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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CRESCIMENTO, TEOR DE CÁLCIO E CONTROLE DA BROCA Hypsipyla grandella
Zeller, 1848, NO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King) EM SISTEMA
HIDROPÔNICO SOB DOSES CRESCENTES DE CÁLCIO
SANDRA ANDRÉA SANTOS DA SILVA
BELÉM-PA
2006
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Silva, Sandra Andréa Santos da
Crescimento, teor de cálcio e controle da broca Hypsipyla
grandella Zeller, 1848, no mogno brasileiro (Swietenia macrophylla,
King) em sistema hidropônico sob doses crescentes de cálcio /
Sandra Andréa Santos da Silva. Belém, 2006.
77f.:il.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Federal
Rural da Amazônia, Belém, 2006.
1. Mogno Brasileiro 2. Swietenia macrophylla 3. Broca 4.
Hypsipyla grandella 5. Cálcio I. Título
CDD – 583-25
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CRESCIMENTO, TEOR DE CÁLCIO E CONTROLE DA BROCA Hypsipyla grandella
Zeller, 1848, NO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King) EM SISTEMA
HIDROPÔNICO SOB DOSES CRESCENTES DE CÁLCIO
SANDRA ANDRÉA SANTOS DA SILVA
Engenheira Agrônoma
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural da
Amazônia, como parte das exigências do Curso de Mestrado em
Agronomia, área de concentração Solos e Nutrição de Plantas,
para a obtenção do título de Mestre.
Orientadora:
Engenheira Agrônoma Prof. Dra. Maria Marly de Lourdes Silva Santos
Co-orientador:
Engenheiro Agrônomo Prof. M.Sc. Mário Lopes da Silva Júnior
BELÉM-PA
2006
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CRESCIMENTO, TEOR DE CÁLCIO E CONTROLE DA BROCA Hypsipyla grandella
Zeller, 1848, NO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King) EM SISTEMA
HIDROPÔNICO SOB DOSES CRESCENTES DE CÁLCIO
SANDRA ANDRÉA SANTOS DA SILVA
Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural da
Amazônia, como parte das exigências do Curso de
Mestrado em Agronomia, área de concentração Solos e
Nutrição de Plantas, para a obtenção do titulo de Mestre.
Aprovada em 24 de março de 2006
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________
Engenheira Agrônoma Prof. Dra. Maria Marly de Lourdes Silva Santos
Orientadora
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
_____________________________________________________________
Geóloga Dra. Maria de Lourdes Pinheiro Ruivo
Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG
_____________________________________________________________
Engenheiro Agrônomo Prof. Dr. Orlando Shigueo Ohashi
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
_____________________________________________________________
Engenheiro Agrônomo Prof. Dr. George Rodrigues da Silva
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
DEDICATÓRIA
À DEUS, pela vida
A minha mãe Sandra Santos
Ao meu pai Edilson Fonseca
Ao meu noivo José Carlos
Ao meu irmão Sidney Santos
Aos meus avós Abelardo e Nazaré
Aos meus tios Alcir e Elinete
Por todo o esforço incondicional, dedicação, carinho, respeito e paciência durante o período
desta pesquisa e que dispensaram e compreenderam a ausência em alguns momentos e
encontros familiares para a conquista de mais um objetivo.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta
pesquisa, em especial:
- Primeiramente à Deus pela força em todos os momentos desta caminhada;
- À Universidade Federal Rural da Amazônia, pelo curso oferecido;
- À Prof. Dra. Maria Marly de L. S. Santos, pela dedicação, compreensão, paciência,
amizade e orientação;
- Ao Prof. M.Sc. Mário Lopes da Silva Júnior, pela orientação e dedicação nos auxílios
constantes no período da condução do experimento e apoio durante todas as análises;
- Ao Prof. Dr. Orlando Shigueo Ohashi, pelo auxílio prestado no trabalho, sempre que
solicitado;
- Ao Prof. Dr. George Rodrigues da Silva, em especial pelo conhecimento e experiência
emprestada ao trabalho;
- Às pós-graduandas Vânia Silva de Melo, Susany de Sena Nery e Natasha Teixeira
Soares por todo o incentivo, companheirismo e apoio durante a realização deste trabalho;
- Aos Bolsistas de Iniciação Científica Rosivaldo Araújo e Elaine Rodrigues e aos
Engenheiros Agrônomos Márcio Gerdhanes Guedes e Gleicilene Almeida, pelo apoio
durante a realização deste trabalho;
- À CAPES pela Bolsa de Estudo concedida;
- Ao Max Sarrazin pela amizade e o apoio para a realização desta pesquisa;
- Aos laboratoristas Sr. Júlio Costa e Sra. Joana Almeida, pela colaboração durante a
realização das análises laboratoriais;
- Aos meus familiares que contribuíram com constante apoio e incentivo durante a pesquisa,
em especial à Sandra (Mãe), Fonseca (Pai), José Carlos (noivo), Sidney (Irmão), Nazaré e
Abelardo e aos meus tios (Elinete, Alcir, Elza e Alcenor), o meu eterno agradecimento.
EPÍGRAFE
“Pesquisar é dialogar, produzir
conhecimento, método de comunicação.
Quem não pesquisa apenas reproduz, escuta
ou assiste à comunicação dos outros”
Pedro Demo
SUMÁRIO
p.
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1 CRESCIMENTO, TEOR DE CÁLCIO E CONTROLE DA
BROCA Hypsipyla grandella Zeller, 1848, NO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia
macrophylla, King) EM SISTEMA HIDROPÔNICO SOB DOSES CRESCENTES
DE CÁLCIO.......................................................................................................................
12
RESUMO ............................................................................................................................ 13
ABSTRACT ........................................................................................................................ 14
1.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15
1.2 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................
17
1.2.1 Família Meliácea....................................................................................................... 17
1.2.2 Zona de ocorrência da Swietenia macrophylla (mogno)........................................ 17
1.2.3 Características da Swietenia macrophylla............................................................... 19
1.2.4 Estoque de Swietenia macrophylla na Amazônia Brasileira.................................. 20
1.2.5 Classificação taxonômica da Swietenia macrophylla.............................................. 22
1.2.6 Praga das Meliáceas.................................................................................................. 23
1.2.6.1 Distribuição geográfica da Hypsipyla grandella.................................................... 23
1.2.6.2 Classificação taxonômica da Hypsipyla grandella................................................ 24
1.2.6.3 Características biológicas da Hypsipyla grandella (ovo, lagarta, crisálida, adulto) 24
1.2.6.4 Danos causados pela Hypsipyla grandella.............................................................. 26
1.2.6.5 Gerações de Hypsipyla grandella............................................................................ 26
1.2.6.6 Controle da Hypsipyla grandella............................................................................. 27
1.2.7 Importância do Cálcio nas Plantas.......................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 29
CAPÍTULO 2 CRESCIMENTO DO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia
macrophylla, King) CULTIVADO EM MEIO HIDROPÔNICO, EM FUNÇÃO DO
TEMPO DE APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE CÁLCIO........................ 35
RESUMO............................................................................................................................. 36
ABSTRACT......................................................................................................................... 37
2.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 38
2.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 39
2.2.1 Localização, Instalação e Condução do Experimento........................................... 39
2.2.2 Tratamentos e Delineamento Experimental........................................................... 42
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 42
2.3.1 Crescimento de Swietenia macrophylla................................................................... 43
2.3.1.1 Altura e diâmetro do caule das mudas de plantas de Swietenia macrophylla......... 43
2.3.1.2 Matéria seca das mudas de plantas de Swietenia macrophylla............................... 51
2.3.2 Teor de Cálcio nas Matérias Secas das Plantas de Swietenia macrophylla.......... 55
2.4 CONCLUSÃO............................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 57
CAPÍTULO 3 INFLUÊNCIA DO CÁLCIO NO ATAQUE DA BROCA Hypsipyla
grandella, Zeller, 1848 EM MUDAS DE MOGNO BRASILEIRO (Swietenia
macrophylla, King)............................................................................................................
60
RESUMO............................................................................................................................. 61
ABSTRACT......................................................................................................................... 62
3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 63
3.2 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................... 65
3.2.1 Localização, Instalação e Condução do Experimento........................................... 65
3.2.2 Tratamentos e Delineamento Experimental........................................................... 69
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 71
3.3.1 Susceptibilidade do mogno ao ataque de H. grandella broca............................... 71
3.3.2 Comprimento da galeria da broca H. grandella em relação ao teor de cálcio
no caule............................................................................................................................... 73
3.4 CONCLUSÃO............................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 76
LISTA DE TABELA
p.
Tabela 1: Composição química das soluções nutritivas estoques, em molar (M), e dos
tratamentos, em mL.L
-1
, utilizadas no experimento (HOAGLAND &
ARNON, modificada por EPSTEIN, 1975)......................................................
40
Tabela 2: Valores da análise de variância com as fontes de variação (FV), graus de
liberdade (GL), os quadrados médios e respectivos significâncias da altura e
diâmetro do caule em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função da
idade da planta (em dias) e as diferentes doses crescentes de cálcio................ 42
Tabela 3: Valores da análise de variância com as fontes de variação (FV), graus de
liberdade (GL), os quadrados médios e respectivos significâncias da matéria
seca e teor de cálcio em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função da
idade das plantas (em dias) e as diferentes doses crescentes de cálcio........
43
Tabela 4: Médias de altura e diâmetro do caule de mudas de plantas de mogno brasileiro
em função da idade da planta sob diferentes doses crescentes de
cálcio.................................................................................................................
45
Tabela 5: Valores de altura e diâmetro do caule em mudas de plantas de mogno brasileiro
(Swietenia macrophylla, King), em função da idade das plantas sob diferentes
doses crescentes de cálcio.......................................................... 50
Tabela 6: Médias de matéria seca das raízes (MSR), do caule (MSC), das folhas (MSF)
e total (MST) e teores de cálcio no caule (CaC), nas folhas (CaF) e na raízes
(CaR) em plantas de mogno brasileiro, em função do tempo de aplicação de
doses crescentes de cálcio ........................................................... 52
Tabela 7: Médias de matéria seca do caule (MSC), das folhas (MSF), das raízes (MSR)
e total (MST) de plantas de mogno brasileiro, em função da interação entre
tempo de aplicação e doses crescentes de cálcio.................... 54
Tabela 8: Médias dos teores de cálcio na matéria seca do caule (CaC), das folha (CaF)
e das raízes (CaR) em plantas de mogno brasileiro, em função da interação
entre tempo de aplicação e doses crescentes de cálcio..................................... 56
Tabela 9: Composição química das soluções nutritivas estoques, em molar (M), e dos
tratamentos, em mL.L
-1
, utilizadas no experimento (HOAGLAND &
ARNON, modificada por EPSTEIN, 1975)...................................................... 66
Tabela 10: Estimativas dos parâmetros das equações de regressão lineares simples entre
o efeito da concentração de cálcio no caule (CaC) de mogno e as variações
ocorridas no comprimento da galeria (CG) em caule de mogno feita pela
broca H. grandella............................................................................................
74
LISTA DE FIGURA
p.
Figura 1: Vista do experimento de mogno brasileiro cultivado em sistema hidropônico,
para avaliação do crescimento e nutrição da cultura, UFRA, Belém – PA...... 39
Figura 2: Reposição e drenagem da solução nutritiva........................................................ 40
Figura 3: Vista do pH-metro utilizado para a aferição do pH da solução.......................... 41
Figura 4: Médias das alturas em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função do
tempo de aplicação de doses crescentes de cálcio.............................................
46
Figura 5: Médias de diâmetro das plantas de mogno brasileiro, em função do tempo de
aplicação de doses crescentes de cálcio............................................................
48
Figura 6: Experimento de mogno (S. macrophylla, King) para avaliação de resistência
ao ataque da broca de H. grandella, cultivado em sistema hidropônico,
UFRA, Belém-PA.............................................................................................
65
Figura 7: Seqüência mostrando a inoculação do ovo de Hypsipyla grandella em
lançamento apical de mogno brasileiro (A e B) e a produção de serragem
após a efetivação da penetração da broca (C)...................................................
67
Figura 8: Plantas de mogno brasileiro atacadas por broca de H. grandella, mostrando a
galeria na região de crescimento do caule.........................................................
68
Figura 9: Percentagem do efeito do cálcio ao ataque H. grandella em mogno brasileiro,
aos 189 dias (idade da planta) após a aplicação de doses crescentes de cálcio
cultivado em solução nutritiva..........................................................................
72
Figura 10: Percentagem do efeito do cálcio ao ataque H. grandella em mogno brasileiro,
aos 211 dias (idade da planta) após a aplicação de doses crescentes de cálcio
cultivado em solução nutritiva.........................................................................
72
Figura 11: Relação entre doses de cálcio na solução nutritiva e comprimento de galeria
feita pela broca de H. grandella em plantas jovens de mogno sob doses
crescentes de cálcio e diferentes períodos de inoculação..................................
75
CAPÍTULO 1
CRESCIMENTO, TEOR DE CÁLCIO E CONTROLE DA BROCA Hypsipyla grandella
Zeller, 1848, NO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King) EM SISTEMA
HIDROPÔNICO SOB DOSES CRESCENTES DE CÁLCIO
RESUMO
A exploração e o processamento industrial madeireiro estão entre as principais atividades
econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. O mogno brasileiro
(Swietenia macrophylla King) é a espécie madeireira de maior valor econômico na América
Tropical. Na Amazônia, as pesquisas mostram que as instalações de plantios comerciais de
mogno apresentam como maior barreira a ser superada o ataque da larva do broto
(Hypsipyla grandella, Zeller), que constitui um fator extremamente limitante à produção de
madeira de boa qualidade em tempo útil. Este trabalho teve como objetivo avaliar o
crescimento, teor de cálcio e o efeito do ataque da lagarta Hypsipyla grandella, em plantas
jovens de mogno (Swietenia macrophylla) cultivadas em função de diferentes épocas de
aplicação de doses crescentes de cálcio no substrato sílica moída, utilizando sistema
hidropônico. O experimento foi instalado em casa de vegetação na Universidade Federal
Rural da Amazônia – UFRA, Belém-PA, conduzido de setembro de 2004 a fevereiro de
2005, utilizou-se cinco doses de cálcio (0, 80, 160, 240, 320 mg Ca/L), a solução nutritiva
empregada foi a proposta por Hoagland e Arnon, modificada por Epstein (1975). O
delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), as variáveis utilizadas para
avaliação do crescimento do mogno foram: altura da planta e diâmetro do caule para estas
variáveis foi observada sete épocas de análise e feita comparação das médias, e para a
matéria seca (caule, folha, raiz e total) e teor de cálcio (no caule, na folha e na raiz)
avaliados em arranjo fatorial 5 x 4 (Doses x Tempo de avaliação) foram feitas análises de
variância e regressão, para a variável susceptibilidade do mogno ao ataque da broca H.
grandella, comprimento da galeria da broca e o teor de cálcio no caule foi realizado um
DIC com cinco doses de cálcio, cinco repetições cada e duas épocas de inoculação da
broca, utilizou-se regressões lineares simples para interpretação dos dados. Através da
pesquisa conclui-se que o cálcio é essencial para o crescimento de mudas de mogno, sua
ausência provoca a mortalidade, sendo a dose com 80 mg Ca/L foi suficiente para promover
desenvolvimento da cultura do mogno; O cálcio não influenciou no crescimento do
diâmetro do caule no período estudado. A aplicação de doses de cálcio em solução nutritiva
reduziu o comprimento da galeria de infecção e exerce eficiente ação no controle do ataque
de H. grandella em plantas de mogno.
Palavras–Chave: Swietenia macrophylla, Hypsipyla grandella, crescimento, nutrição mineral,
níveis de cálcio, controle da praga.
ABSTRACT
The exploration and the processing industrial of wood are the principal economic activities of
the Amazon region beside mining and farming. The Brazilian mahogany (Swietenia
macrophylla King) is the wood specie of higher economic value in Tropical America.
Researches carried out in the region showed the larva (Hypsipyla grandella, Zeller) of the
mahogany bud to be the principal limitation for new plantings because it reduces the quality
of the produce wood. The objectives of this research was to determine the effect of increasing
doses of calcium on growth, leaf level of calcium and in the attack of the caterpillar Hypsipyla
grandella to young plants of mahogany (Swietenia macrophylla) cultivated in nutritive
solution. This nutritive solution used was that proposed by Hoagland and Arnon modified by
Epstein. The experiment was carried out in the greenhouse of the Federal Rural University of
Amazon (UFRA), at Belem, state of Para, from September 2004 to February 2005. A split
plot experimental desing with five replicates was used. The plots were five doses of calcium
(0, 80, 160, 240, 320 mg Ca L
-1
) and the subplots time of harvesting the mahogany seedlings
(133, 141, 161, 174, 189, 198 and 211 days after planting) for the variables height of plant,
stem diameter, dry matter production and leaf level of calcium. Plots were the same doses of
calcium and subplots two times of harvesting the plants (189 e 211 days after planting) for the
variables sensitivity of mahogany seedlings to attack of the drill, gallery length and stem level
of calcium. Results showed the calcium application in the smaller dose increased dry matter
production of plants (Leaf, stem, roots) at 211 days after planting. Calcium did not growth of
plants in the experimental period. Level of calcium in mahogany seedlings decreased
through stem , leaves and roots. Calcium decreased gallery length of infection suggesting that
it was efficient to control the attact of Hypsipylla grandella to mahogany seedlings.
Keywords: Swietenia macrophylla, Hypsipyla grandella, growth, mineral nutrition, levels
of calcium, control of the plague.
1.1 INTRODUÇÃO
A exploração e o processamento industrial da madeira estão entre as principais
atividades econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. Em 2004, o
setor madeireiro extraiu 24,5 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, o equivalente a
cerca de 6,2 milhões de árvores. Essa matéria-prima gerou 10,4 milhões de metros cúbicos de
madeira processada (tábuas, produtos beneficiados, laminados, compensados, etc.). O
processamento madeireiro ocorreu em 82 pólos madeireiros situados principalmente no Pará,
Mato Grosso e Rondônia. Após o processamento a madeira amazônica foi destinada tanto
para o mercado doméstico (64%) como para o externo. Em particular, as exportações tiveram
um incremento extremamente significativo, passando de US$ 381 milhões em 1998 para US$
943 milhões em 2004 (LENTINI et al., 2005).
O mogno (Swietenia macrophylla King) é uma espécie madeireira de maior valor
econômico na América Tropical. A comercialização no mercado internacional é originária de
floresta nativa onde a exploração não é feita de maneira sustentável. Em conseqüência, as
populações naturais de mogno estão severamente reduzidas ao longo de sua área de
ocorrência.
A elevada importância comercial do mogno se dá pela beleza da madeira que produz, a
cor atrativa, durabilidade, estabilidade dimensional, sendo bastante usado em móveis finos,
laminados, construções civis (portas, janelas e painéis), navais e aeronáuticas, esculturas e
instrumentos musicais (GROGAN et al., 2002). Devido essas características tecnológicas
serem bastante apreciadas, essa espécie vem sofrendo uma exploração seletiva associada com
práticas predatórias e ilegais. Ambientalistas defendem a inclusão do mogno como uma
espécie ameaçada em extinção, já para países produtores e madeireiros afirmam que não há
informação suficiente sobre tal risco.
O Brasil é detentor da maior reserva natural de mogno, ocupando o primeiro lugar em
produção, seguido da Bolívia. Estes países abrigam aproximadamente 85% do total do
estoque de mogno existente no mundo (GASPARETO, 2002).
A pesquisa na Amazônia mostra que as instalações de plantios comerciais de mogno
apresentam como maior barreira a ser superada o combate ao ataque da larva do broto
(Hypsipyla grandella), que resulta na deformação ou ramificação da árvore, diminuindo
sensivelmente o valor econômico da cultura, consequentemente, se constituindo em um fator
extremamente limitante à produção da madeira de boa qualidade, em tempo útil (OHASHI et
al., 2002).
Desta forma, é de fundamental importância a realização de pesquisa voltadas para o
desenvolvimento da cultura do mogno, por serem quase inexistentes dados experimentais na
região amazônica, que permitam conhecer as necessidades nutricionais e seus efeitos sobre o
desenvolvimento da espécie, detectando em curto prazo e de maneira preliminar, a dosagem
limitante ao crescimento das plantas na fase juvenil e estabelecer indicações de doses de
cálcio a serem testadas em campo, assim como, encontrar mecanismos eficientes de combate
à broca do mogno (H. grandella).
A partir de observações no campo em experimento conduzido por Ohashi et al. (2005)
no município de Aurora do Pará, onde utilizou-se plantas de mogno brasileiro observando-se
o efeito da adubação com boro, correção do solo com calcário dolomítico e gesso agrícola
para o controle da H. grandella, onde indicavam a possibilidade do cálcio no solo de exercer
influência positiva na redução do ataque, a partir desta observação foi idealizado este ensaio
para comprovar aquela hipótese.
Em virtude da sua função estrutural, o cálcio atua na manutenção da integridade física
da parede celular, e por apresentar baixa mobilidade, a sua deficiência provoca a morte dos
tecidos mais novos da planta, principalmente, a gema apical. Como a lagarta recém-eclodida
alimenta-se inicialmente de uma folha nova do broto do mogno, a baixa resistência mecânica
dos tecidos novos, em condições de deficiência de cálcio, pode favorecer a sobrevivência
dessa lagarta recém-eclodida. À vista desse conhecimento, parece possível que em plantas
adequadamente nutridas em cálcio, seja aumentada a resistência ao ataque da H. grandella, o
que levou à experimentação, a hipótese de que o cálcio, dependendo do tempo da sua
aplicação, pode diminuir o ataque da H. grandella.
A escassez de dados científicos a respeito da nutrição do mogno, especialmente em
relação à dependência do cálcio, levou à necessidade de comparar dados experimentais de
outras essências florestais, em analogia com os dados encontrados nesta pesquisa com mogno.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento, teor de cálcio na matéria seca
da planta e o controle à lagarta Hypsipyla grandella, em plantas jovens de mogno (Swietenia
macrophylla) cultivadas em sistema hidropônico com substrato sílica moída, sob doses
crescentes de cálcio.
Estes resultados preliminares deverão servir de subsídios para posteriores pesquisas,
dentro de procedimentos biológicos, que busquem elucidar a real participação do cálcio no
controle da infestação de plantas de mogno, pela broca H. grandella.
1.2 REVISÃO DE LITERATURA
1.2.1 Família Meliácea
A família meliaceae apresenta como característica botânica: as folhas alternas, simples
ou compostas, geralmente penadas, inflorescência em tirso ou panícula, terminais ou nas
axilas superiores. Flores pequenas, hermafroditas, raramente unissexuais, actinomorfas,
tetrâmeras ou pentâmeras. Sépalas unidas livres ou unidas na base, pétalas livres, às vezes
unidas na base ou agnatas ao tubo estaminal. Androceu geralmente diplostêmone, raramente
na externa no ápice, deste tubo estaminal, que é dentado, lobado ou laciniado. Ovário súpero,
de uni a octolocular e carpelar, de um a dois óvulos por lóculo ou, às vezes, numerosa
placentação axial, estigma capitado ou discóide. Fruto em cápsula, baga ou drupa, sementes
freqüentemente com arilo ou aladas, albume carnoso ou ausente (VIDAL; VIDAL, 1995).
Segundo Connoly
1
(1983 citado por SILVA, 2003) a característica marcante dessa
família é a presença de substâncias amargas, conhecidas como “meliacinas”, as quais são
chamadas de limonóides, e que têm sido encontrados também em Rutaceae e Cneoraceae.
Viégas Júnior
2
(2003 citado por BATISTA, 2005) explica que a resistência a insetos
através da presença de limonóides numa planta pode haver uma estreita relação a adaptação
do inseto e as espécies vegetativas, como Swietenia macrophylla e Cedrella sp., por exemplo,
que são atacadas por H. grandella, em relação a outras meliáceas que não são atacadas, como
por exemplo, o cedro australiano (Toona spp). Essa relação pode ser mesmo entre espécies
distintas de um mesmo gênero ou família, que produzem limonóides distintos e mantêm-se
livres do ataque de insetos. Essa inter-relação inseto e planta parece ser um aspecto direto
mais provável para a enorme diversidade de estruturas químicas encontradas nos limonóides.
A família meliaceae é composta, principalmente, de árvores tropicais que produzem
madeiras de elevado valor comercial. As mais conhecidas são: mogno americano, ou mogno
verdadeiro (Swietenia spp), mogno africano (Kaya spp), cedro sul-americano (Cedrella spp),
cedro vermelho australiano (Toona spp) e andiroba (Carapa spp) (BERTI FILHO, 1973). A
distribuição geográfica dessa família ocorre em regiões tropicais e subtropicais das Américas,
África e Ásia. As espécies dessa família mostram um amplo aspecto de variação na aparência
1
CONNOLY, J. D., Chemistry of the liminoides of meliaceae and cneoraceae. In: WATERMAN, P. G.;
GRUNDON, M. F. chemistry and chemical taxonomy of the rutales. London, 1983, 35p
2
VIÉGAS JÚNIOR. Terpenos com atividade inseticida: uma alternativa par o controle químico de insetos.
Quim. Nova, v.26, n. 3, p.390-400. 2003.
e nas propriedades físicas, porém as de maior valor comercial são as de cor atrativa,
durabilidade e facilidade de manuseada em carpintaria (VERÍSSIMO et. al., 1995).
1.2.2 Zona de ocorrência da Swietenia macrophylla (mogno)
Lamb
3
e Pennington et al.
4
(1966 e 1981 citados por VERISSÍMO, 2002) relatam que
a área de ocorrência do mogno inicia-se na província de Yucatán, no México (latitude 23ºN),
passando pela costa Atlântica da América Central até ao sul da Amazônia Venezuelana,
Equatoriana, Colombiana, Peruana, Boliviana e Brasileira (18ºS). Sua população no Brasil é
superior à de todos esses países combinados, sendo da ordem de 74% (COLON, 1994), recebe
diversas denominações como Caoba na Espanha (Porto Rico inclusive), Mara na Bolívia,
Mahogany nos países de língua inglesa, Aguano ou Mogno no Brasil e Acajou na França.
O mogno encontra-se geralmente nas florestas classificadas como tropical e seca, com
temperatura média anual de 24°C e precipitação anual entre 1000 mm – 2000 mm e índice
anual de chuva para evapotranspiração de 1,0 – 2,0, o mogno também é encontrado em
florestas úmidas e zonas subtropicais (LAMB
3
, 1966; WHITMORE
5
, 1983 apud OHASHI
et. al., 2002) e ocorre desde o nível do mar da América Central, até 1400 m, no sopé dos
Andes no Equador, Peru e Bolívia. Essa espécie cresce também em uma variedade de solos
(aluvião, alcalino, vulcânico, metamórfico e material calcário) e sob diferentes condições, tais
como, solos profundos, rasos, ácidos, alcalinos, argilosos e bem drenados (OLIPHANTE
6
,
1928; STEVENSON
7
, 1927; WILLIAM
8
, 1931; LAMB
3
, 1966; SNOOK
9
, 1993;
GULLISON et. al.
10
, 1996 apud VERÍSSIMO, 2002).
3
LAMB, F. B.. Mahogany of tropical America. Its Ecology and Managment – The University of Michigan
Press, Ann Harbor, Michigan, USA, 1966. 219p.
4
PENNIGTON, T. D.; STYLES, B. T.; TAYLER, D. A. H. Meliaceae. Flora Neotropica Monograph 28: 1-472.
1981.
5
WHITMORE, J. L. Swietneia macrophylla and S. humilis (caoba, mahogany). In: D. H. Janzen, ed., Costa
Rica Natural History. Chicago: University of Chicago Press. P. 331-333, 1983.
6
OLIPHANT, J. N. Mahogany in British Honduras. Empire Forestry Review 7: 9-10, 1928.
7
STEVENSON, N. S. Silviculture treatment of mahogany forests in the British Honduras. Empire Forestry
Journal 6: 219-227, 1927.
8
WILLIAM. Peruvian mahogany tropical woods 31: 30-37, 1931
9
SNOOK, L. K. Stand Dynamics of mahogany (Swietenia macrophylla King) and associated species after fire
and Hurricane in the tropical forests of the Yucatan Peninsula, México. D. f. dissertation, yale University. 1993.
10
GULLISON, R. E.; PANFIL, S. N.; STRUOSE, J. J.; HUBBELL, S. P. Ecology and management of
mahogany (Swietenia macrophylla King) in the chimanes Forest, Beni Bolivia. Botanical Journal of the Linnen
Society 122: 9-34, 1996.
Sombroek e Sampaio
11
(1962 citados por TEREZO, 2002) afirmam que analisando o
baixo rio Araguaia, S. macrophylla ocorre no que corresponde à área de transição entre a
floresta tropical úmida e os ecossistemas savânicos (cerrados) pertencente ao Escudo do
Brasil Central. O principal tipo de solo que ocorre na área é o Argissolo Amarelo com alta
saturação por base, geralmente, o mogno cresce em áreas predominantemente com drenagem
imperfeita, preferindo solos ricos em bases trocáveis.
1.2.3 Características da Swietenia macrophylla
O mogno (S. macrophylla) tem como características dendrológicas, ser uma espécie
de porte elevado atingindo até 30 m de altura por 50 a 80 cm de diâmetro, podendo chegar até
2 m; fuste de 20 a 27 m cilíndrico e reto, diâmetro da altura do peito – DAP de 1,30 m de 100
a 200 cm. Madeira moderadamente pesada (0,55 - 0,70 cm
3
), cerne variando do castanho
avermelhado a castanho escuro uniforme, alburno amarelo ou levemente pálido, de pouca
espessura, grã direita, textura média, cheiro indistinto, superfície lustrosa, geralmente lisa ao
tato (GASPARETO, 2002). As folhas são penadas alternas com 25 a 45 cm de comprimento,
sendo composta de 3 a 4 pares de folíolos opostos e supostos (8 a 10), as folhas perenes, salvo
curto período de desfolha, por ocasião de maturação das sementes, no período aproximado de
julho/outubro na bacia do Araguaia (VERÍSSIMO et. al., 1992; LAMPREACHT, 1990;
LORENZI, 1992). Esta espécie beneficia-se de estações ou períodos secos para abertura de
seus frutos maduros e dispersão de suas sementes aladas. Em condições desfavoráveis, a S.
macrophylla inicia seu ciclo reprodutivo aos 12 anos. Inflorescência em panículas de 15 a 25
cm de comprimento, corola em geral com 5 pétalas (raro 4-6), estames (10), com filetes
soldados formando um tubo (10) denteado na parte superior. A espécie possui abundante
produção de sementes, variando anualmente. Encontra-se em média, de 60 – 75 sementes em
cada fruto, cujos tamanhos variam de região para região (TEREZO, 2002).
Na região da Bacia Araguaia, Veríssimo et. al. (1992) relatam que a frutificação do
mogno ocorre de julho a outubro. Pesquisa realizada por Barros et. al. (1992) nos herbários do
Museu Paraense Emílio Goeldi e da Embrapa Amazônia Oriental comprovou que o tempo de
frutificação varia de março a outubro.
11
SOMBOEK, W. G.; SAMPAIO, J. B. Reconnaissance soil survey of the Araguaia mahogany area. Belém,
FAO. Comissão de solos, 1962.
O fruto tem a cápsula lenhosa semelhante à Cedrela, porém maior, escura, de 12 a 16
cm de comprimento por 8 a 10 cm de diâmetro, provida de espessa coluna placental; sementes
aladas vermelho-pardacentas com núcleo seminífero basal. A dispersão das sementes aladas é
favorecida pelo vento, dispersando-se em maior quantidade na forma de um leque com
aproximadamente 12 graus de abertura, com maior incidência até entre 5 e 10 metros,
diminuindo fortemente até 40 m, mas podendo ocorrer até 100 m (GROGAN et. al., 1997).
As raízes são tabulares apresentando baixa freqüência. As copas das árvores jovens
são estreitas e das plantas adultas são amplas, densas e fortemente ramificadas. As árvores
maduras têm copa com 10 a 20 metros de diâmetro, mas podem alcançar até 40 m, essas
copas tendem a serem irregulares, sendo caracterizadas por poucos galhos primários de
tamanho grande (LAMB
12
, 1966; SNOOK
13
, 1993; GULLISON et. al.
14
, 1996 apud
VERÍSSIMO, 2002). Cresce sob várias condições ecológicas e de solos, permite suportar
meses de baixo regime pluviométrico.
A S. macrophylla é uma espécie que reage desfavoravelmente a ambientes sombreados
e competição ao nível radicular. Portanto, esta espécie se comporta como heliófila, crescendo
em ambientes abertos, tais como áreas queimadas, clareiras causadas por tempestades e
aquelas geradas por áreas para agricultura. Sua resistência à influência antrópica recomenda-o
para regeneração artificial, guardadas os manejos adequados contra a broca (H. grandella) e
para manejos sustentados (BARROS et. al., 1992).
1.2.4 Estoque de Swietenia macrophylla na Amazônia Brasileira
Segundo Terezo (2002) a área de ocorrência natural do mogno na Amazônia Brasileira
está estimada em 1.518.964 Km
2
das quais as terras indígenas representam 22,5%. Estima-se
que atualmente apenas 1/3 da área total de ocorrência do mogno corresponde às áreas de
reservas naturais remanescentes exploráveis. Essas áreas representam um potencial da ordem
de 13.044.973 m
3
que, se considerar uma taxa de exploração anual de 250 mil m
3
/toras/ano,
resulta em um tempo mínimo de persistência dos atuais estoques de 52 anos. Considerando-se
12
LAMB, F. B.. Mahogany of tropical America. Its Ecology and Managment – The University of Michigan
Press, Ann Harbor, Michigan, USA, 1966. 219p.
13
SNOOK, L. K. Stand Dynamics of mahogany (Swietenia macrophylla King) and associated species after fire
and Hurricane in the tropical forests of the Yucatan Peninsula, México. D. f. dissertation, yale University. 1993.
14
GULLISON, R. E.; PANFIL, S. N.; STRUOSE, J. J.; HUBBELL, S. P. Ecology and management of
mahogany (Swietenia macrophylla King) in the chimanes Forest, Beni Bolivia. Botanical Journal of the Linnen
Society 122: 9-34, 1996.
um incremento anual de 0,01 m
3
/ha temos um acréscimo de volume de 845.944 m
3
/ano,
superior a demanda atual de 250.000 m
3
/ano, o que poderia tranqüilizar em termos de
abastecimento de mercado. Porém, as questões sociais da posse e uso da terra são pontos
importantes com relação à perda de habitat natural na região de ocorrência do mogno. Isto se
deve ao fato de que o mogno é uma espécie indicadora de bons solos, com isto estradas são
abertas para exploração da espécie e posteriormente são usadas para invasões e colonização
ilegais.
A exaustão do estoque de mogno tem deixado em alerta a comunidade florestal e o
governo federal, que por meio de portarias, decretos, leis e medidas provisórias tenta
contingenciar e coibir a exploração da espécie na região Amazônica.
Entre 1971 e 2001, estima-se que o Brasil explorou cerca de 5,7 milhões de metros
cúbicos, gerando uma renda bruta de aproximadamente US$ 3,9 bilhões, considerando um
preço médio histórico US$ 700,00/m
3
(GROGAN et. al., 2002).
Um dos fatores que proporcionou a grande procura pelo mogno brasileiro S.
macrophylla, foi o esgotamento dos estoques naturais do mogno caribenho, S. mahogany
(Linnaeus) Jaquin. Assim o interesse dos madeireiros neste século se voltou para Amazônia,
onde se encontram as maiores reservas naturais do planeta, e o Brasil, atualmente, é o
principal exportador (RODAN et. al., 1992). Então, em 1990 o Governo Brasileiro adotou
medidas para controlar a exploração do mogno. Em 1996, proibiu a entrada de novos planos
de manejo e em 2001, o Ibama suspendeu todos os planos de manejo de mogno por considerá-
los inadequados ou fraudulentos, assim como, suspendendo a exportação da madeira já
explorada (GROGAN et. al., 2002).
Mesmo com esta redução, a Amazônia Legal ainda é o segundo maior produtor de
madeira tropical do mundo. Fica atrás apenas da Indonésia, cujo consumo anual de madeira
em tora tem superado os 30 milhões de metros cúbicos. Os outros países da Bacia Amazônica
(Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname)
produzem conjuntamente 13 milhões de metros cúbicos em tora (FAO, 2004
15
apud LENTINI
et. al., 2005).
Na Amazônia, várias espécies florestais tanto de terra firme quanto de várzea têm sido
intensamente exploradas, estando suas populações severamente depauperadas ou mesmo
comercialmente extintas em algumas regiões. São escassos materiais referentes aos padrões
de distribuição geográfica da diversidade genética entre as populações das espécies florestais
15
FAO 2004. htpp:///www.apps.fao.org/page/collections?subset=forestry
amazônicas. As estimativas de estoques naturais de mogno são especulativas. Isto porque não
existem inventários nacionais dessa espécie, não só no Brasil, como no México e na Bolívia.
Essas informações são essenciais para definir estoques genéticos e subsidiar políticas de
exploração e manejo desses recursos, assim como, planejar estratégias de conservação em
escala regional e geográfica.
No Brasil, um estudo realizado por Barros et. al. (1992), com base nos dados do
RADAM-BRASIL, estima que os estoques naturais de mogno no país são relativamente
abundantes, em torno de 21 milhões de metros cúbicos (5,7 milhões de árvores de mogno).
Entretanto é argumentado por Veríssimo et al. (1992) que os dados sobre os estoques são
difíceis de coletar, por causa da sua distribuição agrupada, e que todas as estimativas
existentes devem ser consideradas como reserva.
Estudo realizado em uma área da Empresa MG Madeira, no município de Rio Maria
no Estado do Pará, Lopes et. al. (1999) encontraram 0,94 árvore de mogno por hectare,
enquanto que na Fazenda Patauá, foram registrados apenas 0,11 árvore por hectare, ou seja,
nove vezes menos indivíduos do que em Rio Maria. Além disto, o mogno encontrou-se em
57º lugar na escala de importância na estrutura da floresta estudada, com índice de apenas
1,3%, em número de indivíduos por hectare, assim como em distribuição de indivíduos na
área, ficou em 50º lugar (LIMA et. al., 2000).
Ressalta-se que a floresta Amazônica constituir cerca de 40% do total de florestas
tropicais do planeta, apresentando alta diversidade de espécies, com características
diferenciadas, resultantes das diversas influências dos fatores ambientais. Nesse ecossistema
natural as espécies interagem, formando uma estrutura ecológica dinamicamente complexa,
que precisa ser conhecida em detalhe, para permitir a elaboração e aplicação correta dos
planos de manejo silvicultural, proporcionando o aproveitamento racional dos recursos
florestais.
1.2.5 Classificação taxonômica da Swietenia macrophylla
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Meliaceae
Gênero: Swietenia Jacquim
Espécie: Swietenia macrophylla King
Sinônimo: S candollei Pittier
Nome Vulgar em Português: Mogno
1.2.6 Praga das Meliáceas
Dourojeani
16
(1973 citado por SILVA, 2003) ratifica que as meliáceas têm sido
relatadas pela literatura como hospedeira de lepidópteros das famílias Pyralidae (Hypsipyla
grandella, hypsipyla ferrealis, Sematoneura atrovenosella, Sematoneura grijpmai, Humiphila
paleolivacea); Stenomidae (Antaeotricha ribbei); e Gracillariidae (Phyllocnistis meliacella).
As mais importantes pragas das meliáceas são: Hypsipyla robusta, Hypsipyla ferrealis e a
Hypsipyla grandella, Zeller (1948), sendo que esta ocorre na América do Norte e América do
Sul (BRADLEY, 1968).
O ataque da H. grandella inicia-se quando o ovo, posto pela mariposa (fase adulta) na
planta com brotação nova, eclode; a partir deste momento, a lagarta penetra e começa a
brocar; neste broto recém-lançado, após a penetração da praga no ramo principal da árvore, a
H. grandella faz galerias, prejudicando consideravelmente o desenvolvimento da planta.
Várias repetições desse ataque produzem ramificações, impedindo a formação de um tronco
aproveitável e inutilizando comercialmente a madeira, podendo inclusive, levar a planta à
morte (BITTENCOURT; OHASHI, 2001).
1.2.6.1 Distribuição geográfica da Hypsipyla grandella
A Hypsipyla grandella é uma mariposa da família Pyralidae Dourojeami
17
(1973
citado por OHASHI et al., 2002) ocorre na América do Norte, Central e do Sul (exceto o
Chile), ocorrendo também nas Ilhas do Caribe e ao Sul da Flórida nos Estados Unidos
(BRADLEY, 2002). No Brasil, está distribuída nos Estados do Amazonas, Bahia, Pará,
Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (OIANO NETO,
2000).
16
DOUROJEANI, M. J. Considerações sobre el problema Hypsipyla grandella (Zeller) em laas plantaciones de
Meliaceae em el Peru. PROCEEDINGS FIRST SYMPOSIUM ON INTEGRATED CONTROL OF
Hypsipyla grandella (CATIE) II. Turrialba, Costa Rica, p. 60-2, 1973.
17
DOUROJEANI, M. J. Considerações sobre el problema Hypsipyla grandella (Zeller) em laas plantaciones de
Meliaceae em el Peru. PROCEEDINGS FIRST SYMPOSIUM ON INTEGRATED CONTROL OF
Hypsipyla grandella (CATIE) II. Turrialba, Costa Rica, p. 60-2, 1973.
1.2.6.2 Classificação taxonômica da Hypsipyla grandella
O gênero Hypsipyla possui a seguinte classificação (GALLO, 2002):
Ordem: Lepidóptera
Subordem: Glossata
Superfamília: Pyralidoidea
Família: Pyralidae
Subfamília: Phycitinae
Gênero: Hypsipyla
Espécie: Hypsipyla grandella Zeller, 1848.
1.2.6.3 Características biológicas da Hypsipyla grandella (ovo, lagarta, crisálida, adulto)
As mariposas de Hypsipyla grandella são de coloração pardo cinzenta. A envergadura
varia de 28 a 34 mm nas fêmeas e de 22 a 26 mm nos machos (RICORDI, 1963). As
mariposas apresentam os palpos labiais com 1° segmento esbranquiçado, o 2° cinza claro e o
3° cinza escuro. Antena esbranquiçada ciliada no macho e fracamente ciliada na fêmea.
Cabeça cinza fosca. Tórax cinza fosco com escamas cinza escuro na base das tégulas. Asas
anteriores cinza foscos com leve brilho violáceo, sombreadas com escamas castanho
avermelhadas especialmente na área cubital. As asas posteriores são brancas hialinas.
Abdome com dorso cinza e branco iridescente no lado ventral (BECKER
18
citado por
OHASHI, 2002).
Os ovos são ovalado, levemente achatados, apresentam uma estrutura alveolar sendo a
parte plana que está em contato com árvore de coloração branco opaco quando recém postos,
tornam-se rosados após 24 horas quando férteis (GALLO et al., 1988). Porém, Grijpma
(1971), afirmou que os ovos recém colocados de H. grandella são de coloração amarelo
pálido a castanho amarelado e após 24 horas tornam-se vermelhos.
Segundo Costa (2000) os ovos são depositados isoladamente, ou ocasionalmente em
grupos de 3 a 4, sobre ou próximo das axilas foliares e que a fêmea deste inseto costuma
colocar de 1 a 3 ovos por brotação do hospedeiro, sendo o local de ovoposição num ponto
18
BECKER, V. O. Microlepidopteros associados com Carapa, Cedrela y Swietenia em Costa Rica. In:
WHITMORE, J. L. Studies on the shootborer Hypsipyla grandella (Zeller) Lep. Pyralidae. Costa Rica:
CATIE, 1976. p.75-101. (CATIE. Miscelaneous Publications, 101).
logo abaixo da brotação nova e as larvas eclodem depois de três dias. Estudos realizados por
Vargas et al. (2002) relatam que as larvas nascem depois de 3 – 7 dias.
Estudos realizados por Sarmento Júnior (2001) constatou que o período de incubação
de ovos em laboratório em Belém, variou de 3 a 4 dias, com uma média de 3,7 dias.
A mariposa faz postura nos brotos, ramos ou frutos e utiliza-se do odor exalado pelas
brotações novas de mogno ou quimiorecepção (GRIJPMA; GARA, 1970; GARA et al.,
1973).
Ohashi et al. (2002) relatam que após a eclosão a lagarta desloca-se para o ápice da
planta, onde penetra na base de um pecíolo novo. Após um a dois dias, emerge desse folíolo
para então perfurar o caule através da gema apical.
As lagartas possuem coloração rósea, sendo os últimos ínstares de cor azulada. Na fase
de larva a lagarta madura apresenta o comprimento médio de 2cm e dura em média 30 dias.
Vivem no interior do ponteiro, em galerias longitudinais ou no interior de frutos. O ataque
pode ser notado pela exsudação de goma e serragem nos brotos (GALLO et al., 1988).
Pesquisas realizadas por Berti Filho (1973) e Berti Filho et al. (1992) verificaram que a
duração do período larval em dieta natural foi em média de 29,2 dias para a fase de lagarta.
Esse estágio apresentou 6 ínstares em laboratório com temperatura de 25 ºC e 60 % de
umidade relativa. Sarmento Júnior (2001) estudou a biologia da lagarta de H. grandella sob
condições de laboratório em Belém, alimentando-a com folhas novas de Swietenia
macrophylla, Cedrela odorata e Toona sp. e encontrou um período semelhante da fase larval
nos três hospedeiros, quanto que na duração total da fase de lagarta foi de 11 a 14 dias. A
cabeça e o tórax são de coloração marrom escuro e o corpo, geralmente é marrom claro. As
lagartas maduras medem 20 mm e apresentam uma cor marrom ou verde azulada,
especialmente as lagartas que se encontram no córtex, e nos brotos são geralmente azuis
(ROOVERS, 1971).
A lagarta madura tece um casulo de seda branco transformando-se em crisálida do tipo
obtecta e mede cerca de 20 mm de comprimento por 5 mm de largura (SANCHES, 1964).
Esta fase de crisálida é formada na galeria dos ramos atacados e varia em média de 8 a 10 dias
(BERTI FILHO et al., 1992).
A fase de crisálida de H. grandella é composto de 8 anéis abdominais facilmente
visíveis, dos quais os compreendidos entre o segundo e o último possuem, de cada lado, um
estigma proeminente. O cremaster é formado por vários ganchos quitinosos, com seus
extremos curvos (RICORDI, 1963).
As mariposas emergem no final de tarde e apresentam uma proporção sexual de 1:1,
com uma longevidade de 6 dias para macho e 8 dias para fêmea (NEWTON et al., 1993).
Os adultos de H. grandella iniciam sua atividade de vôo após 18 horas (SILVA,
1982). O acasalamento ocorre preferencialmente entre às 20:00 e às 23:00 horas e a
ovoposição no período de 21:00 às 24:00 horas (OIANO NETO, 2000).
1.2.6.4 Danos causados pela Hypsipyla grandella
As lagartas de H. grandella alimentam-se também de frutos, flores e câmbio de muitas
meliáceas e o dano maior ocorrem quando invadem os brotos terminais de plantas jovens, pois
sucessivas infestações resultam em raquitismo e deformação permanente e irreversível do
fuste da planta (GRAY, 1972).
Mayhew e Newton (1998) afirmam que a H. grandella é a praga mais importante e
limitante para a cultura do mogno, sendo que a fase mais susceptível é entre 3 a 6 anos e nesta
fase a planta varia de 2 a 8 m.
Outro critério é o nível de dano econômico que é expresso pelos prejuízos causados
pela densidade mínima da praga que resulta em perdas econômicas. Para a broca do mogno,
tal nível é de apenas uma lagarta por planta, o qual é agravado, pois uma fêmea ovoposita de
65 ou até 200 ovos durante 3 a 4 dias. Portanto, é muito provável que apenas uma fêmea
fertilizada danifique todas as plantas de mogno no estágio de brotação nova em um hectare
(OHASHI et al. 2002).
1.2.6.5 Gerações de Hypsipyla grandella
A superposição de gerações da praga que foi comprovada por Sarmento Júnior (2001)
no Estado do Pará demonstrou que a H. grandella reproduziu 12 gerações por ano.
Pesquisas realizadas em Itapuava-SP por Berti Filho (1973) e no Amazonas por Silva
(1982), constataram a existência de superposição de gerações de H. grandella nos meses de
novembro a abril em Itapuava-SP e de novembro a dezembro e de maio a agosto no
Amazonas, tendo o clímax do nível populacional da praga e de maior ataque nos meses de
dezembro a agosto.
1.2.6.6 Controle da Hypsipyla grandella
Para o controle da H. grandella são necessários um conjunto de medidas como:
controle físico (armadilha luminosa) por Holsten e Gara (1973) verificaram que armadilhas
com luz negra são uma forma excelente de capturar as fêmeas de H. grandella; controle
biológico recomendado por Gallo et al. (2002) o uso de inimigos naturais como
Trichogramma sp. os quais parasitam os ovos; controle mecânico (cola) e cultural (poda do
broto atacado) de acordo com e Ohashi et al. (2002) o controle com a cola colacid foi
significativamente superior a poda comparando os índices de eficiência; controle químico
observa-se que trabalhos realizados com aplicação de inseticidas químicos pulverizados sobre
a planta, demonstraram ineficácia (GRIJPMA, 1974); plantas resistentes citado por Grijpma
(1970) relata que T. Ciliata var. australis e K. ivorensis, eram imunes ao ataque de H.
grandella na América central; por comportamento Schoonhoven (1973) muitas plantas
emitem odores característicos que servem à atração de insetos comensais; o controle
silvicultural no Brasil Yared e Carpanezzi (1981) reportam que o dano da broca do mogno foi
ausente durante 4 anos nas linhas de enriquecimento (plantio a pleno sol e o enriquecimento
de floresta). Ressalta-se que qualquer método de controle desta praga deve apresentar
eficiência agronômica, praticidade na tecnologia e com rápida ação, economicamente viável,
seletivo, especifico e ecológico. Mas nenhum foi completamente eficiente no controle da
Hypsipyla grandella
1.2.7 Importância do cálcio nas plantas
Os nutrientes minerais têm funções específicas no metabolismo, no crescimento e no
desenvolvimento das plantas. O aumento ou redução da concentração dos nutrientes no solo
poderá afetar na planta a absorção, a translocação e a redistribuição de um determinado
nutriente, o que permite, consequentemente, caracterizar as diferentes deficiências
nutricionais. A maioria dos micronutrientes é, via de regra, constituinte de enzimas e é
essencial somente em pequenas quantidades. Os macronutrientes, por sua vez, participam da
estrutura de compostos orgânicos, tais como proteínas e ácido nucléicos, ou atuam como
solutos osmóticos. As diferenças quanto à função dos elementos minerais refletem nas suas
concentrações médias adequadas ao crescimento da planta. Esses valores variam dependendo
da espécie, da idade e disponibilidade do elemento mineral.
O cálcio é o quinto elemento mais abundante na crosta terrestre, representando mais de
3% da sua composição. O teor de cálcio trocável em solos normais varia de 65 a 85 % de sua
capacidade de troca total (CARVALHO; CHALFOUN, 1991).
O cálcio é absorvido pelas raízes como Ca
2+
da solução do solo. Da quantidade
absorvida, a maior parte é transportada pelo xilema, através da corrente transpiratória, das
raízes para a parte aérea. Entretanto, esse transporte pode ser feito pelo floema através da
troca com outros cátions como magnésio, manganês e zinco (MALAVOLTA, 1980). Em
decorrência disto, sua concentração no floema é muito baixa, sendo sua taxa de redistribuição
pequena; portanto, em condições de carência, os sintomas aparecem em órgãos e partes mais
novas, como gemas e pontas de raízes (FAQUIN, 1994). O Ca é importante para a estrutura e
função das membranas biológicas, afetando-lhes a permeabilidade, a seletividade e processos
relacionados, embora os mecanismos fisiológicos aí envolvidos sejam ainda desconhecidos
(MALAVOLTA, VITTI, OLIVEIRA, 1997).
O nutriente (cálcio) tem como função específica em nível estrutural, a participação na
composição da lamela média da parede celular (apoplasto), formando pectatos que aumenta a
rigidez das paredes, dificultando o aumento do tamanho da célula funcionando, também,
como componente da amilase (enzima da germinação e hidrólise do endosperma). Em âmbito
metabólico, atua na manutenção da estrutura e funcionamento das membranas celulares (com
pouco Ca ocorre o efluxo ou “vazamento” de compostos e íons difusíveis); germinação de
pólen e crescimento do tubo polínico (cofator enzimático); ativador das ATP-ases, enzimas da
fosforilação que participam da absorção iônica (FAQUIN, 2001). O cálcio ajuda converter o
N-nitrato (N-NO
-
3
) em formas necessárias para a formação da proteína, e contribui, também,
para aumentar a resistência às doenças. Importante para a fecundação das flores, fixação dos
botões florais e da frutificação, pois é neste momento que ocorre uma multiplicação de novas
células (NUTRIFATOS, 2006).
O cálcio também é considerado indispensável para a germinação do grão de pólen e
para o crescimento do tubo polínico, o que deve ser devido ao papel na síntese da parede
celular e ao funcionamento da plasmalema, segundo Mengel e Kirkby
19
(1987 citado por
COSTACURTA, 1996).
O cálcio tem muitos efeitos no crescimento e desenvolvimento da planta: atrasa o
amadurecimento, a senescência e a abscisão; melhora a qualidade dos frutos, a fotossíntese;
outros processos, como a divisão celular, movimento citoplasmático e o aumento do volume
19
MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition. 4 ed. Bern Int Potash Inst. 1987.
celular, estão relacionados com o baixo teor de Ca nesses tecidos. O aumento do nível de
cálcio em geral diminui a ocorrência ou a gravidade dessas desordens. O cálcio é essencial
para manter a integridade estrutural das membranas e das paredes celulares, quando há
deficiência as membranas começam a “vazar”, a compartimentação celular é rompida e a
ligação do Ca com a pectina da parede celular é afetada. O pectato de Ca da lamela média
atua como cimento entre uma célula e outra, sendo depositado durante a citocinese
(MALAVOLTA et al., 1997).
Faquin (2001) e Malavolta et al. (1997) citam como sintomas de deficiência visíveis: o
amarelecimento de uma região limitada da margem das folhas mais novas; crescimento não
uniforme da folha, do qual resultam formas tortas, às vezes com o gancho na ponta;
murchamento e morte das gemas terminais; gemas laterais dormentes; manchas necróticas
internevais; murchamento das folhas e colapso do pecíolo; a deficiência também se expressa
em frutos em desenvolvimento e nos pontos de crescimento da parte aérea e da parte da raiz,
estas tendem a ficar sem estrutura (moles, frágeis e gelatinosas).
As deficiências de cálcio ocorrem mais facilmente em solos ácidos; arenosos, no
qual o Ca disponível é lixiviado pela chuva ou pela água de irrigação; e em solos estercados,
onde o teor de cálcio é baixo (NUTRIFATOS).
Fernandes et al. (1977) constataram que o cálcio em pequena quantidade é necessário
para atividade mitótica normal e é por isso que quando ocorrer a deficiência de Ca ocorrer a
supressão da mitose em meristemas.
Para Faquin (2001) o Ca é um nutriente exigido em quantidades muitos variadas em
diferentes culturas, dentro de limites, cerca de 10 até 200 kg/ha.
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CAPÍTULO 2
CRESCIMENTO DO MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King)
CULTIVADO EM MEIO HIDROPÔNICO, EM FUNÇÃO DO TEMPO DE
APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE CÁLCIO.
RESUMO
A exploração e o processamento industrial madeireiro estão entre as principais atividades
econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. O mogno brasileiro
(Swietenia macrophylla King) é a espécie madeireira de maior valor econômico na América
Tropical. É de fundamental importância a realização de pesquisa voltada para o
desenvolvimento da cultura do mogno, por serem quase inexistentes dados experimentais
na região Amazônica, que permitam conhecer as necessidades nutricionais e seus efeitos no
desenvolvimento da espécie, detectando em curto prazo e de maneira preliminar, a dosagem
limitante ao crescimento das plantas em fase juvenil e estabelecer indicações de doses a
serem testadas em campo. Portanto este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e
teor de cálcio em plantas jovens de mogno (Swietenia macrophylla) cultivadas em função
de diferentes épocas de aplicação de doses crescentes de cálcio no substrato sílica moída,
utilizando sistema hidropônico. O experimento foi instalado em casa de vegetação na
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, Belém-PA, conduzido de setembro de
2004 a fevereiro de 2005, em arranjo fatorial 5 x 4 (Doses x Tempo de avaliação), com
cinco repetições, perfazendo 20 tratamentos e 100 unidades experimentais, as doses foram
0, 80, 160, 240, 320 mg Ca/L, a solução nutritiva empregada foi a proposta por Hoagland e
Arnon, modificada por Epstein (1975). O delineamento experimental inteiramente
casualizado (DIC), as variáveis utilizadas para avaliação do crescimento do mogno foram:
altura da planta e diâmetro do caule para estas variáveis foi observada sete épocas de
análise e para a matéria seca (caule, folha, raiz e total) e teor de cálcio (no caule, na folha e
na raiz) foram feitas análises de variância e regressão. Através da pesquisa conclui-se que o
cálcio é essencial para o crescimento de mudas de mogno, sua ausência provoca a
mortalidade, sendo a dose com 80 mg Ca/L foi suficiente para promover desenvolvimento
da cultura do mogno; O cálcio não influenciou no crescimento do diâmetro do caule no
período estudado.
Palavras–Chave: Swietenia macrophylla, crescimento, nutrição mineral, níveis de cálcio.
ABSTRACT
The exploration and the processing industrial of wood are the principal economic activities of
the Amazon region beside mining and farming. The Brazilian mahogany (Swietenia
macrophylla King) is the wood specie of higher economic value in Tropical America. The
objectives of this research was to determine the effect of increasing doses of calcium on
growth and leaf level of calcium in young plants of mahogany (Swietenia macrophylla)
cultivated in nutritive solution. This nutritive solution used was that proposed by Hoagland
and Arnon modified by Epstein. The experiment was carried out in the greenhouse of the
Federal Rural University of Amazon (UFRA), at Belem, state of Para, from September 2004
to February 2005. A split plot experimental desing with five replicates was used. The plots
were five doses of calcium (0, 80, 160, 240, 320 mg Ca L
-1
) and the subplots time of
harvesting the mahogany seedlings (133, 141, 161, 174, 189, 198 and 211 days after planting)
for the variables height of plant, stem diameter, dry matter production and leaf level of
calcium. Results showed the calcium application in the smaller dose increased dry matter
production of plants (Leaf, stem, roots) at 211 days after planting. Calcium did not growth of
plants in the experimental period. Level of calcium in mahogany seedlings decreased through
stem , leaves and roots.
Keywords: Swietenia macrophylla, seedling growth, mineral nutrition, levels of calcium
2.1 INTRODUÇÃO
A exploração e o processamento industrial da madeira estão entre as principais
atividades econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. Em 2004, o
setor madeireiro extraiu 24,5 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, o equivalente a
cerca de 6,2 milhões de árvores. Essa matéria-prima gerou 10,4 milhões de metros cúbicos de
madeira processada (tábuas, produtos beneficiados, laminados, compensados, etc.). O
processamento madeireiro ocorreu em 82 pólos madeireiros situados principalmente no Pará,
Mato Grosso e Rondônia. Após o processamento a madeira amazônica foi destinada tanto
para o mercado doméstico (64%) como para o externo. Em particular, as exportações tiveram
um incremento extremamente significativo, passando de US$ 381 milhões em 1998 para US$
943 milhões em 2004 (LENTINI et al., 2005).
O mogno (Swietenia macrophylla King) é uma espécie madeireira de maior valor
econômico na América Tropical. A comercialização no mercado internacional é originária de
floresta nativa onde a exploração não é feita de maneira sustentável. Em conseqüência, as
populações naturais de mogno estão severamente reduzidas ao longo de sua área de
ocorrência.
A elevada importância comercial do mogno se dá pela beleza da madeira que produz, a
cor atrativa, durabilidade, estabilidade dimensional, sendo bastante usado em móveis finos,
laminados, construções civis (portas, janelas e painéis), navais e aeronáuticas, esculturas e
instrumentos musicais (GROGAN et al., 2002). Por tais características tecnológicas serem
bastante apreciadas, essa espécie vem sofrendo uma exploração seletiva associada com
práticas predatórias e ilegais.
O Brasil é detentor da maior reserva natural de mogno, ocupando o primeiro lugar em
produção, seguido da Bolívia. Estes países abrigam aproximadamente 85% do total do
estoque de mogno existente no mundo (GASPARETO, 2002).
Vale ressaltar que é de fundamental importância a realização de pesquisa voltada para
o desenvolvimento da cultura do mogno, por serem quase inexistentes dados experimentais na
região Amazônica, que permitam conhecer as necessidades nutricionais e seus efeitos no
desenvolvimento da espécie, detectando em curto prazo e de maneira preliminar, a dosagem
limitante ao crescimento das plantas em fase juvenil e estabelecer indicações de doses a serem
testadas em campo.
A escassez de dados científicos à respeito da nutrição, especialmente em relação a
dependência de cálcio, levou à necessidade de comparar dados experimentais de outras
essências florestais, em analogia com os dados encontrados nesta pesquisa com o mogno.
Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento e o teor de cálcio
na matéria seca em plantas jovens de mogno (Swietenia macrophylla) cultivados sob efeito
de doses crescentes de cálcio no substrato de sílica moída em diferentes tempos de
avaliação das mesmas, utilizando sistema hidropônico.
2.2 MATERIAL E MÉTODOS
2.2.1 Localização, Instalação e Condução do Experimento
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Setor de Ciência do Solo do
Instituto de Ciências Agrárias do Pará – ICA da Universidade Federal Rural da Amazônia –
UFRA, Belém – PA, no período de setembro de 2004 a fevereiro de 2005 (Figura 1).
Figura 1: Vista do experimento de mogno brasileiro cultivado em sistema hidropônico,
para avaliação do crescimento e nutrição da cultura, UFRA, Belém – PA.
Foram utilizadas mudas de mogno brasileiro (S. macrophylla) com 52 dias de
germinação, provenientes da Embrapa Amazônia Oriental, originadas de sementes
germinadas em bandejas plásticas contendo como substrato terra preta. As mudas foram
retiradas cuidadosamente da bandeja para não danificar suas raízes, as quais foram lavadas em
água corrente e transplantadas individualmente para vasos plásticos com capacidade para
quatro litros, contendo sílica moída (Tipo zero grossa), 1,0 L de solução nutritiva. Na base
inferior de cada vaso plástico foi inserida, uma mangueira flexível de 3 mm de diâmetro
interno, para permitir a drenagem da solução por gravidade. A solução nutritiva era aplicada
pela manhã entre às 7 e 8 horas e drenada ao entardecer, ficando suas raízes inundadas
durante 9 e 10 horas por dia (Figura 2). A reposição do volume da solução perdida por
evapotranspiração era feita com água destilada a cada dois dias.
Figura 2: Reposição e drenagem da solução nutritiva.
As mudas transplantadas foram submetidas à solução nutritiva completa (Tabela 1),
proposta por Hoagland e Arnon, modificada por Epstein (1975), e cultivadas por um período
de 75 dias, para permitir o crescimento homogêneo das mesmas.
Tabela 1: Composição química das soluções nutritivas estoques, em molar (M), e dos
tratamentos, em mL.L
-1
, utilizadas no experimento (HOAGLAND & ARNON,
modificada por EPSTEIN, 1975).
Tratamento (mL.L
-1
)
Solução Estoque
Conc.
(M)
Solução
completa
0 mg Ca 80 mg Ca 160 mg Ca 240 mg Ca 320 mg Ca
NH
4
NO
3
KNO
3
NH
4
H
2
PO
4
MgSO
4
.7H2O
CaCl
2
Ca(NO
3
)
2
.4H
2
O
Micronutrientes*
Sol. Fe-EDTA**
1 M
1 M
1 M
1 M
1 M
1 M
-
-
-
9
2
1
-
4
2
1
4
9
2
1
-
-
2
1
2
9
2
1
-
2
2
1
-
9
2
1
-
4
2
1
-
9
2
1
2
4
2
1
-
9
2
1
4
4
2
1
* Composição química da solução de micronutrientes: 2860 mg de H
3
BO
3
; 1810 mg de MnCl
2
.4H
2
O; 220 mg de
ZnSO
4
.7H
2
O; 80 mg de CuSO
4
.5H
2
O; 20 mg de H
2
MoO
4
.H
2
O, por litro de solução.
** Composição química da solução de Fe-EDTA: 26,1 g de Na
2
-EDTA, 89,2 mL de NaOH M e 24 g de
FeSO
4
.7H
2
O.
A troca da solução nutritiva era realizada semanalmente, aferindo-se o pH da solução
nutritiva para 5,5 a 6,5, e corrigindo-se o pH, quando necessário, com as soluções de HNO
3
1M para reduzir o pH, ou NaOH 1M para elevar o pH da solução (Figura 3).
.
Figura 3: Vista do pH-metro utilizado para a aferição do pH da solução nutritiva
As mudas com 52 de germinação foram transplantadas e cultivadas em solução
nutritiva completa por 75 dias para homogeneização das mudas, quando as mudas atingiram
127 dias de idade, as doses de cálcio, de acordo com os tratamentos, foram aplicadas por um
período de 84 dias (Tabela 1).
As plantas foram medidas em altura, definida como a distância entre o caule junto ao
substrato (coleto) até o ápice do mesmo. O diâmetro de caule foi obtido a 2 cm do substrato.
O material coletado (folha, caule e raiz) foi acondicionado em saco de papel
identificado, colocado em estufa com circulação de ar forçada na temperatura de 70 °C, até
atingir peso constante.
A matéria seca correspondente a cada uma das partes das plantas foi pesada e depois
moída em moinho tipo Willey, em seguida encaminhada para a análise química.
A análise do tecido vegetal foi realizada no Laboratório de Análise de Tecido Vegetal,
da UFRA. O extrato das amostras foi obtido por digestão nitro-perclórico na concentração de
2:1. Os teores de cálcio foram obtidos por espectrofotometria de absorção atômica.
2.2.2 Tratamentos e Delineamento Experimental
O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em arranjo
parcela subdividida, sendo a parcela as doses de cálcio (0; 80; 160; 240; e 320 mg Ca.L
-1
) e a
subparcela o tempo de avaliação (133, 141, 161, 174, 189, 198 e 211 dias de idade das
mudas), com 5 repetições, perfazendo 25 unidades experimentais. Quando a dose de cálcio ou
tempo de avaliação e a interação entre eles se mostraram significativos pelo teste F, a
comparação entre as médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foram
avaliadas as variáveis biométricas altura da parte aérea, diâmetro do caule, matéria seca do
caule, matéria seca das folhas, matéria seca de raízes e matéria seca total, e teor de cálcio na
matéria seca de caule, folhas e raízes. As fontes de cálcio foram o nitrato de cálcio [(CaNO
3
)
2
]
p.a e o cloreto de cálcio (CaCl
2
) p.a. A análise estatística foram avaliadas por meio do
“software” SAEG.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2 encontram-se os dados da análise de variância representada pelos
valores de Quadrado Médio e níveis de significância das variáveis das variáveis altura e
diâmetro do caule, em função dos tratamentos utilizados. Observa-se efeito significativo
dos tratamentos sobre todas as variáveis.
Tabela 2: Valores da análise de variância com as fontes de variação (FV), graus de liberdade
(GL), os quadrados médios e respectivos significâncias da altura e diâmetro do caule
em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função da idade da planta (em dias) e
as diferentes doses crescentes de cálcio.
Fonte de Variação G.L. ALTURA DIÂMETRO DO CAULE
DIAS 6 239,98
**
184,93
**
DOSE 4 62,32
**
24,07
**
DIAS X DOSES 24 5,71
**
2,71
**
Média Geral 32,713 0,77522
CV (%) 7,9986 8,7959
**
indica significativo a 1% de probabilidade (Teste F)
Na Tabela 3 encontram-se os dados da análise de variância representada pelos valores
de Quadrado Médio e níveis de significância das variáveis matéria seca do caule (MSC),
matéria seca das folhas (MSF), matéria seca das raízes (MSR) e matéria seca total (MST) e
teor de cálcio na matéria seca do caule (CaC), matéria seca das folhas (CaF) e matéria seca
das raízes (CaR), em função dos tratamentos utilizados. Observa-se efeito significativo dos
tratamentos sobre todas as variáveis, à exceção do efeito da interação entre os tratamentos,
sobre as variáveis teor de cálcio na matéria seca das raízes e folhas.
Tabela 3: Valores da análise de variância com as fontes de variação (FV), graus de liberdade
(GL), os quadrados médios e respectivos significâncias da matéria seca e teor de
cálcio em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função da idade das plantas (em
dias) e as diferentes doses crescentes de cálcio.
Fonte de
variação
G.L. MSC MSF MSR MST CaC CaF CaR
TRAT 4 12,09
**
25,50
**
16,88
**
24,01
**
95,42
**
64,77
**
50,40
**
DIAS 3 59,70
**
21,76
**
104,63
**
52,55
**
2,56
+
15,34
**
3,12
*
TRAT x DIAS 12 5,88
**
3,28
**
5,42
**
5,13
**
2,16
*
1,26
ns
1,27
ns
Média Geral 9,04 13,59 2,77 25,31 4,72 12,66 13,98
CV (%) 27,16 26,77 31,39 24,43 21,10 16,71 40,89
ns
,
+
,
*
,
**
, indicam respectivamente, não significativo, significativo a 10, 5 e 1% de probabilidade (Teste F)
2.3.1 Crescimento de Swietenia macrophylla
2.3.1.1 Altura e diâmetro do caule das mudas de plantas de Swietenia macrophylla
A Tabela 4 mostra a média de altura e diâmetro em mudas de plantas de mogno
brasileiro, sob o efeito das diferentes idades das plantas e as doses crescentes de cálcio.
Observa-se que na Tabela 4 a altura máxima foi aos 211 dias, porém não diferindo
estatísticamente dos 198 dias, sendo as maiores alturas obtidas nas dosagens com 160 e 240
mg Ca/L, entretanto, a variável diâmetro do caule não apresentou diferença significativa
quando observado as diferentes idade da muda e as doses crescentes de cálcio durante o
período.
A redução da altura das plantas com a maior dose de cálcio, deve-se provavelmente a
maior atividade do cálcio, na solução nutritiva, provocando antagonismo com outros cátions
básicos, como Mg e o K, com redução da absorção destes nutriente e conseqüente efeito
negativo no crescimento (MALAVOLTA et. al., 1997).
Através da Figura 4 observa-se que os maiores valores absolutos encontrados para a
altura do mogno, foram obtidos com a dose de 240 mg Ca/L, sendo de 23,5; 25,5; 33,1; 42,0 e
44,6 cm, respectivamente aos 133, 141, 161, 189 e 198 dias da idade das mudas de mogno.
Aos 211 dias, a maior altura absoluta (47,9 cm) foi proporcionada com a dose de 160
mg Ca/L. Lamb (1966)
20
citado por Veríssimo (2002), observou que as mudas crescem
aproximadamente 15 cm de altura nos primeiros seis meses dentro da floresta, enquanto o
crescimento em viveiros no mesmo período foi em média 1 metro. Para Stevenson (1927), o
crescimento das mudas responde até 60 cm dentro de três semanas após a liberação da
sombra.
A variável diâmetro do caule não apresentou diferença estatísticamente entre as
diferentes idades da mudas e as dosagens observadas no presente estudo. Observa-se que as
maiores médias absolutas encontradas para diâmetro do caule das mudas de plantas de
mogno, foram obtidas aos 211 dias para as doses de 160 e 240 mg Ca/L, respectivamente,
0,794 e 0,845 cm.
A dose 0 mg Ca/L (Testemunha) obteve o valor do diâmetro de 0,689 cm, sendo este
semelhante significativamente aos obtidos nos tratamentos com cálcio. Aparentemente, o
tempo de 211 dias de idade da planta a deficiência de cálcio, não foi suficiente para inibir
inteiramente os processos fisiológicos vitais para o desenvolvimento da planta, descritos por
Malavolta et. al. (1997).
20
LAMB, F. B.. Mahogany of tropical America. Its Ecology and Managment – The
University of Michigan Press, Ann Harbor, Michigan, USA, 1966. 219p.
Tabela 4: Médias de altura e diâmetro do caule de mudas de plantas de mogno brasileiro em
função da idade da planta sob diferentes doses crescentes de cálcio.
VARIÁVEL INDEPENDENTE ALTURA DIÂMETRO DO CAULE
Idade das plantas -------------------------------------------cm------------------------------------------
133 (Dias) 21,552 e 0,512 a
141 (Dias) 23,264 e 0,605 a
161 (Dias) 29,520 d 0,675 a
174 (Dias) 34,420 c 0,807 a
189 (Dias) 38,500 b 0,867 a
198 (Dias) 40,208 ab 0,928 a
211 (Dias) 41,528 a 1,031 a
DMS 2,182 0,569
Doses de cálcio (ml/L)
0 26,903 d 0,689 a
80 33,403 bc 0,783 a
160 35,106 ab 0,794 a
240 35,671 a 0,845 a
320 32,483 c 0,765 a
DMS 1,707 0,445
Números seguidos pelas mesmas letras minúsculas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey
(P<0,05).
De acordo com os dados ilustrados na Figura 4, no tratamento testemunha (0 mg Ca/L)
as plantas apresentaram um aumento crescente até aos 198 dias, sendo que após esse período,
a ausência do cálcio afetou o crescimento da planta. Segundo Malavolta et al. (1997), esse
padrão de comportamento já deveria ser esperado, uma vez que o cálcio é um nutriente
essencial ao ciclo vital das plantas e a sua falta proporciona uma redução na fotossíntese e
afeta a divisão celular.
Os dados de altura das plantas de mogno, na ausência do cálcio (Testemunha), se
ajustaram a uma regressão quadrática (Figura 4), permitindo calcular o crescimento máximo
(29,88 cm), obtido com o tempo de 188 dias de idade da planta.
Rocha Filho et al. (1979), Novais et (1980) em mudas de eucalipto, Malavolta (1985)
e Lima Júnior (2005) em mudas de mogno, concluíram que houve aumento da altura das
plantas, com o aumento da atividade do cálcio, em virtude da aplicação de CaCO
3
. Santana et
al. (1996) estudando o desenvolvimento da seringueira em viveiro, encontrou aumentos na
altura das plantas, com o aumento das doses de cálcio.
25,1
28,4
34,4
31,6
26,8
21,6
20,4
y = -0,0036x
2
+ 1,3592x - 98,415
R
2
= 0,8005
0
10
20
30
40
50
60
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
T0 – 0 mg Ca/L
28,9
41,1
44,0
21,3
23,4
35,9
39,2
y = -0,0009x
2
+ 0,6272x - 45,979
R
2
= 0,9899
0
10
20
30
40
50
60
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
T1 – 80 mg Ca/L
24,0
37,8
47,9
22,5
32,2
43,7
37,7
y = -0,0003x
2
+ 0,4132x - 28,089
R
2
= 0,9768
0
10
20
30
40
50
60
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
T2 – 160mg Ca/L
25,5
35,3
45,6
33,1
44,6
42,0
23,5
y = -0,001x
2
+ 0,6366x - 44,452
R
2
= 0,9875
0
10
20
30
40
50
60
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
T3 – 240 mg Ca/L
21,8
28,3
40,1
43,2
39,0
34,8
20,1
y = -0,0012x
2
+ 0,7227x - 55,564
R
2
= 0,9906
0
10
20
30
40
50
60
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
T4 – 320 mg Ca/L
Figura 4: Médias das alturas em mudas de plantas de mogno brasileiro, em função do tempo de
aplicação de doses crescentes de cálcio.
Na mesma Figura 4, observa-se que os tratamentos com 160 e 240 mg Ca/L tenderam
a proporcionar os maiores valores de altura, respectivamente, 47,9 e 45,6 cm, aos 211 dias,
sem diferença significativa quando comparado com os valores obtidos nas outras dosagens
com o nutriente cálcio, entretanto, estes diferiram do tratamento testemunha (0 mg Ca/L).
Foi calculada a altura máxima das plantas (63,31 cm) sob dose de 80 mg Ca/L, obtido
com o tempo estimado de 348 dias, a partir dos dados ajustados pela equação de regressão
constante da Figura 4. Do mesmo modo, a máxima altura no tratamento com a dose de 160
mg Ca/L, correspondente a 114,19 cm, foi obtida com o tempo de 689 dias de idade das
plantas.
No tratamento com 240 mg Ca/L a maior altura (173,17 cm) ocorreu aos 318 dias de
aplicação da dose, entretanto, com a dosagem superior (320 mg Ca/L) a maior altura, de 53,24
cm, foi obtida aos 301 dias da idade da planta, calculada através da equação de regressão
demonstrada na Figura 4.
Para todas as doses de cálcio, exceto a testemunha, o tempo máximo de idade da
planta (211 dias) parece ter sido insuficiente para uma resposta plena em termos de altura de
plantas de uma essência florestal, como mogno brasileiro, haja vista o modelo de regressão
quadrático crescente que mais se ajustou aos dados desta variável. Isto poderia justificar o fato
de que as máximas alturas calculadas pelas equações de regressão, fossem todas obtidas em
tempos de aplicação do cálcio muito superiores ao tempo estabelecido na pesquisa, de 211
dias.
Na Figura 5, a partir da dose de 80 mg Ca/L as plantas não apresentaram diferenças
significativas nas médias de diâmetro, em todos os tempos de aplicação do cálcio, embora
tenha ocorrido uma tendência de aumento crescente do diâmetro do caule, com o aumento do
tempo de aplicação das doses de cálcio
O diâmetro do caule das mudas de plantas de mogno apresentou aumentos crescentes,
com o aumento do tempo de aplicação do cálcio. As dosagens com 80, 160, 240 e 320 mg
Ca/L na solução, apresentaram os maiores valores absolutos de diâmetro aos 211 dias, com os
respectivos valores de 1,057; 1,098; 1,132 e 1,071 cm.
0,798
0,805
0,745
0,714
0,67
0,496
0,597
y = -0.00004x
2
+ 0.016x - 0.9705
R
2
= 0.9696
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
Tempo (dias)
Diâmetro (cm)
T0 – 0 mg Ca/L
0,498
0,672
0,832
0,907
1,057
0,904
0,608
y = -0.000002x
2
+ 0.0074x - 0.4273
R
2
= 0.9701
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
Tempo (dias)
Diâmetro (cm)
T1 – 80 mg Ca/L
0,524
0,666
1,098
0,989
0,862
0,82
0,5998
y = 0.00003x
2
- 0.004x + 0.4972
R
2
= 0.9833
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
Tempo (dias)
Diâmetro (cm)
T2 – 160 mg Ca/L
0,546
0,711
1,132
1,02
0,979
0,881
0,647
y = 0.00005x
2
+ 0.0058x - 0.2883
R
2
= 0.9837
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
Tempo (dias)
Diâmetro (cm)
T3 – 240 mg Ca/L
0,498
0,658
0,846
0,92
1,071
0,788
0,574
y = 0.00003x
2
- 0.0025x + 0.3644
R
2
= 0.9877
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220
Tempo (dias)
Diâmetro (cm)
T4 – 320 mg Ca/L
Figura 5: Médias de diâmetro das plantas de mogno brasileiro, em função do tempo de
aplicação de doses crescentes de cálcio.
Lima Júnior (2005), trabalhando com mudas de mogno, encontrou resultados
demonstrando aumento no diâmetro das plantas, com o aumento da atividade do cálcio, em
função da aplicação de doses crescentes de CaCO
3
. Resultados semelhantes, também foram
encontrados por Cruz et al. (2004), trabalhando com Tabebuia impetiginosa – ipê-roxo,
Barbosa et al. (1995), com Myracrodroun urundeuva – aroeira vermelha e Tabebuia
chrysotricha – ipê-amarelo e, Mann et al. (1996), com Platypodium elegans – jacarandazinho.
Na Tabela 5 a altura das plantas diferiram significativamente a partir dos 174 dias,
quando observados os tratamentos com cálcio em relação a testemunha, porém não
apresentando diferença para a variável diâmetro do caule.
O tratamento testemunha apresentou o maior valor absoluto das médias aos 189 dias,
sem, entretanto diferir dos 198 dias. Aos 189, 198 e 211 dias não ocorreu diferença
significativa para a variável altura nas dosagens de 80, 240 e 320 mg Ca/L (Tabela 5).
Tabela 5: Valores de altura e diâmetro do caule em mudas de plantas de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla, King), em função da idade das
plantas sob diferentes doses crescentes de cálcio.
133 141 161 174 189 198 211
DOSES
DE
CÁLCIO
ALT COL ALT COL ALT COL ALT COL ALT COL ALT COL ALT COL
--------------------------------------------------------------------------------------cm-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
0
20,40
Da
0,496
Aa
21,58
Da
0,597
Aa
25,10
CDc
0,670
Aa
28,40
BCb
0,714
Aa
34,40
Ab
0,745
Aa
31,60
ABc
0,805
Aa
26,84
BCc
0,798
Aa
80
21,26
Da
0,498
Aa
23,44
Da
0,608
Aa
28,92
Cabc
0,672
Aa
35,86
Ba
0,832
Aa
39,24
ABa
0,904
Aa
41,06
Aab
0,907
Aa
44,04
Aab
1,057
Aa
160
22,50
Da
0,524
Aa
23,98
Da
0,600
Aa
32,16
Cab
0,666
Aa
37,66
Ba
0,820
Aa
37,84
Bab
0,862
Aa
43,66
Aab
0,989
Aa
47,94
Aa
1,098
Aa
240
23,50
Ca
0,546
Aa
25,48
Ca
0,647
Aa
33,10
Ba
0,711
Aa
35,34
Ba
0,881
Aa
42,04
Aa
0,979
Aa
44,62
Aa
1,020
Aa
45,62
Aab
1,132
Aa
320
20,10
Da
0,498
Aa
21,84
Da
0,574
Aa
28,32
Cbc
0,658
Aa
34,84
Ba
0,788
Aa
38,98
ABa
0,846
Aa
40,10
Ab
0,920
Aa
43,20
Ab
1,071
Aa
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si. Pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2.3.1.2 Matéria seca das mudas de plantas de Swietenia macrophylla
Na Tabela 6 encontram-se as médias de matéria seca das diferentes partes da planta,
em função do efeito isolado das doses crescentes de cálcio e tempo de aplicação das mesmas.
Observa-se que as médias de matéria seca de raiz tenderam a um aumento crescente
com o aumento do tempo de aplicação das doses de cálcio. A maior média, correspondente a
5,24 g/planta, foi obtida aos 84 dias da aplicação do cálcio, enquanto o menor valor ocorreu
aos 174 dias (0,99 g/planta).
Em relação ao efeito das doses de cálcio, ocorreu aumento da matéria seca de raiz até
o valor de 3,52 g/planta, na dose de 240 mg Ca/L, que não diferiu significativamente do valor
reduzido para 3,17 g/planta, obtido com a dosagem de 320 g/planta. A menor média ocorreu
no tratamento Testemunha, sem cálcio, com 1,51 g/planta.
Lima Júnior (2005) e Dias et al (1991), trabalhando, respectivamente, com plantas de
mogno e de táxi-branco, não encontraram resposta em termos de aumento de matéria seca de
raízes, em função da aplicação de doses crescentes de CaCO
3
. Porém, Cruz et al. (2004)
encontraram significativos aumentos no peso da matéria seca de raízes de plantas de ipê-roxo,
com o aumento da porcentagem de saturação em bases do solo, proporcionado pela aplicação
de CaCO
3
.
Do mesmo modo, para a matéria seca do caule ocorreu um aumento crescente com o
aumento do tempo de aplicação do cálcio. A maior média 14,02 g/planta, foi obtida aos 211
dias de idade das plantas, enquanto o menor valor, de 4,82 g/planta, ocorreu com 174 dias.
Lima Júnior (2005), também encontrou aumento na matéria seca do caule de plantas jovens de
mogno, com o aumento de doses crescentes de CaCO
3
.
Para a matéria seca da folha, também ocorreu aumento crescente em função do
incremento do tempo de aplicação das doses de cálcio. A maior média (17,83 g/planta)
aconteceu no tempo máximo de aplicação do cálcio (211 dias), enquanto a menor média,
correspondente a 9,52 g/planta, foi obtida aos 174 dias.
A matéria seca da folha apresentou comportamento semelhante ao apresentado pela
matéria seca do caule e da raiz, em relação ao efeito das dosagens de cálcio. Houve um
crescente aumento, variando de 6,67 g/planta na Testemunha, até 17,08 g/planta com a dose
de 240 mg Ca/L. A maior dosagem (320 mg Ca/L) provocou redução da matéria seca da folha
para 16,26 g/planta, que, no entanto, não diferiu significativamente do resultado ocorrido com
dose imediatamente inferior (240 mg Ca/L).
Tabela 6: Médias de matéria seca das raízes, do caule (MSC), das folhas (MSF), total (MST) e
teores de cálcio no caule (CaC), nas folhas (CaF) e nas raízes (CaR) em plantas de
mogno brasileiro, em função do tempo de aplicação de doses crescentes de cálcio.
Variável
Independente
MSR MSC MSF MST CaC CaF CaR
Tempo de aplicação ----------------g/planta---------------- ----------g.kg
-1
ms---------
(174 dias) 0,99 c 4,82 c 9,52 c 15,34 c 4,46 a 10,84 c 11,70 b
(189 dias) 2,41 b 8,21 b 13,43 b 23,65 b 4,85 a 11,84 bc 13,12 ab
(198 dias) 2,44 b 9,14 b 13,57 b 25,15 b 4,47 a 13,37 ab 16,38 a
(211 dias) 5,24 a 14,02 a 17,83 a 37,09 a 5,12 a 14,60 a 14,73 ab
DMS 0,64 1,82 2,70 4,59 0,74 1,57 4,24
Doses de Ca (mg/L)
0 1,51 c 5,98 b 6,67 c 14,01 c 1,43 e 7,84 d 2,13 d
80 2,47 b 9,13 a 13,81 b 24,30 b 3,92 d 9,88 c 7,45 c
160 3,18 ab 9,86 a 14,12 ab 27,23 ab 5,14 c 13,28 b 16,25 b
240 3,52 a 11,18 a 17,08 a 31,78 a 6,05 b 15,06 b 19,68 ab
320 3,17 ab 9,09 a 16,26 ab 28,52 ab 7,09 a 17,24 a 24,42 a
DMS 0,76 2,17 3,21 5,46 0,88 1,86 5,05
Letras iguais na mesma coluna, dentro de mesmo fator, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade
pelo teste de Tukey.
A Tabela 6 mostra que as médias de matéria seca total apresentaram comportamento
idêntico ao das outras partes da planta. O aumento crescente apresentado, com o aumento do
tempo de aplicação do cálcio, mostrou a maior média (37,09 g/planta) aos 211 dias, e a menor
média (15,34 g/planta) com 174 dias de idade das plantas. Por outro lado, a matéria seca total
cresceu de 14,01 g/planta na Testemunha, até 31,78 g/planta com a dose de 240 mg Ca/L.
Este último valor não diferiu estatisticamente do valor reduzido para 28,52 g/planta,
encontrado com a dose de 320 mg Ca/L.
Na Tabela 7 encontram-se os dados de matéria seca nas diversas partes das plantas de
mogno brasileiro, sob o efeito de interação entre doses crescentes de cálcio e diferentes
tempos de aplicação das mesmas.
Com a deficiência de cálcio, no tratamento Testemunha, as médias para a matéria seca
do caule, folhas e raízes, não variaram significativamente, embora tenha ocorrido uma
tendência de redução aos 211 dias. Isso pode estar relacionado com a função do cálcio em
processos vitais da planta, como na fotossíntese, divisão celular, movimentos citoplasmáticos
e aumento do volume celular, entre outros, conforme Malavolta et al., 1997.
Observa-se que a matéria seca em todas as partes da planta, com o tempo de aplicação
de 174 e 189 dias de idade das plantas, não foi influenciada significativamente por nenhuma
das dosagens de cálcio aplicadas, em relação à testemunha, entretanto, os menores valores
foram apresentados com o tempo de 174 dias.
Aos 198 dias, os tratamentos com as doses de 160 e 240 mg Ca/L, proporcionaram as
maiores médias de matéria seca do caule de mogno brasileiro, respectivamente, 9,99 e 12,44
g/planta. Porém, essas médias foram semelhantes estatisticamente aos valores de 6,81 e 9,98
g/plantas, com o tempo de aplicação de 174 e 189 dias.
Com o tempo de aplicação de 211 dias, as médias de matéria seca do caule, folhas,
raízes e total, obtidas em todas as doses de cálcio aplicadas, não diferiram significativamente
entre si, porém, superaram significativamente a testemunha e, além disso, os valores
encontrados foram maiores que as médias obtidas onde o tempo de aplicação das doses de
cálcio foi inferior a 211 dias. A partir desses dados, constata-se que a dose de 80 mg Ca/L já
foi suficiente para promover o maior aumento do peso da matéria seca do caule (17,35
g/planta), folhas (21,55 g/planta), raízes (5,5l g/plantas) e total (44,42 g/planta), aos 211 de
idade das plantas.
Diversos resultados de experimentos, corroboram os resultados encontrados neste
trabalho. Lima Júnior (2005), com plântulas de mogno, Cruz et al. (2004), em ipê-roxo, Silva
e De Felipo (1993), em eucalipto, Furtini Neto 1995, em cedro, pau-perurá, jatobá e cássia
verrugosa, constataram o aumento da matéria seca em diferentes partes das plantas, com o
aumento da atividade do cálcio no solo.
Tabela 7: Valores de matéria seca total (MST), matéria seca do caule (MSC), matéria seca da folha (MSF), matéria seca da raiz (MSR) de plantas de mogno
(Swietenia macrophylla, King), em função do tempo de aplicação de doses crescentes de cálcio na idade da planta.
174 DIAS 189 DIAS 198 DIAS 211 DIAS
MST MSC MSF MSR MST MSC MSF MSR MST MSC MSF MSR MST MSC MSF MSR
DOSES
DE
Ca
(mg/L)
----------------g/planta---------------
----------------g/planta---------------
----------------g/planta---------------
----------------g/planta---------------
0 9,48aA 4,64aA 4,26bA 0,58aA 16,79cA 7,08aA 8,32bA 2,00aA 17,76bA 7,35bA 8,59bA 1,82aA 12,02bA 4,85bA 5,51Ba 1,65bA
80 11,40aC 2,89aC 7,96abB 0,54aB 21,59abcBC 8,18aB 13,18abB 1,89aB 22,56bB 8,06bB 12,55bB 1,94aB 44,42aA 17,35aA 21,55aA 5,51aA
160 17,89aB 5,09aC 11,46aB 1,34aC 19,23bcB 6,81aBC 9,94bB 2,19aBC 26,90abB 9,99abB 14,03abB 2,88aB 44,89aA 17,54aA 21,04aA 6,30aA
240 17,87aC 5,82aC 10,84aB 1,21aC 30,72aB 9,98aB 17,67aA 3,06aB 34,97aAB 12,44aAB 19,21aA 3,31aB 43,55aA 16,45aA 20,59aA 6,50aA
320 20,01aB 5,66aB 13,07aB 1,28aC 29,93abB 8,96aB 18,04aAB 2,92aB 23,56bB 7,86bB 13,45abB 2,23aBC 40,55aA 13,86aA 20,45aA 6,23aA
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si. Pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Os resultados são concordantes, também, com os encontrados por Costacurta (1996),
onde doses crescentes de cálcio promoveram aumentos na matéria seca em todas as partes da
planta de seringueira, ocorrendo efeito depressivo a partir da dose de 50 mg Ca/L.
2.3.2 Teor de cálcio nas matérias secas das plantas de Swietenia macrophylla
Na Tabela 8 são visualizados as médias dos teores de cálcio na matéria seca do caule,
das raízes e das folhas das plantas de mogno, em função do efeito de interação entre doses
crescentes de cálcio e diferentes tempos de aplicação das mesmas.
Os teores de cálcio na matéria seca do caule, folhas e raízes, não diferiram
significativamente entre si no tratamento testemunha, porém foram significativamente
menores que os valores encontrados em todas as doses com cálcio, independente do tempo de
avaliação. No caso das raízes, observou-se uma tendência de redução do teor de cálcio, aos
211 dias de idade da plantas.
Aos 211 dias, os teores de cálcio na matéria seca da parte aérea superaram os valores
obtidos para as raízes, em todas as doses de cálcio aplicadas. Esse resultado pode estar
relacionado com a alta redistribuição do elemento, em função da transpiração. Segundo
Malavolta (1980), é possível que os teores de cálcio absorvidos pelas raízes das plantas
tenham sido eficientemente transportados, via xilema, como resposta à intensa transpiração
que ocorre na parte aérea.
De um modo geral, os teores de cálcio na matéria do caule e das folhas, apresentaram
aumentos crescentes, para todas as doses de cálcio, com o aumento do tempo de avaliação,
enquanto que para as raízes, observou-se uma tendência de redução aos 211 dias.
Os maiores teores de cálcio nas plantas de mogno, foram obtidos com a dose de 320
mg Ca/L, como segue: caule com 8,22 g kg
-1
ms, aos 211 dias; folhas com 19,80, aos 211
dias; raízes com 29,96 g kg
-1
ms, aos 198 dias.
Tabela 8: Teores de cálcio no caule (CaC), na folha (CaF) e na raiz (CaR) de amostras de tecido vegetal de mogno (Swietenia macrophylla, King), coletados em
diferentes datas e dosagens de cálcio na idade da planta.
174 DIAS 189 DIAS 198 DIAS 211 DIAS
CaC CaF CaR CaC CaF CaR CaC CaF CaR CaC CaF CaR
DOSE
DE
Ca
(mg/L)
---------------g.Kg
-1
ms---------------
---------------g.Kg
-1
ms---------------
---------------g.Kg
-1
ms---------------
---------------g.Kg
-1
ms---------------
0 1,57 cA 7,65 cAB 2,76 cA 1,40 dA 6,13 bB 1,91 cA 1,29 cA 7,74 cAB 2,20 cA 1,47 cA 9,83 dA 1,63 bA
80 4,21 bA 8,08 cA 6,09 bcA 3,76 cA 9,27 bA 8,09 bcA 3,80 bA 11,21 bcA 8,08 bcA 3,88 bA 10,95 cdA 7,52 bA
160 4,54 bA 10,46 bcB 12,25 bcA 5,51 bcA 13,83 aAB 18,81 aA 5,59 aA 14,33 abA 15,61 bA 4,91 bA 14,49 bcA 18,29 aA
240 5,65 abA 12,51 abC 14,53 abB 5,61 bA 13,19 aBC 16,64 abAB 5,83 aA 16,60 aAB 26,03 aA 7,10 aA 17,91 abA 21,48 aAB
320 6,32 aB 15,47 aB 22,87 aAB 7,98 aA 16,75 aAB 20,15 aB 5,83 aB 16,93 aAB 29,96 aA 8,22 aA 19,80 aA 24,69 aAB
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si. Pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
2.4 CONCLUSÕES
- O cálcio é essencial para o crescimento de mudas de mogno, sua ausência provoca a
mortalidade;
- O cálcio não influenciou no crescimento do diâmetro do caule no período estudado.
- 80 mg Ca/L foi suficiente para promover o maior aumento do peso da matéria seca do caule,
folhas, raízes e total aos 211 dias de idade das plantas.
- Os teores de cálcio nas plantas de mogno, decresceram do caule, para as folhas e para as
raízes.
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CAPÍTULO 3
INFLUÊNCIA DO CÁLCIO NO ATAQUE DA BROCA Hypsipyla grandella, Zeller,
1848 EM MUDAS DE MOGNO BRASILEIRO (Swietenia macrophylla, King)
RESUMO
A exploração e o processamento industrial madeireiro estão entre as principais atividades
econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. O mogno brasileiro
(Swietenia macrophylla King) é a espécie madeireira de maior valor econômico na América
Tropical. Na Amazônia, as pesquisas mostram que as instalações de plantios comerciais de
mogno apresentam como maior barreira a ser superada o ataque da larva do broto
(Hypsipyla grandella, Zeller), que constitui um fator extremamente limitante à produção de
madeira de boa qualidade em tempo útil. Este trabalho teve como objetivo avaliar o
crescimento, teor de cálcio e o efeito do ataque da lagarta Hypsipyla grandella, em plantas
jovens de mogno (Swietenia macrophylla) cultivadas em função de diferentes épocas de
aplicação de doses crescentes de cálcio no substrato sílica moída, utilizando sistema
hidropônico. O experimento foi instalado em casa de vegetação na Universidade Federal
Rural da Amazônia – UFRA, Belém-PA, conduzido de setembro de 2004 a fevereiro de
2005, utilizou-se cinco doses de cálcio (0, 80, 160, 240, 320 mg Ca/L), a solução nutritiva
empregada foi a proposta por Hoagland e Arnon, modificada por Epstein (1975). O
delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), as variáveis utilizadas para
avaliação foram a susceptibilidade do mogno ao ataque da broca H. grandella,
comprimento da galeria da broca e o teor de cálcio no caule foi realizado um DIC com
cinco doses de cálcio, cinco repetições cada e duas épocas de inoculação da broca, utilizou-
se regressões lineares simples para interpretação dos dados. Através da pesquisa conclui-se
que a aplicação de doses de cálcio em solução nutritiva reduziu o comprimento da galeria
de infecção e exerce eficiente ação no controle do ataque de H. grandella em plantas de
mogno.
Palavras–Chave: Swietenia macrophylla, Hypsipyla grandella, nutrição mineral, níveis de
cálcio, controle da praga.
ABSTRACT
The exploration and the processing industrial of wood are the principal economic activities of
the Amazon region beside mining and farming. The Brazilian mahogany (Swietenia
macrophylla King) is the wood specie of higher economic value in Tropical America.
Researches carried out in the region showed the larva (Hypsipyla grandella, Zeller) of the
mahogany bud to be the principal limitation for new plantings because it reduces the quality
of the produce wood. The objectives of this research was to determine the leaf level of
calcium and in the effect attack of the caterpillar Hypsipyla grandella to young plants of
mahogany (Swietenia macrophylla) cultivated in nutritive solution. This nutritive solution
used was that proposed by Hoagland and Arnon modified by Epstein. The experiment was
carried out in the greenhouse of the Federal Rural University of Amazon (UFRA), at Belem,
state of Para, from September 2004 to February 2005. A split plot experimental desing with
five replicates was used. The plots were five doses of calcium (0, 80, 160, 240, 320 mg Ca L
-
1
) and the subplots two times of harvesting the plants (189 e 211 days after planting) for the
variables sensitivity of mahogany seedlings to attack of the drill, gallery length and stem level
of calcium. Results showed the calcium decreased gallery length of infection suggesting that
it was efficient to control the attact of Hypsipylla grandella to mahogany seedlings.
Keywords: Swietenia macrophylla, Hypsipyla grandella, mineral nutrition, levels of calcium,
control of plague.
3.1 INTRODUÇÃO
A exploração e o processamento industrial da madeira estão entre as principais
atividades econômicas da Amazônia, ao lado da mineração e da agropecuária. Em 2004, o
setor madeireiro extraiu 24,5 milhões de metros cúbicos de madeira em tora, o equivalente a
cerca de 6,2 milhões de árvores. Essa matéria prima gerou 10,4 milhões de metros cúbicos de
madeira processada (tábuas, produtos beneficiados, laminados, compensados, etc.). O
processamento madeireiro ocorreu em 82 pólos madeireiros situados principalmente no Pará,
Mato Grosso e Rondônia. Após o processamento a madeira amazônica foi destinada tanto
para o mercado doméstico (64%) como para o externo. Em particular, as exportações tiveram
um incremento extremamente significativo, passando de US$ 381 milhões em 1998 para US$
943 milhões em 2004 (LENTINI et al., 2005).
O mogno (Swietenia macrophylla King) é uma espécie madeireira de mais alto valor
na América Tropical. A comercialização no mercado internacional é originária de floresta
nativa onde a exploração não é feita de maneira sustentável. Em conseqüência, as populações
naturais de mogno estão severamente reduzidas ao longo de sua área de ocorrência.
A elevada importância comercial do mogno se dá pela beleza da madeira que produz, a
cor atrativa, durabilidade, estabilidade dimensional, sendo bastante usado em móveis finos,
laminados, portas e janelas, painéis, construções civis, navais e aeronáuticas, esculturas e
instrumentos musicais (GROGAN et al., 2002). Devido essas características tecnológicas
serem bastante apreciadas, essa espécie vem sofrendo uma exploração seletiva associada com
práticas predatórias e ilegais.
O Brasil é detentor da maior reserva natural de mogno, ocupando o primeiro lugar em
produção, seguido da Bolívia. Estes paises abrigam aproximadamente 85% do total do
estoque de mogno existente no mundo (GASPARETO, 2002).
A pesquisa na Amazônia mostra que as instalações de plantios comerciais de mogno
apresentam como maior barreira a ser superada o combate ao ataque da larva do broto
(Hypsipyla grandella), que resulta na deformação ou ramificação da árvore, diminuído
sensivelmente o valor econômico da cultura, consequentemente, constituindo um fator
extremamente limitante à produção da madeira de boa qualidade, em tempo útil.
Desta forma, é de fundamental importância a realização de pesquisa voltadas para o
desenvolvimento da cultura do mogno, por serem quase inexistentes dados experimentais na
região Amazônica, que permitam conhecer as necessidades nutricionais e seus efeitos sobre o
desenvolvimento da espécie, detectando em curto prazo e de maneira preliminar, a dosagem
limitante ao crescimento das plantas na fase juvenil e estabelecer indicações de doses a serem
testadas em campo, assim como, encontrar mecanismos eficientes de combate à broca do
mogno (Hypsipyla grandella).
A partir de observações no campo em experimento conduzido por Ohashi et al. (2005)
no município de Aurora do Pará, onde utilizou-se plantas de mogno brasileiro observando-se
o efeito da adubação com boro, correção do solo com calcário dolomítico e gesso agrícola
para o controle da H. grandella, onde indicavam a possibilidade do cálcio do solo exercer
influência positiva na redução do ataque, a partir desta observação foi idealizado este ensaio
para comprovar aquela hipótese.
Em virtude da sua função estrutural, o cálcio atua na manutenção da integridade física
da parede celular, e por apresentar baixa mobilidade, a sua deficiência provoca a morte dos
tecidos mais novos da planta, principalmente, a gema apical. Como a lagarta recém-eclodida
alimenta-se inicialmente de uma folha nova do broto do mogno, a baixa resistência mecânica
dos tecidos novos, em condições de deficiência de cálcio, pode favorecer a sobrevivência
dessa lagarta recém-eclodida. À vista desse conhecimento, parece possível que em plantas
adequadamente nutridas em cálcio, seja aumentada a resistência ao ataque da Hypsipyla
grandella, o que levou à experimentação, a hipótese de que o cálcio, dependendo do tempo da
sua aplicação, pode diminuir o ataque da broca do mogno (Hypsipyla grandella).
A escassez de dados científicos a respeito da nutrição do mogno, especialmente em
relação à dependência do cálcio, levou à necessidade de comparar dados experimentais de
outras essências florestais, em analogia com os dados encontrados nesta pesquisa com mogno.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do cálcio no ataque da Hypsipyla
grandella, em plantas jovens de mogno (Swietenia macrophylla) cultivadas sob o efeito de
doses crescentes de cálcio no substrato (sílica moída), em diferentes tempos de avaliação das
mesmas, utilizando sistema hidropônico.
Estes resultados preliminares deverão servir de subsídios para posteriores pesquisas,
dentro de procedimentos biológicos, que busquem elucidar a real participação do cálcio no
controle da infestação de plantas de mogno, pela broca H. grandella.
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 Localização, Instalação e Condução do Experimento
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no setor de Ciência do Solo, do
Instituto de Ciências Agrárias – ICA, da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA,
no período de setembro de 2004 a fevereiro de 2005 (Figura 6).
Figura 6: Experimento de mogno (S. macrophylla, King) para avaliação de resistência ao
ataque da broca H. grandella, cultivado em sistema hidropônico, UFRA, Belém-
PA.
Foram utilizadas mudas de mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), com 52 dias de
germinação, provenientes da Embrapa Amazônia Oriental, originadas de sementes
germinadas em bandejas plásticas contendo como substrato terra preta. As mudas foram
retiradas cuidadosamente da bandeja para não serem danificadas as suas raízes, as quais foram
lavadas em água corrente e transplantadas para vasos plásticos com capacidade para quatro
litros, contendo sílica moída do tipo zero grossa, 1,0 L de solução nutritiva e uma muda por
vaso. Na base de cada vaso plástico foi inserido uma mangueira flexível de 3 mm de diâmetro
interno, para permitir a drenagem da solução por gravidade. A solução nutritiva era aplicada
pela manhã entre as 7 e 8 horas e drenada ao entardecer, ficando as raízes inundadas durante 9
a 10 horas por dia. A reposição do volume da solução perdida por evapotranspiração era feita
com água destilada, a cada dois dias. As mudas transplantadas foram cultivadas em solução
nutritiva completa (Tabela 9), proposta por Hoagland e Arnon, modificada por Epstein
(1975), por um período de 75 dias, para permitir o crescimento homogêneo das mesmas.
Tabela 9: Composição química das soluções nutritivas estoques, em molar (M), e dos
tratamentos, em mL.L
-1
, utilizadas no experimento (HOAGLAND; ARNON,
modificada por EPSTEIN, 1975).
Tratamento (mL.L
-1
)
Solução Estoque
Conc.
(M)
Solução
completa
0 mg Ca 80 mg Ca 160 mg Ca 240 mg Ca 320 mg Ca
NH
4
NO
3
KNO
3
NH
4
H
2
PO
4
MgSO
4
.7H2O
CaCl
2
Ca(NO
3
)
2
.4H
2
O
Micronutrientes*
Sol. Fe-EDTA**
1 M
1 M
1 M
1 M
1 M
1 M
-
-
-
9
2
1
-
4
2
1
4
9
2
1
-
-
2
1
2
9
2
1
-
2
2
1
-
9
2
1
-
4
2
1
-
9
2
1
2
4
2
1
-
9
2
1
4
4
2
1
* Composição química da solução de micronutrientes: 2860 mg de H
3
BO
3
; 1810 mg de MnCl
2
.4H
2
O; 220 mg de
ZnSO
4
.7H
2
O; 80 mg de CuSO
4
.5H
2
O; 20 mg de H
2
MoO
4
.H
2
O, por litro de solução.
** Composição química da solução de Fe-EDTA: 26,1 g de Na
2
-EDTA, 89,2 mL de NaOH M e 24 g de
FeSO
4
.7H
2
O.
A troca da solução nutritiva era realizada semanalmente, aferindo-se o pH da solução
nutritiva para 5,5 a 6,5, e corrigindo o pH, quando necessário, com as soluções de HNO
3
1M
para reduzir o pH ou NaOH 1M para elevar o pH da solução.
Após 75 dias dos transplantio das mudas, os tratamentos constantes na Tabela 8,
foram aplicados por um período de 84 dias. A coleta do material vegetal para a avaliação do
efeito das doses de cálcio sobre as variáveis de estudo foi realizada aos 189 e 211 dias de
idade das plantas.
Após 174 dias (idade da planta) foi feita a primeira inoculação dos ovos de H.
grandella. Foram selecionadas cinco plantas de cada tratamento as quais apresentavam brotos
recém-lançados. Nesse lançamento o ovo, produzido pelo Laboratório de Entomologia da
UFRA, foi colocado numa região logo abaixo do broto novo (Figura 7). Após 24 horas era
observada a eclosão da lagarta e a perfuração na planta provocada pela lagarta.
Posteriormente, observou-se exsudação de goma e emissão de serragem no broto, que
indicava a efetivação do ataque. A segunda inoculação ocorreu aos 211 dias (Figura 7C).
A
B
C
Figura 7: Seqüência mostrando a inoculação do ovo de Hypsipyla grandella em
lançamento apical de mogno brasileiro (A e B) e a produção de serragem
após a efetivação da penetração da broca (C).
Após 15 dias do ataque da broca para ambos os períodos de inoculação, as plantas
foram analisadas quanto ao comprimento da galeria (Figura 8B).
A B
Figura 8: Plantas de mogno brasileiro atacadas por broca de H. grandella, mostrando a galeria
na região de crescimento do caule.
O material coletado (caule) foi acondicionado em sacos de papel identificados,
colocados em estufa com circulação de ar forçada na temperatura de 70 °C, até atingir peso
constante. A matéria seca do caule foi moída em moinho tipo Willey, em seguida
encaminhada para a análise química. A análise de tecido vegetal foi realizada no Laboratório
de Análise de Tecido Vegetal (ICA/UFRA). O extrato das amostras foi obtido por digestão
Nitro-perclórico na concentração de 2:1. O teor de cálcio foi obtido por espectrofotometria de
absorção atômica (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).
3.2.2 Tratamentos e Delineamento Experimental
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 10
tratamentos correspondentes a cinco doses crescentes de cálcio em solução nutritiva e duas
épocas de amostragem de plantas para a avaliação das variáveis estudadas, em cinco
repetições, perfazendo 50 unidades experimentais. As doses de cálcio foram: T0 - 0 mg Ca/L
(Testemunha); T1 – 80 mg Ca/L; T2 – 160 mg Ca/L; T3 – 240 mg Ca/L; T4 – 320 mg Ca/L.
A fonte de cálcio utilizada foi o nitrato de cálcio [Ca(NO
3
)
2
] p.a. e cloreto de cálcio (CaCl
2
)
p.a.. As épocas de amostragens foram aos 189 e 211 dias de idade das plantas.
O experimento foi avaliado por meio das seguintes variáveis: susceptibilidade de
plantas de mogno ao ataque da broca de H. grandella; comprimento de galeria (CG) e teor de
cálcio no caule de mogno (CaC).
A avaliação da contribuição da variável independente CaC para explicar as variações
ocorridas na variável dependente CG, produzida pelo ataque de H. grandella, envolve a
utilização de regressões lineares simples entre tais variáveis, para cada um dos períodos
avaliados e para o tempo total do experimento, conforme funções especificadas abaixo. A
avaliação da resistência da planta ao ataque de H. grandella, feita pelo comprimento da
galeria (CG) no caule, deveu-se ao fato de ser esta uma variável que reflete de forma mais
confiável as influências das funções desempenhadas pelo cálcio nesta região de ação da larva
do inseto.
As funções são especificadas da seguinte forma:
CG
P1
= a
10
+ a
11
CaC + ε
1
; (1)
CG
P2
= a
20
+ a
21
CaC + ε
2
; (2)
CG
PT
= a
30
+ a
31
CaC + ε
3;
(3)
em que:
a) variável dependente
CG = comprimento da galeria (cm) feita pela broca de H. grandella, para os diferentes
períodos avaliados.
b) variável independente
CaC = concentração de cálcio (mg/kg) no caule para os diferentes períodos avaliados.
P1, P2 e PT (período total) = períodos de avaliação, correspondente a 47 e 69 dias após a
aplicação das doses de Ca e ao período total, respectivamente.
ε = termo de erro aleatório que, por hipótese, apresenta média zero e variância constante.
Os testes de hipóteses para os parâmetros estimados são feitos da seguinte forma:
Hipótese nula (H
0
:) Hipótese alternativa (H
1
:)
H
0
: a
10
= 0 H
1
: a
10
> 0
a
20
= 0 a
20
> 0
a
30
= 0 a
30
> 0
a
11
= 0 a
11
< 0
a
21
= 0 a
21
< 0
a
31
= 0 a
31
< 0
A hipótese sobre o sinal esperado do parâmetro a ser estimado é de relação negativa
entre a variável independente e a variável dependente. A justificativa está em que o cálcio,
como componente da lamela média da parede celular confere maior resistência a mesma, o
que dificulta a destruição da célula por danos mecânicos, como os provocados pela broca de
H. grandella.
Se o resultado obtido para o teste t de Student, relativo a cada parâmetro, for superior
ao valor tabulado para os graus de liberdade de cada regressão estimada, rejeita-se a hipótese
H
0
e se aceita a hipótese alternativa H
1
, a 0,10 de probabilidade de erro, de que a variável é
importante na explicação das variações ocorridas em CG.
O teste F de Snedecor, que avalia a adequação da regressão ao fenômeno estudado, é
utilizado para avaliar as seguintes hipóteses:
Hipótese nula (H
0
:)
H
0
: a
10
= a
20
= … = a
n
= 0
A hipótese alternativa (H
1
:) é de que pelo menos um dos parâmetros é maior do que
zero.
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um dos danos diretos provocados pela broca do mogno é perfurar, abrir galerias e
matar o broto apical, cujo sintoma é facilmente reconhecido pelos resíduos fibrosos e
secreções resinosas que ficam expostos nas aberturas das galerias produzidas pela broca de
H. grandella quando a lagarta ainda está em desenvolvimento, ou então, pela coloração
escura ou negra do ápice devido morte do meristema apical (OHASHI et al, 2002). Estes
sintomas foram observados em plantas avaliadas no presente trabalho, conforme mostra a
Figura 7C.
3.3.1 Susceptibilidade do mogno ao ataque de H. grandella
Conforme mostram as Figuras 9 e 10, a concentração de cálcio na solução de trabalho
reduziu o ataque ao mogno no controle de H. grandella, pois há elevadas diferenças no
percentual de resistência ao ataque em função das diferentes doses de cálcio.
Para o primeiro período de avaliação do ataque da broca, que correspondeu aos 189
dias (idade das plantas) após a aplicação dos tratamentos, as dosagens de 0 e 80 mg Ca/L não
mostraram nenhuma resistência à H. grandella, ou seja, 100% das plantas submetidas à broca
foram lesionadas. No entanto, a partir da dosagem de 160 mg Ca/L algumas plantas
apresentaram resistência ao ataque da broca. O maior número de plantas resistentes foi
verificado no tratamento com a maior dosagem, correspondendo 80% dos indivíduos
avaliados; para a dosagem de 240 mg Ca, o percentual foi de 60%; e para a dosagem de 160,
todos foram susceptíveis com exceção de um indivíduo (Figura 9).
Para o segundo período de avaliação do ataque da broca, que correspondeu aos 211
dias (idade das plantas) após a aplicação dos tratamentos, verifica-se, como o ocorrido na
primeira avaliação, a susceptibilidade de plantas de mogno cultivadas em tratamentos com
as menores dosagens de cálcio (0 e 80 mg Ca/L). De maneira semelhante ao observado na
primeira inoculação, a resistência ao ataque das brocas só começa a se manifestar em
plantas cultivadas com dosagens de cálcio a partir de 160 mg Ca/L; no entanto o número de
indivíduos que manifestaram resistência foi menor em todos os tratamentos (Figura 10).
Primeira Inoculação.
N = número de indivíduos
n = 1
n = 2
n = 3
n = 4n = 4
n = 4
n = 3
n = 1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 80 160 240 320
Dose de Ca (mg / dm3 solução)
Percentual de indivíduos atacados
Atacada Não Atacada
Figura 9: Percentagem do efeito do cálcio ao ataque H. grandella em mogno brasileiro, aos
189 dias (idade da planta) após a aplicação de doses crescentes de cálcio cultivado
em solução nutritiva.
Segunda inoculação
n =4
n = 4
n = 5
n = 5n = 4
n = 1
n = 2
n = 1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 80 160 240 320
Dose de Ca (mg / dm3 solução)
Percentual de indiduos atacado
s
Atacada Não Atacada
Figura 10: Percentagem do efeito do cálcio ao ataque H. grandella em mogno brasileiro, aos
211 dias (idade da planta) após a aplicação de doses crescentes de cálcio cultivado
em solução nutritiva.
Esses resultados levam a indicação de que a ação do cálcio em dosagem adequada
pode conferir maior resistência do mogno brasileiro à H. grandella. Ohashi et al (2005)
observaram o efeito da adubação com boro e da correção do solo com calcário dolomítico e
gesso agrícola na resistência do mogno brasileiro ao ataque de H. grandella, em experimento
conduzido no município de Aurora do Pará, PA, encontrando índice de infestação 0,7%, 0% e
5,5% de um total de 576 plantas, no período de janeiro a março de 2004, respectivamente. Os
autores ressaltam que a grande maioria das plantas apresentava brotações novas, isto é, no
estágio suscetível ao ataque da praga, esses autores ressaltam ainda, que outro experimento de
mogno consorciado com meliáceas resistentes que não sofreu correção e adubação, distante
apenas 10 metros, apresentaram, nesse período, índice de infestação cerca de 19 e 9 vezes
maior, respectivamente, nos meses de janeiro e março de 2004. Os autores verificaram efeito
altamente significativo para o tratamento com boro, atribuindo ao elemento o efeito sobre a
broca do mogno, uma vez que segundo Rajaratnam e Hock (1975), citados por Yamada
(2004), o aumento do conteúdo de boro em folhas de mudas de dendê, reduziu a infestação do
ácaro roxo (Tetranynhus pioroei), e que existiu correlação entre o boro e a produção de
cianidina, um polifenol que seria tóxico para o ácaro ou formaria complexos com compostos
nitrogenados não disponíveis ou não digeríveis pelo ácaro.
Apesar da pouca disponibilidade de estudos envolvendo adubação e nutrição de
plantas e resistência à pragas e doenças, tais resultados poderão servir de indicadores de novas
pesquisas que visem o controle da praga de H. grandella em plantios comerciais de S.
macrophylla.
3.3.2 Comprimento da galeria da broca H. grandella em relação ao teor de cálcio no
caule
Na Tabela 10 estão contidos os resultados das análises de regressões lineares simples,
em que se avaliaram a influência da concentração de cálcio no caule (CaC) de mogno no
comprimento da galeria (CG) feita por H. grandella.
O intercepto a
0
foi positivo e significativo a 5% na função (1) e a 1% nas funções (2) e
(3) de probabilidade de erro. O intercepto informa a variação média no comprimento da
galeria na ausência da influência da variável independente concentração de cálcio no caule,
incluída em cada regressão. O valor a
0
= 11,04, na função (1), informa que a galeria teria um
comprimento máximo de 11,04 cm quando a concentração de cálcio fosse zero. Interpretação
semelhante pode ser aplicada para as demais funções.
O coeficiente a
1
da variável CaC foi significativo a 10% de probabilidade de erro na
função (2), segundo período de inoculação, e a 5% na função (3), para as duas épocas de
inoculação do ovo de H. grandella.
Tabela 10: Estimativas dos parâmetros das equações de regressão lineares simples entre o
efeito da concentração de cálcio no caule (CaC) de mogno e as variações ocorridas
no comprimento da galeria (CG) em caule de mogno feita pela broca H. grandella.
Coeficiente
Número Função
a
0
a
1
R
2
Estatística
F
(1) CG = f(CaC
P1
) 11,04 -0,51 0,197 F
(1, 3)
= 1,98
ns
(5,20)* (-1,41)
ns
(2) CG = f(CaC
P2
) 13,95 -0,68 0,655 F
(1, 3)
= 8,61
+
(10,04)** (-2,93)
+
(3) CG = f(CaC
PT
) 12,39 -0,57 0,368 F
(1, 8)
= 6,25 *
(9,05)** (-2,50)*
+
, *, **,
ns
, significativo a 10%, 5% e 1% de probabilidade de erro e não-significativo, respectivamente, valores
entre parênteses são os valores calculados do teste t de Student.
Os sinais dos parâmetros foram significativos, atestados pelo teste t de Student, e
teoricamente estão corretos, ocorrendo de acordo com o esperado, mostrando que a variação
em CG foi inversamente proporcional à variação em CaC (funções de 1 a 3 e Figura 11). A
interpretação pode ser feita da seguinte maneira: um aumento unitário em CaC leva a uma
redução de 0,68 cm no comprimento da galeria para os danos provocados pela broca no
segundo período de inoculação analisado (função (2)) e de 0,57 cm para o período total. Para
a função (1), dados do primeiro período de inoculação, mesmo o sinal do parâmetro a
1
ter se
apresentado negativo, o efeito do cálcio no comprimento da galeria de H. grandella foi nulo,
o que é atestado pelo teste t = -1,41, não-significativo.
O coeficiente de determinação R
2
, que indica o poder explicativo da regressão, foi
significativo para todas as regressões estimadas, exceto a que avalia CG
P1
em função de
CaC
P1
, conforme o teste F
(1, 3)
= 1,98, não-significativo. As relações comportamentais entre as
variáveis em estudo podem ser visualizadas por meio da Figura 11.
Analisando-se os resultados da Tabela 9, verificou-se que o teor de Ca foi mais
importante para explicar as variações em CG, quando se analisou os dois períodos
conjuntamente (função (3)), mesmo com R
2
=0,368 sendo menor do que na função (2), R
2
=
0,655, uma vez que o valor da estatística F
(1, 8)
na função (3) foi significativo a 5% de
probabilidade de erro, ao contrário do que ocorreu com a função (2), onde F
(1, 3)
= 8,61 foi
significativo a 10%.
Os dados apresentados na Tabela 10 comprovam o efeito positivo da nutrição do
cálcio em plantas de mogno na resistência à ação da broca de H. grandella. No entanto, tal
constatação deve ser investigada em âmbito celular, para se saber que tipo de função o
elemento está desempenhando, se estrutural ou bioquímico-fisiológica, para proporcionar tal
efeito.
A Figura 11 ilustra as relações entre as variáveis CG e CaC, para os dois períodos de
inoculação analisados, em função do tempo de aplicação de doses crescentes de cálcio.
1,4
3,8
5,1
5,8
9,9
1,6
3,9
5,1
7,3
9,1
12,0
9,8
6,7
5,8
7,8
13,2
11,3
9,2
10,8
7,0
0
2
4
6
8
10
12
14
0 80 160 240 320 0 80 160 240 320
Primeira Inoculação Segunda Inoculação
Data de inoculação / Dose de cálcio (mg/L solução)
Ca Caule (g/kg MS) Galeria (cm)
Figura 11 - Relação entre doses de cálcio na solução nutritiva e comprimento de galeria feita
pela broca de H. grandella em plantas jovens de mogno sob doses crescentes de
cálcio e diferentes períodos de inoculação.
Verifica-se que para ambos os períodos o teor de cálcio na matéria seca do caule de
mogno, como era de se esperar, aumentou com o aumento da dose do elemento na solução
nutritiva; comportamento inverso foi observado para o comprimento da galeria até a dosagem
de 160 mg Ca/L solução, ou seja, quanto menor a dose de cálcio, maior o comprimento da
galeria.
Para o primeiro período avaliado, a menor média em CG foi obtida com a dosagem de
240 mg Ca/L, enquanto para a segunda inoculação, a menor média foi obtida com a máxima
dosagem (320 mg Ca/L).
3.4 CONCLUSÃO
- A aplicação de doses de cálcio em solução nutritiva reduziu o comprimento da galeria de
infecção e exerce eficiente ação no controle do ataque de H. grandella em plantas de
mogno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS et al.. Natural and articial reserves of S. macrophylla in the brazilian Amazon
– a perspective of conservation. FCAP, Belém, Pará, Brasil, 1992, 56p.
EPSTEIN, E. Nutrição mineral das plantas: princípios e perspectivas. Trad. notas [de] E.
Malavolta. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; São Paulo, Ed. da Universidade
de São Paulo, 1975.
HILJE, L.; CORNELIUS, J. Es inmanejable Hypsipyla grandella como plaga forestal.
Turrialba, Hoja Tecnica del CATIE, 2001, n° 18: 1-4.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. de. Avaliação do estado nutricional
das plantas. 2 ed. Piracicaba: POTAFOS, 1997. 319p.
OHASHI, O. S.; SILVA, J. N. M.; SILVA, M. F. G. F.; COSTA, M. S. S.; SARMENTO
JUNIOR, R. G.; SANTOS, E. B.; ALVES, M. Z. N.; PESSOA, A. M. C.; SILVA, T. C. O.;
BITTENCOURT, P. R. G.; BARBOSA, T. C.; SANTOS, T. M. Manejo Integrado da broca
do mogno Hypsipyla grandella Zeller (Lep. Pyralidae). In: POLTRENIERI, L. S.;
TRINDADE, D. R. Manejo integrado das principais pragas e doenças de cultivos
amazônicos. Belém, Embrapa Amazônia Oriental, 2002, 304 p.
RODAN, B.; NEWTON, A.; VERÍSSIMO, A. Conservação do mogno: situação e
perspectivas. 18p. 1992.
VERÍSSIMO, A.; BARRETO, R.; TARIFA, R.; UHL, C. Mahogany extraction in the
Eastern Amazon: a case study presentation to mahogany workshop. Washington: Tropical
Forest Foundation, 1995.
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