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menor custo de produção; e melhor cobertura da superfície da planta e do solo, possibilitando
a prevenção contra uma gama de patógenos, notadamente doenças causadas por Botrytis
cinera Pers. Fr. (mofo cinzento), Rhizoctonia solani (tombamentos e podridões), Sclerotinia
sclerotiorum (mofo branco). Apesar de que no Brasil, a fungigação na cultura do feijão é
empregada pelos agricultores há alguns anos sem o devido respaldo da pesquisa, onde
baseados em suas próprias observações, realizam aplicações de fungicidas, sem o
conhecimento dos riscos ambientais e à saúde que a técnica, quando utilizada de maneira
inadequada, pode acarretar (CUNHA et al., 1999 e PINTO, 1994).
Em estudo de fungigação conduzido para controle do mofo branco nos EUA e no
Brasil, verificou-se que essa técnica é eficiente para o controle de muitas doenças, mesmo com
volume de água superior a 50.000 L ha
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. Segundo esses autores, a redução do resíduo de
fungicida no alvo, causada pelo grande volume de água usada na fungigação em relação aos
métodos convencionais, pode ser compensada, em alguns fatores como: a) melhor distribuição
do fungicida no dossel da planta, b) maior redução do inoculo na planta e no solo, c) absorção
de fungicida sistêmicos pelas raízes, d) melhor uniformidade de distribuição do produto pelo
pivô central. Além de reduzir muito o custo de aplicação do fungicida, essa técnica tem
vantagens como não causar compactação do solo e danos mecânicos às plantas, e, dependendo
do fungicida, proporciona melhor controle de patógenos de solo que os métodos convencionais
(VIEIRA e SUMNER, 1999).
McMaster e Douglas (1976), relatam que o alto volume de água aplicada parece
causar uma distribuição mais uniforme do produto através de toda a planta, atingindo a parte
inferior da folhagem. Essa melhor redistribuição contribui a uma boa efetividade, ainda que
seja pequena a concentração do produto na água de irrigação.
Para se obter maior uniformidade de distribuição dos fungicidas aplicados via água,
deve-se selecionar as formulações de baixíssima solubilidade em água, pois isso evitará a
rápida injeção do produto na tubulação de recalque e de aspersão e auxiliará a uniformidade de
distribuição do produto nos aspersores. Os fungicidas devem ser usados, preferencialmente, na
mesma dose recomendada para a aplicação convencional (BRITO, 2005).
A cobertura foliar obtida depende da formulação do fungicida, da quantidade de
água e da uniformidade da irrigação, sendo a formulação do fungicida o fator mais importante
(THE IRRIGATION ASSOCIATION, 2000). A adição de óleos não-emulsionáveis (derivados