Download PDF
ads:
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
E-mail: edson.m[email protected].br
Em: 31/01/2003
Conjuntivite Pneumocócica em uma Escola Elementar – 20
de Setembro a 6 de dezembro de 2002
Em 18 de outubro de 2002, o enfermeiro de uma escola elementar em Westbrook,
Maine, notificou ao Departamento de Saúde de Maine (DSM) um aumento no número de
estudantes com conjuntivite. Durante o período de 23 de setembro a 18 de outubro, um
total de 31 estudantes no jardim infantil e do primeiro e segundo graus foram notificados
pelos pais ao enfermeiro como tendo conjuntivite ou que teve diagnóstico de conjuntivite
pelo enfermeiro da escola. As culturas de esfregaço conjuntival de cinco (38%) dos 13
estudantes que foram testados inicialmente apresentaram crescimento de Streptococcus
pneumoniae. Este relatório documenta os casos adicionais na comunidade e sumariza os
resultados preliminares da investigação desse surto, as quais indicaram que o surto foi
causado pela mesma cepa não tipável de pneumococo que causou um surto de
conjuntivite entre estudantes do colégio de New Hamphshire durante janeiro-março de
2002 (1). Este é o primeiro momento que esta cepa tem sido notificada como a causa de
um surto de conjuntivite entre estudantes. Os prestadores de assistência à saúde e
funcionários do serviço de saúde pública devem estar alerta que o S. pneumoniae não
tipável pode causar surtos de conjuntivite em crianças na idade escolar; os surtos devem
ser notificados aos departamentos de estado da saúde e CDC.
Os enfermeiros escolares e gerentes de creches foram solicitados a notificar ao DMS
qualquer criança ou membro da equipe que tiveram início de conjuntivite durante 20 de
setembro a 6 de dezembro. Os episódios notificados de conjuntivite foram considerados
confirmados por cultura se o S. pneumoniae fosse isolado das secreções oculares. Um
questionário para identificar as crianças e membros familiares com conjuntivite foi
enviado a residência de todas as crianças que compareciam a escola elementar caso
índice. Entre 361 estudantes, 101 (28%) (idade média: 6 anos; variação:5-8 anos)
tiveram ao menos um episódio de conjuntivite, e 11 (55%) de 20 estudantes testados
tiveram um episódio de conjuntivite pneumocócica confirmada por cultura (Figura). A
taxa de ataque foi mais alta entre os estudantes do primeiro grau (51 [38%] de 136),
seguido pelo jardim infantil matinal (20 [29%] de 70), segundo grau (28 [26% de 198), e
estudantes do jardim infantil vespertino (dois [4%] de 47). Entre o pessoal da escola, três
(13%) de 23 professores de sala e três (15%) de 20 outros membros da equipe tiveram
conjuntivite durante o período de estudo. De 709 membros familiares que não
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
E-mail: edson.m[email protected].br
Em: 31/01/2003
compareceram à escola, 37 (5%) (idade média: 4 anos; variação: <1-42 anos)
notificaram conjuntivite; 28 (76%) dos 37 foram contatos domiciliares de estudantes que
estiveram anteriormente doentes. Dos 221 contatos domiciliares de estudantes com
conjuntivite, 28 (13%) notificaram ter tido conjuntivite com início após a doença do
estudante.
Figura. Número de casos de conjuntivite pneumocócica confirmado por cultura*
e casos
notificados de etiologia desconhecida entre estudantes em uma escola
elementar, por data do início – Maine, 20 de setembro a 30 de novembro de
2002.
Um Segundo questionário foi distribuído para todos os estudantes em salas de aula
selecionadas. Entre 65 estudantes com conjuntivite que responderam, os sintomas
relatados mais comumente foram congestão ocular (55 [85%]), prurido, dor, ou queimor
nos olhos (45 [69%]); crosta nos olhos pela manhã (42 [65%]); corrimento cinza ou
amarelo nos olhos (42 [65%]); e edema de pálpebras (30 [46%]). O rubor em ambos os
olhos foi relatado para 35 (65%) dos estudantes que tiveram olhos congestos. A duração
média dos sintomas foi 3 dias (variação 1-14 dias). Dos 65 estudantes, 53 (82%)
faltaram à escola Duran a doença, com uma ausência média de 2 dias (variação: 1-7
dias). Os sintomas de infecções pneumocócicas sistêmicas não foram identificados em
qualquer dos estudantes ou contatos.
Os enfermeiros escolares e pessoal que cuida de crianças na comunidade notificaram 77
estudantes adicionais que tiveram conjuntivite com início durante 20 de setembro a 2 de
dezembro, incluindo 53 (4%) de 1.313 estudantes, variando do jardim da infância até o
ads:
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
E-mail: edson.m[email protected].br
Em: 31/01/2003
12º grau em quatro escolas, e 24 (9%) de 271 crianças que freqüentavam três creches.
Entre os 53 estudantes com conjuntivite em outras escolas, 10 (19%) tinham um membro
familiar na escola índice, e sete (29%) de 24 crianças da creches tinham um irmão na
escola.
Das 20 amostras conjuntivais coletadas de estudantes na escola índice e 15 coletadas de
estudantes em outras escolas, 11 (55%) e cinco (33%), respectivamente, apresentaram
crescimento de S. pneumoniae. Todos os sete isolados que foram testados para
suscetibilidade antimicrobiana foram resistentes a eritromicina, porém suscetíveis à
penicilina e cefalosporinas de terceira geração. Nove isolados foram enviados ao CDC
para sorotipagem; oito não puderam ser tipados por uso de antisoro no CDC, e um
isolado de um esfregaço conjuntival coletada em um estudante da escola índice foi
sorotipo 38. Os isolados não tipáveis, porém não o isolado do sorotipo 38, produziram
padrões eletroforéticos idênticos por eletroforese de gel em campo pulsado para isolados
pneumocócicos de um surto de conjuntivite em um campos colegial em New Hampshire
durante o período de janeiro a março de 2002 (1). As amostras de cultura celular das
amostras de 30 estudantes foram negativas para adenovírus (ou seja, não foi identificado
efeito citopático na cultura celular após incubação durante 10 dias).
Para prevenir a transmissão na escola, os estudantes e professores foram estimulados a
lavar as mãos freqüentemente com sabão e água e a limpar e limitar o
compartilhamento de objetos na sala de aula. Além disso, as crianças sintomáticas foram
excluídas da escola. A implementação das medidas de prevenção nestes locais foi difícil.
Os professores relataram que o aumento de lavagem de mãos na escola era disruptivo
para as turmas e a exclusão dos estudantes sintomáticos da escola colocava a
responsabilidade nos pais. Um estudante da escola índice foi notificado como portador
de conjuntivite durante o recesso de ação de graças (25 a 29 de novembro) e nenhuma
criança foi notificada com conjuntivite após o recesso. Cinco estudantes em outras
escolas foram notificados com conjuntivite após o recesso. A vigilância para casos
adicionais de conjuntivite nas áreas escolares está continuando.
Relatado por: C Leighton, Distrito Escolar de Westbrook, Westbrook; D Piper, MS, NorDx
Laboratories, Scarborough; J Gunderman-King, V Rea, MPH, K Gensheimer, MD, J
Randolph, R Danforth, L Webber, E Pritchard, MS, G Beckett, MPH, Departamento de
Saúde de Maine. V Shinde, MPH, R Facklam, PhD, C Whitney, MD, Div de Doenças
Micóticas e Bacterianas, Centro Nacional de Doenças Infecciosas; N Hayes, MD, Div de
Treinamento Aplicado em Saúde Pública, Programa de Epidemiologia; B Flannery, PhD,
Escritório EIS, CDC.
Nota Editorial: Este relatório descreve um surto em uma escola elementar de conjuntivite
atribuída a uma cepa não tipável de S. pneumoniae. O pneumococo não tipável tem
estado implicado anteriormente em surtos de conjuntivite entre estudantes universitários
(1,2) e recrutas militares (2,3) e em casos esporádicos de conjuntivite (4). Este é o
primeiro relato de um surto de conjuntivite causado por pneumococo não tipável
envolvendo crianças jovens, com transmissão documentada a pessoas da comunidade
fora do estabelecimento institucional. Embora as crianças não estivessem gravemente
doentes, o surto resultou em uma perda de dias escolares para as crianças doentes e em
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
E-mail: edson.m[email protected].br
Em: 31/01/2003
perdas econômicas e inconveniência para os pais das crianças doentes para visitas a
prestadores de assistência à saúde e perda ao trabalho.
A efetividade das medidas de prevenção para a interrupção da transmissão da
conjuntivite não é conhecida. A transmissão pessoa-a-pessoa de cepa de surto é
considerada como contato com secreções oculares ou gotículas respiratórias. Em
escolas, a garantia de lavagem regular das mãos poderia melhorar a higiene entre os
estudantes, porém poderia não ser suficiente para interromper a transmissão de um
organismo altamente contagioso, especialmente um transmitido através de gotículas
respiratórias. O uso de gel para as mãos à base álcool tem se mostrado preventivo da
transferência de patógenos em estabelecimentos de atenção à saúde (5), porém seu uso
em escolas ainda não tem sido avaliado. Embora a efetividade da exclusão dos
estudantes com sintomas de conjuntivite da escola para limitar um surto reconhecido não
seja conhecido, essa exclusão é recomendada durante a fase aguda dos sintomas (6).
Na ausência de sinais clínicos de infecções sistêmicas, a Academia Americana de
Pediatria recomenda a readmissão na escola de crianças com conjuntivite após o início
da terapia (7). Embora as gotas oculares de antibiótico sejam prescritas comumente
como terapia empírica para conjuntivite, o efeito da terapia antibiótica tópica na
transmissão da conjuntivite pneumocócica é desconhecido. Os resultados de um
experimento clínico indicou que as pessoas tratadas com ungüento oftálmico de
bacitracina/polimixina foram mais prováveis de ter erradicação de patógenos oculares
aos 3-5 dias que as pessoas tratadas com um placebo (8).
Os prestadores de assistência à saúde que observam um aumento substancial nas visitas
devido à conjuntivite devem considerar a obtenção de culturas virais e bacterianas das
secreções oculares para determinar a etiologia. O CDC está interessado em avaliar a
efetividade das medidas de controle e a utilidade da terapia antibiótica tópica em surtos
futuros causados por S. pneumoniae. Os surtos de pneumonia por S. pneumoniae devem
ser notificados aos departamentos estaduais de saúde, os quais podem contatar o CDC,
telefone 404-639-2215, para assistência adicional.
Agradecimentos
Este relatório é baseado em dados de contribuição de J Flaherty, P Sanfino, L Allen, E
Greaterex, D Bruns, Distrito Escolar de Westbrook; A Hebert, T Levesque, D Porter,
Westbrook; prestadores locais de assistência à saúde, Condado de Cumberland, Maine.
J Elliott, PhD, D Jackson, MS, R Besser, MD, Div de Doenças Bacterianas e Micóticas; W
Trick, MD, S Fridkin, MD, Div de Promoção da Qualidade da Assistência à Saúde, Centro
Nacional de Doenças Infecciosas, CDC.
Referências
1. CDC. Outbreak of bacterial conjunctivitis at a college-New Hampshire, January-
March, 2002. MMWR 2002;51:205-7.
2. Shayegani M, Parsons LM, Gibbons WE Jr, Campbell D. Characterization of
nontypable Streptococcus pneumoniae-like organisms isolated from outbreaks of
conjunctivitis. J Clin Microbiol 1982;16:8-14.
Traduzido por: Edson Alves de Moura Filho
E-mail: edson.m[email protected].br
Em: 31/01/2003
3. Ertugrul N, Rodriguez-Barradas MC, Musher DM, et al. BOX-polymerase chain
reaction-based DNA analysis of nonserotypeable Streptococcus pneumoniae implicated
in outbreaks of conjunctivitis. J Infect Dis 1997;176:1401-5.
4. Barker JH, Musher DM, Silberman R, et al. Genetic relatedness among nontypeable
pneumococci implicated in sporadic cases of conjunctivitis. J Clin Microbiol
1999;37:4039-41.
5. CDC. Guideline for hand hygiene in health-care settings: recommendations of the
healthcare infection control practices advisory committee and the
HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR 2002;51(No. RR-16).
6. Chin J, ed. Control of Communicable Diseases Manual, 17th ed. Washington, DC:
American Public Health Association, 2000:121.
7. American Academy of Pediatrics. School Health. In: Pickering LK, ed. 2000 Red Book:
Report of the Committee on Infectious Diseases, 25th ed. Elk Grove Village, Illinois:
American Academy of Pediatrics, 2000.
8. Gigliotti F, Hendley JO, Morgan J, et al. Efficacy of topical antibiotic therapy in acute
conjunctivitis in children. J Pediatr 1984;104:623--6.
Este documento traduzido trata-se de uma contribuição da Coordenação Geral do
Programa Nacional de ImunizaçõesCGPNI/CENEPI/FUNASA/MS, em parceria
com a Organização Pan Americana de SaúdeOPAS - Escritório Regional da
Organização Mundial de Saúde para a Região das Américas - Brasil, a todos que se
dedicam às ações de imunizações.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo