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Apêndice
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(tylenol pode precipitar infarto agudo do miocárdio?) Não. O próprio médico
da unidade falou que, assim, não confere isso, entendeu? Daí eu fiquei
assim, daí eu fui tentar descobrir quem que era essa pessoa, porque ela
tinha que ter uma ligação muito próxima com a coordenação, e ela é
empregada, ela trabalha na casa de uma pessoa da coordenação”.
“O que eu sinto assim como uma dificuldade acho que é mais
ou menos o que todo mundo falou, mas primeiro, em relação à coordenação,
é a falta de conhecimento da prática do PSF em si, ninguém que está
coordenando conhece a prática. Eles conhecem só a teoria e é muito
diferente. Eu queria que ficasse lá na minha unidade, um mês, você
entendeu, no meu lugar para ver como que é. Então, na verdade, eles estão
viajando, assim, e acabam deixando a gente numa situação difícil, mesmo. A
gente se sente, assim, é o que eu falei, depende do que convém para eles.
Eu lembro que uma vez eu ouvi assim “ah!, você tem que ter bom senso”.
Bom senso é uma coisa muito particular, entendeu? (pra usar protocolo?) É,
bom senso pra usar o protocolo... é uma coisa particular. Dependendo, se
pra eles, o bom senso deles não bater com o meu eu me ferro... então é
muito complicado. Em relação à equipe, eu sinto muito assim, dificuldade
aqui em Botucatu, principalmente, em outro trabalho era diferente, não sei se
porque os funcionários são muito novos, eu sinto uma falta de
profissionalismo, assim, eles levam tudo pro lado pessoal. Então, eu acho
difícil isso, eu não sei como... eu acho que eles são imaturos, talvez seja por
isso. Em outro lugar que eu trabalhava, os funcionários mais velhos, nossa,
era muito mais fácil o trabalho, não tinha assim... aqui tudo eles levam para
o pessoal, eu acho isso difícil. E o que eu percebo em relação aos agentes
comunitários, também, é como eles não fazem muito do que eles tinham que
fazer, não sei como... os meus outros agentes do outro emprego que eu
tinha também tinham mais perfil de agente, eles faziam mais o que era da...,
exerciam mais a profissão. Às vezes eu pego, assim, vou ler um relatório,
vejo um monte de coisa, vejo a conduta, sabe, eles mandam ir no médico...
Então, quer dizer, a gente ainda não conseguiu mostrar pros próprios
agentes o que que é o PSF, como que a gente vai ajudar a população, qual
que é o papel dele...e aí só tá repetindo, né, o que a própria comunidade cria
na cabeça, né, quero médico, quero ser atendido individual, e aí tem tudo a
ver com o que a gente enfrenta lá que é a falta de participação da
comunidade. Que nem, uma coisa legal é que lá não tinha posto, então não
tem esse problema de “ah!, cadê o pediatra”, né, eles acham lindo, porque
eles não tinham nada e agora tem um médico e uma enfermeira, não é?
Ainda mais essa população é muito carente, eles eram atendidos no
Marajoara, mas eles não se sentiam bem atendidos, porque eles sempre se
sentiam assim “ah, vocês não são daqui, não pertencem”, né, quando era
UBS. Então, eles gostam, né, a gente percebe que eles gostam, mas eles
não participam. Praticamente eles não participam de grupos... reunião de
comunidade é um mico: vai os parentes dos agentes, assim, meia dúzia... e
a gente faz convite, a gente manda pra todo mundo, fala, não consegui fazer
Conus... então eu sinto muita falta, assim, dessa participação, muita falta...
então a gente até tem, assim, eu acho... como eles não tinham nada então