RESUMO
A exposição a diferentes tipos de estresse influencia a produção de espécies reativas
de oxigênio com risco potencial à integridade dos tecidos. O estresse psicossocial ou
biológico é responsável por alterações na imunidade, nos marcadores de estresse oxidativo
e no sistema de defesa antioxidante. Estudos prévios mostraram que os níveis de glutationa
(GSH) são aumentados no cerebelo de camundongos sujeitos ao estresse de restrição física.
Contudo, camundongos expostos à interação agonística recorrente (IAR) não apresentaram
alterações nos níveis de GSH. A proposta deste estudo foi analisar os efeitos do estresse de
interação social sobre a ativação da reposta imune humoral e sobre os parâmetros pró-
oxidantes (peroxidação lipídica -TBARS) e antioxidantes (glutationa redutase - GR,
glutationa peroxidase - GPX, glutationa S-transferase - GST, gama-glutamil transpeptidase
- GGT) no córtex cerebral de camundongos. Para tanto, camundongos Suíços, machos
foram submetidos ao estresse de interação social e/ou foram injetados com 10
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hemácias de
carneiro (HC)/ml/ip, 4 horas, 3 dias, 5 dias, 7 dias, 9 dias, 11 dias, 13 dias, antes da coleta
de tecidos. Como controles, animais não submetidos ao estresse de interação social e/ou
injetados com solução veículo (V) foram usados. A resposta imune humoral analisada ao
longo do tempo nos grupos de animais estressados socialmente (E) e não estressados (C),
mostrou alterações significantes (KW= 80,65; p<0,001), contudo não foram observadas
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Os ensaios de lipoperoxidação não
revelaram alterações estatisticamente significantes quando se avaliou o efeito do inóculo ou
do estresse social na média dos níveis de TBARS ao longo do tempo. Contudo, verificou-
se que a média da produção de TBARS alterou-se ao longo dos 13 dias de experimento.
Embora a análise ao longo do tempo não tenha demonstrado diferenças estatisticamente
significantes entre os inóculos empregados, os níveis de TBARS foram afetados pelo
estresse social [(6,215)= 5,81; p< 0,001]. Adicionalmente, uma interferência do estresse
social foi observada na média dos níveis de GR ao longo do experimento [F (1,216)=
13,73; p<0,001]. A média dos níveis de GPX no parênquima cortical mostrou uma
interação significante do inóculo e estresse social [F(1,215)= 33,90; p< 0,001]. A média dos
níveis de GST no parênquima cortical revelou um efeito significante do estresse social
[F(1,214)= 6,34; p<0,0126] nesta enzima, representado por um significativo aumento da
mesma (p<0,0115). A análise da média dos níveis de GGT mostrou um efeito significante
do estresse social [F(1,218)= 53,26; p<0,001], que por sua vez foi responsável por um
decréscimo desta enzima (p<0,001). Em conjunto, estes dados nos permitem sugerir uma
associação entre os mecanismos de adaptação ao estresse e a atividade imunológica, que
pode ser importante para a manutenção da homeostase e essencial para o bem-estar dos
organismos.
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