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coronelismo e do clientelismo rural como obstáculo à democracia e falavam
em reforma agrária como uma das maneiras de superar tal sistema.
Objetivando uma certa centralização política e a efetivação do Estado
Liberal pós 1930, os tenentes através de organizações próprias, como o
Clube 3 de Outubro
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, esboçaram a realização de reformas sociais como: a
limitação dos latifúndios e o estímulo à formação e manutenção das
pequenas propriedades rurais, tarefa esta destinada ao Estado. Segundo o
programa, a legislação trabalhista deveria estender aos trabalhadores do
campo.
Na Constituinte de 1934, setores tenentistas tentaram garantir
condições para implantação de projetos de reforma ou revisão agrária, mas
foram politicamente derrotados, da proposta dos tenentes restou apenas a
idéia de um plano de colonização e aproveitamento das terras públicas.
Na década de 30, a reforma agrária constituía-se em um dos cinco
pontos do programa da Aliança Nacional Libertadora
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.
"...proteção aos pequenos e médios proprietários e
lavradores e entrega das terras dos grandes proprietários
aos camponeses e trabalhadores rurais que a cultivam..."
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almejavam a centralização política e a efetivação de algumas reformas sociais e os que aceitavam a
realização de reformas sociais, mas sem a centralização política.
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O Clube 3 de Outubro foi fundado no Rio de Janeiro em maio de 1931, organização formada por grupos
ligados ao presidente Vargas e aos tenentes reformistas, para cuja direção são escolhidos Pedro Ernesto
(presidente), Gois Monteiro, Hercolino Cascardo e Osvaldo Aranha (vice-presidentes). Através desse
clube pressionavam o governo, defendendo a adoção de planejamentos econômicos para atendimento
uniforme das regiões e medidas industrializantes e nacionalistas. Alguns defendiam a realização de
reformas sociais como limitação dos latifúndios.
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A Aliança Nacional Libertadora representou a conjunção de várias correntes - tenentes, comunistas,
socialistas, operários, etc. - no combate às tendências autoritárias apresentadas pelo governo Vargas.
Contava com um programa amplo e de fortes conotações nacionalistas: não pagamento da dívida externa,
reforma agrária, nacionalização de empresas estrangeiras. A ressonância destes temas foi suficiente para
que a ANL conseguisse granjear cerca de 100 mil membros em 1935. Para conter essa mobilização o
governo Vargas iniciou uma violenta onda de repressão a todos movimentos populares.
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CAMARGO. Aspásia de Alcântara, A questão agrária: Crise de poder e reformas de base (1930-1964)
IN FAUSTO Bóris O Brasil Republicano Tomo III Sociedade e política (1930-1964) Rio de Janeiro.
Bertrand Brasil 1997