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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
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Dissertação submetida à
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
como parte dos requisitos para a obtenção do grau de
MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA
CARLOS ALBERTO PEREIRA DE QUEIROZ LION FILHO
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Natal RN
Maio de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
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CARLOS ALBERTO PEREIRA DE QUEIROZ LION FILHO
Orientador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), convênio
com o Centro Federal de Educação Tecnológica da
Bahia (CEFET-BA), como requisito para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Mecânica.
Orientador: Profº Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza
Natal RN
Maio de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
CONSTRUÇÃO E ANÁLISE DE DESEMPENHO DE UM FOGÃO SOLAR À CONCENTRAÇÃO
UTILIZANDO DOIS FOCOS PARA COZIMENTO DIRETO
CARLOS ALBERTO PEREIRA DE QUEIROZ LION FILHO
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de
MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA
sendo aprovada em sua forma final.
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BANCA EXAMINADORA
_________________________________
Luiz Guilherme Meira de Souza
__________________________________
José Ubiragi de Lima Mendes
__________________________________
Caubi Ferreira de Souza Júnior
A minha esposa Luciene
e meu filho Pedro
dedico este trabalho
.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Professor Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza pelo apoio dado às
idéias e pelo incentivo constante.
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia e a Universidade Federal do
Rio Grande do Norte pela oportunidade de realização do Mestrado.
Ao Aldo pela colaboração no desenvolvimento das idéias e pela participação em todas
as etapas de execução do protótipo.
A todos que direta ou indiretamente, perto ou distante, presentes ou ausentes,
contribuíram para a realização desta pesquisa.
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... .... 16
1.1 Apresentação do Trabalho........................................................................................ 17
1.2 Objetivos..................................................................................................................... 18
1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................ .............18
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................... ..............18
2 ESTADO DA ARTE.................................................................................................. 20
2.1 A Energia Solar......................................................................................................... 20
2.2 Potencial Solar..........................................................................................................22
2.3 Processos de Aproveitamento................................................................................... 23
2.4 Os Coletores de Média Concentração...................................................................... 24
2.5 O Uso do Fogão Solar................................................................................................26
2.5.1 Histórico.......................................................................................................................27
2.5.2 Vantagens do uso dos fogões solares na zona rural......................................................28
2.5.3 Tipos de fogões solares.................................................................................................29
2.5.3.1 Fogão tipo caixa................................................................................... ......................30
2.5.3.2 Fogão concentrador....................................................................................................31
2.5.3.3 Cozinhas aquecidas por coletores de placa plana........................................................37
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................... 38
3.1 Processos de Fabricação e Montagem do Fogão Solar Proposto........................... 38
3.2 Metodologia dos Ensaios........................................................................................... 47
3.3 Fundamentação Teórica............................................................................................ 49
4 ANÁLISES DOS RESULTADOS............................................................................ 55
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES............................................................................. 86
5.1 Conclusões.................................................................................................................. 86
5.2 Sugestões..................................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 88
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Mapa da radiação global diária– (Brasil – 1998)... ......................................21
Figura 2.2 Focalização pontual em função da geometria da superfície refletora ..........24
Figura 2.3 Focalização linear em função da geometria da superfície refletora..............25
Figura 2.4 Fogão solar tipo caixa construído no LMHES – UFRN ............................. 31
Figura 2.5 Cozinha solar utilizando fogão concentrador Scheffler .............................. 32
Figura 2.6 Concentrador retangular (EUA)...................................................................32
Figura 2.7 Fogão solar à concentração construído no LES-UFPB............................... 33
Figura 2.8 Refletor parabólico com distância focal reduzida....................................... 33
Figura 2.9 Fogão solar à concentração com superfície refletora composta por 24
segmentos de alumínio polido Espanha.................................................................................. 33
Figura 2.10 Fogão solar esférico reflexivo.................................................................... 34
Figura 2.11 Fogão solar de geometria alternativa........................................................... 34
Figura 2.12 Fogão solar FRESNEL................................................................................ 34
Figura 2.13 Fogão solar à concentração construído a partir de uma antena parabólica...34
Figura 2.14 Fogão solar à concentração tipo borboleta – Quênia................................... 35
Figura 2.15 Cozinha Scheffler composta de 84 refletores de 10m
2
em um cetro de IOGA
na Índia..................................................................................................................................... 35
Figura 2.16 Fogão solar construído de estrume e barro com duas parábolas (Nepal).... 36
Figura 2.17 Vistas do fogão solar construído no LMHES – UFRN (a), (b) e (c)........... 36
Figura 2.18 Fogão solar construído na Universidade Federal do Ceará......................... 37
Figura 3.1 Raio da superfície de captação.....................................................................39
Figura 3.2 Traçado do perfil do parabolóide a partir do centro da circunferência ....... 39
Figura 3.3 Traçado do perfil do parabolóide ................................................................ 40
Figura 3.4 Perfil do parabolóide.................................................................................... 40
Figura 3.5 Vistas do perfil do parabolóide (a), (b) e (c).............................................. 41
Figura 3.6 Visualização funcional e posição de utilização do parabolóide ..................41
Figura 3.7 Perfil padrão para a construção do molde .................................................. 42
Figura 3.8 Estrutura de fixação do perfil padrão........................................................... 42
Figura 3.9 Molde de concreto utilizado para obtenção do parabolóide ........................43
Figura 3.10 Ferramenta para corte de espelhos ............................................................. 44
Figura 3.11 Superfície de espelho
...........................................................................
.................... 45
Figura 3.12 Detalhes da estrutura de barra chata do fogão (a) e (b)............................... 45
Figura 3.13 Detalhes do mecanismo de acompanhamento do movimento aparente do sol
(a), (b) e (c).............................................................................................................................. 46
Figura 3.14 Vistas do fogão solar construído no LMHES – UFRN (a), (b) e (c)........... 47
Figura 3.15 Curva de calibração do termopar utilizado ................................................. 48
Figura 3.16 Esquema global do processo de conversão da energia solar em energia
térmica .................................................................................................................................... 49
Figura 3.17 Fluxo de energia do sistema de captação-conversão de radiação solar em
energia térmica ........................................................................................................................ 50
Figura 4.1 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo ................................................................................................ 60
Figura 4.2 Comportamento da radiação solar global média no 1° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 61
Figura 4.3 Comportamento da radiação solar direta média no 1° dia de ensaio com o
fogão em estudo...................................................................................................................... 61
Figura 4.4 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo................................................................................................. 62
Figura 4.5 Comportamento da radiação solar direta média no 2° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 62
Figura 4.6 Comportamento da radiação solar global média no 2° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 63
Figura 4.7 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo................................................................................................. 64
Figura 4.8 Comportamento da radiação solar global média no 3° dia de ensaio com o
fogão em estudo...................................................................................................................... 64
Figura 4.9 Comportamento da radiação solar direta média no 3° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 65
Figura 4.10 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo................................................................................................. 66
Figura 4.11 Comportamento da radiação solar global média no 4° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 66
Figura 4.12 Comportamento da radiação solar direta média no 4° dia de ensaio com o
fogão em estudo....................................................................................................................... 67
Figura 4.13 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo ................................................................................................ 68
Figura 4.14 Comportamento da radiação solar global média no 5° dia de ensaio com o
fogão em estudo ...................................................................................................................... 68
Figura 4.15 Comportamento da radiação solar direta média no 5° dia de ensaio com o
fogão em estudo ...................................................................................................................... 69
Figura 4.16 Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no dia de
ensaio com o fogão em estudo................................................................................................. 70
Figura 4.17 Comportamento da radiação solar global média no 6° dia de ensaio com o
fogão em estudo ...................................................................................................................... 70
Figura 4.18 Comportamento da radiação solar direta média no 6° dia de ensaio com o
fogão em estudo ...................................................................................................................... 71
Figura 4.19 Comportamento das temperaturas médias nos dois focos em todos os dias de
ensaio ...................................................................................................................................... 72
Figura 4.20 Comportamento da radiação global média em todos os dias de ensaio...... 72
Figura 4.21 Comportamento das temperaturas máximas atingidas nos dois focos durante
todos os dias de ensaio............................................................................................................ 73
Figura 4.22 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 08:00 às
09:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 76
Figura 4.23 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 09:00 às
10:00 em todos os dias de ensaio..............................................................................................76
Figura 4.24 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 10:00 às
11:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 77
Figura 4.25 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 11:00 às
12:00 em todos os dias de ensaio ............................................................................................ 77
Figura 4.26 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 12:00 às
13:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................ 78
Figura 4.27 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 13:00 às
14:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 78
Figura 4.28 Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 14:00 às
15:00 em todos os dias de ensaio..............................................................................................79
Figura 4.29 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 08:00 às
09:00 em todos os dias de ensaio sol....................................................................................... 79
Figura 4.30 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 09:00 às
10:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 80
Figura 4.31 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 10:00 às
11:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 80
Figura 4.32 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 11:00 às
12:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 81
Figura 4.33 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 12:00 às
13:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 81
Figura 4.34 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 13:00 às
14:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 82
Figura 4.35 Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 14:00 às
15:00 em todos os dias de ensaio............................................................................................. 82
Figura 4.36 Comportamento das temperaturas médias horárias por foco em função do
tempo durante os seis dias de ensaio........................................................................................ 83
Figura 4.37 Comportamento da radiação direta em função do tempo durante os seis dias
de ensaio................................................................................................................................... 83
Figura 4.38 Cozimento de alimentos no fogão em estudo.............................................. 84
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Fatores de concentração e numero anual de ajustes do concentrador ................26
Tabela 4.1 Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 1
................
57
Tabela 4.2 Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 2..............58
Tabela 4.3 Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 3............. 58
Tabela 4.4 Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 4............. 58
Tabela 4.5 Tempo de ebulição da água em função das irradiações médias......................... 59
Tabela 4.6 Dados obtidos no 1º dia de ensaio com o fogão solar........................................ 60
Tabela 4.7 Dados obtidos no 2º dia de ensaio com o fogão solar........................................ 61
Tabela 4.8 Dados obtidos no 3º dia de ensaio com o fogão solar ....................................... 63
Tabela 4.9 Dados obtidos no 4º dia de ensaio com o fogão solar.........................................65
Tabela 4.10 Dados obtidos no 5º dia de ensaio com o fogão solar ....................................... 67
Tabela 4.11 Dados obtidos no 6º dia de ensaio com o fogão solar........................................ 69
Tabela 4.12 Dados médios gerais de todos os dias de ensaio................................................ 71
Tabela 4.13 Dados médios horários de temperatura obtidos no foco 1 durante a realização do
teste..................................................................................................................... 75
Tabela 4.14 Dados médios horários de temperatura obtidos no foco 2 durante a realização do
teste..................................................................................................................... 75
Tabela 4.15 Tempo de cozimento de alimentos em função do tipo de fogão solar............... 84
NOMENCLATURA
η
o
Eficiência ótica do sistema de captação da energia solar
η
t
Eficiência de conversão térmica
η
u
Eficiência útil de conversão
η
G
Eficiência global do sistema
ρ Refletividade do concentrador (%)
α
p
Absortividade da panela (%)
α
a
Absortividade do absorvedor (%)
ε Emissividade do absorvedor
σ Constante de Stefan-Boltzmann cujo valor é 5,67 x 10
-8
W/m
2
K
4
I
c
Radiação instantânea coletada pelo sistema de captação (W/m
2
)
A
c
área da superfície de coleção de energia solar (m
2
)
A
r
Área iluminada do absorvedor (m
2
)
Q
u
Potencia térmica útil (W)
T
ab
e T
a
Temperatura do fluido termodinâmico no absorvedor e no ambiente (K)
A
u
Área útil do concentrador (m
2
)
k
rd
Fração da radiação refletida que é absorvida pela panela (%)
P
abs
Potencia máxima absorvida pela panela (W)
P
perdas
Potencia perdida, perda no sistema (W)
U Coeficiente de perdas (W/m
2
. K)
T
ep
Temperatura externa da panela (K)
r
e
Raio externo da panela (m)
r
i
Raio interno da panela (m)
K
iso
Condutibilidade térmica do isolamento (W/m
2
. K)
h
ce
Coeficiente de convecção entre a superfície externa da panela e o ar ambiente
(W/m
2
. K)
K
ar
Condutividade térmica do ar (W/m
2
. K)
L Altura da panela (m)
L
a
R
Numero de Rayleigh
T
foco
Temperatura no foco (K)
T Temperatura teórica no foco do concentrador (K)
T
fp
Temperatura no fundo da panela (K)
T
agua
Temperatura da água (K)
A
foco
Área do foco (m
2
)
C Fator de concentração solar
Q
e
Calor entregue a panela (W)
Q
p(dcr)
Calor perdido por condução, convecção e radiação (W)
Q
u
Potência térmica útil (W)
P
abs
Potência absorvida pela panela (W)
RESUMO
Apresenta-se um modelo de fogão solar à concentração composto por dois segmentos
espelhados, constituindo duas semi-parábolas, obtidas através da utilização de fibra de vidro,
aplicada sobre um molde cerâmico, destinado ao cozimento de alimentos para fins
residenciais, urbanos e rurais. O espelhamento das semi-parábolas foi obtido através da
utilização de múltiplos segmentos planos de espelho de 2 mm de espessura. A estrutura das
semi-parábolas tem mobilidade de movimentos para a correção do movimento aparente do
sol. Serão apresentados detalhes técnicos dos processos de fabricação e montagem e uma
análise das viabilidades, rmica, econômica e de materiais de tal protótipo, que tem uma
conotação social importante e um aspecto primordial, que é o combate a danos ecológicos
proporcionados pela utilização, ainda em larga escala, da lenha para o cozimento dos
alimentos. Comprovou-se que é possível o cozimento simultâneo de alimentos de duas
refeições distintas para uma família de quatro pessoas.
Palavras-chave:
energia solar,
fogão solar, radiação solar, concentradores solares.
ABSTRACT
A model of a solar oven with a reflective surface composed of two mirror segments is
presented, constituting a two semi-parabolic surfaces made of fiberglass, applied on a ceramic
mold, intended to be used in residential and commercial cooking. The reflective surface of the
semi-parable is obtained with the use of multiple plain segments of 2 mm wide mirrors. The
semi-parabolic structure has visible movements that are comparable to that of the sun. The
technical details of the manufacturing and assembling processes will be presented with an
analysis of the viability of thermal, economic, and materials of such prototype. This prototype
has important social implications and primordial aspects, which combats the ecological
damages caused by the wide-scale use of firewood during cooking. It has been demonstrated
that the solar oven has the capacity to cook simultaneous two meals distinct for a family of
four.
Keywords:
solar energy, solar oven, solar radiation, solar concentrators.
1. INTRODUÇÃO
A energia, nas suas mais diversas formas, é indispensável à sobrevivência da espécie
humana. Mais do que sobreviver, o homem procurou sempre evoluir, descobrindo fontes e
formas alternativas de adaptação ao ambiente em que vive e de atendimento às suas
necessidades.
Não obstante, o aumento das necessidades energéticas da sociedade atual e a
importância do impacto da política adotada para a sociedade e o meio ambiente leva-nos a
optar por uma fonte de energia que possa suprir as necessidades da humanidade de forma
inesgotável e servir de base para um desenvolvimento sustentável.
Posto que a exaustão, escassez ou inconveniência de um dado recurso tende a ser
compensada pelo surgimento de outro, a busca de fontes de energia alternativas, em especial
renováveis e não-poluentes, como a solar e a eólica assume crucial importância.
Sendo assim, diversos países já investem na opção solar, investigando desde as
características do fluxo de radiação que chega a Terra até a tecnologia necessária para
viabilizar, em termos técnicos e econômicos, o aproveitamento dessa energia.
O Brasil também participa dessa 'corrida' para o futuro, com estudos como, por
exemplo, a avaliação da eficácia de pequenos módulos solares em regiões remotas e o
mapeamento do potencial energético solar existente no país, indispensável ao estabelecimento
de uma política nacional para o setor.
Nessa perspectiva,
uma aplicação térmica das mais simples é o fogão solar, usado na
cocção de alimentos. Seu emprego encontra aplicação na zona rural das regiões áridas e semi-
áridas do Brasil onde a extração de lenha para obtenção de energia térmica assume valores
significativos.
Considerando a população nordestina da zona rural estimada em 17.000.000 de
habitantes (IBGE, 2000), o emprego do fogão solar representaria uma redução significativa na
extração de lenha para a cocção de alimentos.
Vale ressaltar que se apenas 30% desta população empregasse o fogão solar, isto
significaria uma redução anual de 5.370.000 metros cúbicos de lenha das florestas tropicais
brasileiras.
Para que o fogão solar possa realmente ocupar o seu espaço na sociedade é necessário
antes de tudo difundir o seu uso, mostrando as vantagens e as desvantagens de sua utilização e
os cuidados que a ele devem ser dispensados para que possa realmente operar
satisfatoriamente.
Portanto, faz-se necessária a pesquisa e o desenvolvimento de todos capazes de
estabelecer soluções técnicas e economicamente viáveis para o uso de recursos renováveis
pelos setores mais distantes dos grandes centros que, economicamente incapazes da aquisição
de equipamentos oferecidos pelo mercado formal, permanecem à margem do
desenvolvimento econômico e social.
1.1. Apresentação do trabalho
A presente dissertação visa demonstrar a viabilidade da utilização de fogões solares
à concentração compostos por dois focos, podendo ser caracterizado como pesquisa aplicada
em fontes de energias alternativas, em zona rural ou urbana.
Objetivando proporcionar o cozimento simultâneo em duas panelas, construiu-se um
modelo de fogão solar cuja principal característica é a utilização de dois focos,
proporcionando a obtenção do cozimento mais rápido de uma refeição, o que representa um
diferencial de inovação tecnológica em relação aos fogões a concentração convencionais que
têm apenas um foco, o que permite apenas o cozimento de um alimento de cada vez.
Outras características desse fogão projetado e construído são a facilidade de
fabricação e montagem, o baixo custo e a simplicidade no mecanismo de movimentação e
acompanhamento da luz solar direta. Apesar de apresentar uma área relativamente grande seu
peso não é significativo e os segmentos parabólicos e a estrutura podem ser desmontados para
facilitar seu transporte.
No que diz respeito a experiências locais já foram desenvolvidas, construídas e
testadas várias gerações de fogões solares ao longo dos últimos vinte anos, com várias
geometrias e utilizando-se diferentes tipos de materiais.
O principal foco do processo construtivo de tal protótipo consistiu na escolha da
curva do parabolóide, no traçado e nos métodos construtivos e de montagem do produto final
uma vez que o rendimento ótico é uma conseqüência direta da correta conjunção de tais
fatores.
Outro aspecto importante para a obtenção de um perfil otimizado do parabolóide
que mereceu atenção para a fabricação do parabolóide otimizado foi o desenho em tamanho
real da curva, ferramenta principal para a sua reprodução em uma peça metálica a ser utilizada
para a confecção do molde.
Outro fator que diferencia o presente projeto dos demais é a área de cada espelho
utilizado para a composição da superfície refletora e a sua geometria. Os fogões solares
concentradores apresentados pela literatura são compostos por segmentos de espelhos de
dimensões bem maiores que as utilizadas nesse trabalho. Isso permite a obtenção de uma área
focal menor, produzindo, por conseguinte, um maior fator de concentração e gerando maiores
temperaturas na região focal.
O projeto original, cujo desenho da parábola foi feito através do uso do AUTOCAD,
previa uma área de 1,2 m
2
, para cada segmento, foi mudado uma vez que constatou-se que as
dimensões finais de tal fogão exigiriam uma estrutura de grande porte e complexidade para a
garantia do acompanhamento do movimento aparente do sol. Diante de tal constatação foi
feita uma única parábola de 1,5m
2
e em seguida foi bipartida, ficando cada segmento de
parábola com área de 0,75m
2
.
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo geral
Demonstrar as viabilidades térmicas, econômicas e de materiais do fogão solar bifocal
projetado para a amenização do problema gerado com a utilização massiva de lenha para a
cocção de alimentos, principalmente na zona rural, bem como, sua competitividade em
relação a outros fogões solares mostrados pela literatura.
1.2.2. Objetivos específicos
Projetar um fogão solar com dois focos à concentração a partir do estudo de fogões
com apenas um foco;
Construir um fogão solar com dois focos à concentração;
Descrever e analisar todas as etapas do seu processo construtivo;
Ensaiar tal protótipo para vários tipos de alimentos, comparando o tempo de
cozimento com os fogões descritos na literatura;
Demonstrar as facilidades de montagem, desmontagem e transporte do protótipo
construído;
Comparar resultados obtidos com fogão base unifocal construído no LES-UFRN.
2. ESTADO DA ARTE
Como o presente trabalho tem como objeto de estudo um fogão solar à concentração
compostos por dois focos, far-se-á agora uma revisão bibliográfica sobre a importância da
fonte energética solar, como também a respeito do uso de fogões solares como elemento de
promoção social e de combate ao desequilíbrio ecológico e, ainda, sobre os coletores de
média concentração, nos quais estão inseridos os fogões solares, mostrando exemplos de suas
aplicações em todo o mundo. (QUEIROZ, 2005; SOUZA, 2002; SOUZA, 2004; SOUZA,
2005; MELO, 2006).
2.1 A energia solar
O Sol é responsável pela origem de praticamente todas as outras fontes de energia. Em
outras palavras, as fontes de energia são, em última instância, derivadas da energia do Sol.
O aproveitamento dessa energia, inesgotável na escala terrestre de tempo, tanto como
fonte de calor quanto de luz, é atualmente uma das alternativas energéticas mais promissoras
para enfrentarmos os novos desafios.
O Sol fornece anualmente 1,5 x 10
18
kWh de energia para a atmosfera terrestre,
correspondendo a 10000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período de tempo.
Os países tropicais, devido a suas posições geográficas, possuem grande potencial
energético, sendo, portanto, bastante favoráveis ao uso de equipamentos solares. O Brasil,
como mostra a figura 2.1, possui significativo potencial solar com disponibilidade equivalente
a 1,13 X 10
10
GWh, em quase todo o ano, como acontece no nordeste (QUEIROZ, 2005).
Figura 2.1 – Mapa da radiação global diária – media anual típica (Wh/m
2
.dia) - Atlas de Irradiação Solar no
Brasil. 1998 (adaptado).
A radiação solar constitui-se numa inesgotável fonte energética, esse fato indica que
além de ser responsável pela manutenção da vida terrestre, tem também um grande potencial
de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outras formas de energia.
Exemplo disso é a evaporação, processo que ocorre a partir da energia do Sol, e que
possibilita o represamento das águas e a conseqüente geração hidroelétrica. Assim como
também a energia eólica utiliza-se da radiação solar quando induz a circulação atmosférica em
larga escala, causando os ventos.
Resíduos de plantas e animais que, originalmente, obtiveram a energia necessária ao
seu desenvolvimento da radiação solar, possibilitaram o surgimento de petróleo, carvão e s
natural.
Portanto, apesar da radiação solar ser convertida em diversos outros tipos de energia, o
termo "Energia Solar" muitas vezes é utilizado para expressar somente as formas de
aproveitamento da radiação solar direta.
O aproveitamento dessa radiação pode ser dividido, conforme a aplicação, segundo
quatro grupos distintos: aplicações térmicas em geral, obtenção de força motriz diversa,
obtenção de eletricidade e obtenção de energia química.
Aplicações térmicas o aquelas onde a forma de energia necessária ao processo final
é o calor, como aquecimento de água, destilação, secagem de frutas e grãos, refrigeração por
absorção e adsorção, calefação e o cozimento de alimentos através de fogões solares.
Para obter energia mecânica para tarefas específicas como bombeamento d’água,
irrigação, moagem de grãos, entre outras, as duas formas de obtenção mais comuns são a
obtenção de eletricidade por painéis fotovoltaicos e posterior alimentação de um motor
elétrico ou, através da conversão térmica e alimentação de um motor de ciclo térmico.
Na obtenção de eletricidade, os métodos de conversão mais utilizados são a conversão
termoelétrica indireta que utiliza o efeito da termoconversão para obtenção de calor e
acionamento de uma máquina térmica; conversão termoelétrica direta, onde vários fenômenos
conhecidos permitem que a energia solar seja convertida diretamente em eletricidade e a
conversão fotovoltaica cujos princípios da são conhecidos bastante tempo embora seu uso
se intensificou após 1958 com os programas espaciais, onde as fotocélulas obtiveram
bastante êxito como fonte de energia em satélites, dominando totalmente essa aplicação.
Instalações terrestres se seguiram e atualmente os painéis fotovoltaicos o bastante
difundidos, e as eficiências das células fotovoltaicas tem crescido significativamente nos
últimos anos, já atingindo 40% na Alemanha, o que viabiliza de sobremaneira tal aplicação.
Finalmente,
a energia solar pode ser aplicada a sistemas que produzam diretamente
energia química, o que representa um grande atrativo em função das vantagens inerentes aos
combustíveis como sua grande densidade energética, facilidade de distribuição e de
transporte, boa adequação à aplicação nos transportes e permitir armazenamento sem
degradação por longos períodos, compensando variações sazonais de produção.
2.2 Potencial solar
Cada metro quadrado da superfície do sol emite cerca de 62,8 MW de energia
eletromagnética, que são lançados no espaço. A origem desta energia está em um conjunto de
reações de fusão termonucleares que ocorrem no núcleo do Sol causando uma diminuição em
sua massa da ordem de 4,25 milhões de toneladas em cada segundo. Embora esse dado seja
avaliado como uma perda inimaginável, seriam necessários 147 bilhões de anos (a idade de
nosso sistema solar é estimada em 8 bilhões de anos) de atividade solar, neste mesmo ritmo,
para que a sua massa sofresse uma diminuição de um por cento (1%) (QUEIROZ, 2005). Para
se ter uma idéia de tal potencial basta que se faça a seguinte análise (QUEIROZ, 2005):
Considere-se que a Terra recebe do sol, ao nível do solo, no máximo 1kW/m
2
, de
radiação eletromagnética, embora possa atingir maiores picos em algumas localidades.
Excluídas as regiões Ártica e Antártica, ela recebe em média cerca de 3,6 kWh/m
2
. Dia. As
massas continentais, excluídas as regiões Ártica e Antártica, possuem uma área em torno de
132,5 x 10
12
m
2
. Portanto, a incidência solar sobre essas massas continentais é 4,77 x 10
8
GWh/dia. Logo, a incidência em um ano é de 1,74 X 10
11
GWh.
Considerando-se que o consumo energético anual atual corresponde a 1,5 x 10
8
GWh,
conclui-se que a energia solar disponível nas massas continentais representa mais de 1.000
vezes o consumo de energia da humanidade. Isso equivale a dizer que menos de 1% da
energia solar disponível nas massas continentais seria suficiente para suprir de energia a
humanidade. Considerando-se toda a área da Terra, a disponibilidade aumenta para 1,02 X
10
13
GWh.
2.3 Processos de aproveitamento
Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmente são
o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, o primeiro é
mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a características climáticas, e o segundo,
nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica.
A geração fotovoltaica tem um grande potencial e parece ser um dos mais atrativos
modos de obtenção de energia no futuro. Os sistemas fotovoltaicos são atualmente mais
confiáveis e econômicos que muitas outras tecnologias energéticas por serem independentes,
descentralizados e pelas alternativas de aplicabilidade, gerando uma gama de produtos para
consumo.
Os métodos para a geração de potência térmica solar são essencialmente os mesmos
das tecnologias convencionais, porém o combustível usado é a energia térmica. Ao invés do
combustível fóssil, usa-se a radiação eletromagnética produzida pelo sol. A faixa de
temperatura requerida para aplicações domésticas e comerciais pode ser coberta com as
tecnologias disponíveis de conversão da energia solar em energia térmica.
2.4 Os coletores solares de média concentração
Os coletores de média concentração permitem obter uma zona fortemente iluminada
denominada de foco, na qual estão posicionados os absorvedores. As superfícies cilíndricas
ou cilíndrico-parabólicas permitem obter foco linear e as superfícies esféricas, semi-esféricas
e parabolóides produzem focos pontuais. As superfícies cônicas o também origem a focos
lineares, assim como as superfícies parabólicas formadas por segmentos de espelhos planos
tencionados, permitem a obtenção de focos pontuais (QUEIROZ, 2005) As Figuras 2.2 e 2.3,
apresentam, respectivamente e esquematicamente, o principio de focalização pontual e linear
em função da geometria do coletor.
Figura 2.2 – Focalização pontual em função da geometria da superfície refletora. Dissertação de
mestrado de Queiroz, 2005.
Radiação incidente
Figura 2.3 – Focalização linear em função da geometria da superfície refletora. Dissertação de mestrado de
Queiroz, 2005.
Na realidade, a focalização linear como pontual, é um conceito estritamente
teórico, uma vez que na prática, por mais bem construídos que sejam dificilmente
serão eliminados todas as imperfeições e desvios óticos decorrentes dos processos
construtivos. Deste modo, o coletor de focalização linear apresenta efetivamente
uma área focal retangular e o de focalização pontual uma área focal circular ou
elipsoidal. As geometrias mais empregadas nesses tipos de coletores são:
GRUPO I
a) CILÍNDRICA;
b) CILINDRO-PARABÓLICA;
c) TRONCO-CÔNICA;
d) TRONCO-CÔNICA SUCESSIVAS;
e) ENVOLVENTE DE CÍRCULO.
GRUPO II
a) SEMI-ESFÉRICA;
b) PARABÓLICA;
Radiação incidente
As geometrias do grupo I o coletores de focalização linear. O grupo II define os
coletores de focalização pontual.
O princípio de funcionamento destes coletores é o de concentrar radiação solar
mediante procedimentos ópticos, antes de sua transformação em calor. Dessa forma, a
radiação solar incidente no concentrador através de uma superfície é refletida, sendo refratada
ou absorvida por uma superfície menor, para em seguida ser transformada em energia térmica.
Os coletores concentradores podem ser classificados em função do fator de
concentração solar, definido pela relação mostrada a seguir.
absorvedor
do
iluminada
Área
éticaeletromagn energia da captação de Área
C =
De acordo com esse parâmetro os concentradores dividem-se em
De alta concentração (C > 10)
São os que mediante dispositivos especiais e precisos de foco e seguimento da trajetória solar,
alcançam no receptor uma alta densidade de energia.
De média e baixa concentração (2 < C 10)
São os que o requerem dispositivos especiais de focalização e seguimento permanente da
trajetória do sol. Exigem apenas a modificação de seu posicionamento em relação ao sol
algumas vezes por ano, função de C, como mostrado na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 - Fatores de concentração e numero anual de ajustes do concentrador. Dissertação de mestrado
de Queiroz, 2005.
Fator de concentração Ajustes
C = 2 a 3 4 vezes por ano
C > 3 a 6 8 vezes por ano
C = 10 80 vezes por ano.
Os coletores concentradores parabólicos por reflexão o formados por uma superfície
parabólica refletora (espelho, alumínio anodizado, etc.) que capta a radiação solar e a
concentra no foco. Os raios refletidos o enviados a um elemento receptor, que os absorve,
transformando em calor, que em seguida é transferido a um fluido de trabalho.
2.5 O uso do fogão solar
2.5.1
Histórico
Desde a mais remota antiguidade os povos utilizam a energia do sol para aquecer água
, secar frutas e cozer vegetais.
A primeira cozinha solar com tecnologia moderna se atribui ao franco-suíço Horace de
Suassure, que construiu uma pequena caixa solar, entre outros inventos relacionados com esta
fonte de energia. A cozinha solar de Horace constava de duas caixas de madeira de pinho,
uma dentro da outra, isoladas com lã e tinha três coberturas de vidro.
O astrônomo britânico John Herschel utilizou uma cozinha solar de sua invenção
durante sua viagem ao sul da África, em 1830.
Também no século XIX, Adams experimentou na Índia diversos artefatos solares com
bastante êxito. Até o ano de 1860 , Mouchot, na Argélia, cozinhou com um refletor curvado,
concentrando os raios solares sobre uma pequena panela.
Em 1881 Samuel P.Langley utilizou uma cozinha solar durante a subida ao monte
Whitney nos Estados Unidos.
Charles Abbot desenhou um espelho concentrador e conseguiu alcançar com a mesma
temperatura em torno de 200°C. Esquentava azeite, retendo parte do calor por várias horas
após o por do sol, conseguindo cozinhar alguns alimentos durante a noite.
Com a chegada do século XX, a utilização massiva pelos combustíveis fósseis, como
também a possibilidade de obtenção de energia abundante e relativamente barata em quase
todas as camadas da população, o mundo industrializado esqueceu as antigas e simples
técnicas naturais e somente no último terço desse século quando começaram a surgir os
problemas resultantes da distribuição dos produtos petrolíferos e pela crescente contaminação
dos seus derivados, a energia solar voltou a ser a ser usada ainda que de forma incipiente.
Em 1960 um estudo da ONU foi publicado para avaliar as reais possibilidades de
implantação e desenvolvimento das cozinhas solares nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento. A conclusão dessa publicação foi que as cozinhas eram viáveis e que era
preciso apenas uma mudança nos costumes para uma adaptação a sua utilização em grande
escala.
Nessa busca de fazer do fogão solar uma opção real para uma utilização massiva para
a cocção de alimentos não se pode deixar de citar os esforços da engenheira Maria Telkes
(1900-1995) que criou inúmeros desenhos de cozinhas solares, que se caracterizavam pela
fácil construção e baixo custo, viáveis, portanto, para serem utilizadas em países pobres.
A China e posteriormente a Índia já nessa época fizeram enormes esforços para
distribuírem um número elevado de cozinhas solares para a população.
Em 1970 Sherry Cole e rbara Kerr desenvolveram no Arizona vários modelos de
fogões solares que receberam grande aceitação em função de seus baixos preços.
Simultaneamente,Dan Halacy, um pioneiro no campo da energia solar, fabricou e 1968 a
cozinha solar 30-60, chamada assim porque sua construção se baseava em ângulos cujas
medidas em graus eram essas.
Nos anos 80 houve a popularização do
solar chef
, de Sam Erwin. Era o mais eficiente
forno solar doméstico. Mais simples era o
Sunspot
de Bud Clevette, juntamente com o
Sun
Oven
, que alcançou uma maior difusão.
Em 1992 a associação
Solar Cookers International
promoveu a Primeira Conferência
Mundial sobre a Cozinha Solar, um acontecimento histórico que reuniu pesquisadores e
entusiastas de 18 países. Essa Conferência repetiu-se em 1995, 1997 e recentemente em 2006,
na Espanha.
No Brasil o estudo de fogões solares teve pioneirismo no Laboratório de Energia Solar
da Universidade Federal da Paraíba, na década de 80, através do Prof. Arnaldo Moura
Bezerra, que construiu rios tipos de Fogões à Concentração, utilizando materiais diversos
para a superfície refletora dos parabolóides.
No LES/UFRN essa linha de pesquisa tem merecido destaque tendo sido objeto de
uma dissertação de mestrado, vários trabalhos científicos e em andamento duas outras
dissertações de mestrado. foram construídas várias versões de fogões a concentração e do
tipo caixa.
2.5.2 Vantagens do uso dos fogões solares na zona rural
No sertão nordestino assolado pelas secas, o sertanejo sofre com a fome e a sede
devido à inclemência do sol sobre suas terras áridas. O uso de fogões solares na caatinga
promete reverter ou ao menos amenizar essa situação possibilitando ao sertanejo uma melhor
condição de vida.
Aproveitando a energia que vem do sol, o fogão transforma a irradiação solar em
calor para o preparo de alimentos, reduzindo o esforço do sertanejo na busca de lenha para o
preparo de seu alimento e, ainda, contribuindo para a preservação da natureza, possibilitando
o aumento da capacidade de remoção do dióxido de carbono da atmosfera e a redução das
concentrações deste gás de estufa na atmosfera.
Segundo o engenheiro Arnaldo Moura Bezerra (2001), 30% da madeira retirada da
caatinga do nordeste brasileiro transformam-se em lenha para cozimento de alimentos. Com a
utilização dos fogões solares será possível economizar a 55% dessa lenha evitando o
desmatamento.
Esse mesmo autor informa que a principal vantagem do uso do fogão solar é a
disponibilidade de energia gratuita e abundante, além da ausência de chamas, fumaça, perigo
de explosão e incêndios.
Atualmente, a maioria dos fogões solares possui concentradores que são normalmente
constituídos de captadores de forma parabólica, semi-esférica, cilindro-parabólica, cônica e
tronco-cônica, onde a energia calorífica é concentrada na zona focal sendo suficiente para
fornecer as calorias necessárias à ebulição da água, cozinhar, assar, fritar e aquecer alimentos.
Para que possam ter bom desempenho, estes sistemas necessitam de radiação direta, céu claro
e sem nebulosidades.
Existem, contudo, estudos de cozinhas solares conhecidas como "cozinhas
energizadas" onde o se faz necessariamente preciso a utilização do brilho solar.
Estes estudos, no entanto, conduzem ainda a projetos dispendiosos, o que não nos
anima a desenvolvê-los por se encontrarem de encontro à filosofia adotada, qual seja
a de projetar e desenvolver fogões robustos, simples, de baixo custo e eficientes,
mais especificamente destinados à prática do "camping" e com maiores
simplificações, para serem utilizados e até mesmo construídos pelas populações
rurais de baixa renda. (BEZERRA,2000)
Portanto, a utilização sistemática do fogão solar beneficiará seus usuários, sobretudo,
os de baixa renda que vivem nas zonas rurais. Assim como o seu uso freqüente representará
uma valiosa contribuição à flora e fauna brasileiras, tão comprometidas pelo desmatamento na
busca de lenha, gravetos e outros materiais destinados à produção de energia térmica.
2.5.3 Tipos de fogões solares
Os fogões solares são dispositivos especiais que por intermédio da luz solar serve para
o cozimento de alimentos e outras utilidades. Classificam-se em três tipos básicos; cozinhas
do tipo caixa, cozinhas concentradoras e cozinhas aquecidas por meio de coletores de placa
plana (SOUZA,
et al
., 2005)
2.5.3.1
Fogão tipo caixa
Esse tipo de fogão pode ter distintos números de refletores externos, planos ou
levemente côncavos. Caracteriza-se por permitir a obtenção de temperaturas em torno de
150°C. Demora a aquecer e sua operacionalidade não é muito simples. Tem a vantagem de
poder funcionar praticamente sem a intervenção do usuário, mantendo o alimento aquecido
durante um tempo prolongado. Não produz efeitos danosos ao usuário nem por contemplação
nem por reflexão. São estáveis e não apresentam riscos pela produção de chamas, não
gerando, portanto, susceptibilidade a queimaduras.
São construídos com materiais de baixo custo, ainda que seja improvável seu uso para
todos os dias do ano. Pode-se construir modelos de fácil transporte, leves e dobráveis.
É possível estar acoplado a um sistema auxiliar que utiliza gás como combustível.
Pode-se retirar a comida e completar o seu cozimento por via tradicional no caso do céu estar
nublado. Algumas experiências têm demonstrado que muitos processos de cocção podem
realizar-se a 75°C, durante mais de duas horas (www.solarcooking.org).
Esse tipo de fogão encontra ampla aplicação em todo o mundo, principalmente na Ásia
e África, destacando-se a Índia e a China, como sendo os países que mais têm investido em
programas sociais que viabilizam a construção de fogões solares a baixo custo, para uma
utilização significativa por parte de seu povo.
Uma vantagem, está no fato de que as pessoas ao adquirirem o produto depois de um
curto período aprendem como fazer suas próprias cozinhas. Elas atingem diversos níveis de
temperatura podendo até ultrapassar os 150
o
C dependendo do projeto e podem ser utilizadas
não para cozinhar como para pasteurizar água potável e esterilizar equipamentos médicos
(
http://www.solare-bruecke.org/info_s.htm),
No LMHES da UFRN, já foram construídos e testados três modelos de fogões do tipo
caixa estando um deles mostrado na (figura 2.4).
Figura 2.4 - Fogão solar tipo caixa construído no LMHES – UFRN, utilizando material compósito.
2.5.3.2
Fogão concentrador
São dispositivos que captam a radiação solar e a concentram numa região focal, onde
se posiciona o absorvedor ou panela, onde se realiza a cocção dos alimentos.
Têm como desvantagens a necessidade de luz solar direta; mecanismo de
acompanhamento da trajetória do sol com reorientação a cada 30 minutos; esfriamento rápido
do alimento se desvio de foco ou nebulosidade acentuada; instável a ventos; risco de fogo
ou queimaduras; danos aos usuários por raios refletidos e o fato de ficar exposto ao tempo.
Em contrapartida têm a possibilidade de alcançar altas temperaturas, o que permite realizar
frituras ou assados.
Nas figuras de 2.5 a 2.16 são mostrados alguns tipos de fogões concentradores que são
usados em todo o mundo, destacando-se na figura 2.17 o fogão solar, construído no (LHMES)
Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar da UFRN, objeto de Dissertação de
Mestrado no PPGEM/UFRN, que serviu como base de comparação ao fogão proposto. (www.
solarcooking.org, 2004).
Figura 2.5 - Cozinha solar utilizando fogão concentrador Scheffler.
Figura 2.6 – Concentrador retangular (EUA).
Figura 2.7 – Fogão solar à concentração Figura 2.8 – Refletor parabólico com
construído no LES da UFPB. distância focal reduzida (EUA).
.
.Figura 2.9 – Fogão solar à concentração com superfície refletora composta por 24 segmentos de alumínio
polido.
Figura 2.10 - O Fogão solar Figura 2.11 – Fogão solar de geometria alternativa.
esférico reflexivo.
Figura 2.12 - Fogão solar FRESNEL.
Figura 2.13 – Fogão solar à concentração
construído a partir de uma antena parabólica.
Figura 2.14 – Fogão solar à concentração tipo borboleta – Quênia.
Figura 2.15 – Cozinha Scheffler composta de 84 refletores de 10m
2
em um cetro de IOGA na Índia.
Figura 2.16 - Fogão solar construído de estrume e barro com duas parábolas (Nepal).
(a) (b)
(c)
Figura 2.17 – Vistas do fogão solar construído no LMHES – UFRN.
2.5.3.3
Cozinhas aquecidas por coletores de placa plana
Os fornos equipados com coletores de placa plana são cozinhas aquecidas por meio de
coletores desse tipo. Existem modelos que têm dois ou três refletores planos, podem operar
com óleo ou ar como fluido de trabalho e podem ter até duas panelas cada uma. Podem contar
com sistema acumulador de calor.
Suas desvantagens estão relacionadas à necessidade de utilização de uma grande
estrutura, seu peso, dificuldade de transporte e maior custo que os outros tipos, principalmente
nos modelos que usam fluido de trabalho e placa de armazenamento de calor importado como
é o caso do modelo em estudo na UFCE, mostrado na Fig. 2.18.
Suas vantagens residem no fato da facilidade de uso e a possibilidade de poder
cozinhar na sombra. Não é necessária sua reorientação; funcionam sem a intervenção do
usuário, mantendo quente o alimento durante longo tempo; não produzem chama; são estáveis
e não oferecem riscos de fogo ou queimaduras. Podem ser feitas de grandes tamanhos, para
atender até as instituições, hotéis, hospitais entre outros (SILVA, 2002).
Figura 2.18 – Fogão solar construído na Universidade Federal do Ceará.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Um aspecto que mereceu atenção para a fabricação do parabolóide foi o desenho em
tamanho real da curva parabólica, ferramenta principal para a reprodução dessa curva em uma
peça metálica a ser utilizada para a confecção do molde. Para essa etapa, se fez necessário à
construção de um dispositivo semelhante a um compasso, que possibilitou a moldagem e
acabamento preciso, do parabolóide, em concreto. Isso representou uma importante etapa na
fabricação do parabolóide.
Outro fator que diferencia o presente projeto dos demais é a área de cada espelho
utilizado para a composição da superfície refletora e a sua geometria, cuja área é menor que as
mostradas pela literatura.
Procurou-se dar simplicidade ao mecanismo de acompanhamento da radiação direta do
sol, que é feito através de simples regulagem manual.
3.1 Processos de fabricação e montagem do fogão solar proposto
Para a construção do fogão solar proposto utilizaram-se os seguintes procedimentos:
Projeto das dimensões do parabolóide
As dimensões do fogão foram definidas com a finalidade de obter-se uma parábola
com área de reflexão igual a 1,5 m
2
: diâmetro igual a 1,5 m e distância focal igual a 0,75 m,
posteriormente dividida em duas partes iguais.
Desenho da parábola refletora usando a ferramenta Autocad
De acordo com a seqüência apresentada através da Figura 3.1, inicia-se com o desenho
de um circulo de raio igual ao raio da superfície de captação de radiação do parabolóide.
Figura 3.1 – Raio da superfície de captação
Dividindo-se o segmento mostrado, que é igual ao raio do parabolóide, em partes
iguais, traçam-se segmentos de retas unindo os pontos ao foco e em seguida desenha-se retas
perpendiculares a cada extremidade das retas que unem ao foco, obtendo-se, dessa forma, o
perfil do parabolóide, como mostrado na figura 3.2.
Somente nos casos em que o projeto do parabolóide prevê uma distancia focal igual ao
raio da superfície de captação de energia solar pode ser utilizado um método auxiliar para a
determinação do perfil da curva geratriz do parabolóide e procede-se da seguinte forma:
tomando-se os pontos (AOB), Figura 3.3, e traçando-se uma circunferência passando pelos
referidos pontos chega-se ao perfil desejado com uma boa margem de precisão, Figura 3.4.
Figura 3.2 – Traçado do perfil do parabolóide a partir do centro da circunferência
Figura 3.3 – Traçado do perfil do parabolóide
Figura 3.4 – Perfil do parabolóide
Nas figuras 3.5 (a), (b) e (c) são apresentadas vistas do parabolóide construído através
de comandos do Programa AUTOCAD.
(a)
(b) (c)
Figura 3.5 – Vistas do perfil do parabolóide
Nas figuras 3.6 (a), (b) e (c) são apresentadas vistas das radiações incidentes do
parabolóide.
(a) (b) (c)
Figura 3.6 – Visualização funcional e posição de utilização do parabolóide.
Fabricação do perfil padrão para a construção do molde
A Figura 3.7 mostra o perfil da parábola reproduzido em uma chapa de aço para a
construção do molde visando à otimização de seu processo de obtenção.
Figura 3.7 – Perfil padrão para a construção do molde.
Confecção da estrutura de fixação do perfil padrão
Foi construída uma estrutura para a fixação do perfil padrão, em aço 1020, que
permitia seu giro em 360°, mostrado na Fig. 3.8.
Figura 3.8 – Estrutura de fixação do perfil padrão.
Confecção da estrutura de fixação para cada parte do parabolóide
A
A
A
e
e
e
s
s
s
t
t
t
r
r
r
u
u
u
t
t
t
u
u
u
r
r
r
a
a
a
d
d
d
e
e
e
f
f
f
i
i
i
x
x
x
a
a
a
ç
ç
ç
ã
ã
ã
o
o
o
p
p
p
a
a
a
r
r
r
a
a
a
a
a
a
s
s
s
d
d
d
u
u
u
a
a
a
s
s
s
p
p
p
a
a
a
r
r
r
t
t
t
e
e
e
s
s
s
d
d
d
o
o
o
p
p
p
a
a
a
r
r
r
a
a
a
b
b
b
o
o
o
l
l
l
ó
ó
ó
i
i
i
d
d
d
e
e
e
f
f
f
o
o
o
i
i
i
c
c
c
o
o
o
n
n
n
s
s
s
t
t
t
r
r
r
u
u
u
í
í
í
d
d
d
a
a
a
u
u
u
t
t
t
i
i
i
l
l
l
i
i
i
z
z
z
a
a
a
n
n
n
d
d
d
o
o
o
-
-
-
s
s
s
e
e
e
a
a
a
ç
ç
ç
o
o
o
e
e
e
m
m
m
f
f
f
o
o
o
r
r
r
m
m
m
a
a
a
d
d
d
e
e
e
b
b
b
a
a
a
r
r
r
r
r
r
a
a
a
c
c
c
h
h
h
a
a
a
t
t
t
a
a
a
.
.
.
Construção do Molde
O molde foi confeccionado em concreto e recebeu cobertura de massa corrida e tinta
impermeabilizante. A estrutura do perfil padrão fixava-se ao molde através de um orifício no
centro do mesmo. A Figura 3.9 mostra o molde de concreto obtido acoplado à estrutura de
fixação.
Figura 3.9 – Molde de concreto utilizado para obtenção do parabolóide.
Utilização de fibra de vidro e resina ortoftálica para construção do
parabolóide
Colocando-se uma camada de tecido de fibra sobre o molde; posicionando-se a
estrutura da parábola; colocando-se outra camada de fibra recobrindo a estrutura e em seguida
aplicando-se resina ortoftálica sobre o tecido de fibra, obteve-se uma peça em fibra com
elevado grau de perfeição. Antes de iniciar o processo de confecção da parábola o molde foi
recoberto com cera para facilitar o desmoldamento da estrutura de fibra construída. Após esta
fase cortou-se a parábola em duas partes iguais.
Corte dos espelhos
Os pedaços de espelhos foram obtidos através do corte de uma lâmina medindo 2 mm
de espessura, utilizando-se uma ferramenta de corte diamantada, e seguindo o traçado
seqüenciado obtido com o auxilio da ferramenta computacional AUTOCAD. Os espelhos
foram cortados de modo a se adaptarem perfeitamente ao perfil curvo da parábola.
Para proporcionar uma melhor estética ä superfície espelhada das semi-parábolas
idealizou-se e construiu-se uma ferramenta para obterem-se cortes curvos, Tal ferramenta,
construída em material metálico encontra-se mostrada na figura 3.10, operacionalizando o
processo de corte dos segmentos de espelhos planos utilizados para a obtenção do perfil curvo
da parábola.
Para a uniformidade dos vários espelhos utilizados, estabeleceu-se uma superfície de
espelho, num total de 12 gomos. Esses gomos são constituídos por 41 segmentos.
A figura 3.10 mostra a ferramenta utilizada no corte dos espelhos do fogão solar.
Figura 3.10 – Ferramenta para corte de espelhos.
A figura 3.11 mostra a superfície de espelho de uma semi-parábola com seus gomos e
segmentos.
Figura 3.11 – Superfície de espelho .
Fixação dos espelhos
Utilizou-se cola de contato para madeira e outros materiais (cola fórmica), para a
fixação dos pedaços de espelho na superfície da parábola.
Confecção da estrutura
A estrutura do fogão solar projetado foi confeccionada a partir de uma sucata de um
beaureot
, que consiste na parte central, tubos de aço e barras chatas. Tem movimentos que
permitem o acompanhamento do movimento aparente do sol e tem como principal
característica a facilidade de construção e montagem. A figura 3.12 (a) e (b) mostra os
detalhes construtivos da estrutura idealizada e construída.
(a) (b)
Figura 3.12 – Detalhes da estrutura de barra chata do fogão.
Na Figura 3.13 (a), (b) e (c) o mostrados detalhes do mecanismo para o
acompanhamento aparente do sol
(a) (b)
(c)
Figura 3.13 – Detalhes do mecanismo de acompanhamento do movimento aparente do sol
Pintura da estrutura
Toda a estrutura do fogão solar recebeu uma pintura para protegê-la das intempéries e
desta forma minimizar os efeitos da degradação de sua exposição aos fenômenos naturais.
A Figura 3.14, a seguir, mostra várias vistas do fogão solar construído no LMHES
situado no Núcleo de Tecnologia Industrial da UFRN.
(a) (b)
(c)
Figura 3.14 – Vistas do fogão solar construído no LMHES – UFRN.
3.2 Metodologia dos ensaios
Realizaram-se ensaios com o protótipo construído para a determinação da temperatura
máxima alcançada em cada foco, onde as panelas ficavam situadas na região focal, após
orientá-lo com relação ao movimento aparente do sol. Os dados de temperatura foram
medidos para seis dias de ensaio, com baixos índices de nebulosidade, a cada dez minutos.
Tais dados foram medidos através do uso de um par termoelétrico de cromel-alumel acoplado
a um termômetro digital. As variações de posição do fogão para que as panelas estivessem
sempre nos focos do sistema, com área a de sombra no centro da parabolóide, deu-se a cada 1
hora.
O primeiro teste realizado para aferir a capacidade de cozimento do fogão em estudo
consistiu em determinar-se o tempo necessário para a ebulição de 1,0 litro de água. Neste teste
mediu-se a evolução de temperatura na água a cada cinco minutos, a atingir o ponto de
ebulição.
Uma característica importante do fogão diz respeito ao posicionamento operacional
das panelas absorvedoras as quais permanecem estáticas o tempo todo devido a um detalhe de
projeto cujo critério adotado é que o centro de rotação do parabolóide coincida com a
superfície iluminada do absorvedor “fundo da panela” enquanto esta é posicionada
perpendicularmente aos raios solares.
As perdas térmicas do absorvedor (panela) para o ambiente foram avaliadas através da
medição de temperatura da superfície externa da panela e da temperatura ambiente, ambas
medidas com o mesmo par termoelétrico utilizado para a medida da temperatura de foco.
Os dados de radiação solar global foram medidos e aferidos com a utilização de um
radiômetro construído no LMHES da UFRN, acoplado a um multímetro digital.
A curva de calibração do termopar utilizado para as medições de temperaturas
encontra-se mostrada na Figura 3.15.
0
200
400
600
800
1000
0
200
400
600
800
1000
Ttermopar(ºC)
Tpadrão(°C)
Tcurva de calibração
Figura 3.15 – Curva de calibração do termopar utilizado
.
3.3 Fundamentação teórica
De acordo com a
Figura 3.16, o processo de conversão da energia solar em energia
térmica, para se concretizar, passa por alguns estágios, (FRAIDENRAICH, 1995), como
segue:
1.
No primeiro estagio a radiação solar é captada através de uma superfície de
coleção e refletida até o estagio de absorção e conversão da radiação solar em energia
térmica.
2.
No segundo estagio a radiação solar é absorvida e transferida ao fluido de
trabalho que pode ser água, óleo, sais etc. que circula através de tubulações apropriadas, ou
simplesmente um elemento absorvedor cujo rendimento térmico dependerá do formato e das
propriedades do material empregado como, por exemplo, a emissividade (ε) e a absortividade
(α) que são parâmetros de projeto que assumem papel limitante.
Esquematicamente, o ciclo de conversão global do sistema pode ser representado de
acordo com o diagrama da figura 3.16.
Captação e reflexão
da
Energia solar
Absorção e
conversão da
Radiação solar em
energia térmica
Figura 3.16 – Esquema global do processo de conversão da energia solar em energia térmica.
Conforme indicado no diagrama mostrado na figura 3.16, nota -se que a
primeira fase do processo depende de um fator importante, a eficiência ótica,
(
η
ηη
η
o
).
Dependendo do material e do grau de precisão que é construído a superfície de captação do
sistema a eficiência ótica representa uma variável com características limitadoras no
resultado global do sistema juntamente com a eficiência térmica,
(
η
ηη
η
t
)
na segunda fase do
processo. Outro fator importante deve ser considerado em qualquer projeto de conversão de
energia radiante em outra forma de energia diz respeito à variação da intensidade de radiação
em função da localização geográfica e de outros fatores associados a clima, época do ano e
poluição atmosférica.
Contudo a eficiência útil do ciclo pode ser representada através da relação, equação
(3.1):
tou
ηηη ×=
(3.1)
De acordo com a configuração deste modelo, a Figura 3.17 apresenta uma
exemplificação mais detalhada no sentido de explicar com maior clareza o que ocorre
nos sistemas que operam segundo a concentração da radiação e eficiência de conversão
da energia radiante em energia térmica. Como primeira hipótese sugere-se que as
perdas térmicas no elemento de absorção são apenas de natureza radiativa, assim a
Figura 3.17 representa o ciclo completo e a partir do mesmo procede-se a um balanço
energético do sistema.
I
C
U A
r
(T
ab
– T
a
)
Radiação solar
η
o
η
t
FASE I
FASE
II
Q
u
A
r
A
C
I
c
η
ηη
η
O
A
C
Figura 3.17 – Fluxo de energia do sistema de captação-conversão de radiação solar em
energia térmica.
Onde:
Q
u
Potência térmica útil (W)
A
c
Área da superfície de captação de energia solar do parabolóide (m
2
)
I
c
Radiação instantânea coletada pelo sistema de captação de energia
solar (W/m
2
)
η
ηη
η
o
Eficiência ótica do sistema de captação da energia solar
η
ηη
η
t
Eficiência de conversão térmica
U Coeficiente de perdas globais (W/m
2
. K)
A
r
Área iluminada do absorvedor (m
2
)
T
ab
e T
a
Temperatura do fluido no absorvedor e no ambiente (K)
η
ηη
η
u
Eficiência útil de conversão
ε
εε
ε
Emissividade do absorvedor
σ Constante de Stefan-Boltzmann
Assim, de acordo com o esquema da (figura 3.13), a potência útil do sistema, em
(W), é dada pela diferença entre a potência absorvida e potência perdida, de acordo com a
equação:
perdasabsútil
PPP
=
(3.2)
A potência absorvida pela panela é dada pela equação:
prduc abs
.αρ.k.AIP =
(3.3)
Onde:
I
c
- Radiação instantânea coletada pelo sistema de captação de energia solar
W/m
2
A
u
- Área útil do concentrador (m
2
)
ρ
ρρ
ρ
- Refletividade do concentrador (%)
k
rd
- Fração da radiação refletida que é absorvida pela panela (%)
α
αα
α
p
– Absortividade da panela (%)
P
abs
– Potência máxima absorvida pela panela (W)
Considerando-se que perda radiativa da panela para o meio é desprezível, a perda total é
convectiva e dada pela equação (3.4):
(
)
aeplpceperdas
TTAhP =
(3.4)
Onde:
h
ce
– coeficiente de convecção entre a superfície externa da panela e o ar ambiente. (W/m
2
.
o
C)
A
lp
– Área lateral da panela (m
2
)
T
ep
– Temperatura externa da panela (K)
T
a
– Temperatura ambiente (K)
O coeficiente de convecção pode ser dado pela equação (3.5), mostrado a seguir.
n
ak
ar
ce
L
RC
L
K
h =
(3.5)
Onde:
K
ar
Condutividade térmica do ar (W/m
2
. K).
L
Altura da panela
n
a
L
R
- Numero de Rayleigh
O coeficiente
C
k
e o expoente
n
, dependem do intervalo do numero de Rayleigh,
sendo que: para n = ¼ o escoamento é laminar e para n = 1/3 o escoamento é turbulento.
Para encontrar os valores de eficiências térmica, ótica e útil (total),utilizam-se as
equações 3.7 e 3.9:
(
)
TT A h η I A P
ap pceoccu
=
(3.6)
A eficiência óptica, (η
ηη
η
O
) do sistema, é dada pela seguinte equação:
prdo
.αρ.kη =
(3.7)
A eficiência térmica, (η
ηη
η
t
) do sistema, é dada pela relação entre a energia útil (Q
u
) e o
fluxo líquido de energia coletada,
(A
c
I
c
η
ηη
η
o
).
Assim:
occ
u
t
ηAI
Q
η
=
(3.8)
Com relação ao rendimento final, denominado de eficiência de conversão
(
η
ηη
η
U
)
, que
é dada pela relação entre a energia útil
(Q
u
)
e o fluxo de energia coletada
, (A
C
I
c
)
, representa-
se assim:
(
)
ap
c
r
c
ce
o
cc
u
u
TT
A
A
I
h
η
AI
Q
η ==
(3.9)
Logo, sabendo-se que o fator de concentração
( C ),
é definido como sendo a relação
entre
( A
c
)
- área da superfície de coleção de energia solar e
(A
r
)
- área iluminada do
absorvedor, temos:
r
c
A
A
C =
(3.10)
Portanto a equação (3.11) após as substituições, pode ser escrita como:
(
)
ap
c
ce
ou
TT
C
1
I
h
ηη =
(3.11)
A equação (3.11) tem um campo de validade, que exige algumas condições que
estão descritas abaixo.
Um fator de concentração com valor elevado,
Índice de radiação com valor elevado,
Baixo coeficiente de perdas,
Eficiência ótica com valor elevado.
É possível estabelecer uma relação entre a concentração, a temperatura e a energia
dissipada pela radiação no foco de um concentrador.
A temperatura de um corpo situado no foco de um concentrador depende da densidade
de fluxo na imagem de Gauss sendo, portanto governado pela lei de Stefan-Boltzmann
.
Uma
vez que (C) representa o fator de concentração então a energia em função de (C) pode ser
dada pela equação (3.12), como segue:
4
abs
ε.σ.TC.PE ==
(3.12)
Onde:
σ
- Constante de Stefan-Boltzmann, (5,67 x 10
-8
W/m
2
. K
4
)
ε
- Emissividade do absorvedor
T
- Temperatura absoluta no foco (K)
C
– Fator de concentração solar
O valor teórico da temperatura pode ser calculado por meio da equação (3.13), como
segue.
4
1
abs
ε.σ
C.P
T
=
(3.13)
4. ANÁLISES DOS RESULTADOS
Usando o equacionamento descrito no capítulo anterior calcularam-se os parâmetros que
diagnosticam a eficiência de um fogão solar, conforme o procedimento a seguir.
Cálculo da máxima potência térmica absorvida pela panela.
Por intermédio da eq. (3.3) encontra-se a xima potência que é absorvida pela panela a
partir dos seguintes dados (QUEIROZ, 2005):
I
c
= 600 W/m
2
– valor da irradiação média
A
u
= 0,75 m
2
– área da semi-parábola
ρ
= 0.95 – refletividade média em concentradores de espelhos
K
rd
= 0.90 – fração da radiação refletida média em concentradores de espelhos
α
p
= 0.90 – absorvidade média em concentradores de espelhos
Substituindo-se os valores na equação (3.3), abaixo, encontra-se que:
prducabs
α . k . ρ . A . I P =
P
abs
= 346,27 W
Cálculo da potência útil:
A potência útil pode ser calculada pela equação (3.2), onde o valor das perdas é
calculado conforme a eq. (3.4) apresentada que após efetuarem-se as substituições devidas
obtêm-se o resultado:
(
)
aeplpceperdas
TTAhP =
onde:
h
ce
= 26,54 W/m
2
.ºC - calculado da equação 3.5
A
lp
= 0,04 m
2
T
ep
= 60 ºC – medida de 12:00 às 12:30
T
a
= 33 ºC
P
perdas
= 28,67 Watts.
S
S
S
u
u
u
b
b
b
s
s
s
t
t
t
i
i
i
t
t
t
u
u
u
i
i
i
n
n
n
d
d
d
o
o
o
-
-
-
s
s
s
e
e
e
o
o
o
s
s
s
d
d
d
a
a
a
d
d
d
o
o
o
s
s
s
n
n
n
a
a
a
e
e
e
q
q
q
.
.
.
(
(
(
3
3
3
.
.
.
2
2
2
)
)
)
e
e
e
n
n
n
c
c
c
o
o
o
n
n
n
t
t
t
r
r
r
a
a
a
-
-
-
s
s
s
e
e
e
o
o
o
s
s
s
e
e
e
g
g
g
u
u
u
i
i
i
n
n
n
t
t
t
e
e
e
v
v
v
a
a
a
l
l
l
o
o
o
r
r
r
p
p
p
a
a
a
r
r
r
a
a
a
a
a
a
p
p
p
o
o
o
t
t
t
ê
ê
ê
n
n
n
c
c
c
i
i
i
a
a
a
ú
ú
ú
t
t
t
i
i
i
l
l
l
:
:
:
perdasabsútil
PPP =
P
útil
= 346,27 W – 28,67 W = 317,6 Watts
Cálculo do fator de concentração.
O cálculo do fator de concentração é obtido por meio da eq. (3.10), que ao substituírem-
se os dados em:
foco
c
A
A
C
=
Onde
A
c
= 0,75 m
2
A
foco
= 0,011m
2
Resulta em
C = 68,18
A seguir serão calculadas as eficiências envolvidas no processo de transformação da
energia eletromagnética em energia térmica, quais sejam, eficiência ótica, térmica e útil
(global ou total).
Cálculo da eficiência ótica.
70,70,9 . 0,9 . 0,95ρ.k.αη
po
=
=
=
Cálculo da eficiência térmica
917,0
27,346
6,317
==
=
occ
u
t
AI
P
η
η
Cálculo da eficiência útil
706,0917,0.77,0
=
=
×
=
tou
η
η
η
Os valores calculados traduzem uma boa eficiência óptica, uma elevada eficiência
térmica e uma significativa eficiência global, dos segmentos de espelho de pequena área que
produziram uma superfície espelhada uniforme, adaptando-se ao perfil parabólico, mesmo
sendo planos e da utilização do isolamento térmico na panela absorvedora.
Cálculo da temperatura teórica no foco do concentrador.
O cálculo da temperatura teórica no foco do concentrador é obtido através
da eq. (7), como segue:
CK
PC
T
abs
°==
=
=
73,55173,824
10.67,5.9,0
27,346.18,68
.
.
4/1
8
4
1
σε
A temperatura teórica xima obtida para o cada parábola que compõe o fogão solar
bifocal proposto foi praticamente igual a temperatura máxima real medida no foco 1, em torno
de 550°C e um pouco superior a temperatura máxima atingida pelo foco 2, em torno de
518°C, conforme mostrarão os dados de ensaios apresentados a seguir. No que diz respeitos às
temperaturas médias obtidas com os dois focos do fogão proposto, percebe-se que são
inferiores a temperatura teórica máxima prevista.
A primeira experiência realizada com o fogão proposto foi medir o tempo necessário
para a ebulição de um litro de água colocado em uma panela sem isolamento térmico. Mediu-
se a evolução na temperatura da água colocada na panela a cada cinco minutos para os dois
focos utilizando-se um termopar. Esse teste foi realizado em vários dias para condições
solarimétricas variáveis. Os dados desses testes encontram-se mostrados nas Tabelas 4.1, 4.2.,
4.3 e 4.4. A Tabela 4.5 mostra os dados médios obtidos no ensaio.
Tabela 4.1. Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 1.
TEMPO
(HORA)
T
água panela 1
(°C)
T
água panela 2
(°C)
I
DIRETA
(W/m²)
10:45
37 35 614
10:50
55 54 614
10:55
71 72 614
11:00
82 83 614
11:05
93 93 614
11:10
100 100 614
Tabela 4.2. Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 2.
TEMPO
(HORA)
T
água panela 1
(°C)
T
água panela 2
(°C)
I
DIRETA
(W/m²)
10:45
30 30 600
10:50
55 52 614
10:55
73 70 614
11:00
78 78 600
11:05
83 85 600
11:10
95 95 600
11:15
100 100 600
Tabela 4.3. Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 3.
TEMPO
(HORA)
T
água panela 1
(°C)
T
água panela 2
(°C)
I
DIRETA
(W/m²)
11:45
37 37 614
11:50
57 60 614
11:55
71 73 600
12:00
85 84 600
12:05
92 90 580
12:10
95 93 580
12:15
100 100 600
Tabela 4.4. Evolução da temperatura da água para o teste de ebulição de no dia 4.
TEMPO
(HORA)
T
água panela 1
(°C)
T
água panela 2
(°C)
I
DIRETA
(W/m²)
13:00
35 35 560
13:05
54 57 600
13:10
60 63 520
13:15
70 71 600
13:20
80 82 560
13:25
90 90 560
13:30
100 100 600
Tabela 4.5. Tempo de ebulição da água em função das irradiações médias.
DIA
T
EBULIÇÃO
(minutos)
I
DIRETA MÉDIA
(W/m²)
Dia 1
25 614
Dia 2
29 604
Dia 3
31 598
Dia 4
33 571
Os dados mostrados pelas tabelas apontam para um tempo médio de ebulição, para
ambas as panelas em torno de 30 minutos, se a água for colocada na panela após um tempo de
colocação da mesma no foco e de 30 minutos se a panela for colocada no foco juntamente
com a água. Um outro parâmetro que traz influência fundamental em relação ao tempo de
ebulição é a radiação solar direta, que para o primeiro dia de ensaio apresentou índice médio
superior aos outros dias.
Com relação à comparação dos tempos de ebulição apresentados por outros fogões, a
literatura sempre aponta tempos em torno de 15 20 minutos. Para o fogão construído e
testado no LMHES da UFRN, objeto de estudo de SOUZA e QUEIROZ em 2005, esse tempo
foi de 15 minutos, para uma área de captação da radiação de 1m².
Para o fogão em estudo tem-se uma área de captação correspondente a 75% da área do
fogão acima citado, portanto seria de se esperar um tempo em torno de 25% superior, se
mantido o mesmo grau de perfeição da parábola construída no trabalho citado. Isso conduziria
a um tempo de ebulição em torno de 20 minutos o que não ocorreu em função das
imperfeições nas várias etapas de construção do protótipo, que geraram uma dispersão na zona
focal.
Um outro fator que deve ser considerado é o fato das panelas não possuírem
isolamento térmico, ao contrário do teste com o fogão base de comparação. É possível,
portanto, diminuir-se o tempo de ebulição utilizando isolamento térmico na panela.
Enfim, a principal vantagem do fogão em estudo é a possibilidade da ebulição de dois
litros de água simultaneamente.
Nota-se que as oscilações nas diferenças das temperaturas entre os horários de medida
são causadas pelas variações nas condições solarimétricas, tais como a passagem momentânea
de nuvens pelo local de medição, além da perda de foco momentânea causada pelo ajuste do
mecanismo de sincronia com o movimento aparente do sol.
As Tabelas a seguir mostram os valores de temperatura obtidos no fundo da panela
vazia, “sem água”, durante seis dias de teste, com condições climáticas praticamente idênticas.
São apresentados também os valores médios para todos os dias de ensaios realizados.
Tais valores são mostrados também em gráficos para uma análise do comportamento
assumido por tais parâmetros nos dias de realização dos ensaios onde se pode ter uma idéia
comparativa mais clara para os dias de testes realizados.
Deve-se ressaltar que os valores de radiação direta foram considerados com sendo de
80% dos valores da radiação global.
Tabela 4.6 - Dados obtidos no 1º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO
(HORA)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
I
(W/m²)
I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
300 280 600 480
9:00 - 10:00
400 350 650 510
10:00 - 11:00
450 370 700 560
11:00 - 12:00
430 380 680 544
12:00 - 13:00
480 410 720 576
13:00 - 14:00
410 370 650 510
14:00 - 15:00
320 300 620 496
MÉDIA
400 351 660 528
300
400
450
430
480
410
320
400
280
350
370
380
410
370
300
351
0
100
200
300
400
500
600
8:00 - 9:00 9 :00 -
10:00
10:00 -
11:00
11:00 -
12:00
12:00 -
13:0 0
13:0 0 -
14:00
14:00 -
15:00
M ÉDIA
TEM P O(HORA)
Tfoco 1(°C)
Tfoco 2(°C)
Figura 4.1 - Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no 1° dia de ensaio com o fogão em
estudo.
600
650
700
680
720
650
620
660
540
560
580
600
620
640
660
680
700
720
740
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
RADFIAÇÃO SOLAR GLOBAL(KW/M²)
I(KW/m²)
Figura 4.2 - Comportamento da radiação solar global média no 1° dia de ensaio com o fogão em estudo.
ENSAIO FOGÃO BIFOCAL - DIA 1
480
510
560
544
576
510
496
528
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 DIA
TEMPO(HORA)
rADIAÇÃO SOLAR DIRETA(KW/M²)
IDIRETA(KW/m²)
Figura 4.3 - Comportamento da radiação solar direta média no 1° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.7 - Dados obtidos no 2º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO
(HORA)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
I
(W/m²)
I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
300 250 600 480
9:00 - 10:00
360 340 620 496
10:00 - 11:00
410 370 680 544
11:00 - 12:00
425 410 700 560
12:00 - 13:00
457 416 700 560
13:00 - 14:00
410 375 680 544
14:00 - 15:00
325 320 650 510
MÉDIA
381 354 660 528
300
360
410
425
457
410
325
381
250
340
370
410
416
375
320
354
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS NOS FOCOS(°C)
Tfoco 1C)
Tfoco 2C)
Figura 4.4 - Comportamento das temperaturas dias nos focos obtidas no dia de ensaio com o fogão em
estudo.
480
496
544
560 560
544
510
528
440
460
480
500
520
540
560
580
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 -
13:00
13:00 -
14:00
14:00 -
15:00
MÉDIA
TEM P O(HORA)
IDIRETA(KW/)
Figura 4.5 - Comportamento da radiação solar direta média no 2° dia de ensaio com o fogão em estudo.
600
620
680
700 700
680
650
660
540
560
580
600
620
640
660
680
700
720
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL(KW/M²)
I(KW/m²)
Figura 4.6 - Comportamento da radiação solar global média no 2° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.8. Dados obtidos no 3º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO
(HORA)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
I
(W/m²)
I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
300 250 600 480
9:00 - 10:00
413 385 680 544
10:00 – 11:00
440 435 720 576
11:00 – 12:00
440 420 720 576
12:00 – 13:00
435 415 700 560
13:00 – 14:00
420 375 680 544
14:00 – 15:00
300 280 600 480
MÉDIA
391 361 671 536,8
300
413
440 440
435
420
300
391
250
385
435
420
415
375
280
361
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS NOS FOCOS(°C)
Tfoco 1C)
Tfoco 2C)
Figura 4.7 - Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no 3° dia de ensaio com o fogão em
estudo.
600
680
720 720
700
680
600
671
540
560
580
600
620
640
660
680
700
720
740
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
I(KW/ m²)
Figura 4.8 - Comportamento da radiação solar global média no 3° dia de ensaio com o fogão em estudo.
480
544
576 576
560
544
480
536,8
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
RADIAÇÃO SOLAR DIRETA(KW/m²)
IDIRETA(KW/m²)
Figura 4.9 - Comportamento da radiação solar direta média no 3° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.9 - Dados obtidos no 4º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO(HORA)
Tfoco 1(°C) Tfoco 2(°C) I(W/m²) I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
385 310 650 510
9:00 - 10:00
400 360 700 560
10:00 - 11:00
450 390 750 600
11:00 - 12:00
460 417 750 600
12:00 - 13:00
483 400 750 600
13:00 - 14:00
445 355 700 560
14:00 - 15:00
349 307 680 544
MÉDIA
425,6 362,7 711,4 569,1
385
400
450
460
483
445
349
425,6
310
360
390
417
400
355
307
362,7
0
100
200
300
400
500
600
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS NOS FOCOS(KW/m²)
Tfoco 1C)
Tfoco 2C)
Figura 4.10 - Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no 4° dia de ensaio com o
fogão em estudo.
650
700
750 750 750
700
680
711,4
600
620
640
660
680
700
720
740
760
8:00 - 9 :00 9:00 - 10:0 0 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 DI A
TEM P O(HORA)
I(KW/ m²)
Figura 4.11 - Comportamento da radiação solar global média no 4° dia de ensaio com o fogão em estudo.
510
560
600 600 600
560
544
569,1
460
480
500
520
540
560
580
600
620
8:00 - 9:00 9:00 - 10 :00 10:00 - 11:00 11:00 - 12 :00 12:00 -
13:00
13:0 0 -
14:00
14:0 0 -
15:00
MÉDIA
TEMPO(HORA)
IDIRETA(KW/m²)
Figura 4.12 - Comportamento da radiação solar direta média no 4° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.10. Dados obtidos no 5º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO(HORA)
Tfoco 1(°C) Tfoco 2(°C) I(W/m²) I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
350 300 630 504
9:00 - 10:00
390 350 700 560
10:00 - 11:00
428 390 740 592
11:00 - 12:00
440 400 730 584
12:00 - 13:00
450 400 730 584
13:00 - 14:00
445 345 700 560
14:00 - 15:00
340 290 650 510
MÉDIA
406,1 353,6 697,1 557,7
350
390
428
440
450
445
340
406,1
300
350
390
400 400
345
290
353,6
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS NOS FOCOS(°C)
Tfoco 1C)
Tfoco 2C)
Figura 4.13 - Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no 5° dia de ensaio com o fogão em
estudo.
630
700
740
730 730
700
650
697,1
560
580
600
620
640
660
680
700
720
740
760
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 DIA
TEM PO(HORA)
I(kw/m²)
Figura 4.14 - Comportamento da radiação solar global média no 5° dia de ensaio com o fogão em estudo.
504
560
592
584 584
560
510
557,7
460
480
500
520
540
560
580
600
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
RADIAÇÃO SOLAR DIRETA(KW/m²)
IDIRETA(KW/m²)
Figura 4.15 - Comportamento da radiação solar direta média no 5° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.11. Dados obtidos no 6º dia de ensaio com o fogão solar.
TEMPO(HORA)
Tfoco 1(°C) Tfoco 2(°C) I(W/m²) I
DIRETA
(W/m²)
8:00 - 9:00
345 290 630 504
9:00 – 10:00
320 290 650 510
10:00 - 11:00
420 390 700 560
11:00 - 12:00
410 380 700 560
12:00 - 13:00
400 390 700 560
13:00 - 14:00
380 310 650 510
14:00 - 15:00
310 280 600 480
MÉDIA
369,3 332,9 661,4 529,1
345
320
420
410
400
380
310
369,3
290 290
390
380
390
310
280
332,9
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS NOS FOCOS(°C)
Tfoco 1C)
Tfoco 2C)
Figura 4.16 - Comportamento das temperaturas médias nos focos obtidas no 6° dia de ensaio com o fogão em
estudo.
630
650
700 700 700
650
600
661,4
540
560
580
600
620
640
660
680
700
720
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 DIA
TEM PO(HORA)
I(KW/m²)
Figura 4.17 - Comportamento da radiação solar global média no 6° dia de ensaio com o fogão em estudo.
504
510
560 560 560
510
480
529,1
440
460
480
500
520
540
560
580
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIA
TEMPO(HORA)
IDIRETA(KW/ m²)
Figura 4.18 - Comportamento da radiação solar direta média no 6° dia de ensaio com o fogão em estudo.
Tabela 4.12. Dados médios gerais de todos os dias de ensaio.
DIA
T
foco 1
(°C)
T
foco 2
(°C)
I
G
(W/m²)
I
D
(W/m²)
T
MAX.
(F1)
T
MAX.
(F2)
DIA 1 400 351 660 528 550 518
DIA 2 381 354 660 528 492 463
DIA 3 391 361 671 536,8 494 480
DIA 4 425,6 362,7 711,4 569,1 515 450
DIA 5 406,1 353,6 697,1 557,7 500 440
DIA 6 369,3 332,9 661,4 529,1 500 441
MÉDIA 395,5 352,5 676,8 541,5 508,5 465,3
400
381
391
425,6
406,1
369,3
395,5
351
354
361
362,7
353,6
332,9
352,5
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
TEMPO(HORA)
Tfoco 1 C)
Tfoco 2 C)
Figura 4.19 - Comportamento das temperaturas médias nos dois focos em todos os dias de ensaio.
660 660
671
711,4
697,1
661,4
676,8
528 528
536,8
569,1
557,7
529,1
541,5
0
100
200
300
400
500
600
700
800
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
TEMPO(HORA)
IG (kw/ m²)
ID (KW/ m²)
Figura 4.20 - Comportamento da radiação global média em todos os dias de ensaio.
550
492
494
515
500 500
508,5
518
463
480
450
440
441
465,3
0
100
200
300
400
500
600
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
TEMPO(HORA)
TEMPERATURAS MÁXIMAS NOS FOCOS (°C)
TMAX. (F1)
TMAX. (F2)
Figura 4.21 - Comportamento das temperaturas máximas atingidas nos dois focos durante todos os dias de
ensaio.
Considerando-se que para dias de intensa radiação solar global tem-se uma radiação
difusa correspondente a 20%, chega-se a um intervalo de radiação solar direta média entre 528
e 569,1 W/m², com média equivalente a 541,5 W/m², e uma variação máxima correspondente
a 7%. Esses dados de radiação solar direta demonstram a viabilidade de utilização do fogão
solar em nossa região, visto que são potenciais de grande magnitude encontrados em poucas
regiões do mundo. O desvio padrão em relação às dias obtidas foi de 17,7 W/m
2
,
demonstrando que os ensaios aconteceram para dias com condições solarimétricas
semelhantes.
Os dados médios de temperatura nos focos do fogão medidos variaram no foco1 de
381ºC a 425,6ºC com média de 395,5ºC e desvio padrão de 19,77 W/m² e variação máxima
correspondente a 10,5% e no foco 2 de 332,9ºC a 362,7ºC com média de 352,5ºC e desvio
padrão de 10,64 W/m² e variação máxima de 8,2%.
Os valores de temperatura máxima obtidos em ambos os focos foram bem
significativos, sendo 550°C para o foco 1 e 518°C para o foco 2, valores estes que viabilizam
um rápido cozimento dos alimentos e que correspondem a algo em torno de 75% dos obtidos
com fogão base de comparação. No que concerne às temperaturas máximas obtidas com o
fogão em estudo, a variação máxima obtida foi da ordem de 11% no foco 1 e 15% no foco 2.
Entre os dois focos esse valor correspondeu a 6% entre o maior e o menor dos valores médios.
Percebe-se que no foco 1 foi gerada uma temperatura maior que no foco 2, com
variação máxima entre os dois focos em torno de 11%. Essa diferença deve-se às imperfeições
estruturais causadas no processo construtivo, ocasionando uma diferença entre as geometrias
nas duas metades da parábola, após o corte da superfície de 1,5m². Isso ocasionou uma
dispersão focal maior no foco 2. Apesar desses problemas as temperaturas médias geradas no
foco 2 são suficientes para o fim proposto, qual seja o cozimento de alimentos.
Fazendo-se uma análise comparativa em relação ao fogão testado por Souza e Queiroz,
nota-se que as temperaturas médias obtidas com o fogão bifocal são inferiores aquelas geradas
pelo fogão unifocal, que obteve temperatura média em torno de 600°C, porém deve-se que
ressaltar que a área de cada parábola no fogão bifocal é 25% menor.
Seria pois de esperar-se que a temperatura média gerada pelo fogão bifocal fosse da
ordem de 450°C, se a parábola do fogão bifocal tivesse o mesmo grau de perfeição.
Entretanto, no fogão bifocal a possibilidade de dispersão focal é superior em função do corte
da parábola e de sua fixação na estrutura que o sustenta. Essas fontes de dispersão causaram
uma diminuição em torno de 12% na temperatura dia do foco 1 e 22% na temperatura
média do foco 2.
Essa análise apresenta um rigor acima do real uma vez que esses valores citados
seriam obtidos para níveis de radiação médios semelhantes nos ensaios com os dois fogões em
questão, porém os valores médios de temperatura obtidos no fogão base foram para um vel
médio de radiação direta da ordem de 600W/m² enquanto que no teste do fogão bifocal esse
valor foi de 541,5W/m². A diferença dia entre esses dois níveis de radiação foi
correspondente a 10%.
Não obstante, deve se ressaltar que o fogão unifocal foi ensaiado para condições
solarimétricas ótimas enquanto que o fogão em estudo foi ensaiado em condições
solarimétricas variadas.
Para uma análise mais detalhada dos resultados obtidos com o fogão bifocal montou-se
a Tabela 4.13 com os dados médios gerais obtidos para cada hora de realização de teste.
Tabela 4.13. Dados médios horários de temperatura obtidos no foco 1 durante a realização do teste.
08:00 - 09:00
09:00 - 10:00
10:00 - 11:00
11:00 - 12:00
12:00 - 13:00
13:00 - 14:00
14:00 - 15:00
DIAS
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
T
foco 1
(°C)
DIA 1 300 400 450 430 480 410 320
DIA 2 300 360 410 425 457 410 325
DIA 3 300 413 440 440 435 420 300
DIA 4 385 400 450 460 483 445 349
DIA 5 350 390 428 440 450 445 340
DIA 6 345 320 420 410 400 380 310
MÉDIA 330,0 380,5 433,0 434,2 450,8 418,3 324,0
Tabela 4.14. Dados médios horários de temperatura obtidos no foco 2 durante a realização do teste.
08:00 - 09:00
09:00 - 10:00
10:00 - 11:00
11:00 - 12:00
12:00 - 13:00
13:00 - 14:00
14:00 - 15:00
DIAS
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
T
foco 2
(°C)
DIA 1 280 350 370 380 410 370 300
DIA 2 250 340 370 410 416 375 320
DIA 3 250 385 435 420 415 375 280
DIA 4 310 360 390 417 400 355 307
DIA 5 300 350 390 400 400 345 290
DIA 6 290 290 390 380 390 310 280
MÉDIA 280,0 345,8 390,8 401,2 405,2 355,0 296,2
Os valores médios de temperatura da tabela acima mostram o fogão pode ser utilizado
no intervalo de sete horas, entre 8:00 e 15:00 horas, uma vez que a temperatura mínima média
obtida ficou em torno de 280°C, permitindo o cozimento de duas refeições diárias para uma
família de quatro pessoas em média. É importante, mais uma vez ressaltar que no fogão
bifocal tem-se o cozimento de dois tipos de alimentos ao mesmo tempo permitindo uma maior
velocidade na preparação de uma refeição.
Os Gráficos a seguir mostram o comportamento horário das temperaturas médias
obtidas para cada foco.
TEMPERATURA FOCO 1 - 08:00 - 09:00 H
300 300 300
385
350
345
330,0
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA(°C)
Figura 4.22 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 08:00 às 09:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 9:00 - 10:00 H
400
360
413
400
390
320
380,5
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.23 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 09:00 às 10:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 10:00 - 11:00 H
450
410
440
450
428
420
433,0
390
400
410
420
430
440
450
460
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.24 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 10:00 às 11:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 11:00 - 12:00 H
430
425
440
460
440
410
434,2
380
390
400
410
420
430
440
450
460
470
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.25 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 11:00 às 12:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 12:00 - 13:00 H
480
457
435
483
450
400
450,8
0
100
200
300
400
500
600
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA(°C)
Figura 4.26 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 12:00 às 13:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 13:00 - 14:00 H
410 410
420
445 445
380
418,3
340
360
380
400
420
440
460
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.27 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 13:00 às 14:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 1 - 14:00 - 15:00 H
320
325
300
349
340
310
324,0
270
280
290
300
310
320
330
340
350
360
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.28 - Comportamento das temperaturas médias do foco1 no horário de 14:00 às 15:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 8:00 - 9:00 H
280
250 250
310
300
290
280,0
0
50
100
150
200
250
300
350
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA(°C)
Figura 4.29 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 08:00 às 09:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 9:00 - 10:00 H
350
340
385
360
350
290
345,8
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA(°C)
Figura 4.30 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 09:00 às 10:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 10:00 - 11:00 H
370 370
435
390 390 390
390,8
320
340
360
380
400
420
440
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.31 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 10:00 às 11:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 11:00 - 12:00 H
380
410
420
417
400
380
401,2
360
370
380
390
400
410
420
430
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.32 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 11:00 às 12:00 em todos os dias
de ensaio.
T E M P E RA T UR A FOC O 2 - 1 2: 00 - ! 3 : 0 0
410
416
415
400 400
390
405,2
375
380
385
390
395
400
405
410
415
420
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 DIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA ( C)
Figura 4.33 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 12:00 às 13:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 13:00 - 14:00 H
370
375 375
355
345
310
355,0
0
50
100
150
200
250
300
350
400
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DIAS DE ENSAIO
TEMPERATURA(°C)
Figura 4.34 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 13:00 às 14:00 em todos os dias
de ensaio.
TEMPERATURA FOCO 2 - 14:00 - 15:00 H
300
320
280
307
290
280
296,2
260
270
280
290
300
310
320
330
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6 MÉDIA
DI AS D E EN S AI O
Figura 4.35 - Comportamento das temperaturas médias do foco2 no horário de 14:00 às 15:00 em todos os dias
de ensaio.
0
100
200
300
400
500
600
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
Tfoco 1
(°C)
Tfoco 2
(°C)
08:00 - 09:00 09:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00
TEMPO (HORAS)
TEMPERATURAS MEDIDAS POR HORA, FOCO E DIA
DIA 1
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
DIA 6
MÉDIA
Figura 4.36 - Comportamento das temperaturas médias horárias por foco em função do tempo durante os seis
dias de ensaio.
0
100
200
300
400
500
600
700
8:00 - 9:00 9:00 - 10:00 10:00 - 11:00 11:00 - 12:00 12:00 - 13:00 13:00 - 14:00 14:00 - 15:00 MÉDIAS
TEMPO (HORA)
RADIAÇÃO DIRETA DIÁRIA E POR HORA (W/m²)
DIA 1
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
DIA 6
Figura 4.37 - Comportamento da radiação direta em função do tempo durante os seis dias de ensaio.
Para finalizar os testes com o fogão bifocal proposto realizou-se ensaios de cozimentos
de alimentos que constituem uma refeição básica típica do nordeste brasileiro. Foram cosidos
os seguintes alimentos: feijão, arroz, macarrão, batata doce, inhame e macaxeira. Os tempos
de cozimento obtidos encontram-se mostrados na Tabela 4.15, juntamente com os tempos
relativos obtidos com o fogão a gás, o fogão base estudado por Souza e Queirós, em Natal e o
fogão estudado por Arnaldo Moura em João Pessoa – Pb.
Tabela 4.15 – Tempo de cozimento de alimentos em função do tipo de fogão solar.
Alimentos
Tempo de cozimento (min)
Tipo
Quantidade
(kg)
Fogão a
gás
Fogão solar
de Arnaldo
Moura
Fogão solar de
Souza e Queirós
Fogão solar em estudo
(foco1)
Feijão
0,50 90 95 120 150
Batatinha
0,50 27 30 30 39
Batata doce
0,45 26 30 30 38
Arroz
0,25 30 35 30 40
Inhame
1,00 30 34 32 41
Macarrão
0,50 28 35 30 37
Macaxeira
0,50 30 40 30 38
Figura 4.38 – Cozimento de alimentos no fogão em estudo.
Percebe-se que os resultados obtidos com o fogão bifocal são competitivos
comparados com os obtidos com os fogões estudados. Os tempos de cozimento do fogão
bifocal o sempre superiores aos fogões com os quais foi comparado, uma vez que a área de
cada parábola do fogão bifocal é 25% menor. Porém o fogão bifocal permite o cozimento de
dois alimentos ao mesmo tempo e isso é um diferencial de velocidade na preparação de uma
refeição, o que se leva a concluir que tal fogão apresenta vantagem em relação aos outros
fogões unifocais desenvolvidos. Essa constatação pode ser mais clara se os processos de
construção e montagem do fogão bifocal forem otimizados, diminuindo a dispersão focal.
É importante ressaltar que os tempos de cozimento mostrados pela literatura para
fogões solares são algumas vezes superestimados, dificultando bastante a comparação entre os
tempos de cozimento.
Por fim, nota-se que os resultados mostrados na tabela 4.15 são referentes apenas ao
foco 1 uma vez que a dispersão focal existente no foco 2 causada pela imperfeição da semi-
parábola no momento de sua confecção acarretou uma redução nas temperaturas obtidas,
desprezando-se assim seus resultados.
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1 Conclusões
Como foi ressaltado o objetivo maior do presente trabalho foi construir um fogão
solar com dois absorvedores constituído de duas semi-parábolas que apresentasse desempenho
compatível com os fogões existentes de apenas um foco permitindo o cozimento de duas
refeições distintas simultaneamente.
A seguir, em consonância com essas metas, passa-se a discorrer sobre as conclusões de
caráter geral que se depreende da análise dos dados colhidos nos ensaios realizados com o
protótipo em estudo.
1.
O fogão solar proposto é viável para o fim de cozimento de alimentos, podendo trazer
substancial economia e minimizar problemas de ataque à ecologia, principalmente no
que diz respeito ao desmatamento por uso de lenha;
2.
Sua operacionalidade é simples, em função do fácil manuseio de seu mecanismo de
seguimento solar;
3.
O tamanho dos vários segmentos de espelhos que compõem as semi-parábolas
refletoras foi fundamental para a obtenção de uma temperatura de foco significativa,
pela diminuição da dispersão na reflexão dos raios pelas semi-parábolas;
4.
O fogão proposto tem capacidade de cozimento no período de 8 às 15 horas, dentro de
boas condições solarimétricas, podendo cozer duas refeições distintas para uma família
de até quatro pessoas;
5.
Os níveis de temperatura obtidos foram superiores aos obtidos com fogões mostrados
pela literatura, em entre 300°C e 400°C e inferiores aos valores obtidos com o fogão
base de comparação construído por Souza e Queiroz, porém plenamente viáveis para o
fim proposto;
6.
O custo de fabricação do fogão proposto fica em torno de 300 reais, estando dentro da
faixa média para tais protótipos entre 150 e 300 reais, para fins que não visam lucro;
7.
Também cabe mostrar aos usuários de tal fogão alternativo que sua eficiência é
diretamente proporcional à intensidade de radiação solar direta, e que quando o dia
apresentar intensas horas com nebulosidades, a eficiência dos mesmos não é a mesma,
sendo indicado para regiões com baixos índices de nebulosidade, característica do
nordeste brasileiro.
8.
Os tempos de cozimento para os vários tipos de alimentos testados são competitivos
com os apontados pela literatura e com o fogão base de comparação anteriormente
estudado;
9.
Aprimoramento nos seus processos de construção e montagem, uma vez que erros
cometidos nessas etapas vão se somando, conduzindo a uma maior dispersão de foco;
10.
A ferramenta que foi desenvolvida para o corte circular dos espelhos proporcionou a
obtenção de uma superfície refletora de melhor estética;
11.
Uma dificuldade encontrada no fogão bifocal é o alinhamento das duas parábolas
quando montadas na estrutura de fixação, para a obtenção dos dois focos nas regiões
pré-estabelecidas;
12.
A estrutura de sustentação do fogão precisa ser otimizada, para permitir uma maior
estabilidade na operação de movimentação do mesmo para o seguimento do
movimento aparente do sol.
5.2 Sugestões
1.
Fabricar a parábola com um novo tipo de material com fibras vegetais ou utilizando
um compósito a base de gesso, cimento e areia;
2.
Fazer o conjunto de peças que compõem a estrutura do fogão com encaixes
rosqueados, modulável, para facilitar a montagem e a desmontagem e o transporte;
3.
Construir uma nova estrutura para conceder ao fogão proposto uma maior estabilidade
ao vento;
4.
Construir um fogão multifocal que tenha a capacidade de cozimento para quatro
alimentos ao mesmo tempo;
5.
É importante que se tenha uma outra fonte convencional para o cozimento de
alimentos para substituir o fogão solar proposto em dias com condições solarimétricas
insuficientes para seu uso;
6.
Conscientizar dos riscos que o fogão pode trazer para o usuário, no que diz respeito a
concentrações dos raios do sol, que podem atingir a vista humana. Portanto, é preciso
um treinamento mínimo prévio para os usuários do mesmo;
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