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os meses, embora baixa no período de maio a dezembro, causando um
aumento de casos nos três últimos meses, que normalmente, apresentam
índices baixos de transmissão. No período chuvoso, a incidência foi de 115,8%
dos casos de dengue, sendo 22,0% desse total só no mês de fevereiro. A
elevada percentagem do número de casos, nos 4 primeiros meses, mostrou a
influência desse período pela elevação do IIP do A. aegypti (Tabela 1).
A região metropolitana de Goiânia apresenta a maior concentração
populacional do estado. Nessa região, e no município de Minaçu, a
transmissão de dengue foi contínua durante o ano de 2003, embora diminuindo
no período seco. Parece lícito supor, que isso tenha sido um fator determinante
na elevação do número de casos de dengue, e, devido ao fluxo de pessoas,
isso serviu como centro de dispersão para outros municípios, principalmente
para os próximos, que fazem fronteiras. A dispersão passiva pode ocorrer em
função dos inter-relacionamentos comerciais, ou pela procura de empregos,
assistência à saúde e educação. Esse fluxo de pessoas contribui para a
dispersão dos sorotipos do vírus de dengue (Den-1, 2, e 3), da capital para as
cidades contíguas (Aparecida de Goiânia) ou próximas (Trindade e Senador
Canedo), elevando o número de casos de dengue.
Em 2004, foram confirmados 5.436 casos de dengue em 86 municípios
goianos, tendo uma redução de 30,5% em relação ao ano anterior. O IIP médio
e a média da precipitação anual das chuvas são apresentados na Tabela 1. O
maior número de casos de dengue coincidiu com o período chuvoso (incidência
de 80,0%), fato que vem se repetindo similarmente aos períodos anteriores,
mostrando que há influência desse período no aumento de casos de dengue.
Ainda nesse ano, no mês de maio, manteve-se elevado o número de casos de
dengue (Figura 1). Isso foi diferente dos anos anteriores, o que demonstrou
anormalidade na transmissão para este mês. Observou-se a ocorrência, em
Goiânia e região metropolitana, de 443 casos nesse mês, representando 74,3%
do total, dos municípios goianos. A partir de junho, observou-se queda
acentuada da transmissão, seguindo-se, continua e decrescente, até setembro.
Porém, a partir de outubro o aumento do número de casos foi até dezembro,
período que coincide com o aumento continuo do IIP, confirmando a correlação
existente entre o período chuvoso e a densidade do A. aegypti.