apresenta
uma informão que a ação não deve ser comprada, no entanto, a mesma inicia
uma forte alta sem motivo aparente. Quais das opções seriam as escolhidas? No
segundo caso, a análise apresenta uma informão que a ação não deve ser
vendida, no entanto, ela tem seu preço fortemente decrescido sem motivo aparente.
Quais das opções seriam as escolhidas?
1 a) verificaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor.
111
2 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
3
a) verificaria novamente as análises
realizadas.
b) verificaria as ofertas no Megabolsa.
4 a) verificaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
5 a) faria novos cálculos.
b) requisitaria reunião com área de
pesquisa.
6 a) verificaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor.
7 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
8
a) verificaria novamente as análises
realizadas.
b) verificaria as ofertas no Megabolsa.
9 a) verificaria as notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
10 a) faria novos cálculos.
b) requisitaria reunião com área de
pesquisa.
Quadro 10: Opções de ações do experimento da heurística minimalista.
Fonte: Elaborado pelo autor
As respostas devem ser superiores a 50% à heurística ter sua validade
interna aprovada.
6. Experimento econômico da Heurística The Affect.
Este experimento, com o objetivo específico de evidenciar a existência da
heurística The Affect., aplica o seguinte experimento econômico: os participantes
devem escolher em quais ações investir. Eles o fariam dentre aquelas ações
fornecidas pelo experimento. As ações escolhidas em pares para serem
selecionadas pelos participantes são ações pertencentes à Bolsa de Valores de São
Paulo (BOVESPA) e foram dispostas de forma a identificar em cada par, as mais
afetadas por emoções, em específico, ões regionais expoentes (home bias). A
relação das questões. O Quadro 11 mostra a lista das ações emotivas (fundo cinza)
e não emotivas (fundo branco), sendo as de fundo cinza validadoras da utilizão da
heurística:
1 a) Gerdau b) Banco do Brasil
2 a) Petrobs b) Marcopolo
3 a) Marcopolo b) Itaú
112
4 a) Itaú b) Gerdau
5 a) Banco do Brasil b) Marcopolo
6 a) Gerdau b) Petrobrás
7 a) Marcopolo b) Bradesco
8 a) Embraer b) Gerdau
9 a) Marcopolo b) Embraer
10 a) Bradesco b) Gerdau
Quadro 11: Opções de ações do experimento da heurística The affect.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados da BOVESPA.
As respostas devem ser superiores a 50% à heurística ter sua validade
interna aprovada.
3.2.3 Critérios para a seleção da empresa
Para maior inferência no desenvolvimento desta pesquisa, viu-se necessário
a participação de número mínimo de 30 participantes. Visto a aplicão dos
experimentos, tornou-se mais adequado por uma busca de empresa de agentes
autônomos de investimentos com grande mero de corretores. Importante
mencionar que no mercado de capitais, as corretoras de valores contratam agentes
autônomos de investimentos baseado na legislação da CVM. no caso das
empresas de agentes autônomos de investimentos, que também são contratadas
pelas corretoras, as mesmas possuem sócios que são agentes autônomos de
investimentos. Essa característica do mercado direcionou a pesquisa para empresas
de agentes autônomos de investimentos, visto que a receptividade e interação com
participantes são muito mais acessíveis. A Figura 14 tem-se a visualização gráfica
da contratação e subcontratação de agentes autônomos de investimentos no
mercado de capitais brasileiro.
113
Figura 14: Contratação e subcontratação de agentes autônomos de investimentos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base na Instrução CVM Nº 434.
A empresa escolhida foi a XP Investimentos, empresa de agentes
autônomos de investimentos registrada na CVM. A mesma é empresa contrata por
empresas CTVM e DTVM e subcontrata outras empresas de agentes autônomos de
investimentos pessoas jurídicas.
3.2.3.1 População e Amostra
Conforme Selltiz et al (1965), em diversos estudos descritivos, o pesquisador
deseja ser capaz de fazer afirmações como resposta de certo grupo de pessoas ou
objetos. Dificilmente um estudo descritivo é necessário estabelecer todas as
pessoas de grupo a fim de conseguir uma descrição exata e precisa das atitudes ou
comportamentos. É mais freqüente a utilizão de uma amostra a ser estudada.
Atualmente no Brasil, de acordo com a CVM, existem 602 empresas de
agentes autônomos de investimentos e 2737 agentes autônomos individuais de
investimentos. Os corretores de valores (agentes autônomos de investimentos)
podem também, concomitantemente ser analista de valores mobiliários, outra função
114
do mercado de capitais, tamm regulamentado pela CVM. Visto que 02 dos 31
participantes dos experimentos possuem ambas as certificações e atuações, o dado
populacional no Brasil de analistas de valores mobiliários credenciados é de 756.
A empresa escolhida foi a XP Investimentos, por motivo de acesso a maior
quantidade de participantes possíveis que o pesquisador deste estudo conseguiu
para adesão aos experimentos econômicos. A qual possuía em todo Brasil, a
quantidade de 135 corretores na data da pesquisa e 40 corretores em sua sede.
3.2.3.2 Determinação dos participantes dos experimentos
Shanteau et al (2002) relatam em seu trabalho, quais as características de
identificadas indivíduos especialistas para determinado o campo de conhecimento.
No caso dos corretores, a principal e obrigatória é a certificão da Associação
Nacional das Corretoras de Valores, que é pré-requisito para o registro na CVM e
conseqüentemente, atuação no mercado de capitais.
Abaixo, tem-se a lista de características de Shanteau et al (2002) nas quais
identificam especialistas:
1. Experiência
2. Aclamação Social
3. Confiança na Consistência
4. Confiança no Consenso
5. Habilidade de Discriminação
6. Características Comportamentais
7. Testes de Conhecimento
8. Certificação.
A oitava característica da lista é a principal para identificar um especialista
que seja corretor de valores.
Todos os corretores da empresa pesquisada confirmaram que são
certificados e registrados pela CVM. Isto posto, os mesmos foram solicitados a
participar nos experimentos por adesão. Ou seja, todos os 40 corretores da empresa
foram avisados por documento chamado de Comunicado aos Participantes da
Pesquisa”, no qual consta em anexo. O mesmo foi enviado por e-mail, em arquivo
115
protegido (vero Adobe Reader 8.0) ao contato da empresa, para o repasse do
mesmo aos corretores. Dos 40 corretores da empresa, 31 se disponibilizaram a
participar dos experimentos, sendo que todos, pela adesão aos experimentos,
receberam como souvenir, uma caneta com estojo.
3.2.3.3 Determinação do ambiente
A escolha do ambiente, vista a necessidade de adesão de diversos
participantes especialistas em suas atividades e a obrigatoriedade que os
experimentos econômicos fossem corretamente controlados, foi uma sala de
reuniões da empresa pesquisada, a qual foi, a priori, reservada exclusivamente a
realização da pesquisa. Neste ambiente, a pesquisa é conduzida pelo pesquisador
com a utilização de um notebook.
3.2.3.4 Coleta de Dados
A coleta de dados dos experimentos econômicos foi realizada na própria
empresa pesquisa, em sua sede, onde foi disponibilizada durante 11,5 horas
contínuas, uma sala de reuniões da própria empresa, na qual somente tinham
acesso ao interior na sala, os participantes autorizados pelo pesquisador.
A pesquisa no local de empresa o somente trouxe benefícios de acesso a
uma quantidade de corretores que em caso de exigência de deslocamento exigiria
maior esforço, mas, no âmbito da própria pesquisa. O fato da pesquisa possuir tema
de interesse dos corretores, investimentos, ter sido sua realização intermediada por
corretores da ppria empresa, idade dos corretores relativamente baixa
comparativamente com o mercado e estar sendo aplicada em ambiente isolado e
controlado, mas, próximo do seu ambiente de trabalho, fez com que a grande
maioria dos corretores se comportassem de forma exemplar, interessada e
profissional.
A coleta de dados ocorreram entre os seguintes horários, 8:45 às 13:45 e
116
14:00 às 20:30 e foi facilitada pelo conhecimento das regras dos experimentos,
divulgada na “Mensagem ao Participantes da Pesquisa”. No processo ocorreram
somente alguns inconvenientes, em específico, dois corretores se demonstravam
inconformados com o pouco tempo disponibilizado e tentavam argumentar, o que
era imediatamente exigido pelo pesquisador, o retorno as respostas. Apesar do
aparente questionamento, os dois corretores responderam as questões dentro do
prazo máximo estabelecido.
3.2.3.5 Instrumentos à coleta de dados
Foram utilizados planilhas de Excel com formatação condicional e macros
para que as perguntas respondidas fossem identificadas como tal. Esse pequeno
detalhe de programão identificou-se essencial na pesquisa, visto que a mesma
tinha por característica o pouco tempo disponibilizado para as respostas e a
navegabilidade na planilha mostrou-se essencial.
Antes da realizão do experimento, foram criadas e separadas 30 planilhas
para respostas e cada uma com o mero de participação dos experimentos
(primeiro, segundo,...etc.). Essas planilhas foram alocadas em um computador
pessoal (notebook) para realização dos experimentos. Assim sendo, todos os
participantes responderam a todas as questões nas planilhas disponibilizadas no
notebook. Ao final, um participante a mais compareceu e participou dos
experimentos por meio de uma planilha exatamente como as restantes, criadas
naquele momento.
3.2.4 Razões para classificar os experimentos de quase-experimentos
Os experimentos econômicos aplicados não podem ser classificados de
experimentos puros ou tradicionais (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 1991), visto os
seguintes pontos que os experimentos ecomicos desta pesquisa não obtiveram:
117
1. Grupo de controle;
2. A inclusão dos indivíduos nos grupos deve ser aleatória;
3. Os sujeitos são distribuídos aleatoriamente tanto para o
grupo experimental quanto para o grupo de controle;
Figura 15: Experimentos com e sem controle experimental.
Fonte: Sampieri, Collado, Lucio (1991).
O método experimental diz respeito à comparão entre um grupo de
controle e um grupo experimental, onde o pesquisador manipula uma ou mais
variáveis independentes e mede seu efeito sobre uma ou mais variáveis
dependentes. Diante disso, é um método facilmente contaminado por variáveis
estranhas e que não estão sob estudo e, portanto, sem controle na forma de
mensuração. Nem sempre se garante haver condições de controle elevado sobre as
variáveis, ou sobre os procedimentos experimentais. Assim, podemos ter o tipo de
experimentação chamado de quase-experimentos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO,
1991).
118
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
No primeiro item são apresentadas as informações sobre o acesso e o
levantamento de dados por meio das entrevistas e da análise documental, um breve
perfil de cada uma das empresas estudadas, preservando sua identificação por se
tratar de companhias de capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores.
No segundo item são apresentados e analisados os resultados da pesquisa,
relacionando as informações obtidas com a base teórica do estudo.
4.1 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O sistema financeiro nacional (SFN) é o conjunto de instituições e
instrumentos financeiros que possibilita a transferência de recursos dos ofertadores
finais para os tomadores finais, e cria condições para que os títulos e valores
mobiliários tenham liquidez no mercado. Os tomadores finais de recursos são
aqueles que se encontram em posição de déficit financeiro, isto é, aqueles que
pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) mais do que sua renda. Eles
precisam do complemento de poupanças de outros para executar seus planos,
dispondo-se a pagar pelo capital que conseguirem (CAVALCANTI; MISUMI, 2002).
119
Figura 16: SFI como sistema de transferência de recursos
Fonte: Cavalcante e Misumi, (2002).
4.1.1 Estrutura institucional
O SFN é constituído por um subsistema normativo e por outro operativo. Seu
subsistema normativo regula e controla o subsistema operativo. Essa regulação e
controle são exercidos a partir de normas legais, expedidas pela autoridade
monetária, ou pela oferta de crédito realizada pelos agentes financeiros do governo.
O subsistema operativo é constituído por instituições financeiras públicas ou privado,
que atuam no mercado financeiro. De forma funcional, o SFN agrupa-se segundo as
seguintes funções creditícias ou patrimoniais:
Crédito de Curto Prazo Bancos Comerciais e Bancos Múltiplos, Caixas
Capital
Ofertador final
Tomador final
Sistema
Financeiro
Dividendos e/ou
juros
120
Econômicas, Cooperativas de Crédito,
Factoring.
Crédito de Médio e Longo Prazo Bancos de Investimento e Desenvolvimento,
Leasing.
Crédito ao Consumidor Financeiras, Caixa Econômica Federal, Leasing,
Crédito Habitacional
Caixas Econômicas, Companhias de Crédito
Imobiliário, Bancos Múltiplos.
Intermediação de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades Corretoras e Distribuidoras, Agentes
Autônomos de Investimento.
Seguro e Capitalização Seguradoras, Fundações de Seguridade Social,
Companhias de Capitalização.
Arrendamento Mercantil Companhias de Leasing.
Quadro 12: SFI como sistema de transferência de recursos
Fonte: Cavalcanti e Misumi, (2002).
O subsistema de supervisão tem como função editar normas que definem os
parâmetros para transferência de recursos dos poupadores aos tomadores e
controlar o funcionamento das instituições e entidades que efetuem atividades de
intermediação financeira.
O subsistema operativo tem como fuão operacionalizar a transferência de
recursos do poupador para o tomador, de acordo com as regras estabelecidas pelas
entidades integrantes do subsistema de supervisão.
4.2 O MERCADO DE CAPITAIS
4.2.1 Comissão de Valores Mobiliários
Entidade autárquica, vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por
um presidente e quatro diretores nomeados pelo Presidente da República e que
funciona como órgão de deliberação colegiada de acordo com regimento interno
aprovado pelo Ministério da Fazenda.
Compete à CVM conforme Lei nº. 6.385, de 07 de dezembro de 1976:
1. Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos
121
mercados de bolsa e de balcão;
2. Proteger os titulares de valores mobiliários contra emises
irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas
controladores de companhias ou de administradores de
carteira de valores mobiliários;
3. Evitar ou coibir modalidades de fraudes ou manipulação
destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta
ou preço de valores mobiliários negociados no mercado;
4. Assegurar o acesso do público a informões sobre valores
mobiliários negociados e às companhias que os tenham
emitido;
5. Assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas
no mercado de valores mobiliários. . Estimular a formação
de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular
do mercado de ações e estimular as aplicações
permanentes em ões do capital social das companhias
abertas.
4.2.2 Bolsas de Valores
As Bolsas de Valores, de acordo com a Resolução nº.2.690 de 28.01.2000
do Conselho Monetário Nacional (CMN), são instituições criadas como associações
civis, sem fins lucrativos ou sociedades anônimas, e possuem como seu principal
objetivo social, manter local adequado ao encontro de seus membros e à realização,
entre eles, de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em
mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus membros,
pela autoridade monetária e, em especial, a CVM. (CAVALCANTI; MISUMI, 2002)
Seus objetivos e atividades são:
1. Manter local adequado à realização, entre corretores, de
transações de compra e venda de títulos e valores
122
mobiliários, em mercado livre, organizado e fiscalizado
pelos próprios membros, pela autoridade monetária e pela
CVM;
2. Criar e organizar os meios materiais, os recursoscnicos e
as dependências administrativas necessárias à pronta,
segura e eficiente realização e liquidação das operações
efetuadas no recinto de negociação (pregão);
3. Organizar, administrar, controlar e aperfeiçoar o sistema e
o mecanismo de registro e liquidação das operações
realizadas;
4. Estabelecer sistema de negociação que propicie e
assegure a continuidade das cotações e a plena liquidez do
mercado de títulos e valores mobiliários;
5. Fiscalizar o cumprimento, pelos seus membros e pelas
sociedades emissoras de títulos e valores mobiliários, das
disposições legais e regulamentares, estatutárias e
regimentais, que disciplinam as operações de Bolsa,
aplicando aos infratores as penalidades cabíveis;
6. Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em
seu pregão;
7. Assegurar aos investidores completa garantia pelos títulos
e valores negociados;
8. Exercer outras atividades conexas e correlatas que lhe
sejam permitidas por lei.
4.2.2.1 Auto-regulação
A legislação atual confere às Bolsas de Valores o poder de auto-regulação.
O poder de auto-regulação permite não criar normas e procedimentos para os
agentes que nela atuam (corretoras, empresas listadas e investidores) como
tamm fiscalizar o cumprimento destas normas. A bolsa pode aplicar penalidades
como (CAVALCANTI; MISUMI, 2002):
123
1. Advertência;
2. Multa;
3. Suspensão e
4. Exclusão e inabilitação para o exercício de certas funções
na bolsa ou nas corretoras.
4.2.3 Sociedades Corretoras
São instituições financeiras (ainda que muitos as classifiquem como
instituições do Sistema de Distribuição) constituídas como sociedades anônimas ou
sociedades por quotas de responsabilidade limitada. Sua principal função é a de
promover, de forma eficiente, a aproximação entre compradores e vendedores de
títulos e valores mobiliários, dando a estes, negociabilidade adequada por meio de
operações realizadas em recinto próprio (pregão das Bolsas de Valores). Desta
forma, as sociedades corretoras exercem o papel de unificadoras do mercado,
dando segurança ao sistema e liquidez aos títulos transacionados (CAVALCANTI;
MISUMI, 2002). Suas principais atividades são as seguintes:
i. Operar com exclusividade na Bolsa de Valores da qual é
membro, com títulos e valores mobiliários de negociação
autorizada;
ii. Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários,
por conta de terceiros; efetuar lançamentos públicos de
ões (operações de subscrição e operar com a conta
“Margem”);
iii. Administrar carteiras de valores e custodiar títulos e valores
mobiliários; instituir, organizar e administrar fundos e clubes
de investimentos; prestar serviços como transferência de
títulos, desdobramento de cautelas, recebimento de juros,
dividendos ou encarregar-se da subscrição de títulos e
valores mobiliários etc.;
a. lntermediar a compra e venda de moeda estrangeira
nas atividades de importação e exportação, bem como
124
no mercado flutuante de moeda estrangeira.
b. Operar no open market.
As sociedades corretoras são credenciadas pelo Banco Central do Brasil e
pela CVM e são fiscalizadas pelas Bolsas de Valores. A atividade do corretor (com
esse nome ou o de cambista) comou na mais remota antiguidade. Referia-se às
pessoas que se dedicavam à troca de moedas, naquele tempo uma atividade muito
importante, uma vez que o mundo conhecido estava dividido em cidades-estado,
cada qual com a sua moeda própria, de composição, peso e características
diferentes.
4.2.5 Sociedades Distribuidoras
As sociedades distribuidoras são firmas constituídas como sociedades
anônimas ou sociedades por quotas de responsabilidade limitada, cuja autorização
para funcionamento é dada pelo Banco Central do Brasil.
Suas atividades básicas, determinadas pela Resolução n21.120/86 do CMN, são:
i. Subscrever, isoladamente ou em consórcios, emissões de
títulos ou valores mobiliários para revenda; intermediar a
colocação de emissões no mercado; contratar com a
emissora, em conjunto ou separadamente, a formação de
preços dos títulos no mercado, no período de lançamento e
colocação da emissão;
ii. Encarregar-se da venda à vista, a prazo ou à prestação, de
títulos e valores mobiliários por conta de terceiros;
iii. Operar no open market, desde que satisfaça às condições
exigidas pelo Banco Central do Brasil;
iv. Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de
investimento.
4.2.6 Agentes Aunomos de Investimentos
125
Conforme Instrução CVM 355 de de agosto de 2001, são pessoas
físicas credenciadas por bancos de investimento, sociedades de crédito,
financiamento e investimentos, sociedades de crédito mobiliário, sociedades
corretoras e sociedades distribuidoras, para desempenhar, exclusivamente por conta
e ordem das entidades credenciadas, as seguintes atividades:
i. Colocação ou venda de títulos e valores mobiliários
registrados na CVM ou de emissão ou co-obrigação de
instituição financeira;
ii. Colocação de quotas de fundos de investimento;
iii. Outras atividades autorizadas expressamente pelo Banco
Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.
A ANCOR é a entidade de classe dos agentes autônomos de investimentos.
Dentro de suas principais está o desenvolvimento e atualização dos profissionais.
(ANCOR, 2007)
Além de representar e assistir suas associadas junto aos poderes públicos, a
ANCOR promove a ampliação das bases de nossos mercados realizando palestras
e participando de seminários junto às principais universidades do país. Com tal
expediente a ANCOR sustenta construtivos debates sobre a economia, informando
as associadas sobre os assuntos de maior relevância que possam eventualmente
ajudá-las ou prejudicá-las (ANCOR, 2007).
4.3 A EMPRESA PESQUISA
A XP Investimentos é uma empresa de agentes autônomos de
investimentos, autorizada pela CVM e constituída conforme a Instrução nº. 355, de
de Agosto de 2001. Com sede na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a
empresa conta com mais de 60 profissionais, incluindo todos os tipos de cargos,
para atender investidores, desde os que possuem experiência no mercado de
ões aos que estão iniciando suas operações.
A XP posicionou-se no nicho de pessoas físicas, primando pelo atendimento
personalizado, com um programa inovador de educação e informão constituído
por cursos e palestras regulares. Este projeto ainda é complementado pelas Salas
126
de Ações. Espaços localizados na matriz e filiais da XP, onde os investidores podem
interagir com operadores e ter acesso às últimas informações de mercado.
O sucesso deste novo modelo e o bom momento do mercado levaram a
empresa a expandir suas operações para novas praças, através de novos escritórios
em outras cidades e estados. Atualmente a empresa conta com escritórios em: Porto
Alegre, Novo Hamburgo, Pelotas, Florianópolis, Rio do Sul (Vale do Itajaí), Curitiba,
São Paulo, Vitória e Belo Horizonte.
4.3.1 Áreas de Atuação
As áreas de atuação conforme informado pela própria empresa são:
a) Bovespa nas seguintes operações:
- Mercado à vista;
- Mercado de Derivativos;
- Mercado a Termo;
- Aluguel de Ações;
b) Bolsa de Mercadorias e de Futuros (BMF): em operações
que envolvam:
- Mercados Futuros Financeiros: Taxas de Juros, Dólar e
Ibovespa;
- Mercados Futuros Fracionários: Mini Índice e Mini Dólar;
- Mercados Futuros de Commodities: Café, Soja, Boi
Gordo;
- Hedge e Swaps.
4.4 PERFIL DOS PARTICIPANTES
Participaram dos experimentos econômicos, 31 corretores de valores. Todos
127
completaram completamente os experimentos e nenhum deles foi descartado. O alto
controle na aplicação dos experimentos a cada um dos participantes, visto que os
experimentos foram individualizados, resultou na validação de todos os
experimentos de todos os participantes.
A média de idade dos participantes do experimento é de 26,35 anos de
idade e com média de atuação no mercado financeiro de 4,84 anos. As respectivas
medianas o de 25 anos de idade e 4 anos de atuação no mercado financeiro. Dos
31 participantes, 8 possuems-graduação, 15, superior completo e 8, superior
incompleto. Este perfil de corretores corresponde ao perfil estabelecido na estratégia
empresarial da empresa, na qual possui como principal alvo, novos investidores, ou
seja, investidores que estejam iniciando no mercado de capitais. Todos os
participantes são corretores de valores (agente autônomos de investimentos), mas
adicionalmente, 2 deles, tamm são analistas de valores mobiliários. A Tabela 10
que consta em apêndice, possui todos os dados acima mencionados.
4.5 RESULTADOS DA PESQUISA
Os resultados do estudo são apresentados a seguir, concomitantemente
com a análise dos mesmos. Inicia-se pela CPT, contemplada neste estudo na qual
refere-se a Hipótese 1 de pesquisa. Logo a seguir, tem-se os resultados e análise da
TAT, referente a Hipótese 2 de pesquisa.
4.5.1 Resultados e Análise da CPT
Nas Tabelas 1, 2 e 3, respectivamente são apresentados os resultados do
experimento da teoria CPT. Na primeira tabela, os resultados específicos do
experimento aplicado nesta pesquisa. Em seguida, os resultados do experimento
desenvolvido por Kahneman e Tversky (1992). Na terceira tabela são apresentadas
as diferenças dos resultados entre os dois experimentos. Todas as três tabelas
possuem como base de cálculo, a média dos resultados de todos os participantes.
128
Para exemplificação, na Tabela 1 consta o resultado de valor de 23,55 para
o seguinte prospect (0,50%;50,50%). Neste caso foi pedido aos participantes
responder qual o valor que ele aceitaria receber pela desistência do prospect com
50% de probabilidade de ganhar R$50 e 50% de probabilidades de ganhar nada. Na
tabela o valor de probabilidade de 50% (ou 0.5) aparecem na respectiva coluna seus
valores zero e R$50, em respectiva linha. A Tabela 2 apresenta os resultados do
experimento de Kahneman e Tversky (1992), que para exemplificação, resultado é
21. Os resultados fornecidos pelos participantes são chamados de quantia
equivalente (equivalent certainty)
Tabela 1 – Resultados da CPT aplicado nesta pesquisa.
Prospect
0,01 0,05 0,1 0,25 0,5 0,75 0,9 0,95 0,99
(0,50) 10,77 23,55 41,16
(0,-50) (8,32) (21,94) (42,97)
(0,100) 9,32 22,69 50,48 73,08 83,71
(0,-100) (9,29) (20,19) (49,35) (69,27) (90,32)
(0,200) 4,35 19,03 78,87 137,90 184,19
(0,-200) (3,16) (21,45) (82,58) (177,90) (187,90)
(0,400) 7,68 378,39
(0,-400) (6,71) (385,81)
(50,100) 56,61 73,23 88,55
(-50,-100) (53,39) (74,52) (92,10)
(50,150) 69,19 83,55 88,23 107,10 131,29
(-50,-150) (66,29) (79,03) (84,52) (124,19) (143,23)
(100,200) 126,94 135,81 156,94 173,06 183,71
(-100,-200) (116,13) (123,87) (141,94) (165,81) (174,84)
Probabilidade
Fonte: Elaborado pelo autor.
Tabela 2 – Resultados da CPT de Kahneman e Tversky (1992).
129
Prospect
0,01 0,05 0,1 0,25 0,5 0,75 0,9 0,95 0,99
(0,50) 9 21 37
(0,-50) -8 -21 -39
(0,100) 14 25 36 52 78
(0,-100) -8 -23,5 -42 -63 -84
(0,200) 10 20 76 131 188
(0,-200) -3 -23 -89 -155 -190
(0,400) 12 377
(0,-400) -14 -380
(50,100) 59 71 83
(-50,-100) -59 -71 -85
(50,150) 64 72,5 86 102 128
(-50,-150) -60 -71 -92 -113 -132
(100,200) 118 130 141 162 178
(-100,-200) -112 -121 -142 -158 -179
Probabilidade
Tabela 3 – Diferenças de resultados entre os dois experimentos de CPT.
Prospect
0,01 0,05 0,1 0,25 0,5 0,75 0,9 0,95 0,99
(0,50) - - 1,77 - 2,55 - 4,16 - -
(0,-50) - - (0,32) - (0,94) - (3,97) - -
(0,100) - (4,68) - (2,31) 14,48 21,08 - 5,71 -
(0,-100) - (1,29) - 3,31 (7,35) (6,27) - (6,32) -
(0,200) (5,65) - (0,97) - 2,87 - 6,90 - (3,81)
(0,-200) (0,16) - 1,55 - 6,42 - (22,90) - 2,10
(0,400) (4,32) - - - - - - - 1,39
(0,-400) 7,29 - - - - - - - (5,81)
(50,100) - - (2,39) - 2,23 - 5,55 - -
(-50,-100) - - 5,61 - (3,52) - (7,10) - -
(50,150) - 5,19 - 11,05 2,23 5,10 - 3,29 -
(-50,-150) - (6,29) - (8,03) 7,48 (11,19) - (11,23) -
(100,200) - 8,94 - 5,81 15,94 11,06 - 5,71 -
(-100,-200) - (4,13) - (2,87) 0,06 (7,81) - 4,16 -
Probabilidade
Fonte: Elaborado pelo autor.
Para criação da função de valor da CPT, tornou-se necessário, de acordo
com a própria teoria (KAHNEMAN; TVERSKY, 1992) a formulação de tabela em
planilha com os respectivos valores de quantia equivalentes de todas as questões
de todos os participantes. Todos os participantes possuem suas funções de valor de
perda e ganho da CPT no Apêndice K, os gráficos da função de valor da CPT de
perda e ganho. A seguir, na Figuras 17 e 18, constam as funções de valor da CPT
pertencentes a todos os participantes. Nota-se claramente que as preferências
individuais na realização das escolhas dos prospects afetam de forma significativa a
função de valor. Evidencia-se não haver diferenças significativas entre a função de
valor da CPT calculada pela mediana e pela média. Os gráficos do lado esquerdo da
figura se referem à função de valor de ganho. Enquanto que a função de valor de
perda está disposta no lado direito das figuras. As retas pertencentes às figuras
onde constam as funções de valor da CPT possuem como objetivo comparar os
130
resultados do experimento com a Teoria da Utilidade Esperada, ou seja, decisões
ótimas. Realizando este comparativo, se evidencia que os decisores dão pesos
diferentes aos eventos probabisticos.
Em todos os casos, seja de participantes individuais ou do grupo pesquisa, a
função de valor da CPT se assemelha a função desenvolvida por Kahneman e
Tversky, em forma de S. Os resultados desta pesquisa relatam uma função de valor
da CPT com as mesmas características do estudo original de Kahneman e Tversky
(1992). No entanto, os resultados diferenciam no relato de preferências individuais
mais marcantes em prospects com menores probabilidades. É possível que tais
dados possam confirmar uma ou várias hipóteses:
1) Os decisores da pesquisa não valorizaram os prospects
com menores probabilidades;
2) Probabilidades menores se mostram mais difíceis de
mensurar e
3) Probabilidades menores causaram desinteresse nas
escolhas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Figura 17: Função de valor de ganho e parda da CPT de todos os participantes, por meio da média.
Fonte: Elaborado pelo autor.
131
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Figura 18: Função de valor de ganho e perda da CPT de todos os participantes, por meio da
mediana.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Outra diferea quanto ao estudo original es na proximidade dos
resultados em eventos com alta probabilidade com resultados da decio ótima. As
mesmas razões supra citadas quanto as preferências individuais em prospects com
menores probabilidades podem ser inversamente atribuídas aos resultados dos
prospects com maiores probabilidades.
1) Os decisores da pesquisa valorizaram os prospects com
maiores probabilidades;
2) Probabilidades maiores se mostram mais fáceis de
mensurar e
3) Probabilidades maiores causaram interesse nas escolhas.
4.5.2 Resultados e Análises da TAT
Após a geração dos resultados, com objetivo descritivo e exploratório,
realizou-se uma análise dos dados dos participantes da pesquisa com os resultados
das heurísticas. O perfil de profissionais jovens, em sua maior parte, graduados em
ensino superior, obteve-se a evidência que nenhuma das características do perfil do
grupo (escolaridade, idade, anos de trabalho) com o desempenho das heurísticas.
Esta evidência promove o conceito que não seja relevante o perfil do profissional da
pesquisa, as heurísticas desta teoria funcionaram sem restrições em todos os
“públicos”. Os respectivos dados constam na Tabela 12 em apêndice.
Os experimentos das heurísticas da TAT estipulavam um índice de acertos
132
superior a 50% por cada participante. Ou seja, caso um participante possuísse dez
acertos e outro dois, somente um estaria aprovado. Não a quantificação total dos
acertos, exigindo deste quase-experimento econômico maior confiabilidade. Na
Tabela 6, os resultados das heurísticas são apresentados.
4.5.2.1 Resultados e Análise da Heurística do Reconhecimento
Conforme estipulado pelo quase-experimento, os participantes necessitariam
de acertos superiores a 50% para sua validade. A heurística do reconhecimento
apresentou 20 participantes dos quais passaram por essa validade. Ou seja,
praticamente 65% dos participantes. Dentre eles, somente um participante atingiu
100% de escolhas que confirmam a utilizão da heurística. É possível verificar por
meio do quase-experimento, que os agentes autônomos de investimentos
pesquisados, em sua maioria, escolhiam ões conhecidas (passíveis de
reconhecimento) na tomada de decisão. Ou seja, em um cenário onde é necessária
uma rápida decisão e a heurística do reconhecimento na tentativa de auxiliar a
tomada de decisão, sugere ou fornece uma pista ao decisor da escolha que ele
deveria fazer. Na Tabela 6 é possível acessar os acertos dos participantes desta
heurística.
4.5.2.2 Resultados e Análise das Heurísticas da Tomada de decisão com uma razão
As heurísticas pertencentes à Tomada de decisão com uma razão foram
avaliadas separadamente. O mesmo padrão de acertos das outras heurísticas foi
aplicado nesta. Iniciando pela heurística TTB, o quase-experimento econômico
apresentou 21 participantes dos quais passaram por essa validade. Ou seja,
ligeiramente superior a 65% dos participantes. Dentre eles, nenhum participante
atingiu 100% de escolhas que confirmam a utilização da heurística. É possível
verificar por meio do quase-experimento, que os agentes autônomos de
investimentos pesquisados, em sua maioria, escolhiam ões que consideravam as
133
melhores (passíveis de reconhecimento) na tomada de decisão. Ou seja, em um
cenário onde é necessária uma rápida decisão e a heurística TTB na tentativa de
auxiliar a tomada de decisão, sugere ou fornece uma pista ao decisor da escolha
que ele deveria fazer, que neste caso é escolha a melhor!”. Na Tabela 6 é possível
acessar os acertos dos participantes desta heurística.
Em seguida, a heurística TTL, onde o quase-experimento econômico
apresentou, coincidentemente a TTB, 21 participantes dos quais passaram por essa
validade. Ou seja, ligeiramente superior a 65% dos participantes. Dentre eles,
nenhum participante atingiu 100% de escolhas que confirmam a utilizão da
heurística. É possível verificar por meio do quase-experimento, que os agentes
autônomos de investimentos pesquisados, em sua maioria, escolhiam as ações que
possuíam informações recentes à tomada de decisão. Ou seja, em um cenário onde
é necessária uma rápida decisão e a heurística TTL na tentativa de auxiliar a tomada
de decisão, sugere ou fornece uma pista ao decisor da escolha que ele deveria
fazer, que neste caso é “escolha o qual você possui algum histórico recente!”.
Concluindo as heurísticas de Tomada de decio com uma razão, a
heurística minimalista. Esta heurística apresentou 20 participantes nos quais tiveram
acertos superiores a 50%. Essa heurística é a mais difícil de mensuração devido ao
fato de funcionar em caso onde outras heurísticas não conseguiram. Neste caso, foi
apresentado por maio do quase-experimento econômico, situações as quais os
corretores deveriam escolher um comportamento, como processo heurístico de
solução da situação, de forma pida. As opções que a heurística minimalista se
evidencia são aquelas que possuem a busca ou construção de solução baseada na
em algum pressuposto de racionalidade ecológica. Ou seja, o corretor decide por
uma nova solução naquele momento baseado em algo percebido no ambiente. No
caso do quase-experimento, em vista do ambiente de trabalho dos corretores, foram
estipuladas ações com relação a outros corretores, sistema de informação da
BOVESPA (MEGABOLSA) e mídias específicas do mercado de capitais.
134
4.5.2.3 Resultados e Análise da Heurística The Affect
Conforme estipulado pelo quase-experimento, os participantes necessitariam
de acertos superiores a 50% para sua validade. A heurística The Affect apresentou
24 participantes dos quais passaram por essa validade. Ou seja, ligeiramente inferior
a 80% dos participantes. Dentre eles, nenhum atingiu 100% de escolhas que
confirmam a utilização da heurística. É possível verificar por meio do quase-
experimento, que os agentes autônomos de investimentos pesquisados, em sua
maioria, escolhiam ões que possuíam alguma ligação emocional na tomada de
decisão. Ou seja, em um cenário onde é necessária uma rápida decisão e a
heurística The Affect, na tentativa de auxiliar a tomada de decio, sugere ou
fornece uma pista ao decisor da escolha que ele deveria fazer. Nesta heurística em
específico, The Affect. Na Tabela 6 é possível acessar os acertos dos participantes
desta heurística.
135
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 CONCLUSÕES
Este estudo objetivou confirmar duas teorias pertencentes a finanças
comportamentais e teoria da decisão por meio de pesquisa explanatória. Conforme
apresentado, atualmente as finanças possuem diversas linhas de pesquisa, muitas
delas com pressupostos epistemológicos distintos. Com a realizão desta pesquisa,
se evidencia duas teorias de finanças comportamentais derivadas da psicologia
cognitiva. As duas teorias tiveram suas hipóteses de pesquisa confirmadas,
falseando a H0, da racionalidade ilimitada. Estes resultados estão limitados por
diversos fatores, entre eles: a) utilização de experimentos; b) a característica quase-
experimental e c) o número reduzido de participantes.
As duas teorias obtiveram em seus quase-experimentos econômicos sua
validade teórica aprovada. A CPT que se tornou uma teoria de reconhecimento na
academia nos últimos anos, por questionar a racionalidade dos decisores, teve no
seu quase-experimento, seus dados evidenciados. Esta comprovação teve como
base o mesmo experimento realizado pelos autores da CPT.
A TAT também foi evidenciada por meio de quase-experimentos econômicos
personalizada ao grupo de pesquisa e características ambientais das são
pressupostos para o funcionamento das heurísticas da TAT. Adicionalmente, as
heurísticas da TAT possuíram desempenho 20% superior ao mínimo exigido.
5.1.1 Confirmação das hipóteses de pesquisa
H0: A Racionalidade ilimitada não é válida devido a
confirmação das H1 e H2 sobre as decisões sob incerteza
em investimentos dos participantes.
H1 CONFIRMADA: A Cumulative Prospect Theory é válida
devida existência das preferências individuais caracterizada
136
pela função de valor forma de S.
H2 CONFIRMADA: A The Adaptive Toolbox é válida, devida
evidências das heurísticas nos quase-experimentos
econômicos sobre a tomada de decisão sob incerteza em
investimentos.
A hipótese de pesquisa H2, referente à TAT, está dividida em sub-hipóteses
de pesquisa, pelas várias heurísticas pertencentes à teoria:
H2a CONFIRMADA: A Heurística do Reconhecimento é
válida, devida evidências da heurística no quase-
experimento econômico ser superiores a 50%.
H2b CONFIRMADA: As Heurísticas da Tomada de decisão
de uma razão são válidas, devido evidências das
heurísticas nos quase-experimentos econômicos.
H2bi CONFIRMADA: A Heurística Take the Best é válida,
devida evidências da heurística no quase-experimento
econômico ser superiores a 50%.
H2bii CONFIRMADA: A Heurística Take the Last é válida,
evidências da heurística no quase-experimento
econômico ser superiores a 50%..
H2biii CONFIRMADA: A Heurística Minimalista é válida, devida
evidências da heurística no quase-experimento
econômico ser superiores a 50%.
H2c CONFIRMADA: A Heurística The Affect é válida, devida
evidências da heurística no quase-experimento
econômico ser superiores a 50%.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Recomendam-se nos próximos estudos ligado as duas teorias aqui
estudadas, a utilização dos experimentos com software desenvolvido
especificadamente, em linguagem Adobe Flash. Apesar da familiaridade dos
137
profissionais financeiros, participantes ou pesquisadores com relação à utilização de
planilhas eletrônicas, nota-se que graficamente, programas em linguagem
supracitada, proporcionariam que os experimentos fossem mais agradáveis aos
usuários e sua mais fácil replicação.
Adicionalmente, a utilização de laboratórios com computadores ou salas de
operações de empresas participantes do mercado de capitais, a aplicação dos
experimentos econômicos. Por motivos de logística, normalmente laboratórios em
universidades são utilizados a experimentos econômicos com estudantes e o
ambiente de trabalho profissional (salas de reunião ou sala de operações) são
utilizados para realização de experimentos econômicos com profissionais da área.
5.3 OPORTUNIDADES DE ESTUDOS FUTUROS
Finanças comportamentais, devido suas diversas influências, possui diversas
teorias, com diferentes pressupostos, formas de pesquisa e diferentes áreas de
atuação. As oportunidades são diversas por tais razões. Em específico a esta
pesquisa, estudos adicionais relacionados às teorias nesta utilizadas.
Primeiramente, o aumento da eficiência experimental na realização de novos
estudos torna-se essencial. As oportunidades de estudos com alguma ou várias
características, que aumentem a eficiência experimental o diversas. Na Figura 19
consta o panorama para estudos futuros de aumento experimental.
138
Figura 19: Panorama para aumento de eficiência experimental.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Em segundo, torna-se essencial uma pesquisa da mensuração do
desempenho das heurísticas da TAT em comparação com outros métodos de
decisão, sejam eles participantes das finanças comportamentais ou finanças
modernas.
139
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155
APÊNDICE A – Comunicado aos Participantes do Experimento
156
Comunicado aos Participantes da Pesquisa
Prezados (as) Senhores (as),
A presente pesquisa tem por finalidade, coletar dados para fundamentação
teórico-empírica de uma Dissertação de Mestrado Acadêmico em Administração
Estratégica do Programa de Pós-Graduação PUC/PR, com tema “Decisões
individuais sob incerteza”.
Devido ao tema escolhido, a realização da pesquisa dar-se-á em forma de
experimento econômico, onde as respostas aos questionamentos ocorrem sobre
controle. As regras básicas do experimento são:
a) No caso específico deste experimento, devido a não utilização de
laboratório, cada corretor de valores participará individualmente e
separadamente de outras pessoas, sob orientação e supervisão do
autor da pesquisa;
b) Cada pesquisado dedicará um tempo total estimado de até 15 minutos,
incluindo as questões genéricas (idade, sexo, nome, etc.) e
questionamentos sobre o tema. um tempo limite para realização de
cada experimento e o autor do mesmo orientará o participante da
pesquisa quanto ao tempo durante o experimento;
c) O participante da pesquisa não poderá realizar quaisquer tipos de
consultas durante o experimento;
d) Quaisquer problemas técnicos referentes ao programa (planilha) e ao
equipamento (notebook) utilizados, no momento da pesquisa, terão
suporte do autor do experimento;
e) É vedado, devido controle da pesquisa, que participantes de
experimento realizado comentem os questionamentos com
participantes agendados a realizar o mesmo experimento;
f) Os participantes do experimento receberão pela participação e
contribuição a este estudo, um brinde após as realizações dos
experimentos, como bonificação.
Pedimos a compreensão sobre as regras do experimento econômico, para
validade do mesmo e da pesquisa. Todas as regras estipuladas existentes são
condições sine qua non para construção da ciência. Seguindo os preceitos éticos,
157
informamos que sua participação seabsolutamente sigilosa, não constando seu
nome ou qualquer outro dado referente ao participante, que possa identificá-lo (a) na
dissertação final ou em qualquer publicação posterior sobre esta pesquisa.
Agradecemos suas participações e enfatizamos a importância da sua
contribuição para a pesquisa acadêmica e para construção do conhecimento na área
aqui pesquisada.
158
APÊNDICE B – Tela inicial dos Experimentos
159
Prezado (a) Senhor (a),
Nome do entrevistado:
Sexo: M Idade: 20
Empresa:
Profissão:
Há quanto tempo está operando no mercado? 1
A presente pesquisa tem por finalidade coletar dados para realização de uma
Dissertação de Mestrado em Administração Estratégica do Programa de Pós-Graduação
– PUC/PR, o tema da referida dissertação é “Decisões individuais sob incerteza”.
Seguindo os preceitos éticos, informamos que sua participão será absolutamente
sigilosa, o constando seu nome ou qualquer outro dado referente à sua pessoa que
possa identificá-lo(a) no relatório final ou em qualquer publicação posterior sobre esta
pesquisa. Portanto, pela natureza da pesquisa ser estritamente acadêmica, sua
participação não acarretará qualquer dano.
Para melhor interpretação dos dados coletados, solicito que todas as perguntas
sejam respondidas e que nas perguntas fechadas seja marcada apenas uma resposta.
Agradecemos sua participação e enfatizamos a importância da sua contribuição para a
pesquisa acadêmica e para construção do conhecimento na área aqui pesquisada.
Ambos
Escolaridade: Superior Completo
160
Clique aqui =>
Observações do questionário:
CONTAMOS COM SUA COLABORAÇÃO
POR FAVOR, SELECIONE APENAS UMA ALTERNATIVA
Analíticas, suas habilidades os capacitam a identificar tendências e a
desenvolver novos serviços/produtos e novos mercados.
Amplas e empreendedoras, suas habilidades são diversas, flexíveis e os
habilitam a mudar de forma criativa.
Flexível, suas habilidades estão relacionadas com as demandas de curto prazo
do mercado.
Especializadas, suas habilidades são concentradas em poucas áreas
=> A honestidade das respostas fará com que a pesquisa seja válida e útil.
=> Responder todas as questões mencionadas.
As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser
melhores caracterizados como:
=> O não solucionamento completo invalida os demais dados realizados.
=> Qualquer resposta é legítima, não havendo certo ou errado.
QUESES
161
APÊNDICE C – Experimento I: CPT
162
Por favor, preencha as opções com objetivo de descobrir o valor de X:
1. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 10% de
probabilidade de ganhar R$ 50. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
2. Em um prospect onde você tem 95% de probabilidade de perder R$ 100 e 5% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
3. Em um prospect onde você tem 10% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 90% de
probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
4. Em um prospect onde você tem 75% de probabilidade de perder R$ 100 e 25% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
5. Em um prospect onde você tem 5% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 95% de
probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
6. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de ganhar R$ 50. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
7. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 75% de
probabilidade de ganhar R$ 150. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
8. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
9. Em um prospect onde você tem 75% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 25% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
163
10. Em um prospect onde você tem 95% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 5% de
probabilidade de ganhar R$ 150. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
11. Em um prospect onde você tem 75% de probabilidade de ganhar R$ 100 e 25%
de probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
12. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 10% de
probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
13. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de perder R$ 50 e 50% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
14. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de perder R$ 50 e 50% de
probabilidade de perder R$ 150. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
15. Em um prospect onde você tem 10% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 90% de
probabilidade de perder R$ 50. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
16. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 75% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
17. Em um prospect onde você tem 10% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 90% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
18. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
19. Em um prospect onde você tem 1% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 99% de
probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
164
20. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 10%
de probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
21. Em um prospect onde você tem 1% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 99% de
probabilidade de ganhar R$ 400. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
22. Em um prospect onde você tem 1% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 99% de
probabilidade de perder R$ 400. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
23. Em um prospect onde votem 95% de probabilidade de ganhar R$ 100 e 5%
de probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
24. Em um prospect onde você tem 5% de probabilidade de perder R$ 100 e 95% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
25. Em um prospect onde você tem 99% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 1% de
probabilidade de ganhar R$ 400. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
26. Em um prospect onde votem 75% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 25%
de probabilidade de ganhar R$ 150. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
27. Em um prospect onde você tem 10% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 90% de
probabilidade de ganhar R$ 50. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
28. Em um prospect onde votem 5% de probabilidade de ganhar R$ 100 e 95%
de probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
165
29. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de perder R$ 100 e 75%
de probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela
desistência?
30. Em um prospect onde você tem 75% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 25% de
probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
31. Em um prospect onde você tem 95% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 5% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
32. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de perder R$ 50. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
33. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de ganhar R$ 100 e 75%
de probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
34. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de perder R$ 50 e 10% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
35. Em um prospect onde você tem 10% de probabilidade de perder R$ 50 e 90% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
36. Em um prospect onde votem 50% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 50%
de probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
37. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de perder R$ 100 e 50%
de probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela
desistência?
38. Em um prospect onde você tem 5% de probabilidade de perder R$ 50 e 95% de
probabilidade de perder R$ 150. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
166
39. Em um prospect onde votem 10% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 90%
de probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
40. Em um prospect onde você tem 99% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 1% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
41. Em um prospect onde você tem 99% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 1% de
probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
42. Em um prospect onde você tem 5% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 95% de
probabilidade de ganhar R$ 150. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
43. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de perder R$ 50 e 75% de
probabilidade de perder R$ 150. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
44. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 100 e 50%
de probabilidade de ganhar R$ 200 Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
45. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
46. Em um prospect onde você tem 75% de probabilidade de perder R$ 50 e 25% de
probabilidade de perder R$ 150. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
47. Em um prospect onde você tem 95% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 5% de
probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
167
48. Em um prospect onde você tem 5% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 95% de
probabilidade de perder R$ 100. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
49. Em um prospect onde você tem 1% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 99% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
50. Em um prospect onde você tem 99% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 1% de
probabilidade de perder R$ 400. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
51. Em um prospect onde votem 50% de probabilidade de ganhar R$ 50 e 50%
de probabilidade de ganhar R$ 150. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
52. Em um prospect onde você tem 25% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 75% de
probabilidade de ganhar R$ 100. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
53. Em um prospect onde você tem 95% de probabilidade de perder R$ 50 e 5% de
probabilidade de perder R$ 150. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
54. Em um prospect onde você tem 50% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 50% de
probabilidade de ganhar R$ 200. Qual seria o valor em R$ a receber pela
desistência?
55. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 10% de
probabilidade de perder R$ 200. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
56. Em um prospect onde você tem 90% de probabilidade de ganhar R$ 0 e 10% de
probabilidade de perder R$ 50. Qual seria o valor em R$ a pagar pela desistência?
168
APÊNDICE D – Experimento II: Heurística do Reconhecimento
169
Selecione quais das empresas listadas na New York Stock Exchange
(NYSE) você investiria, de acordo com a os pares de respostas definidos em cada
caso. Por favor, selecione com um tique, as ações nas quais você escolheu.
a) Allergan Inc.
b) GlaxoSmithKline
a) Bristol Myers Squibb Co.
b) Mylan Laboratories Inc.
a) Bradley Pharmaceuticals, Inc.
b) Novartis
a) Johnson & Johnson
b) Par Pharmaceutical Companies, Inc.
a) Marcus Corporation
b) Marriott International, Inc.
a) Domino's Pizza, Inc.
b) Morton's Restaurant Group, Inc.
a) Sodexho Alliance, SA
b) Triarc Companies Inc.
a) Brinker International, Inc.
b) McDonald's Corporation
a) Landry's Restaurants, Inc.
b) Wendy's International, Inc.
a) Burger King Holdings, Inc.
b) YUM! Brands, Inc.
170
APÊNDICE E – Experimento III: Heurística Take the Best
171
Selecione quais das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA) você investiria, de acordo com a os pares de respostas definidos em
cada caso. Por favor, selecione com um tique, as ações nas quais você escolheu.
a) Gerdau
b) Petrobrás
a) Vale
b) Pão de Açúcar
a) Odontoprev
b) Petrobrás
a) Itaú
b) Vale
a) Pão de Açúcar
b) Petrobrás
a) Ambev
b) Vale
a) Petrobrás
b) Itaú
a) Vale
b) Gerdau
a) Petrobrás
b) Ambev
a) Vale
b) Odontoprev
172
APÊNDICE F – Experimento IV: Heurística Take the Last
173
Selecione quais das cinco primeiras questões você optaria pela compra de
ões, de acordo com a os pares de respostas definidos em cada caso. Após
selecione quais das cinco últimas questões você optaria pela venda. Por favor,
selecione com um tique, as ações nas quais você escolheu. As opções a) possuem
período de três meses e as opções b) de um ano:
a) uma ão A vem subindo constantemente.
b) uma ão B possui valores muito próximos aos iniciais.
a) uma ão D vem subindo e caindo constantemente.
b) uma ão B possui valores muito próximos aos iniciais.
a) uma ão A vem subindo constantemente.
b) uma ão E possui muita volatilidade.
a) uma ão D vem subindo e caindo constantemente.
b) uma ão E possui muita volatilidade.
a) umaão A vem subindo constantemente.
b) uma ão F possui crescimento pequeno e constante.
a) uma ão D vem subindo e caindo constantemente.
b) uma ão F possui crescimento pequeno e constante.
a) uma ão A possui seu preço estabilizado.
b) uma ão B possui valores muito próximos aos iniciais.
a) uma ão C vem caindo constantemente.
b) uma ão B possui valores muito próximos aos iniciais.
a) uma ão C vem caindo constantemente.
b) uma ão E possui muita volatilidade.
174
a) uma ão C vem caindo constantemente.
b) uma ão F possui crescimento pequeno e constante.
175
APÊNDICE G – Experimento V: Heurística Minimalista
176
O experimento é dividido em cinco oões em relação à compra e cinco em
relação à venda. Em ambas, vo havia realização suas análises fundamentalista
e técnica de uma ação. No primeiro caso, sua análise apresenta uma informação
que a ação não deve ser comprada, no entanto, a mesma inicia uma forte alta sem
motivo aparente. Quais das opções seriam as escolhidas? No segundo caso, a
análise apresenta uma informação que a ação não deve ser vendida, no entanto, ela
tem seu preço fortemente decrescido sem motivo aparente. Quais das opções
seriam as escolhidas?
a) verificaria as fórmulas do excel.
b) consultaria outro corretor.
a) investigaria novas informões.
b) manteria a posição sem maiores preocupações.
a) verificaria novamente as análises realizadas.
b) verificaria as ofertas no Megabolsa.
a) verificaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de administração.
a) faria novos cálculos.
b) requisitaria reunião com área de pesquisa.
a) verificaria as fórmulas do excel.
b) consultaria outro corretor.
a) investigaria novas informões.
b) manteria a posição sem maiores preocupações.
a) verificaria novamente as análises realizadas.
b) verificaria as ofertas no Megabolsa.
177
a) verificaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de administração.
a) faria novos cálculos.
b) requisitaria reunião com área de pesquisa.
178
APÊNDICE H – Experimento VI: Heurística The Affect
179
Selecione quais das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA) você investiria, de acordo com a os pares de respostas definidos em
cada caso. Por favor, selecione com um tique, as ações nas quais você escolheu.
a) Gerdau
b) Banco do Brasil
a) Petrobrás
b) Marcopolo
a) Marcopolo
b) Itaú
a) Itaú
b) Gerdau
a) Banco do Brasil
b) Marcopolo
a) Gerdau
b) Petrobrás
a) Marcopolo
b) Bradesco
a) Embraer
b) Gerdau
a) Marcopolo
b) Embraer
a) Bradesco
b) Gerdau
180
APÊNDICE I – Tabelas 4 e 5: Perfil dos participantes da pesquisa.
181
Tabela 4 – Perfil dos participantes da pesquisa.
PROFISSÃO SEXO IDADE
ANOS NO
MERCADO DE
CAPITAIS
ESCOLARIDADE
Corretor e Analista M 29 5 Pós-graduação
Corretor M 27 4 Superior Completo
Corretor M 23 2 Pós-graduação
Corretor M 29 6 Pós-graduação
Corretor M 20 4 Superior Incompleto
Corretor M 22 4 Superior Incompleto
Corretor M 26 4 Superior Completo
Corretor M 21 4 Superior Incompleto
Corretor M 26 4 Superior Incompleto
Corretor M 22 2 Superior Completo
Corretor M 25 6 Superior Incompleto
Corretor M 21 3 Superior Incompleto
Corretor M 24 3 Superior Completo
Corretor M 26 5 Pós-graduação
Corretor M 25 2 Superior Completo
Corretor e Analista M 32 12 Pós-graduação
Corretor M 19 1 Superior Incompleto
Corretor M 23 4 Superior Incompleto
Corretor M 31 7 Superior Completo
Corretor M 24 2 Superior Completo
Corretor F 23 3 Superior Completo
Corretor M 30 6 Superior Completo
Corretor M 28 4 Superior Completo
Corretor M 31 8 Pós-graduação
Corretor F 31 5 Superior Completo
Corretor M 31 8 Pós-graduação
Corretor M 24 3 Superior Completo
Corretor M 25 4 Superior Completo
Corretor M 42 16 Superior Completo
Corretor M 32 6 Pós-graduação
Corretor M 25 3 Superior Completo
Fonte: Elaborada pelo autor.
182
Tabela 5 – Perfil dos participantes da pesquisa.
Descriptive Statistics
31 19,00 42,00 26,3548 4,73672
31 1,00 16,00 4,8387 3,03421
31 1,00 3,00 2,0000 ,73030
31
Idade
Experiencia
Escolaridade
Valid N (listwise)
N Minimum Maximum Mean Std. Deviation
183
APÊNDICE J – Figuras 20: Resultados da CPT
184
Gráfico 20a – Função CPT do participante 1 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20b – Função CPT do participante 2 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20c – Função CPT do participante 3 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20d – Função CPT do participante 4 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
185
Gráfico 20e – Função CPT do participante 5 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20f – Função CPT do participante 6 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20g – Função CPT do participante 7 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20h – Função CPT do participante 8 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
186
Gráfico 20i – Função CPT do participante 9 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20j – Função CPT do participante 10 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20k – Função CPT do participante 20 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20l – Função CPT do participante 12 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
187
Gráfico 20m – Função CPT do participante 13 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20n – Função CPT do participante 14 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20o – Função CPT do participante 15 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20p – Função CPT do participante 16 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
188
Gráfico 20q – Função CPT do participante 17 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20r – Função CPT do participante 18 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20s – Função CPT do participante 19 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20t – Função CPT do participante 20 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
189
Gráfico 20u – Função CPT do participante 21 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20v – Função CPT do participante 22 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20w – Função CPT do participante 23 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20x – Função CPT do participante 24 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
190
Gráfico 20y – Função CPT do participante 25 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20z – Função CPT do participante 26 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20aa – Função CPT do participante 27 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20ab – Função CPT do participante 28 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
191
Gráfico 20ac – Função CPT do participante 29 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20ad – Função CPT do participante 30 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Gráfico 20ae – Função CPT do participante 31 em ganhos e perdas.
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
-
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
192
APÊNDICE K – Tabela 6: Resultados das heurísticas
193
HEURÍSTICAS
RECONHE-
CIMENTO %
RECONHE-
CIMENTO
TAKE THE
BEST %
TAKE THE
BEST
TAKE THE
LAST %
TAKE THE
LAST
MINIMALIST
%
MINIMALIST
THE AFFECT
%
THE AFFECT
Participante 1 80% 1,00
70% 1,00
80% 1,00
60% 1,00
70% 1,00
Participante 2 50% -
60% 1,00
30% -
70% 1,00
60% 1,00
Participante 3 80% 1,00
60% 1,00
30% -
40% -
60% 1,00
Participante 4 30% -
60% 1,00
90% 1,00
40% -
80% 1,00
Participante 5
80%
1,00
80%
1,00
60%
1,00
70%
1,00
90%
1,00
Participante 6
50%
-
30%
-
70%
1,00
50%
-
30%
-
Participante 7
100%
1,00
30%
-
40%
-
70%
1,00
4
0%
-
Participante 8
70%
1,00
90%
1,00
40%
-
60%
1,00
60%
1,00
Participante 9
70%
1,00
60%
1,00
70%
1,00
40%
-
60%
1,00
Participante 10
50%
-
70%
1,00
50%
-
80%
1,00
70%
1,00
Participante 11
30%
-
40%
-
70%
1,00
80%
1,00
50%
-
Participante 12
60%
1,00
40%
-
60%
1,00
30%
-
90%
1,00
Participante 13 70% 1,00
70% 1,00
60% 1,00
40% -
80% 1,00
Participante 14 50% -
50% -
80% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
Participante 15 50% -
70% 1,00
90% 1,00
60% 1,00
70% 1,00
Participante 16 60% 1,00
60% 1,00
30% -
70% 1,00
60% 1,00
Participante 17 50% -
60% 1,00
40% -
50% -
40% -
Participante 18 80% 1,00
80% 1,00
60% 1,00
90% 1,00
60% 1,00
Participante 19 80% 1,00
90% 1,00
60% 1,00
80% 1,00
40% -
Participante 20 60% 1,00
30% -
70% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
Participante 21 80% 1,00
40% -
50% -
70% 1,00
80% 1,00
Participante 22 50% -
60% 1,00
90% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
Participante 23 80% 1,00
60% 1,00
80% 1,00
40% -
40% -
Participante 24
40%
-
70%
1,00
60%
1,00
60%
1,00
60%
1,00
Participante 25
100%
1,00
50%
-
70%
1,00
40%
-
80%
1,00
Participante 26
80%
1,00
90%
1,00
60%
1,00
60%
1,00
80%
1,00
Participante 27
60%
1,00
80%
1,00
40%
-
80%
1,00
60%
1,00
Participante 28 60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
Participante 29 40% -
70% 1,00
40% -
40% -
40% -
Participante 30 60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
60% 1,00
Participante 31 80% 1,00
40% -
80% 1,00
40% -
80% 1,00
MÉDIA 63,87% 64,52% 60,65% 70,97% 60,32% 67,74% 58,39% 64,52% 62,26% 77,42%
Fonte: Elaborado pelo autor.
194
APÊNDICE L – Tabela 7: Resultados do experimento da heurística do
reconhecimento.
195
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16
1
a) Allergan Inc.
b) GlaxoSmithKline
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
0
2 a) Bristol Myers Squibb Co. b) Mylan Laboratories Inc. 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1
3
a) Bradley Pharmaceuticals, Inc.
b) Novartis
1
0
1
0
1
0
1
1
1
0
0
1
1
1
1
1
4
a) Johnson & Johnson
b) Par Pharmaceutical Companies, Inc.
1
0
1
0
1
0
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
5 a) Marcus Corporation b) Marriott International, Inc. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
6
a) Domino's Pizza, Inc.
b) Morton's Restaurant Group, Inc.
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
7 a) Sodexho Alliance, SA b) Triarc Companies Inc. 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0
8
a) Brinker International, Inc.
b) McDonald's Corporation
0
0
1
0
0
0
1
0
1
0
0
1
1
0
0
1
9
a) Landry's Restaurants, Inc.
b) Wendy's International, Inc.
0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1
10 a) Burger King Holdings, Inc. b) YUM! Brands, Inc. 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
8
5
8
3
8
5
10
7
7
5
3
6
7
5
5
6
80% 50% 80% 30% 80% 50% 100% 70% 70% 50% 30% 60% 70% 50% 50% 60%
P17
P18
P19
P20
P21
P22
P23
P24
P25
P26
P27
P28
P29
P30
P31
1 a) Allergan Inc. b) GlaxoSmithKline 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1
2
a) Bristol Myers Squibb Co.
b) Mylan Laboratories Inc.
1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
3 a) Bradley Pharmaceuticals, Inc. b) Novartis 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1
4
a) Johnson & Johnson
b) Par Pharmaceutical Companies, Inc.
0
1
1
0
1
0
1
0
1
1
0
0
0
0
1
5
a) Marcus Corporation
b) Marriott International, Inc.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6 a) Domino's Pizza, Inc. b) Morton's Restaurant Group, Inc. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
7
a) Sodexho Alliance, SA
b) Triarc Companies Inc.
1
1
1
0
1
1
1
0
1
1
0
0
0
0
1
8 a) Brinker International, Inc. b) McDonald's Corporation 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1 0
9
a) Landry's Restaurants, Inc.
b) Wendy's International, Inc.
0
0
0
1
1
0
1
0
1
0
1
1
0
1
0
10
a) Burger King Holdings, Inc.
b) YUM! Brands, Inc.
0
1
1
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
1
5 8 8 6 8 5 8 4 10 8 6 6 4 6 8
50%
80%
80%
60%
80%
50%
80%
40%
100%
80%
60%
60%
40%
60%
80%
OPÇÕES
OPÇÕES
HEURÍSTICA Rec
HEURÍSTICA Rec
HEURÍSTICA Rec %
HEURÍSTICA Rec %
Fonte: Elaborado pelo autor.
196
APÊNDICE M – Tabela 8: Resultados do experimento da heurística do TTB.
197
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16
1 a) Gerdau b) Petrobrás 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1
2 a) Vale b) Pão de Açúcar 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1
3 a) Odontoprev b) Petrobrás 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0
4 a) Itaú b) Vale 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1
5 a) Pão de Açúcar b) Petrobrás 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0
6 a) Ambev b) Vale 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
7 a) Petrobrás b) Itaú 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1
8 a) Vale b) Gerdau 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1
9 a) Petrobrás b) Ambev 1 1 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0
10 a) Vale b) Odontoprev 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0
7 6 6 6 8 3 3 9 6 7 4 4 7 5 7 6
70% 60% 60% 60% 80% 30% 30% 90% 60% 70% 40% 40% 70% 50% 70% 60%
P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31
1 a) Gerdau b) Petrobrás 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0
2 a) Vale b) Pão de Açúcar 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 0
3 a) Odontoprev b) Petrobrás 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0
4 a) Itaú b) Vale 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0
5 a) Pão de Açúcar b) Petrobrás 1 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1 0
6 a) Ambev b) Vale 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1
7 a) Petrobrás b) Itaú 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1
8 a) Vale b) Gerdau 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1
9 a) Petrobrás b) Ambev 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0
10 a) Vale b) Odontoprev 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
6 8 9 3 4 6 6 7 5 9 8 6 7 6 4
60% 80% 90% 30% 40% 60% 60% 70% 50% 90% 80% 60% 70% 60% 40%
OPÇÕES
OPÇÕES
TAKE THE BEST
TAKE THE BEST
TAKE THE BEST %
TAKE THE BEST %
Fonte: Elaborado pelo autor.
198
APÊNDICE N – Tabela 9: Resultados do experimento da heurística TTL
199
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16
1 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0
3 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
4
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0
5 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0
6
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
1 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0
7 a) uma ação A possui seu preço estabilizado.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0
8 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
1 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0
9 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1
10 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0
8 3 3 9 6 7 4 4 7 5 7 6 6 8 9 3
80% 30% 30% 90% 60% 70% 40% 40% 70% 50% 70% 60% 60% 80% 90% 30%
P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31
1 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1
3 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
1 1 1 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0
4
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1
5 a) uma ação A vem subindo constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0
6
a) uma ação D vem subindo e caindo
constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1
7 a) uma ação A possui seu preço estabilizado.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
8 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação B possui valores muito próximo
aos iniciais.
0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1
9 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação E possui possui muita
volatilidade
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1
10 a) uma ação C vem caindo constantemente.
b) uma ação F possui crescimento pequeno e
constante.
0 1 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1
4 6 6 7 5 9 8 6 7 6 4 6 4 6 8
40% 60% 60% 70% 50% 90% 80% 60% 70% 60% 40% 60% 40% 60% 80%
TAKE THE LAST
TAKE THE LAST %
OPÇOES
OPÇÕES
TAKE THE LAST
TAKE THE LAST %
Fonte: Elaborado pelo autor.
200
APÊNDICE O – Tabela 10: Resultados do experimento da heurística
minimalista.
201
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16
1 a) checaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor. 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
2 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
3 a) verificaria novamente as análises realizadas. b) verificaria os ofertas no Megabolsa.
1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1
4 a) checaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0
5 a) faria novos cálculos. b) requisitaria reunião com área de pesquisa. 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6 a) checaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor. 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1
7 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1
8 a) verificaria novamente as análises realizadas. b) verificaria os ofertas no Megabolsa.
1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1
9 a) checaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0
10 a) faria novos cálculos. b) requisitaria reunião com área de pesquisa. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1
6 7 4 4 7 5 7 6 4 8 8 3 4 6 6 7
60% 70% 40% 40% 70% 50% 70% 60% 40% 80% 80% 30% 40% 60% 60% 70%
P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31
1 a) checaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor. 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1
2 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
3 a) verificaria novamente as análises realizadas. b) verificaria os ofertas no Megabolsa.
1 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0
4 a) checaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
5 a) faria novos cálculos. b) requisitaria reunião com área de pesquisa.
1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 1
6 a) checaria as fórmulas do excel. b) consultaria outro corretor. 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0
7 a) investigaria novas informações.
b) manteria a posição sem maiores
preocupações.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
8 a) verificaria novamente as análises realizadas. b) verificaria os ofertas no Megabolsa. 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0
9 a) checaria notícias do dia.
b) leria novamente o relatório de
administração.
0 1 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1
10 a) faria novos cálculos. b) requisitaria reunião com área de pesquisa.
1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 0 0 1 0
5 9 8 6 7 6 4 6 4 6 8 6 4 6 4
50% 90% 80% 60% 70% 60% 40% 60% 40% 60% 80% 60% 40% 60% 40%
MINIMALISTA
MINIMALISTA %
OPÇÕES
OPÇOES
MINIMALISTA
MINIMALISTA %
Fonte: Elaborado pelo autor.
202
APÊNDICE P – Tabela 11: Resultados do experimento da heurística The Affect.
203
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16
1 a) Gerdau b) Banco do Brasil 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0
2 a) Petrobrás b) Marcopolo 1 0 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0
3 a) Marcopolo b) Itaú 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0
4 a) Itaú b) Gerdau 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 a) Banco do Brasil b) Marcopolo 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
6 a) Gerdau b) Petrobrás 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
7 a) Marcopolo b) Bradesco 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1
8 a) Embraer b) Gerdau 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1
9 a) Marcopolo b) Embraer 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
10 a) Bradesco b) Gerdau 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
7 6 6 8 9 3 4 6 6 7 5 9 8 6 7 6
70% 60% 60% 80% 90% 30% 40% 60% 60% 70% 50% 90% 80% 60% 70% 60%
P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31
1 a) Gerdau b) Banco do Brasil 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1
2 a) Petrobrás b) Marcopolo 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1
3 a) Marcopolo b) Itaú 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1
4 a) Itaú b) Gerdau 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
5 a) Banco do Brasil b) Marcopolo 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
6 a) Gerdau b) Petrobrás 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1
7 a) Marcopolo b) Bradesco 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0
8 a) Embraer b) Gerdau 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1
9 a) Marcopolo b) Embraer 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
10 a) Bradesco b) Gerdau 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0
4 6 4 6 8 6 4 6 8 8 6 6 4 6 8
40% 60% 40% 60% 80% 60% 40% 60% 80% 80% 60% 60% 40% 60% 80%
OPÇOES
THE AFFECT
THE AFFECT
THE AFFECT %
THE AFFECT %
OPÇÕES
Fonte: Elaborado pelo autor.
204
APÊNDICE Q – Tabela 12: Correlação entre perfil e desempenho nas
heurísticas TAT.
205
Correlações
1 ,862** ,540** -,117 ,216 ,067 -,001 -,141
,000 ,002 ,530 ,242 ,719 ,994 ,449
31 31 31 31 31 31 31 31
,862** 1 ,331 -,153 ,204 -,060 ,050 -,210
,000 ,069 ,411 ,272 ,747 ,788 ,257
31 31 31 31 31 31 31 31
,540** ,331 1 ,000 ,198 ,000 ,188 ,322
,002 ,069 1,000 ,286 1,000 ,312 ,077
31 31 31 31 31 31 31 31
-,117 -,153 ,000 1 -,029 ,065 ,014 ,244
,530 ,411 1,000 ,878 ,728 ,942 ,185
31 31 31 31 31 31 31 31
,216 ,204 ,198 -,029 1 -,137 ,120 ,164
,242 ,272 ,286 ,878 ,461 ,521 ,377
31 31 31 31 31 31 31 31
,067 -,060 ,000 ,065 -,137 1 -,079 ,122
,719 ,747 1,000 ,728 ,461 ,672 ,512
31 31 31 31 31 31 31 31
-,001 ,050 ,188 ,014 ,120 -,079 1 ,244
,994 ,788 ,312 ,942 ,521 ,672 ,185
31 31 31 31 31 31 31 31
-,141 -,210 ,322 ,244 ,164 ,122 ,244 1
,449 ,257 ,077 ,185 ,377 ,512 ,185
31 31 31 31 31 31 31 31
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Idade
Experiencia
Escolaridade
Heurística do
Reconhecim
ento
Heurística
TTB
Heurística
TTL
Heurística
Minimalista
Heurística
The affect
Idade Experiencia Escolaridade
Heurística do
Reconhecimento
Heurística
TTB
Heurística
TTL
Heurística
Minimalista
Heurística
The affect
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
Fonte: Elaborado pelo autor.
206
ANEXO A – Entrevista Revista Ações & Mercados – XP Investimentos: um caso
de sucesso
207
Como uma empresa dirigida por jovens conseguiu chegar ao topo do
mercado financeiro gaúcho?
A história da empresa comou cinco anos. O momento era bastante
complicado para o mercado financeiro, que vivia uma das maiores crises da sua
hisria. O ano de 2001 foi marcado pelo atentado terrorista ao World Trade Center e
pelas incertezas da transição eleitoral que viria em 2002. Neste ambiente de
dificuldades, um grupo de jovens que acreditava no potencial do mercado financeiro
brasileiro formava o embrião do que hoje em dia podemos considerar uma das
maiores empresas de investimentos em ações da região Sul.
Atualmente o mais de 6.000 clientes, quase R$ 800 milhões em custódia,
25 clubes de investimentos e uma média de R$ 200 milhões transacionados
mensalmente.
Entrevistamos Guilherme Benchimol, sócio responsável pela mesa de
operações da empresa, que irá nos contar um pouco do trabalho que a XP
Investimentos vem desenvolvendo e seus planos para o futuro.
Revista Ações e Mercados: Qual o segredo da XP?
GB: Não existe um segredo, existe uma soma de fatores que nos faz estar
onde estamos. Começamos em uma época difícil onde as incertezas eram grandes
e as pessoas não queriam investir em ões. O único caminho encontrado por nós
para conseguir romper esta barreira foi à educação. Através de cursos tínhamos a
oportunidade de ter 15 horas para ensinar um grupo de pessoas interessadas a
darem seus primeiros passos na Bolsa de Valores. Demonstramos que investir em
ões é mais fácil e menos arriscado do que a maioria pensa. Isso nos colocou um
passo à frente da concorrência, que nunca procurou romper essa barreira. Mas isso
deu certo pela qualidade e comprometimento do nosso time. Se eu pudesse
destacar um único ponto, sem dúvida nenhuma, seriam as pessoas que compõe
nossa empresa. Em qualquer empresa de serviço o segredo está nas pessoas.
Revista Ações e Mercados: Por que as pessoas têm medo de investir em
ões?
GB: As pessoas têm medo do que é desconhecido. Investir em ões no
Brasil ainda é uma novidade. É comum encontrar alguém que diz ter tido uma
experiência negativa com ações. Mas nunca tentamos entender como isso pode ter
acontecido. A chance de alguém comprar uma ação e perder todo o capital investido
208
é infinitamente menor do que a de alguém pegar a sua poupança, investir em um
próprio negócio e dar errado. As grandes perdas geralmente acontecem quando as
pessoas trabalham com produtos alavancados e não sabem administrar
adequadamente o seu risco. Nunca conheci ninguém que tivesse comprado ações
de boas empresas e no longo prazo não tenha ganho muito dinheiro. Mas eu
entendo que as pessoas acabem se lembrando mais das histórias tristes. Isso é
normal no ser humano. O nosso desafio através da educação é mostrar para as
pessoas que o arriscado é o conhecer o seu risco. Muitos acham que investir em
imóveis ou na poupança não tem risco, e não é verdade. O que impede, por
exemplo, de você passar meses sem alugar a sua sala comercial ou ver o seu
terreno desvalorizar por que construíram um cemitério ao lado? Qualquer
investimento tem risco e todo tipo de risco pode ser minimizado através de uma boa
estratégia e do conhecimento do produto que se está investindo.
Revista Ações e Mercados: O que diferencia o atendimento de vocês das
demais empresas do ramo?
GB: Não deixamos os clientes abandonados. Fazemos um trabalho de
parceria. Estamos sempre em contato! Antes do cliente começar os seus
investimentos, analisamos o seu perfil e entendemos exatamente o que ele está
buscando. Em cima disso definimos uma estratégia em conjunto e como poderemos
ajudá-lo a seguí-la. Gostamos muito de trabalhar com rastreadores de tendência,
que são muito utilizados nos Estados Unidos e Europa. Essas técnicas estão
comando a se disseminar no Brasil somente agora e, se utilizados corretamente,
podem ajudar o cliente a ter método e disciplina na sua forma de investir.
Acreditamos que o mercado a longo prazo tenha movimentos definidos e rastrear
esses movimentos é mais fácil do que ficar tentando adivinhar o que vai acontecer
no futuro. Fugimos do conceito convencional que fica tentando interpretar notícias e
prever coisas. Somos objetivos e coerentes com a nossa filosofia. Em termos de
estrutura, eu destacaria um espaço que batizamos como Sala de Ações, como
sendo também um diferencial. Muitas pessoas quando pensam em começar os seus
investimentos ou até mesmo aperfeiçoá-los não possuem um local adequado para
freqüentar.
Revista Ações e Mercados: Conte-nos um pouco mais sobre como esta Sala
de Ações funciona?
GB: Desenvolvemos o conceito “Sala de Ações interativa”. O modelo sala de
209
ões é bastante antigo no mercado financeiro e o que fizemos foi aperfeiçoá-lo.
Antigamente estes locais eram mal localizados e destinados exclusivamente a
senhores aposentados. Os ambientes eram antiquados e com baixa interatividade
entre os profissionais de mercado e os seus freqüentadores. O que fizemos foi criar
um ambiente em parceria com a Agência Estado, onde existem vários terminais com
softwares de análise técnica e fundamentalistas a disposição de qualquer pessoa
interessada, desde iniciantes ainvestidores qualificados. Tamm criamos uma
biblioteca com livros técnicos relacionados ao assunto, além de um telão que ao
longo do dia demonstramos análises e acompanhamos as principais notícias do
mercado financeiro. Mas o destaque fica por conta dos operadores que também
sentam na Sala de Ações e que passam o dia tirando dúvidas e ensinando técnicas.
Diariamente realizamos palestras e grupos de estudos gratuitos e abertos ao
público. Com isso as pessoas conhecem a empresa e perdem parte do medo de
investir em ões. Este modelo é replicado para todas as regiões onde atuamos e
ajudou muito a aproximar os clientes dos profissionais de mercado, que antigamente
eram tidos com pessoas inacessíveis.
Revista Ações e Mercados: Em quais regiões a XP atua?
GB: Estamos presentes em sete cidades: Porto Alegre, São Paulo, Novo
Hamburgo, Pelotas, Florianópolis, Curitiba e Vitória. Em todas as cidades o modelo
de negócio é o mesmo. Criação de mercado através de educação financeira,
operadores altamente treinados e uma relação de confiança e transparência com os
clientes.
Revista Ações e Mercados: A XP oferece aos seus clientes outras
operações que não sejam a compra ou venda simples de ações?
GB: Trabalhar com o mercado de capitais não é apenas comprar e vender
ões. Existem diversas outras operações: derivativos, mercados futuros, aluguel de
ões e etc. Precisamos nos adaptar ao perfil de cada cliente, sendo ele agressivo
ou conservador. A nossa concorrência entende que qualquer coisa que não seja
“convencional” seja “agressiva” ou “arriscada”. Sabemos de empresas que, por
exemplo, não trabalham com derivativos ou BM&F, mesmo sabendo que são
produtos mais adequados para clientes de perfil agressivo. Entendemos que essa
postura se deva muito mais por falta de conhecimento no assunto do que por real
percepção de risco. Acreditamos que isto seja parte de um processo de
amadurecimento do mercado gaúcho, que em São Paulo, por exemplo, esse
210
preconceito não acontece.
Revista Ações e Mercados: Qual a previsão de vocês para a bolsa de
valores este ano?
GB: Não fazemos previsões, pois acreditamos que em 90% dos casos elas
estão erradas. Guardamos algumas matérias de revistas especializadas nos últimos
anos, onde comparavam as previsões de grandes economistas e analistas
brasileiros no início de cada ano com o resultado real no fim do ano. A grande
maioria das previsões para dólar, bolsa, inflação e juros estavam erradas. Em alguns
casos muito erradas. Fazer previsão na bolsa é tão difícil quanto adivinhar quem vai
ganhar o campeonato brasileiro de futebol. Você até pode ter um favorito, mas nem
sempre favoritos ganham. Na bolsa é a mesma coisa, você pode ter um palpite
baseado no lucro das empresas e no crescimento da economia, mas o mero de
variáveis é tão grande que nada te garante acertar. Focamos na estratégia.
Estratégia é a palavra certa para quem quer ter sucesso investindo em ões.
Estratégia é imaginar que algo acontecer, mas se o acontecer não ficamos
perdidos, teremos um “plano B”. O mercado não aceita investidor arrogante, que não
muda de opinião, pois o existe verdade absoluta. Ser humilde e aceitar pequenos
prejuízos faz parte do dia a dia de um investidor disciplinado. Se você tiver uma
estratégia capaz de perder pouco quando você estiver errado e ganhar muito nas
horas que você tiver certo, mesmo errando mais que acertando, suas chances de
ganhar são muito grandes. O que adianta eu dizer para vocês que a bolsa vai para
50.000 pontos até o fim do ano? Pode até ser que vá, mas o mais importante é você
ter uma estratégia definida sabendo o que fazer se eu estiver errado e a bolsa for
para 25.000 pontos.
Revista Ações e Mercados: Mas o que podemos esperar da bolsa?
GB: Estamos otimistas com a economia. Acreditamos estar, efetivamente,
entrando em uma fase de crescimento sustentável, os juros irão baixar e a inflação
irá continuar controlada já que o cambio ajuda a importação de bens de consumo. O
governo continuará mantendo a linha de austeridade fiscal, com as metas de
superávit e com a crescente redução da relação vida - PIB. No cenário
internacional, as economias mundiais estão retomando o seu crescimento,
principalmente no Japão e na Europa. Os juros ainda continuarão baixos por um
bom tempo. Existem riscos, mas eu diria que o cenário é bom para o Brasil. A
conseqüência de uma economia forte é uma bolsa ascendente.
211
Revista Ações e Mercados: Quais são os planos da XP para o futuro?
GB: Queremos ser uma empresa nacional. Mas o crescimento nos
preocupa, que a qualidade do serviço precisa estar sempre em primeiro plano.
Estamos em um momento onde apreferimos crescer um pouco menos, mas com
mais qualidade no atendimento e manuteão dos nossos clientes. Este ano
consolidaremos as bases em São Paulo e Florianópolis, mas as operações no Rio
Grande do Sul continuarão sendo nosso foco. Estaremos inaugurando em maio um
laboratório de mercado de capitais dentro da PUCRS. Este será mais um passo
importante para contribuirmos com a educação financeira no estado.
212
ANEXO B – Jornal Gazeta Mercantil – Ancor quer regulação própria para
corretoras
213
São Paulo, 12 de Abril de 2007 - A Associação Nacional das Corretoras de
Valores, Câmbio e Mercadorias (ANCOR) está se preparando para coordenar a
auto-regulação do setor de intermediação de negócios no mercado de capitais. É um
preparativo para a mudança que se dará no setor com o processo de
desmutualização da Bovespa e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), previsto
para acontecer no segundo semestre deste ano. “Faremos essa transição em
conjunto com as bolsas”, disse Homero Amaral, reeleito ontem para o segundo
mandato de um ano à frente da ANCOR. A idéia é repetir um modelo consolidado
em outros mercados, como os dos EUA e da Espanha, onde as bolsas são
sociedades anônimas. Para coordenar o desenho de auto-regulação do setor foi
convocado Gilberto Biojone Filho, da corretora Socopa, que assumiu a
superintendência da entidade. Entre as iniciativas já em discussão, estão a criação
de um código de ética, que valerá para corretoras, distribuidoras de títulos e agentes
autônomos, inclusive estrangeiros. A ANCOR, que representa cerca de 90% das
corretoras do mercado, também pretende expandir a oferta de cursos presenciais
para regiões fora do circuito Rio-São Paulo, especialmente os voltados para quem
que pretende obter certificação da CVM e do Banco Central. Amaral prevê uma
consolidação do setor, após a desmutualização das bolsas. Hoje são 93 atuando no
mercado, mas 80% do movimento diário está concentrado em não mais que 20
delas. “É um processo natural”, diz ele.
214
ANEXO C – Instrução CVM Nº 434 de 22º de junho de 2006
215
INSTRUÇÃO CVM Nº 434, DE 22 DE JUNHO DE 2006
Dispõe sobre a atividade de agente autônomo de investimento e revoga as
Instruções CVM nº 355, de 1º de agosto de 2001, e nº 366, de 29 de maio de 2002.
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM torna
público que o Colegiado, em reunião realizada em 20 de junho de 2006, tendo em
vista o disposto nos arts. 8º, inciso I, e 16, incisos I e III, da Lei 6.385, de 07 de
dezembro de 1976, RESOLVEU baixar a seguinte Instrução:
ÂMBITO E FINALIDADE
Art. 1º A atividade de agente autônomo de investimento é regida pelas
normas constantes da presente Instrução.
DEFINIÇÃO
Art. O agente autônomo de investimento é a pessoa natural que obtém
registro na Comissão de Valores Mobiliários CVM, para exercer, sob a
responsabilidade e como preposto de instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários, a atividade de distribuição e mediação de valores
mobiliários.
Parágrafo único. Os agentes autônomos de investimento podem constituir
pessoa jurídica para o exercício da atividade referida no caput, observados os
requisitos desta Instrução.
EXERCÍCIO DA ATIVIDADE
Art. A atividade de agente autônomo de investimento somente pode ser
exercida por pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM, que mantenha contrato
para distribuição e mediação com uma ou mais instituições integrantes do sistema
de distribuição de valores mobiliários.
Art. 4º As instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários somente podem contratar para exercer a atividade de agente autônomo
de investimento pessoa natural ou jurídica devidamente autorizada pela CVM.
§ A instituição contratante de agentes autônomos deverá inscrevê-los em
sua relação de agentes contratados na página da CVM, na rede mundial de
216
computadores, quando celebrar um novo contrato, e retirá-los da gina, quando o
contrato for rescindido, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis após a contratação
ou rescisão.
§ A instituição contratante deverá conservar à disposição da CVM,
enquanto vigorar o contrato, e pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir de sua rescisão,
todos os documentos relacionados à contratação e à prestação de serviços de cada
agente autônomo por ela contratado.
AUTORIZAÇÃO DO AGENTE AUTÔNOMO – PESSOA NATURAL
Art. 5º A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de
investimento somente será concedida à pessoa natural, domiciliada no País, que
preencha os seguintes requisitos:
I – tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;
II tenha sido aprovada em exame cnico específico para agente autônomo de
investimento, organizado por entidade certificadora autorizada pela CVM;
III não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo em instituições
financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco
Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados SUSEP ou pela
Secretaria de Previdência Complementar – SPC;
IV não tenha sido condenada criminalmente, ressalvada a hipótese de
reabilitação; e
V não esteja impedida de administrar seus bens ou deles dispor em razão de
decisão judicial.
Parágrafo único. A identificação do candidato deve ser verificada pela
entidade certificadora, que envia à CVM a relação dos candidatos aprovados no
exame previsto no inciso II deste artigo, conservando em seu poder os documentos
respectivos enquanto for mantida a habilitação do candidato, e pelo prazo de 5
(cinco) anos a partir de seu cancelamento.
Art. O pedido de autorização para o exercício da atividade de agente
autônomo de investimento por pessoa natural deverá ser instruído com os seguintes
documentos:
I – formurio cadastral, preenchido na página da CVM na rede mundial de
computadores, com as informações constantes do Anexo I desta Instrução; e
II declaração do candidato, enviada à CVM com data e assinatura, informando
217
o cumprimento dos requisitos relacionados nos incisos III a V do art. 5º.
Parágrafo único. A CVM poderá exigir, a qualquer tempo, a comprovação do
teor da declaração a que se refere o inciso II deste artigo.
Art. 7º Os exames de certificação serão organizados por entidade de classe
ou entidade auto-reguladora que congregue profissionais, associações ou
instituições do mercado financeiro e de capitais.
§ O programa de certificação deverá ser submetido à aprovação da CVM,
previamente à sua implementação, e reavaliado periodicamente.
§ 2º O prazo de validade do exame técnico de certificação para a obtenção
de autorizão da CVM para o exercício da atividade é de 1 (um) ano, contado da
data da divulgação do resultado final pela entidade certificadora.
AUTORIZAÇÃO DO AGENTE AUTÔNOMO – PESSOA JURÍDICA
Art. 8º A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de
investimento somente será concedida à pessoa jurídica domiciliada no País que
preencha os seguintes requisitos:
I tenha como objeto social exclusivo o exercício da atividade de agente
autônomo de investimento e esteja regularmente constituída e registrada no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; e
II tenha como sócios unicamente agentes autônomos autorizados pela CVM, e
a eles seja atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades referidas no art.
2º, sendo todos os sócios responsáveis perante a CVM pelas atividades da
sociedade.
§ 1º Seadmitido que a sociedade tenha como sócios terceiros que não
sejam agentes autônomos, desde que sua participão no capital social e nos lucros
não exceda de 2% (dois por cento), e que tais sócios não exerçam função de
gerência ou administração ou por qualquer modo participem das atividades que
constituam o objeto social.
§ Um mesmo agente autônomo – pessoa natural o poderá ser sócio de
mais de um agente autônomo – pessoa jurídica.
§ Da denominação do agente autônomo pessoa jurídica deverá constar
a expressão Agente Autônomo de Investimentos”, sendo vedada a utilização de
palavras ou expressões que induzam a interpretação indevida quanto ao objetivo da
sociedade.
218
Art. O pedido de autorização para o exercício da atividade de agente
autônomo de investimento por pessoa jurídica deverá ser instruído com os seguintes
documentos:
I formulário cadastral, com as informações constantes do Anexo II desta
Instrução, preenchido na página da CVM na rede mundial de computadores; e
II – cópia dos atos constitutivos devidamente consolidados e registrados no órgão
competente.
Parágrafo único. As alterações posteriores dos atos constitutivos devem ser
encaminhados à CVM, no prazo de 15 (quinze) dias úteis após o seu registro.
PRAZO PARA A CONCESSÃO DA AUTORIZAÇÃO
Art. 10. A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de
investimento será expedida pela Superintendência de Relações com o Mercado e
Intermediários no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data do protocolo na CVM da
documentação referida nos arts. 6º ou 9º desta Instrução, conforme o caso.
§ Decorrido o prazo previsto neste artigo, caso não haja manifestação da
CVM em contrário, e desde que tenham sido cumpridas todas as formalidades
previstas nesta Instrução, o pedido de autorização será automaticamente concedido.
§ 2º O prazo de 30 (trinta) dias pode ser interrompido, uma única vez, se a
CVM solicitar ao interessado informações adicionais, passando a fluir novo prazo de
30 (trinta) dias a partir da data de cumprimento das exigências.
§ 3º Para o atendimento das exigências, é concedido prazo o superior a
60 (sessenta) dias, contados do recebimento da correspondência respectiva, sob
pena de indeferimento do pedido.
INDEFERIMENTO DO PEDIDO E RECURSO
Art. 11. O indeferimento do pedido de autorização para o exercício da
atividade de agente autônomo de investimento deve ser comunicado por escrito ao
interessado.
Parágrafo único. Da decisão do Superintendente que indeferir o pedido cabe
recurso ao Colegiado da CVM, nos termos da regulamentação em vigor.
CANCELAMENTO DA AUTORIZAÇÃO
Art. 12. A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de
219
investimento pode ser cancelada:
I se constatada a falsidade dos documentos ou de declaração apresentada
para obter a autorizão;
II se, em razão de fato superveniente devidamente comprovado, ficar
evidenciado que a pessoa autorizada pela CVM não mais atende a quaisquer dos
requisitos e condições estabelecidos nesta Instrução para a concessão da
autorização; e
III – a pedido do agente aunomo.
§ A CVM comunicará previamente ao agente autônomo a decisão de
cancelar o seu registro, nos termos deste artigo, concedendo-lhe o prazo de 10 (dez)
dias úteis, contados da data do recebimento da comunicação, para apresentar as
suas razões de defesa ou regularizar o seu registro.
§ 2º Da decisão do Superintendente que cancelar a autorizão, cabe
recurso ao Colegiado da CVM, nos termos da regulamentação em vigor.
§ 3º Na hipótese prevista no inciso I deste artigo, a CVM oficiará ao
Ministério Público para a propositura da competente ão penal, sem prejuízo da
aplicação das penalidades previstas no art. 11 da Lei 6.385, de 07 de dezembro
de 1976.
§ O pedido de cancelamento da autorizão deve ser instruído com os
seguintes documentos:
I no caso de pessoa natural:
a) se for o caso, comprovante de sua retirada da sociedade de agentes
autônomos de investimento ou da adequação de sua participação ao limite de
que trata o § 1º do art. 8º; e
b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores
mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e
mediação de valores mobiliários com instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários;
II no caso de pessoa jurídica:
a) apresentação do seu distrato social ou mudança de seu objeto, com registro no
órgão competente; e
b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores
mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e
mediação de valores mobiliários com instituição integrante do sistema de
220
distribuição de valores mobiliários.
§ O deferimento do pedido de cancelamento não impede que a CVM instaure
ou dê andamento a procedimento visando apurar a responsabilidade do agente, por
atos ocorridos até aquela data.
§ O cancelamento da autorização de agente autônomo será comunicado pela
CVM às instituições que o houverem inscrito no cadastro da CVM como agente
autônomo contratado.
SUSPENSÃO DA AUTORIZAÇÃO
Art. 13. A CVM poderá, por solicitação do agente autônomo pessoa
natural, suspender a autorização para o exercício de sua atividade por um período
contínuo de até 12 (doze) meses, não renovável, mediante a apresentação de:
I comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autônomos de
investimento de que seja sócio, se for o caso; e
II comprovante de rescisão ou suspensão do contrato de distribuição e
mediação de valores mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de
distribuição e mediação de valores mobiliários com instituição integrante do sistema
de distribuição.
§ 1º A suspensão somente será concedida se houver decorrido o prazo de
pelo menos 3 (três) anos da data de concessão da autorização do agente autônomo
ou do término de sua última suspensão.
§ 2º Durante a vigência da suspensão, o agente autônomo ficará impedido
de exercer a atividade, exonerando-se do cumprimento das obrigações previstas
nesta Instrução e do dever de pagar a taxa de fiscalizão instituída pela Lei
7.940, de 20 de dezembro de 1989.
ATUALIZAÇÃO CADASTRAL
Art. 14. O agente autônomo de investimento deve comunicar à CVM
qualquer alteração cadastral, por intermédio da gina da CVM na rede mundial de
computadores, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data de sua ocorrência.
NORMAS DE CONDUTA
Art. 15. O agente autônomo de investimento deve observar as seguintes
regras de conduta:
221
I empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado e a diligência que todo
homem ativo e probo costuma dispensar à administração de seus próprios negócios;
II – abster-se da prática de atos que possam ferir a relação fiduciária entre
investidores e a instituição intermediária à qual estiver vinculado; e
III zelar pelo sigilo de informações confidenciais a que tenha acesso no
exercício de sua função.
VEDAÇÕES
Art.16. É vedado ao agente autônomo de investimento:
I receber ou entregar a investidores, por qualquer razão, numerário, títulos ou
valores mobiliários, ou quaisquer outros valores, que devem ser movimentados
através de instituições financeiras ou integrantes do sistema de distribuição;
II – ser procurador de investidores para quaisquer fins;
III atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em operações das quais
participem clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo esteja
vinculado, sem prévia e específica autorizão do mesmo;
IV – contratar com investidores a prestação de serviços de:
a) análise ou consultoria de valores mobiliários, salvo se estiver autorizado pela
CVM a exercer tais atividades; e
b) administração de carteira de títulos e valores mobiliários, salvo se o agente
autônomo – pessoa natural, autorizado pela CVM também para exercer a
atividade de administração de carteira, não estiver contratualmente vinculado,
direta ou indiretamente, a entidades do sistema de distribuição de valores.
V – atuar como preposto de instituição com a qual não tenha contrato; e
VI delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que
constituam objeto do contrato celebrado com a instituição intermediária.
RESPONSABILIDADE DO AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTO
Art. 17. O agente autônomo de investimento é responsável, civil e
administrativamente, no exercício de suas atividades, pelos prejuízos resultantes de
seus atos dolosos ou culposos e pelos atos que infringirem normas legais ou
regulamentares, sem prejuízo de sua eventual responsabilidade penal.
§ A instituição intermediária é responsável pelos atos praticados pelo
agente autônomo na condição de seu preposto.
222
§ 2º A responsabilidade administrativa da instituição intermediária decorrerá
de eventual falta em seu dever de supervisão sobre os atos praticados pelo agente
autônomo.
PENALIDADES E MULTA COMINATÓRIA
Art. 18. Constituem infração grave, para efeito do disposto no § do art. 11
da Lei nº 6.385, de 1976:
I o exercício da atividade de agente autônomo de investimento por pessoa não
autorizada, nos termos desta Instrução, ou autorizada com base em declaração ou
documentos falsos;
II – o descumprimento dos deveres estabelecidos no art. 15 desta Instrução; e
III aconselhar clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo
esteja vinculado a realizar negócio com a finalidade de obter, para si ou para outrem,
vantagem indevida.
Art. 19. Constitui hipótese de infração de natureza objetiva, sujeita ao rito
sumário de processo administrativo, o descumprimento das disposições do art. 16
desta Instrução.
Art. 20. Sujeitam-se à multa cominatória diária de R$ 200,00 (duzentos reais),
incidente a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido para o
cumprimento da obrigação, e sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas
no art. 11 da Lei nº 6.385, de 1976:
I o agente autônomo de investimento que:
a) não encaminhar à CVM as informações previstas no parágrafo único do art.
desta Instrução; ou
b) não mantiver seu cadastro atualizado, nos termos do art. 14 desta Instrução;
II as instituições contratantes mencionadas no § do art. desta Instrução,
quando não cumprirem os prazos ali estabelecidos.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 21. Os agentes autônomos pessoas jurídicas autorizados pela CVM
previamente à vigência desta Instrução terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data de sua entrada em vigor, para se adaptarem ao disposto nos
parágrafos do art. 8º desta Instrução.
Art. 22. Os pedidos de autorização de agentes autônomos protocolados
223
antes da data de entrada em vigor desta Instrução, pendentes de apreciação final,
serão deferidos caso atendam os requisitos previstos no art. 5º ou no art. 8º,
conforme o caso.
Parágrafo único. Na hipótese de haver necessidade de complementação de
documentos ou informações, o requerente deverá ser intimado para cumprir as
exigências cabíveis, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de indeferimento do
pedido.
Art. 23. Para os aprovados em exames de certificação para agentes
autônomos de investimento concluídos previamente a esta Instrução, o prazo de que
trata o § do art. se contado a partir da data de entrada em vigor desta
Instrução.
Art. 24. Ficam revogadas as Instruções CVM nºs. 355, de de agosto de
2001, e 366, de 29 de maio de 2002.
Art. 25. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação no Diário
Oficial da União.
MARCELO FERNANDEZ TRINDADE
Presidente
224
ANEXO D – Relação de Contratos do Agente Autônomo: XP Investimentos –
Agente Autônomo de Investimentos Ltda
225
As empresas com a função de agenciamento autônomo de investimentos no
mercado de capitais necessitam obrigatoriamente, para atuação legal, serem
contratados por uma ou mais instituições financeiras. Em específico, Corretoras de
valores mobiliários, Corretoras de câmbio e Distribuidoras de valores mobiliários.
Conforme informação disponibilizada por meio do site da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), www.cvm.gov.br, e consultada em 20/03/2007, a XP
Investimentos Agente Autônomo de Investimentos possui filiação contratual com
quatro (4) instituições financeiras no mercado de capitais. As instituições estão
relatadas na tabela abaixo.
Instituição Financeira C.N.P.J. Tipo
Intra S.A. Corretora de Câmbio e Valores 61-870-200/0001-90 Corretoras
Mellon Serviços Financeiros S.A. 02-201-501/0001-61 Distribuidoras
Petra Personal Trader Corretora de Títulos e
Valores Mobiliários Ltda. 03-317-692/0001-94 Corretoras
Unibanco Investshop Corretora de Valores
Mobiliários e Câmbio S.A. 89-560-460/0001-88 Corretoras
Título: Filiação contratual com instituições financeiras
Fonte: CVM.
226
ANEXO E – Sede e Filiais
Título: Sede e Filiais
Fonte: XP Investimentos
Cidade Endereço Bairro CEP Estado Fone: E-mail
Belo Horizonte Rua Rio de Janeiro, 2702/6° andar Lourdes 30160-042 Minas Gerais 31 3281-4113 bh@xpi.com.br
Brasília CSLW 504, Bloco A, Sala 122 Setor Sudoeste 70673-641 Distrito Federal 61 3039-6761 brasilia@xpi.com.br
Caxias do Sul Rua Marques do Herval, 1469 Centro 95020-262 Rio Grande do Sul 51 3511-3720 caxias@xpi.com.br
Curitiba Rua Dr. Alexandre Gutierrez, 990 sala 701/02 Batel 80240-130 Paraná 41 3244-0098 xpctba@xpi.com.br
Florianópolis Rua Felipe Schmidt, 657/701 Centro 88010-001 Santa Catarina 48 3025-7874 florianopolis@xpi.com.br
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São Paulo Av. Faria Lima, 1461 - andar (torre sul) Jardim Paulistano 01451-904 São Paulo 11 3039-6136 sp@xpi.com.br
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