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O sistema de taxas fixas de câmbio estabelecera o dólar norte-americano
como moeda internacional, sendo esta à única moeda de conversibilidade. Ou seja,
era um padrão câmbio-ouro, que tinha o dólar como principal moeda de reserva.
O sistema de Bretton Woods concebia, assim, um regime de taxas de
câmbio fixas, mas ajustáveis, sendo que, idealmente, tais ajustes deveriam
ser acordados entre os países. Procurava-se dessa maneira obter a
estabilidade consagrada pelo padrão-ouro, ao mesmo tempo em que se
flexibilizava o sistema ao permitir ajustes nas taxas de câmbio, à medida
que desajustes ditos estruturais ocorressem no balanço de pagamentos
dos países. Com isso, procurava-se evitar grandes recessões para a
correção do problema de alguns países. (Gremaud, et al, 2000, pg.517)
Inicialmente vários bancos acreditavam nas vantagens desse sistema, visto
que, manter suas reservas internacionais na forma de ativo em dólares lhes
garantiam rendimento de juros. No entanto, com o passar dos anos, o sistema de
taxas fixas passou a ser ameaçado devido à conflito de equilíbrio interno e externo.
A partir da década de 60 este sistema é posto em “xeque” pelo problema da
confiança, o que ficou conhecido como o “Dilema de Triffin”
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. Acreditava-se que o
sistema do tipo padrão-ouro era instável, pois a expansão do comércio internacional
só poderia ser mantida com o aumento da liquidez internacional. No entanto, os
déficits no balanço de pagamentos dos Estados Unidos conduzia a desconfiança da
moeda. Conforme este cenário ocorreu um estrangulamento crescente da atividade
comercial como resultado da correção do déficit norte-americano.
Portanto, a suposição de Triffin de que a conversibilidade dólar-ouro seria
mantida inalterada, tendo como solução o término do déficit comercial norte-
americano sem uma moeda universal, a solução ocorreria por meios de
modificações na paridade do dólar, indicando o abandono do sistema de taxas fixas
de câmbio.
Por fim, as crises no balanço de pagamento, tornaram-se mais freqüentes.
Primeiro ocorreu em 1964, á especulação contra a libra provocando o déficit
comercial britânico. Em 1969 a França e a Alemanha desvalorizaram suas moedas,
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O economista Robert Triffim, da Universidade de Yale, apontou, na década de 60 o problema de longo prazo
do sistema de Bretton Woods: o problema da confiança. Argumentou que o estoque de ouro norte-americano
excedia as exigências em dólares aos bancos centrais estrangeiros. Este acreditava que, conforme as
necessidades de reservas internacionais dos bancos comerciais aumentassem seus saldos iriam crescer até que
excedessem o estoque de ouro norte-americano levando ao problema da confiança, pois os bancos centrais,
talvez não quisessem mais acumular dólares e quebrariam o sistema tentando trocar os dólares que já possuíam.