apontar que projetos políticos estão sendo construídos. Os dados abaixo representam a
tentativa de evidenciar essa questão nos depoimentos dos gestores.
TABELA 2: Prioridade da política e papel do conselho – Ponta Grossa – 2006
Área Prioridade da política Avaliação sobre o papel do conselho
Saúde
“Prioridade? Todas! [quando
assumimos a gestão, a saúde]
estava relativamente
desorganizada, [por isso] existe
carência nas Unidades Básicas de
Saúde, no Centro Municipal de
Especialidades, no Centro
Municipal da Mulher, no Pronto
Socorro, no Hospital da Criança...
em todos os setores. Aí a
prioridade é a saúde (...)”.
“Trazer a voz da população até a gente e o
papel de fiscalizador dos gastos e ações da
saúde. Ele fiscaliza as contas, tudo... mas
fiscaliza as contas do que já se fez, não do
que se vai fazer. Em algumas ações que a
gente vai desenvolver tem que levar para a
aprovação do Conselho, todas as ações que
consomem verbas do Fundo Municipal de
Saúde tem que ser autorizadas pelo
Conselho Municipal de Saúde. (...) Mas eu
acho que precisa ainda um amadurecimento
político da sociedade. Até a eleição, a prática
da democracia, ainda necessita de uma
evolução e de um amadurecimento político
da população. (...) Enquanto existir
distribuição de benesses numa campanha
política é sinal que a sociedade ainda não
amadureceu”.
Assistência
Social
Assistência
Social
(cont.)
“Na verdade nós não priorizamos,
porque quem tem necessidade,
tem necessidade! Nós estamos
procurando atacar todas as áreas.
Evidente que existem programas
mais ativos, mas não que sejam
elencados como prioridade. Todos
os programas são atacados de
forma conjunta e os recursos são
mais ou menos assim, não existe
um dispêndio maior, mas é
proporcional, é claro. Meu maior
custo hoje é o departamento da
criança e do adolescente, mas
enquanto eu tenho 3 mil idosos,
eu tenho 20 mil crianças. Aí o
custo é diferente”.
“É o órgão fiscalizador da política da
assistência social, e a ele devo me reportar.
Eu coloco o conselho de assistência social
como a autoridade maior da assistência
social no município. Vejo dessa forma e
trabalho com o conselho como se ele fosse
assim... o real entendimento por parte dos
conselheiros de que a política social deve
ser, evidentemente, elaborada e norteada
pelo conselho, e eu aceito isso assim com
muita tranqüilidade, porque entendo que é
dessa forma que deva ser. (...) O grande
complicador da participação da sociedade
civil na gestão da política da assistência é
que eu, administrador público, tenho que me
preocupar com a origem de recursos, a
aplicação e a legalidade da aplicação desses
recursos. E essa visão ainda, infelizmente, a
sociedade não tem, ela acha que as coisas
são muito fáceis”.
Fonte: Entrevista. Org. da autora.