que a criança pode sorrir em resposta à voz dos pais, mostra geral controle dos
movimentos de braços e pernas.
Entretanto, com a falta da visão, é necessário saber qual dos canais de percepção
pode substitui-la, para que a criança identifique objetos e pessoas, adquirindo a estrutura
espacial. Vale ressaltar que com o bloqueio de um canal de entrada, outros canais
precisam se desenvolver. No caso da criança cega, ela precisa desenvolver outras formas
de comunicação, que servem para lhe dar outras percepções e outras dimensões.
O sistema nervoso central e, principalmente, o córtex cerebral, processa
informações vindas do ambiente externo, por intermédio das percepções tátil, auditiva,
cinestésica, olfativa e gustativa. Daí integram informações armazenadas e memorizadas
em um esquema global, sem características visuais, mas táteis, auditivas e de outro tipo
daquele objeto concreto com o mundo exterior, formando o esquema mental de relação
entre as coisas, entre as partes desse objeto concreto com o mundo externo as suas
qualidades e os conceitos.
Entre os 18 e os 24 meses ocorre o início do pensamento internalizado na criança
que vê. Ela precisa se esforçar, inicialmente e por pouco tempo, em atividades de ensaio e
erro, para melhor pensar sobre possíveis causados. Segundo Piaget, este estágio é um
marco em que a criança liberta suas percepções e ações, imaginando suas ações e
conseqüências. No entanto, na criança cega, as experiências de andar, sentar, rodar,
levantar e transportar, puxar, empurrar, chutar, saltar, correr, subir e descer escadas,
atividades de apoio e sem apoio, que envolvem a sua motricidade, auxiliarão a aumentar
sua confiança, habilidade, autonomia e independência. A coordenação dinâmica geral
dessas atividades irá ao encontro da formação de seu esquema corporal futuro.
Por conseguinte, os apelos do meio-ambiente e a aprendizagem facilitada pelo
adulto implicam novas atribuições do educador precoce. Cabe ao educador intensificar
certas dimensões relevantes desses estímulos, ensinar à criança um repertório de
comportamentos adaptativos, e estabelecer conseqüências adequadas para essas respostas
do sujeito favorecendo sempre que possível a exploração livre pela criança. Isso exige do
educador o planejamento de atividades, garantindo a segurança de um ambiente propício,
usando uma metodologia adaptada à ausência da visão, ou seja, auditiva e tátil. Ilustrando,
o desenvolvimento da preensão que se dará por experiências de enfiar contas, agrupar