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"Houve interesse pela proposta apresentada por algumas razões:
- O Centro Paula Souza já desenvolvia, através da CETEC, o Projeto Alimentos,
em algumas ETEs, com apoio da VITAE
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. Era um projeto interdisciplinar e inter-
habilitações, que chamava fortemente a atenção dos alunos pois proporcionava a
aprendizagem em circunstâncias quase reais.
- Sua preocupação em relação às escolas agrícolas era grande uma vez que lhe
eram desconhecidas, e em algumas visitas às escolas constatou "desmotivação dos
alunos, que chegavam a atitudes de abandono", bem como uma aparente acomodação
dos professores. Percebia a potencialidade das escolas, que eram fazendas relativamente
estruturadas embora defasadas em termos de equipamentos.
O Projeto Cooperativa-Escola, ao ser apresentado, revelou-se interdisciplinar,
onde aconteceria a prática contextualizando a teoria, o que logo chamou sua atenção.
Viu também, num segundo momento, oportunidade de auto-sustentação das
escolas e de melhoria da qualidade de vida dos alunos, além da perspectiva de
comercialização da produção para viabilizar outros projetos.
Já havia, na época, um levantamento do custo/aluno das ETEs e ETAs, e um
estudo dos investimentos necessários para a melhoria da qualidade de ensino. Os estudos
revelavam também o "mau uso dos bens públicos, inclusive por parte dos diretores, e os
alunos eram considerados mão-de-obra. Poucas escolas eram bem gerenciadas e viáveis.
E havia ainda, para complicar mais, o internato!"
Acreditava que a Cooperativa-Escola, por ser conduzida pelos alunos, poderia
ajudar a controlar a gestão da escola.
Foi elaborado pelo Centro Paula Souza um plano de recuperação gradativa das
escolas.
Na análise da entrevistada, do ponto de vista institucional a aprovação do projeto
pelo Conselho Deliberativo do Centro Paula Souza foi influenciada pelas possibilidades
de geração da auto-suficiência das fazendas, uma vez que a busca de recursos extra-
governamentais era bem vista. A melhoria pedagógica seria um complemento bem vindo.
'Quanto à educação cooperativista prevista nos objetivos do projeto, eu não tinha
grandes expectativas de que fosse generalizada. Tinha pouco tempo de experiência
cooperativa, mas via o cooperativismo como semente, fazendo a diferença naqueles em
que batesse positivamente. Na verdade, achava que os alunos eram muito jovens, e sabia
que o cooperativismo exigia fortes mudanças de postura e de paradigmas. Talvez os
alunos não conseguissem absorver as mudanças, mas ao mesmo tempo acredito que, se
10% absorve e repassa, a onda vai se ampliando.'
Por estar afastada do Centro Paula Souza há mais de sete anos, não tem
informações atualizadas para fazer qualquer tipo de análise mais aprofundada."
Visando a busca de apoio financeiro, o projeto foi encaminhado à VITAE- Apoio à
Cultura, Educação e Promoção Social, instituição sem fins lucrativos que, durante sua
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VITAE – Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social – instituição sem fins lucrativos .