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As pessoas são a somatória de valores que recebem e aprendem a todo o momento.
Cada uma é influenciada por sua família, por seus amigos, pelo ambiente, pelo clima, pela
cultura intelectual e social. Reforçando a idéia dos reais estimuladores criativos que rodeiam o
homem, De Masi afirma:
A prodigiosa evolução do homem dependeu sobretudo da sua própria criatividade,
estimulada e enriquecida pela influência de três tipos de fatores interativos: os
ambientais (clima, relevo, alimentação, doenças etc.); os genéricos
(consangüinidade, troca de genes, hereditariedade, mutações, fecundidade etc.); os
culturais (fatores que regulam a natalidade, a mortalidade, as migrações, os usos, os
costumes, as linguagens, as ideologias, as técnicas, as manufaturas, os signos etc.)
(2005, p. 41).
Analisando essas influências e o momento em que os indivíduos estão hoje inseridos,
percebe-se que a tecnologia pode ser o atual estímulo para a criatividade:
Hoje, meu cérebro é composto também pelo cérebro dos meus colaboradores e dos
meus amigos, é constituído pelos meus livros e pelos livros deles, pelo meu
computador e pelos deles, é formado pelo meu relógio, pelo meu celular, pela minha
secretária eletrônica, pelos meus discos e pela Internet, à qual me conecto. Em
positivo e em negativo, tudo aquilo que crio não é criado somente por mim, mas
também por todas essas pessoas e por essas próteses cerebrais (...). No terceiro
milênio depois de Cristo, a criatividade individual é somente uma abstração ou um
delírio de onipotência (DE MASI, 2005, p. 47).
Devido a isso, percebe-se a notória importância da formação criativa dentro das novas
tecnologias de comunicação, para que sua utilização permita ir além do que está óbvio na
ferramenta. “O ‘produto’ da criatividade do professor são oportunidades para que indivíduos e
grupos experimentem e aprendam” (MIEL, 1972, p. 26).
Para Moran (2003), o processamento da informação acontece cada vez mais, em nosso
cérebro, de forma multimídica, juntando pedaços de diversas linguagens sobrepostas
simultaneamente, formando, assim, um mosaico impressionista, que se conectam com outras
telas, também multimídicas. Isso reforça a representação que a tecnologia pode fazer da
própria estrutura do pensamento e, por meio disso, desenvolver de diferentes formas a
imaginação e a criação.
O que se fala hoje, de atualização tecnológica, abre novo horizonte para a
comunicação digital, para uma nova forma de linguagem, mais atraente e expressiva, embora
mais efêmera e superficial, mas sobretudo dinâmica e flexível, adaptável ao aprofundamento
que se precisa dar a cada público distinto.
Leite (1995, p. 115), da Escola Superior de Desenho Industrial do Rio de Janeiro,
complementa: “a construção do futuro depende de um homem com visão de todo, caminhante