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Presidente da República
João Baptista de Oliveira Figueiredo
Ministro da Educação e Cultura
Rubem Carlos Ludwig
Secretário-Geral
Sérgio Mário Pasquali
Secretária de Ensino de 19 e 29 Graus
Zilma Gomes Parente de Barros
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
SECRETARIA DE ENSINO DE 1º E 2º GRAUS
CRIANÇA
PARA
CRIANÇA
2ª Edição
Brasília, 1981
PREFÁCIO
O projeto internacional Criança para Criança tem por sede o Instituto da Uni-
versidade de Londres. Devem-se ao professor David Morley da "Tropical Child
Health Unit" do "Institute of Child Health" o início do projeto e algumas de suas
primeiras idéias, embora muitas pessoas de todo o mundo tenham sido envolvidas
em suas atividades, desde seu início, em 1977.
No momento, o projeto possui um Comitê Internacional e mantém corres-
pondência com pessoas de mais de cem países.
Portanto, é impossível agradecer a todos que contribuíram nas atividades
sugeridas neste livro, pois todas têm sido criadas e modificadas com base na expe-
riência do pessoal de educação e saúde das áreas urbanas e rurais dos mais diferentes
países.
Entretanto, as pessoas abaixo relacionadas estiveram particularmente envolvi-
das no preparo da forma definitiva do material deste livro: Sam Abrahm, Malásia;
Gregory Akenzua, Nigéria; Sam Aleyideino, Nigéria; Jinapala Alies, Sri Lanka;
Mabelle Arole, índia; Heribert; Aponso, Sri Lanka; Sam Tunde Bajah, Nigéria;
Hassan Bella, Sudão; Nimrod Bwibo, Quênia; Sue,Chowdhury, Bangladesh;Zafrul-
lah Chowdhury, Bangladesh; Naty Clavano, Filipinas; Augusto Schuster Cortes,
Chile; Maria Rita Dantas, Brasil; Sue Durston, Inglaterra; Zef Ebrahim, Inglaterra;
Paula Edwards, Inglaterra; Purin Espinosa, Filipinas; Marie-Therese Feuerstein,
Inglaterra; Mary Johnston, Indonésia; Hermione Lovel, Inglaterra; Keith Lowe, Ja-
maica; Sally McGregor, Jamaica; Patrícia Marin Spring, Chile; Homai Jal Moos,
índia; Karen Olness, EUA; Gilane Osman, Egito; Nagraj Rao, índia; Aruna Roy,
índia; Mike Savage, Quênia; Hafiz El Shazaly, Sudão; Aubrey Sheiham, Inglaterra;
Alan Schrank, Inglaterra; Moelyono Trastotenoyo, Indonésia; David Werner, Mé-
xico; Berveley Young, Indonésia.
Informações sobre o projeto Criança para Criança, a nível internacional, de-
vem ser endereçadas a: "CHILD to-Child Programe", "Institute of Child Health, 30
Guilford Street, LONDON, WC1N 1EH, ENGLAND".
PRÓLOGO
Recentemente tive o prazer de presidir uma reunião de um grupo intern; nal,
cujas deliberações levaram ao desenvolvimento do programa Criança para Criança e
à publicação deste livro. Criança para Criança é, de fato, parte integrante do Ano
Internacional da Criança 1979, assim designado oficialmente pela Assembléia Geral
das Nações Unidas. Por coincidência, 1979 é o vigésimo aniversário da Declaração
dos Direitos da Criança, e as Nações Unidas, nesta ocasião do Ano Internacional da
Criança, reiteraram que o bem-estar da criança de hoje é dever de todos os povos
em todos os lugares, e está intimamente ligado à paz e à prosperidade do mundo de
amanhã.
Tendo em vista o fato de que cerca de 350 milhões de crianças dos países em
desenvolvimento ainda não dispõem de um mínimo de serviços essenciais nas áreas
de saúde, nutrição e educação, a OMS acolhe e recomenda a iniciativa deste projeto
a todos os interessados pelo bem-estar das crianças e jovens de todo o mundo. O
que de melhor poderia ser feito do que ajudar as crianças a entender seus irmãos
mais novos? Ensinando-os, hoje, a melhorar os padrões de saúde, a qualidade de
vida das crianças menores, eles irão contribuir para um mundo melhor amanhã.
Tenho certeza de que o projeto Criança para Criança, desde que totalmente
implantado em nossas cidades do interior e nas mais distantes áreas rurais, poderá
trazer uma mudança substancial na saúde e no desenvolvimento das crianças do
mundo, não apenas neste ano de 1979, mas de forma permanente e progressiva.
DOCTOR T. A. LAMBO
DIRETOR GERAL
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE.
NOTA DOS TRADUTORES
Ao aceitarmos o convite para traduzir c livro, percebemos desde o início ser
uma oportunidade onde as experiências de diferentes profissionais ligados às áreas de
Educação e Saúde e provenientes de diversas regiões do Brasil, pudessem ser troca-
das num trabalho não só de tradução, mas sobretudo de adaptação para a nossa
realidade.
Foi um trabalho expontâneo do grupo, que se reunia nos finais de tarde, no
Institute of Child Health da Universidade de Londres, e que propiciou uma progres-
siva interação e coesão do grupo em torno das idéias centrais do livro. Dificuldades
surgiram durante a tradução e adaptação. Procuramos discutir as idéias, levando em
consideração as diferenças de nosso país e imaginando a utilização deste livro tanto
nas cidades como nas áreas rurais.
Este livro apresenta a idéia Criança para Criança, cuja finalidade é ensinar e in-
centivar as crianças naquilo que diz respeito ao bem-estar e desenvolvimento de seus
irmãos mais novos e de outras crianças da comunidade.
É uma prática antiga as crianças mais velhas cuidarem das menores; isto mui-
tas vezes constitui um dos tipos de exploração das crianças, principalmente das que
vivem em situação não privilegiada. Esse livro considera esta situação e sugere ativi-
dades concretas para que as crianças se organizem em suas comunidades, descubram
suas necessidades, seus recursos e estabeleçam suas prioridades. Enfatiza também o
uso de práticas caseiras úteis e não a simples aceitação de tudo que é moderno.
O livro foi escrito tentando atingir tanto as crianças que vão à escola como as
que não vão e é indicado para ser utilizado em Escolas, em Postos de Saúde, nas As-
sociações de Bairro, em Clubes de Ciências, em Centros Religiosos e outros.
Esperamos que esta adaptação sofra um processo contínuo e que cada um
envolvido no programa Criança para Criança dê sua contribuição tanto em idéias
como em ação.
Confiamos que, se as idéias e as atividades sugeridas no livro atingirem todas
as crianças através de um programa permanente e ajustado aos interesses e necessi-
dades de cada comunidade, será um passo importante no processo de transformação
social, pois o progresso de uma sociedade depende do empenho com o qual as novas
gerações vão saber continuar o esforço daqueles que as precederam.
Nossos agradecimentos
À Profa. Maria Rita Coelho Dantas, membro do Comitê Internacional do Pro-
grama Criança para Criança, por ter tido a idéia da tradução em grupo, por ter orga-
nizado o encontro do grupo de tradução e adaptação com os Professores David
Morley e Hugh Hawes, respectivamente do "Institute of Child Health" e "Institute
of Education" da Universidade de Londres, e pelo seu empenho para que o livro
fosse publicado pelo Ministério da Educação e Cultura, e distribuído gratuitamente.
Ao pessoal do "Institute of Child Health" que nos permitiu reunir em suas
instalações e nos facilitou o trabalho.
1. CRIANÇA PARA CRIANÇA
PROFESSORES E DEFENSORES DA SAÚDE
Nós conhecemos alguém que é professora e defensora da saúde. Ela cuida de
2 crianças: uma de 4 anos e outra de 2. Ela as protege dos perigos. Quando o menor
chora, ela o carrega no colo. Ela protege o maior de acidentes. Ontem, quando a me-
nininha chegou bem perto do fogão, ela a repreendeu. Hoje, ajudou-a a atravessar a
rua e ensinou-a como prestar atenção aos carros.
Quando estão doentes, ela cuida deles. Ela faz com que eles se sintam bem,
traz alimentos para eles, os mantém limpos e espanta as moscas para longe deles.
No mês passado, ela salvou a vida do menininho. Ele teve diarréia, ficou mui-
to fraco e ela sentou-se ao seu lado e deu-lhe água durante o dia e a noite. O meni-
ninho recuperou-se.
Outro dia, ela viu que a menininha estava com muitas feridas no corpo e le-
vou-a para o Posto de Saúde onde foi tratada e sarou.
Ela ajuda-os a crescer sadios. Quando o menininho tem fome, ela lhe dá co-
mida, ela ensina a pequena como limpar os dentes.
Ela brinca com os dois e ensina-lhes canções que fazem lembrar os bons há-
bitos de saúde. Enquanto eles brincam, vão aprendendo a usar suas mãos e corpos,
para descobrir coisas, pensar coisas e imaginar coisas.
Essa professora faz brinquedos, inventa jogos e conta histórias para eles. Ela
ensina as palavras e a maneira de juntá-las para fazer frases.
Quem é esta professora que faz tanto e tão bem pelos seus alunos? É a irmã
mais velha deles... e tem 11 anos.
Nós sabemos que sempre existe um grupo de pessoas da Comunidade que
conhece a cidade em que trabalha como a palma de sua mão, que é aceito por to-
dos, que quer colaborar com a comunidade, e que é capaz de trabalhar bastante e
sempre alegre. No mês passado o Pessoal da Saúde obteve a colaboração deles para
coletar informações a respeito das crianças já vacinadas na cidade. Na próxima terça-
feira alguns deles ajudarão a informar os moradores da cidade a data da próxima
vacinação. Enquanto as mães estiverem com suas crianças menores no Posto de
Saúde, eles poderiam ficar brincando com elas.
Para o próximo mês eles estão planejando colaborar novamente com os pro-
fessores no programa educativo para manter a cidade limpa. Estes Defensores da
Saúde são os meninos e meninas da comunidade.
Nós conhecemos um número de professores mais velhos — nós mesmos.
Entre nós alguns são professores nas escolas, outros fazem parte do Pessoal da
Saúde, líderes religiosos, outros são artesãos que podem transmitir o seu ofício, e
também são pais. Porém, somos todos professores.
Este livro é escrito para nós, embora ele seja sobre crianças e sua saúde, e
sobre criança ajudando a si mesma e a seus irmãos menores.
Ele nos leva a reconhecer aquilo que as crianças já fazem para ajudar os outros
e a nós. Sugere os meios para apoiar as atividades das crianças, tornando-as mais
proveitosas, mais fáceis e mais divertidas.
AS NECESSIDADES
As necessidades das crianças são muito grandes, principalmente em nossas áreas
rurais mais pobres e em certas partes de nossas cidades em crescimento. Cada país
tem seus próprios problemas, sendo que alguns deles são bastante conhecidos por
todos nós, e comuns a todos os povos. Muitas crianças morrem por: Desnutrição
Diarréia Tuberculose Sarampo e em acidentes Muitas crianças crescem fracas por
causa de: Má alimentação
Doenças freqüentes tais como diarréia, tuberculose, esquistossomose, verminose.
Muitas crianças não têm oportunidade de desenvolver-se porque: Vivem em áreas
superpovoadas com pouco espaço para brincar São deixadas sozinhas, não tendo
oportunidade para conversar Não têm com que brincar. Embora seja muito difícil
melhorar a saúde, quando as pessoas são pobres e doentes, há sempre algumas
coisas que podem ser feitas, para melhorar rapidamente a saúde das crianças. Não
custa nada:
Usar melhor os alimentos que nós temos
Combater os insetos nocivos Aprender a
prevenir acidentes
Aprender maneiras seguras para o tratamento de doenças sem usar remé-
dios caros
Aprender maneiras de orientar as crianças a ganharem mais experiência através de
brincadeiras. É fácil falar de mudanças, difícil é colocá-las em prática. Para mudar
hábitos de saúde, freqüentemente temos que mudar atitudes e modos de vida.
Devemos também ter muito cuidado em não substituirmos velhas e boas prá-
ticas, por modernas e ruins como, por exemplo, trocando o leite materno por ma-
madeira, ou comprando remédios inúteis na farmácia, para substituir os chás casei-
ros.
NÓS PROFESSORES PODEMOS COLABORAR
A nossa tarefa como professor é a de conhecer as necessidades e de aconse-
lhar os hábitos e atitudes úteis que devem ser conservados: os inofensivos podem ser
mantidos, e os perigosos devem lenta e cuidadosamente serem mudados. O conheci-
mento de nossos médicos e o nosso bom senso nos orientarão no sentido de decidir
quais as práticas mais proveitosas e quais as mais perigosas.
AS CRIANÇAS PODEM AJUDAR
Considerando que as crianças serão os pais de futuras gerações, o que ensinar-
mos a elas é de vital importância, pois podem também participar na mudança de há-
bitos de saúde de seus amigos e irmãos menores. Nas vilas e bairros, as crianças que
vão à escola podem também ensinar às que não freqüentam a escola. Entretanto as
crianças nunca deveriam ser colocadas em situações onde apareçam criticando ou
contradizendo seus pais ou pessoas mais velhas.
PORQUE ESTE LIVRO FOI ESCRITO
Este livro foi escrito em Londres, mas as idéias nele contidas foram coletadas
em várias partes do mundo.
Foi escrito com a cooperação de um grupo de educadores e pessoal da saúde
(o programa Criança para Criança), que acredita que o trabalho em conjunto pode e
deve ser cultivado em todos os níveis, e que pensa que o desenvolvimento em nossas
vilas e nas áreas mais pobres de nossas cidades dependem, também, deste tipo de
cooperação.
Devemos estar conscientes de que o desenvolvimento de uma nação depende
da saúde de suas crianças que é responsabilidade de todos. Isso começa a partir do
interesse e da ação a nível local (e não apenas com o fato de construir grandes esco-
las secundárias e hospitais nas cidades). As Escolas e os Postos de Saúde, trabalhan-
do em conjunto, fazem parte dos esforços da comunidade pela melhoria das condi-
ções de educação e saúde. Todos nós participamos do desenvolvimento.
O programa Criança para Criança começa suas atividades, quando as necessi-
dades de saúde da comunidade, e a cooperação na solução de problemas a nível
local começam a ser reconhecidas como máxima prioridade por organizações inter-
nacionais como a UNESCO, UNICEF e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
ALGUMAS IDÉIAS PARA COMEÇARMOS A PENSAR
O próximo capítulo discute meios de aprendizagem e ensino pelos quais nós,
"professores adultos" podemos orientar os "professores mirins" a se ajudarem.
Os capítulos seguintes apresentam algumas atividades tiradas do programa
Criança para Criança. A maioria deles refere à maneira pela qual crianças mais
velhas podem ajudar seus irmãos mais novos e alguns comentam a maneira pela qual
grupos de crianças que vão e que não vão à escola podem ajudar uns aos outros.
Naturalmente as necessidades e problemas serão diferentes em países ricos ou
pobres, na cidade ou campo, com pessoas de diferentes costumes, religiões e ocupa-
ções, o que se traduz em diferentes formas de educar as crianças.
Este livro não pretende oferecer um conjunto de atividades aplicáveis à reali-
dade de todos os países, e sim apresentar uma seleção que nos permita escolher as
mais adequadas. Esperamos que os professores usem somente aquelas atividades
adequadas às suas condições locais. As idéias que apresentamos são apenas o come-
ço.
O leitor poderá tomar as idéias aqui apresentadas como ponto de partida. Es-
peramos que muitas destas idéias sejam sugeridas pelas próprias crianças.
2. ABORDAGENS PARA ENSINAR E APRENDER
PROFESSORES E CRIANÇAS
Nós todos somos professores! Nosso papel como professores "adultos" no
programa Criança para Criança é orientar as crianças a ajudar a si próprias e às suas
comunidades. Esse capítulo propõe maneiras de como isso pode ser feito e os meios
pelos quais se pode encorajar e apoiar as crianças nas atividades que elas mesmas
ajudaram a planejar e a executar.
A partir do momento em que adultos e crianças, juntos, iniciarem uma ação
para melhorar as práticas de saúde em suas áreas locais, eles reconhecerão que existe
um número de etapas diferentes, as quais precisam ser seguidas para que seus pro-
gramas sejam bem sucedidos. Essas incluem:
descobrir quais são as necessidades, os problemas e as prioridades, quais
são os conhecimentos com que se pode contar;
discutir maneiras diferentes de abordar os problemas, e de aproveitar os
recursos existentes;
entender os sentimentos e crenças das pessoas, os seus problemas e pontos
de vista;
criar atividades que visem melhorar a saúde, que possam ser facilmente en-
tendidas e aceitas pela comunidade, podendo ser desenvolvidas na escola e
fora dela;
aperfeiçoar os programas como resultado da experiência adquirida.
DESCOBRINDO
O sucesso de quase toda a atividade do livro Criança para Criança depende da-
quilo que conhecemos de nossa localidade e de nossos problemas. Muitas das ativida-
des descritas nesse livro são atividades de "descoberta". Tanto para nós como para
as crianças, "descobrir" é importante, pois fornece os conhecimentos básicos de que
precisamos sobre, por exemplo: os moradores da vizinhança, os recursos disponí-
veis de atendimento de saúde e as crianças pequenas que vivem na comunidade.
Também ajuda as crianças a investigar, encorajando-as a observar, registrar e tomar
consciência do que se deve fazer e de como se deve fazer. Desse modo vão-se for-
mando cidadãos ativos e úteis à comunidade.
ORGANIZANDO UM LEVANTAMENTO
"Descobrir" é uma atividade que exige preparação cuidadosa para que se
obtenha bons resultados. Se, por exemplo, estivesse sendo organizado um levanta-
mento de saúde numa comunidade rural, teríamos sempre que nos lembrar que é
necessário:
planejar e visitar a localidade antes que as crianças iniciem o trabalho;
conversar com o povo da vila (pais e pessoas mais velhas) sobre o que as
crianças estão fazendo e por quê;
— preparar, anotar e discutir cuidadosamente a tarefa de cada criança ou gru-
po de crianças;
— decidir como as crianças devem anotar as informações coletadas e escolher
um meio claro e fácil de registrá-las, para que elas próprias possam anali-
sar os dados;
— comentar sempre com as crianças, após cada levantamento realizado, o que
elas descobriram, por que foi importante, e como poderia ser aperfeiçoado,
se fosse feito outra vez.
TROCANDO IDÉIAS
Uma vez identificados os problemas existentes, há algumas decisões a serem
tomadas:
O que fazer?
O que podemos assumir?
Como outras pessoas podem participar?
O que é mais difícil para nós?
O que é mais importante?
O que o povo vai aceitar e o que não vai aceitar?
Quais as pessoas que mais nos ajudarão?
DISCUTINDO EM GRUPO
As decisões só podem ser tomadas depois que as idéias forem bem discutidas.
As reuniões podem ser realizadas em sala de aula, em outras dependências da escola,
em grupos de jovens, clubes, centros de saúde, centros religiosos e outros.
As discussões em grupo com crianças podem ser melhor aproveitadas, se o te-
ma geral a ser tratado for dividido em pequenos tópicos, facilmente compreensíveis
e que permitam tomar as decisões sem maiores dificuldades.
Se começarmos um assunto geral, por exemplo, "Por que acontecem tantos
acidentes?", deve-se propor que as crianças discutam mais detalhadamente o se-
guinte:
Quais os acidentes que poderiam ocorrer em casa? Quais os acidentes que
poderiam ocorrer no caminho da escola? Quais os acidentes que ocorrem
geralmente com criancinhas, quando começam a engatinhar?
O que poderíamos fazer para prevenir acidentes na escola? Todas essas
discussões tomam tempo porque as crianças, como os adultos, devem falar e serem
ouvidas. Mas isso não é perda de tempo pois, quando as crianças falam, elas
participam dos problemas, e estes deixam de ser somente do profes-
sor ou do líder do grupo. O problema é "nosso" e "nós" devemos encontrar a sua
solução.
ENTENDENDO AS PESSOAS
Saúde depende de cuidado. Quando entendemos o que as pessoas pensam e
sentem, conseguimos participar melhor dos seus problemas. As crianças mais velhas
muitas vezes já cuidam das mais novas. Existem muitas maneiras pelas quais os adul-
tos podem orientá-las a desenvolver novos conhecimentos e atitudes mais positivas.
REPRESENTANDO PAPÉIS
Há vários meios de ensinar as crianças a entender os outros. Pode-se começar
por uma simples "representação de papéis", pedindo às crianças que "façam o pa-
pel" dos outros. Por exemplo: "Faz de conta que você é paralítico... como você se
sentiria, se não pudesse jogar bola?" "Faz de conta que você é mãe... como você
cuidaria de seu bebê, se ele estivesse com diarréia?".
A partir dessas situações simples, as crianças podem imaginar outras mais
complicadas, com várias crianças no grupo, assumindo papéis diferentes, como por
exemplo: "Vamos conversar sobre o que nós podemos fazer para melhorar a saúde
da comunidade. Você é o dono da venda — o que você pode fazer? Você é o prefei-
to, ou a enfermeira, ou a avó, ou o Sr. Antônio, o dono da terra (ou outra pessoa
qualquer da comunidade)".
Uma vez que as crianças tenham assumido esses diferentes papéis, podemos,
então, perguntar como elas podem participar e cooperar umas com as outras.
DRAMATIZAÇÃO
A representação de papéis leva à dramatização, e esta pode ser usada de diver-
sas maneiras, desde a mímica simples até pequenas peças de teatro com os papéis es-
critos pelas próprias crianças. A maioria das crianças, entretanto, prefere peças bem
pequenas, onde a ação e o objetivo ficam bem claros, e elas podem usar suas pró-
prias palavras, ao invés de decorar o texto.
É bom lembrar algumas coisas simples sobre como orientar uma dramatiza-
ção. Deve-se ter certeza de que todos estão vendo não só os atores, mas também tu-
do o que está acontecendo em cena. A frente da classe não é um bom lugar, o ideal
é um círculo com os atores no meio, e os que assistem ao redor.
Os pequenos atores devem estar bem ensaiados e saber transmitir e enfatizar a
mensagem e os sentimentos dos personagens da peça. As crianças devem usar mais
expressões corporais do que simplesmente palavras.
Não deixe que a cena se alongue ou se complique a ponto de a mensagem se
perder.
Procure arrumar alguns objetos e roupas apropriadas. Não precisa ser nada
complicado: um velho avental branco e uma seringa vazia podem fazer uma criança
se sentir um médico; um chapéu criará um dono de terra; um cacetete, um policial.
As crianças adoram se fantasiar!
Finalmente (o mais importante!): é preciso, após a encenação, ter certeza de
que a mensagem correta foi transmitida. Trocar poucas e simples palavras com o
grupo que assistiu nos ajudará a ter certeza de que todos entenderam. Se esse objeti-
vo não estiver sempre presente, muitos irão para casa, lembrando que Pedro se ves-
tiu de médico, mas esquecendo porque ele fez isto.
APRENDENDO ATRAVÉS DE ATIVIDADES
Muitas das atividades do livro Criança para Criança envolvem a aprendizagem
de novos conhecimentos. Uma criança mais velha aprende o que se deve dar às
crianças com diarréia e o que deve fazer, quando as crianças se queimam. Esse co-
nhecimento é importante, mas incompleto, se não for acompanhado da prática.
As atividades de saúde do programa Criança para Criança devem unir o apren-
der com o fazer. A criança que aprende sobre acidentes deve ser treinada nos pri-
meiros socorros. Quando a criança aprende a respeito de "mistura especial para
beber", deve fazê-la e prová-la. No momento em que está aprendendo sobre nutrição,
deve medir as outras crianças para ver se estão muito magras.
A razão de falarmos em atividades no programa Criança para Criança é
porque, em se tratando de saúde, atividade é o núcleo da aprendizagem e do hábito.
APRENDENDO EM GRUPOS
Em muitas atividades sugere-se que as crianças mais velhas ensinem grupos de
menores. Para que estes grupos alcancem êxito, é preciso que tenham a sua própria
organização.
Existem diferentes atividades que os grupos podem fazer, como:
ouvir e ler estórias escritas por crianças mais velhas;
encenar peças e assistir a teatro de fantoches e marionetes (bonecos de
pano, fantoche);
brincar com jogos feitos pelas crianças mais velhas; esses jogos podem ser já
conhecidos, como o ludo, a serem adaptados às atividades de saúde; ou
brincar de teatrinho e de cantar, cujos temas podem ser: "Mãozinhas lava-
dinhas com água e sabão" ou "É assim que se escovam os dentes". —
participar de competições em que os times podem, por exemplo: manter a sala
de aula limpa, desenhar o melhor mapa de saúde, lembrar todos os primeiros
socorros e outros.
ORGANIZANDO OS GRUPOS
Os grupos devem ser pequenos. Sugerimos grupos de 8 ou 10 crianças, no má-
ximo. É sempre melhor que duas crianças, ao invés de uma, fiquem responsáveis
pela organização. Todas as atividades devem ser bem preparadas e supervisionadas.
PREPARANDO ATIVIDADES
Os grupos Criança para Criança podem ser organizados na escola e fora dela,
através de diferentes clubes e associações de bairros, de cidades pequenas, vilas,
distritos e povoados.
Nós, os professores adultos, precisamos estar conscientes de que devemos dis-
por de tempo para a preparação de atividades. Normalmente, uma aparte da aula
poderá ser utilizada. Imaginemos, por exemplo:
uma aula de Matemática para traçar, em um cartão, o "mapa de saúde" da
área, onde podem ser percebidas e medidas as faixas de segurança das ruas
e as distâncias entre o centro de saúde, a escola e a casa das crianças.
uma aula de Comunicação e Expressão para escrever estórias sobre bons e
maus hábitos de saúde.
uma aula de Trabalhos Manuais em que as crianças façam brinquedos para
as crianças mais novas.
uma aula de Ciências em que se ensine a medir as quantidades adequadas
de sal e açúcar para preparar a "mistura especial para beber"; como fazer
uma horta para aprender a plantar, a acompanhar o crescimento de plantas
nutritivas e utilizá-las na alimentação.
ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES
O acompanhamento das atividades é sempre importante. Os professores de-
vem encorajar as crianças mais velhas a contar o que aconteceu com as suas ativida-
des e como essas poderiam ser melhoradas. Quando os professores supervisionam as
atividades, devem estar preparados para discutir com o grupo de crianças sobre o
que observaram, enfatizando as coisas boas vistas por elas.
É importante elogiar e encorajar as crianças. Devemos elogiar as crianças pelo
seu esforço, mesmo quando os resultados das observações forem modesta, e enco-
rajar as crianças mais velhas a elogiar as mais novas.
APRENDENDO DENTRO E FORA DA ESCOLA
Uma das lições mais importantes para todos nós, envolvidos no programa
Criança para Criança, é a cooperação. Assim, a colaboração entre crianças e adultos
pode contribuir para melhorar a saúde da comunidade. Particularmente, o nosso ob-
jetivo é integrar as crianças que freqüentam a escola com as que não freqüentam.
CRIANÇAS E ADULTOS
As crianças e os adultos podem cooperar de duas maneiras: na escola e em
projetos da comunidade. Quase sempre eles podem estar interligados. Supondo, por
exemplo, a organização de um projeto nacional para melhorar a nutrição, os seguin-
tes tipos de colaboração poderão surgir:
os objetivos e propósitos do projeto poderiam ser discutidos no Conselho
de bairro (cidade pequena, distrito, povoado ou vila) e em Associações de
Pais e Mestres. A participação das crianças seria discutida durante essas
reuniões.
as crianças poderiam ajudar nas entrevistas, poderiam fazer "cartazes" e
teatrinhos.
a escola acompanharia essas atividades como parte de sua programação.
as crianças continuariam participando das atividades em suas casas ou nos
clubes.
_ posteriormente, no fim do ano, a avaliação das atividades seria proposta e
discutida, da mesma maneira, com os pais e as crianças.
Em uma região, por exemplo, onde se realiza a semana da vacinação, ou da
desidratação, ou da nutrição, as mensagens podem ser divulgadas através do rádio,
jornais, folhetos elaborados pelo pessoal da saúde, ao mesmo tempo em que esses
assuntos devem ser discutidos nas escolas.
A CRIANÇA QUE VAI À ESCOLA E AQUELA QUE NÃO VAI
Muitas crianças que tomam conta dos irmãos menores não freqüentam escola.
Muitas das atividades Criança para Criança são planejadas tanto para essas como para
aquelas que vão à escola. Entretanto, para que as atividades sejam desenvolvidas, é
necessário que os adultos e as crianças da escola colaborem com as outras.
Poderemos, por exemplo, imaginar meios pelos quais as "crianças que cui-
dam de outras" possam aprender a anotar o que elas fizerem, quando cuidam das
crianças mais novas. Se refletirmos cuidadosamente sobre isso, poderemos também
descobrir um meio fácil de ensinar às "crianças que cuidam de outras" a ler e a con-
tar. Duas maneiras possíveis são:
Pode-se desenhar um relógio de saúde com números de 1 a 12. Um pontei
ro é adaptado no centro do relógio. O espaço de 5 minutos entre cada nú
mero pode representar uma tarefa importante de saúde, que a criança que
não vai à escola faz todo dia. Depois que ela cumprir cada uma das tare
fas, deve-se girar o ponteiro até o próximo número. As tarefas podem ser
as seguintes:
1 — limpar a boca e os dentes da criança;
2 — enterrar as fezes ou jogar na privada e lavar as mãos;
3 — lavar o seu rosto;
4 — brincar com ela;
5 — alimentá-la.
As crianças podem, ainda, registrar informações parecidas, colocando pauzi-
nhos ou pedras em latas, ou saquinhos de pano pendurados na parede. Toda vez que
a criança mais velha faz alguma coisa importante para a menor, ela põe uma pe-
drinha na lata.
Se a criança aprende a contar, ela fica sabendo que, por exemplo, a crianci-
nha deve ser alimentada mais de uma vez por dia. No fim do dia, a lata para "comi-
da da criança" terá mais de uma pedra. E a outra para "limpeza do rosto" terá o
mesmo número de pedras, se a "criança que cuida de outra" se lembrou de limpar-
lhe o rosto depois de cada refeição.
A escola e os professores podem também participar, orientando os alunos a
criar e fazer brinquedos, desenhos, livretos com figuras e jogos; ou a juntar mate-
riais para as crianças que não vão à escola terem a oportunidade de brincar e apren-
der a usá-los com as menores.
A integração entre a escola e a comunidade é de vital importância para a saú-
de e bem-estar das crianças; os professores não devem perder qualquer oportunidade
de saber se o que as crianças discutem na escola corresponde ao que elas e os seus
pais realmente fazem em casa.
MELHORANDO PROGRAMAS
Precisamos aprender a não ficar totalmente satisfeitos com o que fazemos.
Em toda atividade Criança para Criança duas perguntas devem surgir: - Até que
ponto o trabalho foi positivo? — Como ele pode ser melhorado?
O JOGO DAS LATAS
Cada uma das atividades descritas nos capítulos seguintes contém tais ques-
tões, e elas precisam ser lembradas em tudo o que fizermos. Evidentemente que
quanto mais perguntarmos, mais saberemos. Será bastante útil, se soubermos:
Que conhecimentos ensinados foram lembrados e quem se lembrou me-
lhor? Por exemplo, quantas crianças se lembraram dos sinais característicos
de doenças?
Que iniciativas foram tomadas como resultado das nossas atividades, que tipo e
onde? Por exemplo, quantas crianças ou outras pessoas de família fizeram e
tomaram a "mistura especial" para o tratamento de diarréia? Que atitude
começaram a mudar na comunidade como resultado das atividades? Por exemplo,
os pais, os professores e o pessoal da saúde se reúnem, mais freqüentemente, para
discutir como as crianças poderiam participar? E é na escola, que esse objetivo
pode ser atingido, pois os alunos, orientados pelos professores, poderiam ter como
tarefa de casa, o desenvolvimento das atividades em grupos organizados, que
funcionariam aos sábados ou em outros dias correspondentes a feriados e férias
escolares. As crianças que não freqüentam a escola teriam, então, oportunidade de ir
à escola e levar seus irmãos mais novos para participar das atividades Criança para
Criança.
3. NOSSA COMUNIDADE
A IDÉIA
A saúde da comunidade pode ser melhorada quando:
As pessoas conhecem melhor os problemas da comunidade e as suas causas;
As pessoas dialogam e discutem o que podem fazer para resolver os proble-
mas; As pessoas atuam de modo a melhorar a saúde da comunidade.
As crianças são membros importantes da comunidade e essa atividade foi pla-
nejada para incentivar a sua participação na melhoria da vizinhança. Ela destina-se a:
Encorajar as crianças a descobrir os fatores que contribuem ou impedem
que elas cresçam sadias.
Encorajar as crianças a pensar como a comunidade pode ajudá-las.
Orientar as crianças mais velhas a refletir sobre o que podem fazer para
melhorar o meio em que vivem.
Orientar as crianças como encontrar meios de transmitir essas idéias às
mais jovens.
Quem poderia apresentar a atividade para as crianças?
Os professores. Eles poderiam apresentá-las durante as aulas de Ciências e Pro-
gramas de Saúde, ou de outras matérias correlatas;
eles também poderiam introduzi-la nos trabalhos extra-classe como, por
exemplo, nos clubes de Ciências;
os líderes de associação de jovens, o pessoal de saúde e outras pessoas que
trabalham com crianças;
os coordenadores de conselhos comunitários ou de associações de bairros
poderiam introduzir esta atividade como parte de um programa de trabalho
mais amplo na comunidade.
Em cada caso, entretanto, é necessário que pais e outras pessoas saibam por-
que as crianças estão participando e de que modo.
A ATIVIDADE
Todas as atividades do programa Criança para Criança devem começar com
uma discussão feita pelas crianças até que elas compreendam o propósito de suas
atividades.
Antes de iniciar a atividade, as crianças precisam discutir:
O que contribui para que nossa escola (nossa vila ou bairro) seja um lugar
mais saudável?
Como podemos conhecer a situação de saúde de nossa escola (nossa vila ou
bairro)?
O que pode ser feito para torná-la melhor?
As crianças podem fazer um mapa de sua comunidade (povoado, distrito ou bairro).
Elas podem usar mapas da área já existentes ou fazer os seus próprios. Primeiro, as
crianças devem discutir o que o mapa deve conter. Isto as ajudará a decidir o que
deve ser feito para tornar a comunidade um local melhor para se viver. As crianças
podem descobrir e marcar, em seus mapas, áreas onde:
Vivem animais e insetos que transmitem doenças (valas, esgotos, águas paradas,
depósitos de lixo); Ocorrem freqüentes acidentes com crianças; Pessoas propagam
doenças. Em algumas escolas e com crianças menores torna-se difícil fazer mapas
da área. Neste caso elas podem fazer um desenho da escola, ou da casa, ou do cami-
nho para a escola.
As crianças podem verificar se as condições de casa, escola e redondeza são:
Saudáveis, observando, por exemplo, a limpeza, existência de água, priva-
da, moscas e mosquitos. Seguras, observando, por exemplo, as áreas onde
podem ocorrer acidentes.
DECIDINDO O QUE FAZER
As crianças podem olhar seus mapas e comentar o que encontraram. Elas pre-
cisam de tempo para discutir o que se pode fazer e qual a pessoa mais indicada para
fazê-lo. Podem sugerir que ação deveria ser tomada por diferentes grupos da comu-
nidade.
Na escola, as crianças devem conversar com outras sobre este trabalho. Elas
podem tornar a escola mais saudável, fazendo limpeza, eliminando os locais que fa-
vorecem o aparecimento de moscas. Elas podem conversar e perguntar a seus pais e
moradores mais velhos como os melhoramentos na comunidade eram feitos no pas-
sado. Podem também conversar com professores sobre aquilo que cabe à escola fa-
zer, se os professores e as crianças trabalharem juntos.
A comunidade se beneficia na medida em que participa e age. As crianças po-
dem descobrir quais os tipos de ações possíveis. A comunidade pode fazer reivindi-
cações a órgãos do governo sobre suas necessidades. A representação e a dramati-
zação podem ajudar as crianças a entender como os grupos da comunidade tomam
decisões. Por exemplo, as crianças podem representar o papel de: prefeito, vereador,
policial, líder religioso, auxiliar de saúde, agrônomo, fazendeiro, pessoa mais velha e
professor. Elas podem promover uma reunião das autoridades para discutir os pro-
blemas de saúde da comunidade (ou bairro).
As crianças podem descobrir como obter ajuda dos órgãos da localidade; po-
dem também discutir o que o governo planeja para a sua comunidade.
AÇÃO CRIANÇA PARA CRIANÇA
As crianças deverão discutir como transmitir suas idéias e como tornar mais
fácil o entendimento e a participação das menores.
Elas podem transmitir estas idéias para:
amigos e familiares;
grupos organizados tais como, associações de bairro, grupos de jovens, centros
cívicos e outros; crianças mais novas na escola e em casa.
Podem organizar grupos e jogos tais como: "Achar focos de mosquitos", "Ruas
que têm mais lixo", "Classes mais limpas", 'T?nques com caramujos".
AVALIANDO AS ATIVIDADES REALIZADAS
As crianças podem comparar seus mapas com os mapas de saúde de anos ante-
riores e perceber se houve alguma mudança.
Os professores podem observar se houve um aproveitamento melhor nas aulas
de Geografia, pelo fato de as crianças terem feito mapas, ou se, nas aulas de Ciên-
cias, elas mostraram mais conhecimento sobre o ciclo de vida dos insetos, higiene,
doenças transmitidas pela água.
Os professores e alunos devem fazer uma avaliação geral no final do ano para
verificar se houve alguma mudança em função destas atividades.
OUTRAS ATIVIDADES
Muitas atividades são possíveis através do incentivo. Assim, as crianças não só
compreenderão melhor e ficarão mais conscientes, como também aprenderão a se
comunicar melhor. Crianças mais velhas podem desenvolver algumas atividades com
as mais novas, tais como:
escrever e ler estorinhas;
desenhar cartazes sobre saúde e segurança e orientar os mais novos a dis-
cuti-los e compreendê-los;
organizar jogos de saúde para os menores brincarem;
fazer bonecos e teatrinho de marionetes;
organizar competição de pequenos grupos sobre limpeza e outros. —
Outras atividades para as crianças maiores:
descobrir um determinado problema como, por exemplo, na esquistosso-
mose, identificando os focos de caramujos e como eliminá-los; pesquisar
um assunto como, por exemplo, o problema de água na vizinhança,
descobrindo pontos de lançamento de detritos nos rios, usados para
abastecê-la.
4. ESCOTEIROS DA SAÚDE
A IDÉIA
Uma comunidade saudável é forte e feliz quando o povo que participa dela:
entende o que é necessário fazer para torná-la saudável; conhece quais os
recursos disponíveis e como usá-los adequadamente; preocupa-se com a
saúde integral da mesma.
As crianças podem colaborar fazendo da sua comunidade um lugar melhor para
se viver. Esta atividade mostra algumas maneiras pelas quais isto pode ser feito:
descobrindo os recursos de atendimento e prevenção de doenças existentes
em sua própria comunidade;
ficando responsáveis em transmitir importantes informações de saúde para
sua família e outras pessoas;
interessando-se pela saúde dos outros, principalmente das crianças que vi-
vem por perto, ajudando os seus familiares a usar melhor os serviços de
saúde existentes.
QUEM APRESENTARIA ESTA ATIVIDADE?
Os professores das classes mais adiantadas das escolas de lº grau.
Os líderes, particularmente os de associações de jovens, que têm uma organi-
zação, como por exemplo, Associações de amigos do bairro, Escoteiros, Bandeiran-
tes, Clube de Ciências, grupos de defensores do Meio-Ambiente, o pessoal de Saúde
e outros membros da comunidade que trabalham em programas de saúde.
Quando os alunos estiverem envolvidos neste tipo de atividade, é um bom mo-
tivo para professores e pessoal da saúde trabalharem juntos.
Os pais também precisam saber quais as razões da participação das crianças
neste programa.
A ATIVIDADE
Descobrindo as necessidades de saúde da comunidade.
Os levantamentos ou "atividades de descoberta" darão às crianças a prática na
coleta e na boa utilização das informações de saúde.
Assim, elas podem descobrir quais são as condições de saúde dos recém-nas-
cidos e crianças pequenas na sua comunidade.
Podem-se evitar doenças graves e morte por Tuberculose, Difteria, Coquelu-
che, Tétano, Poliomielite e Sarampo, vacinando a tempo os recém-nascidos e as
crianças menores.
Um levantamento importante que pode ser feito pelas crianças é descobrir na
comunidade quais as que já foram vacinadas contra estas doenças.
Antes de fazer o levantamento, deve-se procurar discutir com as crianças: As razões
para a imunização. Quais as vacinas necessárias para a área? Quem promoverá a
vacinação? Quem deverá ser vacinado? Talvez um membro da equipe de saúde
possa ser convidado para discutir o assunto com as crianças.
Para realizar o levantamento, elas poderão fazer uma ficha onde serão anota-
dos os nomes das crianças de sua vizinhança e as vacinas que já receberam, usando
símbolos para cada tipo.
As mais comumente empregadas são:
BCG protege contra tuberculose;
Tríplice protege contra difteria, conqueluche e tétano;
Pólio protege contra poliomielite;
Sarampo protege contra sarampo;
Varíola protege contra varíola.
(Obs.: cartão de vacina ilustração anexa).
As crianças podem descobrir nas suas próprias famílias quais os irmãos e vizi-
nhos que ainda não foram vacinados. Poderiam ser formadas duplas de crianças, fi-
cando cada uma responsável por um determinado número de residências para fazer
o levantamento. As perguntas serão dirigidas aos pais ou, em algumas áreas poder-se-
á usar, como ponto de referência a marca deixada por uma determinada vacina, co-
mo por exemplo, varíola no braço esquerdo e BCG intradérmico no braço direito.
Geralmente a DTP é dada ao mesmo tempo que a BCG, mas não deixa marca.
Não basta somente colher a informação, é preciso transmiti-la para aqueles
que podem melhor utilizá-la. Com este levantamento as crianças encontrarão os re-
cém-nascidos e as crianças menores que precisam ser vacinadas. As crianças maiores
podem avisar às mães quais são os dias da vacinação e também comunicarem ao pes-
soal da saúde os recém-nascidos que precisam ser vacinados.
Descobrindo os serviços de saúde disponíveis na comunidade.
Geralmente existem muitas pessoas numa comunidade com diferentes conhe-
cimentos de saúde:
pessoal da Saúde treinado para diferentes atividades;
pessoas que sabem como preparar chás caseiros;
pessoas que sabem como aplicar injeções;
parteiras (curiosas) que são chamadas para ajudar no parto;
pessoas que sabem aplicar os primeiros socorros e como tratar doenças sim-
ples e pequenos acidentes.
Nós precisamos saber onde obter socorro rapidamente e qual é a melhor pes-
soa para nos socorrer. Essa informação é útil para a nossa comunidade, porém, fre-
qüentemente, não a temos.
As crianças podem fazer um levantamento ("atividade de descoberta") de to-
das as pessoas da comunidade com algum conhecimento especial de saúde:
onde elas podem ser encontradas;
quais são os seus tipos de conhecimentos;
e quem é a melhor pessoa para ir ajudar num caso particular de doença.
Discuta estas coisas com as crianças e deixe que elas façam uma lista de todas
as pessoas na sua comunidade que têm algum conhecimento específico sobre atendi-
mento de saúde, e a maneira pela qual essas pessoas poderiam ser melhor envolvidas
e aproveitadas nos serviços de saúde da comunidade.
Elas podem discutir suas listas e decidir quais as pessoas que podem ajudar
num determinado tipo de doença, por exemplo:
"A quem sua família iria recorrer num caso de desidratação?"
(quadro de saúde vide ilustração anexa)
Terminado o levantamento, as crianças podem desenhar mapas dos serviços de
saúde de sua comunidade, e marcar neles onde obter socorro, bem como as distân-
cias e tempos aproximados para chegar em cada lugar de atendimento.
Podem também localizar onde existem, além dos Postos de Saúde, outros ti-
pos de serviços especializados e quais os dias e a hora em que funcionam.
QUEM TEM ALGUM CONHECIMENTO ESPECIAL EM
SAÚDE NA NOSSA COMUNIDADE?
— Curandeiros
— Erbalistas
Parteiras ou curiosas
- Ortopedistas ou práticos em ortopedia
Líderes Religiosos, Missionários
Professores (Primeiros Socorros)
— Médicos
— Enfermeiros
Agentes de Saúde
As crianças poderiam imaginar jogos usando seus mapas, como por exemplo:
Se seu irmão se queimar no fogão, o que você faria para ajudá-lo e quanto
tempo levaria para encontrar socorro?
Se sua tia estivesse grávida e precisasse de ajuda, quanto tempo levaria para
você buscar a parteira?
Para transmitir estas informações de como encontrar ajuda das diferentes pes-
soas, as crianças poderiam montar e apresentar um teatrinho, em reuniões da comu-
nidade ou nos dias de atendimento no Posto de Saúde.
Cada círculo representa o tempo gasto (em horas) para se deslocar de um local para outro.
MAPA DE SAÚDE DA NOSSA COMUNIDADE
DIVULGANDO OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE
As crianças podem aprender como transmitir informações de saúde para os
pais, pessoal de saúde e outros. Por exemplo, uma criança pode escolher um recém-
nascido na sua família ou na vizinhança e fazer um cartão de vacina para lembrar às
mães, quando o recém-nascido será vacinado contra os diferentes tipos de doenças.
CARTÃO DE BOAS VINDAS COM LEMBRETES PARA IMUNIZAÇÃO
O pessoal de saúde deve avisar na escola, quando será feita a vacinação no Pos-
to de Saúde, e as crianças da escola poderão ir de casa em casa com antecedência,
avisando o dia, o local e a hora certa da vacinação. Talvez o local possa ser dividido
em áreas, de maneira que cada grupo de criança fique responsável por um determi-
nado número de famílias.
Cada área estabelecida deve ter uma criança representante que levará as infor-
mações sobre as necessidades dos moradores para o pessoal da saúde e desses para as
famílias.
COLABORANDO COM O PESSOAL DA SAÚDE
Existem várias maneiras pelas quais as crianças podem cooperar para a manu-
tenção da saúde das crianças da comunidade.
Uma dessas maneiras é envolvê-las como auxiliar no Posto de Saúde.
Os professores e pessoal da saúde deverão planejar isto juntos, e alguns exem-
plos de como as crianças podem ajudar no Posto de Saúde são:
pesando as crianças e preenchendo os cartões de atendimento;
brincando com as crianças menores, enquanto elas esperam com as mães.
(para distrair as crianças podem ser feitos brinquedos e jogos;)
servindo de mensageiro entre as mães e o pessoal da saúde para transmitir
informações sobre os programas de alimentação ou certos tipos simples de
tratamento;
ajudando nas demonstrações do preparo de alimento.
Crianças mais velhas podem colaborar em casa e na escola, por exemplo:
organizando na escola uma caixa para tratamento de primeiros socorros;
fazendo brinquedos e jogos para as crianças que cuidam de outras menores;
ajudando a preparar a merenda da escola;
levar os menores para o Posto de Saúde, quando os pais não puderem ir.
AVALIANDO A ATIVIDADE
Faça uma competição: Onde está a pessoa mais próxima para prestar ajuda,
se...?
Um grupo pode imaginar situações como estas que exigem socorro. E o outro
grupo imagina as soluções.
No final do ano procure saber se aumentou o número de vacinação no Posto
de Saúde em decorrência da participação das crianças.
Peça as crianças que elas falem ou escrevam sobre sua participação nas ativida-
des em casa, na escola e no Posto de Saúde.
OUTRAS ATIVIDADES PARA CRIANÇAS
Outros levantamentos que as crianças podem desenvolver são:
descobrir as doenças mais comuns na área e comunicar ao pessoal da saúde;
quem ficou doente ou foi acidentado no mês passado?
quem foi ao posto de saúde?
Fazer um levantamento sobre os remédios caseiros disponíveis:
quais são os tipos de plantas mais usadas?
quem sabe como prepará-las?
— quando são usadas?
Outras maneiras como as crianças podem participar auxiliando o pessoal da
saúde são:
uma criança mais velha pode escolher uma menor e informar se esta ficou
doente ou precisa de tratamento para a diarréia;
fazendo cartazes com motivos de saúde para a escola, Posto de Saúde e
vizinhança.
5. ACIDENTES NA INFÂNCIA
A IDÉIA
Em alguns lugares várias crianças que freqüentam a escola morrem devido a
acidentes, e outras sofrem ferimentos graves.
Muitos desses acidentes poderiam ser evitados. Esta atividade é para orientar a
criança, tanto quanto possível, a prevenir acidentes. Diferentes tipos de acidentes
acontecem com as crianças que vivem em diferentes lugares tanto nas cidades, quanto
nas zonas rurais. Esta atividade diz respeito somente aos acidentes mais comuns.
Com a finalidade de ajudar a prevenir acidentes as crianças precisam saber:
— quais são os perigos mais comuns;
— como estes perigos podem ser evitados;
o que fazer se um acidente acontece.
Quem poderá apresentar a atividade para as crianças?
— os professores, durante os horários escolares ou fora deles;
o pessoal da saúde, a Associação dos Amigos de Bairro, agente da Cruz
— Vermelha, agentes sanitários e outras associações de jovens.
A atividade poderá ser apresentada também, para as crianças através de jor-
nais, estórias em quadrinhos e revistas.
Muitas vezes ensina-se as crianças a cuidar de ferimentos de maneira bem dife-
rente dos métodos tradicionais. É necessário explicar cuidadosamente que, embora
alguns tratamentos tradicionais possam ser úteis, outros são prejudiciais, por exem-
plo: cobrir um ferimento com estrume de gado é perigoso e não deveria ser prati-
cado.
A ATIVIDADE
Que acidentes acontecem com crianças?
As crianças podem conversar entre si a respeito dos acidentes mais comuns.
Elas devem perguntar porque os acidentes aconteceram, e tentar descobrir o
porquê, pois assim serão mais capazes de preveni-los.
As crianças podem anotar os acidentes que já aconteceram em suas próprias
famílias.
PREVENINDO ACIDENTES
As crianças, em grupos, podem decidir o que deve ser feito para prevenir
acidentes.
Classe: 3ª série - Registro de acidentes graves ocorridos em nossa família durante um detenninado pe-
ríodo (por exemplo - mês, bimestre, semestre, ...)
- Elas podem orientar seus irmãos menores a tomar cuidado com o fogo. Quando as
crianças mais velhas estiverem fazendo comida para a família, elas devem manter
seus irmãos menores distantes do fogão. 0 fogão deve estar sempre
em posição mais elevada, evitando-se o fogo direto no chão. As crianças devem veri-
ficar se os cabos das panelas estão longe do alcance das menores, de modo a evitar
que estas virem as panelas sobre si.
As crianças, em grupos, poderiam fazer um levantamento dos locais onde é
possível ocorrer acidentes. E, a seguir, começarem um programa de trabalho para
contar às outras crianças os perigos destes lugares. Podem escrever cartas para os jor-
nais e para as autoridades competentes a respeito dos piores locais de acidentes.
As crianças podem também alertar as outras sobre os lugares onde normal-
mente vivem cobras, aranhas, escorpiões e abelhas. Elas poderiam roçar e limpar os
caminhos e áreas mais comumente usados.
As crianças podem organizar um programa para mostrar a outras como brin-
car com mais segurança. Elas podem ser alertadas a respeito dos perigos de subir em
árvores secas, de nadar em rios com correnteza, de brincar de jogar pedras, de brin-
car próximo de poços não protegidos, de correr com pedaço de pau na boca, e
outros.
As menores devem ser avisadas dos perigos de colocar bolinhas de gude ou pe-
dras na boca. Caroços de frutas muitas vezes causam sufocação nas crianças. Tam-
bém é comum elas introduzirem pequenos objetos e sementes no nariz e ouvidos.
As garrafas e vasilhas com produtos perigosos devem ser guardados longe do alcance
das crianças. As crianças devem ser orientadas a não comerem frutas ou plantas que
não conheçam.
As crianças podem identificar lugares que são perigosos devido à presença de
máquinas, animais, vidros quebrados, pregos ou arames enferrujados.
Muitos acidentes não aconteceriam, se existissem lugares seguros para as
crianças brincarem.
As crianças maiores podem fazer brinquedos, e tornar os locais mais seguros
para seus irmãos menores brincarem em casa.
SE ACONTECER UM ACIDENTE
Existem muitos tratamentos simples que as crianças podem aprender e aqui
serão apresentados somente alguns dos mais comuns. Entretanto, deveríamos
sempre discutir com os outros sobre os acidentes mais comuns na sua localidade.
Lembre-se: espera-se que nenhuma criança use estas medidas simples nos aci-
dentados, a não ser que tenha praticado anteriormente.
QUEDAS E ACIDENTES DE TRÂNSITO
Se uma pessoa caiu de uma árvore ou sofreu um acidente de carro e se machu-
cou gravemente, não se deve movê-la. O acidentado deve ser protegido e mantido
aquecido com uma coberta. Conseguir ajuda o mais rápido possível.
ACIDENTES POR ANIMAIS VENENOSOS
Se uma pessoa sofreu um acidente provocado por qualquer animal venenoso,
é necessário conseguir ajuda o mais rápido possível.
CORTES E FERIMENTOS
A primeira medida a ser tomada é lavar bem os ferimentos e os cortes. Sempre
que possível limpá-los com sabão e água fervida. Água morna com sal também pode
ser usada. Deixar os ferimentos sujos pode causar complicações. É melhor não usar
curativos, a não ser que eles estejam muito limpos.
QUEIMADURAS
Coloque a parte queimada imediatamente em água fria. Se for necessário, coloque
o corpo todo.
Se a queimadura for muito séria, esquente um pouco de vaselina, e ponha em
um pano limpo e, sem pressionar, coloque-o sobre a queimadura. Nunca usar gordu-
ra, manteiga ou pasta de dente. As queimaduras devem ser mantidas limpas e é me-
lhor deixá-las descobertas.
DIVULGANDO A IDÉIA
As crianças não devem tentar fazer essas coisas todas de uma vez. Durante
duas semanas, elas podem ter um programa de como prevenir queimaduras e, algum
tempo depois, iniciar outro programa sobre acidentes nas ruas e estradas, assim por
diante.
JOGOS DE SEGURANÇA NAS RUAS E ESTRADAS
1. CONTANDO
As crianças contam os diferentes veículos e com que freqüência eles
passaram.
2. PLANEJANDO
As crianças maiores fazem seu próprio código de Segurança na
Escola para proteger as menores.
3. PRATICANDO
As crianças maiores ensinam as menores a obedecerem ao código.
As crianças podem fazer cartazes chamando atenção contra os acidentes e
folhetos sobre os primeiros socorros para as outras lerem.
As crianças maiores podem escrever estórias a respeito de acidentes e ilustrá-
las para as crianças menores. Podem fazer teatrinho para mostrar às menores porque
os acidentes acontecem e o que pode ser feito para evitá-los.
Podem também fazer seus próprios testes sobre os primeiros socorros e segu-
rança nas estradas, e dar um certificado àquelas que passarem no teste.
Para as crianças menores pode ser elaborados testes mais simples e, para as
maiores, os mais complexos.
AVALIANDO A ATIVIDADE DESENVOLVIDA
As crianças devem comparar os acidentes registrados depois da atividade com
os registrados anteriormente.
Assim podem comentar quais os acidentes que elas acham que foram preve-
nidos como resultado do programa
No final do ano pode ser feita uma prova para avaliar se aprenderam o que foi
ensinado, durante o ano, sobre a segurança nas ruas e estradas.
OUTRAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS
As crianças, na escola, podem organizar sua própria caixa de primeiros socor-
ros para o tratamento de ferimentos e cortes simples.
As crianças mais velhas podem escolher uma criança mais nova, para observar
se usa as medidas de segurança nas ruas e estradas, quando ela vai da casa para a
escola e vice-versa. Em casa ou na escola, as crianças podem organizar lugares segu-
ros para as crianças menores brincarem, e observar se elas aprenderam a brincar com
segurança.
As crianças podem criar brincadeiras e teatrinhos de fantoches e marionetes,
para ensinar a respeito de prevenção de acidentes. Podem aprensentá-los a outras
crianças na escola, na sala de espera do Posto de Saúde, e nas reuniões da vila.
6. CUIDANDO DE CRIANÇAS COM DIARRÉIA
Diarréia significa, freqüentemente, fezes ralas. Em geral, as crianças com diar-
réia também têm vômitos, barriga inchada e dores de barriga. As fezes ficam com
mau cheiro.
Em muitas áreas a diarréia é a causa mais comum da morte de crianças peque-
nas, principalmente entre 6 meses e 2 anos. As diarréias são mais perigosas em
crianças desnutridas, e são seis vezes mais freqüentes em nenês que tomam mama-
deira do que nos que são amamentados.
Algumas crianças que morrem de diarréia, morrem por falta de alimento sufi-
ciente. Entretanto, a parte mais importante do tratamento da diarréia é a reposição
da água que foi perdida através das fezes e vômitos. Se uma mistura apropriada para
beber for dada a uma criança, desde o início da doença, ela tem menos chance de
desidratar e morrer.
As crianças poderão facilmente aprender a fazer essa mistura com água, açú-
car e sal, para usar em casos de diarréia.
Elas podem ajudar a tratar seus irmãos menores, dando-lhes quantidades sufi-
cientes da mistura especial, evitando assim que eles se desidratem.
QUEM APRESENTARA A ATIVIDADE PARA AS CRIANÇAS?
Os professores, o pessoal da saúde e os líderes jovens podem ensinar esse
tratamento às crianças.
Mas — uma advertência! Toda pessoa que levar a idéia para as crianças precisa-
rá ter cuidado, porque esse tratamento pode ser diferente dos tradicionais. Os pais e
as outras pessoas precisam saber o quê e porquê as crianças estão aprendendo.
Existe, em todo o mundo, uma crença que quem tem diarréia não pode nem
comer, nem beber. Isso é um grande engano.
Mesmo aqueles que estão com diarréia mais séria podem absorver alimentos e
bebidas.
As vezes os remédios não são muito eficientes, porém qualquer coisa que re-
põe a água perdida, como por exemplo os chás caseiros, ajuda a evitar a desidrata-
ção.
É preciso dar alimento às crianças com diarréia, para que seus organismos rea-
jam à doença, nunca se esquecendo de dar líquido à vontade.
A ATIVIDADE
AJUDANDO AS CRIANÇAS A ENTENDER A DESITRATAÇÃO
Há muitas maneiras das crianças entenderem que os seres vivos precisam de
água e quais são os perigos que a perda de água pode causar. Como, por exemplo:
As crianças podem trazer dois galhos de qualquer planta para a escola, co-
locando um galho num copo com água e outro galho num copo sem água.
Elas verão que um ficará murcho e morrerá em seguida.
Pergunte as crianças por que isso acontece e veja se elas podem associar esta
idéia ao caso de uma criança com diarréia.
Pergunte-lhes ainda o que a criança precisa para não desidratar.
ENSINANDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SE DAR ÁGUA E ALIMENTO
A CRIANÇA COM DIARRÉIA.
É preciso que as crianças entendam que é importante dar a uma pessoa com
diarréia, tanta água quanto ela perdeu através de vômitos e das fezes.
Use uma cabaça, lata ou pote com uma abertura em cima e um furo na parte
de baixo.
Mostre que o nível da água contida na vasilha não descerá, se for colocada, pe-
la abertura de cima, a mesma quantidade de água que sai pelo orifício inferior.
Deixe que as crianças observem o que acontece, quando a água que sai não é
reposta na abertura de cima.
Veja se elas conseguem relacionar esse fato com o de uma criança que perde
líquido, através de diarréia e vômitos.
Explique que uma criança com diarréia precisa beber um copo da mistura es-
pecial, cada vez que ela evacua.
EVITANDO DESIDRATAÇÃO COM UMA BEBIDA SIMPLES E ESPECIAL.
Fazendo o "remédio".
Muitos dos chás caseiros e sopas que as mães fazem e dão para as crianças com
diarréia são muito bons, porque repõem a água que a criança perdeu. A amamenta-
ção no peito não deve ser interrompida, porque ao mesmo tempo que fornece água,
fornece também o alimento à criança.
Uma mistura especial pode ser feita a partir de sal, açúcar e água (fervida ou
tratada), que é apropriada para crianças (e adultos) com diarréia. Ela pode ser feita
de uma maneira simples como esta:
MISTURE: AÇÚCAR + SAL + ÁGUA
Mostre às crianças o tamanho da colher e do copo que devem ser usados.
Faça e experimente a mistura do copo.
Os alunos devem preparar um copo cheio e, logo em seguida, experimentar a
mistura.
O "remédio" (mistura especial) só funcionará, se as quantidades usadas forem
corretas. Experimente sempre a mistura antes de usá-la. Ela não deve ser mais salga-
da do que as lágrimas; se for. jogue-a fora e faça de novo.
QUANDO USAR O "REMÉDIO".
Explicar para as crianças mais velhas que é para dar um copo cheio desta mis-
tura cada vez que a criança obrar mole. Começar a dar a-mistura assim que a crian-
ça tiver as primeiras fezes líquidas. Deve-se dar mais líquido à criança, se ela tiver se-
de e aceitar. Dar mais líquido é melhor do que dar menos. Continue dando a mistu-
ra especial, após cada evacuação líquida até a diarréia parar. Não tem importância
se, na primeira vez, a criança vomitar; dê, apenas, menos quantidade e mais devagar.
Criança: um copo por
cada dejeção
Adulto: dois copos por
cada dejeção
RECONHECENDO OS SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
É importante reconhecer quando uma criança está seriamente desidratada.
Isso porque essa doença é grave e precisa, muitas vezes, de cuidados especiais e de
tratamento nos centros ou postos de saúde.
As crianças devem aprender a reconhecer os sinais de perigo. Se elas percebe-
rem algum desses sinais, devem avisar uma pessoa mais velha, de maneira que a
criança doente seja levada imediatamente para o posto de saúde. Os sinais são:
a criança está com diarréia e não aceita líquido;
ela vomita tanto que não consegue beber;
ela está sem urinar há mais de 6 horas (por exemplo, desde o amanhecer até
ao meio-dia, ou de meio-dia até o anoitecer);
— ela tem tanta diarréia que não consegue beber um copo de mistura especial
após cada evacuação, ou apresenta os sinais de desidratação;
— ela está com sangue nas fezes;
— está com diarréia há mais de 2 dias.
AVALIANDO A ATIVIDADE
Um balanço pode ser feito a cada mês (ou seis meses, ou um ano) seguindo,
por exemplo, essas perguntas:
quantas crianças (ou suas mães) fizeram a bebida especial para aquelas que
tiveram diarréia?
quantos foram os casos de diarréia?
quantas crianças morreram com diarréia?
Peça para uma das crianças contar para os seus colegas de classe como ela (ou
sua mãe) fez e usou a mistura especial, quando um de seus irmãos teve diarréia. Ela
pode também explicar como a bebida foi feita, como foi usada, e se deu bons resul-
tados.
OUTRAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS
As crianças podem mostrar aos pais, às crianças e a outras pessoas como a be-
bida especial é feita.
Elas podem descobrir quantas vezes seus irmãos mais novos tiveram diarréia
no mês passado. Contando quantas .vezes seus irmãos de idades diferentes tiveram
diarréia no mês passado, elas podem descobrir qual a idade em que a diarréia é mais
comum.
Usando os recursos locais, as crianças podem fazer uma colher para medir o sal e
o açúcar da mistura especial. Aqui está uma sugestão:
FABRICANDO UMA COLHER PARA MEDIR O SAL E O AÇÚCAR.
A colher para medir quantidades corretas de sal e açúcar pode ser feita de muitas
maneiras. Certifique-se de que as colheres tenham o tamanho correto.
Para fazer a bebida especial para
uma criança desidratada:
7.CUIDANDO DE CRIANÇAS QUE ESTÃO DOENTES
A IDÉIA
Comumente, em muitas famílias, as crianças mais velhas cuidam das menores,
principalmente quando as mães saem ou vão trabalhar. Elas podem aprender a pres-
tar os cuidados simples às outras crianças, quando estas estão doentes, evitando so-
frimento e algumas vezes salvando a vida de seus irmãos.
As crianças mais velhas podem aprender o que fazer para as que estão doentes
se sentirem melhor, ajudando na sua recuperação. Elas podem também aprender a
reconhecer alguns sinais de gravidade da doença e saber procurar socorro, dizendo
à mãe ou conseguindo ajuda do pessoal da Saúde.
QUEM IRÁ PROPOR ESTA ATIVIDADE?
—Professores de classes mais adiantadas.
—Pessoal da Saúde e líderes da comunidade.
—Líderes de grupos de jovens em Programa de Saúde e de primeiros socorros.
As pessoas que apresentam as atividades para as crianças devem conhecer bem
quais são os Postos de Saúde que funcionam e os programas de saúde existentes.
Elas devem ter cuidado de ensinar às crianças somente coisas realmente aceitas pelo
pessoal da Saúde.
A ATIVIDADE
Descobrindo crianças sadias e doentes.
Primeiro é importante saber o que é uma criança sadia. Incentivar as crianças
a observar as menores para identificar e discutir o que é ser sadio. Ela é alegre? Seu
crescimento é normal? Ela é ativa?
Elas podem falar sobre diferentes partes do corpo — braços, pernas, olhos,
orelhas, nariz e também sobre o umbigo em crianças recém-nascidas Como as
crianças menores usam estas partes do corpo?
As crianças podem aprender a contar estórias a respeito dos irmãos que fica-
ram doentes. Para isso pode-se fazer perguntas a cada uma delas. O que você obser-
vou, quando eles estavam doentes? Como eles se sentiram, quando você tocou ne-
les? Eles tinham algum mau cheiro?
Do mesmo modo elas podem falar sobre suas próprias doenças. Você já adoe-
ceu alguma vez? Como você se sentiu quando estava doente (fraco, febril)? Tem al-
guém doente em sua família? O que é que ele tem e como ele sente?
Deixe as crianças lembrarem as doenças ocorridas em casa nos últimos meses.
Quem adoeceu? Que idade tinha? Quem cuidou deles quando estavam doentes
(avós, pais, vizinhos, tios, crianças mais velhas)? Como era a doença? Como foi
curada?
As crianças podem programar uma reunião, convidando uma pessoa do Posto
de Saúde, onde darão informações do que descobriram sobre as crianças doentes, e
quais as pessoas da comunidade que prestam os cuidados primários de saúde.
DESCOBRINDO A ESTÓRIA DA DOENÇA
As crianças podem descobrir na comunidade, através das mães, quais as doen-
ças mais comuns e perigosas na infância. Pode ser feita uma relação que mostre as
doenças mais comuns, como diarréia, pneumonia, tuberculose, coqueluche, saram-
po, verminose, problemas de pele e malária.
Através das mães e outros adultos, elas podem descobrir como as doenças gra-
ves começaram e se desenvolve. Como a doença começou? Que aconteceu depois
dos primeiros dias? Como a doença foi tratada? A criança ficou curada?
POR EXEMPLO: A Estória da tosse convulsa (Coqueluche)
As crianças podem fazer uma série de contos e desenhos destas informações
obtidas, como por exemplo: "A estória da pneumonia", "A estória da diarréia". Es-
tes contos e gravuras podem ser lidos e mostrados para outras crianças na escola, em
casa ou nos Postos de Saúde.
O QUE AS CRIANÇAS PODEM FAZER EM CASA QUANDO OUTRA
ESTÁ DOENTE
Quando uma criança está doente, a família fica preocupada, os pais podem
passar a noite em claro, ficando cansados durante o dia. Discutir com as crianças estes
problemas que são comuns em casa.
Os irmãos mais velhos podem ajudar seus pais a cuidar da criança doente.
Deixe que as crianças pensem nas maneiras de ajudar seus pais, quando existe
uma criança doente em casa, como por exemplo: trazendo água, preparando comi-
da, cuidando dos irmãos menores, dando recados, etc.
A criança doente precisa ter sempre alguém ao seu lado. Deixe que elas pen-
sem o que fazer, para dar mais conforto à criança doente:
- se a criança doente tem uma pequena dor, umedeça um pano limpo em água
quente, esprema em seguida, coloque no local dolorido, pressionando um pouco
para aliviar a dor;
- assista a criança doente, contando estórias e cantando para ela;
- deixe a criança doente deitada em lugar limpo, silencioso e arejado. Não dei-
xe migalhas ou pequenos pedaços de comida na cama;
- para crianças que estão muito doentes e não se movimentam na cama, é pre
ciso mudá-las de posição regularmente, fazendo fricção ou massagens nos cotovelos,
calcanhares e nádegas, evitando assim que se formem feridas nestas áreas.
Deixe que elas contem e mostrem como ajudaram seus pais a cuidar de seu
irmão doente em casa.
As crianças mais velhas podem aprender a fazer coisas simples como estas:
- dar líquidos - a criança doente precisa de bastante líquido para beber. Te
nha certeza que ela bebe o suficiente. Prepare a mistura especial, usando uma medi
da (tampa de garrafa) de açúcar e uma pitada de sal, para um copo de água fervida
(a instrução para fazer esta mistura está no capítulo 6 "Como cuidar de crianças
com diarréia").
- alimentar a criança doente que com freqüência não quer comer. Ela não sente
fome, por causa da doença ou porque está muito fraca. A criança doente precisa se
alimentar mais vezes em pequenas quantidades do que menos vezes em grandes
quantidades. Dê a ela pouca comida, porém com freqüência. Prepare alimentos pas-
tosos, sopas ou sucos, os quais sejam ricos em proteína e calorias, por exemplo feijão
machucado (amassado), com ovos e pouco óleo e alguma coisa doce para comer.
cuidar da higiene do corpo e aliviar a febre — é importante dar banho na
criança doente com água limpa, mesmo quando ela tem febre. Isto ajuda a baixar a
temperatura, além de manter a higiene do corpo. Todas as roupas devem ser lavadas,
evitando assim mais doenças.
- limpar os olhos e a boca — em algumas doenças as crianças ficam com os
olhos irritados. Algumas vezes, a falta de limpeza e pus acumulado causam danos
para os olhos. A limpeza deve ser feita com água fervida a qual é esfriada, acrescen
tando uma pitada de sal. Com freqüência a boca da criança fica ressecada e suja de
vômito. Lavar a boca da criança com água limpa (e se a criança é pequena fazer a
limpeza com um pano úmido). Se os lábios estão ressecados ou rachados, podem ser
umedecidos com água, óleo ou manteiga de cacau.
As crianças precisarão praticar estas atividades com a professora. Isto pode ser
feito através de brincadeiras e jogos na escola - algumas crianças podem fazer de
conta que estão doentes na cama, outras podem ajudar a cuidar delas.
O pessoal da Saúde poderia permitir que as crianças mais velhas colaborassem
no Posto, ou nas visitas domiciliares.
APRENDENDO A RECONHECER OS SINAIS DE PERIGO DE UMA DOENÇA
É importante que as crianças que cuidam de outras saibam quando a doença é
grave, sendo capazes de reconhecer os sinais de perigo. Se estes sinais forem observa-
dos, elas devem recorrer rapidamente a um adulto ou levar a criança doente ao
Posto de Saúde.
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS
Dificuldades respiratórias são freqüentes em doenças como bronquite, pneu-
monia, etc. Elas podem ser graves em crianças pequenas e, se não forem tratadas
imediatamente, podem levar à morte.
Deixe as crianças observarem a diferença entre a respiração de uma criança
que correu e outra que ficou parada. A criança que correu apresentará:
— respiração rápida;
movimentação das asas do nariz;
- movimentação da parte mais baixa do tórax;
- pulsação mais rápida.
Se estes mesmos sinais forem observados em outras menores que não corre-
ram, procurar socorro o mais breve e rápido possível.
FEBRE ALTA
A febre alta pode causar danos para o cérebro. Este problema pode ocorrer em
doenças tipo sarampo, pneumonia e outras. As crianças mais velhas podem
aprender a reconhecer os sinais de febre alta.
Elas podem ser treinadas para avaliarem sua própria temperatura e a de seus
amigos, usando as costas das mãos para sentir a temperatura da testa. Elas podem
discutir como a pele fica, quando alguém tem febre e comparar com a sua:
a pele fica muito quente ao tato;
o corpo pode apresentar movimentos musculares irregulares (espasmos);
a pessoa doente pode gemer e não saber o que está falando (delírio).
Se as crianças observarem estes sinais em pessoa doente, devem comunicar a
um adulto imediatamente.
DESIDRATAÇÃO (PERDA D'ÁGUA)
Se uma criança doente perde muita água de seu corpo, ela poderá morrer. Isto
é comum em doenças como a diarréia.
Se as crianças identificarem estes sinais de desidratação em menores, elas de-
vem comunicar imediatamente a um adulto ou ao Posto de Saúde:
Escassez ou ausência de urina
Boca seca
Olhos fundos, sem lágrimas
Moleira funda ----------
FERIMENTOS
INFECTADOS
Perda da elasticidade da pele
Se uma criança tiver um ferimento com mau cheiro ou bolhas, leve-a o mais
cedo possível para o Posto de Saúde.
Para que as crianças memorizem os sinais de advertência de uma doença grave,
pode ser feito uma espécie de quebra-cabeça com cartas. Para isto é só juntar as car-
tas e escrever o nome da doença em um lado e no outro o sinal que a identifica.
AVALIANDO A ATIVlDADE
Uma criança que cuidou do irmão doente pode contar sobre a doença e o que
ela fez para ajudá-lo.
Para avaliar o que as crianças aprenderam pode-se fazer uma competição. O
que você faria se seu irmão tivesse:
- febre;
- diarréia;
- desidratação;
- ferimento infectado.
As crianças podem realizar um levantamento simples, nas suas próprias famí-
lias para verificar: Quem cuidou da criança, quando ela estava doente? As crianças
poderiam ter um caderno de anotações para, no fim do ano, saber: Quem cuidou de
criança doente? E de que modo elas colaboraram com o doente e com seus pais.
OUTRAS ATIVIDADES
As crianças podem aprender a preparar a mistura especial (vide capítulo 6).
As crianças podem descobrir, através das pessoas mais velhas, os hábitos e cos-
tumes relacionados com cuidados de saúde e transmitirem estas informações ao pes-
soal da Saúde.
Elas poderiam imaginar um jogo sobre os cuidados com uma criança doente e
apresentar às outras crianças, às mães e a outras pessoas nos Postos de Saúde e lo-
cais de reuniões.
8. BRINCANDO COM AS CRIANÇAS MENORES
8. BRINCANDO COM AS CRIANÇAS MENORES A
IDÉIA
Em qualquer lugar existem crianças que passam parte de seu tempo cuidando
de seus irmãos menores. Esta atividade é tão importante quanto aquela que seus
pais estariam desempenhando.
Geralmente se diz para as crianças que cuidam das menores o que não deve ser
feito — "Não deixe que ela chegue perto do fogo. Não deixe que ela se machuque".
Mas raramente se diz o que se deve fazer.
Uma criança que cresceu sem brincar, pode ser que não tenha condições de
aprender corretamente o que lhe é ensinado.
Esta atividade é para orientar as crianças maiores como brincar com as meno-
res, de modo que elas cresçam inteligentes e ativas.
QUEM INTRODUZ A ATIVIDADE?
Esta atividade pode ser introduzida para as crianças mais velhas através de
professores, pessoal da Saúde, líderes jovens, bem como pela imprensa e pelo rádio.
Aqueles que introduzirem estas idéias para as crianças mais velhas deverão
explicar para seus pais porque elas precisam brincar. Também é preciso conseguir
apoio da comunidade para as crianças mais velhas que querem colaborar com os
grupos de crianças-que-cuidam-de-outras.
A ATIVIDADE
A brincadeira e as crianças menores.
Peça para as crianças observarem as menores em suas famílias. Discuta com
elas como as menores brincam. O que elas fazem nas diferentes idades? O que faz
com que elas movimentem suas mãos, suas cabeças e suas pernas?
Como podemos proporcionar meios para que elas aprendam a fazer mais coi-
sas? Aqui estão algumas maneiras. Deixe que as crianças dêem outras sugestões e
que tentem entre si.
OS NENÊS
Eles precisam ser solicitados tanto quanto possível. É através do contato que
eles aprendem. Os nenês gostam de olhar as coisas; por exemplo, a mão que se move
vagarosamente na sua frente ou um objeto móvel pendurado acima de sua cama.
Gostam que as pessoas brinquem com eles de esconde-esconde.
Os nenês gostam de escutar. Eles gostam de ouvir o som produzido pelo cho-
calho. Eles podem brincar com vagens secas que não se abrem com facilidade. Bater
palmas fará com que eles se virem para descobrir de onde vem o som. Mas, o mais
importante, é falar ou cantar para eles. Deveríamos sempre conversar com o nenê,
estimulando-o a responder. Sua linguagem são os próprios sons que ele produz. A
linguagem é talvez a coisa mais importante para um nenê aprender.
AS CRIANÇAS APRENDENDO A ENGATINHAR
Assim como nas outras atividades, a criança menor gosta de aprender a conhe-
cer e brincar com as partes de seu corpo. Coloque-a de bruços para que possa se vi-
rar.
Ajude a criança a sentar. Coloque os objetos fora de seu alcance, para que ela
tenha que engatinhar para pegá-los. Dê a ela colheres ou pedaços de madeira para
bater em panelas ou latas, além de outras coisas para pegar e brincar.
Sempre converse com ela, estimulando-a a imitar as palavras.
AS CRIANÇAS APRENDENDO A ANDAR
Ajude a criança a ficar em pé. Enquanto ela tenta andar, tome cuidado para
que não caia.
A criança gosta de ser balançada cuidadosamente. Passeie com ela, mostrando
e falando a respeito das coisas que estão sendo vistas. Dê coisas para ela puxar e em-
purrar.
Enquanto a criança está sendo vestida, ensine-a para que comece a aprender a
fazer isto sozinha. Assim ela vai aprendendo a falar o nome de suas roupas e o que
está fazendo. Dê caixas de fósforos e latas com sementes e pedras para que elas
brinquem. Assim as crianças poderão aprender a separar e contar.
Elas gostam de brincar com caixas de papelão e de se esconder embaixo das
cadeiras.
AS CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR
Nesta idade as crianças são muito ativas e aprendem com facilidade e por isto
precisam ter oportunidade de participar de diferentes tipos de brincadeiras. As
crianças mais velhas podem fazer isto,quando brincam com as menores.
Deixe que as crianças mais velhas falem sobre as outras menores que conhe-
cem, ou de quando elas eram pequenas. O que as crianças menores podem fazer em
diferentes idades? O que elas gostam de fazer sozinhas? E com as outras crianças?
Quais as brincadeiras que elas preferem? Que novos jogos podem ser ensinados?
DIFERENTES TIPOS DE BRINCADEIRAS
As brincadeiras podem ser bastante variadas. Deixe as crianças mais velhas
pensarem sobre as brincadeiras que são comuns nos lugares em que elas moram.
Discuta: quem brinca? Os meninos? As meninas? Os menores? As brincadeiras são
individuais? Em duplas? Em grupos? Elas necessitam de materiais? De um lugar?
Como é esse lugar?
Aqui estão alguns tipos de atividades para as crianças menores brincarem.
As crianças mais velhas podem imaginar como fazer algumas delas com seus
irmãos ou com crianças que vão à escola. Deixe que elas selecionem algumas para
serem desenvolvidas nas 1% séries da escola.
ÁGUA, AREIA E BARRO
Fornecendo-se alguns materiais para as crianças, elas podem brincar com água
e areia durante horas. Dê-lhes latas e cabaças de tamanhos diferentes e fure algumas
delas. Com talos de mamoeiro, folhas de bananeira e bambu pode-se fazer canudos,
bicas e calhas. Com latas, vagem seca e pedaços de madeiras pode-se fazer barcos.
Bolha de sabão podem ser feitas, usando-se talos de mamoeiro, água e sabão.
JOGOS DE CONSTRUÇÃO
Os sabugos de milho, caixas de fósforos, pedaços de madeira e caroços de fru-
tas podem ser usados pelas crianças para fazer as armações. As folhas de palmeira,
palha de milho, tábua e bambu podem ser usadas para ajudar a dar forma aos obje-
tos. A juta, sisal, cipó e outros materiais podem ser usados para amarrar e dar o aca-
bamento. Também o barro e argila, podem ser utilizados na atividade de modelagem.
JOGOS DOS SENTIDOS
Podem ser colocados, dentro de um saco, pedaços de pano, conchinhas e ou-
tras coisas para as crianças identificarem somente pelo tato. Pelo olfato podem ser
identificados pedaços de sabão, cebola, flores e outras coisas embrulhadas em papel
furado.
Certos objetos podem ser colocados dentro de latas para serem identificados
pelos diferentes sons produzidos.
JOGOS DE "FAZ-DE-CONTA"
As crianças gostam de brincar de casinha, escolinha, fazendo de conta que é
mamãe, papai ou professor. Consiga uma variedade de materiais para as crianças
usarem, tornando suas brincadeiras mais interessantes. Por exemplo: materiais para
fazer a casinha, preparar a comida, fazer bonecas e brincar de fazer compras.
BRINCANDO AO AR LIVRE
As crianças gostam de correr e brincar de pega-pega, esconde-esconde, etc. Os
troncos de árvores caídos e barrancos são bons lugares para subir e escorregar. Os
pneus velhos são bons para rolar, pular e também para fazer balanço. As pedras
grandes podem ser colocadas em distâncias diferentes, permitir que as crianças an-
dem ou pulem de uma para a outra. As crianças também podem brincar de andar
com latas sob os pés.
DESMONTANDO COISAS
As crianças aprendem e descobrem como as coisas funcionam. Para tal ativi-
dade poderão ser usadas peças velhas de carros, relógios quebrados, armadilhas para
animais e qualquer coisa que não tenha perigo.
BRINCANDO COM O SOL
As crianças gostam de brincar de pega-pega com as sombras dos outros, dese-
nhar o contorno de suas sombras no chão, criar figuras com a sombra de suas mãos,
etc.
OUTRAS BRINCADEIRAS
É muito importante o desenvolvimento da lingüagem. Aprendendo as estórias,
canções e advinhações populares, as crianças adquirem mais confiança em usar a sua
lingüagem e a entender sua cultura e seus valores.
COLETANDO E UTILIZANDO MATERIAIS PARA BRINCAR
Nem sempre há necessidade de materiais especiais para as crianças brincarem,
contudo é importante que elas aprendam a usar materiais de vários tipos. Isso pode
ajudá-las a fazer experiências, a usar a imaginação, a visão e a desenvolver sua habili-
dade manual.
Deixe que as crianças façam uma exposição do material coletado e vejam o
que foi conseguido na sua própria localidade. Deixe-as fazer brinquedos simples e
pensar como usá-los com seus irmãos ou crianças menores na escola.
O QUE PODE SER ENCONTRADO PARA BRINCAR?
As crianças mais velhas precisam de algum tempo para discutir onde encontrar
na comunidade o material para brincar:
em casa, algumas coisas podem ser encontradas, como areia, cabaças, latas
velhas, pedaços de madeira;
na comunidade podem achar bambu, pedras, vagens secas com sementes,
tábua;
no comércio local, as crianças podem encontrar coisas como retalhos, tampas
de garrafas, caixas de papelão, vasilhas de plástico; com os artesãos as crianças
podem conseguir pedaços de madeira, metal, couro, tintas;
com as indústrias locais podem obter sobras de embalagens, peças de canos e
máquinas quebradas.
QUANDO AS CRIANÇAS PODEM CRIAR OS BRINQUEDOS?
As crianças podem montar os brinquedos, aproveitando uma parte disponível
do período escolar. Os brinquedos podem ser feitos durante as aulas de Trabalhos
Manuais. Os folhetos, os cartazes e avisos podem ser feitos durante as aulas de Ex-
pressão e Comunicação; as pinturas durante as aulas de Artes.
QUEM MAIS PODE AJUDAR?
Os artesãos e os pais, que têm habilidades e querem trabalhar, podem oca-
sionalmente serem chamados a colaborar.
Os professores e as crianças podem trabalhar juntos na arrecadação de-di-
nheiro para a compra de alguns materiais.
Os diretores podem providenciar as condições para que as escolas sejam
usadas como um lugar de brincar, e também estabelecer um horário para
que as crianças maiores possam desenvolver muitas dessas atividades com
as classes menos adiantadas.
Os grupos de mães, de religiosos, de organizações políticas e culturais po-
dem também ser envolvidos para esclarecer os pais e as pessoas do local so-
bre a necessidade das crianças brincarem e a importância de que isso
ocorra.
Os balconistas e o pessoal do comércio podem colaborar, juntando embala-
gens, sobras de material e outros objetos para que as crianças possam fazer
a coleta.
COMO USAR ESSES MATERIAIS PARA BRINCAR?
As crianças menores podem usar os pedaços de papéis, papelões e jornais cole-
tados para brincar. As tintas podem ser fabricadas, usando-se corantes de plantas da
região. Os pincéis podem ser feitos de palha de milho, sisal e outros materiais.
Nas caixas de fósforos e latinhas, as crianças podem guardar sementes, pedri-
nhas e outros pequenos objetos, ou brincar de por e tirar coisas delas. Esse é um
bom brinquedo para aprenderem a classificar e contar as coisas.
As crianças mais velhas podem explicar as formas e tamanhos diferentes dos
recipientes para as crianças brincarem com barro e água.
Elas podem conseguir objetos que flutuam e afundam na água, que fazem a
água percorrer um trecho longo, correndo mais depressa ou mais devagar e os que
provocam bolhas na água.
Sempre que as crianças mais velhas decidirem coletar um conjunto de mate-
riais para as menores, elas devem selecionar aqueles que despertam mais interesse e
imaginar tudo que as crianças poderiam aprender, brincando com esse material.
À medida que as crianças crescem, elas aprendem a fazer coisas mais comple-
xas com suas próprias mãos. As maiores pensariam nos materiais que as menores
usariam para construir coisas, para desenhar, cortar, colar, bordar,para fazer monta-
gem e nos brinquedos que possibilitariam o desenvolvimento de habilidades ma-
nuais.
Brincando com coisas simples, as crianças vão aprendendo a classificar obje-
tos, por exemplo: flores de cores e cheiros diferentes, retalhos de panos com várias
texturas, objetos foscos e brilhantes, grandes e pequenos, leves e pesados.
Crescendo, as crianças vão também aprendendo sobre as partes do seu próprio
corpo. As mais velhas podem inventar jogos de pega-pega (picula, pique), de escon-
der, de saltar, de pular corda, subir e escorregar, que ajudam as menores a usarem os
seus músculos.
Também vão aprendendo a ouvir e falar. As crianças mais velhas podem cole-
cionar estorinhas, cantigas e jogos de advinhação para as menores. Podem aproveitar
a oportunidade para incentivar as menores a falar enquanto estiverem bricando, e
procurar o momento oportuno para introduzir frases na conversa, tais como: maior
que, menor que, igual a, mais e menos pesado, mais leve, mais e menos liso e outras
frases usadas para comparar coisas entre si.
ORGANIZANDO BRINCADEIRAS
As crianças mais velhas deverão pensar como poderiam ajudar as mais novas a
brincar melhor em casa, na escola e nos arredores. Existem muitas situações em que
elas podem colaborar:
em casa, onde as crianças já brincam, as maiores podem ser orientadas a
encontrar um lugar apropriado e uma caixa para guardar os brinquedos;
nas creches e nos parques infantis, as crianças maiores podem ser encoraja-
das a auxiliar a professora, organizando brincadeiras, fazendo brinquedos
ou contando estórias para as pequenas;
na escola, as crianças maiores podem ser orientadas a delimitar espaços nos
pátios que poderiam ser usados como áreas de lazer nos fins de tardes e de
semanas. Também podem colaborar, fazendo marcações nesses espaços e
arrumando os materiais para as crianças menores brincarem;
nos postos de saúde e lugares onde há reuniões, as crianças mais velhas po-
dem colaborar, conseguindo o material para distrair as crianças menores
que vão com seus pais.
Se as crianças maiores quiserem colaborar, para organizar melhor as brincadei-
ras para as menores, precisarão saber como fazer isso:
trocando idéias e planejando como conseguir materiais para brincar em
casa;
discutindo com os professores das escolas maternais, dos jardins de infân-
cia e, com as crianças-que-cuidam-de-outras, a melhor forma para coope-
rar;
convencendo a direção das escolas e os membros da comunidade que a es-
cola ou os lugares de reuniões podem ser usados para a realização das ativi-
dades criativas.
AVALIANDO A ATIVIDADE
Peça para as crianças trazerem e mostrarem alguns brinquedos novos que fize-
ram para os seus irmãos menores e os jogos e estórias que inventaram ou aprende-
ram.
Pergunte ao pessoal das escolas maternais, dos jardins de infância, dos cursos
primários, dos postos de saúde se têm observado as crianças menores usando alguns
brinquedos ou jogos novos.
Peça às crianças para verificarem os pátios e as classes nas escolas. Estão em
boas condições os brinquedos, os jogos e as áreas de brincar que elas criaram?
OUTRAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS
Muitas crianças cuidam das menores, enquanto os seus pais estão fora de casa
ou saem para trabalhar.
Os alunos mais velhos (ou membros de associações de jovens) podem ser sub-
divididos, ficando cada grupo responsável por um certo número de casas. Esses gru-
pos podem, então, transmitir as atividades de brincar para as casas que têm crian-
ças.
As crianças maiores podem montar cadernos de desenho, fazer quebra-cabe-
ças e jogos de montar para os seus irmãos mais novos.
Podem preparar uma caixa de brinquedos para ser usada nos postos de saúde e
em outros lugares de reuniões, onde as crianças vão com seus pais. Como "chefes
das brincadeiras", elas mesmas podem planejar como ajudar a cuidar das menores.
9. BUSCANDO O MELHOR ALIMENTO
A IDÉIA
As crianças, especialmente as menores, precisam ser bem alimentadas. É ne-
cessária uma alimentação adequada em quantidade e qualidade, para que elas cres-
çam, sejam ativas e aprendam. Se elas não se alimentarem suficientemente bem, fi-
carão magras e freqüentemente doentes.
É comum a criança mais velha ser responsável pela preparação da comida das
menores.
Esta atividade tem como objetivo:
- ensinar às crianças a importância da boa alimentação para um bom cresci-
mento;
— mostrar para elas como se prepara uma comida saudável para nenês e crian-
ças menores;
Algumas das atividades podem ser desenvolvidas com as crianças mais novas
e outras com as mais velhas.
QUEM PODE APRESENTAR ESTA ATIVIDADE PARA AS CRIANÇAS?
O pessoal da saúde pode introduzi-la nas escolas ou no Posto de Saúde; os
professores; os líderes de grupos de jovens, pais e outros adultos podem contribuir
também para enfatizar a importância desta idéia, aproveitando para difundi-la nas
festinhas da escola e em outras festas populares.
Não se esqueça que os costumes alimentares variam por muitas razões. Mudar
tradições e hábitos alimentares é muito difícil e leva muito tempo.
Estas mudanças são sempre a longo prazo e se as idéias são novas para os pais,
as atividades deverão ser planejadas cuidadosamente, antes dos professores apresentá-
las para as crianças.
A ATIVIDADE
ALIMENTAÇÃO E CRESCIMENTO
As crianças devem ser orientadas a entender a relação existentes entre alimen-
tos e crescimentos. Para isto uma experiência simples pode ser realizada.
Por exemplo, a observação do crescimento de duas lagartas de mesmo tama-
nho, uma alimentada com bastante folhagem e a outra com pouca. Após alguns dias
pode-se comparar e discutir a diferença de crescimento entre as lagartas.
As crianças poderão concluir que a lagarta que comeu pouco, cresceu menos.
Explicar para as crianças que os nenês também precisam de quantidades sufi-
cientes de alimentos para que possam se desenvolver bem.
Como dever de casa, peça para que as crianças observem o que é que seus ir-
mãos menores comem durante um dia inteiro.
Qual é a quantidade?
Quantas vezes ao dia eles comem?
Quais os tipos de alimentos?
É interessante pedir a uma ou duas mães que tragam os seus nenês para a clas-
se. Ou pedir às crianças que têm irmãos pequenos em suas famílias que falem sobre
eles.
Compare as crianças de diferentes idades:
menores de um mês.
perto do 49 mês.
entre o 69 e 99 mês (que senta, mas ainda não anda).
um ano e meio para dois anos de idade.
Qual o tamanho deles?
O que podem fazer?
Quais são os tipos de alimentos que comem?
Discuta as diferenças em cada fase e chame atenção para a importância dos
alimentos no crescimento. Insista que:
o leite materno é o ideal para o desenvolvimento da criança.
a partir do 3º mês as crianças necessitam de outros alimentos além do leite
materno.
as crianças, até os dois anos de idade, precisam ser bem alimentadas, pois
durante esta fase o seu crescimento é mais rápido.
ALIMENTOS PARA AS CRIANÇAS EM CRESCIMENTO
As crianças pequenas, que estão crescendo rapidamente, precisam comer com
maior freqüência durante o dia.
Uma criança de 2 anos de idade precisa de metade da quantidade de comida
que um adulto necessita diariamente. Entretanto, ela tem um estômago pequeno e
não pode comer tanta comida de uma só vez quanto um adulto.
Para se ter uma idéia disso, pode-se cozinhar a quantidade determinada de ali-
mentos, equivalente às necessidades diárias de uma criança de dois anos. Por exem-
plo:
farinha de mandioca................................................ 2 xícaras
fubá......................................................................... 2 xícaras
arroz ..................................................................... 11/2 xícaras
Mostre uma dessas quantidades de comida preparada, e deixe que elas digam
quanto os seus irmãos de 2 anos comem durante um dia.
Assim elas verão que as crianças pequenas precisam de comer 3 ou 4 refeições,
durante o dia, para adquirir toda a energia que elas necessitam. Alimentos ricos em
energia são: açúcar, óleo, gordura, amendoim, óleo de coco, óleo vegetal. Se as
crianças menores comem esses alimentos ricos em energia, juntamente com sua ali-
mentação básica, não necessitarão, portanto, comer uma grande quantidade. Mostre
às crianças que:
Se possível, as crianças menores deveriam comer uma mistura de alimentos
que tivesse feijão, ervilhas, juntamente com alguma quantidade de óleo.
O óleo pode ser misturado com o alimento ou o alimento pode ser cozido
nele.
Desta maneira, por exemplo, uma colher de sopa de óleo pode substituir um
quarto de uma xícara de arroz.
É muito importante lembrar que uma boa alimentação não é constituída so-
mente de alimentos energéticos, mas deve incluir os que contêm proteínas, vitami-
nas e sais minerais, como: leite, carne, ovo, feijão, legumes, verduras e frutas.
ALIMENTOS PARA AS CRIANÇAS DOENTES
As crianças que têm febre ou qualquer outro tipo de doença necessitam de
mais alimento do que as outras que estão bem.
Converse com as crianças que tiveram um dos seus irmãos doente e discuta
com elas:
Que tipo de alimento foi dado durante a doença?
A criança comeu menos? Ela emagreceu?
Podemos evitar que uma criança doente emagreça, alimentando-a com maior
freqüência. Uma criança doente precisa tomar mais líquido e comer alimentos leves
e pastosos, de maneira que possam ser digeridos facilmente.
Assim que a criança não tiver mais febre ou se sentir melhor, precisará comer
ainda mais do que o habitual, para sua recuperação.
DESCOBRINDO SE NOSSAS CRIANÇAS TÊM ALIMENTOS SUFICIENTES
PARA COMER
As vezes as crianças são magras, porque na sua região não existe alimento sufi-
ciente.
Quando isto acontece, é provável que a grande maioria da população esteja
nas mesmas condições.
Outras vezes, existe quantidade suficiente de alimento na região, mas mesmo
assim ainda há crianças magras.
Existem várias razões para isto, contudo, a causa mais freqüente é que as
crianças não têm alimento suficiente para comer.
Pode-se descobrir o grau de "Desnutrição" de uma criança, medindo a circun-
ferência da parte média do seu braço. Se a criança estiver muito magra, é preciso
alertar aos pais sobre a gravidade do problema.
É também importante que o pessoal da saúde procure conversar com a famí-
lia, pois podem existir várias razões que levem esta criança a ser tão magra.
As crianças podem fazer uma fita especial para medir, usando o método de
avaliação colorida, conhecida como fita de Shakir. Assim, pode-se medir a circunfe-
rência da parte média do braço, em crianças de 1 a 5 anos de idade. Com esta fita
podemos obter três informações, dependendo da faixa de cor que for obtida: verde
— indica que a criança está crescendo normalmente. amarela — indica que a criança
precisa comer melhor. vermelha — indica que a criança está muito magra e
necessita de muito mais alimento. Neste caso, o pessoal da Saúde tem que ser
informado para confirmar o problema e encontrar a melhor maneira para orientar a
família. Na classe, as crianças podem praticar como usar a fita, medindo os seus
colegas. As crianças maiores poderiam ser envolvidas num programa de
levantamento de medida das crianças entre 1 a 5 anos da comunidade. Este
levantamento pode ser planejado em conjunto, com o pessoal da saúde, professores e
as crianças da área, para ser realizado periodicamente.
Faça uma fita de pano, papel, plástico ou de raio-X (bem limpo). É muito im-
portante que o material utilizado não seja elástico e que as medidas sejam feitas cui-
dadosamente.
CRIANÇAS PRATICANDO
As crianças podem planejar e cozinhar refeições saudáveis na escola. Isto pode
ser feito de várias maneiras, por exemplo:
tomando o café da manhã juntos na escola, uma vez por semana;
cozinhando e almoçando juntos, pelo menos uma vez por semana.
Os alunos de 3ª a 6ª série podem fazer isto em grupos alternados. As despesas
poderiam ser feitas pelas próprias crianças, trazendo algum alimento básico ou uma
pequena contribuição para a aquisição de algum alimento protéico e vegetais (caso
não seja possível, arranjar na horta da escola).
As crianças menores podem ser encorajadas a plantar em potes, vasos de barro
ou caixotes, certos tipos de frutas de crescimento rápido, como por exemplo, ma-
mão. Elas podem observar o seu crescimento e depois replantá-lo nos quintais de
suas casas ou na própria escola.
Numa outra atividade, as crianças podem medir a altura e, se possível, o peso
de todos os alunos da classe.
As classes da 5ª e 6ª séries podem ajudar as crianças menores a fazer a medida.
Todas as medidas devem ser escritas e colocadas num cartaz, na parede de cada clas-
se. Esta atividade pode ser desenvolvida a cada 3 meses e os resultados comparados.
AVALIANDO A ATIVIDADE
Durante uma semana, as crianças podem anotar quantas vezes comem alimen-
tos energéticos.
Elas podem contar como deram líquidos e alimentos adequados, ajudando as-
sim na recuperação dos seus irmãos menores.
OUTRAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS
Existem várias outras atividades que ajudam as crianças a entenderem melhor
sobre o alimento.
As crianças podem fazer modelos de frutas ou verduras com barro, papel ou
outro material. Com isto um mercado pode ser improvisado, e as crianças brinca-
riam de comprar alimentos para a sua família.
Podem também planejar a compra dos melhores alimentos, fazendo uma re-
feição sadia e barata para a sua família. As crianças podem visitar o mercado local,
feira ou quitanda, para observar os preços dos alimentos, e a partir disso planejar
uma refeição.
Cada classe pode plantar verduras e frutas na horta da escola ou em terrenos
baldios da vizinhança. A colheita pode ser usada nas refeições da escola, ser levada
para casa ou ainda vendida.
A escola pode construir tanques e criar peixes. No fim de cada semestre, em
festas na escola, as crianças mais velhas poderiam preparar e oferecer refeições para
os pais.
Elas podem ainda montar um teatrinho sobre "A criança que cresceu bem,
porque comeu bons alimentos".
10. MELHORES HÁBITOS DE SAÚDE
A IDÉIA
Os bons hábitos de saúde contribuem para uma vida sadia. A comunidade que
tem bons hábitos de saúde:
é limpa e agradável para se viver; tem pessoas fortes que não adoecem com
freqüência; as pessoas são solidárias umas com as outras. Na comunidade as crianças
começam a aprender hábitos de saúde, desde pequenas. As crianças adquirem bons
hábitos de saúde, desde que sejam incentivadas a praticá-los.
As crianças mais velhas podem ajudar as mais novas a desenvolverem os bons
hábitos de saúde, pois assim elas saberão como:
conservar saudável o ambiente em que vivem;
crescerem fortes e sadias;
desenvolver a solidariedade entre as pessoas.
QUEM PODE APRESENTAR ESTAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS?
Os professores podem envolver as crianças da escola;
O pessoal da Saúde e os voluntários podem orientar as crianças na escola ou
em outras atividades fora.
Os lideres da comunidade podem colaborar.
Estas idéias poderão ser divulgadas para as crianças através da imprensa, rádio,
cantigas, etc.
A ATIVIDADE
FAZENDO DA ESCOLA UM LUGAR AGRADÁVEL
As crianças, na escola ou em agremiações de jovens, podem ser incentivadas a
discutir e fazer suas próprias regras, para manter seu ambiente saudável: removendo
lixo e colocando em lugar apropriado; acabando com poças d'água e mosquitos;
plantando e conservando as árvores;
guardando materiais e ferramentas, mantendo as áreas de jogos sem perigo. Elas
podem formar grupos mirins de saúde, para observar se estes hábitos estão sendo
praticados.
Algumas vezes, crianças (e adultos) perdem a calma e fazem coisas desagradá-
veis. Discuta estas situações com as crianças:
crie estórias e jogos para as crianças perceberem as necessidades e senti-
mentos dos outros;
deixe-as decidir o que fazer em situações difíceis como, por exemplo, quando
as crianças brigam, roubam ou criticam as outras; elas podem encenar um
teatrinho, aproveitando uma destas situações e talvez baseando-se em fatos já
acontecidos entre elas. Podem também contar como isto foi resolvido
amigavelmente. Cada criança mais velha se responsabilizaria por uma mais
nova, ajudando-a
em qualquer situação difícil.
HÁBITOS HIGIÊNICOS
HIGIENE DA PELE
Doenças de pele, tais como sarna, impigem, coceira por picadas de insetos,
são comuns entre as crianças. Estas doenças podem ser prevenidas, através de bons
hábitos de higiene.
As crianças podem discutir como prevenir e tratar algumas das doenças mais
comuns de pele, tais como:
Sarna (escabiose)
É uma doença que causa coceira no corpo, principalmente durante a noite e
localizando-se com mais freqüência entre os dedos das mãos e pés, nas axilas, ná-
degas e genitália. O parasita que causa esta doença vive na pele.
Se uma pessoa estiver com sarna, todas as outras que moram na mesma casa
precisarão ser tratadas.
O tratamento é feito com uma loção especial, receitada no Posto de Saúde, e
deve ser aplicada em todo o corpo. Todas as roupas de cama e uso pessoal devem ser
fervidas e expostas ao sol.
Impigem (tinea)
Esta pode começar após um corte ou arranhão da pele. Na cabeça, os cabelos
caem em forma circular e uma inchação pode surgir no local. Em outras partes do
corpo, a impigem aparece como áreas avermelhadas, algumas vezes com pequena in-
chação e pontos amarelados.
Se uma criança tem impigem, é importante evitar que ela use objetos dos ou-
tros, como pentes, escovas, tesouras, etc. O tratamento deve ser feito com uma po-
mada receitada no Posto de Saúde, necessitando, freqüentemente, de um tratamento
especial.
Picadas de insetos
Picadas de insetos causam irritações na pele. Alguns deles como muriçoca,
pernilongo, mosquitos, borrachudos provocam leves inchações locais (calombos)
que se prolongam por um dia ou mais. Muitos deles se reproduzem em águas empo-
çadas.
Para impedir que isto aconteça, uma das maneiras é acabar com águas empo-
çadas, além da necessidade de se promover condições sanitárias adequadas.
Insetos, como pulga e carrapato, podem ser encontrados em roupas, lençóis e
em animais. Por isso devemos manter os animais domésticos (cachorros, gatos, gali-
nhas) e outros, fora ou afastados da casa.
O piolho pode viver em cabelos e roupas. Para eliminá-lo é preciso manter
roupas pessoais e de cama limpas, lavar os cabelos e usar loção especial, receitada
no Posto de Saúde. É importante tratar todos, tanto em casa como na escola.
As crianças devem aprender a reconhecer as doenças de pele e até ajudar os
professores nas inspeções regulares dos alunos da escola. Se houver alguém com
qualquer destes problemas, elas podem orientar como conseguir o tratamento
correto.
CUIDANDO DOS DENTES
As crianças devem entender a importância de cuidar dos dentes diariamente.
Elas devem escová-los, sempre após as refeições, e não comer doces ou beber refri-
gerantes (como por exemplo: coca-cola, fanta, etc), evitando assim a cárie dos
dentes.
Deixe que as crianças olhem os dentes umas das outras. Enquanto observam,
elas podem verificar se os dentes estão limpos ou sujos e se há dentes estragados ou
furados.
Os dentes estragados e furados devem ser tratados e não extraídos. Enquanto
não for possível fazer o tratamento, as crianças podem sugerir remédios caseiros
para aliviar as dores de dente. Contudo, é preciso sempre lembrar que isto não im-
pede que os dentes continuem se estragando.
Os dentes se estragam se você come muito alimento doce, como por exemplo
bolos, bombons e bebe refrigerantes. Aqui está uma simples experiência que você
pode fazer com dois dentes de leite que já caíram. Coloque um dentro de um copo
com refrigerante (coca-cola) e o outro dentro de um copo com água. Deixe durante
toda a noite e, no dia seguinte, observe que o dente que permaneceu no refrigerante
ficou estragado e ao outro nada aconteceu.
As crianças podem aprender o modo correto de escovar os dentes.
Demonstre e pratique com elas a maneira adequada de escovar os dentes, mo-
vimentando a escova para cima e para baixo, em todos os dentes, e nunca de um la-
do para outro.
As crianças podem trazer suas escovas para a escola todos os dias e escovar os
dentes depois da merenda.
As crianças maiores podem ensinar seus irmãos menores como escovar os den-
tes corretamente.
Elas também podem aprender a fazer a pasta de dente, misturando sal e bicar-
bonado de sódio, em quantidades iguais, ou usar somente o sal de cozinha.
OLHOS SADIOS
É importante ter cuidado com os olhos, pois todos nós queremos tê-los limpos
e sadios. Para isso as crianças precisam entender que é importante comer verduras,
legumes e frutas, como por exemplo, abóbora (jerimum), cenoura, espinafre,
manga, mamão, laranja, etc.
As crianças podem dar um passeio nos arredores, visitando as feiras e merca-
dos locais e fazendo uma lista de todas estas verduras, legumes e frutas com seus
respectivos preços. Estes alimentos são caros? Quem os come? Como eles são prepa-
rados e quando?
As crianças mais velhas podem trazer frutas para a escola e dividir com as mais
novas. Em casa, elas também podem prestar atenção se seus irmãos comem todos os
dias frutas e verduras.
As crianças, com freqüência, aparecem com os olhos sujos e com pus. Por isso
elas devem aprender a lavar os olhos sempre com água limpa. Se elas observarem pus
nos olhos das crianças menores, devem comunicar a um adulto, ajudando assim a
prevenir doenças como conjuntivite e até tracoma, que pode levar à cegueira.
OUVIDOS SADIOS
Comente com as crianças como elas se sentiriam, se não ouvissem bem. Faça
algumas perguntas como:
Você conhece alguém que não ouve bem? Você conversa com eles
de maneira diferente? Por que? Como você se sentiria, se não
ouvisse bem? As crianças podem testar sua audição, fazendo um
jogo como este:
1 - Uma criança mais velha fica em pé alguns metros atrás de uma mais no-
va que está iniciando na escola.
2 — Ao lado da mais nova, uma mais velha com lápis e papel na mão.
3 — A 1ª criança fala muito alto o nome de um animal.
4 - A mais nova, depois que ouve, cochicha para a maior que está ao seu la-
do o nome que ouviu.
5 - A mais velha escreve no papel uma lista de nomes que a menor ouviu.
A 1? criança continua falando, em voz cada vez mais baixa, outros nomes de
animais, até que o último seja pronunciado bem baixinho. Depois de se ter dito dez
nomes de animais, faça comparação com as listas de outras crianças. Se surgirem
listas com muito menos palavras que outras, isto poderá dar uma idéia dos proble-
mas auditivos encontrados entre as crianças. Deixe-as sentarem na frente da classe e
providencie para que sejam examinadas pelo Pessoal da Saúde, principalmente se
apresentam pus ou dor de ouvidos.
As crianças mais velhas podem ajudar a cuidar da higiene dos ouvidos dos seus
irmãos menores, olhando regularmente se há pus ou pequenos objetos. Se observa-
rem alguma coisa estranha, deverão comunicar a uma pessoa mais velha que deverá
levar a criança ao Posto de Saúde.
AVALIANDO AS ATIVIDADES
As crianças podem fazer uma tabela e anotar os nomes de verduras e frutas que
comem diariamente. Mensalmente, a tabela de várias classes podem ser comparadas,
para se discutir as razões das diferenças entre as tabelas.
As crianças mais velhas podem verificar se as mais novas aprenderam a manei-
ra certa de escovar os dentes.
OUTRAS ATIVIDADES PARA AS CRIANÇAS
Elas podem fazer um teatrinho acerca de seus dentes. Os personagens pode-
riam ser:
João Micróbio - um homem mau
Chico Molar — um homem bom, porém mal educado
D. Maria Pasta e Sr. José Escova — duas pessoas bondosas que impedem
João de atacar Chico.
O teatrinho pode ser representado por professores e crianças.
Chico Molar fala para D. Maria Pasta como é a vida de um dente sadio. Ele
conta como tem medo de João Micróbio.
João Micróbio aparece e conta à platéia como ele planeja estragar Chico Mo-
lar.
D. Maria Pasta e Sr. José Escova discutem como impedir João Micróbio de
atacar Chico Molar.
Chico Molar aparece coberto de doce.
João Micróbio ataca Chico Molar que não tem condições de se defender e pe-
de ajuda. Sr. José Escova retira o doce e João Micróbio não consegue atacar Chico.
Chico Molar descreve sua sorte de ter escapado da briga e explica a importân-
cia de não se comer muito doce e de se limpar bem os dentes.
Uma outra atividade que as crianças podem realizar é cultura de verduras e
árvores frutíferas em seus quintais, tais como laranjeiras, mamoeiros, bananeiras,
etc.
Algumas verduras e frutas ficam escassas, quando faltam as chuvas, por isso é
preciso aprender a conservá-las através de métodos caseiros, pois muitas frutas po-
dem ser postas para secar e guardadas em vasilhas fechadas.
11. UMA PALAVRA FINAL
Olhando a primeira página deste livro, os leitores poderão relembrar que existe
muita gente, de vários países do mundo, envolvida no Programa Criança para
Criança, levando idéias, discutindo-as e experimentando-as.
Este livro contém somente algumas dessas idéias.
Provavelmente vocês, leitores, pensarão em outras mais.
Todos nós que já estamos envolvidos neste programa, nunca poderemos con-
cordar que estas idéias sejam as melhores e as mais importantes, pois viemos de
países diferentes com problemas e prioridades peculiares.
Mas, por outro lado, somos unânimes em concordar que a idéia central Criança
para Criança deve permanecer.
Temos também que reconhecer tudo aquilo que as crianças mais velhas têm
feito, vêm fazendo e poderão fazer pelos seus irmãos menores.
Portando devemos considerar a participação das crianças, ajudando-se mutua-
mente e cooperando conosco, para fazer da nossa comunidade um lugar melhor para
se viver.
Devemos entender o quanto é importante a cooperação de todos nós, "profes-
sores da comunidade", com o objetivo de melhorar a saúde da criança.
Não devemos esperar mudanças da noite para o dia, porque a mudança verda-
deira é um processo lento e contínuo.
Se houver a participação de cada um de nós, a mudança ocorrerá.
O QUE FAZER?
Embora já exista na comunidade uma cooperação mútua entre os diferentes
"professores" de saúde, ela pode ser sempre melhorada.
Vamos tentar isto, trabalhando juntos.
O pessoal da saúde deve se entrosar com os professores e discutir, em cada
situação, qual a melhor maneira possível da criança ser sadia.
E reconhecer Criança para Criança como um dos caminhos.
Trabalhando juntos, tentem uma das atividades desse livro ou, melhor ainda,
modifiquem uma delas em função das necessidades locais.
Dessa união e cooperação poderá resultar um caminho para as nossas crianças
terem melhores condições de vida.
Caro professor,
A forma de amor que leva o homem a sair de dentro de si, a se dar a outrem e
ao mundo, exprime-se numa extraordinária maneira de viver, de sentir, de expressar-
se, e de humanizar o humano.
É sobre essa forma de amor que estou pensando ao colocar em suas mãos este
programa "Criança para Criança", porque você, que tem vivido este amor extrover-
são, que se tem doado à tarefa de fazer nossas crianças mais felizes, é capaz de en-
tender a sua importância, os seus mais altos propósitos e é, portanto, capaz de retirar
dele o melhor proveito para a consecução dos seus objetivos educacionais.
O programa "Criança para Criança" visa a aproveitar o potencial das crianças,
na faixa etária de 7 a 14 anos, para um trabalho educativo com outras mais novas.
Sabemos que em nosso País é uma tradição, nas famílias de baixa renda, as crianças
mais velhas cuidarem das mais novas. Observou-se também, que essas crianças no
desempenho dessas atividades, cujo grau de responsabilidade é grande, apresentam
um melhor desenvolvimento psicológico, são mais descontraídas e mais desinibidas.
Tal constatação nos levou a desejar transformar essa atividade em ação lúdica, redi-
mensionando-a e tornando-a mais estimulante, de maneira a constituir-se num fator
influente na sua transformação em adultos mais humanos, ativos e integrados de
forma positiva e conseqüente, no desenvolvimento de sua comunidade.
E nosso propósito, por outro lado, com a execução do programa, estimular a
relação escola-família-comunidade por meio de orientação mais sistemática a Clubes
de Mães, Grupos de Jovens, Associações de Bairro, etc.
Este é um trabalho, caro professor, que lhe propiciará a oportunidade de par-
ticipar como agente de uma nova página da educação brasileira. Nas suas mãos está
o poder de transformar o mundo que nos cerca e, quanto maior for esta tarefa, maior
será o júbilo do sucesso em seu desempenho, porque, tenho certeza, você saberá
colocar a alma em cada ato, em cada palavra, em cada sorriso e em cada lágrima.
Por isso, caro professor, ao lançar o programa Criança para Criança, conto
com você.
Com profunda admiração,
CÓD. SPE. 1. 1981
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