Percebe-se também em sua fala a denúncia de um diferencial entre a
cultura urbana e a rural, bem como a questão do progresso o que enfatiza um outro lado
da imagem que escolheu, não como um elo entre o progresso e a natureza, mas como
um sobrepondo o outro, onde a cultura do espaço urbano exige velocidade, progresso,
tecnologia contra outra cultura que seria a de que se está parado no tempo.
“Eu lembro que na época de colégio eu plantei uma árvore no segundo ou
terceiro ano, no dia da árvore, no colégio era comum isso, cada aluno pegava
uma arvorezinha em determinada época, né? Plantar uma árvore, isso
também ficou muito marcado, isso é sinônimo de preservação. No entanto,
hoje no que pese na educação na preservação, o esforço é educação junto à
preservação ambiental. A coisa não surgiu tantos frutos porque acho que
muitos que estão envolvidos nesse negócio também plantaram uma árvore no
colégio como eu como você”.
Nesta fala percebemos a busca de tentar identificar de onde veio a
sensibilidade pró meio ambiente nas atitudes e atividades escolares, denuncia que a
mesma não deu o mesmo resultados para todos, visto que se faz necessário um esforço
junto à educação, voltado para a preservação.
O Sr. W. A. C. escolheu a imagem de J. Antonio Silva, Queimada, que
representa aqui a percepção de ambiente enquanto problema, o ambiente é visto como
desafio a ser corrigido. Porém sua fala nos leva a perceber sua reflexão sobre o contesto
que se vive neste momento, de denúncias de desmatamentos e outras voltadas à
exploração. Como podemos constatar:
“A imagem que me impressionou mais foi essa da floresta, essa imagem aqui
tem um fundo muito importante para mim primeiro pela degradação da
floresta, o meio ambiente não significa só floresta é verdade, mas agente liga
com a natureza, para nos aqui é a floresta lógico, que não prende a isso, mas
é fato, é que uma floresta devastada para mim significa a degradação do
meio ambiente enquanto sentido de vida mesmo e não só vida aí dentro
embutida no sentido da vida da árvore, da vida natureza como o na
concepção que a gente tem de dizer que ali dentro existia uma árvore que dá
vida, que dá a floresta que é vida, não muito mais do que isso se
aprofundarmos nesta concepção de meio ambiente que eu vejo. O segundo
aspecto é diretamente ligada a esta devastação, você vai encontrar um título
né? Que é o progresso, que ta ligado à economia do país, porque você precisa
produzir, você precisa dar lucro para o país, você precisa exportar, então ta
diretamente ligado a um projeto que automaticamente não prevê lucro, ou
seja, capital. Essa é outra vertente que eu vejo nessa foto e aliado a isso tudo
as políticas governamentais, ou seja, é preciso produzir, é preciso crescer, é
preciso devastar, é preciso colocar prédio, construir pontes, estradas, é
preciso transportar grãos, é preciso ter latifúndios, para isso essa é outra
faceta dessas fotos, que eu vejo também claramente, porque você tem da
pessoa humana um projeto de governo, projeto de visitação de vida e que o
lucro proporciona, a sobrevivência, para esse tipo de desmatamento, que aqui
é a sobrevivência da depredação. Tanto da pessoa como do ambiente e aí a
depredação do meio ambiente tanto faz de tudo que circula ali dentro”.