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ROMINA JULIETA SANCHEZ PARADIZO
COOPERAÇÃO PARA O APRENDIZADO INOVATIVO NO ARRANJO PRODUTIVO
LOCAL DE CONFECÇÕES DE CAMPINA GRANDE.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA
JOÃO PESSOA, PB
2005
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COOPERAÇÃO
PARA O APRENDIZADO INOVATIVO NO ARRANJO PRODUTIVO
LOCAL DE CONFECÇÕES DE CAMPINA GRANDE.
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ROMINA JULIETA SANCHEZ PARADIZO
COOPERAÇÃO PARA O APRENDIZADO INOVATIVO NO ARRANJO PRODUTIVO
LOCAL DE CONFECÇÕES DE CAMPINA GRANDE.
Dissertação apresentada por Romina Julieta
Sanchez Paradizo ao Curso de Mestrado em
Economia da Universidade Federal da Paraíba,
em cumprimento às exigências para obtenção
do grau de Mestre em Economia.
Área de concentração: Economia do Trabalho
Orientador: Prof. Dr. Paulo Fernando Moura Bezerra Cavalcanti Filho
João Pessoa, PB.
2005
4
ROMINA JULIETA SANCHEZ PARADIZO
COOPERAÇÃO PARA O APRENDIZADO INOVATIVO NO ARRANJO PRODUTIVO
LOCAL DE CONFECÇÕES DE CAMPINA GRANDE.
APROVADA EM __/__/_____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Fernando Moura Bezerra Cavalcanti Filho – Orientador
Universidade Federal da Paraíba
_______________________________________________________
Profa. Dra. Lúcia Maria Góes Moutinho – Membro Interno
Universidade Federal da Paraíba
_______________________________________________________
Prof. Dr. João Policarpo Rodrigues Lima – Membro Externo
Universidade Federal de Pernambuco
5
Aos meus pais Jorge Alberto Paradizo e
Haydée Raquel Sanchez de Paradizo, pelo
amor e apoio incondicional, DEDICO.
6
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus.
Ao Professor Dr. Paulo Fernando, pela valiosa orientação.
À Professora Dra. Lúcia Moutinho, pelas contribuições e carinho.
Ao Professor Dr. João Policarpo Lima, pela atenção e importantes contribuições.
Ao meu esposo, Ricardo Brandão, pelo grandioso amor, apoio, incentivo, presença e
paciência.
Ao Pe. Paulo Meneses e ao NEAL – David Rosenthal, Frederico Jayme Katz,
Abraham Sicsú, Alfredo e, por último, mas de maneira nenhuma menos importante, à amiga
Laura Ferraz, pela amizade, incentivo, apoio e confiança, sem a qual a realização deste
trabalho seria impossível.
À Terezinha Polari e Glória, pelo apoio administrativo.
Ao mestrado de economia pela oportunidade e compreensão.
À amizade e carinho de Keila Sonalle e Águida Cristina, as maiores conquistas do
período de mestrado.
À Professora Cláudia Satie e ao Professor Marisan Mariano, pelas palavras e atitudes
de incentivo em todos os momentos.
E a todos, que de alguma maneira, contribuíram para a realização deste trabalho.
7
SUMÁRIO
RESUMO_______________________________________________________12
INTRODUÇÃO _________________________________________________14
CAPÍTULO I
Setor de Confecções: Panorama Internacional e Nacional_______________13
PANORAMA INTERNACIONAL ___________________________________18
Tendências Tecnológicas _________________________________________18
Tendências Comerciais___________________________________________21
PANORAMA NACIONAL _________________________________________27
CAPÍTULO II
Conceitualização de Arranjo Produtivo Local, Cooperação, Aprendizado
Inovativo _______________________________________________________28
Arranjo Produtivo Local__________________________________________38
Cooperação ___________________________________________________44
Aprendizado Inovativo___________________________________________48
CAPÍTULO III
Os APLs de confecções de Campina Grande/PB, Tobias Barreto/SE, Natal/RN
e Jaraguá/GO ___________________________________________________52
Campina Grande/PB _____________________________________________52
Tobias Barreto/SE _______________________________________________58
8
Natal/RN _____________________________________________________64
Jaraguá/GO____________________________________________________69
CAPÍTULO IV
Análise comparativa entre os APLs de confecções de Campina Grande/PB,
Tobias Barreto/SE, Natal/RN e Jaraguá/GO_________________________75
CONCLUSÕES__________________________________________________85
BIBLIOGRAFIA ________________________________________________90
ANEXO 1_______________________________________________________93
ANEXO 2_______________________________________________________97
9
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
Tabela 1: Principais produtores de confecções, por quantidade produzida (2000):
Mundo – em toneladas
23
Tabela 2: Exportações de Produtos Têxteis e de Confeccionados – 1980 e 1997 –
Mundo – em US$ milhões e % da produção total
25
Gráfico 1: Importação de Produtos Têxteis - 1990 a 1997 - principais importadores
mundiais - em US$
27
Gráfico 2: Exportações Confecções 1990 a 2003 – principais exportadores -em US$
milhões
26
Gráfico 3: Número de unidades fabris– Brasil - 1991 a 2001 (em %) 29
Gráfico 4: Comércio Internacional de confecções – US$ milhões 31
Gráfico 5: Saldo da Balança Comercial – US$ milhões 32
Gráfico 6: Comércio Internacional – Brasil – Mundo – US$ milhões 32
Gráfico 7: Saldo da Balança Comercial – Brasil - Mundo – US$ milhões 33
Tabela 3: Setor de Confecções – distribuição das empresas por porte- Brasil - 2001 36
Gráfico 8: Exportação por porte de empresa - Brasil - 2003 37
Tabela 4 : Confeccionados – Unidades de Produção - Brasil
38
10
Gráfico 9: Percentuais Médios por Níveis de Freqüência das Atividades Inovativas
(Campina Grande / PB) - entre 2000 e 2002
54
Gráfico 10: Participação em atividades cooperativas – Campina Grande/PB - entre
2000 e 2002
56
Gráfico 11: Desempenho Inovativo Relativo entre Cooperativos e Não-Cooperativos -
Campina Grande/PB - entre 2000 e 2002
57
Gráfico 12: Fontes internas de informação: Grau de importância (Campina
Grande/PB)
58
Gráfico 13: Fontes externas de informação: Grau de importância (Campina Grande
/PB)
59
Tabela 5: Grau de Formalização dos Estabelecimentos por setor de atividade ( 2002)
Tobias Barreto /SE.
60
Gráfico 14: Porcentagem de empresas que realizaram atividades cooperativas em
2002 – Tobias Barreto/ SE
62
Gráfico 15: Porcentagem de empresas que realizaram atividades cooperativas em
2002 – Natal/ RN
66
Gráfico 16: Porcentagem de empresas que realizaram atividades cooperativas em
2002 – Jaraguá /GO
73
Gráfico 17: Atividades cooperativas por APL 77
Gráfico 18: Realização de Inovação de produto – por APL 78
Gráfico 19: Realização de Inovação de processo – por APL 78
Gráfico 20: Realização de Inovações organizacionais – por APL 79
11
RESUMO
Esta dissertação teve como objetivo analisar o papel da cooperação e do aprendizado na
capacitação para a inovação, identificando os obstáculos, oportunidades e o desempenho
inovativo no Arranjo produtivo Local (APL) de Confecções de Campina Grande/PB. O
trabalho é de natureza exploratória (pesquisa de campo), sendo dados primários, angariados
através da aplicação de formulários junto aos empresários do setor e entrevistas ao conjunto
de agentes empresariais e não-empresariais que compõem o APL. Levantamento documental
e bibliográfico sobre o tema de estudo, cooperação para aprendizagem inovativa, também foi
realizado. A abordagem utilizada foi de Arranjos Produtivos Locais, por ressaltar a
importância do aprendizado interativo, envolvendo além de empresas, diferentes conjuntos de
atores em âmbito local, como elemento central de dinamização do processo inovativo.
Mostrou-se que nos APLs estudados, particularmente em Campina Grande, cooperação e
inovação estão positivamente relacionados, sendo a cooperação a mola mestra do aprendizado
inovativo, fundamental para a manutenção e conquista do mercado consumidor.
12
ABSTRACT
This dissertation had as objective analyze the cooperation role and of the learning in the
qualification for the innovation, identifying the obstacles, opportunities and the performance
inovative in Local Productive Arrangement (LPA) of Confections of Campina Grande/PB.
The work belongs to exploratory nature (field research), being given primary, canvassed
through the forms application close to the business men of the sector and interviews to the
agents' managerial set and not-managerial that compose LPA. Documental and
bibliographical rising about the study theme, cooperation for innovative learning, also was
accomplished. The used approach belonged to Local Productive Arrangements, for stressing
the importance of the interactive learning, involving besides companies, different actors' sets
in local scope, like innovative process dynamization central element. It showed that in LPA
studied, particularly in Campina Grande, cooperation and innovation are related positively,
being the cooperation the principal point of the innovative learning, fundamental for the
maintenance and conquest of the consuming market.
13
INTRODUÇÃO
A cadeia têxtil-confecções possui um papel relevante na história da industrialização
mundial. Com a indústria têxtil deu-se o início da Revolução Industrial, e até hoje possui uma
característica que a torna tão importante: é grande absorvedora de mão-de-obra.
Além dessa característica, a heterogeneidade de seus produtos e mercados é uma
oportunidade para as micro e pequenas empresas que possuem maior flexibilidade produtiva
e, por isso, maior possibilidade de acompanhar as exigências efêmeras do mercado.
No Brasil, a indústria de confecções possui grande importância, constituindo-se na
maior força geradora de empregos da indústria de transformação nacional. Entretanto,
atualmente, a participação das indústrias têxtil e de confecções no Produto Interno Bruto
(PIB) e no valor adicionado da indústria de transformação no Brasil é decrescente. O
segmento que se mostra mais representativo da indústria têxtil- confecções brasileira é o setor
de vestuário.
Em nível regional, observa-se a redistribuição da produção entre as regiões do país,
com o direcionamento de investimentos para as regiões Nordeste e Centro-Oeste, em busca de
menores salários e incentivos fiscais estaduais.
Este trabalho pretende estudar esta atividade produtiva, utilizando uma abordagem de
Arranjos Produtivos Locais e focalizando a cidade de Campina Grande.
É objetivo desta pesquisa analisar o papel da cooperação e do aprendizado na
capacitação para a inovação, identificando os obstáculos, oportunidades e o desempenho
inovativo no APL de Confecções de Campina Grande/PB.
14
A abordagem de APL foi escolhida para o estudo, principalmente, por representar uma
unidade de análise que vai além da tradicional visão baseada na organização individual
(empresa), setor ou cadeia produtiva, permitindo estabelecer uma ponte entre o território e as
atividades econômicas e por focalizar grupos de agentes e atividades conexas que
caracterizam qualquer sistema produtivo e inovativo.
Muito embora o APL de confecções em Campina Grande tenha apresentado uma
grave redução no número de estabelecimentos, no contexto da economia paraibana ainda
preserva sua relevância destacada pela elevada dimensão relativa
em termos de emprego e
estabelecimentos; pela existência de um amplo conjunto de agentes não-empresarias atuantes
no município; pela proximidade espacial com os APLs de confecções instalados em Santa
Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru (PE), bem como do município de Alcantil (PB); e
ainda, pelo fato de que Campina Grande é sede do consórcio de MPEs que vem a produção e
exportação de confecções à base de algodão naturalmente colorido, o Natural Fashion.
Assim, dadas as características de Campina Grande, este trabalho deverá apresentar as
vantagens que a cooperação dentro do arranjo traria para o aprendizado no sentido de inovar
1
para a sobrevivência e recuperação do setor.
Este trabalho é de natureza bibliográfica e documental, sendo grande parte dos dados
angariados diretamente pela equipe
2
com os empresários do setor (considerando, dessa forma,
os dados como primários) através de formulário elaborado pela REDESIST
3
(em anexo) no
período de junho a outubro de 2003. As entrevistas exerceram a função de angariar
informações de um conjunto de agentes empresariais e não-empresariais que compõem o
1
Inovar é aqui entendido como um processo fundado no aprendizado, dado que por definição, o processo
inovativo é uma criação de capacitações e conhecimentos que permitem o desenvolvimento de uma dada
tecnologia (CASSIOLATO; SZAPIRO, 2002).
2
A equipe de pesquisa é formada pelo Professor Dr. Paulo Fernando Moura Bezerra Cavalcanti Filho, pela
Professora Dra. Lúcia Maria Góes Moutinho e pelas mestrandas Keila Sonalle Silva e Romina Paradizo.
3
A REDESIST, grupo de pesquisa do IE/UFRJ e em associação com o SEBRAE, consiste na instituição
financiadora desta pesquisa.
15
APL, dentre eles Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),
fornecedores como o MASCATE, instituições de fomento como o Centro de Apoio aos
Pequenos Empreendimentos do Estado da Paraíba (CEAPE-PB) e ex-empresários.
Para a seleção da amostra foram utilizados os cadastros da RAIS, Federação das
Indústrias da Paraíba (FIEP) e Sindicato da Indústria do Vestuário no Estado da Paraíba
(SINDIVEST-PB). Para Campina Grande a RAIS indicava a existência de 96 empresas
formais em 2001, dados do SEBRAE-PB, estimavam um total de 60 empresas. No cadastro da
FIEP (1997) estão listadas 98 empresas de confecções em Campina Grande, enquanto o
cadastro do SINDVEST (2002) registra 35 empresas em Campina Grande. Como apenas as
listagens da FIEP e do SINDVEST registravam informações como nome e endereço das
empresas, estas foram utilizadas como base para a seleção da amostra.
Com relação a essas duas listagens, cabem algumas considerações: a listagem da
SINDVEST refere-se às empresas que são associadas ao Sindicato da Indústria do Vestuário
no Estado da Paraíba, sendo, assim, uma listagem revista com certa freqüência. Já a listagem
emitida pela Federação das Indústrias da Paraíba é feita em intervalos espaçados de tempo
(aproximadamente cinco anos) e, nestes últimos cinco anos muitas empresas listadas nessa
relação encerraram suas atividades.
Para a listagem fornecida pela FIEP, entre as 98 empresas existentes, 31 foram
contatadas (32%), as demais ou encontravam-se fechadas ou seu endereço atual e telefones
eram desconhecidos. O mesmo ocorreu com a listagem cedida pelo SINDVEST, 13 das 35
empresas registradas foram localizadas (37%). A essa diminuição da população de
aproximadamente 70% em ambas as listagens, creditou-se a crise recente enfrentada pelas
empresas do APL.
16
Foi considerado, então, o total das empresas listadas pela FIEPE e pelo SIDIVEST (98
e 35, respectivamente), evitando-se a dupla contagem, como o total da população de empresas
formais no APL, obedecendo à proporção, 26,3% das empresas entrevistadas deveriam se
originar da listagem do SINDVEST e 73,6% da listagem da FIEP.
Ainda, com relação ao porte das empresas entrevistadas, na listagem da SINDIVEST as
pequenas empresas representavam cerca de 61% do total das 13 empresas e apenas 22% do
total das 31 empresas da FIEP. Como não havia dados suficientes para determinar a melhor
representação da população, a construção de uma distribuição média foi a solução encontrada.
Assim, a fórmula desta média ponderada é: (22% X 31 + 61% X 13)/44 = 33%. Ou seja, 33%
das empresas entrevistadas deveriam ser de pequeno porte e o restante, 67%, deveriam ser
microempresas. Deve-se ainda ressaltar a não existência de empresas de porte médio ou
grande
4
.
O Plano Amostral supõe uma variância máxima (no valor de σ
2
= ¼) para obter-se o
máximo erro amostral tolerável (E
0
= 0,1). Entretanto, a variância depende do grau de
heterogeneidade da população analisada e, no caso do APL de Campina Grande, esta é
bastante reduzida, como supracitado, o arranjo possui apenas micro e pequenas empresas.
Assim, a variância é dada por:
[(61% - 33%)
2
+ (22% - 33%)
2
]/(2-1) = 0,0905
Ao se utilizar este valor de referência para a variância da população e aplicá-lo ao
cálculo do tamanho mínimo da amostra a ser pesquisada, tem-se que:
n = Nx(4σ
2
/E
0
2
)/[N - (4σ
2
/E
0
2
) – 1] =
n = 44x[4x(0,0905)/(0,01)]/{44 – [4x(0,0905)/(0,01)]} = 21
4
Neste momento faz-se necessário o esclarecimento dos termos micro, pequena, média e grande empresa. Como
esta pesquisa seguiu o padrão adotado pela REDESIST/SEBRAE, o conceito de tamanho é o mesmo adotado
pelo SEBRAE, que não leva em consideração o faturamento, mas sim o número de empregados. Dessa forma
empresas com até 19 empregados são microempresas, de 20 a 99 são pequenas, de 100 a 499 são médias e a
partir de 500 empregados, são consideradas grandes empresas.
17
Logo, a amostra será composta da seguinte maneira:
Sete pequenas empresas, representando 33% da amostra, sendo que destas 28,5%
originadas da listagem do SINDVEST (duas empresas) e 71,5% da listagem da FIEP
(cinco empresas).
Quatorze microempresas, representando 67% da amostra, sendo que, destas, 35,7% da
listagem do SINDVEST (cinco empresas) e 64,3% da listagem da FIEP (nove
empresas).
Com relação à estruturação do trabalho, este divide-se me quatro capítulos: o primeiro
capítulo traz um panorama da indústria estudada em nível mundial e nacional. O segundo
capítulo aprofunda o estudo de conceitos relevantes para este estudo (cooperação, inovação e
aprendizado inovativo). O Terceiro capítulo busca relacionar os APLs de confecções
estudados pela Redesist - Tobias Barreto/SE, Natal/RN e Jaraguá/GO – com o APL foco deste
trabalho – Campina Grande/PB, ressaltando os aspectos de inovação, cooperação e
aprendizado em cada um, de maneira isolada.
Por fim, o quarto capítulo utiliza o anterior como subsídio na análise comparativa no
intuito de responder as seguintes questões: - A cooperação possui papel relevante no
aprendizado inovativo? – Os APLs que cooperam mais, inovam mais? – A cooperação leva a
um melhor desempenho? – Quais fontes de aprendizado são mais importantes em cada APL?
– Que ação poderia ser feita no sentido de incrementar o aprendizado inovativo?
18
CAPÍTULO 1
Setor de Confecções: Panorama Internacional e Nacional
PANORAMA INTERNACIONAL
Desde a Revolução Industrial a cadeia têxtil-confecções desempenha um importante
papel nas experiências de industrialização em termos mundiais e, embora tenha perdido
espaço nas economias modernas, continua sendo de grande relevância, principalmente por ter
como uma de suas maiores características a grande capacidade de absorção de mão de obra.
Tendências Tecnológicas
Esta é uma indústria tradicional, intensiva em mão-de-obra e matérias-primas, sendo
ainda extremamente segmentada, assim como seu mercado, diferenciado no que concerne a
padrão cultural, nível de renda, idade e, ainda, sujeito a sazonalidades e mudanças de moda
5
.
Com a abertura de mercados, o padrão concorrencial deixou de ser apenas o preço e
passou a ser o estilo, o design, a moda, a marca e a qualidade. Como forma de redefinir os
mecanismos de competição, já que o custo de mão de obra continua sendo um grande fator
competitivo na localização das novas indústrias, a produção se deslocou para países em
desenvolvimento.
5
CASTRO, S.D. O arranjo produtivo de confecções da região de Jaraguá –GO, 2004.
19
Além disso, as novas exigências do mercado somadas a necessidade de respostas
rápidas às freqüentes alterações de preferência e tendências do mercado, fizeram com que as
indústrias procurassem a flexibilização da produção. A subcontratação e as facções, ou seja, a
divisão da produção, surge como uma solução alternativa às oscilações de demanda típicas
dessa indústria.
Em nível mundial, a partir da década de 80, ocorre o processo de putting out globalizado,
no qual as subcontratações, característica de grande relevância, alcançam divisões
internacionais, ou seja, as empresas sediadas nos principais mercados mantém o controle das
etapas de criação e marketing, enquanto as etapas intensivas em trabalho ficam a cargo de
empresas menores, em países com menores níveis de salários. Assim a contratação de pessoal
é maior nos países em desenvolvimento e diminui muito nos países desenvolvidos
6
.
Segundo ABREU (1997:4),
“Assim, nos países desenvolvidos a participação do setor de
confecções no emprego era, em média, 8% nos anos 60; ao final dos
anos 80 situava-se em menos de 5,5%. Por outro lado entre 1975 e
1986, a produção de confecções em Hong Kong, Coréia do Sul e
Taiwan cresceu, respectivamente, 145%, 225% e 103%, sendo que
nos dois primeiros países a participação do emprego no setor no total
da indústria de transformação era, em 1986, de 31,1% e 10,1%.”.
6
ROVERE, et al, 2000
20
O aumento da concorrência tem levado as empresas a buscar melhorias tecnológicas,
por exemplo, transformações na estrutura produtiva causadas pela introdução de
equipamentos de base microeletrônica, o desenvolvimento de novos tipos de tecidos e o
aumento da automação e da produtividade de várias etapas do processo de produção
(ROVERE, 2000).
Mas, essas mudanças não ocorrem de forma homogênea ao longo da cadeia produtiva.
Seus diversos setores são atingidos de diferentes maneiras. Basta observar a diferença
estrutural que existe entre o setor de fiação e tecelagem e o setor de confecções. O primeiro é
mais intensivo em bens de capital, sendo grande absorvedor de inovações tecnológicas
incorporadas às máquinas, enquanto o segundo, principal etapa do processo, é mais intensivo
em mão de obra (como supracitado), sendo mais difícil a absorção de inovações.
As confecções, que ocupam posição estratégica por estar em contato direto com os
consumidores finais, são responsáveis pela identificação das mudanças de preferências com
relação aos tecidos, padrões de corte e cores.
Alguns aspectos característicos da Indústria de Confecções devem ser ressaltados
7
:
a) A estrutura industrial é heterogênea. Graças à diversidade de produtos e de segmentação
de mercado (moda praia, infantil, feminina, masculina, infanto-juvenil, entre outras), à
relativa facilidade de acesso às tecnologias, desde uma simples máquina de costura até um
software CAD – CAM
8
, e aos baixos custos de investimento inicial, o ambiente se torna
favorável à disseminação de um grande número de empresas de micro, pequeno e médio
porte.
b) As grandes empresas, em geral, canalizam seus produtos para mercados mais
padronizados, por exemplo, jeans. Uma conseqüência dessa característica é que para as
7
ABREU (1997).
8
Ou seja, seja uma Micro empresa, utilizando-se de um produto de baixo conteúdo tecnológico, ou uma empresa
de porte e recursos maiores, utilizando-se de um software com maior conteúdo tecnológico.
21
MPE’s ficam disponíveis variados nichos de mercados específicos. Estes são mais bem
explorados por esse tipo de empresa devido à fácil flexibilização da produção e a maior
proximidade com o mercado consumidor final.
c) Principalmente na fase de costura, a produção industrial ainda está baseada no binômio
máquina de costura- operador. Como conseqüência, percebe-se que esta fase é intensiva
em mão de obra, tornando esta atividade importante geradora de emprego.
d) O processo de produção é altamente divisível.
e) Há grande presença de uma cadeia de subcontratação, a qual funciona como “colchão
amortecedor” das flutuações de demanda típicas desse mercado. Nas fases de prejuízo,
este acaba sendo distribuído por todos os componentes dessa cadeia.
Essas características influenciaram toda a evolução da Indústria de Vestuário, da qual
fazem parte as confecções e os calçados, nas últimas décadas. Na verdade, os grandes avanços
tecnológicos, ocorreram, em sua maioria, na fase anterior à confecção, utilizando o Computer
Aided Manufacturing e o Computer Aided Design (respectivamente, CAM e CAD, conjunto
de software e hardware para a automação no processo de desenho e fabricação) houve uma
significativa queda no tempo de produção e também na taxa de desperdício, ao mesmo tempo
que concorreu para aumentar a flexibilidade produtiva do setor.
Tendências Comerciais
Com relação ao comércio mundial, nas últimas décadas, o perfil dos países
exportadores de tecidos mudou em consonância com o que vimos até agora, como se pode
observar na Tabela 2. O maior exportador de tecidos, em 1980, responsável por 11,4% das
exportações mundiais, era a Alemanha. Já em 1997, o principal exportador passou a ser Hong
22
Kong, com 9,4% das vendas, enquanto em 1980 sua participação era extremamente tímida,
pois ocupava apenas 13º lugar entre os países exportadores.
Trantando-se de produtores, conforme mostra a tabela 1 a China é o maior produtor do
mundo seguido pelos Estados Unidos, Índia, Taiwan e Brasil, sendo que este último é o
segundo maior produtor mundial de malha.
Tabela 1
Principais produtores de confecções, por quantidade produzida (2000): Mundo – em
toneladas
Países Produção (em ton.)
China 5.331.744
EUA 3.954.787
Índia 3.922.768
Taiwan 1.376.321
Brasil 1.286.826
México 1.111.738
Coréia do Sul 891.665
Turquia 785.324
Paquistão 641.716
Japão 631.490
Alemanha 415.836
Rússia 315.810
Outros 1.384.786
Total 22.050.810
Fonte: Apud CASTRO, 2004
23
No setor de confeccionados, em 1980 o principal exportador de confecções já era Hong Kong,
como reflexo do modelo de desenvolvimento dos “Tigres Asiáticos”, com 11,5% das
exportações, seguido pela Itália, com 11,3%. Em 1997, a China ficou em primeiro lugar, com
18% das exportações, seguido pela Itália, com 8,4% e Hong Kong, com 5,3%. Em 2004, esse
país exportou US$ 95 bilhões em produtos têxteis, o equivalente a um quarto do mercado
mundial
9
.
Ainda pela Tabela 2, podemos observar que os países europeus, excetuando-se a Itália,
perderam participação nos setores têxtil e confecções, “Tigres Asiáticos” e a Itália sofreram
uma transferência entre as etapas da cadeia têxtil-confecções, tendo sua participação no setor
têxtil elevada enquanto a participação destes no setor de confecções foi reduzida. Os Estados
Unidos apresentaram uma transferência de participação do setor de têxteis para o de
confecções. A China, analisada à parte, apresentou um significativo aumento em sua
participação em ambos os setores, dobrando seu percentual nas exportações têxteis e
crescendo 350% em confecções.
9
Disponível em: < http://www.abravest.org.br/>, acessado 16/07/2005.
24
Tabela 2
Exportações de Produtos Têxteis e de Confeccionados – 1980 e 1997 – Mundo – em US$
milhões e % da produção total
Têxteis Confecções
1980 1997 1980 1997
US$ US$
País
US$
Milhões %
Milhões
%
US$
Milhões %
Milhões
%
Perderam participação em ambos os setores
Alemanha 6.296 11,4 13.053 8,4 2.882 7,1 7.289 4,1
Reino Unido 3.108 5,7 5.618 3,6 1.878 4,6 5.281 3
9.404 17,1 18.671 12,0 4.760 11,7 12.570 7,1
Houve transferência de participação de confecções para têxteis
Coréia do Sul 2.209 4 13.346 8,6 2.949 7,3 4.192 2,4
Hong Kong 1.771 3,2 14.602 9,4 4.664 11,5 9.329 5,3
Itália 4.158 7,6 12.901 8,3 4.584 11,3 14.851 8,4
8.138 14,8 40.849 26,3 12.197 30,1 28.372 16,1
Houve transferência de participação de têxteis para confecções
EEUU 3.757 6,8 9.193 5,9 1.290 3,2 8.672 4,9
3.757 6,8 9.193 5,9 1.290 3,2 8.672 4,9
Ganhou participação em ambos os setores
China 2.540 4,6 13.828 8,9 1.625 4 31.803 18
2.540 4,6 13.828 8,9 1.625 4 31.803 18
Subtotal sem
China 21.299 38,7 68.713 44,2 18.247 45 49.614 28,1
Subtotal 23.839 43,3 82.541 53,1 19.872 49 81.417 46,1
Mundo 54.990 100 155.280 100 40.590 100 180.380 100
Brasil 654 1,2 1.022 0,7 138 1,2 248 0,1
Fonte: WTO e Werner International apud Campos (2001).
25
Analisando-se a evolução da concentração na indústria mundial (usando-se o índice
HH)
10
, verifica-se que houve uma forte concentração na indústria têxtil (de HH
97
= 3528,74
para HH
01
= 2628,36), ao lado de uma pequena redução na concentração da indústria de
confecções (de HH
97
= 3012,04 para HH
01
= 3383,44) . Quando se analisa o grau de
concentração apenas para o subconjunto de países listados na Tabela 1, a análise é invertida
11
:
uma suave desconcentração na indústria têxtil (de HH
97
= 1673,965 para HH
01
= 1520,6), no
interior do subconjunto, ao lado de uma forte concentração intragrupo na indústria de
confecções (de HH
97
= 1711,953 para HH
01
= 2250,272). Isto permite concluir que o
crescimento da exportação de confecções originárias da China deu-se, principalmente, através
da captura de parcelas de mercado dos países listados na Tabela 1 (Europa, EUA e “Tigres”),
enquanto o crescimento das exportações têxteis chinesas capturaram parcelas de mercado
tanto dos EUA e países europeus listados na amostra quanto do “resto do mundo”.
Desagregando-se ainda mais o subconjunto amostral da Tabela 1, verifica-se que
houve forte deslocamento da base produtiva/exportadora têxtil do ocidente (EU e EUA) para
o Extremo Oriente (China e “Tigres”), esta região crescendo sua parcela nas exportações
mundiais de 11,8 para 26,9%. Na Indústria de Confecções, diferentemente, a parcela da
produção asiática na amostra cresce apenas ligeiramente, de 22,8 para 25,8%, o que indica
que houve uma forte relocalização industrial favorável à China em detrimento dos seus
vizinhos “Tigres”.
10
Usando o índice Hirshman-Herfindahl (proposto inicialmente por Hirschman e depois por Herfindahl que tem
importância relevante dentro de modelos de preços em oligopólios, tratando sobre o nível de concentração em
mercados) e considerando os países não listados na tabela como uma única indústria do “resto do mundo”, o que
efetivamente provoca um duplo viés : superestima o verdadeiro valor absoluto do índice, pois esta se torna a
“maior indústria do mercado mundial” e inverte a relação entre a magnitude do índice e a concentração do
mercado. Desta forma, deve-se estar atento para o fato que uma redução no índice HH significa redução da
parcela do “resto do mundo”, o que na prática representa a concentração do mercado em torno dos países
listados na amostra. Assim, não apenas a magnitude absoluta do índice perde significado preciso, mas também a
direção e intensidade relativas da variação no índice HH devem ser avaliados de forma oposta à usual.
11
Elimina-se o viés causado pela agregação da indústria do “resto do mundo”.
26
Gráfico 1: Importação de Produtos Têxteis - 1990 a 1997 -
principais importadores mundiais - em US$
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
União Européia
Estados Unidos
Hong Kong
China
Coréia do Sul
Fonte: Trains/Unctad. Apud Campos (2001).
Gráfico 2: Exportações Confecções 1990 a 2003 – principais exportadores -em
US$ milhões
70000
60000
50000
40000
União Européia
Estados Unidos
China
Fonte: http://www.wto.org/
0
10000
20000
30000
Hong Cong
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
27
Analisando o Gráfico 1, observa-se para a União Européia (UE) e EUA uma queda
percentual expressiva das importações Têxteis mundiais entre 1990 e 1994 (de cerca de ¾
para pouco mais de 1/3 das importações mundiais), estabilizando-se e revertendo
parcialmente no período 1995-1997 (elevando-se a pouco menos de 45% do total). Deve-se
ressaltar que o volume de importações, entre 1990 e 1997, aumentou aproximadamente 167%,
ou seja, houve um aumento relevante no volume de compras mundiais.
Dados mais recentes (OMC, 2003), mostram que só em 2002, as exportações mundiais
de confecções chegaram a 202 bilhões de dólares, 3,2% das exportações mundiais totais de
mercadorias, em 2003 essas exportações mundiais aumentam para 225 bilhões de dólares.
Pelo gráfico 2, percebemos a superioridade em montante de exportações da União
Européia, não obstante, devemos considerar o fato de que esse grupo engloba países como
Itália, Alemanha, França e Reino Unido. A China é o país com desempenho mais acentuado.
Passando de 9 para 52 milhões de dólares entre 1990 e 2003, elevando sua participação nas
exportações de confecções mundiais de 8 para 22%.
PANORAMA NACIONAL
A indústria de confecções possui grande importância para o Brasil, constituindo-se
maior força geradora de empregos da indústria de transformação nacional. Em 2002, a
produção foi de 9.459.368 de peças confeccionadas com um faturamento anual equivalente a
US$ 17,3 bilhões e, ainda, empregou diretamente 1.134.814 de pessoas, sendo 93% deste total
composto por mulheres (ABRAVEST).
Entretanto, atualmente, a participação das indústrias têxtil e de confecções no Produto
Interno Bruto (PIB) e no valor adicionado da indústria de transformação no Brasil é
28
decrescente. A participação do complexo têxtil no PIB caiu de 3,1% para 1,6%, entre 1990 e
1996 (ABRAVEST). A pressão competitiva externa levou à implementação, pelas empresas
locais, de um processo de racionalização da produção e à redução de custos que incluiu o
deslocamento de parcela das unidades produtivas para as regiões menos desenvolvidas
(gráfico 3).
Um fenômeno importante foi a redistribuição da produção entre as regiões do país,
com o direcionamento de investimentos para as regiões Nordeste e Centro-Oeste, em busca de
menores salários e incentivos fiscais estaduais. Como se pode ver pelo gráfico três entre 1991
e 2001, a porcentagem de plantas fabris da região sudeste diminuiu de 71% para 55%,
enquanto que a porcentagem de fábricas na região nordeste foi de 8 para 14% com relação ao
total de fábricas instaladas no Brasil. Em valores absolutos, isso significa que em 1991 o
nordeste possuía 1.269 unidades fabris e em 2001 possuía 2.599 (IEMI/ABIT).
Gráfico 3: Número de unidades fabris– Brasil - 1991 a 2001 (em %)
Total de unidades fabris (%)
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
Norte
0,98 1,16 1,69 1,83 2,21 2,28 2,35 2,29 2,46 1,98 2,49
Nordeste
8,19 8,95 9,48 10,15 11,91 12,04 12,16 12,56 13,98 13,76 14,10
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro - Oeste
Sudeste
71,13 69,80 66,05 66,68 62,32 62,38 62,35 61,85 57,96 57,89 55,28
Sul
17,13 17,48 18,76 18,39 19,98 19,62 19,62 19,64 21,51 22,08 23,38
Centro - Oeste
2,57 2,61 4,02 2,95 3,59 3,69 3,51 3,66 4,09 4,28 4,76
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Fonte: IEMI/ABRAVEST
29
Após a desvalorização cambial de janeiro de 1999, algumas das empresas que já haviam
entrado em processo de deslocamento de suas unidades produtivas para o Nordeste e o
Centro-Oeste, aumentaram seus investimentos nessas regiões. Na verdade, a desvalorização
cambial implicou duplo efeito sobre o segmento. De um lado favoreceu aquelas empresas
mais integradas no comércio externo e aumentou o grau de proteção no mercado interno, por
outro, provocou o encarecimento de insumos. A retração no consumo verificado nos últimos
anos restringiu o mercado interno, dificultando o repasse dos custos para os preços finais
(Melo e Hansen, 2004).
Assim, na verdade, houve uma reformulação na maneira de competir com os
concorrentes internacionais. Segundo ABRAVEST (2005),
“Os produtos vindos do exterior, quando de alta qualidade
mostraram preços tão ou mais elevados que os nacionais e, quando
populares, não tiveram a qualidade e o prazo de entrega necessários
para garantir o abastecimento permanente do mercado, além da
etiqueta de garantia do produto(CERTIFICADO DE QUALIDADE
ABRAVEST )”
Ainda, segundo a ABRAVEST, a vinda dos produtos importados teria se
consubstanciado em um fator positivo, já que a indústria de confecções vive basicamente de
moda, a criatividade “importada” trouxe como conseqüência importante o constante desafio
de melhoria, trazendo, dessa forma, inegáveis benefícios ao consumidor final. Deve-se
observar que esta é uma observação feita por uma organização que representa o setor, logo
deve ser observada com atenção e cuidado.
30
Com relação aos insumos, a importação de tecidos foi restrita com cotas
12
que
limitaram o fornecimento de matéria-prima. A liberdade para aquisição de matérias-primas
importadas é fundamental para conquista e competitividade do setor do vestuário brasileiro.
No setor de vestuário, principalmente, (pois lida com variações de moda) um dos
maiores apelos de venda é a variedade de padronagens, principalmente os originários de
sintéticos e/ou artificiais, adequados ao setor de moda feminina (ou modinha), cores, texturas,
etc., que a indústria têxtil brasileira ainda não oferece com a diversificação nem velocidade
desejadas. Também no custo, tem ocorrido uma os fornecedores brasileiros, passam por
dificuldades em se adequar à competição internacional o que desfavorece a competitividade
da indústria do vestuário brasileiro (ABRAVEST, 2005).
Nesse sentido, é importante para o setor de confecções que os fornecedores têxteis
internos cresçam e se tornem competitivos. Considerando que 97% dos confeccionistas
nacionais são de pequeno e médio porte, o fornecedor nacional se torna mais interessante do
que o estrangeiro, por acarretar uma diminuição dos custos de produção (ver tabela 3).
Segundo o Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comercio Exterior
(MIDIC/SECEX), a indústria de confecções saiu, na verdade, fortalecida da abertura de
mercado, demonstrando capacidade competitiva quando em igualdade de condições,
utilizando de drawback (ou seja, a desoneração de impostos na importação vinculada a um
compromisso de exportação
13
).
Conforme se pôde observar na tabela 1, o Brasil ocupa a quinta colocação dentre os
principais produtores de confecções, tendo sido responsável em 2000 por 5,8% da produção
mundial (CASTRO, 2004).
12
Ver anexo com tarifas de importação. Os tecidos, em geral, são taxados em 18%. Sendo uma medida de
proteção ao setor têxtil interno considera-se válido, porém causa influência direta na competitividade da indústria
de confecções interna e externamente.
13
Ver http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/opeComExterior/drawback/drawback.php
31
Com relação ao comércio internacional, segundo a Organização Mundial do Comércio
(OMC), a partir de 1995 as importações ultrapassaram as exportações de maneira expressiva
(conseqüência da sobrevalorização do real desde julho de 1994, que se fez sentir no ano
posterior), mantiveram-se dessa forma (com uma balança comercial no setor deficitária) até
2000. A partir deste ano as exportações recuperam-se, bem como o saldo da balança
comercial da indústria até os dias recentes (ver gráficos 4 e 5).
Gráfico 4
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Comércio Internacional de Confecções - US$ milhões
Exportações Importações
Fonte: WTO
32
Gráfico 5
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Saldo da Balança Comercial Mundial - Indústria de confecções- US$ milhões
Fonte: WTO
Gráfico 6
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Comércio Internacional Brasil - Mundo -Indústria de confecções - US$ milhões
Exportações Importações
Fonte: WTO
33
Gráfico 7
-15000
-10000
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Saldo da balaça comercial Brasil - Mundo - Indústria de Confecções US$ milhões
Fonte: WTO
Quando se compara a situação da indústria de confecções com o padrão industrial
geral brasileiro, percebe-se uma total coerência. Assim como no setor de confecções, as
exportações brasileiras são superadas pelas importações em 1995, reflexo da política
industrial de então (valorização da moeda nacional). Em compensação, a recuperação da
indústria nacional deu-se de maneira mais tardia do que na indústria de confecções,
mostrando um dinamismo superior desta com relação às demais indústrias. Este setor se
mostra bastante sensível ao câmbio (pelos preços relativos) e, assim, o produto brasileiro não
compete em mercados de maior sofisticação.
A indústria brasileira de confecções ao longo da última década, obteve uma evolução
positiva no que tange à quantidade de peças produzidas e o número de estabelecimentos, não
obstante, a mão-de-obra ocupada sofreu uma redução considerável (Melo e Hansen, 2004).
34
Segundo a Associação Brasileira do Vestuário, ABRAVEST, a indústria de confecções
brasileira possui um total de aproximadamente 875.000 máquinas, tendo sido descartadas nos
últimos três anos 165.000 unidades e adquiridas outras 232.000. Na realidade, o descarte de
máquinas não significa obrigatoriamente a sua inutilização. A grande maioria destes
equipamentos acaba sendo revendida ao mercado informal.
Ainda pela mesma fonte, existem três gerações de máquinas disponíveis no mercado,
as máquinas de primeira geração são as tradicionais, de costura “amadora”, as de segunda
geração apresentam algum tipo de melhoria, podem ser dotadas de acessórios auxiliares que
incrementem a produtividade como cortadores de linha, motores de passo com velocidades e
pontadas programáveis, posicionamento da agulha, arremate automático, refiladores, etc.
As de terceira geração são muito mais difíceis de serem encontradas no parque
industrial brasileiro, ressaltando que a maior parte do parque nacional é formado por pequenas
empresas (69% - ver tabela 3), dessa forma, o elevado custo comprado às máquinas de
primeira e segunda geração e às características específicas desses equipamentos, voltados para
volumes de produção mais elevados, tornam essas máquinas menos acessíveis. Nesse tipo de
máquina as peças são carregadas em bastidores e todo o processo de costura é executado
automaticamente.
35
Tabela 3
Setor de Confecções – distribuição das empresas por porte- Brasil - 2001
Porte Indústrias % Produção %
Pequena 12.818 69 1.114.725 12
Média 5.076 28 4.675.994 49
Grande 544 3 3.742.986 39
Total 17.378 100 9.533.705 100
Fonte: ABRAVEST, Apud Melo e Hansen, 2004.
Pela tabela 3 pode-se perceber que embora seja expressiva a participação em número
das pequenas empresas no total de confecções no país, em volume de produção as que se
destacam são as médias e grandes (proporcionalmente as grandes têm uma participação maior,
devido ao reduzido número de empresas desse porte no mercado nacional). Ainda, se
compararmos com o total dos demais setores, gráfico 8, somando o de confecções,
perceberemos que esse é uma padrão de comportamento. Esse fato demonstra menor
produtividade das pequenas empresas.
As micro e pequenas empresas brasileiras, sob a ótica do SEBRAE, passam por dois tipos de
classificação, a primeira por porte. Dessa forma: constituem-se micro e pequenas empresas, os
estabelecimentos formais
14
, atuantes nos grandes setores de atividade econômica
15
(indústria,
comércio, serviços e agropecuária), empregadores, com até 99 empregados
16
.
14
A classificação do porte também poderá ser estabelecida pelo faturamento da empresa, porém, o Sebrae não
dispõe de nenhuma fonte oficial ou base de dados que forneça essas informações, sendo considerado, então,
como critério oficial e exclusivo do Sebrae, apenas o setor de atividade econômica e o número de empregados
(ABRAVEST).
15
Os estabelecimentos formais são aqueles que possuem registro junto aos órgãos oficiais credenciados do MTE
(DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio etc.). Alguns estudos realizados pelo Sebrae,
36
Gráfico 8
Exportação por Porte de Empresa – Brasil - 2003
2,30%
47,90%
28,50%
21,30%
Pessoas físicas Micro e pequenas empresa
Média empresa Grande empresa
Fonte: MIDIC/SECEX
O segmento mais representativo da indústria de confecções brasileira é o de vestuário,
tendo este apresentado um crescimento até 2001, como se observa na tabela 4, seguido pela
linha lar (toalhas de mesa, toalhas de banho etc.) e pelo setor de meias e acessórios - luvas,
por exemplo. (ABRAVEST, 2005).
Instituições e Organismos de fomento das micro e pequenas empresas adotam o mesmo critério (setor de
atividade econômica e número de empregados) para classificação do porte de empresas informais
(ABRAVEST).
16
ME (Microempresa)- indústria, 0 a 19 empregados. ME (Microempresa)comércio/serviço, 0 a 9. PE
(Pequena Empresa) – indústria, 20 a 99. PE (Pequena Empresa) - comércio/serviço, 10 a 49. MDE (Média
Empresa) - indústria, 100 a 499. MDE (Média Empresa) - comércio/serviço, 50 a 99. GE (Grande Empresa) –
indústria, acima de 499 empregados e GE (Grande Empresa) - comércio/serviço, acima de 99 empregados.
37
Tabela 4
Confeccionados – Unidades de Produção - Brasil
Setor 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Vestuários 15.744 15.716 14.416 15.634 15.367 14.767
Linha Lar 1.552 1.542 1.401 1.501 1.325 1.291
Meias e
Acessórios
1.289 1.320 1.153 1.235 1.290 1.256
Outros
429 431 408 427 456 452
Fonte: ABRAVEST
38
CAPÍTULO 2
Conceitualização de Arranjo Produtivo Local, Cooperação, Aprendizado Inovativo.
Arranjo Produtivo Local
Já no final do século XIX, Alfred Marshall perguntava-se por que em algumas regiões
formavam-se fortes aglomerações de empresas de um mesmo setor. Perguntava-se se não
seria mais racional que empresas concorrentes se instalassem em regiões distintas, para que
todas garantissem sua participação no mercado (market share) sem grandes preocupações de
preços, ou qualquer instrumento de disputa por mercados. Sua conclusão foi “a concentração
espacial de atividades produtivas não apenas é responsável por um alto grau de eficiência
econômica, mas também caracteriza a própria evolução da civilização humana
17
.
Hoje, o conceito de sistema produtivo local (SPL) respeita uma certa “ordem
seqüencial de desenvolvimento”. No primeiro estágio, os vetores responsáveis pela
localização espacial podem ter natureza bastante diversa. Pode ser um processo histórico e
espontâneo, pelo qual as empresas percebem um nicho de mercado a ser explorado em
determinada região e ali começam a se instalar, de forma desagregada e desorganizada. Falta-
lhes união para conseguir ganhos de escala, por exemplo, força para barganhar preços com
fornecedores, ou para induzir políticas de investimentos junto a órgãos de apoio.
Ainda, outros fatores podem incentivar a aglomeração de empresas em determinada
região, como por exemplo fatores históricos – caso da imigração alemã no Rio Grande do Sul
(RS)
18
, a cultura do algodão em Campina Grande (responsável pelo “embrião” do APL de
17
In: Cassiolato e Szapiro, Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil, 2002, p.2.
18
O caso da origem do APL coureiro-calçadista do Vale dos Sinos. Segundo Vargas e Alievi (2000, 12):“A
origem do arranjo calçadista no Vale dos Sinos remonta ao ano de 1824 quando as primeiras colônias alemãs
são instaladas na região. Inicialmente, as atividades associadas com a produção de calçados foram
39
confecções da região); fatores geográficos que facilitam a consolidação do aglomerado (clima
frio no RS, disponibilidade de água em Campina Grande, etc.), fatores culturais (habilidades
artesanais e trabalho cooperativo no RS) e, ainda fatores políticos (isenções tributárias no RS,
grupos de poder local em Campina Grande, etc.).
A evolução e parcial organização desses aglomerados produtivos nos leva a um
segundo estágio de desenvolvimento em direção a formação do SPL, é quando se forma o
Arranjo Produtivo Local (APL). O SPL se diferencia do arranjo no sentido em que no Sistema
a integração entre os agentes do setor produtivo torna-se tão estreita, que no limite, a
diferenciação entre empregos diretos e indiretos torna-se imperceptível.
Ou seja, os vínculos territoriais são, de tal maneira, tão fortes, que qualquer
investimento em determinada empresa do APL, invariavelmente, “transborda” para os setores
complementares, seja através de operações de compra e venda de insumos ou mão-de-obra,
divisão do processo produtivo, ou ainda, produção conjunta para consecução de um aumento
de escala na produção.
Segundo Cassiolato e Szapiro (2003 p.12):
“O sistema produtivo local refere-se a aglomerados de agentes
econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território,
que apresentam vínculos consistentes de articulação, interação,
cooperação e aprendizagem voltadas a introdução de novos produtos
e processos (...) O conceito de arranjos produtivos locais refere-se
aquelas aglomerações produtivas cujas interações entre os agentes
locais não são suficientemente desenvolvidas para caracterizá-los
como sistemas.”.
desenvolvidas numa base artesanal visando eminentemente o consumo local. Na medida em que as atividades
relacionadas à indústria calçadista adquiriram maior importância econômica na região, ocorreu a
consolidação de um núcleo de empresas controladas localmente e a criação de uma infra-estrutura física e
institucional de suporte à produção e comércio. Em 1920, Novo Hamburgo já contava com 66 fábricas,
empregando um total de 1.180 operários”.
40
Outra conceitualização de APL é feita pela Redesist/ UFRJ/ FINEP
19
, na qual
aglomerações de agentes econômicos, políticos e sociais, que podem apresentar vínculos de
interdependência e que podem incluir diversas instituições voltadas para a formação e
capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades, pesquisa,
desenvolvimento e engenharia, política e promoção de financiamentos, e com foco em um
conjunto específico de atividades econômicas, transforma aglomerados em APLs.
Para identificar com precisão um APL, é necessário que se tenha um certo grau de
coesão e organização dentre os seguintes agentes:
a) Devem incluir fornecedores de insumos específicos, componentes, máquinas e
serviços, criando uma infra-estrutura produtiva especializada;
b) Possuir sinergias, como canais de distribuição e consumidores, o que envolve os
fabricantes de produtos complementares e as empresas de setores industriais afins, os
agentes podem possuir características semelhantes, tecnologias ou insumos comuns;
c) Incluir instituições que forneçam treinamentos especializados aos seus recursos
humanos, informações em tempo hábil para o setor como um todo, fontes de pesquisa
e suporte técnico;
d) Devem também fazer parte do arranjo instituições governamentais, de fomento,
entidades ligadas ao setor empresarial, entre outros, agentes que estejam envolvidos
com a coordenação das ações e com políticas de apoio à inovação
20
, melhoria da
competitividade e desenvolvimento tecnológico.
19
Rede de pesquisa em sistemas produtivos e inovativos locais (REDESIST), Universidade Federal do Rio de
janeiro (UFRJ), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
20
O conceito de inovação aqui utilizado é retirado de Cassiolato e Szapiro (2003, p.10) “inovação é o processo
pelo qual as empresas dominam e implementam o desenvolvimento e a produção de bens e serviços, sejam novos
para elas, independentemente do fato de serem novos para seus concorrentes domésticos ou internacionais
41
Quando a empresa está inserida em um ambiente no qual são incentivados os
processos de aprendizagem e difusão de conhecimento, promove-se a cooperação, surgem
novas competências, amplia as condições de competitividade e de sustentabilidade de
economias regionais.
APLs com alto grau de desenvolvimento tornam-se Sistemas Produtivos Locais
(SPLs), último estágio no desenvolvimento dos aglomerados locais. Estes apresentam
diversos aspectos positivos, por exemplo, considerando o universo das micro e pequenas
empresas (MPEs), na medida que estas são estimuladas a agir de forma integrada, estimulam
o nascimento de micro e pequenas empresas. Ou seja, um ambiente onde as barreiras à
entrada de empresas são diminutas, e que opera com um grande número de empresas de
micro, pequeno e médio porte, dividindo o mercado de forma relativamente homogênea
conduz a uma distribuição de renda mais uniforme
21
.
Segundo Cassiolato e Lastres (2001), outro aspecto positivo do SPL é o fato de que ele
não apenas se mostra mais resistente aos choques externos, mas também se apresenta mais
apto a superar as crises, mudando o foco de atividades ao qual se dedica (passando a ser
competitivo no fornecimento de certos insumos ao invés de determinado produto final).
As vantagens de escala angariadas no processo de formação dos SPLs são, entre
outras, a supressão de “custos de transação” comuns nas atividades industriais (como custos
de transporte, por exemplo), possibilidade de relacionamentos informais entre as empresas
que passam a operar como uma unidade econômica descentralizada, como um
“empreendimento” que se encontra dividido em plantas próximas, união de forças para
reivindicar interesses comuns ao setor e atração de clientes, fornecedores e mão-de-obra
qualificada (PAIVA, 2003).
21
No mesmo sentido da idéia de Kalecki, na qual a distribuição de renda é função inversa do grau de monopólio
do sistema (PAIVA, 2003).
42
Assim, segundo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas,
SEBRAE, (2002, p. 11),
“Sistemas Produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos
produtivos cuja interdependência, articulação e vínculos consistentes
resultam em interação, cooperação e aprendizagem, possibilitando
inovações de produtos, processos e formatos organizacionais,
gerando maior competitividade empresarial e capacitação social”.
Porém, a literatura possui abordagens análogas. Alguns conceitos discutidos por elas
são
22
:
9 Cadeia Produtiva: Refere-se ao conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e
vão sendo transformados e transferidos os diversos insumos em ciclos de produção,
distribuição e comercialização de bens e serviços. Implica em divisão de trabalho
9 Cluster: Refere-se à aglomeração territorial de empresas com características similares.
Enfatiza mais a concorrência do que a cooperação como fator de dinamismo. Ainda,
essa abordagem não contempla organizações de ensino, pesquisa e desenvolvimento.
9 Distrito Industrial: É o aglomerado de empresas com alto grau de especialização e
interdependência, seja de caráter horizontal ou vertical.
Neste trabalho a abordagem de APL será utilizada por apresentar algumas vantagens
comparativamente às abordagens acima citadas (Cassiolato e Lastres, 2004):
22
Ver: Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – Redesist. Disponível em:
http://www.redesist.ie.ufrj.br
43
a) Representa uma unidade de análise que vai além da tradicional visão baseada na
organização individual (empresa), setor ou cadeia produtiva, permitindo estabelecer
uma ponte entre o território e as atividades econômicas;
b) Focaliza grupos de agentes (empresas e organizações de P&D, educação, treinamento,
promoção, financiamento, etc.) e atividades conexas que caracterizam qualquer
sistema produtivo e inovativo;
c) Cobre o espaço, onde ocorre o aprendizado, são criadas as capacitações produtivas e
inovativas e fluem os conhecimentos tácitos;
d) Representa o nível no qual as políticas de promoção do aprendizado, inovação e
criação de capacitações podem ser mais efetivas.
Estudos
23
da Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais –
REDESIST, buscam identificar no território nacional a existência de arranjos e sistemas
produtivos locais e sua importância à dinamização da economia nacional, e regional, bem
como sua capacidade de geração e sustentação dos níveis de emprego.
Dessa forma, dentro do escopo deste trabalho três argumentos relacionam a
proximidade espacial com o processo de aprendizado inovativo:
a) A proximidade espacial facilita o desenvolvimento de aprendizado entre firmas,
incluindo a troca de conhecimentos codificados e especialmente citos;
23
CASSIOLATO, J.E. e SZAPIRO, Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais no Brasil.
Proposição de Políticas para a Promoção de Sistemas Produtivos Locais de Micro, Pequenas e Médias Empresas.
UFRJ/ REDESIST – Rede de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, 2002.
LA ROVÉRE, Renata Lèbre et all. Industrialização descentralizada: Sistemas industriais locais. Estudo do
setor têxtil e de confecções. Nota técnica 37 do projeto Arranjos Produtivos Locais e as Novas Políticas de
Desenvolvimento Industrial e tecnológico, disponível no endereço eletrônico:
http://www.ie.ufrj.br/redesist/P2/textos/NT37.PDF , 2000.
44
b) Essa proximidade geográfica não se constitui em condição suficiente para a existência
do aprendizado inovativo, além desta são necessárias outras formas de proximidade
relativa, como laços culturais e institucionais.
c) Para sustentar o dinamismo inovativo em aglomerações produtivas são necessários
ainda vínculos sólidos entre os atores locais, confiança e capacitação para a geração de
um trabalho em conjunto. Deve-se ressaltar que a pressão competitiva dentro do APL
existe e é saudável, já que levas as empresas a evoluírem, a buscarem uma eficiência
produtiva maior. Enquanto a pressão competitiva de elementos externos ao APL deve
consolidar uma maior união do grupo para alcançar uma maior competitividade com
relação ao mercado externo ao APL.
Cooperação
Estudos empíricos em diferentes regiões do país, realizados pela REDESIST (Vargas;
Cassiolato; 2002), confirmaram que a aglomeração de empresas, e o aproveitamento das
sinergias geradas por suas interações, fortalecem suas chances de sobrevivência e
crescimento, constituindo-se em importantes fontes de vantagens competitivas duradouras. A
participação dinâmica em arranjos produtivos tem auxiliado empresas, especialmente as de
micro, pequeno e médio portes, a ultrapassarem as conhecidas barreiras ao crescimento, a
produzirem eficientemente e a comercializarem seus produtos em mercados nacionais e até
internacionais.
As pesquisas do Núcleo de Estudos em Tecnologia e Empresas NETE / UFPB junto a
Rede de Pesquisa em Sistema Produtivos e Inovativos Locais - REDESIST /UFRJ, detectaram
a existência de um arranjo produtivo no setor de confecções do Estado da Paraíba, mais
45
precisamente no município de Campina Grande (a ser tratado especificamente no próximo
capítulo).
A partir desta pesquisa, pôde-se observar que o Arranjo Produtivo Local (APL) de
confecções desta região, no começo da década de 90
24
em situação de grande crescimento,
encontra-se hoje, salvo raras exceções, em situação de estagnação e crise. Reduzindo seu
quadro de funcionários, fechando plantas e diminuindo sua produção.
Segundo Cassiolato e Szapiro (2002), a cooperação ao longo da cadeia produtiva passa
a ser cada vez mais destacada como elemento fundamental na competitividade.
Nesse sentido, será utilizado o conceito de cooperação de Lastres e Cassiolato (2003,
p. 7),
“O significado genérico de cooperação é o de trabalhar em comum,
envolvendo relações de confiança mútua e coordenação, em níveis
diferenciados entre os agentes. Assim, em arranjos produtivos locais,
identificam-se diferentes tipos de cooperação, incluindo a cooperação
produtiva visando à obtenção de economias de escala e de escopo,
bem como a melhoria dos índices de qualidade e produtividade; e a
cooperação inovativa, que resulta na diminuição de riscos, custos,
tempo e, principalmente no aprendizado interativo, dinamizando o
potencial inovativo do arranjo produtivo local”.
Ainda utilizando a conceituação da REDESIST, classificam-se as interações de acordo
com a regularidade de sua ocorrência. As interações que possuem freqüência indefinida ou
esporádica são chamadas de irregulares, ou seja, quando a interação não possui um padrão
definido de repetição. Enquanto as interações onde se define um padrão de recorrência,
24
O número de empresas de confecções no Estado da Paraíba chegou a 142, em 1992, um ano após a
inauguração do Shopping de fábrica Luiza Mota, e seis anos após o início de sua construção. O SEBRAE
administrou o Luiza Mota de junho de 1991 até março de 1999, esse shopping era inicialmente direcionando às
ações tanto para o mercado varejista quanto para o atacadista de calçados e confecções.
46
periodicidade cronológica ou de interface do processo de produtivo, podem ser caracterizadas
como regulares
25
.
Dentre as irregulares, tem-se ainda dois tipos: Contato Bilateral - referem-se as
interações entre dois agentes que ocorrerem sem um padrão definido de repetição. Na
verdade, pode ser o primeiro passo da constituição de uma futura cooperação. O importante é
que os dois agentes possuem o reconhecimento mútuo, sem no entanto, terem certeza sobre o
benefício decorrente de interações. Por exemplo, as firmas A e B estabelecem um canal de
diálogo entre si, porém sem discutir se, como e quanto este será utilizado. Existe ainda o
Contato Multilateral – que ocorre em feiras, cursos, eventos do setor. Neste caso,
diferentemente do contato bilateral, a interação ocorre entre um conjunto de agentes que
possuem algum interesse profissional em comum, por exemplo firmas que atuem no mesmo
setor na mesma região. Esses contatos bilaterais podem ser a raiz de futuras cooperações.
Já dentre as interações regulares encontram-se mais dois tipos: Cooperação Formal -
ocorre quando a interação entre os agentes é regular, e, ainda, quando há um propósito
definido e um resultado esperado para essa interação. Neste caso, os agentes cientes da busca
do benefício mútuo, definem um método e um objetivo a ser alcançado. Por exemplo, duas
firmas acordam o desenvolvimento conjunto de um novo produto, bem como a participação
de cada parte nesta atividade. Neste caso, o objetivo está definido na perspectiva de alcançar
um desenvolvimento do novo produto. Esta forma de cooperação pode ocorrer no intercâmbio
de diferentes estágios do processo de produção desde que estejam definidos os propósitos da
interação. O segundo tipo de interação regular é a Cooperação Informal – neste caso, o
objetivo e o propósito da interação não estão claramente definidos. Neste caso os agentes
interagem com freqüência e tem clareza do benefício recíproco da cooperação, mas estas
25
TORRES, ALMEIDA E TATSCH, 2004.
47
interações ocorrem por diversos fins sem no entanto constituírem-se em um projeto
específico. É o caso de duas empresas que estabelecem intercâmbios recorrentes para
múltiplos fins inerentes ao processo produtivo, como consultas e trocas de informações. Mas,
a cooperação não segue um método nem possui um resultado específico esperado.
Em qualquer um dos tipos de interação que exista, o aprendizado interativo é
fundamental no processo de aumento da competitividade das MPEs, no entanto estas
costumam trabalhar em um ambiente de baixo conteúdo tecnológico, onde o processo
inovativo se dá junto ao setor de produção. Para estas empresas, a estratégia de inovação se dá
a partir da observação das tendências do mercado nacional ou de concorrentes. Normalmente
as MPEs não possuem um departamento formal de Pesquisa e Desenvolvimento, pois seria
inviável, dado seu porte em termos de emprego e faturamento, sendo esta uma atividade
informal, ocasional e com poucos recursos à sua disposição.
Segundo o conceito anterior, cooperação gera o aprendizado interativo, fundamental
para os APLs. Para Lastres e Cassiolato (2003), o conceito de aprendizado é entendido como
motor principal de mudanças, por ser um processo cumulativo através do qual as firmas
ampliam seus conhecimentos, aperfeiçoam seus procedimentos de busca e refinam suas
habilidades em desenvolver, produzir e comercializar seus bens e serviços.
Segundo Maital (1996), as empresas que conseguem construir uma rede de cooperação
com os agentes que compartilham dos mesmos interesses, aumentam sua competitividade, ou
seja, “os executivos que mais cooperam, concorrem melhor” (MAITAL, 1996, p. 212).
Ainda, segundo o mesmo autor, três são os motivos que tornam a competitividade
através da parceria importante, são eles:
48
1. Atualmente, a cooperação se dá em nível mundial. Assim, para serem competitivas no
mercado global, as empresas necessitam de aliados. Surgem as jointventures, onde
firmas se aliam para ampliar suas atividades.
2. O conhecimento e a informação tornaram-se insumos imprescindíveis no processo
produtivo. E, em um ambiente cooperativo o conhecimento é compartilhado, utilizado
em sua plenitude, ao contrário de um ambiente puramente competitivo, onde esse
conhecimento se encontra em partes isoladas, que perdem eficiência por não serem
compartilhados.
3. Produtos cada vez englobam mais tecnologias, o mercado consumidor torna-se cada
vez mais exigente, é difícil que uma empresa isoladamente domine todas as
tecnologias necessárias para tornar seu produto mais atraente no mercado. A maior
parte das empresas precisa de ajuda externa para se tornar mais competitiva.
Assim, a cooperação torna-se instrumento crítico na busca da maior eficiência,
aumentando as escalas de produção, reunindo esforços e recursos, que de forma isolada,
provavelmente, as micro e pequenas empresas (MPEs), em especial, não teriam condições de
mobilizar.
Aprendizado Inovativo
Segundo TORRES, ALMEIDA E TATSCH, 2004, a forma pela qual cada agente
econômico adquire e desenvolve seu conjunto de capacitações se dá pelo acúmulo de
conhecimento. Já o aprendizado é o veículo de geração e difusão do conhecimento. Não
obstante, a aquisição de conhecimento é fundamentalmente baseada na cooperação que ocorre
através das diferentes formas de interação já discutidas neste trabalho.
49
A intensificação da globalização econômica tem evidenciado a crescente importância
que o conhecimento tácito está assumindo como fator gerador de vantagem competitiva.
Neste ponto do trabalho, faz-se necessária a distinção entre conhecimento tácito e
conhecimento codificado.
Segundo TORRES, ALMEIDA E TATSCH (2004:2),
“Se por um lado parece claro que a codificação é a forma pela qual o
“conhecimento” é transformado em “informação”, cuja
característica é sua capacidade de transmissão por infra-estruturas
de informação, por outro lado também é claro que as novas
tecnologias da informação ampliam as possibilidades de codificação
do conhecimento. O conhecimento codificado é comumente expresso
em uma forma compacta e padronizada a fim de facilitar e reduzir
custos de transação. Por outro lado, em contraste com o
conhecimento codificado, o conhecimento tácito não pode ser
facilmente transferido devido ao seu caráter implícito e inserido em
um conjunto de atividades. O conhecimento tácito é fortemente
relacionado à expertise de realização de determinada atividade e sua
codificação permanece muito complexa quando seu interlocutor não é
conhecido. de que devido ao caráter tácito, o conhecimento não possa
ser dissociável de seu portador”.
Em outras palavras, o conhecimento tácito só pode ser conhecido através da interação
com o agente detentor do conhecimento, o expert. Ainda, o avanço ocorrido na tecnologia da
informação, levou a uma considerável aceleração no processo de codificação do
conhecimento, assim como no aumento da capacidade de transmissão (e decodificação) da
mesma. Mas a tendência ao aumento das formas de decodificação está acompanhada da
tendência associada ao crescimento da importância do conhecimento de caráter tácito, da
informação não revelada.
50
A literatura propõe
26
uma diferenciação entre as formas de conhecimento quais sejam:
know-what , know-why, know-how e know-who. Know-what, significa conhecimento acerca
dos fatos, e know-why, conhecimento cientifico das leis da natureza, são conhecimentos
decodificáveis em informação. Já o know-how, expertise ou capacitação como fazer algo, e o
know-who, saber quem sabe o quê fazer e como fazer, são em essência tácitos.
A forma de aprendizado depende do tipo de conhecimento. Ou seja, informação
(know-what e know-why) está associada à educação formal, enquanto as outras formas de
conhecimento estão ligadas primordialmente à experiência prática, ao dia-a-dia. Know-how é
adquirido em situações onde um aprendiz segue os ensinamentos de um tutor e o know-who é
aprendido nas práticas sociais.
O aprendizado proveniente do conhecimento tácito, advém do relacionamento do dia-
a-dia com cliente, sub-contratados, entre empregados de “chão-de-fábrica”, ou seja, isto é,
essencialmente um processo de aprendizado por interação.
Fazendo a relação entre aprendizado interativo e arranjo produtivo local, deve-se
ressaltar a importância destes últimos na difusão e criação de conhecimento. Contudo,
existem várias formas de aprendizado ligadas às diferentes maneiras de se difundir e adquirir
conhecimento.
Dessa forma, o processo de aprendizado pode estar associado ao conhecimento
acumulado em atividades de produção, o chamado learning-by-doing; ou pode decorrer da
exploração do uso de determinado bem ou serviço, o chamado learningby- using. Ainda o
aprendizado pode estar relacionado com a experiência envolta na interação com outros
agentes, como concorrentes, fornecedores e clientes, o chamado learning-by-interacting
(VARGAS, 2004).
26
Lundvall e Johnson (1994), apud TORRES, ALMEIDA E TATSCH, 2004.
51
Este último torna-se de fundamental importância quando se procura compreender o
aprendizado a partir do conhecimento tácito. Nesse sentido, o aprendizado pode não ocorrer
de maneira codificável e formal. Dessa maneira, a inovação requer diversas formas de
interação entre agentes econômicos e destes com instituições. Esta é a maneira pela qual o
conjunto de capacitações de uma firma pode ser compartilhado e aperfeiçoado (TORRES,
ALMEIDA E TATSCH, 2004).
52
CAPÍTULO III
Os APLs de confecções de Campina Grande/PB, Tobias Barreto/SE, Natal/RN e
Jaraguá/GO.
Este capítulo busca relacionar os APLs de confecções estudados pela Redesist - Tobias
Barreto/SE, Natal/RN e Jaraguá/GO – com o APL foco deste trabalho – Campina Grande/PB,
ressaltando os aspectos de inovação, cooperação e aprendizado, utilizando como base para
tanto os relatórios de atividades da expansão da Redesist, apresentados em maio de 2004.
27
Campina Grande/PB
Para realização desse estudo foi utilizado formulário elaborado pela REDESIST
(anexo 2). As entrevistas angariaram informações de um conjunto de agentes empresariais e
não-empresariais que compõem o APL, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE), fornecedores como o MASCATE, instituições de fomento
como o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos do Estado da Paraíba (CEAPE-PB)
e ex-empresários.
O primeiro item ressaltado neste estudo é a Inovatividade das empresas, este item
relaciona-se a atividades inovativas realizadas no período 2000-2002. Verificou-se que cerca
de 70,8% das empresas afirmaram não ter realizado nenhum tipo de atividade inovativa,
enquanto para cada um destes itens 14,8% das empresas realizaram atividades ocasionalmente
e apenas 14,2% as realizam de forma rotineira.
27
Seminário “Aprendizado, Capacitação e Cooperação em Arranjos Produtivos e Inovativos Locais de MPEs:
Implicações para políticas”, realizado nos dias 20 e 21 de maio de 2004, no Rio de Janeiro.
53
Por atividade inovativa, deve-se considerar Pesquisa e Desenvolvimento – P&D -
(interno e/ou externo), aquisição de máquinas e equipamentos que implicam significativas
melhorias tecnológicas, aquisição de outras tecnologias (por exemplo softwares), implantação
de novos projetos ou desenhos industriais, realização de programas de treinamento para
introdução de produtos/processos tecnologicamente novos, implementação de programas de
gestão da qualidade e implementação de novas formas de comercialização
28
. Dentre as
atividades inovativas realizadas pelo setor, estão “P&D interno à empresa” e “Aquisição de
outras tecnologias”. Com relação à inovação na estrutura organizacional 48% das mesmas
afirmaram tê-la realizado.
Gráfico 9
0,708333333
0,142857143
0,148809524
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Percentuais
não realiza rotineira ocasional
Freqüência
Percentuais Médios por Níveis de Freqüência das Atividades
Inovativas (Campina Grande / PB) - entre 2000 e 2002
Fonte: Pesquisa Direta.
28
Ver Questionário para Arranjos Produtivos Locais, 2003, anexo 2.
54
Apesar do consórcio Natural Fashion
29
– grupo de empresas que trabalham com o
algodão colorido, tendo como mercado alvo a Europa, nenhuma das empresas entrevistadas
afirmou ter introduzido alguma inovação de produto para o mercado internacional.
Ainda neste APL, observa-se que as pequenas empresas são mais inovativas que as
micro, já que 85,7% e 57%, respectivamente, introduziram inovações de produto para a
própria empresa. Na inovação de processo para a própria empresa, 71,4 % das pequenas e
42,8% das micro empresas o fizeram. Com relação ao mercado nacional, nenhuma micro
empresa introduziu inovações de produto no setor de atuação, mas 28,6% das pequenas
afirmaram tê-lo feito.
As micro empresas destacam-se no quesito “inovação no desenho dos produtos”, pois
85,7% destas afirmaram terem inovado, enquanto o desempenho das pequenas empresas é de
71,4%, inferior aos 85,7% que estas mesmas firmas obtiveram no quesito “inovação de
produto para a própria empresa”. Pode-se atribuir essa observação à maior flexibilidade
apresentada pelas micro empresas, fato este que se revela uma vantagem frente às pequenas
empresas, já que estas não conseguem captar e se adequar aos desejos do mercado
consumidor.
Ao considerar o item cooperação, observa-se que 33% das empresas da amostra
realizaram atividade cooperativa entre 2000 e 2002, sendo menos freqüente entre as micro
empresas, pois apenas 28% destas realizaram alguma ação cooperativa, enquanto 43% das
pequenas empresas o fizeram.
29
Em Campina Grande, em 1997, formou-se um consórcio de empresas locais de confecções em torno da
fabricação e comercialização de peças de vestuário, acessórios e decoração utilizando tecido fabricado com
algodão colorido. Essa associação de empresas utiliza a denominação Natural Fashion e tem o apoio e a
cooperação da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, Federação das Indústrias do Estado da Paraíba,
SENAI e SEBRAE. A criação da associação baseou-se na convicção de que existe para o produto um grande
mercado potencial no exterior, principalmente na Europa, onde é crescente o mercado para produtos
ecologicamente corretos.
55
Gráfico 10
Participação em Atividade Cooperativa - Campina Grande /PB -
entre 2000 e 2002
0
2
4
6
8
10
12
14
16
APL Micro Pequenas
Empresas
Quantidade
sim
não
Fonte: Pesquisa Direta
Ao considerar, dentre as empresas COOPERATIVAS e as empresas NÃO-
COOPERATIVAS, percebe-se que o primeiro grupo apresenta um desempenho inovativo
superior ao do segundo grupo. Dentre as empresas que se envolveram em atividades
cooperativas, 71,4% introduziu “produto novo para a própria empresa”, contra 64% das
empresas que não realizaram atividades cooperativas. Dessa forma, em Campina Grande, a
partir da observação realizada por pesquisa de campo, cooperação e inovação estão
positivamente relacionados.
56
Gráfico 11
0,714285714
0,642857143
0,285714286
0,142857143
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Percentuais
Coop.&Inov.
Empresa
Não-
Coop.&Inov.
Empresa
Coop.&Inov.
Nacional
Não-
Coop.&Inov.
Nacional
Grupos de Empresas
Desempenho Inovativo Relativo entre Cooperativos e Não-
Cooperativos - Campina Grande/PB - entre 2000 e 2002
Percentuais
Fonte: Pesquisa Direta
As atividades cooperativas avaliadas como de “alta importância” pelas empresas
foram “Desenvolvimento de Novos Produtos e Processos”, “Design e Estilo de Produtos” e
“Reivindicações”, com 57,1%, 57,1% e 71,4% respectivamente. As formas de cooperação
creditadas com os mais elevados percentuais de “nula importância” foram “Obtenção de
Financiamento”, com 100% das respostas, e “Venda Conjunta de Produtos”, Compra de
Insumos e Equipamentos” e “Outras”, todas com o mesmo percentual de 71,4%.
Com relação ao item “aprendizado” as fontes de informações avaliadas como de mais
alta importância estão vinculadas, de um lado, às vendas e à produção (origem interna) e, de
outro lado aos clientes, concorrentes e fornecedores (origem externa).
Apenas 28,6% das empresas consideram a atividade de P&D como de “alta
importância”, as 71,4% restantes avaliam como sendo de nula importância. A baixa
importância dada a este item reflete o porte das empresas entrevistadas, todas micro e
pequenas empresas.
57
Gráfico 12
Fontes Internas de Informação: Grau de Importância (Campina Grande
/PB)
0,71
0,33 0,33
0,95
0,00
0,05 0,05
0,000,00
0,05 0,05
0,00
0,29
0,57 0,57
0,05
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
P&D Produção Vendas/Marketing Outros
Fontes Internas de Informação
Percentuais
Nula
Baixa
Média
Alta
Fonte: Pesquisa Direta
Dentre as fontes externas de aprendizagem, os clientes, concorrentes e fornecedores
apresentam o papel mais relevante. Empresas do grupo, Joint Venture e consultorias foram
avaliadas como as fontes externas de menor importância.
58
Gráfico 13
Fontes Externas de Informação: Grau de Importância (Campina Grande
/PB)
0,81 0,81
0,33
0,14
0,24
0,48
0,81
0,00 0,00 0,00 0,00
0,10
0,00 0,00
0,05 0,05
0,29
0,10
0,19 0,19
0,00
0,14 0,14
0,38
0,76
0,48
0,33
0,19
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
E
mpresa
s
do G
r
upo
Joint
V
enture
Fornecedores
*
*
Clientes**
Conco
rre
ntes
O
u
t
ra
s E
m
p
r
esas
d
o Setor
Consultori
a
Fontes Externas
Percentuais
Nula
Baixa
Média
Alta
Fonte: Pesquisa direta
Tobias Barreto/SE
30
.
O município de Tobias Barreto localiza-se no agreste sergipano, a 140 km de Aracaju,
e apresentava, em 2000, uma população de 43.139 pessoas, das quais 27.499 nas áreas
urbanas e 15.640 nas áreas rurais. O arranjo produtivo de Tobias Barreto conta com cerca de
1000 estabelecimentos voltados para a fabricação e comercialização de confecções.
O APL de Tobias Barreto possui duas linhas principais de produtos: a primeira, mais
antiga, é voltada para produtos de cama, mesa e banho e a segunda, iniciada nos anos 70, é
especializada na produção de peças de vestuário. Ainda, Tobias Barreto, possui, também, uma
30
Todas as referências e dados apresentados nesta seção possuem como fonte: MELO, R. O. L., e HANSEN, D.
L. “Relatório de Atividades da Expansão da Redesist: Arranjo Produtivo de Confecções de Tobias Barreto –SE”,
2004.
59
tradição de bordados em peças de cama, mesa e banho elaborados por artesãs em povoados do
município.
A unidade de confecção típica é uma pequena fábrica informal instalada na residência
do proprietário que desenvolve as atividades com o auxílio de alguns funcionários, familiares
ou não.
Mais recentemente, foram instaladas unidades propriamente empresariais que
produzem em escala industrial, com divisão técnica do trabalho mais definida. Parcela
significativa das pessoas que confeccionam também comercializa diretamente sua produção
no comércio local.
A informalidade dos estabelecimentos é um fator de grande destaque. Apenas 1% do
setor de fabricação de confecções é formal (ver tabela abaixo):
Tabela 5
Grau de Formalização dos Estabelecimentos por setor de atividade (2002) Tobias
Barreto /SE.
Setor de Atividades Formais Informais
Fabricação de Confecções 1% 99%
Fabricação e comercialização de confecções 8% 92%
Silk Screen 20% 80%
Comercialização de confecções 21% 79%
Comercialização de tecidos e confecções 62% 38%
Comercialização de aviamentos 71% 29%
Comercialização de tecidos 83% 17%
Total Global 9% 91%
Fonte: Melo e Hansen, 2004.
60
A definição da amostra do trabalho consultado (Melo e Hansen, 2004) apoiou-se na
pesquisa cadastral do SEBRAE de 2002, na qual se identifica uma população de 1015
estabelecimentos de confecção. A amostra retirada para estudo considerou as 80 empresas
mais estruturadas (ou seja, com cinco ou mais pessoas ocupadas) como população relevante
para o estudo.
Dessa maneira, foram aplicados 45 (quarenta e cinco) questionários, dentre os quais 36
(trinta e seis) destes foram aplicados em micro empresas, 7 (sete) em pequenas empresas e 2
(dois) em empresas de médio porte.
Com relação aos itens tomados por este trabalho como parâmetros de comparação
(inovação, cooperação e aprendizagem), no período pesquisado (2000 a 2002),
aproximadamente a metade das empresas de confecções realizaram inovação de produto para
sua empresa, mas não para o mercado nacional ou internacional. Mas, 7% das empresas do
arranjo, afirmaram ter lançado produtos não existentes no mercado nacional (Melo e Hansen,
2004).
As inovações de processo foram realizadas por aproximadamente 90% da empresas
entrevistadas. Essas inovações, que dentre as micro empresas representaram 33%, se referem
a introdução de novos equipamentos que modificam a forma de produção no estabelecimento.
Com relação às inovações organizacionais, 38% da amostra informaram tê-las
efetuado. As mais freqüentes foram implementação de modernas ferramentas de gestão e
mudanças nas estratégias de marketing e comercialização. Assim como do Campina Grande, a
busca de certificação é uma realidade distante.
As inovações implementadas pelas empresas deste APL foram relevantes, pois
lograram o aumento da qualidade dos produtos, a manutenção ou elevação da participação no
61
mercado, o aumento da produtividade da empresas, a ampliação da gama de produtos
ofertados e a abertura de novos mercados. Entretanto, não surtiram efeitos sobre a redução do
impacto sobre o meio ambiente, o acesso a mercados externos, a redução do consumo de
energia ou despesas com insumos.
As atividades inovativas mais freqüentes apresentadas pelo APL estão associadas à
aquisição de tecnologia já incorporada nos equipamentos e máquinas, busca de novas formas
de comercialização e treinamento da mão-de-obra.
Apenas nas empresas maiores existe a preocupação com programas de gestão de
qualidade e modernização organizacional, esforços voltados para P&D e desenvolvimento de
marcas e de licenças industriais.
Considerando-se o item cooperação, quando questionadas se estiveram envolvidas em
atividades cooperativas durante o ano de 2002, 96% das empresas informaram que não.
Dentre os 4% restantes, as empresas que afirmaram terem estabelecido cooperação, apontam
como agentes cooperativos os concorrentes, outras empresas do setor, consultorias, órgãos de
fomento, agentes financeiros e clientes. As atividades realizadas em regime cooperativo
ressaltadas foram: compra conjunta, treinamento, participação em feira e exposições e
desenho de produtos.
62
Gráfico 14
0,03
0,97
0
1
0,5
0,5
0,04
0,96
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Micro Pqeuena Média Total
Porcentagem de empresas que realizaram atividades
cooperativas em 2002 - Tobias Barreto /SE
Sim o
Fonte: Melo e Hansen, 2004.
O treinamento dos recursos humanos é, essencialmente, realizado na própria empresa,
na maioria dos casos durante o processo de produção. Em geral, a aprendizagem do trabalho
de costura é feita no próprio estabelecimento, em processo de aprendizagem, learning by
doing, a partir da base de conhecimento trazida da família pelas costureiras.
Com relação às fontes de informação, as mais destacadas pelos entrevistados foram o
processo de “aprendizagem fazendo e aprendizagem-usando” e aprendizagem pela interação
(learning by doing, learning by using, learning by interacting), ressaltando o caráter tácito
31
31
Com relação ao caráter tácito do conhecimento, tem-se, segundo Lastres e Cassiolato (2004, 11):
“Conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimento que reside em crenças, valores, saberes e
habilidades do indivíduo ou organização. Incluem-se aí: i) saberes sobre o processo produtivo que não estão
disponíveis em manuais; ii) saberes gerais e comportamentais; iii) capacidade para resolução de problemas não
codificados; iv) capacidade para estabelecer vínculos entre situações e interagir com outros recursos
humanos”. O conhecimento tácito geralmente encontra-se associado a contextos organizacionais ou
geográficos específicos, como é o caso de sistemas produtivos locais. Tal característica contribui para sua
circulação localizada e dificulta ou mesmo impede sua transmissão, acesso e uso por atores externos a tais
contextos. O aprendizado interativo é a principal forma de transmissão de conhecimento tácito “.
63
do aprendizado no arranjo produtivo. Ou seja, o conhecimento não está formalizado em
manuais, e sim disseminado entre os componentes do APL.
Apenas nas empresas de maior porte existe um departamento de pesquisa e
desenvolvimento diferenciado, utilizando-se de tecnologias como o CAD-CAM na busca de
aprimoramentos no processo produtivo.
Em se tratando das fontes internas de informação, os setores de produção, de vendas e
marketing são os locais que mais propiciam novos conhecimentos para as empresas.
Dentre as fontes de informação externas citadas, a relação com os clientes aparece
com grande destaque, sendo apontada como um canal muito importante de informação e
conhecimento. Outras relações apontadas por uma porcentagem expressiva de empresas de
diferentes portes foram àquelas mantidas com empresas concorrentes, com outras empresas
do setor e consultoria, nesse último caso, principalmente para as empresas maiores.
A participação em conferências e seminários, feiras e exibições foi apontada como de
alta importância para uma parcela muito expressiva das empresas. Para as empresas de
pequeno porte, a participação de atividades em associações comerciais e clubes de lazer que
possibilitam o face a face com concorrentes fornecedores e clientes é uma fonte de
informação externa de alta importância.
Por outro lado, as informações consideradas formais
32
, como documentos de patentes,
intercâmbio com universidades e instituto de pesquisa não são comuns. Contudo, um
percentual expressivo de empresas, de diferentes portes, ressaltou a importância das
informações provenientes de centros de capacitação profissional.
32
Por formais, entenda-se informações consubstanciadas de maneira concreta, ou seja, em forma de relatórios,
documentos e/ou informativos.
64
Natal /RN
33
.
O APL de Natal compreende os municípios de Natal e “Grande Natal”, sendo eles:
Macaíba, Extremoz, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Estes municípios encontram-se
a uma distância média de 30 km do centro da Capital, o que em termos de localização
geográfica se constitui numa vantagem competitiva, graças a proximidade do mercado
consumidor.
Natal e Grande Natal possuem 59 empresas de confecções, sendo duas de grande
porte, três de médio, dezessete de pequeno e trinta e oito de micro. A amostra pesquisada
compõe-se de 38 (trinta e oito) empresas, sendo: uma empresa de grande porte, três de porte
médio, onze de porte pequeno e vinte e três de porte micro. Em termos percentuais
distribuem-se da seguinte forma: grandes empresas com 3%; médias empresas com 8%;
pequenas empresas com 29% e micro empresas com 60%. Este APL não possui
especialização produtiva, considerando-se que o mesmo apresenta-se pulverizado quanto à
oferta de produtos.
Considerando os aspectos ressaltados por este trabalho, com relação à inovação, a
maioria das empresas as quais respondeu o questionário realizou algum tipo de inovação de
produtos ou de processos.
O item que se destaca é a “inovação de produto”, particularmente, “produto novo para
a sua empresa, mas já existente no mercado”.
Dentre as “inovações de processo”, o item “processos tecnológicos novos para sua
empresa, mas já existentes no setor”, é o mais relevante. No que diz respeito à “outros tipos
33
Todas as referências e dados apresentados nesta seção possuem como fonte: SANTANA, L. M., e
APOLINÁRIO, V. “Relatório de Atividades da Expansão da Redesist: Arranjo Produtivo de Confecções em
Natal/RN: oportunidades e limites para o crescimento local”, 2004.
65
de inovação”, a variável de destaque para micro e pequenas empresas é a “inovação no
desenho do produto”; e, para médias e grandes empresas o item de maior destaque é a
“criação ou melhoria substancial, do ponto de vista tecnológico, do modo de
acondicionamento de produtos (embalagem)”.
Quanto à realização de “mudanças organizacionais (inovações organizacionais)”, o
item comum a todas as empresas pesquisadas é “mudanças significativas nos conceitos e/ou
práticas de comercialização”.
Na verdade, apenas as médias e grandes empresas realizam significativas inovações.
Logo, apenas tais empresas têm constância na atividade inovativa, sendo mais relevantes para
as médias empresas, as seguintes: Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na sua empresa e
programas de gestão da qualidade ou de modernização organizacional, tais como: qualidade
total, reengenharia de processos administrativos, desverticalização do processo produtivo,
métodos de “just in time”, etc. Para as grandes empresas a atividade inovativa mais
importante é Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na sua empresa, sendo este o item comum
para ambos os portes de empresas.
Com relação ao item cooperação, ao avaliar as atividades cooperativas em 2002
observa-se que, 91,3% das micro empresas não mantêm este tipo de atividade. Assim como as
micro empresas, a maioria das empresas de pequeno porte também não realizam atividade
cooperativas (72,7%).
66
Gráfico 15
0,09
0,91
0,27
0,73
0,67
0,33
1
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Micro Pequena Média Grande
Porcentagem de empresas que realizaram atividades cooperativas
em 2002 - Natal /RN
Sim o
Fonte: Santana e Apolinário, 2004.
Ao contrário das micro e pequenas, o perfil das empresas médias e grandes quanto a
essas atividades mostra-se diferenciado, pois nestas empresas as atividades cooperativas são
predominantes, com percentuais de 66,7% e 100%, respectivamente.
As atividades de cooperação dentre as médias empresas dão-se, principalmente, com
outras empresas dentro do grupo. As grandes empresas mantêm relações de parceria,
principalmente, com fornecedores de insumos (equipamentos, materiais, componentes e
softwares) e ainda clientes.
Deve-se destacar ainda que, praticamente nenhum dos itens relativos à parceria com
universidades, institutos de pesquisa e outros agentes foram mencionados pelas micro,
pequenas e médias empresas.
67
Ressalta-se ainda que, embora nas pequenas empresas os indicadores não se
apresentem significativos, o seu principal parceiro nas atividades cooperativas são as
empresas de consultoria.
As formas de cooperação apontadas como de maior importância pelas médias
empresas são: a capacitação de recursos humanos e a participação conjunta em feiras, etc. Já
as grandes empresas, as principais formas de cooperação são: a compra de insumos e
equipamentos e a capacitação de recursos humanos, seguido de desenvolvimento de produtos
e processos; design e estilo de produtos e a obtenção de financiamento.
As pequenas empresas recorrem a empresas de consultoria como o seu principal
agente cooperador, as principais formas de cooperação entre esses agentes ocorrem através de
alteração e criação de design e estilo de produtos.
Com relação ao treinamento e à capacitação dos recursos humanos, as micro, pequenas
e médias empresas realizam treinamento e capacitação na empresa e em cursos técnicos
realizados no APL. Além destes, a “absorção de formandos dos cursos universitários
localizados no arranjo ou próximo
34
” dele, caracteriza-se também como um outro item
importante para as empresas de médio porte.
Já as grandes empresas indicaram como os itens de maior relevância, no que concerne
à capacitação de seus recursos humanos, o treinamento na empresa; a absorção de formandos
dos cursos universitários localizados no arranjo ou próximo e absorção de formandos dos
cursos técnicos localizados no arranjo ou próximo dele.
Como resultado decorrente do processo de treinamento e aprendizagem, tem-se, para
as micro e médias empresas, o maior conhecimento sobre as características dos mercados de
atuação da empresa. Já para as pequenas e grandes empresas, a principal melhoria assinalada
34
SANTANA e APOLINÁRIO, “Relatório de Atividades da Expansão da Redesist: Arranjo Produtivo de
Confecções em Natal/RN: oportunidades e limites para o crescimento local”, 2004, p. 44.
2004
68
foi a maior capacitação para realização de modificações e as melhorias alcançadas em
produtos e processos.
Com relação às fontes de informação utilizadas pelas empresas, observa-se que os
itens que possuem maior grau de importância para as micro empresas estão situados no grupo
de fontes externas, sendo estes: os clientes e concorrentes e, ainda, quando questionados
sobre outras fontes de informação, foram destacadas as feiras, exibições e lojas e ainda a
Internet.
No caso das pequenas empresas, o grupo de maior importância refere-se a “outras
fontes de informações”, precisamente, feiras, exibições e lojas e ainda, conferências,
seminários, cursos e publicações especializadas. Verifica-se ainda que, nessas empresas, as
fontes internas de informação de maior relevância são as áreas de vendas e marketing. Dentre
as fontes externas, destacam-se as informações dos concorrentes e de outras empresas do
setor.
Já entre as médias empresas, todas as fontes internas de informação possuem igual
relevância (ou seja, departamento de P&D, área de produção, área de vendas, marketing e
serviços internos de atendimento ao cliente). Dentre as fontes externas,as mais importantes
foram os fornecedores de insumos e clientes. Por fim, no grupo outras fontes de informação,
os itens que mais se destacam são: conferências, seminários, cursos e publicações
especializadas; feiras, exibições e lojas e ainda, informações de rede baseadas na internet ou
computador.
Por fim, no caso das grandes empresas, as fontes de informação internas mais
relevantes são: a área de produção seguida do departamento de P & D; áreas de vendas e
marketing e outras. Quanto às fontes externas de informação, os itens que apresentaram média
importância foram outras empresas dentro do grupo; empresas associadas (joint venture);
69
fornecedores de insumos (equipamentos, materiais); clientes e empresas de consultoria. E em
outras fontes de informação, predominam as licenças, patentes e “know-how”; conferências,
seminários, cursos e publicações especializadas; associações empresariais locais (inclusive
consórcios de exportações) e ainda informações de rede baseadas na internet ou computador.
Apenas as empresas de grande porte, registram como de média importância as fontes
de informação junto às universidades, diferenciando-se dos demais portes de empresas, os
quais nada registraram no item universidades e outros institutos de pesquisa.
Jaraguá /GO
35
.
O APL de confecções de Jagraguá / GO, envolve os municípios, além de Jaraguá (que
possui 168 empresas formais de confecção), Itaguaru (com cinco empresas), São Francisco de
Goiás (sete empresas) e Uruana (três empresas). Totalizando 183 empresas que empregam,
em seu conjunto, 1.810 trabalhadores, correspondendo a 37,8% do total dos trabalhadores dos
municípios que integram o APL.
Dessas 183 empresas, 3 estão cadastradas como produtoras de roupas íntimas, 5 de
roupas profissionais e as outras 175 de peças de vestuário, exceto roupas íntimas.
Para a realização da pesquisa de campo a amostra, estratificada por porte de empresas, foi
calculada tendo como referência os dados da RAIS-MTE (2001), e as firmas entrevistadas
foram selecionadas a partir do cadastro da mesma fonte. A amostra é composta, então, por 66
empresas, das quais 35 são micro empresas, 29 são pequenas, duas são médias.
35
Todas as referências e dados apresentados nesta seção possuem como fonte: CASTRO, S. D., “Relatório de
Atividades da Expansão da Redesist: Arranjo Produtivo de Confecções da região de Jaraguá - GO”, 2004.
70
De acordo com a pesquisa de campo, 53,0% das firmas do arranjo são micro empresas,
43,9% são pequenas empresas, 3,0% médias empresas, não existindo nenhuma grande
empresa. As micro empresas respondem por 21,2% dos empregos, as pequenas por 61,1%, e
as médias por 17,7% do total de empregados.
Com relação ao item inovação, do total de empresas da amostra, 27,3% declararam haver
realizado inovações de produto entre 2000 e 2002. Entre as micro empresas este percentual foi
de 28,57%, entre as pequenas, 24,14% e 50% entre as médias. Na totalidade dos casos trata-se
de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado. Quase sempre a inovação se
refere, simplesmente, à introdução de novas linhas de produtos. Em alguns casos ela está
associada ao uso de tecidos com características inovadoras que possibilitam significativas
mudanças nas peças acabadas.
Várias empresas do APL (23,73%) têm realizado um esforço inovativo no sentido de
desenvolvimento e utilização de embalagens personalizadas e mais atraentes para seus
produtos.
O esforço inovativo principal, entretanto, localiza-se no desenho de produtos. A
realização de inovações nesse campo foi declarada por 66,67% dos entrevistados, sem
diferença expressiva entre micros e pequenos e com destaque para as médias (100%).
Com relação às inovações de processo, entre 200 e 2002, 21,21% das empresas afirmam
tê-la feito, sendo, igualmente, em 100% dos casos, inovações apenas para a firma. Trata-se
essencialmente da aquisição de equipamentos novos e mais modernos. O que confirma o fato
de que nas micro empresas esse percentual seja de apenas 8,57%, enquanto nas firmas de
pequeno e médio porte, com maior capacidade de investimento, ele atinja, respectivamente
34,48% e 100,00%. Ainda com relação às inovações de processo, a maior parte das empresas
do arranjo investiu na substituição de linhas de montagem por células de produção.
71
As inovações organizacionais se referem, principalmente, à informatização da
administração e à utilização de softwares de gestão, além de alguns casos isolados de avanços
nas práticas de marketing e comercialização. Apenas 1,5% das empresas implementou novos
métodos de gerenciamento visando a atender normas de certificação (o que mesmo que tenha
sido de maneira tímida em Jaraguá, não aconteceu nos demais APLs estudados).
O principal impacto decorrente da implementação de inovações foi a possibilidade da
empresa manter sua participação no mercado e, em segundo lugar, o aumento da qualidade
dos produtos.
Segundo Duarte (2004), as empresas que implementam rotineiramente inovações de
produtos e processos originais, tendem a fazer uso mais intenso das informações geradas pelas
instituições de produção de conhecimento tecnológico (centros de pesquisa, universidades,
centros de assistência técnica etc).
Já as empresas envolvidas no processo de incorporação e adaptação de tecnologias,
tendem a fazer uso dos conhecimentos obtidos através das empresas com as quais se
relacionam comercialmente (fornecedores clientes, consumidores).
O segundo item considerado neste trabalho, a cooperação, não ocorre de maneira formal
neste APL. Entretanto, verifica-se a existência de uma forte rede de relações informais de
interação e cooperação entre as empresas.
Para explicar essa forte relação, precisa-se entender a formação deste APL. A atividade de
confecções teve início em meados dos anos 80, com a implantação de uma pequena empresa
chamada “Sharks”, por um dos membros da família Pereira da Silva, atuante no ramo de
alfaiataria na cidade. O sucesso do negócio trouxe outros membros da família para o ramo e,
em pouco tempo, a cidade já tinha 10 firmas pertencentes aos irmãos e outros parentes diretos
do primeiro empreendedor
.
72
Assim, como a maior parte das novas empresas surgem por iniciativa de parentes e/ou ex-
funcionários de proprietários dos estabelecimentos existentes, parece ter contribuído para isso.
As relações de parentesco e amizade entre os vários proprietários resultam em freqüentes
trocas de informação, empréstimos de equipamentos e, eventualmente, terceirização da
produção para atender encomendas.
Entretanto, a percepção dos empresários quanto às ações cooperativas no âmbito do APL é
muito pequena. Apenas 6,9% dos entrevistados, na pesquisa de campo, afirmam ter
participado de atividades cooperativas em 2002, enquanto os outros 93,1% responderam não à
questão. Além disso, o grau de importância atribuído às parcerias com os diversos agentes foi
muito baixo.
Os micro empresários que declaram haver realizado atividades de cooperação em 2002,
5,7% do total do setor, indicam como seus principais parceiros, em primeiro lugar, clientes,
com centros de capacitação profissional e entidades sindicais, em segundo lugar, com órgãos
de apoio e promoção e agentes financeiros.
Entre as pequenas empresas, o percentual dos que afirmam ter participado de atividades
cooperativas em 2002 é ainda menor, 3,4% do total. Os seus principais parceiros, por ordem
de importância, são agentes de representação, empresas associadas, centros de capacitação, e
entidades sindicais.
Já entre as duas empresas de médio porte entrevistadas, uma delas declarou haver
participado de atividades cooperativas. Seus principais parceiros foram agentes de
representação. Logo depois, em ordem de importância, vieram os clientes e empresas de
consultoria e fornecedores de insumos.
73
Gráfico 16
0,057
0,943
0,034
0,966
0,5
0,5
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Micro Pequena Média
Porcentagem de empresas que realizaram atividades
cooperativas em 2002 - Jaraguá / GO
Sim o
Fonte: Duarte, (2004).
Com relação ao item “aprendizado” do questionário aplicado no APL, não existem, nas
firmas do APL, departamentos de P&D ou qualquer outra forma estruturada de
desenvolvimento de produtos ou processos. Seus processos internos de aprendizagem são,
principalmente, de learning-by-doing. Neste APL, assim como nos demais, o P&D e feito de
maneira “amadora”, ou seja, há uma atividade de pesquisa em revistas especializadas ou não e
Internet.
Ao questionar sobre as fontes de informação internas mais relevantes, têm-se que as mais
citadas são a área de produção e a área de marketing.
A principal fonte externa de informações são os clientes, que se localizam principalmente
fora do arranjo. Destacam-se também outras fontes de informação, principalmente revistas
especializadas, informações na Internet, feiras, exibições e lojas e encontros de lazer.
74
Dessa formas, pode-se concluir que, na verdade, os processos são essencialmente
informais, assim como já observado nas relações com clientes e fornecedores, não definindo
estratégias de aprendizado estruturadas.
Ainda, neste APL, o aprendizado também se dá através learning-by-using, ou seja, a
partir dos esforços para utilização dos novos equipamentos adquiridos. A aquisição e o
aprendizado no uso de softwares de gestão é, da mesma forma, importante na inovação no
campo gerencial das firmas do arranjo.
As fontes de informação para os primeiros empresários do arranjo são principalmente
revistas especializadas, a Internet, cursos do SENAI, a ação de representantes dos
fornecedores e, secundariamente, feiras industriais.
A difusão do uso de novos equipamentos ou softwares no APL tende a se dar mais ou
menos rapidamente, dependendo de seu custo, através da imitação. A principal fonte de
informação, nesse caso, são os encontros de lazer.
Por fim, com relação ao esforço das empresas em treinamento e capacitação de seus
recursos humanos, este é relativamente incipiente, principalmente nas micro empresas, no
qual o mesmo se limita a alguns cursos realizados por seus funcionários na unidade local do
Senai.
75
CAPÍTULO 4
Análise comparativa entre os APLs de confecções de Campina Grande/PB, Tobias
Barreto/SE, Natal/RN e Jaraguá/GO.
Nesta seção, deverá ser feito um comparativo entre os APLs descritos no capítulo
anterior, no sentido de responder as seguintes questões:
- A cooperação possui papel relevante no aprendizado inovativo?
– Os APLs que cooperam mais, inovam mais?
– A cooperação leva a um melhor desempenho?
– Quais fontes de aprendizado são mais importantes em cada APL?
– Que ação poderia ser feita no sentido de incrementar o aprendizado inovativo?
Ao comparar os APLs, percebe-se que todos implementaram algum tipo de inovação,
sendo mais freqüentes as inovações de processo, em sua totalidade pela adoção de “processos
tecnológicos novos para sua empresa, mas já existentes no setor”. Seguem as inovações de
produto, principalmente através do item “produto novo para sua empresa, mas já existente no
setor”. Isto é comum aos setores tradicionais como o de confecções e calçados, pois, com
relação à aquisição de tecnologia, maquinaria e equipamentos, estes são adquiridos e/ou
desenvolvidos por outros setores. Já no caso do produto, deve-se à facilidade de imitação,
caracterísitca do setor, e à flexibilidade das MPEs para alterar seu mix de produtos, ao
contrário das grandes empresas que possuem uma estrutura produtiva rígida e direcionada
para linhas predeterminadas de produtos
76
Com relação ao item “outros tipos de inovação”, poucas empresas no APL de Jaraguá,
buscaram “melhoria substancial, do ponto de vista tecnológico, do modo de
acondicionamento de produtos (embalagem)”.
Ainda com relação ao item inovação, quando se observam as inovações de processo,
percebe-se, nitidamente, a distante realidade da busca por algum tipo de certificação.
O impacto da inovação nos arranjos foi relevante, seja no sentido de manutenção do
mercado (Jaraguá e Tobias Barreto), ou no aumento da produtividade, ampliação da gama de
produtos ofertados e melhoria na qualidade dos mesmos (Natal e Campina Grande).
Com relação às atividades cooperativas, segundo os dados angariados em pesquisa de
campo, Campina Grande apresenta 33% dos seus empresários envolvidos em algum tipo de
atividade cooperativa. Ao realizar uma comparação, observa-se que os demais APLs
obtiveram uma freqüência menor desse tipo de atividade (gráfico 17). Dessa forma, o arranjo
que mais realizou algum tipo de cooperação entre os agentes internos ao APL teria sido
Campina Grande, seguido por Natal, Jaraguá e Tobias Barreto.
Na verdade, o quatro arranjos possuem atividades cooperativas extremamente
incipientes, Campina Grande destaca-se por conta do consórcio Natural Fashion, que, dentre
todos os outros APLs é a forma mais consistente de trabalho em conjunto.
Tobias Barreto encontra-se em última colocação em termos de cooperação, talvez um
fator explicativo para tanto seja a alta taxa de informalidade do setor (91% das empresas) o
que dificulta uma coordenação eficaz no sentido de organização de consórcios, compras
conjuntas ou acesso a fontes de financiamento. Além dessa informalidade, o distanciamento
pessoal, social e cultural dos empresários de confecções agrava essa falta de organização
cooperativa no APL.
77
Segundo Melo e Hansen (2004, 67),
Esse capital social não foi ainda catalisado para a promoção de
políticas de desenvolvimento do arranjo (...). O arranjo local carece
de formas de coordenação mais efetivas que possam traduzir o
potencial representado pelas redes de relações locais [informais] em
ações que concorram para o desenvolvimento da eficiência coletiva”.
Gráfico 17
0,33
0,67
0,04
0,96
0,21
0,79
0,07
0,93
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Campina Grande Tobias Barreto Natal Jaraguá
Atividades Cooperativas por APL
Sim o
Fonte: Elaboração própria
Muito embora, no item inovação de processos, gráficos 18, 19 e 20, o arranjo de
Tobias Barreto tenha se destacado, em geral, as pesquisas de campo foram coerentes e
demonstram que a cooperação e a capacidade inovativa estão ligados positivamente, ou seja,
Campina Grande que demonstrou maior atividade cooperativa é o arranjo em que ocorreu a
maior freqüência de atividades inovativas.
78
Gráfico 18
0,67
0,33
0,49
0,51
0,24
0,76
0,27
0,73
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Campina Grande Tobias Barreto Natal Jaraguá
Realização de Inovação de Produto - por APL
Sim o
Fonte: elaboração própria
Gráfico 19
0,52
0,48
0,89
0,11
0,21
0,79
0,21
0,79
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Campina Grande Tobias Barreto Natal Jaraguá
Realização de Inovação de Processo - por APL
Sim o
Fonte: elaboração própria
79
Gráfico 20
0,67
0,33
0,38
0,62
0,21
0,79
0,09
0,91
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Campina Grande Tobias Barreto Natal Jaraguá
Realização de Inovações Organizacionais - por APL
Sim o
Fonte: elaboração própria
Ainda considerando o arranjo de Campina Grande, como observado no capítulo
anterior (ver gráfico 11), ao comparar o desempenho inovativo entre empresas que realizavam
atividades cooperativas e as que não realizavam, o primeiro grupo apresentou um desempenho
inovativo superior ao segundo.
Dessa forma, pode-se afirmar que a cooperação é importante no sentido em que
aumenta o nível de capital social, favorecendo o aprendizado inovativo. Ou seja, o maior
compartilhamento do conhecimento dentro do arranjo possibilita um melhor desempenho
inovativo.
O gráfico 19 mostra que Campina Grande só está em segundo lugar nas inovações de
processo, perdendo para Tobias Barreto, isto, na verdade, deve-se ao fato do fornecimento de
equipamentos, máquinas e assemelhados não estar localizado no próprio APL ( no caso de
80
Campina) e, portanto, não estão ao alcance dos efeitos da cooperação, este resultado reflete a
importância da cooperação associada à proximidade espacial.
Com relação ao aprendizado inovativo, para o APL de Campina Grande, as fontes
internas de aprendizado são extremamente relevantes. Como a amostra estudada é composta
apenas por micro e pequenas empresas, o departamento de P&D não existe de forma
estruturada, esta tarefa é realizada de maneira informal pelos proprietários das empresas. Para
a maioria das empresas deste arranjo, são fontes de informação relevantes o departamento de
vendas e o departamento de produção. Dentre as fontes externas de aprendizado, as mais
citadas foram os clientes, concorrentes e fornecedores.
Para o arranjo de Jaraguá a principal fonte de aprendizado são os encontros de lazer,
seguidos de revistas e Internet. Isso ressalta o alto caráter externo e informal do aprendizado
neste APL. Ainda, como fonte externa relevante, ressalta-se a atuação do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e dos fornecedores. Com relação às fontes internas, estas
foram classificadas como de pouca relevância, as únicas citadas foram a área de produção e
de marketing.
O APL de Natal possui características, com relação à aprendizagem, diferenciadas por
porte de empresas, considerando que este arranjo acolhe em sua amostra uma grande empresa.
Dessa forma, as micro, pequenas e médias empresas possuem um padrão semelhante,
no qual as fontes de informação mais importantes são externas à empresa (clientes,
concorrentes, feiras e Internet), e adquiridas de maneira informal (informalidade esta comum
aos APLs de Campina Grande e Jaraguá).
A grande empresa possui um departamento de P&D estruturado e interno. Sendo este
departamento, portanto, fonte de informação imprescindível. Outras fontes de informação
internas consideradas como relevantes são as áreas de produção, vendas e marketing.
81
Ainda esta empresa afirmou ter realizado atividades cooperativas no período estudado,
considerando a cooperação com concorrentes, fornecedores e órgãos de apoio relevantes no
processo inovativo.
Já o APL de Tobias Barreto considera as fontes internas de informação como as mais
relevantes para seu aprendizado inovativo, são estas as áreas de produção, venda e marketing.
Com relação às fontes externas, os clientes se destacam, seguidos pelos concorrentes e
empresas de consultoria (semelhante ao APL de Campina Grande).
Ainda com relação ao arranjo de Tobias Barreto, uma das empresas também apresenta
um departamento estruturado de P&D, dentro do qual experiências com CAD-CAM são
realizadas.
Por fim, focando a análise no arranjo de Campina Grande, objeto de estudo deste
trabalho, conclui-se que a cooperação é uma importante fonte de aprendizado inovativo,
imprescindível para a manutenção do mercado. Uma tentativa de explicação para o elevado
nível de inovação na região (comparado aos demais arranjos) poderia ser o perfil do mercado
consumidor de Campina Grande. Este é uma mercado sofisticado e exigente, o que força as
empresas do APL a estarem sempre em consonância com a moda
36
.
Porém, na realidade o que vem ocorrendo é o decréscimo do número de empresas
neste arranjo, em detrimento do comportamento nacional, que, com exceção da região
sudeste, tem apresentado um comportamento positivo (inclusive a região nordeste que entre
1991 e 2001 teve um aumento de 72% no número de estabelecimentos).
Uma oportunidade para superação da crise e crescimento do setor é a formação de
consórcios, fortalecimento da cooperação entre os agentes do arranjo, difusão de informações
e conhecimentos, treinamentos, busca de novos mercados de forma conjunta.
36
Essa é uma característica que difere o arranjo de Campina Grande do arranjo de Jaraguá, por exemplo,
enquanto este último se ocupa da produção de imitações de artigos das principais marcas mundiais de jeans e
camisetas pólo (CASTRO, 2004).
82
Os principais problemas enfrentados pelas MPE’s de confecções em Campina
Grande
37
abrangem os três níveis de competitividade classificados no Estudo da
Competitividade da Indústria Brasileira (ECIB)
38
: empresarial, estrutural e sistêmica.
No nível empresarial há problemas de natureza administrativa, decorrentes não
exatamente da dupla função (proprietário-gerente) exercida pelo mesmo indivíduo (o que é
usual em se tratando de MPE’s), mas sim do fato de, em boa parte dos casos, não haver
dedicação exclusiva à atividade empresarial, ou seja, tipicamente o proprietário-gerente
dedica apenas uma fração de seu tempo à empresa, exercendo alguma outra atividade
(remunerada ou não) desvinculada da empresa. Ainda nesse sentido, as empresas, em sua
maioria, possuem gestão familiar, e no caso de algumas microempresas, participação da
família diretamente na parte produtiva.
A gestão da inovação e da produção também apresenta graves deficiências, uma vez
que é grande a desinformação sobre novas tecnologias de apoio ao design (como o CAD,
com uma única unidade disponível no LABVEST do CTCC) e sobre controle de estoques,
minimização de defeitos e perdas de material no processo fabril (ARAÚJO JÚNIOR, 2001)
39
.
As inovações, usualmente, são introduzidas a partir de iniciativas empresariais não-
formalizadas (i.e., sem um comportamento institucionalizado e/ou sistemático de busca
tecnológica) que resultam do conhecimento tácito acumulado pelos recursos humanos
envolvidos no processo produtivo (proprietário-gerente e trabalhadores) através de processos
de learning-by-doing, mas, na maior parte dos casos, referem-se a pequenas modificações nos
37
PARADIZO, R. J. S., SILVA, K. S., CAVALCANTI FILHO, P. F. M. B., O Arranjo Produtivo Têxtil-
confecções em Campina Grande. In:MOUTINHO, L. M. G. (Org.) ; MOREIRA, Ivan Targino (Org.) ;
CAMPOS, Fred Leite Siqueira (Org.) . A economia paraibana: estratégias competitivas e políticas públicas. 1.
ed. João Pessoa: Editora Universitária, 2004. v. 1. 300 p.
38
FERRAZ, J. C. & David KUPFER (orgs.) Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira, ed. Campus
(1994).
39
ARAÚJO JÚNIOR, I. T. (2001) “Inovação tecnológica nas MPE`s da Indústria de Confecções atendidas pelo
PATME em João Pessoa/PB”
83
produtos, como estratégia de diferenciação no mercado, e adaptação dos processos produtivos
às condições físicas das empresas.
No nível estrutural, as dificuldades decorrem não tanto de uma rivalidade exacerbada
entre as empresas, e sim da falta de confiança mútua
40
o que leva a um pequeno nível de
cooperação empresarial
41
e a facilidade de entrada de potenciais concorrentes, quando o setor
enfrenta um forte período de crescimento, o que pressiona as margens de lucro e a
implementação de estratégias competitivas de maior envergadura e/ou longo prazo.
No nível sistêmico, as MPE`s enfrentam os custos dos encargos sociais, induzindo a
informalidade, a dificuldade de acesso a crédito (restrito e a elevadas taxas de juros) e o baixo
crescimento econômico do país nas duas últimas décadas, prejudicando a ampliação do
mercado doméstico e a elevação nos níveis de renda per capita.
As oportunidades para as MPE’s de confecções surgem de distintos fatores. Em
primeiro lugar, o padrão de concorrência desta indústria, caracterizado por necessidade de
grande flexibilidade no desenvolvimento de novos produtos para atendimento de variações
freqüentes de tendências da moda, o que, a princípio, permitiria um ajuste mais rápido por
parte de empresas de menor porte e com estrutura administrativa simplificada. Deve-se ter
claro que esta ‘facilidade de ajuste’ ou ‘flexibilidade’ em parte se dá no agregado das MPE’s,
ou seja, a facilidade de entrada e saída do setor permite que novas empresas surjam para
atender nichos de mercado que não se mostram viáveis economicamente para as grandes
empresas, dada sua escala elevada de produção. Isto permite a sobrevivência de um grande
40
A falta de confiança entre os empresários do setor e destes com suas lideranças fica evidenciada pelo baixo
índice de associação ao sindicato patronal, SINDVEST, o qual contava com apenas 38 filiados no ano de 2002.
Muito embora, o nível de cooperatividade entre os agentes do APL de Campina Grande seja muito superior aos
demais arranjos estudados.
41
A única e relevante exceção refere-se a um consórcio de empresas que utilizam algodão colorido natural. Este
consórcio será analisado detidamente na próxima seção.
84
contingente de MPE’s, mas que podem exibir uma elevada taxa de natalidade e mortalidade
no agregado.
Em segundo lugar, como citado anteriormente, a existência de um nível de demanda
sustentado por transferências de renda governamentais permite a adoção de estratégias
focadas em mercados de baixa renda, os quais permitem a sustentação de um grande número
de microempresas, desde que Políticas adequadas sejam implementadas para potencializar
esta oportunidade. Exemplo claro disto é observado em Pernambuco, que promove APLs de
confecções para “feiras de sulanca” nos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe.
Outra vantagem da localização espacial em Campina Grande decorre da relativa
experiência industrial que a mão-de-obra local possui, seja pela tradição, seja pela existência
de outras atividades industriais, como calçados e têxtil, ou ainda pelo treinamento
institucional, através do SEBRAE, SENAI, CCTC e o Fabricão-Escola.
85
CONCLUSÃO
Ao longo desta dissertação pode-se constatar que o APL de confecções localizado em
Campina Grande havia adentrado o século XXI enfrentando uma grave crise de natureza
concorrencial: ao contrário dos APLs pernambucanos, que demonstravam grande vitalidade
econômica, com um perfil popular, Campina Grande mostrava sinais de “elegante
decadência”, uma vez que suas MPEs exibiam fracos indicadores econômicos, mas
apresentavam, em boa medida, linhas de produto de boa qualidade.
O que ocorria, no período analisado, nesse APL, salvo raras exceções, era uma
situação de estagnação e crise. As empresas estavam reduzindo seu quadro de funcionários,
fechando plantas e diminuindo sua produção.
Foi possível identificar algumas das causas deste quadro:
a) Um dos problemas observados decorre do fato de que, em boa parte dos casos, não
há dedicação exclusiva à atividade empresarial, ou seja, o proprietário-gerente dedica apenas
uma parte de seu tempo à empresa, exercendo alguma outra atividade desvinculada da
empresa. Este comportamento prejudica o aprendizado inovativo, pela baixa dedicação à
empresa, mas pode favorecer o estabelecimento de atividades cooperativas, para suprir as
necessidades.
b) Outro problema que também pode ser uma explicação para a estagnação do arranjo,
ainda que, dentre os demais pesquisados, seja o que mais coopera, conseqüentemente, o que
mais inova, é o fato de que as empresas, em sua maioria, possuem gestão familiar, e no caso
de algumas microempresas, participação da família diretamente na parte produtiva, tornando a
administração empresarial menos profissional e mais paternalista.
86
c) Ainda, como visto, a gestão da inovação e da produção também apresentam graves
deficiências, não há o aproveitamento das tecnologias de apoio ao design existentes no arranjo
(como o CAD disponível no LABVEST do CTCC) e softwares sobre controle de estoques,
minimização de defeitos e perdas de material no processo fabril.
d) Os custos dos encargos sociais, induzindo a informalidade, e principalmente
reduzindo a competitividade frente aos APLs rivais de Pernambuco, a dificuldade de acesso a
crédito e o baixo crescimento econômico do país nas duas últimas décadas, também se
constituem entraves para o melhor desempenho do arranjo.
Algumas oportunidades para recuperação do APL são colocadas, dentre elas:
a) A própria estrutura heterogênea desta indústria, o que leva a necessidade de grande
flexibilidade no desenvolvimento de novos produtos para atendimento de variações
freqüentes de tendências da moda, o que constitui uma vantagem para as micro e
pequenas empresas (que são a maioria deste arranjo);
b) A existência de um nível de demanda sustentado por transferências de renda
governamentais permite a adoção de estratégias focadas em mercados de baixa
renda;
c) E a relativa experiência industrial que a mão-de-obra local possui, apontada pelos
empresários como vantagem associada à localização do arranjo.
Para o mais rápido e eficaz aproveitamento destas potencialidades, o empresariado
local, necessitaria estabelecer relações de cooperação mais fortes, superando a falta de
confiança mútua característica do arranjo, e criando condições de superar a estagnação e
realizar estratégias para a recuperação do setor.
Neste intuito, este trabalho buscou desenvolver três argumentos que relacionam a
proximidade espacial com o processo de aprendizado inovativo, são eles:
87
a) Quanto mais próximo espacialmente, mais fácil é a troca de conhecimento
(especialmente o tácito) entre firmas, indivíduos e instituições;
b) além da proximidade geográfica são necessárias outras formas de proximidade
relativa, como laços culturais e institucionais os quais possuem fortes fatores
históricos como condicionantes (path-dependence);
c) são necessários, ainda vínculos sólidos entre os atores locais, confiança e capacitação
para a geração de um trabalho em conjunto . Na verdade, o que ocorre é que a
proximidade espacial se torna um pré-requisito para outros tipos de proximidade
importantes na ocorrência da cooperação, tais como: proximidade cultural, história
comum da localidade, valores sociais partilhados, conhecimento pessoal. Todos estes
elementos contribuem para o reconhecimento do outro como um semelhante, elevando
o grau de confiança mútua e favorecendo, assim, a possibilidade de cooperação.
Esses argumentos não descartam a importância da saudável pressão competitiva que
existe dentro do APL, afinal, é esta pressão um dos mecanismos essenciais que leva as
empresas a evoluir e a buscar uma eficiência produtiva maior. Todavia, é a pressão
competitiva externa ao APL que pode induzir ou consolidar uma maior união do grupo para
alcançar uma maior competitividade com relação ao mercado externo ao APL. É o
aproveitamento das sinergias geradas por suas interações, que fortalece suas chances de
sobrevivência e crescimento, construindo importante fonte de vantagens competitivas
duradouras.
Assim, a cooperação é importante no sentido em que aumenta o nível de capital social,
favorecendo o aprendizado inovativo. Ou seja, o maior compartilhamento do conhecimento
dentro do arranjo possibilita um melhor desempenho inovativo.
88
Considera-se o conceito de aprendizado como motor principal de mudanças
organizacionais, de processo ou de produto, sendo um processo acumulativo através do qual
as firmas ampliam seus conhecimentos, aperfeiçoam seus procedimentos de busca e refinam
suas habilidades em desenvolver, produzir e comercializar seus bens e serviços. Assim,
cooperação gera o aprendizado interativo, fundamental para os APLs.
O elevado nível de inovação em Campina (comparado aos demais arranjos) poderia
ser explicado pelos perfis da oferta e da demanda: do lado da oferta, a elevada formação
educacional dos sócios fundadores (diferentemente dos demais APLs) e sua origem de classe
média induzem a valorização da atividade de pesquisa (como mostraram os dados da pesquisa
de campo) e o estabelecimento de estratégias empresarias que buscam imitar a “moda”
voltada para este mesmo mercado consumidor. Do lado da demanda, o mercado consumidor-
alvo das empresas, sofisticado e exigente, força as empresas do APL a estarem sempre em
consonância com a moda.
Estes são fatores internos (características dos sócios fundadores e gestores) e externos
(pressão da demanda) que induzem o comportamento inovativo. Entretanto, a eficácia deste
esforço tecnológico é crucialmente dependente da troca de experiências e conhecimentos
entre vários atores, aspecto que ganha particular importância ao se tratar de MPEs. Desta
forma, foi hipótese deste trabalho que a cooperação seria o instrumento central no
fortalecimento do processo de aprendizado inovativo das MPEs do APL.
A partir de dados angariados em pesquisa de campo no APL de Campina Grande,
observou-se que, dentre as empresas cooperativas e as empresas não-cooperativas, o primeiro
grupo apresentou um desempenho inovativo superior ao do segundo grupo. Assim, este
trabalho mostrou que, em Campina Grande, cooperação e inovação estão positivamente
relacionados.
89
Os demais APLs confirmaram essa observação, pois, por apresentarem menor nível de
atividades cooperativas, mostraram também menor capacidade inovativa.
Assim, a cooperação:
a) Explica o melhor desempenho inovativo de parcela reduzida (1/3) do APL,
relativamente às empresas não-cooperativas;
b) É uma importante fonte de aprendizado inovativo, imprescindível para a manutenção
do mercado, a sobrevivência destas empresas e a melhor qualidade de seus produtos,
relativamente aos demais APLs, apesar de todas as dificuldades enfrentadas;
c) Explica a existência e o potencial competitivo de uma estratégia ousada, representada
pelo consórcio de exportação do algodão colorido.
90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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93
Anexo 1
Tarifas de imposto de importação da Cadeia Têxtil / Vestuário
94
Tarifas de imposto de importação da Cadeia Têxtil / Vestuário
Capítulo 50 - Seda
Seda Crua 05,5%
Fios ( não acondicionados) 14%
Fios ( acondicionados ) 14%
Tecidos diversos 18%
Capítulo 51 - Lã
Lãs Tosquia 07,5% / 10%
Lã ( fios ) cardados 07,5% / 10%
Fios 14%
Tecidos diversos 18%
Capítulo 52 - Algodão
Cardado ou Penteado 07,5%
Fios 14%
Tecidos 18%
Capítulo 53 - Linho
Linho em bruto 07,5%
Fios 14%
Tecidos 18%
Capítulo 54 - Tecidos de outras Fibras Vegetais; de papel; Artificiais e
95
Sintéticos
Fios 16%
Tecidos 18%
Capítulo 58 - Tecidos de Veludo
Veludos 18%
Pelúcias 18%
Atoalhados 18%
Outros 18%
Capítulo 5807 - Etiquetas
Fitas 18%
Etiquetas 18%
Bordados 18%
Outros 18%
Capítulo 6101 - Vestuário em Geral - Masculino / Feminino / Infantil
Ternos 20%
Conjuntos 20%
Calças 20%
Bermudas 20%
Calções 20%
Lenços 20%
Sobretudos 20%
96
Japonas 20%
Capas 20%
Casacos 20%
Blusões 20%
Lingerie 20%
Modeladores 20%
Echarpes 20%
Luvas 20%
Cama 20%
Mesa 20%
Banho 20%
Cortinas 20%
Impostos de Importação de Máquinas para o Vestuário
Outros 4,0%
Impostos de Importação de Linhas de Costura para a Indústria do
Vestuário
Capítulo 5204 = algodão 14%
Capítulo 5401 = artif. / sintéticos 16% / 18%
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior – SECEX
97
Anexo 2
Formulário utilizado na pesquisa de campo
Elaboração: REDESIST
98
REDESIST - QUESTIONÁRIO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
- Bloco A: Para coleta de informações em instituições locais e de fontes
estatísticas oficiais sobre a estrutura do arranjo produtivo local Bloco B: Para
coleta de informações nas empresas do arranjo produtivo local
BLOCO A - IDENTIFICAÇÃO DO ARRANJO PRODUTIVO
LOCAL
Este primeiro bloco de questões busca uniformizar as informações gerais sobre a configuração
dos arranjos a serem estudados a partir do uso de estatísticas oficiais. Tais informações são
obtidas a partir de fontes secundárias tais como a Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, Base de informações Base de Informações
Municipais (BIM), Censo, entre outras. A RAIS é fonte obrigatória para todos os estudos, de
forma a permitir sua comparabilidade. As informações desta fonte referem-se ao número de
empresas, seu tamanho e pessoal ocupado, obedecendo à classificação CNAE do IBGE. Neste
bloco deve-se identificar também a amostra de empresas pesquisadas,, estratificada por
tamanho. As demais fontes de informação devem ser definidas pelos pesquisadores de acordo
com as características específicas de cada arranjo, observadas previamente, e devem
possibilitara identificação da estrutura educacional, de coordenação, tecnológica e de
financiamento
1
..
Arranjo N°_
1. Municípios de abrangência do arranjo:
Municípios
abrangidos
População
residente
Pessoal ocupado
nas atividades
p
es
q
uisad
a
s*
Pessoal total ocupado nos municípios**
Notas: * Somatório do pessoal ocupado (empregado) nas classes de atividade econômica (classe CNAE - 5 dígitos) inseridas
no arranjo
produtivo, com base nos dados da RAIS
2
- MTe.
** Emprego total nos municípios que compõem o arranjo, com base nos dados da RAIS - MTe.
2. Estrutura produtiva do arranjo:
Classificação CNAE
(Classe de atividade
econômica - 4 dígitos)
Número total de empresas conforme tamanho
3
Micro Pequena Média Grande Total
99
1
Identificar as fontes de informações usadas para o preenchimento de cada tabela.
2
A base de dados RAIS e RAIS - ESTABELECIMENTOS do Ministério do Trabalho e Emprego deve ser usada
pelos pesquisadores,
para o levantamento dos dados referentes ao emprego formal e ao número e tamanho de estabelecimentos.
3
Pessoas ocupadas: a) Micro: até 19; b) Pequena: 20 a 99; c) Média: 100 a 499; d) Grande: 500 ou mais pessoas ocupadas.
3. Estratificação da amostra:
Classificação CNAE
(Classe de atividade
econômica - 4 dígitos)
Número de empresas selecionadas conforme tamanho
Micro Pequena Média Grande Total
4. Infraestrutura educacional local/regional:
Cursos oferecidos Número de Número de alunos admitidos
p
or ano
Escolas técnicas de 2°
g
rau
Cursos su
p
eriores
Outros cursos
p
rofissionais
Cursos profissionais temporários
5. Infraestrutura Institucional local: Associações, Sindicatos de
empresas/trabalhadores, cooperativas e outras instituições públicas locais.
Nome/Tipo de instituição Criação
Núme
ro de
fili d
Funções
6. Infraestrutura científico-tecnológica:
Tipo de instituição N°. de
iii
N°. de pessoas ocupadas
Universidades
Institutos de pesquisa
Centros de capacitação profissional e de
assistência técnica
Instituições de testes, ensaios e certificações.
7. Infraestrutura de financiamento:
Tipo de instituição Número de Volume de empréstimos concedidos em 2002
Instituição comunitári
a
Instituição municipal
100
Instituição
Instituição federal/ A
g
ência
Outras. Citar
8. Financiamento por tamanho de empresa seguindo o tipo de instituição no ano 2002:
Percentual de em
p
réstimo
p
or ta
m
anho de em
p
res
a
Tipo de Instituição
Micro Pe
q
uena Médi
a
Grande
Institui
ç
ão comunitári
a
Institui
ç
ão munici
p
al
Institui
ç
ão estadual/A
g
ência
Institui
ç
ão federal/ A
g
ência
Outras. Cita
r
101
BLOCO B - AS EMPRESAS NO ARRANJO
PRODUTIVO LOCAL
Código de identificação: Número do arranjo. _Número do questionário.
I - IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
1. Razão Social: ____________
2. Endero________________
3. Município de localização:
4. Tamanho.
.(código IBGE)_
()1.
Micro
( )2. Pequena
( )3. Média
( )4. Grande
5. Segmento de atividade principal (classificação CNAE):
6. Pessoal ocupado atual: __________
7. Ano de fundação: ______________
8. Origem do capital controlador da empresa:
()1.
Nacional
( )2. Estrangeiro
( )3. Nacional e Estrangeiro
9. No caso do capital controlador estrangeiro, qual a sua localização:
()1.
Mercosul
( )2. Estados Unidos da América
( )3. Outros Países da América
( )4. Ásia
( )5. Europa
( )6. Oceania ou África
10. Sua empresa é:
()1.
Independente
( )2. Parte de um Grupo
11. Qual a sua relação com o grupo:
()1
.
Controladora
( )2. Controlada
( )3. Coligada
102
EXPERIÊNCIA INICIAL DA EMPRESA (As questões a seguir, do item 12 a 18, são
específicas para a pesquisa sobre Micro e Pequenas Empresas em Arranjos Produtivos
Locais).
12. Número de Sócios fundadores:
13. Perfil do principal sócio fundador:
Perfil Dados
Idade quando criou a empresa
Sexo ( ) 1. Masculino ( ) 2.Feminino
Escolaridade quando criou a empresa (assinale o correspondente à
classificação abaixo)
l.( )2. ( )3.( )4.( )5.( ) 6 .( ) 7 . ( ) 8 . ( )
Seus pais eram empresários ( ) 1. Sim ( ) 2. Não
1. Analfabeto; 2.Ensino Fundamental Incompleto; 3. Ensino Fundamental Completo; 4. Ensino Médio Incompleto; 5. Ensino Médio
Completo; 6. Superior Incompleto; 7. Superior Completo; 8. Pós Graduação.
14. Identifique a principal atividade que o sócio fundador exercia antes de criar a empresa:
Atividades
(
)
l- Estudante universitário
(
)
2. Estudante de escola técnic
a
(
)
3. Em
p
re
g
ado de micro ou
p
e
q
uena em
p
resa loca
l
(
)
4. Em
p
re
g
ado de média ou
g
rande em
p
resa loca
l
(
)
5. Em
p
re
g
ado de em
p
resa de fora do arran
j
o
(
)
6. Funcionário de institui
ç
ão
p
úblic
a
(
)
7. Em
p
resário
( ) 8. Outra atividade. Citar
15. Estrutura do capital da empresa:
Estrutura do capital da empresa
Participação percentual (%)
no Io. ano
Participação percentual (%)
Em 2002
Dos sócios
Em
p
réstimos de
p
arentes e ami
g
os
Em
p
réstimos de institui
ç
ões financeiras
g
erais
Em
p
réstimos de institui
ç
ões de a
p
oio as MPEs
Adiantamento de materiais
p
or fornecedores
Adiantamento de recursos
p
or clientes
Outras. Citar:
Total 100% 100%
16. Evolução do número de empregados:
Período de tempo Número de empregados
Ao final do primeiro ano de criação da empresa
Ao final do ano de 2002
103
17. Identifique as principais dificuldades na operação da empresa. Favor indicar a dificuldade
utilizando a escala, onde O é nulo, l é baixa dificuldade, 2 é média dificuldade e 3 alta dificuldade.
Principais dificuldades No primeiro ano de vida Em 2002
Contratar empregados qualificados
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
Produzir com qualidade
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
Vender a produção
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
Custo ou falta de capital de giro
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
Custo ou falta de capital para aquisição de
q
uinas e e
q
ui
p
amentos
(0)
(1)
(2) (3) (0)
(1)
(2) (3)
Custo ou falta de capital para aquisição/locação
de instalações
(0)
(1)
(2) (3) (0)
(1)
(2) (3)
Pagamento de juros de empréstimos
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
Outras. Citar
(0)
(
1
)
(2) (3) (0)
(
1
)
(2) (3)
18. Informe o número de pessoas que trabalham na empresa, segundo características das relações de
trabalho:
Tipo de relação de trabalho Número de pessoal ocupado
Sócio
p
ro
p
rietário
Contratos formais
Esta
g
iário
Servi
ç
o tem
p
orário
Terceirizados
Familiares sem contrato forma
l
Total
II - PRODUÇÃO, MERCADOS E EMPREGO.
1. Evolução da empresa:
Mercados (%)
Anos
Pessoal
ocupado
Faturamento
Preços correntes
(R$)
Vendas nos
municípios
do arran
j
o
Vendas no
Estado
Vendas no
Brasil
Vendas
no
exterior
Total
199
0
100
%
1995
100
%
200
0
100
%
2002
100%
2. Escolaridade do pessoal ocupado (situação atual):
Ensino Número do pessoal ocupado
Analfabeto
Ensino fundamental incom
p
leto
Ensino fundamental com
p
leto
Ensino médio incom
p
leto
Ensino médio com
p
leto
Su
p
erior incom
p
leto
Su
p
erior com
p
leto
Pós-Gradua
ç
ão
Total
104
3. Quais fatores são determinantes para manter a capacidade competitiva na principal linha de
produto? Favor indicar o grau de importância utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é
média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a sua empresa.
Fatores Grau de importância
Q
ualidade da matéri
a
-
p
rima e outros insumos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Q
ualidade da mão-de-obr
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Custo da mão-de-obr
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Nível tecnoló
g
ico dos e
q
ui
p
amentos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Ca
p
acidade de introdu
ç
ão de novos
p
rodutos/
p
rocessos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Desenho e estilo nos
p
rodutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Estraté
g
ias de comercializa
ç
ão
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Q
ualidade do
p
roduto
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Ca
p
acidade de atendimento
(
volume e
p
razo
)
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Outra. Citar:
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
III - INOVAÇÃO, COOPERAÇÃO E APRENDIZADO
BOX1
Um novo produto (bem ou serviço industrial) é um produto que é novo para a sua empresa ou para o mercado
e cujas características tecnológicas ou uso previsto diferem significativamente de todos os produtos que sua
empresa já produziu.
Uma significativa melhoria tecnológica de produto (bem ou serviço industrial) refere-se a um produto
previamente existente cuja performance foi substancialmente aumentada. U m produto complexo que consiste de
um número de componentes ou subsistemas integrados pode ser aperfeiçoado via mudanças parciais de um dos
componentes ou subsistemas. Mudanças que são puramente estéticas ou de estilo não devem ser consideradas.
Novos processos de produção são processos que são novos para a sua empresa ou para o setor. Eles envolvem
a introdução de novos métodos, procedimentos, sistemas, máquinas ou equipamentos que diferem
substancialmente daqueles previamente utilizados por sua firma.
Significativas melhorias dos processos de produção envolvem importantes mudanças tecnológicas parciais em
processos previamente adotados. Pequenas ou rotineiras mudanças nos processos existentes não devem ser
consideradas.
1. Qual a ação da sua empresa no período entre 2000 e 2002, quanto à introdução de inovações?
Informe as principais características conforme listado abaixo, (observe no Box l os conceitos de
produtos/processos novos ou produtos/processos significativamente melhorados de forma a auxilia-
lo na identificação do tipo de inovação introduzida)
Descri
ç
ão 1. Si
m
2. Não
Inova
ç
ões de
p
roduto
Produto novo
p
ara a sua em
p
resa
,
mas
j
á existente no mercado?.
(
1
)
(
2
)
Produto novo
p
ara o mercado nacional?.
(
1
)
(
2
)
Produto novo
p
ara o mercado internacional?
(
1
)
(
2
)
Inova
ç
ões de
p
rocesso
Processos tecnoló
g
icos novos
p
ara a sua em
p
resa
,
mas
j
á existentes no setor?
(
1
)
(
2
)
Processos tecnoló
g
icos novos
p
ara o setor de atua
ç
ão?
(
1
)
(
2
)
Outros ti
p
os de inova
ç
ão
Criação ou melhoria substancial, do ponto de vista tecnológico,
do modo de acondicionamento de
p
rodutos
(
embala
g
em
)
?
(1) (2)
Inova
ç
ões no desenho de
p
rodutos?
(
1
)
(
2
)
Realiza
ç
ão de mudan
ç
as or
g
anizacionais
(
inova
ç
ões or
g
anizacionais
)
Im
p
lementa
ç
ão de técnicas avan
ç
adas de
g
estão ?
(
1
)
(
2
)
Im
p
lementa
ç
ão de si
g
nificativas mudan
ç
as na estrutura or
g
anizacional?
(
1
)
(
2
)
Mudan
ç
as si
g
nificativas nos conceitos e/ou
p
ráticas de marketin
g
?
(
1
)
(
2
)
Mudan
ç
as si
g
nificativas nos conceitos e/ou
p
ráticas de comercializa
ç
ão ?
(
1
)
(
2
)
Implementação de novos métodos e gerenciamento, visando a atender normas de certificação
(ISO 9000, ISSO 14000, etc.)?
(1) (2)
2. Se sua empresa introduziu algum produto novo ou significativamente melhorado durante os
últimos anos, 2000 a 2002, favor assinalar a participação destes produtos nas vendas em 2002, de
105
acordo com os seguintes intervalos:(l) eqüivale de 1% a 5%; (2) de 6% a 15%;(3) de 16% a 25%; (4) de
26% a 50%; (5) de 51% a 75%; (6) de 76% a 100%.
Descrição Intervalos
Vendas internas em 2002 de novos produtos (bens ou serviços)
introduzidos entre 2000 e 2002
(0)
(1)
(2) (3) (4) (5) (6)
Vendas internas em 2002 de significativos aperfeiçoamentos de
p
rodutos
(
bens ou serviços
)
introduzidos entre 2000 e 2002
(0)
(1)
(2) (3) (4) (5) (6)
Exportações em 2002 de novos produtos (bens ou
servi
ç
os
)
introduzidos entre 2000 e 2002
(0)
(1)
(2) (3) (4) (5) (6)
Exportações em 2002 de significativos aperfeiçoamentosde
produtos (bens ou serviços) introduzidos entre 2000 e 2002 (0)
(1)
(2) (3) (4) (5) (6)
3.Avalie a importância do impacto resultante da introdução de inovações introduzidas durante os
últimos três anos, 2000 a 2002, na sua empresa. Favor indicar o grau de importância utilizando a
escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for
relevante para a sua empresa.
Descrição Grau de Im
p
ortância
Aumento da
p
rodutividade da em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Am
p
lia
ç
ão da
g
ama de
p
rodutos ofertados
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Aumento da
q
ualidade dos
p
rodutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu que a empresa mantivesse a sua participação nos mercados de
atuação
(0)
(1)
(2) (3)
Aumento da
p
artici
p
a
ç
ão no mercado interno da em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Aumento da
p
artici
p
a
ç
ão no mercado externo da em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu
q
ue a em
p
resa abrisse novos mercados
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu a redu
ç
ão de custos do trabalho
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu a redu
ç
ão de custos de insumos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu a redu
ç
ão do consumo de ener
g
i
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu o en
q
uadramento em re
g
ula
ç
ões e normas
p
adrão relativas ao:
- Mercado Interno
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
- Mercado Externo
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Permitiu reduzir o impacto sobre o meio ambiente (0)
(1)
(2) (3)
4. Que tipo de atividade inovativa sua empresa desenvolveu no ano de 2002? Indique o grau de
constância dedicado à atividade assinalando (0) se não desenvolveu, (1) se desenvolveu
rotineiramente, e (2) se desenvolveu ocasionalmente, (observe no Box 2 a descrição do tipo de
atividade)
Descrição Grau de Constância
Pes
q
uisa e Desenvolvimento
(
P&D
)
na sua em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
A
q
uisi
ç
ão externa de P&D
(
0
)
(1)
(
2
)
Aquisição de máquinas e equipamentos que implicaram em significativas
melhorias tecnológicas de produtos/processos ou que estão associados aos novos
p
rodutos/
p
rocessos
(0)
(1)
(2)
Aquisição de outras tecnologias (softwares, licenças ou acordos de transferência
de tecnolo
g
ias tais como
p
atentes, marcas, se
g
redos industriais
)
(0)
(1)
(2)
Projeto industrial ou desenho industrial associados à produtos/processos
tecnolo
g
icamente novos ou si
g
nificativamente melhorados
(0)
(1)
(2)
Programa de treinamento orientado à introdução de produtos/processos
tecnologicamente novos ou significativamente melhorados
(0)
(1)
(2)
Programas de gestão da qualidade ou de modernização organizacional, tais
como: qualidade total, reengenharia de processos administrativos,
desverticalização do
p
rocesso
p
rodutivo, métodos de "
j
ust in time", etc
(0)
(1)
(2)
Novas formas de comercialização e distribuição para o mercado de produtos
novos ou significativamente melhorados
(0)
(1)
(2)
4.1 Informe os gastos despendidos para desenvolver as atividades de inovação:
Gastos com atividades inovativas sobre faturamento em 2002....................( %)
Gastos com P&D sobre faturamento em 2002............................................( %)
Fontes de financiamento para as atividades inovativas (em %)
106
Próprias ( %)
De Terceiros ( %)
Privados ( %)
Público (FINEP,BNDES, SEBRAE, BB, etc.) ( %)
BOX2
Atividades inovativas são todas as etapas necessárias para o desenvolvimento de produtos ou processos novos
ou melhorados, podendo incluir: pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos; desenho e
engenharia; aquisição de tecnologia incorporadas ao capital (máquinas e equipamentos) e não incorporadas
ao capital (patentes, licenças, know how, marcas de fábrica, serviços computacionais ou técnico-científicos)
relacionadas à implementação de inovações; modernização organizacional (orientadas para reduzir o tempo
de produção, modificações no desenho da linha de produção e melhora na sua organização física,
desverticalização, just in time, círculos de qualidade, qualidade total, etc); comercialização (atividades
relacionadas ao lançamento de produtos novos ou melhorados, incluindo a pesquisa de mercado, gastos em
publicidade, métodos de entrega, etc); capacitação, que se refere ao treinameOnto de mão-de-obra relacionado
com as atividades inovativas da empresa.
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) - compreende o trabalho criativo que aumenta o estoque de
conhecimento, o uso do conhecimento objetivando novas aplicações, inclui a construção, desenho e teste de
protótipos.
Projeto industrial e desenho - planos gráficos orientados para definir procedimentos, especificações técnicas
e características operacionais necessárias para a introdução de inovações e modificações de produto ou
processos necessárias para o início da produção.
5. Sua empresa efetuou atividades de treinamento e capacitação de recursos humanos durante os
últimos três anos, 2000 a 2002? Favor indicar o grau de importância utilizando a escala, onde l é
baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a
sua empresa.
Descrição Grau de Im
p
ortância
Treinamento na em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Treinamento em cursos técnicos realizados no arran
j
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Treinamento em cursos técnicos fora do arran
j
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Está
g
ios em em
p
resas fornecedoras ou clientes
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Está
g
ios em em
p
resas do
g
ru
p
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Contrata
ç
ão de técnicos/en
g
enheiros de outras em
p
resas do arran
j
os
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Contrata
ç
ão de técnicos/en
g
renheiros de em
p
resas fora do arran
j
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Absor
ç
ão de formandos dos cursos universitários localizados no arran
j
o ou
p
róximo
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Absorção de formandos dos cursos técnicos localizados no arranjo ou próximo (0)
(1)
(2) (3)
BOX3
Na literatura econômica, o conceito de aprendizado está associado a um processo cumulativo através do qual
as firmas ampliam seus conhecimentos, aperfeiçoam seus procedimentos de busca e refinam suas habilidades
em desenvolver, produzir e comercializar bens e serviços.
As várias formas de aprendizado se dão:
a partir de fontes internas à empresa, incluindo: aprendizado com experiência própria, no processo de
produção, comercialização e uso; na busca de novas soluções técnicas nas unidades de pesquisa e
desenvolvimento; e
a partir de fontes externas, incluindo: a interação com fornecedores, concorrentes, clientes, usuários,
consultores, sócios, universidades, institutos de pesquisa, prestadores de serviços tecnológicos, agências e
laboratórios governamentais, organismos de apoio, entre outros.
Nos APLs, o aprendizado interativo constitui fonte fundamental para a transmissão de conhecimentos e a
ampliação da capacitação produtiva e inovativa das firmas e instituições.
6. Quais dos seguintes itens desempenharam um papel importante como fonte de informação para o
aprendizado, durante os últimos três anos, 2000 a 2002? Favor indicar o grau de importância
utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância é 3 é alta importância.
Coloque
107
O se não for relevante para a sua empresa. Indicar a formalização utilizando l para formal e 2 para
informal. Quanto à localização utilizar l quando localizado no arranjo, 2 no estado, 3 no Brasil, 4 no
exterior. (Observe no Box 3 os conceitos sobre formas de aprendizado).
Grau de Im
p
ortância Formalização Localização
Fontes Internas
De
p
artamento de P & D
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
Área de
p
rodu
ç
ão
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
Á
reas de vendas e marketing, serviços internos de
atendimento ao cliente
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2)
Outros
(
es
p
ecifi
q
ue
)
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
Fontes Externas
Outras em
p
resas dentro do
g
ru
p
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Em
p
resas associadas
(j
oint venture
)
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Fornecedores de insumos
(
e
q
ui
p
amentos
,
materiais
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Clientes
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Concorrentes
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Outras em
p
resas do Seto
r
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Em
p
resas de consultori
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Universidades e Outros Institutos de Pes
q
uisa
Universidades
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Institutos de Pes
q
uis
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Centros de capacitação profissional, de assistência
técnica e de manutenção
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
Institui
ç
ões de testes
,
ensaios e certifica
ç
ões
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Outras fontes de informa
ç
ão
Licen
ç
as
,
p
atentes e "kno
w
-how"
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Conferências, Seminários, Cursos e Publicações
Es
p
ecializadas
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
Feiras
,
Exibi
ç
ões e Lo
j
as
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
(
D
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Encontros de Lazer
(
Clubes
,
Restaurantes
,
etc
)
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Associações empresariais locais (inclusive consórcios
de ex
p
ortações
)
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
Informações de rede baseadas na internet ou
computador
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
BOX 4
O significado genérico de cooperação é o de trabalhar em comum, envolvendo relações de confiança mútua e
coordenação, em níveis diferenciados, entre os agentes.
Em arranjos produtivos locais, identificam-se diferentes tipos de cooperação, incluindo a cooperação produtiva
visando a obtenção de economias de escala e de escopo, bem como a melhoria dos índices de qualidade e
produtividade; e a cooperação inovativa, que resulta na diminuição de riscos, custos, tempo e, principalmente,
no aprendizado interativo, dinamizando o potencial inovativo do arranjo produtivo local. A cooperação pode
ocorrer por meio de:
intercâmbio sistemático de informações produtivas, tecnológicas e mercadológicas (com clientes,
fornecedores, concorrentes e outros)
interação de vários tipos, envolvendo empresas e outras instituições, por meio de programas comuns de
treinamento, realização de eventos/feiras, cursos e seminários, entre outros
integração de competências, por meio da realização de projetos conjuntos, incluindo desde melhoria de
produtos e processos até pesquisa e desenvolvimento propriamente dita, entre empresas e destas com outras
instituições
l. Durante os últimos três anos, 2000 a 2002, sua empresa esteve envolvida em atividades
cooperativas , formais ou informais, com outra (s) empresa ou organização? (observe no Box 4 o
conceito de cooperação).
(
)
1.
Sim
( )2.
Não
108
8. Em caso afirmativo, quais dos seguintes agentes desempenharam papel importante como
parceiros, durante os últimos três anos, 2000 a 2002? Favor indicar o grau de importância utilizando
a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não
for relevante para a sua empresa. Indicar a formalização utilizando l para formal e 2 para informal.
Quanto a localização utilizar l quando localizado no arranjo, 2 no estado, 3 no Brasil, 4 no exterior.
A
g
entes Im
p
ortância
Formaliza
ç
ão Localiza
ç
ão
Em
p
resas
Outras em
p
resas dentro do
g
ru
p
o
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Em
p
resas associadas
(j
oint venture
)
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Fornecedores de insumos
(
e
q
ui
p
amentos, materiais,
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
Clientes
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Concorrentes
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Outras em
p
resas do seto
r
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Em
p
resas de consultori
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Universidades e Institutos de Pes
q
uisa
Universidades
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Institutos de
p
es
q
uis
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Centros de capacitação profissional de
assistência técnica e de manuten
ç
ão
(0)
(1)
(2) (3) (1) (2) (1) (2) (3) (4)
Institui
ç
ões de testes
,
ensaios e certifica
ç
ões
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Outras A
g
entes
Re
p
resenta
ç
ão
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Entidades Sindicais
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
Ór
os de a
p
oio e
p
romo
ç
ão
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
A
g
entes financeiros
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
(
1
)
(
2
)
d
)
(
2
)
(
3
)
(
4
)
9. Qual a importância das seguintes formas de cooperação realizadas durante os últimos três anos,
2000 a 2002 com outros agentes do arranjo? Favor indicar o grau de importância utilizando a
escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for
relevante para a sua empresa.
Descri
ç
ão Grau de Im
p
ortância
Com
p
ra de insumos e e
q
ui
p
amentos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Venda con
j
unta de
p
rodutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Desenvolvimento de Produtos e
p
rocessos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Desi
g
n e estilo de Produtos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Ca
p
acita
ç
ão de Recursos Humanos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Obten
ç
ão de financiamento
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Reivindica
ç
ões
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Partici
p
a
ç
ão con
j
unta em feiras
,
etc
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Outras: es
p
ecifica
r
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
lO.Caso a empresa já tenha participado de alguma forma de cooperação com agentes locais, como
avalia os resultados das ações conjuntas já realizadas. Favor indicar o grau de importância
utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e3 é alta importância. Coloque
O se não for relevante para a sua empresa.
Descri
ç
ão Grau de Im
p
ortância
Melhoria na
q
ualidade dos
pr
odutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Desenvolvimento de novos
p
rodutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Melhoria nos
p
rocessos
p
rodutivos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Melhoria nas condi
ç
ões de fornecimento dos
p
rodutos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Melhor ca
p
acita
ç
ão de recursos humanos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Melhoria nas condi
ç
ões de comercializa
ç
ão
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Introdu
ç
ão de inova
ç
ões or
g
anizacionais
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Novas o
p
ortunidades de ne
g
ócios
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
109
Promo
ç
ão de nome/marca da em
p
resa no mercado
(
0
)
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Maior inser
ç
ão da em
p
resa no mercado externo
(
0
)
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Outras: es
p
ecifica
r
(
0
)
(
1
)
(
2
)
(
3
)
11.Como resultado dos processos de treinamento e aprendizagem, formais e informais, acima
discutidos, como melhoraram as capacitações da empresa. Favor indicar o grau de importância
utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque
O se não for relevante para a sua empresa.
Descri
ç
ão Grau de Im
p
ortância
Melhor utilização de técnicas produtivas, equipamentos,
insumos e com
p
onentes
(0)
(1)
(2) (3)
Maior capacitação para realização de modificações e melhorias
em
p
rodutos e
p
rocessos
(0)
(1)
(2) (3)
Melhor ca
p
acita
ç
ão
p
ara desenvolver novos
p
rodutos e
p
rocessos
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Maior conhecimento sobre as características dos mercados de
atua
ç
ão da em
p
res
a
(0)
(1)
(2) (3)
Melhor ca
p
acita
ç
ão administrativ
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
IV - ESTRUTURA, GOVERNANÇA E VANTAGENS ASSOCIADAS AO AMBIENTE
LOCAL
BOX5
Governança diz respeito aos diferentes modos de coordenação, intervenção e participação, nos processos de
decisão locais, dos diferentes agentes Estado, em seus vários níveis, empresas, cidadãos e trabalhadores,
organizações não-governamentais etc. —; e das diversas atividades que envolvem a organização dos fluxos de
produção, assim como o processo de geração, disseminação e uso de conhecimentos.
Verificam-se duas formas principais de governança em arranjos produtivos locais. As hierárquicas são aquelas
em que a autoridade é claramente internalizada dentro de grandes empresas, com real ou potencial capacidade
de coordenar as relações econômicas e tecnológicas no âmbito local.
A governança na forma de "redes" caracteriza-se pela existência de aglomerações de micro, pequenas e
médias empresas, sem grandes empresas localmente instaladas exercendo o papel de coordenação das
atividades econômicas e tecnológicas. São marcadas pela forte intensidade de relações entre um amplo número
de agentes, onde nenhum deles é dominante.
1. Quais são as principais vantagens que a empresa tem por estar localizada no arranjo? Favor
indicar o grau de importância utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e
3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a sua empresa.
Externalidades Grau de importância
Disponibilidade de mão-de-obra qualificada
(0)
(1)
(2) (3)
Baixo custo da mão-de-obra
(0)
(1)
(2) (3)
Proximidade com os fornecedores de insumos e
matéria
p
rima
(0)
(1)
(2) (3)
Proximidade com os clientes/consumidores
(0)
(1)
(2) (3)
Infra-estrutura física (energia, transporte,
(0)
(1)
(2) (3)
Proximidade com produtores de equipamentos
(0)
(1)
(2) (3)
Disponibilidade de serviços técnicos especializados
(0)
(1)
(2) (3)
Existência de programas de apoio e promoção
(0)
(1)
(2) (3)
Proximidade com universidades e centros de
(0)
(1)
(2) (3)
Outra. Citar:
(0)
(1)
(2) (3)
110
2. Quais as principais transações comerciais que a empresa realiza localmente (no município ou rego)?
Favor indicar o grau de importância atribuindo a cada forma de capacitação utilizando a escala,
onde l é baixa importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for
relevante para a sua empresa.
Tipos de transações Grau de importância
Aquisição de insumos e matéria prima (0)
(1)
(2) (3)
Aquisição de equipamentos (0)
(1)
(2) (3)
Aquisição de componentes e peças
Aquisição de serviços (manutenção, marketing, etc.) (0)
(1)
(2) (3)
Vendas de produtos (0)
(1)
(2) (3)
3. Qual a importância para a sua empresa das seguintes características da mão-de-obra local? Favor
indicar o grau de importância utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média importância e
3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a sua empresa.
Características Grau de importância
Escolaridade for
m
al de 1° e 2°
g
raus
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Escolaridade em nível su
p
erior e técnico
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Conhecimento
p
rático e/ou técnico na
p
rodução
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Disci
p
lin
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Flexibilidade
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Criatividade
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Ca
p
acidade
p
ara a
p
render novas
q
ualificações
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Outros. Citar: (0)
(1)
(2) (3)
111
4.A empresa atua como subcontratada ou subcontratante de outras empresas, através de contrato ou
acordo de fornecimento regular e continuado de peças, componentes, materiais ou serviços?
Identifique o porte das empresas envolvidas assinalando l para Micro e Pequenas Empresas e 2 para
Grandes e Médias empresas.
4.1 Sua empresa mantém relações de subcontratação com outras empresas ?
| (l)Sim | (2)Não |
Caso a resposta seja negativa passe para a questão 7
4.2 Caso a resposta anterior seja afirmativa, identifique:
Sua empresa é: Porte da empresa subcontratante
Subcontratada de em
p
resa loca
l
(
1
)
(
2
)
Subcontratada de em
p
resas localizada fora do arran
j
o
(
1
)
(
2
)
Porte da em
p
resa subcontratada
Subcontratante de em
p
resa loca
l
(
1
)
(
2
)
Subcontratante de empresa de fora do arranjo (1) (2)
5.Caso sua empresa seja subcontratada, indique o tipo de atividade que realiza e a localização da
empresa subcontratante: l significa que a empresa não realiza este tipo de atividade, 2 significa que a
empresa realiza a atividade para uma subcontratante localizada dentro do arranjo, e 3 significa que a
empresa realiza a atividade para uma subcontratante localizada fora do arranjo.
Tipo de atividade
Localização
Fornecimentos de insumos e com
p
onentes
(1)
(
2
)
(
3
)
Etapas do processo produtivo (montagem, embalagem, etc.) (1)
(
2
)
(
3
)
Serviços especializados na produção (laboratoriais, engenharia, manutenção, certificação, etc.) (1)
(
2
)
(
3
)
Administrativas (gestão, processamento de dados, contabilidade, recursos humanos) (1)
(
2
)
(
3
)
Desenvolvimento de produto (design, projeto, etc.)
(1)
(
2
)
(
3
)
Comercialização
(1)
(
2
)
(
3
)
Serviços gerais (limpeza, refeições, transporte, etc) (1)
(2) (3)
6. Caso sua empresa seja subcontratante indique o tipo de atividade e a localização da empresa
subcontratada: l significa que a empresa não realiza este tipo de atividade, 2 significa que sua empresa
subcontrata esta atividade de outra empresa localizada dentro do arranjo, e 3 significa que sua empresa
subcontrata esta atividade de outra empresa localizada fora do arranjo.
Tipo de atividade
Localização
Fornecimentos de insumos e com
p
onentes
(1)
(
2
)
(
3
)
Etapas do processo produtivo (montagem, embalagem, etc.) (1)
(
2
)
(
3
)
Serviços especializados na produção (laboratoriais, engenharia, manutenção, certificação, etc.) (1)
(
2
)
(
3
)
Administrativas (gestão, processamento de dados, contabilidade, recursos humanos) (1)
(
2
)
(
3
)
Desenvolvimento de produto (design, projeto, etc.)
(1)
(
2
)
(
3
)
Comercialização
(1)
(
2
)
(
3
)
Serviços gerais (limpeza, refeições, transporte, etc) (1)
(2) (3)
112
7. Como a sua empresa avalia a contribuição de sindicatos, associações, cooperativas, locais no
tocante às seguintes atividades: Favor indicar o grau de importância utilizando a escala, onde l é baixa
importância, 2 é média importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a sua
empresa.
Tipo de contribuição Grau de importância
Auxílio na definição de objetivos comuns para o arranjo produtivo
(0)
(1)
(2) (3)
Estímulo na percepção de visões de futuro para ação estratégica
(0)
(1)
(2) (3)
Disponibilização de informações sobre matérias-primas, equipamento,
assistência técnica, consultoria, etc.
(0)
(1)
(2) (3)
Identificação de fontes e formas de financiamento
(0)
(1)
(2) (3)
Promoção de ações cooperativas
(0)
(1)
(2) (3)
Apresentação de reivindicações comuns
(0)
(1)
(2) (3)
Criação de fóruns e ambientes para discussão
(0)
(1)
(2) (3)
Promoção de ações dirigidas a capacitação tecnológica de empresas
(0)
(1)
(2) (3)
Estímulo ao desenvolvimento do sistema de ensino e pesquisa local
(0)
(1)
(2) (3)
Organização de eventos técnicos e comerciais
(0)
(1)
(2) (3)
V - POLÍTICAS PUBLICAS E FORMAS DE FINANCIAMENTO
1. A empresa participa ou tem conhecimento sobre algum tipo de programa ou ações específicas
para o segmento onde atua, promovido pelos diferentes âmbitos de governo e/ou instituições abaixo
relacionados:
Instituição/esfera governamental 1. Não tem conhecimento
2. Conhece, mas não
participa
3. Conhece e participa
Governo federa
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Governo estadua
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Governo local/munici
p
a
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
SEBRAE
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Outras Instituições
(1) (2) (3)
2. Qual a sua avaliação dos programas ou ações específicas para o segmento onde atua, promovido
pelos diferentes âmbitos de governo e/ou instituições abaixo relacionados:
Instituição/esfera governamental 1. Avaliação positiva 2. Avaliação negativa
3. Sem elementos para
avaliação
Governo federa
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Governo estadua
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Governo local/munici
p
a
l
(
1
)
(
2
)
(
3
)
SEBRAE
(
1
)
(
2
)
(
3
)
Outras Instituições
(
D
(
2
)
(
3
)
113
3. Quais políticas públicas poderiam contribuir para o aumento da
eficiência competitiva das empresas do arranjo? Favor indicar o grau de
importância utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média
importância e 3 é alta importância. Coloque O se não for relevante para a sua
empresa.
4. Indique os principais obstáculos que limitam o acesso da empresa as
fontes externas de financiamento: Favor indicar o grau de importância
utilizando a escala, onde l é baixa importância, 2 é média imporncia e 3 é alta
importância. Coloque O se não for relevante para a sua empresa.
Limitações Grau de importância
Inexistência de linhas de crédito ade
q
uadas às necessidades da em
p
res
a
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Dificuldades ou entraves burocráticos
p
ara se utilizar as fontes de financiamento
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Exi
g
ência de aval/
g
arantias
p
or
p
arte das institui
ç
ões de financiamento
(
0
)
(1)
(
2
)
(
3
)
Entraves fiscais
q
ue im
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