Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CRAVO-DE-DEFUNTO (Tagetes patula L.) COMO PLANTA
ATRATIVA PARA TRIPES (THYSANOPTERA) E
HIMENÓPTEROS PARASITÓIDE (HYMENOPTERA) EM
CULTIVO PROTEGIDO
Fernanda Salles Cunha Peres
Bióloga
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Maio de 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CRAVO-DE-DEFUNTO (Tagetes patula L.) COMO PLANTA
ATRATIVA PARA TRIPES (THYSANOPTERA) E
HIMENÓPTEROS PARASITÓIDE (HYMENOPTERA) EM
CULTIVO PROTEGIDO
Fernanda Salles Cunha Peres
Orientador: Prof. Dr. Odair Aparecido Fernandes
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia
(Entomologia Agrícola).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Maio de 2007
ads:
Peres, Fernanda Salles Cunha
P437c
Cravo-de-defunto (Tagetes patula L.) como planta atrativa para
tripes (Thysanoptera) e himenópteros parasitóide (Hymenoptera) em
cultivo protegido / Fernanda Salles Cunha Peres. – – Jaboticabal,
2007
xiii, 50 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientador: Odair Aparecido Fernandes
Banca examinadora: Sérgio de Freitas, Sandra Regina Magro
Bibliografia
1.controle biológico. 2. diversidade. 3. parasitóides. I. Título. II.
Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 595.731:632.937
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço
Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
DADOS CURRICULARES DA AUTORA
FERNANDA SALLES CUNHA PERES, nascida em 10 de junho de 1982, em
São José do Rio Preto - SP, cursou o ensino médio no Colégio “Colégio Oswaldo Cruz”,
São Jo do Rio Preto - SP. Em 2001 Ingressou no curso de Ciências Biológicas
Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP), o José do Rio Preto SP, obtendo o
título de Bióloga em Licenciatura e Bacharelado em 2005. Estagiária no Pólo Regional
de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro Norte, Mirassol SP,
trabalhando em projetos de pesquisa em entomologia de 2002 a 2004. Foi Bolsista da
FUNDAG em 2003 e 2004. Em fevereiro de 2005 ingressou no curso de Mestrado
(Entomologia Agrícola) Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias (UNESP/FCAV), Jaboticabal SP, obtendo o título de Mestre
em 25 de Maio de 2007.
ii
“...Se depender de mim eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento...”
Engenheiros do Hawaii
iii
OFEREÇO
A Deus, que me deu saúde e paz para poder chegar até aqui;
Aos meus pais,
Maria Angêla Salles Cunha Peres
Maria Angêla Salles Cunha Peres Maria Angêla Salles Cunha Peres
Maria Angêla Salles Cunha Peres e Roberto Molinari Peres
Roberto Molinari Peres Roberto Molinari Peres
Roberto Molinari Peres,
,,
, por tudo,
principalmente pelo apoio, incentivo, paciência, carinho em todas as etapas da
vida;
Aos meus irmãos,
André Salles Cunha Peres
André Salles Cunha Peres André Salles Cunha Peres
André Salles Cunha Peres e Eduardo Salles Cunha Peres
Eduardo Salles Cunha PeresEduardo Salles Cunha Peres
Eduardo Salles Cunha Peres,
,,
, pelo apoio e carinho;
Aos meus avós,
Aparecida Homsi de Salles Cunha
Aparecida Homsi de Salles Cunha Aparecida Homsi de Salles Cunha
Aparecida Homsi de Salles Cunha e Mário Salles Cunha;
Mário Salles Cunha;Mário Salles Cunha;
Mário Salles Cunha;
Olésia Maria Meira Molinari Peres
Olésia Maria Meira Molinari Peres Olésia Maria Meira Molinari Peres
Olésia Maria Meira Molinari Peres e Waldir Peres (in memorian)
Waldir Peres (in memorian)Waldir Peres (in memorian)
Waldir Peres (in memorian)
Pelo amor, carinho, paciência, apoio;
Ao Luís Cláudio Paterno Silveira, Sandra e filhos,
Luís Cláudio Paterno Silveira, Sandra e filhos,Luís Cláudio Paterno Silveira, Sandra e filhos,
Luís Cláudio Paterno Silveira, Sandra e filhos,
pela orientação, amizade, paciência, apoio, torcida, dedicação
DEDICO
À Onã da Silva Freddi
Onã da Silva FreddiOnã da Silva Freddi
Onã da Silva Freddi,
meu namorado e melhor amigo, pelo apoio, incentivo, companheirismo, carinho,
pela paciência e compreensão.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Odair Aparecido Fernandes, pela orientação, conhecimentos
transmitidos nas excelentes aulas, mas principalmente confiança, paciência e pelo
apoio no desenvolvimento deste trabalho e crescimento pessoal;
Ao Prof. Dr. Sérgio de Freitas, pelas prazerosas aulas de Taxonomia dos insetos, pela
orientação nas horas mais difíceis, pelas conversas que me fez pensar, aprender,
crescer, pelas sugestões, opiniões, pela amizade, pelo apoio, pela paciência e
dedicação, por ter participado da minha banca de qualificação;
Ao Prof. Dr. Sérgio Antonio de Bortoli, pelos conhecimentos obtidos nas agradáveis
aulas, pela amizade, pelos insetos concedidos, pela participação na banca de
qualificação, pela atenção aplicada a leitura, as sugestões;
Ao Marcelo Oyafuso e família, pela amizade, apoio, pela área concedida para
realização desta dissertação, pelas horas dispensadas, peio conhecimentos adquiridos
em nossas conversas;
Ao Prof. Dr. Luís Cláudio Paterno Silveira, pelas orientações, conversas, amizade,
identificações dos Thysanoptera e Hymenoptera;
Ao Prof. Dr. Nelson Perioto, pela identificação dos Hymenoptera, conversas;
Às funcionárias do Departamento de Fitossanidade, gia Dias, Lúcia Tarina e Márcia
Macri, pela atenção, paciência, pela amizade e por serem tão prestimosas;
Aos funcionários da Biblioteca: Adriana Damato, Mabel Custódio, Ana Silvia
Mariano, Tieko Sugahara, Claudemir Soares, F´bio Assis Pinto e Neli Saccari, pelo
apoio, paciência, amizade conversas;
À todos funcionários da APTA de Mirassol e Pindorama, pela amizade, incentivo, apoio;
A pesquisadora Wignez Henrique e pesquisadores Antonio Lúcio Mello Martins,
Célio Luiz Justo, José Luíz Viana Coutinho Filho, Edmar Eduardo Bassan Mendes,
pelo carinho, dedicação, orientações, amizade, conversas, crescimento pessoal;
À querida pesquisadora Ana Maria de Faria e sua família, pela orientação, me
apresentou o mundo da entomologia, carinho, amizade, paciência, conversas,
dedicação;
v
Aos professores da UNIRP, Valéria Stranghetti, Fabiano Gazzi Taddei, Zélia
Aparecida Vaisechi da Siiva, Eiiana Rosa de Paima Fernandez, Adauto Fonseca
Lima, Lílian Castiglioni e os demais professores do curso de Ciências Biológicas. pelo
apoio, incentivo, dedicação, ensinamentos, amizade;
Aos meu queridos estagiários da UNIRP, Tassila Meneguetti Pinheiro, Tiago Lucena
da Silva e Jean Michel Dumbra Alves, pela convivência, amizade, aprendizado,
ajuda, conversas, vocês contribuíram muito com meu crescimento;
Ao Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP pelo apoio, pela concessão do
laboratório de Zoologia, onde parte do experimento foi realizado;
A todos os meus tios. tias, primos e primas pelo carinho, paciência, incentivo, apoio,
principalmente nas horas mais difíceis.
Aos amigos Alexandre, Andréia, Maria Ângela, Roseli, Cácia e Dé, Roberto (Binho),
Mirelli (Tita), Pedro, Melissa, Renata, Ivan, Edileusa, Rodrigo, Thaís, Mariá, Rafael
(Pita), Flávio, Marcelão, Adolfo, Fernanda, Miguel (Java), pela amizade,
companheirismo, torcida e agradável, companhia;
A turma do APECOLAB pelo apoio, dedicação, amizade, conversas;
Ao meu grande amigo e parceiro Cherre Sade Bezerra da Silva e sua mãe, Maria,
pela amizade, companheirismo, apoio, cumplicidade, pelas dificuldade enfrentadas,
conquistas, pelas conversas, pedaladas de bike, meu irmãozinho, essa etapa
conquistada é nossa;
À querida amiga Thaís Tanan de Oliveira (Tatá), pela amizade, companheirismo,
confiança, apoio, carinho, paciência, conversas;
À querida amiga Adriana Generoso e Aninha, pela amizade, apoio, conversas,
jantares, ombro amigo, companheirismo, carinho, confiança, paciência;
À querida amiga Maria Aparecida Bernardes (Tida) pela amizade, paciência,
conselhos, carinho, dedicação, companheirismo, conversas;
À querida amiga Tatiana Rodrigues Carneiro (Tati) e sua mãe, Irma pelo apoio,
amizade, conselhos, torcida, incentivo, ajudas;
À querida amiga Anieli Pianoscki e sua mãe, pela amizade, apoio, caronas,
conversas;
À querida amiga Elis Cristiane Vilarinho, pela amizade, apoio, conselhos, ajudas;
Ao Marcelo Zart, pela amizade, convívio, torcida;
vi
Ao Daniel Pereira Dutra (Dani), nossa mascotinho, pela amizade, conversas, apoio,
torcida:
Ao Dionísio Celso Figueiredo Neto, pelo apoio, amizade, torcida;
Aos estagiários Pedro, Ana Paula, Ana Rita, Paula, Taiçara, Lucas, e todos que
passaram pelo APECOLAB, pelo convívio, apoio,amizade;
Ao José Eudes Morais de Oliveira e Inês, pela amizade, apoio, orientação;
As minhas grandes amigas Marcela Simões (Piçarra) e Maria Luíza Oliveira
(Tegumim), pela amizade, paciência, conversas a fio, choros, risadas, minhas
companheiras;
À minha amiga Cristiane Baldani, pela amizade, convívio, paciência, carinho,
conversas;
A turma do prédio, pela amizade, apoio, conversas,brincadeiras;
As minhas amigas Aline, Danieli, Lanna, Luciana, Luciana Passarini, Lísia, pela
paciência, apoio, carinho, torcida, muita paciência;
A todos colegas, pelo companheirismo e pelos bons momentos que me
proporcionaram, fundamentais ao êxito do curso;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo
auxilio financeiro concedido;
À direção da FCAV/UNESP e aos coordenadores do Curso de Pós-Graduação em
Entomologia Agrícola, pela possibilidade proporcionada a mim;
Aos Professores do Departamento de Fitossanidade pelos ensinamentos e convívio
: durante o curso;
Ao Prof. Dr. Antonio Sérgio Ferraudo, pelas agradáveis aulas, conselhos, amizade;
A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para esse acontecimento.
A Deus pela vida e contínuo amparo.
Muito obrigada
...
vii
SUMÁRIO
página
xii
xiii
01
03
03
05
06
RESUMO................................................................................................................
ABSTRACT............................................................................................................
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................
2. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................
2.1. Modelo de Agricultura e Biodiversidade........................................................
2.2. Manejo Ambiental..........................................................................................
2.3. Melão (Cucumis melo L.)..............................................................................
2.4. Thysanoptera................................................................................................ 08
2.5. Himenópteros parasitóides............................................................................ 09
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 11
3.1. Descrição da área experimental.................................................................... 11
3.2. Instalação do experimento………………………………………………………. 11
3.3. Coleta e identificação……………………………………………………………..
11
3.4. Análise estatística………………………………………………………………
13
3.4.1. Análise Faunística…………………………………………..…………………
13
3.4.1.1. Abundância………………………………………………………………….. 13
3.4.1.2. Frequência…………………………………………………………………... 14
3.4.1.3. Constância…………………………………………………………………... 14
3.4.1.4. Dominância………………………………………………………………….. 14
3.4.2. Análise Multivariada…………………………………………………………….
15
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………………….
17
4.1. Tisanópteros..................................................................................................
17
4.2 Himenópteros.................................................................................................
28
5. CONCLUSÕES..................................................................................................
41
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................
42
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela página
1 Espécies de tripes (Thysanoptera) em cultivo protegido de melão contendo
as extremidades com cravo-de-defunto..........................................................
18
2 Resultados da análise faunística das espécies de Thysanoptera
observadas em cultivo de melão contendo as extremidades com cravo-de-
defunto............................................................................................................ 19
3
Proporção (%) das espécies de Thysanoptera observadas em melão e T.
patula cultivadas em casa-de-vegetação........................................................
20
4 Fatores baseados na correlação da análise de componentes principais
para as quatro espécies de tripes avaliadas................................................... 27
5 Espécies de himenópteros parasitóides em cultivo protegido de melão
contendo as extremidades com cravo-de-defunto.......................................... 29
6 Análise faunística das espécies de himenópteros parasitóides observadas
em cultivo de melão contendo as extremidades com cravo-de-defunto......... 30
7 Proporção (%) das espécies dominantes de Himenópteros parasitóides
observadas em melão e T. patula cultivadas em casa-de-vegetação em
sistema orgânico............................................................................................. 32
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura página
1 Croqui da área experimental indicando os pontos de coleta (Cravo-de-
defunto; T1 (Melão consorciado com cravo-de-defunto); T2, T3, T4 e T5
(Melão a distância de 6m, 12m, 18m e 24m do cravo-de-defunto).................
12
2 Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de
coleta e espécies dominantes de tripes (Thysanoptera) amostrados. Os
números I, II e III referem-se aos grupos formados. Grupo I: T. patula, II:
Melão consorciado com T. patula (T1) e III: melão a 6m (T2), 12m (T3),
18m (T4) e 24m de T. patula (T5)...................................................................
23
3 Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se
todos os pontos de coleta e espécies dominantes de tripes (Thysanoptera)
amostrados......................................................................................................
24
4 Componentes principais considerando-se todos os pontos amostrados. Os
números I, II e III referem-se aos agrupamentos baseados no dendograma.
Grupo I (T. patula), II (Melão consorciado com T. patula) e III (melão a 6m,
12m, 18m e 24m de T. patula)........................................................................
25
5 Componentes principais considerando-se todas as variavéis (espécies
dominantes de tripes) amostradas. Os grupos I (T. patula), II (Melão
consorciado com T. patula) e III (melão a 6m, 12m, 18m e 24m de T.
patula) mostram a influência sobre os tripes...................................................
26
6 Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de
coleta e espécies constantes de Himenópteros Parasitóides amostrados.
Os números I e II referem-se aos grupos formados, grupo I: T. patula,
grupo II: Melão consorciado com T. patula (T1), melão a 6m (T2), 12m (T3),
18m (T4) e 24m de T. patula (T5)...................................................................
34
7 Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se
todos os pontos de coleta e espécies constantes de Himenópteros
Parasitóides.....................................................................................................
35
x
8 Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de
coleta e espécies hospedeira de Hymenoptera amostrados. . Os números I
e II referem-se aos grupos formados, grupo I: T. patula, grupo II: Melão
consorciado com T. patula (T1), melão a 6m (T2), 12m (T3), 18m (T4) e
24m de T. patula (T5)......................................................................................
36
9 Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se
todos os pontos de coleta e espécies de hospedeiros de himenópteros
parasitóides..................................................................................................... 37
10 Componentes Principais considerando-se todos os locais de coleta de
espécies constantes de himenópteros parasitóides. Os números I e II
referem-se aos agrupamentos baseados no dendograma. Grupo I (T.
patula), II (Melão consorciado com T. patula, melão a 6m, 12m, 18m e 24m
de T. patula)....................................................................................................
38
11 Componentes Principais considerando-se todas as variavéis (espécies de
hospedeiros) amostradas. Os grupos I (T. patula), II (Melão consorciado
com T. patula, melão a 6m, 12m, 18m e 24m de T. patula) mostram a
influência sobre as espécies de hospedeiros..................................................
39
xi
CRAVO-DE-DEFUNTO (Tagetes patula L.) COMO PLANTA ATRATIVA PARA
TRIPES (THYSANOPTERA) E HIMENÓPTEROS PARASITÓIDE (HYMENOPTERA)
EM CULTIVO PROTEGIDO.
RESUMO Foi avaliada a atratividade de Tagetes patula (cravo-de-defunto)
sobre tripes (Thysanoptera) e micro-hymenoptera em cultivo protegido de melão. Foram
estudadas a abundância, dominância, freqüência e constância de espécies de insetos
utilizando-se a análise faunística, análise de agrupamento (AA) e análise de
componentes principais (ACP). Nas extremidades das estufas com cultivo de melão
foram plantadas duas faixas transversais de cravo-de-defunto. As amostras foram
tomadas nas plantas de melão, batendo-se três ponteiros e nas plantas de T. patula
1m
2
sobre bandeja branca. Os pontos de amostragem consistiram em: T. patula, melão
consorciado com T. patula e melão à distancia de 6m, 12m, 18m e 24m de T. patula.
Onze espécies de tripes e 21 espécies de himenópteros parasitóides foram observados.
As espécies dominantes de tripes e superdominantes e constantes de himenópteros
foram analisadas para avaliar a distribuição na estufa. Os resultados permitiram
verificar que houve três grupos diferentes em relação a abundância de espécies de
tripes: (1) T. patula, (2) melão consorciado com T. patula e (3) melão a distancia de 6m,
12m, 18m e 24m do cravo-de-defunto. Também foi possível observar que as espécies
de tripes foram mais abundantes em T. patula e que a bordadura com essa planta
apresenta maior população de himenópteros parasitóides. Com isso, bordaduras de T.
patula podem ser utilizadas para implementar o controle biológico bem como para servir
de cultura atrativa.
Palavras-Chave: abundância, controle biológico, diversidade, parasitóides, planta
atrativa
xii
MARIGOLD (Tagetes patula L.) AS TRAP CROP FOR THRIPS (THYSANOPTERA)
AND PARASITIC WASPS (HYMENOPTERA) IN PROTECTED CROP.
SUMMARY The attractiveness of Tagetes patula (marigold) on thrips
(Thysanoptera) and parasitic wasps (Hymenoptera) was ingestigated in protected melon
crop. Insect abundance, dominance, frequency, and constancy were evaluated using
faunistic analysis, cluster and principal component analyses. Transversal strips of T.
patula were grow at both ends of the protected melon greenhouse. Samplings were
taken by shaking three melon vine tips and all T. patula plants from 1 m
2
on white trays.
Samplings sites were T. patula, melon along with T. patula and melon plants at 6m,
12m, 18m, and 24m from T. patula. Eleven thrips species and 21 parasitic wasps were
observed. The dominant species of thrips as well as superdominant and dominant and
constant species of parasitic wasps were analysed to evaluated species distribution on
the crop. The results showed that there were three different groups according to thrips
species abundance: (1) T. patula, (2) melon along with T. patula, and (3) melon alone at
6m, 12m, 18m, and 24m from T. patula. It was also possible to note that thrips species
were more attracted to T. patula, and that the border presented a higler population of
parasitic wasps. Thus, T. patula border can be used to improve biological control as well
as serve as trap crop.
Keywords: abundance, biological control, diversity, parasitoids, trap crop.
1. INTRODUÇÃO
No Brasil cerca de 10.000 hectares sob cultivo protegido. No estado de São
Paulo, cerca de 60% da área do cultivo protegido é de hortaliças enquanto o restante é
cultivada com flores (TIVELLI,1998). Dentre as principais hortaliças cultivadas estão o
tomate, o pepino, a alface e o pimentão. Além disso, mais de 400 espécies de plantas
ornamentais, principalmente rosas, crisântemos, gérberas, violetas, azaléias e gladíolos
são também cultivadas em sistema protegido (BUENO, 1999; IBRAFLOR, 2000).
O cultivo protegido proporciona produção o ano inteiro. Por outro lado, favorece o
estabelecimento de pragas específicas, pois o ambiente tem alimento abundante e
clima propício para propagação, aumentando as populações rapidamente (PARRELLA
et al., 1999). Com isso, a necessidade do aumento do número de aplicações de
inseticidas, tornando o ambiente insalubre para os trabalhadores e contribuindo para o
desenvolvimento de resistência das pragas (OLIVEIRA, 1995).
Um todo de sucesso para o controle de pragas em cultivos protegidos é o
manejo integrado (MIP), que utiliza vários métodos de controle, como o biológico,
cultural e químico, além do manejo do agroecossistema, com uso de plantas atrativas e
plantas atrativas para inimigos naturais (PICANÇO & GUEDES, 1999; PALLINI et al.,
2004). O uso de plantas de bordadura aumenta a diversidade vegetal, que é importante
para a estabilidade da dinâmica populacional dos insetos fitófagos e favorece
positivamente a biologia e dinâmica dos insetos benéficos, pela maior quantidade de
alimento disponível para adultos (pólen e néctar), presença de presas alternativas e
variedade de microhabitat (ANDOW, 1991; ALTIERI & NICHOLLS, 1999; ALTIERI et al.,
2003).
A entomofauna benéfica associada a plantas cultivadas tem sido avaliadas para
várias espécies, tais como milho, milheto, crotalária e nabo forrageiro (SILVEIRA
NETO, 2004). Com isso, pode-se utilizá-las para estudos visando aumento de
diversidade em bordaduras, sendo que há poucos trabalhos nesta área.
2
O consórcio de plantas é uma alternativa viável aos agricultores, pois apresenta
economia de espaço na área cultivada. O consórcio de cravo-de-defunto (Tagetes
erecta e Tagetes patula) com tomate teve sucesso. Estudos demonstraram que o
consórcio com esta planta ornamental reduz os índices de afídeos, nematóides, mosca-
branca e plantas contaminadas com vírus, bem como pode causar o aumento da
produção (MARTOWO & ROHAMA, 1987; ABID & MAGBOOL, 1990; ZAVALETA-
MEJIA & GOMES, 1995).
Portanto, pode-se utilizar plantas em bordadura para atuar como atrativas de
inimigos naturais ou como armadilha para organismos fitófagos. Assim, o objetivo deste
trabalho foi buscar estratégia para proteger o cultivo de melão orgânico da infestação
de tripes e aumentar a população de himenópteros através do efeito do cravo-de-
defunto (T. patula) cultivado nas extremidades das estufas com melão.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Modelo de Agricultura e Biodiversidade
Atualmente a ocupação agrícola mundial é de aproximadamente 1,5 bilhões de
hectares. Biomas inteiros são eliminados para ocupação da agricultura. Em apenas 20
anos, 80% da vegetação do cerrado foi substituída por pastagens e monoculturas
(ALTIERI et al., 2003). As áreas agrícolas se degradam como uso intensivo de
agroquímicos, manejo inadequado dos solos, desequilíbrio da ciclagem dos nutrientes,
das populações de insetos, do ambiente (ALTIERI et al., 2003).
LEVINS (1986) apresenta algumas conseqüências do modelo agrícola
convencional: evolução de resistência a inseticidas; perda da diversidade genética;
perda da fertilidade e nutrientes do solo; salinização; uso inadequado da água, novos
problemas com pragas; adaptação de insetos a cultura introduzida; pragas o ano inteiro
pelo alongamento do ciclo da cultura; cultura mais atrativa para insetos pelas altas
doses de adubos nitrogenados; preços da produção vulneráveis pela importação de
insumos.
Uma alternativa é a agricultura orgânica que tem como base a diversificação do
ambiente, fertilidade do solo e uso de processos ecológicos na solução de problemas.
No mundo, o Brasil é o sexto país em extensão de área de produção de orgânicos
(WILLER & YUSSEFI, 2006). O estado de o Paulo apresenta uma área de
aproximadamente de 10 mil hectares de agricultura orgânica (CAMARGO et al, 2006).
Uma das principais recomendações técnicas para o cultivo orgânico é da
recuperação de diversidade, uma vez que foi perdida ou minimizada pelas
monoculturas. Isso pode ser obtido através do policultivo, da manutenção de plantas
espontâneas ou do uso de plantas atrativas em bordaduras ou faixas, pode-se
reincorporar a diversidade na paisagem agrícola e manejá-la de forma mais eficiente
(GLIESSMAN, 2001, ALTIERI et al. 2003). Tais recomendações são feitas a todos os
agricultores que passam a utilizar as técnicas de plantio orgânico, pois a diversificação
4
vegetal faz parte da base do cultivo orgânico, tornando os agricultores orgânicos
elementos chaves na adoção dessa tecnologia como ferramenta de manejo de pragas.
Biodiversidade refere-se a todas as espécies de animais, plantas,
microorganismo interagindo dentro de um ecossistema. Cada espécie tem
características diferentes que definem seu lugar no ecossistema. Quanto maior o
número de espécies, maior será a estabilidade do ambiente, pois maior chance de
adaptações as condições de mudanças (ODUM, 1975; 2001). Além disso diminui os
número de insetos fitófagos pelo controle biologico dos inimigos naturais (RICKLEFS,
2001).
A diversidade de espécies de insetos correlaciona-se positivamente com
diversidade de espécies vegetais em um local (VAN EMDEN & WILLIAMS, 1974). Isto
possivelmente ocorre devido à maior diversidade de habitats (complexidade estrutural)
que estabiliza a dinâmica populacional dos insetos fitófagos e favorece a biologia e
dinâmica dos insetos benéficos, pela maior quantidade de alimento disponível para
adultos (pólen e néctar) além de presas alternativas, e variedade de micro habitat
(ANDOW, 1991; ALTIERI & NICHOLLS, 1999; ALTIERI et al., 2003).
Em ambientes diversificados são menores os índices de insetos herbívoros
(RISCH et al., 1983). duas hipóteses que explicam a regulação de populações de
pragas em sistemas diversificados. A hipótese da concentração de recursos (ROOT,
1973; KAREIVA 1983) indica que os herbívoros podem ser menos abundantes, pois
baixa concentração de uma planta hospedeira ou difícil localização, e a hipótese do
inimigo natural (ROOT, 1973) mostra que abundância e diversidades de inimigos
naturais tendem a ser maiores em sistemas diversificados e causam maior mortalidade
dos fitófagos. De acordo com estas hipóteses, a menor colonização, taxas de
acasalamento, oviposição e alimentação, podem ser o resultado de substâncias
químicas, camuflagem, que repeliram os insetos do habitat, aumentando a taxa de
mortalidade em sistemas diversificados (ANDOW, 1991).
5
2.2. Manejo Ambiental
A diversificação dos ambientes aumenta a disponibilidade de micro habitats e
locais de refúgio adequados para os inimigos naturais, além de fornecer mais fontes de
pólen e néctar, e de permitir a presença de hospedeiros alternativos, o que influencia
grandemente a longevidade, fecundidade e eficiência de fêmeas de parasitóides e
certos predadores (ROOT, 1973; SYME, 1975; RISCH, 1981; GARCIA & ALTIERI,
1992; LANDIS et al. 2000; BERNDT & WRATTEN, 2005).
Em função disso é importante promover a correta diversificação do sistema
orgânico, procurando utilizar como plantas atrativas aquelas que forneçam bons
recursos para os inimigos naturais. O cravo-de-defunto é uma boa opção. Quando
utilizado em faixas próximas ao cultivo de cebola obteve-se menor número de fitófagos,
maior riqueza e diversidade de artrópodes e entomófago (L.C.P. SILVEIRA
1
,
informações pessoais). GONÇALVES & SILVA (2003) também cultivaram cebola com
bordadura de milho, nabo forrageiro, cenoura, rúcula e trigo, mas não verificaram
qualquer efeito.
Outros trabalhos comprovam a eficiência do cravo-de-defunto na redução de
fitófagos como mosca-branca e afídeos, de nematóides e amesmo redução da pinta
preta (Alternaria solani) (MARTOWO & ROHAMA, 1987; ABID & MAGBOOL, 1990;
GOMMERS,1991; ZAVALETA-MEJIA & GOMES, 1995).
O cravo-de-defunto é conhecido popularmente, pertence ao gênero Tagetes,
família Asteraceae, é nativa do México e América Central (COATS, 1956). Esse nero
contém mais de 50 espécies das quais. Tagetes erecta L., Tagetes patula L., Tagetes
lunata Ort. e Tagetes tenuifolia Cav. são as espécies anuais mais cultivadas como
ornamentais em todo o mundo. Estas quatro espécies eram cultivadas no México há
mais de dois milênios (SOULE & JANICK, 1996).
O cravo-de-defunto por ser anual, apresenta vantagens ao agricultor, sendo
necessário plantar apenas uma vez, pois ele se propaga sozinho, apresenta alta taxa
1
SILVEIRA, L.C.P. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Entomologia (DEN), Caixa Postal 3037, CEP
37200-000, Lavras, MG. E-mail: lcpsilveira @ufla.br.
6
de germinação, produz flores e sementes o ano inteiro. A coloração vermelha, amarela
e laranjada de suas flores são atrativas para thysanoptera, além do pólen.
Dentre o gênero Tagetes a espécie T.patula se destaca pelo tamanho, por
apresentar pequena estatura não interfere na iluminação das plantas, com isso pode
ser utilizada em consórcio, tendo economia de espaço de cultivo.
2.3. Melão (Cucumis melo L.)
Cucumis melo L. é uma olerícola pertencente à família das cucurbitáceas, sendo
uma das principais frutas de exportação. Segundo REGIS (2005), na safra 2005/2006,
estima-se que a produção de 190 mil toneladas e 84% da produção foi para o comércio
internacional, principalmente a Europa.
Essa cultura apresenta vários insetos fitófagos que conforme relatou SILVA et al.
(1968), quais sejam:
Ordem Thysanoptera, família Heterothripidae:
Frankliniella californica (Moulton), F. minuta (Moulton), F. occidentales
(Pergande). Esses insetos também ocorrem em alfafa, rosaceae, tomate e
videiras;
Thrips tabaci (Lindeman). Essa espécie é encontrada em folhas e partes verdes
de alfafa, algodoeiro, alho, aspargo, beterraba, cebola, couve-flor, craveiros de
jardim, ervilha, feijão, curcubitacea, melão, pepino, tomateiro;
Ordem Hemiptera:
Família Coreidae:
Phthia picta (Rury) ataca algodoeiro, batatinha, berinjela, chuchu, ervilha,
feijão, girassol, fumo, melancia, melão, tomateiro;
Leptoglossus stigma (Herbst) suga frutos de aboboreira, cajueiro, goiabeira,
melancia, melão, laranjeiras;
7
Família Aphididae:
Aphis cucumeris (Forbes) é encontrado em batatinha, camélia, ervilha,
Curcubitaceae, feijão, fava, chuchu, margarida, melancia, melão. Este inseto
pode transmitir a doença do “vermelhão” do algodoeiro e pode ser parasitado
por Aphelinus sp. (Aphelinidae);
Ordem Lepidoptera tem dez espécies hospedeiras do melão dentre elas:
Heliothis zea (Boddie), Spodoptera frugiperda (J.E. Smith). Suas lagartas são
encontradas em acelga, alfafa, algodoeiro, fumo, pepino, pimentão, tomateiro,
trigo, melão, alho, capim, feijão, cebola. Esses insetos são parasitados por
Hymenoptera das famílias: Trichogrammatidae, Vespidae, Eulophidae,
Chalcididae e por Diptera da família: Tachinidae;
Ordem Coleoptera:
Família Crysomelidae:
Systena s-littera tenius (Bechyné). Os adultos alimentam-se de partes verdes
da batatinha, feijão, girassol, melão e tomateiro;
Diabrotica bivittata (Fabricius), D. bivittuta (Kirsch), D. melanocephala
tripunctata (Fabricius), D. speciosa (Germar), D. significata (Gahan), adultos
alimenta-se de folhas de aboboreira, chuchu, melão, pepino, e outras
Cucurbitaceae;
Família Coccinellidae:
Solanophila clandestina (Mulsant), S. paenulata (Germar). As larvas e adultos
atacam folhas de aboboreira, chuchu, eucalipto, melancia, pepino e melão;
8
Família Passalidae:
Euphoria lúrida (Fabricius), os adultos prejudicamas culturas do abacateiro,
arroz, batatinha, milho, roseira, videira, cebola, cafeeiro, berinjela, peira,
pêssego, melão;
Ordem Díptera, família Tephritidae:
Anastrepha grandis (Macquart), suas larvas são encontradas em frutos de
aboboreira, chuchu, goiabeira, pepino, melão.
Assim, como pode-se perceber, diversos insetos atuam no agroecossistema do melão.
Todavia, apenas alguns desses insetos apresentam importância econômica e se
destacam como pragas-chave, Diaphania nitidalis, Diaphania byalinata (Lepdoptera:
Pyralidae) e Aphis cucumeris. Além disso, mosca-branca Bemisia tabaci (Hemiptera:
Aleyrodidae) atualmente também se destaca como praga-chave (FERNANDES et al.
2000).
2.4. Thysanoptera
A maioria dos Thysanoptera são fitófagos, polífagos, sugadores de seiva e
variam em especificidade das plantas hospedeiras (MOUND & KIBBY, 1998; MOUND &
MARULLO, 1996). Segundo MONTEIRO (2002), 520 espécies de tripes registradas
no Brasil. No mundo cerca de 5.500 espécies foram descritas, mas somente 100
dessas espécies são consideradas pragas (MOUND & MARULLO,1996).
Os tripes causam danos direto alimentando-se e injuriando as plantas
(MONTEIRO et al., 2001), mas o fato mais importante é de ser vetor de transmissão de
vírus, como o do mosaico do tomate (TSWV), sendo severo em várias culturas
(CHAMBERLIN et al., 1992). Segundo CHO et al. (1986), esse inseto transmiti o vírus
para mais de 44 espécies de plantas. No Brasil as espécies Frankliniella de importância
agrícola são F. brevicaulis, F. schultzei (Trybom), F. williamsi Hood e F. zucchini Nakata
& Monteiro (MONTEIRO et al., 2001).
9
F. schultzei foi registrado no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro em 1933 e em
fumo e tomateiro no Estado de São Paulo em 1938 (MONTEIRO et al., 2001). Essa
espécie é conhecida por provocar a doença vira-cabeça em tomateiro, pois é vetor de
toposvirus (PAVAN et al., 1993).
2.5. Himenópteros Parasitóides
Os parasitóides são agentes de controle específicos, atacando uma ordem,
família e ou apenas uma espécie. Eles são importantes agentes de controle biológico,
pois atacam somente a praga específica, desenvolvendo-se no interior do hospedeiro e
causando a morte (GODFRAY, 1994).
Os himenópteros ocupam praticamente todos os ambientes disponíveis na
natureza, sendo encontrados quase em todas as partes do mundo. Apresentam grande
biodiversidade (LASALLE & GAULD, 1991) e tem grande importância econômica,
biológica e ecológica. Segundo HANSON & GAULD (1995) estão inclusas nesta ordem
cerca de 115.000 espécies. Dentre estes insetos tem-se várias superfamílias utilizadas
com sucesso no controle biológico. Entre elas, encontra-se a superfamília Chalcidoidea
que inclui as famílias Aphelinidae, Encyrtidae, Eulophidae, Mymaridae,
Trichogrammatidae; Ceraphronoidea com Ceraphronidae; Ichneumonoidea com
Ichneumonidae; Proctotrupoidea com Diapriidae; Cynipoidea com Figitidae; Bethyloidea
com Bethylidae; e Proctotrupoidea com Scelionidae.
Os Encyrtidae, segundo NOYES (2003) divide-se em mais de 460 gêneros e
3.735 espécies. No Brasil estima-se que 135 espécies e 72 gêneros dessa família.
Eles são endoparasitóides de ovos, imaturos de adultos ou predadores de ovos
principalmente de cochonilhas (Hemiptera: Coccidae e Pseudococcidae), embora
parasitem vários grupos de artrópodes (TACHIKAWA, 1981), como psilídeos adultos.
Dentre os Chalcidoidea, os Encyrtidae são os mais importantes agentes de
controle biológico. vários exemplos de sucesso como Habrolepis dalmanni
Westwood introduzido na Nova Zelândia para controlar infestação de Asterolecanium
variolosum Ratzeburg em carvalho, Anagyrus dactylopii Howard introduzido no Hawaii
10
para controlar praga de citros Nipaecoccus vastator Maskell, Tetracnemoidea
brevicornis Girault introduzido na América do Norte e Nova Zelândia para controlar
Pseudococcus fragilis Brain praga do citros e com sucesso especialmente em espécies
da família Coccoidea (NOYES, 2003).
A família Aphelinidae também tem causado sucesso no controle de pragas de
citros. Encontra-se no mundo inteiro, apresenta 1168 espécies e 33 genêros (NOYES,
2003). Segundo ROSEN & DEBACH (1979), são endoparasitas de ninfas de
cochonilhas, moscas-brancas, afídeos, e também parasitam ovos de Orthoptera,
Heteroptera, Cicadellidae e Lepidoptera, bem como pupários de Cecidomyiidae
(Diptera).
Os Eulophidae apresentam 4472 espécies distribuidas em 297 genêros. Esse
grupo é distribuido no mundo inteiro, tendo diversos hábitos de vida pois podem
parasitar ovos, larvas e pupas de mais de dez ordens de insetos, incluindo os aquáticos
e galhadores, minadores das ordens Hymenoptera, Diptera, Coleoptera e
Lepidoptera(NOYES,2003).
Outro importante agente de controle é o Trichogramattidae, endoparasita de ovos
de Lepidoptera, Hemiptera, Coleoptera, Thysanoptera, Hymenoptera, Diptera e
Neuroptera. NOYES (2003) estima que no Brasil tenha 46 espécies agrupadas em 15
gêneros.
Na Europa, Nova Zelândia, Africa do Sul e América do Sul estão utilizando
Anaphes nitens Girault (Hymenoptera: Mymaridae) no controle de Gonipterus
scutellatus Gyllenhal (Coleoptera: Curculionidae), praga do eucalipto. Os insetos da
família Mymaridae são parasitóide de Coleoptera, especialmente Curculionidae e
Dytiscidae, ovos de Hemiptera especialmente Coccoidea, Tingidae, Miridae e
Psocoptera (NOYES,2003).
11
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Descrição da área experimental
O experimento foi conduzido em janeiro e fevereiro de 2006, no Sítio Oyafuso,
localizado no município de Araraquara, SP, certificado como produtor orgânico pelo
Instituto Biodinâmico (IBD), em duas casas-de-vegetação tipo semi-arco com 60m de
comprimento e 7m de largura, totalizando 420 m
2
de cultivo protegido, cultivada com
melão (Cucumis melo L., variedade Net Melon). Os canteiros para cultivo foram
compostos por: solo, cultura anterior incorporada (tomate e plantas invasoras),
composto (torta de mamona, farelo de arroz, de rocha, cinza, calcário de ostra),
água com melaço, ácido rico, sulfato de zinco e molibdato de sódio, e capim napier
triturado. A casa-de-vegetação possui quatro canteiros de 1m de largura cada.
Manteve-se um corredor de 1m entre os canteiros.
3.2. Instalação do experimento
O melão e o cravo-de-defunto (T. patula) foram semeados em bandejas de
isopor de 288 células contendo substrato Ecosolo®, e após 30 dias da emergência, as
mudas foram transplantadas para a casa-de-vegetação. O espaçamento utilizado para
o melão foi de de 30 x 30 cm, tendo sido transplantado em todos os canteiros na casa-
de-vegetação, em área total. O cravo-de-defunto foi transplantado em duas faixas de
5m nas extremidades das estufas, num espaçamento de 10 x 30 cm. Nestas faixas,
portanto, o melão e o cravo-de-defunto permaneceram consorciados (Fig. 1).
3.3. Coleta e identificação
Os pontos de coleta foram cravo-de-defunto entre as plantas de melão; melão
consorciado com cravo-de-defunto (T1); melão à distância de 6 m (T2); melão à
distância de 12 m (T3); melão à distancia de 18 m (T4) e melão à distancia de 24 m do
12
Fig. 1 Croqui da área experimental indicando os pontos de coleta (Cravo-de-defunto; T1 (Melão consorciado com cravo-
de-defunto); T2, T3, T4 e T5 (Melão a distância de 6m, 12m, 18m e 24m do cravo-de-defunto)
Cravo (Tagetes patula) 5m
Cravo (Tagetes patula) 5m
Melão
13
cravo-de-defunto (T5). As coletas de insetos foram feitas durante seis semanas. Cada
amostra constitui-se de três ponteiros de plantas no melão e 1m
2
da planta no cravo-de-
defunto. As plantas foram batidas em bandeja branca e os insetos sugados em seguida,
com sugador bucal. Após a sucção, os insetos foram armazenados em frascos
contendo álcool 60% ou 70% para posterior identificação. No laboratório houve a
separação dos tripes e himenópteros parasitóides, os quais foram encaminhados para
identificação das espécies. Os demais insetos coletados foram agrupados por ordem
e/ou família taxonômica. As amostragens foram iniciadas 30 dias após o transplantio do
melão e realizadas até a frutificação (próximo a colheita), totalizando 144 amostras.
Essas amostragens foram realizadas nos meses de janeiro e fevereiro de 2006.
3.4. Análise estatística
3.4.1. Análise Faunística
Os dados foram analisados através dos índices faunísticos, por meio do
programa Anafau (SILVEIRA NETO et al. 2005) adotando-se o Método de Sakagami e
Larroca para definir as classes de abundância, dominância, frequência e constância,
baseados em SILVEIRA NETO et al. (1976).
3.4.1.1. Abundância
Utilizando-se a média e o erro padrão da média do número de indivíduos
coletados por espécie determinou-se o intervalo de confiança (IC) a 5% e a 1% de
probabilidade, estabelecendo-se as seguintes classes de abundância:
muito abundante (ma) - número de indivíduos maior que o limite superior do IC a
1%;
abundante (a) - número de indivíduos situado entre os limites superiores do IC a
5 e a 1%;
14
comum (c) - número de indivíduos situado dentro do IC a 5%); d = dispersa
(número de indivíduos situado entre os limites inferiores do IC a 5 e a 1% ;
rara (r) número de indivíduos menor que o limite inferior do IC a 1%).
3.4.1.2. Frequência
Determinou-se o intervalo de confiança da dia das freqüências (porcentagem
de indivíduos de uma espécie com relação ao total de indivíduos coletados) com 5% de
probabilidade, adotando-se a seguinte classificação:
muito freqüente (mf) - freqüência maior que o limite superior do IC a 5%);
freqüente (f) - freqüência situada dentro do IC a 5%;
pouco freqüente (pf) - freqüência menor que o limite inferior do IC a 5%.
3.4.1.3. Constância
Avaliou-se a porcentagem de coletas que continham uma determinada espécie,
calculando-se a constância através da seguinte fórmula: C = (n
o
coletas da espécie / n
o
total de coletas) x 100. De acordo com os valores obtidos as espécies foram separadas
em:
constante (w) = C > 50%;
acessória (y) = C entre 25 e 50%;
acidental (z) = C < 25%.
3.4.1.4. Dominância
Dominância é a ação exercida pelos organismos dominantes de uma
comunidade. Espécies dominantes são aquelas cujos valores de freqüência
excedem o limite de dominância calculado pela fórmula:
15
LD = 1 / S x 100,
Onde: LD = limite de dominância;
S = número total de espécies por amostra.
Pode ser classificado como: super dominante (SD); dominante (D) e não dominante
(ND).
3.4.2. Análise Multivariada
As espécies dominantes de tripes e as espécies superdominantes e dominantes,
constantes de himenópteros pela análise faunística, foram submetidas à análise
exploratória de dados (análise multivariada). Para análise multivariada considerou-se
cada tratamento (melão a diferentes distâncias de T. patula) como um acesso, sendo
cada acesso representado pelo número total de insetos. No levantamento de tripes
utilizou-se quatro variáveis para as análises, formando uma matriz de 6 linhas (acessos)
por 4 colunas (variáveis = espécies dominantes). No caso dos himenópteros, três
variáveis ou oito variáveis foram utilizados para as análises. Com isso formou-se uma
matriz de 6 linhas (acessos) por 3 colunas (variáveis) para os himenópteros e uma
matriz de 6 linhas (acessos) por 8 colunas (variáveis) para os hospedeiros.
A análise de agrupamento não-hierárquico (AA) foi realizada calculando-se a
distância euclidiana entre os acessos, para o conjunto das quatro variáveis e utilizando
o algorítmo de Ward para a obtenção dos agrupamentos de acessos similares,
conforme SNEATH SOKAL (1973). O resultado da análise foi apresentado em forma
gráfica (dendrograma) que facilita a identificação dos agrupamentos dos acessos.
A identificação dos acessos nos grupos também foi feita pelo método k-médias
(HAIR, 2005) que pertence à classe dos métodos de agrupamento hierárquico. Este
método minimiza a variância dos acessos dentro de cada grupo.
A análise de componentes principais (ACP) permite reduzir um conjunto de p
variáveis (p = 4 para tripes e p = 8 para hospedeiros de hymenoptera) a um novo
conjunto de duas novas variáveis ortogonais (os componentes principais) de forma que
cada componente principal seja uma combinação linear das oito variáveis, capaz de
16
reter grande quantidade da informação fornecida pelo conjunto das variáveis originais
(HAIR 2005). Deste modo, o conjunto inicial contendo quatro e oito variáveis passou a
ser caracterizado por duas novas variáveis, o que possibilitou sua localização em
figuras bidimensionais (ordenação dos acessos por componentes principais). A
adequação desta análise é verificada pela quantidade da informação total das variáveis
originais retida pelos componentes principais que possuem autovalores superiores à
unidade. Autovalores inferiores a unidade o possuem informação relevante. As
análises multivariadas foram realizadas utililizando o programa STATISTICA versão 7.0
(STATSOFT 2004).
17
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Tisanópteros
Foram encontradas onze espécies de tripes, sendo uma de predador e dez de
fitófagos. Arorathrips sp., Ceratothripoides sp. e Haplothrips sp. foram encontradas
exclusivamente em melão. Microcephalothrips sp., Frankliniella sp.2, Franklinothrips
vespiformis (Crawford) foram coletadas somente em T. patula. As espécies
Neohydatothrips sp., Frankliniella sp.1, Frankliniella schultzei (Trybom), Scirtothrips sp.
e Caliothrips sp. estavam associadas às duas culturas (Tabela 1). Das onze espécies
coletadas, quatro (36,4 %) foram espécies acidentais (<25% de presença nas coletas),
uma (9,1%) foi aleatória (25-50% de presença nas coletas) e seis (54,5%) espécies
foram constantes (>50% de presença nas coletas), de acordo com classificação
proposta por SILVEIRA et al. (1976) (Tabela 2). Destaca-se que a maioria das espécies
são fitófagas.
A abundância de espécies de tripes comuns foi maior em T. patula com 64,72%,
seguida do melão consorciado com T. patula (12,44%) e de melão cultivado
isoladamente a 6m, 12m, 18m e 24m de distância da bordadura de cravo-de-defunto
com 8,70%, 4,32%, 4,32% e 5,50%, respectivamente (Tabela 3). Destaca-se que a
espécie Scirtothrips sp. apareceu em cravo-de-defunto com 87,5% dos indivíduos e em
melão consorciado com cravo-de-defunto com 12,5%, não sendo encontrada no melão
isoladamente. Isso pode mostrar a influência de T. patula sobre Scirtothrips sp.. Embora
tripes não sejam pragas importantes no melão, em condições brasileiras Scirtothrips
dorsalis Hood é considerada uma praga prejudicial da cultura no Canadá, Flórida, Porto
Rico e Caribe (VENETTE & DAVIS, 2004).
As espécies dominantes foram Neohydatothrips (27,32 % dos indivíduos
capturados) e Frankliniella sp.1 (33,88%), sendo muito abundantes, muito freqüentes e
constantes, enquanto que F. schultzei (11,48%) e Caliothrips sp. (12,02%) foram
18
Tabela 1. Espécies de tripes (Thysanoptera) em cultivo protegido de melão contendo as
extremidades com cravo-de-defunto
Espécies de Tripes Categoria Cravo Melão
Neohydatothrips sp.
Fitófago X X
Haplothrips sp.
Fitófago
X
Franklinothrips vespiformis
Predador X
Frankliniella sp.1
Fitófago X X
Frankliniella sp.2
Fitófago X
Frankliniella schultzei
Fitófago X X
Scirtothrips sp.
Fitófago X X
Caliothrips sp.
Fitófago X X
Arorathrips sp.
Fitófago X
Ceratothripoides sp.
Fitófago
X
Microcephalothrips sp.
Fitófago X
19
Tabela 2. Resultados da análise faunística das espécies de Thysanoptera observadas em cultivo de melão contendo as
extremidades com cravo-de-defunto
Espécie Indivíduos Dominância Abundância Frequência Constância
Neohydatothrips
27,32% D ma MF W
Haplothrips sp.
6,56% ND c F W
Frankliniella vespiformis
0,55% ND r PF Z
Frankliniella sp.1
33,88% D ma MF W
Frankliniella sp.2
1,64% ND r PF Z
Frankliniella schultzei
11,48% D c F W
Scirtothrips sp.
4,37% ND c F W
Caliothrips sp.
12,02% D c F W
Arorathrips sp.
1,09% ND r PF Y
Ceratothripoides sp.
0,55% ND r PF Z
Microcephalothrips sp.
0,55% ND r PF Z
D = dominante; ND = não dominante / a = abundante; c = comum; r = rara; ma = muito abundante / F = frequente; MF = muito
frequente; PF = pouco frequente / W = constante; Y = acessória; Z = acidental
20
Tabela 3. Proporção (%) das espécies de Thysanoptera observadas em melão e T. patula cultivadas em casa-de-vegetação.
Espécie
T. patula
Melão consorciado
T. patula
Melão a 6m de
T. patula
Melão a 12m
de T. patula
Melão a 18m
de T. patula
Melão a 24m
de T. patula
Neohydatothrips sp.
92,68 4,88 2,44 - - -
Frankliniella sp.1
32,14 28,57 16,07 5,36 5,36 12,50
Frankliniella schultzei
30,00 10,00 25,00 10,00 10,00 15,00
Scirtothrips sp.
87,50 12,50 - - - -
Caliothrips sp.
81,25 6,25 - 6,25 6,25 -
Total 64,72 12,44 8,70 4,32 4,32 5,50
21
abundantes, freqüentes e constantes (Tabela 3). Vários gêneros de tripes registrados
neste estudo têm sido encontrados em culturas importantes como Neohydatothrips em
feijão, soja e cravo-de-defunto, Caliothrips e Arorathrips em citros e monocotiledôneas.
O gênero Microcephalothrips é registrado em dicotiledôneas e Scirtothrips em
mandioca. Espécies de Haplothrips, por outro lado podem causar distorção,
enrolamento e galhas em folhas de eucalipto (MONTEIRO, 2002). F. schultzei é vetor
de tospovirus e considerado praga de várias culturas como algodoeiro, alface, melancia,
tomateiro, pimentão e fumo (MONTEIRO et al., 1999). Essa espécie ocorreu no cultivo
de melão, e pode ser encontrada também em girassol, roseira, amendoinzeiro, soja,
batata, pepino, cebola, videira e abobrinha, mas aparentemente sem causar danos
significativos, de acordo com MONTEIRO et al. (1999). Isso corrobora as observações
de campo, pois não foi observado qualquer dano à cultura de melão na área de estudo.
A maior abundância de espécies de tripes encontrados no cravo-de-defunto
comparado ao melão mostra que o uso dessa planta para aumento de diversidade
vegetal pode ser interessante. Como não foram observados danos de tripes às plantas
de melão, isso indica que o uso de cravo nas bordaduras contribuiu para aumento da
diversidade de fitófagos não-praga, que podem servir de alimento alternativo para
diversos organismos entomófagos. Os tripes servem como presas para Coccinellidae
(Coleoptera), Anthocoridae (Hemiptera), Chrysopidae (Neuroptera), dentre outros
insetos, além de hospedarem parasitóides da família Eulophidae (LATTIN, 2000;
TAGASHIRA & HIROSE, 2001; DELIGEORGIDIS et al., 2005).
Dentre os hemípteros Anthocoridae, destacam-se as espécies do gênero Orius
Wolff. Esse grupo tem ampla distribuição mundial e é predador de pequenos artrópodes
como tripes, ácaros, mosca-branca e pulgões (LATTIN, 2000). Em estudos com O.
insidiosus, ELKASSABANY et al. (1996) verificaram que os insetos foram coletados em
várias plantas invasoras com altas densidades de tripes. Isso mostra a importância da
utilização dessas plantas como atrativo de tripes, formando um microhabitat favorável a
inimigos naturais para se manterem e migrarem para a cultura, de modo a controlar
outras pragas.
22
De acordo com os resultados obtidos pela análise de agrupamento hierárquica
(AA), os pontos de coleta apresentaram diferenças na densidade do tripes, separando-
se em três grupos distintos: I - T. patula, II - melão consorciado com T. patula e no
grupo III pode-se observar no dendograma a separação em dois sub-grupos: melão a
6m e 24m do cravo-de-defunto e o outro grupo melão a 12m e a 18m do cravo-de-
defunto (Fig. 2).
Pela análise K-médias, a maior densidade de tripes ocorreu no grupo I, seguido
pelo grupo II e em baixa densidade no grupo III (Fig. 3), confirmando a separação de
grupos pela AA hierárquica. Isso mostra que T. patula abriga uma densidade alta de
tripes, podendo funcionar como um reservatório de alimento alternativo para predadores
e parasitóides.
Com os resultados obtidos pela análise dos componentes principais (ACP) para
os seis pontos de coleta combinados, com as variáveis (Neohydatothrips sp.,
Frankliniella sp.1, Frankliniella schultzei e Caliothrips sp.), observou-se que os dois
primeiros eixos explicaram 91% da variação total entre os caracteres, sendo que o
primeiro componente explicou 79,75% da variação total e o segundo 11,25% (Fig. 4). O
gráfico da projeção dos pontos de coleta no espaço dos dois primeiros componentes
apresenta a existência de três grupos: um formado por cravo-de-defunto (I), outro por
melão consorciado com T. patula e um terceiro por melão a 6m, 12m, 18m e 24m de
distância do cravo-de-defunto (Fig. 4). Assim através da ACP confirmou-se a separação
em três grupos. Percebe-se ainda que o houve diferença na diversidade e
abundância de tripes nas plantas de melão cultivadas a diferentes distâncias do cravo-
de-defunto. Portanto, não houve gradiente populacional das espécies ao longo da casa-
de-vegetação.
O gráfico da projeção das variáveis no espaço dos dois primeiros componentes
confirma a atratividade de T. patula sobre as espécies de tripes (Fig. 5). O cravo-de-
defunto foi o que mais contribuiu para o direcionamento das espécies (Tabela 4), no
primeiro componente e no segundo foi o consórcio de melão com o cravo-de-defunto.
Os padrões de ordenação entre as variáveis sugerem que o direcionamento está
relacionado com o cravo-de-defunto.
23
T4 T3 T5 T2 T1 T.patula
0
10
20
30
40
50
60
70
Distância Euclidiana
I
II
III
Fig. 2. Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de coleta e espécies dominantes de tripes
(Thysanoptera) amostrados. Os números I, II e III referem-se aos grupos formados. Grupo I: T. patula, II: Melão consorciado
com T. patula (T1) e III: melão a 6m (T2), 12m (T3), 18m (T4) e 24m de T. patula (T5).
24
Neohydatothrips sp. Frankliniella sp1 Frankliniella schultzei Caliothrips sp.
0
10
20
30
40
Número de Insetos
Cravo - grupo I
Melão consorciado com Cravo - grupo II
Melão de 6m a 24m do Cravo - grupo III
Figura 3. Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se todos os pontos de coleta e espécies dominantes
de tripes (Thysanoptera) amostrados.
25
T.patula
T1
T2
T3 T4
T5
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
CP 1: 79,75%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
CP 2: 11,25%
T1
= Melão consorciado com T.patula
T2
= Melão a 6m de T.patula
T3
= Melão a 12m de T.patula
T4
= Melão a 18m de T.patula
T5
= Melão a 24m de T.patula
I
II
III
Figura 4. Componentes principais considerando-se todos os pontos amostrados. Os números I, II e III referem-se aos
agrupamentos baseados no dendograma. Grupo I (T. patula), II (Melão consorciado com T. patula) e III (melão a 6m, 12m,
18m e 24m de T. patula).
26
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
CP 1 : 79,75%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
CP 2 : 11,25%
Caliothrips sp.
Neohydatothrips sp.
Frankliniella schultzei
Frankliniella sp.1
Grupo I
Grupo IGrupo I
Grupo I
Grupo III
Grupo IIIGrupo III
Grupo III
Grupo II
Grupo IIGrupo II
Grupo II
Figura 5. Componentes principais considerando-se todas as variavéis (espécies dominantes de tripes) amostradas. Os
grupos I (T. patula), II (Melão consorciado com T. patula) e III (melão a 6m, 12m, 18m e 24m de T. patula) mostram
a influência sobre os tripes.
Variáveis CP 1 CP 2
Neohydatothrips sp.
-0,972885 -0,086156
Frankliniella sp1
-0,806300 0,565843
Frankliniell
schultzei
-0,835971 -0,336401
Caliothrips sp.
-0,945718 -0,096432
27
Tabela 4. Fatores baseados na correlação da análise de componetes principais para as
quatro espécies de tripes avaliadas.
Pontos de coleta CP 1 CP 2
Cravo-de-defunto -1,96500 -0,263435
Melão consórcio cravo-de-defunto 0,13015 2,007754
Melão a 6m do cravo-de-defunto 0,03554 -0,591391
Melão a 12m do cravo-de-defunto 0,68282 -0,517663
Melão a 18m do cravo-de-defunto 0,68282 -0,517663
Melão a 24m do cravo-de-defunto 0,43368 -0,117602
Portanto, isso pode ter sido causado pela sua atratividade aos insetos fitófagos.
28
Os três métodos multivariados permitiram verificar que existe atração do tripes
sobre T. patula. As espécies atraídas, no entanto, não provocaram danos à cultura do
melão durante o período amostrado, que compreendeu tanto parte do período
vegetativo como no período reprodutivo da planta. Assim, T. patula pode ser
recomendado para aumento da diversidade vegetal em cultivo protegido de melão com
o intuito de atrair diversas espécies de tripes. Estudos futuros devem ser feitos para
determinar a atratividade do cravo sobre outras espécies fitófagas e,
consequentemente, sobre os entomófagos, pois além de cultura armadilha para tripes o
cravo-de-defunto pode ser também atrativo para inimigos naturais, que utilizariam estes
recursos alimentares para se manterem na área de cultivo de melão.
4.2 Himenópteros
Foram encontradas 21 espécies de himenópteros parasitóides das seguintes
famílias Aphelinidae (6,82% dos indivíduos), Ceraphronidae (1,14%), Ichneumonidae
(1,14%), Scelionidae (1,14%), Figitidae (2,27%), Bethylidae (1,14%), Diapriidae
(1,14%), Encyrtidae (45,45%), Eulophidae (1,14%), Pteromalidae (2,27%), Mymaridae
(11,36%), Trichogrammatidae (25%). Aphelinidae sp.3, Aphelinidae sp.4, Diapriidae
sp.1, Encyrtidae sp.3, Figitidae sp., Ichneumonidae sp., Mymaridae sp.1, Mymaridae
sp.3, Mymaridae sp.4 e Scelionidae sp. foram encontradas exclusivamente em T.
patula. Aphelinidae sp.2, Bethylidae sp.1, Ceraphronidae sp., Eulophidae sp.,
Pteromalidae sp., Mymaridae sp.2 e Mymaridae sp.5 foram coletadas somente em
melão. As espécies Aphelinidae sp.1., Encyrtidae sp.1, Encyrtidae sp.2 e
Trichogrammatidae sp. estavam associadas às duas culturas (Tabela 5).
Das 21 espécies coletadas, quatorze foram espécies acidentais (<25% de
presença nas coletas), quatro foram aleatórias (25-50% de presença nas coletas) e três
espécies foram constantes (>50% de presença nas coletas), de acordo com
classificação proposta por Silveira et al. (1976) (Tabela 6).
Tabela 5. Espécies de himenópteros parasitóides em cultivo protegido de melão
contendo as extremidades com cravo-de-defunto.
29
Espécies Cravo Melão
Melão consorciado
com Cravo
Aphelinidae sp.1 X X
Aphelinidae sp.2 X
Aphelinidae sp.3 X
Aphelinidae sp.4 X
Bethylidae sp.1 X
Ceraphronidae sp. X
Diapriidae sp.1 X
Encyrtidae sp.1 X X X
Encyrtidae sp.2 X X
Encyrtidae sp.3 X
Eulophidae sp. X
Pteromalidae sp. X
Figitidae sp. X
Ichneumonidae sp. X
Mymaridae sp.1 X
Mymaridae sp.2 X
Mymaridae sp.3 X
Mymaridae sp.4 X
Mymaridae sp.5 X
Scelionidae sp. X
Trichogrammatidae
sp.
X X X
30
Tabela 6. Análise faunística das espécies de himenópteros parasitóides observadas em cultivo de melão contendo as
extremidades com cravo-de-defunto.
Espécies (%) Indivíduos Dominância Abundância Frequência Constância
Aphelinidae sp.1 2,27% D ma MF Y
Aphelinidae sp.2 2,27% D ma MF Z
Aphelinidae sp.3 1,14% ND r PF Z
Aphelinidae sp.4 1,14% ND r PF Z
Bethylidae sp.1 1,14% ND r PF Z
Ceraphronidae sp. 1,14% ND r PF Z
Diapriidae sp.1 1,14% ND r PF Z
Encyrtidae sp.1 42,05% SD sa SF W
Encyrtidae sp.2 2,27% D ma MF Y
Encyrtidae sp.3 1,14% ND r PF Z
Eulophidae sp. 1,14% ND r PF Z
Pteromalidae sp. 2,27% D ma MF Z
Figitidae sp. 2,27% D ma MF Y
Ichneumonidae sp. 1,14% ND r PF Z
Mymaridae sp.1 3,41% D ma MF Y
Mymaridae sp.2 1,14% ND r PF Z
Mymaridae sp.3 4,55% D ma MF W
Mymaridae sp.4 1,14% ND r PF Z
Mymaridae sp.5 1,14% ND r PF Z
Scelionidae sp. 1,14% ND r PF Z
Trichogrammatidae
sp.
25,00% SD sa SF W
SD= super dominante; D = dominante; ND = não dominante / a = abundante; ma = muito abundante, r = rara, sa = super
abundante / SF= super freqüente; F = frequente; MF = muito frequente; PF = pouco frequente / W = constante; Y =
acessória; Z = acidental
31
As espécies superdominantes, super abundantes, super freqüentes, e constante foram:
Encyrtidae sp.1 (42,05% dos individuos capturados) e Trichogrammatidae sp.1 (25%).
Mymaridae sp. 3 (4,55%) foi dominante, muito abundante, muito freqüente e constante.
As espécies Aphelinidae sp.1 (2,27%), Encyrtidae sp.2 (2,27%), Figitidae sp.1 (2,27%) e
Mymaridae sp.1 (3,41%) foram dominantes, muito abundantes, muito freqüentes e
acessórias (Tabela 6).
Encyrtidae sp.1 apareceu em cravo-de-defunto e representou 62,16% dos
indivíduos (Tabela 7). A bordadura contendo cravo-de-defunto apresentou alta
infestação de Psyllidae (Hemiptera). Isso pode explicar sua alta concentração, uma vez
que a família Encyrtidae apresenta diversas espécies que atuam como parasitóides de
Psyllidae, e vem sendo utilizada com sucesso no controle biológico. RODRÍGUEZ &
SAÍZ (2006) obtiveram 80% de parasitismo em plantações de eucalipto no Chile, ao
introduzir Psyllaephagus pilosus Noyes (Hymenoptera: Encyrtidae) no controle de
Ctenarytaina eucalypti (Maskell) (Hemiptera: Psyllidae).
Thrichogrammatidae sp.1 apareceu em todos pontos de coleta (Tabela 7). Nas
áreas próximas 20m) às estufas do experimento houve a liberação de Trichogramma
pretiosum Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae) para o controle de Tuta absoluta
Meyrick (Lepidoptera: Gelechiidae) em tomate. Isso pode explicar a abundância da
espécie e sua distribuição, sabendo que Tricogrammatidae é endoparasita de ovos de
Lepidoptera, Hemiptera, Coleoptera, Thysanoptera, Hymenoptera, Diptera e Neuroptera
(NOYES, 2003).
A família Figitidae foi encontrada exclusivamente no cravo-de-defunto (Tabela 7).
Isso pode ser explicado pois o local apresentava alta concentação de Diptera. Segundo
GUIMARÃES et al. (1999), a subfamília Eucoilinae (Hymenoptera: Figitidae) inclui
parasitóides generalistas de Diptera das espécies do genêro Anastrepha (Tephritidae) e
espécies da família Lonchaeidae, sendo que no Estado de São Paulo Dicerataspis
flavipes (Kieffer), Aganaspis pelleranoi (Brèthes) e Lopheucoila anastrephae (Rhower)
foram observadas associada às espécies do gênero Anastrepha. O mesmo ocorreu em
Santa Catarina (GARCIA & CORSEUIL, 2004).
32
Tabela 7. Proporção (%) das espécies dominantes de Himenópteros parasitóides observadas em melão e T. patula
cultivadas em casa-de-vegetação em sistema orgânico.
Espécie
T. patula
Melão consórciado
T. patula
Melão a 6m
de T. patula
Melão a 12m
de T. patula
Melão a 18m
de T. patula
Melão a 24m
de T. patula
Aphelinidae sp.1 50,00 50,00 - - - -
Aphelinidae sp.2 - - 50,00 50,00 - -
Encyrtidae sp.1 62,16 5,41 2,70 8,11 10,81 10,81
Encyrtidae sp.2 - 50,00 50,00 - - -
Eulophidae sp.2 - - - - - 100,00
Figitidae sp. 100,00 - - - - -
Mymaridae sp.1 100,00 - - - - -
Mymaridae sp.3 100,00 - - - - -
Trichogrammatidae
sp.
36,36 4,55 22,73 9,09 9,09 18,18
Total 53,95 6,58 10,53 7,89 7,89 13,16
33
Pela AA hierárquica, os pontos de coleta apresentaram diferença na densidade do
micro-himenóptera, separando-se em dois grupos distintos: I - T. patula, II - melão
consorciado com T. patula, melão à distância de 6m e a 24m (Fig. 6).
Pela análise K-médias, a maior densidade de himenópteros ocorreu no grupo I,
seguido pelo grupo II (Fig. 7), confirmando a separação de grupos pela AA hierárquica.
Isso mostra que T. patula abriga uma densidade alta de himenópteros. Isto pode ter
ocorrido pela alta quantidade de alimento alternativo e hospedeiro.
De acordo com os resultados obtidos pela AA hierárquica, os pontos de coleta
apresentaram diferenças na densidade de insetos hospedeiros de himenópteros,
separando-se em dois grupos distintos: I - T. patula, II - melão consorciado com T.
patula, melão à distância de 6m e a 24m (Fig. 8).
Pela análise K-médias, a maior densidade de insetos hospedeiros de
himenópteros ocorreu no grupo I, seguido pelo grupo II (Fig. 9), confirmando a
separação de grupos pela AA hierárquica. Isso mostra que T. patula abriga uma
densidade alta de hospedeiros, podendo funcionar como um reservatório de alimento
alternativo para predadores e parasitóides e diminui a infestação no melão.
Com os resultados obtidos pela ACP para os seis pontos de coleta combinados,
observou-se que os dois primeiros eixos explicaram 91% da variação total entre os
caracteres, sendo que o primeiro componente explicou 79,75% da variação total e o
segundo 11,25% (Fig. 10). O gráfico da projeção dos pontos de coleta no espaço dos
dois primeiros componentes apresenta a existência de dois grupos: um formado por
cravo-de-defunto (I), outro por melão consorciado com T. patula , melão a 6m, 12m,
18m e 24m de distancia do cravo-de-defunto (Fig. 11). Assim através da ACP
confirmou-se a separação em dois grupos. Percebe-se ainda que não houve diferença
na diversidade e abundância de himenópteros e seus hospedeiros nas plantas de
melão consorciadas a T. patula e cultivadas a diferentes distâncias do cravo-de-defunto.
Portanto, não houve gradiente populacional das espécies ao longo da casa-de-
vegetação. O gráfico da projeção das variáveis no espaço dos dois primeiros
componentes confirma a atratividade de T. patula sobre as espécies de insetos
hospedeiros (Fig. 10).
34
T2 T5 T4 T3 T1 Cravo
0
5
10
15
20
25
30
35
Distância Euclidiana
I
II
Fig. 6. Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de coleta e espécies constantes de
Himenópteros Parasitóides amostrados. Os números I e II referem-se aos grupos formados, grupo I: T. patula,
grupo II:Melão consorciado com T. patula (T1), melão a 6m (T2), 12m (T3), 18m (T4) e 24m de T. patula (T5).
35
Encyrtidae sp.1 Mymaridae sp.3 Trichogrammatidae sp.1
-5
0
5
10
15
20
25
30
Cravo
Melão consorciado com Cravo, melão a 6m, 12m, 18m e 24m de distância do cravo
Figura 7. Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se todos os pontos de coleta e espécies
constantes de Himenópteros Parasitóides.
36
T5 T2 T4 T3 T1 Cravo
0
50
100
150
200
250
300
Distância Euclidiana
I
II
Fig. 8. Análise de agrupamento hierárquico considerando-se todos os pontos de coleta e espécies hospedeira de
Hymenoptera amostrados. . Os números I e II referem-se aos grupos formados, grupo I: T. patula, grupo II:Melão
consorciado com T. patula (T1), melão a 6m (T2), 12m (T3), 18m (T4) e 24m de T. patula (T5).
37
Diptera
Psyllidae
Aphididae
Miridae
Scolylidae
Chrysomelidae
Meloidae
Thysanoptera
-50
0
50
100
150
200
Cravo
Melão consorciado com cravo, melão a 6m, 12m, 18m e 24m do cravo
Figura 9. Análise de agrupamento não-hierárquico (K-médias) considerando-se todos os pontos de coleta e espécies de
hospedeiros de himenópteros parasitóides.
38
T. patula
T1
T2
T3
T4
T5
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
CP 1: 69.98%
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
CP 2: 15.09%
T1
= Melão consorciado com T. patula
T2
= Melão a 6m de T. patula
T3
= Melão a 12m de T. patula
T4
= Melão a 18m de T. patula
T5
= Melão a 24m de T. patula
I
II
Figura 10. Componentes Principais considerando-se todos os locais de coleta de himenópteros parasitóides. Os números
I e II referem-se aos agrupamentos baseados no dendograma. Grupo I (T. patula), II (Melão consorciado com T.
patula, melão a 6m, 12m, 18m e 24m de T. patula).
39
Diptera
Psilidae
Aphididae
Miridae
Scolylidae
Chrysomelidae
Meloidae
Tripes
-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0
CP 1 : 69.98%
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
CP 2 : 15.09%
Grupo I
Grupo II
Figura 11. Componentes Principais considerando-se todas as variavéis (espécies de hospedeiros) amostradas. Os
grupos I (T. patula), II (Melão consorciado com T. patula, melão a 6m, 12m, 18m e 24m de T. patula) mostram a
influência sobre os espécies de hospedeiros.
Variáveis CP 1 CP 2
Diptera 0.979433
-0.094047
Psyllidae 0.992825
-0.093540
Aphididae 0.917984
-0.329959
Miridae 0.967227
-0.086941
Scolylidae 0.716381
0.504192
Chrysomelidae
-0.314412
-0.896842
Meloidae -0.545652
-0.060125
Thysanoptera 0.982646
-0.105845
40
Os padrões de ordenação entre as variáveis sugerem que o direcionamento está
relacionado com o cravo-de-defunto, especificamente, por sua atratividade.
Os três métodos multivariados confirmaram o mesmo resultado, ou seja, que
existe atração do hospedeiros dos himenópteros sobre T. patula. A atração de
himenópteros parasitóides pode ter ocorrido pela alta concentração de insetos
hospedeiros.
Os resultados obtidos nesta pesquisa mostram que o cravo-de-defunto (T.
patula) é uma planta promissora na utilização de consórcio ou bordadura, pois aumenta
a diversidade vegetal, diversidade de insetos, estabilizando o ambiente.
Outro fato importante foi a identificação dos insetos na área de melão e cravo-de-
defunto em cultivo orgânico, pois para o controle biológico é importante saber as
espécies existentes no local. Com essa informação pode-se manipular o ambiente, para
aumentar a população dos inimigos naturais, aumentando a eficiência do controle
natural. Com a manipulação da área pode-se diminuir a população de fitófagos com
plantas atrativas, como ocorreu em tisanóptera com T. patula.
Uma vantagem T. patula é que o agricultor investe apenas uma vez no plantio,
pois ele se propaga sozinho, apresenta alta taxa de germinação, produz flores e
sementes o ano inteiro. A coloração vermelha, amarela e laranja de suas flores são
atrativas para Thysanoptera, além do pólen, que pode servir como recurso alimentar.
O tamanho de T. patula é um fato importante. Por apresentar pequeno porte não
interfere na competição por luz com as demais plantas. Com isso pode ser utilizada em
consórcio, garantindo economia de espaço de cultivo.
Assim os resultados obtidos permitem prever que diversos trabalhos deverão ser
realizados visando a utilização de T. patula com vista à implementação do controle
biológico em agroecossistemas. Além disso, sabendo-se que T.patula minimiza o uso
de controle químico, o uso desta espécie pode ser mais uma alternativa no manejo de
pragas em cultivos, inclusive orgânicos.
41
5. CONCLUSÕES
T. patula serve como planta atrativa para espécies de Thysanoptera
T. patula serve como abrigo para himenópteros parasitóides, em virtude da alta
população de espécies fitófagas hospedeira.
T. patula se mostra como uma alternativa vegetal para o plantio em bordadura
para manejo de pragas em cultivo protegido.
42
6. REFERÊNCIAS
ABID, M.; MAGBOOL, M.A. Effects of inter-cropping of Tagetes erecta on root-knot
disease and growth of tomato. International Nematology Network Newsletter,
Raleigh, v.7, n.3, p. 41-42, 1990.
ALTIERI, M.A.; NICHOLLS, C.I. Biodiversity, ecosystem function, and insect pest
management in agricultural systems. In: COLLINS W.W.; QUALSET C.O. (Ed.).
Biodiversity in agroecosystems. Boca Raton: CRC Press, 1999. p. 69-84.
ALTIERI, M.A.; SILVA, E.N.; NICHOLLS, C.I. O papel da biodiversidade no manejo
de pragas. Ribeirão Preto: Holos, 2003. 226p.
ANDOW, D.A. Vegetational diversity and arthropod population response. Annual
Review of Entomology, Palo Alto, v. 36, n. 1, p. 561-586, 1991.
BERNDT, L.A; WRATTEN, S.D. Effects of alyssum flowers on the longevity, fecundity,
and sex ratio of the leafroller parasitoid Dolichogenidea tasmanica. Biological Control,
Orlando, v.32, n. 1, p.65-69, 2005.
BUENO, V.H.P. Protected cultivation and research on biological control of pests in
greenhouses in Brazil. IOBC/WPRS Bulletin, Inra, v.22, n. 1, p.21-24, 1999.
CAMARGO, A.M.M.P.; CASER, D.V.; CAMARGO FILHO, W.P.; CAMARGO, F.P.;
COELHO, P.J. Área cultivada com agricultura orgânica no estado de São Paulo.
Informações Econômicas, São Paulo, v. 3, n.36, p.33-62, 2006.
CHAMBERLIN, J. R.; TODD, J. W.; BESHEAR, R. J.; CULBREATH, A.K.; DEMSKI,
J.W. Overwintering hosts and wingformof thrips, Frankliniella spp., in Georgia
(Thysanoptera: Thripidae): implications for management of spotted wilt disease.
Environmental Entomology, Lanham, v. 21, n. 1, p.121-128, 1992.
43
CHO, J.J.; MAU, R.F.L.; GONSALVES, D.; MITCHELL, W.C. Reservoir weed host of
Tomato spotted wilt virus. Plant Disease, Saint Paul, v.70, n. 9, p.1014-1017, 1986.
COATS, A.M. Flowers and theirs histories. London: Hulton Press, 1956.
DELIGEORGIDIS, P. N.; IPSILANDIS, C.G., VAIOPOULOU, M.; KALTSOUDAS, G.;
SIDIROPOULOS G. Predatory effect of Coccinella septempunctata on Thrips tabaci and
Trialeurodes vaporariorum. Journal of Applied Entomology, Berlin, v.129, n.5, p.246–
249, 2005.
ELKASSABANY, E.; RUBERSON J.R.; KRING T. Seasonal distribution and
overwintering of Orius insidiosus (Say) in Arkansas. Journal of Entomological
Science, Tifton, v.31, n.1, p.76-88, 1996.
FERNANDES, O.A.; FERREIRA, C.C.; MONTAGNA, M.A. Manejo integrado de pragas
do meloeiro: manual de reconhecimento das pragas e táticas de controle. Jaboticabal:
FUNEP, 2000. 28p.
FIGUEROA-CASTRO, D.M.; CANO-SANTANA, Z. Floral visitor guilds of five allochronic
flowering asteraceous species in a Xeric community in Central Mexico. Environmental
Entomology, Lanham, v.33, n.2, p.297-309, 2004.
GARCIA, M.A.; ALTIERI, M.A. Explaining differences in flea beetle Phyllotreta cruciferae
goeze densities in simple and mixed broccoli cropping systems as a function of
individual behavior. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v.62, n.3,
p.201-209, 1992.
GARCIA, R.M.; CORSEUIL, H. Native Hymenopteran Parasitoids Associated with Fruit
Flies (Diptera: Tephritidae) in Catarina State, Brazil. Florida Entomologist, Homestead,
v.87, n.4, p.517-521, 2004.
GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. 2.
ed. Porto Alegre: Ed. Universidade UFRGS, 2001. 653 p.
44
GODFRAY, H.C.J. Parasitoids: behavioral and evolutionary ecology. Princeton:
University Press, 1994. 488 p.
GOMMERS, F.J. Biochemical interactions between nematodes and plants and their
relevance to control. Helminthological Abstracts, Series B, Plant Nematology,
Buckinglamshire, v.50, n.1, p.9-24, 1981.
GONÇALVES, P.A.S; SOUZA e SILVA, C.R. Efeito de espécies vegetais em bordadura
em cebola sobre a densidade populacional de tripes e sirfídeos predadores.
Horticultura Brasileira, Botucatu, v.21, n.4, p.731-734, 2003.
GUIMARÃES,
J.A.; ZUCCHI, R.A.; DIAZ,
N.B.; SOUZA FILHO, M.F., UCHÔA FILHO,
M.A. Espécies de Eucoilinae (Hymenoptera: Cynipoidea: Figitidae) parasitóides de
larvas frugívoras (Diptera: Tephritidae e Lonchaeidae) no Brasil. Anais da Sociedade
Entomológica do Brasil, Londrina, v.28, n.2, p.263-273,1999.
IBRAFLOR. O desenvolvimento da floricultura brasileira. Relatório Floricultura
Brasileira 19. 2000. Disponível em: <http: www.flortec.com.br/ Artigo04.htm.>. Acesso
em: 8 jan. 2007.
HAIR, J.F.; ANDERSON, R.E.; TATHAM, R.L.; BLACK, W. Alise Multivariada de
dados. 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2005.
HANSON, P.; GAULD, I.D. The Hymenoptera of Costa Rica. Oxford: Oxford University
Press, 1995. 893p.
KAREIVA, P. The influence of vegetational texture on herbivory: resource concentration
and herbivore movement. In: DENNO, R.F.; MCCLURE, M.S. (Ed.). Variable plants
and herbivores in natural and managed systems. New York: Academic Press, 1983.
p. 259-289.
45
LANDIS, D.A.; WRATTEN, S.D.; GURR, G.M. Habitat management to conserve natural
enemies of arthropod pests in agriculture. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.
45, n.1, p.175-201, 2000.
LASALLE, J.; GAULD, I. D. Parasitic Hymenoptera and the biodiversity crisis. Redia,
Florença, v.74, n.3, p.315-334, 1991.
LATTIN, J.D. Economic importance of minute pirate bugs (Anthocoridae). In:
SCHOEFER, C.W.S.; PANIZZI A.R. (Ed.). Heteroptera of economic importance. New
York: CRC Press, 2000. p. 607-637.
LEVINS, R. Perspectives in integrated pest management: from an industrial to an
ecological model of pest management. In: KOGAN, M. (Ed.). Ecological theory and
pest management practice. New York: Wiley, 1986. p.1-18.
MACEDO, M.E.; CONSOLI, R.; GRANDI, T.S.M.; ANJOS, A.M.G.; OLIVEIRA, A.B.;
MENDES N. M.; QUEIROZ, R.O.; ZANI C.L. Screening of Asteraceae (Compositae)
plant extracts for larvicidal activity against Aedes fluviatilis (Diptera: Culicidae).
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.92, n.4, p.565-570, 1997.
MARTOWO, B.; ROHANA, D. The effect of intercropping of pepper (Capsicum annum
L.) with some vegetable crops on pepper yield and disease incidence caused by
Meloidogyne spp. Buletin Penelitian Hortikultura, Bogor, v.15, n.4, p.55-59, 1987.
MONTEIRO R.C. Estudos taxonômicos de tripes (Thysanoptera) constatados no
Brasil, com ênfase no gênero Frankliniella. 1999. 144f. Tese (Doutorado em
Agronomia) Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo, Piracicaba, 1999.
MONTEIRO, R.C. The Thysanoptera fauna of Brazil. In: INTERNATIONAL
SYMPOSIUM ON THYSANOPTERA, 7., Reggio Calabria. Proceedings of the thrips
and tospoviruses, Reggio Calabria, 2002. p.325-340.
46
MONTEIRO, R.C.; MOUND, L.A; ZUCCHI, R.A. Espécies de Frankliniella
(Thysanoptera: Thripidae) de importância agrícola no Brasil. Neotropical Entomology,
Londrina, v.30, n.1, p. 65 - 72. 2001
MOUND, L.A; KIBBY, G. Thysanoptera: an identification guide. 2. ed. Wallingford:
CAB, 1998. 70p.
MOUND, L.A.; MARULLO, R. The thrips of Central and South America: an
introduction (Insecta: Thysanoptera). Gainesville: Associated Publishers, 1996. 487p.
NOYES, J.S. Universal Chalcidoidea Database.World Wide Web electronic
publication. 2003. Disponível em: <www.nhm.ac.uk/entomology/chalcidoids/index.
html>. Acesso em: 7 Abr. 2007.
OLIVEIRA, M.R.V. O emprego de casas de vegetação no Brasil: vantagens e
desvantagens. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 30, n.8, p.1049-1060,
1995.
ODUM, E.P. Ecologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1975.
ODUM, E.P. Fundamentos de ecologia. 6. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulberkian,
2001. 927p.
PALINNI, A.; VENZON M.; OLIVEIRA H.G.; FADINI M.A.M. Manejo Integrado de Pragas
em cultivo protegido. In: AGUIAR, R.L.; DAREZZO, R.J.; ROZANE, D.E.; AGUILERA,
G.A.H.; SILVA, D.J.H. (Ed.). Cultivo em ambiente: protegido histórico, tecnologia e
perspectivas. Viçosa: UFV; 2004. p.207-220.
PARRELLA, M. P.; HANSEN L.S.; VAN LENTEREN J.C. Glasshouse environments. In:
BELLOWS, T. S.; FISHER, T.W.; CALTAGIRONE, L.E.; DAHLSTEN, D.L.; HUFFAKER,
C.; GARDH, G. Handbook of biological control: principles and applications of
biological control. New York: Academic Press, 1999. cap. 31, p.819-839.
47
PAVAN, M.A.; COSTA, A.C.; KUROSAWA, C.; FORTI, L.C.; GUIMARÃES, A.M.
Colonização do tomateiro e de ervas daninhas pelo tripes vetor do vírus do vira-cabeça-
do-tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 11, n. 2, p.122-125, 1993.
PICANÇO, M.; GUEDES, R.N.C. Manejo Integrado de Pragas no Brasil: situação atual,
problemas e perspectivas. Ação Ambiental, Viçosa, v.2, n.4, p.23-27, 1999.
PRITTS, M. P. Weed control in strawberries: some new approaches. Pennsylvania
Fruit News, Philadelphia, v.72, n.4, p.97-102, 1992.
REGIS, A. 2005. Porto inicia exportação de frutas. Tribuna do Norte, Economia
18/08/2005. Disponível em: http://www.tribunadonorte.com.br/anteriores/2005/08/18/
econom/eco1.html. Acesso : 15/12/2006.
RICKLEFS, R. E. A Economia da natureza. 5. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara
Koogan, 2001. 503p.
RISCH, S. J. Insect herbivore abundance in tropical monocultures and polycultures: an
experimental test of two hypothesis. Ecology, Washington, v.62, n.5, p.1325-1340,
1981.
RISCH, S. J.; ANDOW, D.; ALTIERI M.A. Agroecosystem diversity and pest control:
Data, tentative conclusions, and new research directions. Environmental Entomology,
Lanham, v.12, n.3, p.625-629, 1983.
ROOT, R. B. Organization of plant arthropod association in simple and diverse
habitats: the fauna of collards (Brassica oleraceae). Ecological Monographs,
Washington, v.43, n.1, p.95-124, 1973.
RODRIGUEZ, F. A.; SAIZ, F.G. Parasitoidismo de Psyllaephagus pilosus Noyes (Hym.:
Encyrtidae) sobre el psílido del eucalipto Ctenarytaina eucalypti (Maskell) (Hem.:
Psyllidae) en plantaciones de eucaliptos en la V Región. Agricultura Técnica, Santiago
do Chile, v.66, n.4, p.342-351, 2006.
48
ROSEN, D.; DEBACH, P. Species of Aphytis of the world (Hymenoptera:
Aphelinidae). The Hague: Keter Publishing House, 1979. 801p. (entomologia, 17).
SADHANA, S.; WALIA D.S. Fungitoxicity test of certain essential oils against storage
fungi. International Journal of Tropical Plant Diseases, New Delhi, v.14, n.2, p.227-
228, 1996.
SILVA, A.G.A.; GONÇALVES, C.R.; GALVÃO, D.M.; GONÇALVES, A.J.L.; GOMES, J.;
SILVA, M.N.; SIMONI, L.Quarto Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do
Brasil. Parte II- 1. Tomo: insetos, hospedeiros e inimigos naturais. Rio de Janeiro: MA -
Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, 1968. 662p.
SILVA, A.G.A.; GONÇALVES, C.R.; GALVÃO, D.M.; GONÇALVES, A.J.L.; GOMES, J.;
SILVA, M.N.; SIMONI, L.Quarto Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do
Brasil. Parte II- 2. Tomo: índice de insetos e índice de plantas. Rio de Janeiro: MA -
Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, 1968. 265p.
SILVEIRA NETO, S.; NAKATO, O.; BARBIN, D.; VILLA NOVA, N.A. Manual de
ecologia dos insetos, Piracicaba : Ceres, 1976. 419p.
SILVEIRA NETO, S.; HADDAD, M.L.; MORAES, R.C.B.; LAI REYES, A.E. ANAFAU -
análise faunística. Piracicaba: ESALQ, 2005. Disponível em: <http:www.esalq.usp.br>.
Acesso em: 10 jan. 2007.
SNEATH, P. H.; SOKAL, R. R. Numerical taxonomy: the principles and practice of
numerical classification. San Francisco: W.H. Freeman, 1973. 573p.
SOGLIA, M.C.M.; BUENO, V.H.P.; SAMPAIO, M.V. Developmental time and survival of
Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae) reared on commercial chrysanthemum
cultivars at different temperatures. Neotropical Entomology, Londrina, v.31, n.2, p.211-
216, 2002.
49
SOULE, J. A. Novel annual and perennial Tagetes. In: JANICK, J. (Ed.) Progress in
new crops. Arlington: ASHS Press, 1996. p.546-551.
STATSOFT, Inc. STATISTICA: data analysis software system, version 7. 2004.
Disponível em: <www.statsoft.com>. Acesso em: 10 jan. 2007.
SYME, P.D. The effects of flowers on the longevity and fecundity of two native parasites
of the European pine shoot moth in Ontario. Environmental Entomology, Lanham, v.
4, n. 1, p.337-346, 1975.
TACHIKAWA, T. Hosts of encyrtid genera in the World (Hymenoptera: Chalcidoidea).
Memoirs of the College of Agriculture, Kyoto, v.25, n.2, p.85-110, 1981.
TAGASHIRA, E.; HIROSE Y. Development and reproduction of Ceranisus menes
(Hymenoptera: Eulophidae), a larval parasitoid of thrips: effects of two host species,
Frankliniella intonsa and Thrips palmi (Thysanoptera: Thripidae). Applied Entomology
and Zoology, Tókio, v.36, n.2, p.237-241, 2001.
TIVELLI, S.W. Manejo do ambiente em cultivo protegido. In: GOTO, R.; TIVELLI, S.W.
Produção de hortaliças em cultivo protegido: condições subtropicais. São Paulo:
Fundação Editora Unesp, 1998. p.15-30.
VAN EMDEN, H.F.; WILLIAMS, G.F. Insect stability and diversity in agro-ecossystems.
Annual Review of Entomology, Palo Alto, v.21, n. 1, p.455-475, 1974.
VENETTE, R.C.; DAVIS E.E. Chilli thrips/yellow thrips, Scirtothrips dorsalis Hood
(Thysanoptera: Thripidae) Mini Pest Risk Assessment. St. Paul: Univ. of Minnesota,
2004. 31p.
WILLER, H.; YUSSEFI, M. The world of organic agriculture: statistics and emerging
trends 2006. St. Petersburg: International Federation of Organic Agriculture Movements
(IFOAM), 2006, 213p.
50
ZAVALETA-MEJÍA, E.; GOMEZ, R. O. Effect of Tagetes erecta L.-tomato (Lycopersicon
esculentum Mill.) intercropping on some tomato pests. Fitopatologia, Brasília, v.30, n.1,
p.35-46, 1995.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo