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e “pool” de Ae. aegypti, os sorotipos 1 e 4 do vírus dengue (Osanai et al., 1983). Em 1986, no
estado do Rio de Janeiro, cidade de Nova Iguaçu, foi registrado o primeiro caso de dengue tipo 1
e uma epidemia causada por este sorotipo se estendeu até 1987, com aproximadamente 140.000
casos reportados (Schatzmayr et al., 1986; Miagostovich et al., 1993). Os estados de Alagoas e
Ceará, em 1986, e Mato Grosso do Sul, em 1987, também foram afetados pelo sorotipo 1 do vírus
dengue (Ministério da Saúde, 1990). Em 1987, um surto foi registrado em São Paulo, sendo
controlado em 1990 (Figueiredo, 1996).
A partir de abril de 1990, começaram a surgir casos de dengue tipo 2 no Rio de Janeiro e
Niterói, exatamente quatro anos após a primeira detecção de dengue-1, fato provavelmente
resultante de uma mesma rota de entrada utilizada pelos vetores durante o verão (Nogueira et al.,
1990). Entre os meses de maio e abril do mesmo ano, foram isoladas representantes do sorotipo 1
de dengue em Niterói, indicando a co-circulação desses dois sorotipos (Nogueira et al., 1990 e
1993). O sorotipo 2 de dengue também foi detectado em Tocantins e Alagoas, indicando a rápida
disseminação do vírus (Nogueira et al., 1993). A introdução do tipo 2 resultou no surgimento de
infecções mais graves acompanhadas de DHF/DSS, com 283 casos classificados como DHF em
1991 (Nogueira et al., 1991; Dias et al., 1991). O número de casos reportados de dengue sorotipo
1 diminuiu após 1991, fato que se deu pelo aumento do número de casos relacionados ao tipo 2,
ao status de imunidade atingido pela população contra o tipo 1, bem como a susceptibilidade ao
novo sorotipo (Nogueira et al., 1993).
O sorotipo 3 do vírus dengue foi isolado a partir de um caso importado de um paciente
residente em Limeira, estado de São Paulo, no ano de 1998 (Rocco et al., 2001). Em janeiro de
2001 na cidade de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, este sorotipo foi isolado de uma paciente que
apresentava sinais e sintomas de dengue clássico (Nogueira et al., 2001). O den-3 foi responsável
pela epidemia mais grave já observada, até então, no estado do Rio de Janeiro, durante os verões
de 2001 e 2002, com 288.245 casos notificados de dengue, incluindo 91 mortes por infecções
primárias causadas por esse sorotipo (De Simone et al., 2004; Nogueira et al., 2002).
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, no ano de 2007 foram
registrados 23.399 casos de dengue no município do Rio de Janeiro, e só nos dois primeiros
meses de 2008, este número já atinge mais de 10.000 casos, mostrando a grave situação de surto
epidêmico nesta localidade. (Secretaria Municipal de Saúde – RJ). Dada a responsabilidade do
estado do Rio de Janeiro na introdução e disseminação dos sorotipos 1, 2 e 3 de dengue, sua
importância na epidemiologia desta doença no Brasil é clara e, como um importante centro