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FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO
Teresa Maria Fragoso da Costa
CONFORTO LUMINOSO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM ESCRITÓRIOS.
ESTUDO DE CASO DO CONDOMÍNIO CASA DO COMÉRCIO
Rio de Janeiro
Abril 2007
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.
UFRJ
CONFORTO LUMINOSO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM ESCRITÓRIOS.
ESTUDO DE CASO DO CONDOMÍNIO CASA DO COMÉRCIO
Teresa Maria Fragoso da Costa
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Ciências em Arquitetura, área de concentração em
Conforto Ambiental e Eficiência Energética.
Orientador(es):
Aldo Carlos de Moura Gonçalves (D. Sc.)
Eunice Bomfim Rocha (D. Sc.)
Rio de Janeiro
Abril 2007
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Costa, Teresa Maria Fragoso da,
C837 Conforto luminoso e eficiência energética em escritórios: estudo de caso
do Condomínio Casa do Comércio/ Teresa Maria Fragoso da Costa. – Rio de
Janeiro: UFRJ/FAU, 2007.
146f. : il.; 30 cm.
Orientador: Aldo Carlos de Moura Gonçalves.
Dissertação (Mestrado) – UFRJ / PROARQ/ Programa de Pós-graduação
em Arquitetura, 2007.
Referências bibliográficas: f. 138-144
1. Iluminação Natural. 2. Iluminação elétrica. 3. Eficiência energética.
4. Escritórios. I. Gonçalves, Aldo Carlos de Moura. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro , Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. III.
Título.
CDD 644.3
CONFORTO LUMINOSO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM ESCRITÓRIOS.
ESTUDO DE CASO DO CONDOMÍNIO CASA DO COMÉRCIO
Teresa Maria Fragoso da Costa
Orientador(es): Aldo Carlos de Moura Gonçalves (D. Sc.)
Eunice Bomfim Rocha (D. Sc.)
Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em Arquitetura,
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ,
como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências em
Arquitetura, área de concentração em Conforto Ambiental e Eficiência Energética.
Aprovada por:
_______________________________________________
Presidente: Prof. Aldo Carlos de Moura Gonçalves (D. Sc.)
_______________________________________________
Prof. Eunice Bomfim Rocha (D. Sc.)
_______________________________________________
Prof. Maria Maia Porto (D. Sc.)
Rio de Janeiro
Abril 2007
AGRADECIMENTO
Ao Prof. Aldo Carlos de Moura Gonçalves e profª Eunice Bomfim Rocha pelo atencioso
acompanhamento para a realização desta dissertação;
À Prof. Maria Maia Porto pela participação na banca.
À ELETROBRÁS/PROCEL EDIFICA (Convênio ECV 948/2003 Eletrobrás/UFRJ) pela
bolsa de estudo.
Ao Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética (LCE) Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo – UFRJ pelos empréstimos dos equipamentos, para as medições;
Ao Condomínio Casa do Comércio por facilitar o acesso as informações para o
desenvolvimento desta pesquisa;
DEDICATÓRIA
A todos que contribuíram para a construção desta dissertação.
RESUMO
CONFORTO LUMINOSO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM ESCRITÓRIOS.
ESTUDO DE CASO DO CONDOMÍNIO CASA DO COMÉRCIO
Teresa Maria Fragoso da Costa
Orientador(es): Aldo Carlos de Moura Gonçalves (D. Sc.)
Eunice Bomfim Rocha (D. Sc.)
Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Ciências em Arquitetura.
A conscientização, que as decisões hoje se refletirão no futuro, encaminha os profissionais
para soluções que considerem o conforto ambiental. O conforto luminoso se refere à
quantidade de luz necessária para o desenvolvimento de uma tarefa e as respostas fisiológicas
do usuário. Atualmente não se concebe uma edificação que não utilize sistema de automação,
mas isto não a torna eficiente energeticamente. Sabe-se que a integração da iluminação
natural e artificial resulta em uma racionalização de energia sem a redução do conforto.
.
Este trabalho é uma avaliação do conforto luminoso em ambientes destinados a escritórios,
apresentando que um projeto luminotécnico não se restringe apenas a quantidade de luz para o
desenvolvimento de uma tarefa e, sim, a um conjunto de parâmetros que resultam em um
desempenho visual sem esforço. A edificação analisada é o Condomínio Casa do Comércio
situado no Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.
Palavras-chave: escritórios, conforto luminoso, eficiência energética, iluminação natural e
artificial.
Rio de Janeiro
Março 2007
ABSTRACT
LUMINOUS COMFORT AND EFFICIENT ENERGY IN OFFICES.
CASE STUDY OF CONDOMÍNIO CASA DO COMÉRCIO.
Teresa Maria Fragoso da Costa
Orientador(es): Aldo Carlos de Moura Gonçalves (D. Sc.)
Eunice Bomfim Rocha (D. Sc.)
Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-graduação em
Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Ciências em Arquitetura.
The awareness, that decisions taken today will be reflected in the future, directs professionals
towards solutions that take into consideration environmental comfort. Luminous comfort
refers to the amount of light necessary for the development of a task and the physiological
needs of the user.
Currently, a building is not conceived without the use of an automation system, but this does
not necessarily make it energy efficient. It is well-known that the integration of natural and
artificial lighting results in a rationalization of energy without reducing comfort.
This work is an evaluation of the luminous comfort designated for office environments,
showing that a lighting design project is not limited to just the amount of light necessary for
the development of a task but is, also, guided by a set of parameters that results in an
effortless visual performance. The building analyzed is, Condomínio Casa do Comércio,
located in Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.
Kew-words: offices, luminous comfort, efficient energy, natural and artificial lighting.
Rio de Janeiro
Março 2007
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
10
1.2 Estrutura da dissertação
13
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 Projetos para escritórios
14
2.1.1 Evolução da arquitetura nas edificações destinadas a escritórios após a
Revolução Industrial ..................................................................................
14
2.1.2 Concepção espacial dos ambientes destinados a escritórios ....................... 28
2.1.2.1Considerações gerais após a Teoria de Taylor ................................. 28
2.1.2.2 Tendências atuais ........................................................................... 34
2.1.2.3 Na cidade do Rio de Janeiro ........................................................... 36
2.2 Eficiência energética nas edificações ................................................................. 39
2.2.1 Considerações gerais ................................................................................... 39
2.2.2 Edifícios inteligentes ................................................................................... 41
2.3 Iluminação em ambientes destinados a escritórios ..........................................
44
2.3.1 Avaliação do conforto luminoso ................................................................. 44
2.3.1.1 Conforto luminoso .......................................................................... 45
2.3.1.2 Influência da cor no conforto luminoso ......................................... 52
2.3.2 Iluminação natural ....................................................................................... 54
2.3.2.1 Potencial de aproveitamento da iluminação natural ....................... 54
2.3.2.2 Dispositivos de proteção solar ........................................................ 56
2.3.3 Iluminação artificial .................................................................................... 62
2.3.3.1 Considerações gerais ...................................................................... 63
2.3.3.2 Sistemas de iluminação, luminárias, lâmpadas fluorescentes e
reatores eletrônicos .........................................................................
63
2.3.4 Integração da iluminação natural e artificial ............................................... 70
2.3.4.1 Critérios gerais para integração da iluminação natural e artificial . 70
2.3.4.2 Controles da iluminação .............................................................. 74
2.4 Conclusão ..............................................................................................................
78
3 ANÁLISE DO OBJETO EM ESTUDO
Características da edificação ....................................................................................
81
3.2 Metodologia empregada ......................................................................................
84
3.2.1 Apresentação dos ambientes selecionados .................................................. 84
3.2.2 Coleta de dados ........................................................................................... 85
3.2.2.1 Entorno e fachadas ......................................................................... 85
3.2.2.2 Levantamento e medições .............................................................. 92
3.2.3 Questionário ................................................................................................ 110
3.3 Apresentação dos resultados .............................................................................. 118
3.3.1 Questionário ................................................................................................ 119
3.3.2 Avaliação do conforto luminoso ................................................................. 120
3.3.3 Avaliação do sistema de iluminação implantado ........................................ 131
3.4 Conclusão............................................................................................................... 132
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
135
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................
138
ANEXOS ......................................................................................................................
145
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 – Considerações iniciais
A Revolução Industrial desencadeou grandes transformações no homem e no seu mundo e a
arquitetura como elemento de ligação do homem com o meio/abrigo as refletiu. Os primeiros
arranha-céus foram construídos para abrigar centros administrativos (escritórios) resultante do
crescimento industrial e possuíam a preocupação de admissão máxima da iluminação natural
através da profusão de janelas. Neste período a engenharia estrutural expressou os desejos de
muitos arquitetos com sua inovação técnica construtiva e um maior conhecimento de
materiais já utilizado, como o ferro e o concreto. Os ambientes internos, consequentemente,
acompanharam estas evoluções amparadas pelas novas teorias administrativas, com reflexos
nas ambientações e nos mobiliários.
O aquecimento gradual e a mudança climática na Terra são observados no aumento do efeito
estufa na atmosfera (o gás carbônico aumentou quase 30% desde a Revolução Industrial)
resultante do nosso consumo de energia. (CONSUMO..., 2003). Em decorrência muitos países
(o Brasil não está incluso) adotaram um regulamento energético, após o choque do petróleo
em 1973, onde novas preocupações surgiram com o controle ambiental e o consumo de
energia, e apresentaram efeitos significativos promovendo um aumento da qualidade das
edificações e um padrão de conforto para seus usuários. Confirmando que esta atenção na
concepção de edifícios não afeta a criatividade nem os padrões arquitetônicos e construtivos.
A geração de energia não é ilimitada e o desgaste dos recursos naturais, que gerou a crise
energética, atravessa um período de importância em todo o mundo. A evolução da tecnologia
obriga uma constante atualização nos processos para a elaboração de projetos de ambientes
destinados a escritórios, seja pela abordagem técnica, estética e comportamental, entre outros.
A conscientização, que as decisões de hoje se refletirão no futuro, fez com que os
profissionais considerem o conforto térmico, acústico e luminoso, aliado a eficiência
energética e ao uso racional dos materiais com interferência mínima no ecossistema. Mas,
muitas construções confirmam que os profissionais estão mais influenciados na estética,
desconsiderando soluções com o conforto luminoso, que vão refletir no bem es
11
usuários e, como conseqüência, na produtividade; e com a eficiência energética, que vão
refletir em economia para o proprietário e o meio ambiente.
Atualmente não se concebe um edifício que não possua sistemas automatizados para seu
gerenciamento e segurança. Estes edifícios chamados de “inteligentes” são fruto da revolução
de redes de comunicação e no Brasil este conceito começou a ser usado como uma qualidade
da arquitetura pelo setor comercial por apresentam uma eficiência energética, mas nem todo
modelo desta edificação apresenta uma viabilidade econômica em função do conforto
luminoso.
Ultimamente, o interesse pela iluminação natural cresceu em função da crise energética e,
consequentemente, o conforto luminoso. A quantidade de luz que penetra por uma janela, nos
escritórios, se torna incômoda seja pelo desconforto visual ou calor. Os fechamentos das
aberturas, que controla esta penetração, com seus dispositivos de proteção solar
externo/interno, têm o seu perfeito funcionamento resolvido na fase de projeto. A questão da
eficiência energética é um problema mundial e o se nega mais que as técnicas construtivas e
os projetos de arquitetura têm uma grande parcela de responsabilidade neste contexto, seja na
fabricação dos materiais ou nas decisões construtivas.
A iluminação artificial se tornou muito empregada com a invenção da lâmpada fluorescente,
pela sua facilidade para iluminação geral de grandes áreas e a aparência de sua cor semelhante
à luz solar. Associada ao baixo custo de energia, na época, sua aplicação se popularizou e,
atualmente, com luminárias, lâmpadas/reatores com alto rendimento, ainda se incentiva sua
utilização. Seu uso em escritórios panorâmicos durante o dia é conseqüência de grandes
profundidades com janelas ao longo da fachada, onde o interior apesar de receber iluminação
natural parece escuro ou pela necessidade de persianas para atenuar o ofuscamento oriundo
das janelas.
A facilidade que a iluminação artificial tem para proporcionar a quantidade de luz necessária
num ambiente destinado a escritório a fez mais utilizada que a natural, porém a integração das
duas é um fator de eficiência energética. A consciência mundial que é necessária uma
economia de energia, encaminhou vários profissionais a desenvolver estudos e aplicações
para a integração da iluminação natural e artificial e seus controles.
12
A integração da iluminação natural e artificial garante o desempenho das condições de
conforto e apresenta um potencial de conservação de energia na fase do estudo preliminar de
40%, na fase de anteprojeto de 0 a 10% e na fase de ocupação de 10 a 20%. (ALLUCCI,
1992).
O conforto luminoso diz respeito às exigências humanas que afetam a visão e se relaciona
tanto com a iluminação natural quanto a artificial. A quantidade de luz num ambiente e seus
resultados visuais podem resultar em desconforto com sintomas físicos como dores de cabeça,
ardências nos olhos, etc. Um espaço destinado a escritório não pode ser visto pela estética
de seu mobiliário e adornos e, também, pelo conforto luminoso que facilita o desempenho
visual na realização das tarefas, provocando em seus usuários a sensação de bem estar e
aumentando a produtividade.
Na cidade do Rio de Janeiro, onde a insolação é abundante, os projetos de ambientes
destinados a escritórios não consideram o conforto luminoso associado à eficiência
energética. Muitas edificações comerciais são consideradas inteligentes” porque o
automatizadas e proporcionam uma determinada economia de energia que pode ser
aumentada com a integração da iluminação natural e artificial, e com o conforto luminoso,
cuja análise é além do que a quantidade de luz para o desenvolvimento de uma tarefa.
O presente trabalho viabiliza uma avaliação do conforto luminoso associado à eficiência
energética, em ambientes destinados a escritórios, na cidade do Rio de Janeiro, com uma
análise de fatores referentes ao conforto luminoso e a influência da cores para seu
desenvolvimento, à iluminação natural e artificial e sua integração com seus controles e à
eficiência energética proveniente das luminárias, lâmpadas e equipamentos, demonstrando a
importância do conforto luminoso para estes ambientes porque se relaciona com o aumento da
produtividade.
O desenvolvimento da pesquisa é referente ao Condomínio Casa do Comércio, onde foram
coletados dados relativos à arquitetura, ao entorno, levantamentos diversos, medições,
walkthrough e distribuição de um questionário.
13
1.2 Estrutura da dissertação
A dissertação foi dividida em duas etapas:
Embasamento teórico que engloba os assuntos:
o A evolução dos escritórios tanto pela arquitetura após a Revolução Industrial
quanto pela ambientação após a Teoria de Taylor e como os escritórios na
cidade do Rio de Janeiro acompanharam estas mudanças;
o A eficiência energética e sua relação com os edifícios inteligentes;
o A iluminação dos ambientes destinados a escritórios considerando o conforto
luminoso e a influência das cores sobre o mesmo; a iluminação natural com
sua disponibilidade e seus dispositivos de proteção; a iluminação artificial com
seus sistemas, luminárias, lâmpadas e equipamentos e a integração das duas,
com seus controles.
Análise do objeto em estudo que engloba os assuntos:
o A arquitetura da edificação em estudo, sua localização e situação, seu entorno,
suas fachadas com seus dispositivos de proteção solar;
o A apresentação dos escritórios e a coleta de dados, como levantamentos afins,
medições, questionário, walkthrough e fotografias;
o A apresentação dos resultados quanto aos questionários e aos pavimentos
estudados contendo itens específicos que direcionam para observações sobre o
conforto luminoso associado à eficiência energética.
No final de cada etapa são apresentadas conclusões sobre os assuntos abordados. No
fechamento da dissertação, são apresentadas as considerações finais para uma avaliação do
conforto luminoso associado à eficiência energética, em ambientes destinados a escritórios.
14
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 Projetos para escritórios
Ken Silvestri (PORTAL KMOL, [?]), afirma que:
Os espaços de trabalho necessitam ser tão adaptáveis como as pessoas que neles
trabalham. Continuamos a construir os mesmos edifícios de escritório vezes sem
conta. Precisamos olhar a qualidade, o ambiente, à flexibilidade e à necessidade de
fazer uma utilização mais eficiente do espaço.
2.1.1 - Evolução na arquitetura das edificações destinadas a
escritórios após a Revolução Industrial.
A Revolução Industrial provocou um acelerado aumento da produção devido ao sistema fabril
e as máquinas e desencadearam muitas modificações no mundo, como o aumento da
população urbana, transportes, etc. O ferro apesar de ter seu uso remoto aos tempos pré-
históricos, assume uma nova importância com a invenção de máquinas para a produção de
ferro laminado e barras de aço. A coluna de ferro fundido foi o primeiro elemento estrutural
produzido pela nova indústria e utilizado na construção civil. Sua utilização como elemento
estrutural para grandes vãos e sua associação ao vidro promoveu uma tecnologia nunca vista.
O edifício Harper & Brothers, projetado por James Borgardus, executado por Franklin Square
em Pearl Street, Nova York, em 1854, apresentava a fachada principal, como no estilo
renascentista veneziano, mas com uma superfície composta por amplo panos de vidro e
colunas de ferro, como meio de sustentação dos pavimentos. Seu princípio construtivo,
fazendo uso de peças pré-fabricadas, foi muito usado nas construções de lojas, depósitos e
edificios de escritórios.
15
Figura 1 – Edifício Harper & Brothers, Nova York
Fonte: Giedion, 2004, p. 223.
Na época em que James Borgardus proclamava que seus edifícios em ferro fundido poderiam
ser construídos numa altura maior e quanto mais alto mais sólido, os primeiros elevadores
para passageiros estavam sendo inventados por Elisha Otis.
Os primeiros arranha-céus de Nova York são torres que alcançavam, segundo definição na
época, no mínimo 20 andares e foram construídos para abrigar o crescente número de
escritórios, resultantes do desenvolvimento pleno da indústria. Este crescimento foi
beneficiado com a tecnologia como o elevador, o telefone, etc.
No decorrer do século XIX, a ciência e a técnica ficaram separadas da arquitetura e técnicas
construtivas, ameaçando a posição privilegiada do arquiteto, com os métodos da engenharia
entrando no campo da arquitetura. Na segunda metade do século XIX, as exposições
industriais, cujo principal objetivo era exibir as novas descobertas, facilitando sua
compreensão e comparação com outras, proporcionava a arquitetura uma das melhores
oportunidades criativas. Seu trajeto se confunde com a história da construção em ferro, pela
montagem/desmontagem rápida e a cobertura de grandes vãos. As grandes exposições
nasceram da necessidade de domínio e extração máxima dos recursos naturais do planeta,
refletindo a crença no progresso industrial e a expectativa de que todos os problemas do
mundo seriam resolvidos através deste. (GIEDION, 2004).
16
A cidade de Chicago, depois da Revolução Industrial, como todos os grandes centros,
aumentou sua população, mas as construções, na sua maioria, eram feitas em madeira. Com
sua destruição por um incêndio, em 1871, a cidade foi reconstruída buscando novas
tecnologias. O aparecimento de edificios de grandes alturas, destinados às firmas industriais,
com os seus centros administrativos (onde se origina os edifícios de escritórios modernos),
companhia de seguros, grandes hotéis, etc. teve seu apogeu entre 1883 e 1893, e ficou
conhecido como “Escola de Chicago”. Apresentando um processo construtivo com fundações
flutuantes (devido a pouca consistência do solo), utilizando estrutura metálica, com isto
liberando a fachada da sua missão estrutural, e introduzindo a janela horizontalmente
alongada, numa busca pela pureza da forma. O espaço interno passa a apresentar solução
independente da arquitetura por causa da distribuição interna dos pilares racionalizada
possibilitando maior flexibilidade nas soluções. Pela primeira vez, no século XIX, desaparece
a separação entre arquitetura e engenharia.
Nas construções para escritórios se destaca o edifício Marquete (1894), construído por
Halabird & Roche, possuindo uma fachada bem proporcionada e uma profusão de aberturas
(“janelas de Chicago”). Sua visão externa aparenta um bloco, mas sua planta é em forma
de um E”, apresentando uma preocupação com a utilização da iluminação natural (a pedido
dos proprietários), onde a parte central ficou destinada aos elevadores e sua disposição interna
foi fixada posteriormente em função das necessidades dos futuros proprietários.
17
Figura 2 – Edifício Marquette, Chicago
Fonte: Giedion, 2004, p. 404.
O avanço tecnológico proporcionou a construção de edificações com vários pavimentos, que
ficou conhecida como “arranha-céus”, e foi facilitada com a invenção da estrutura em aço à
prova de fogo.
Louis Henry Sullivan foi um dos percussores da Escola de Chicago e projetou/construiu
edificios baseados em três funções: o rés-do-chão para lojas e acessos ao edifício, pavimentos
para escritórios com a mesma área e o último piso, com elementos de serviço, enquanto a
fachada era formada por grelha uniforme de janelas e colunas. (RODRIGUES, 2004).
Em 1899, ele começou a reforma de departamento Carson, Pirie & Scott, em Chicago, tendo
os interiores uma grande área livre e sua fachada no estilo “janelas de Chicago”, formando um
conjunto equilibrado com a estrutura e para realização de sua função principal, que é a
admissão da iluminação natural.
18
Figura 3 – Fachada da loja de departamento Carson, Pirie & Scott
Fonte: Giedion, 2004, p. 417
A partir destas inovações industriais muitos arquitetos passaram a reunir toda esta tecnologia
para a arquitetura. A racionalização, a rapidez, economia, fabricação em série e a unificação
dos produtos, passaram a fazer parte da arquitetura e o objetivo dos edificios industrial-
comerciais era criar um espaço que impressionassem transeuntes e funcionários, com um
conceito global nos interesses da edificação.
Frank Lloyd Wright começou a trabalhar em Chicago quando este chegou ao seu apogeu
construtivo. Sua maneira de tratar a casa com superfícies planas e em faixas horizontais, com
jogos de volumes, é repassada para seus projetos de edifícios, como os dois edificios de
escritórios: Johnson Wax Company, em Racine, Chicago (1934) e Larkin Soap Company, em
Buffalo, Wisconsin (1904). Ambos possuem as mesmas características na concepção
arquitetônica: são tratados como um ambiente separado do meio externo, contornados por
paredes maciças que recebem luz natural por clarabóias e janelas altas ou tubos de vidros; e
totalmente diferenciados das fachadas envidraçadas da escola de Chicago. O edifício Larkin
foi o primeiro a ser provido de ar condicionado e seu mobiliário, todo em perfis
quadrangulares de aço, foi desenhado por ele, sendo um marco para a definição dos espaços
internos para escritórios. Suas idéias e os métodos construtivos influenciaram a arquitetura
apresentando novos caminhos para a auto-realização.
19
Figura 4 – Interior do edifícioLarkin
Fonte: Giedion, 2004, p. 449
Em 1910, Peter Behrens
1
advertiu sobre a velocidade das transformações por meio de novas
formas organizacionais e tecnologias que estavam modificando o significado de espaço e
tempo. Quando convidado para trabalhar no projeto da fábrica de produtos eletro-eletrônicos
AEG, implantou soluções inovadoras, como considerações sobre a produtividade e a
organização, transporte e estocagem do produto e a luminosidade dos locais de trabalho, pois
o conforto dos trabalhadores era observado. (GIEDION, 2004).
Com Walter Gropius, o vidro assume sua importância estrutural cada vez mais apontando as
novas potencialidades do ferro, vidro e concreto. As paredes o concebidas como cortinas
transparentes entre o interior e exterior, permitindo melhor iluminação dos ambientes, com os
pilares embutidos na parte interna da parede, tornando a sensação de um pano de vidro mais
acentuada.
1
Peter Behrens era formado em pintura e autodidata em arquitetura. Em seu escritório trabalhou Le Corbusier e
Walter Gropius, fundador da Bauhaus.
20
Na fábrica de sapatos Fagus (1910), Walter Gropius concebeu a fachada do edifício principal
em uma gralha com caixilhos de metal e placas de vidro, sendo um dos primeiros exemplos da
fachada cortina, que se tornou um marco para a nova arquitetura, permitindo que os espaços
internos e externos fossem vistos simultaneamente.
Giedion (2004, p. 521) afirma, sobre a fábrica Fagus, “a cortina de vidro é simplesmente
dobrada nos cantos do edifício; em outras palavras, as paredes de vidros se fundem umas às
outras no ponto exato em que o olhar humano espera encontrar apoio para as cargas do
edifício.”
A arquitetura se desligou da tradição das construções em ferro, com o surgimento do concreto
armado (apesar de sua utilização desde o século XVIII) e este foi absorvido, rapidamente,
pelos profissionais. Na primeira década do século XX, sua utilização passou a ser ampla,
apesar de ser um material de composição complexa, se incorporava com a composição de
estruturas ousadas e amplamente vazadas.
O engenheiro suíço Robert Maillart utilizou o concreto armado em suas pontes como
elemento estético e a laje de concreto, pela primeira vez, como elemento estrutural ativo e
resultando em soluções ideais para paredes não estruturais, com extensões horizontais e
contínuas janelas. Suas pontes apresentam uma beleza plástica nunca vista na arquitetura, com
o concreto apresentando linhas curvas e pilares delgados, mostrando que os cálculos
matemáticos são auxiliares para construções, até aquele momento complexo, e com uma
montagem totalmente diferenciada das estruturas com madeiras.
O concreto armado retorna a sua utilização com a arquitetura de Le Corbusier conseguindo
estabelecer ligações entre a arquitetura e a estrutura independente.
Em “Vers une architecture”, Le Corbusier (1923, apud RODRIGUES, 2004, p. 24) escreve
que:
[...] O concreto e o ferro transformaram totalmente as organizações construtivas conhecidas até
aqui e a exatidão com a qual esses materiais se adaptaram à teoria e ao cálculo nos dá cada dia
resultados encorajadores, primeiro pelo sucesso e depois por seu aspecto que lembra os
fenômenos naturais, que reencontra constantemente as experiências realizadas pela natureza.
21
O seu projeto para o arranha-céu do Setor Marítimo em Argel (1938-42) tem uma
implantação urbanística organizada, com áreas para pedestres, circulação de veículos e
estacionamento, apresentando uma inovação como solução.
Figura 5 – Setor Marítimo, Argel, 1938-42, projeto de Le Corbusier
Fonte: Giedion, 2004, p185
No início do século XX as lâmpadas incandescentes ainda eram ineficientes e as arquiteturas
dos escritórios utilizavam à iluminação natural o máximo possível. A forma dos edificios era
retangular com os pavimentos estreitos e fachadas com grandes aberturas para permitir a
admissão da iluminação natural e uma ventilação cruzada. (SÁ, 2007).
Na década de 30, Mies van der Rohe, lecionando em Chicago, é influenciado pelos pré-
fabricados e se conscientiza que são elementos de uma construção tecnicamente avançada,
22
influenciando os seus projetos através do uso acentuado da estrutura de aço e vidro. Ele pode
ser considerado o precursor da “fachada cortina”, tão comum nos edificios de escritórios
contemporâneos. (IDÉIAS DE ARQUITETURA, n° 9).
Giedon (2004, p. 615) afirma, sobre Mies Van der Rohe, que “em 1922, ele projeta um grande
edifício para escritórios, onde a estrutura se situa dentro do edifício e conforme ele diz:
Colunas e vigas eliminam as paredes portantes. Trata-se de uma edificação em pele e osso”.
Em 1931, o edifício da RCA (70 pavimentos), cujo projeto é de Raimond Hood, se apresenta
como uma nova forma do arranha-céu. Erguido como uma lâmina retangular na vertical, sua
forma se originou de considerações técnicas e econômicas, como a iluminação natural para
todos os ambientes habitáveis, tendo uma planta tipo com os elevadores e a parte de serviço
no centro, com a profundidade máxima de 8.20m (resultante de sua experiência por
observação), proporciona iluminação natural e ventilação em todo o ambiente. O resultado da
forma decorrente de cálculos matemáticos com a possibilidade de utilização da melhor
maneira possível do terreno e do espaço disponível é uma forma apropriada de nosso tempo.
(GIEDION, 2004).
23
Figura 6 – Edifício RCA, Rockefeller Center, Nova York, 1931-32, projeto Raimond Hood
Fonte: Giedion, 2004, p. 870
Um símbolo da arquitetura do século XX, o arranha-céu, com predominância de linha
horizontal, sem ornamentos, com formas simples e tecnologia própria e um estilo totalmente
diferenciado das outras arquiteturas, utilizando o ferro, aço e vidro prouveram os engenheiros
de conhecimentos nunca construídos no mundo.
Portoghesi (1985, p. 25) afirma que:
A arquitetura contemporânea tem vida breve enquanto os prédios antigos estão até hoje, os
atuais, depois de 30 a 40 anos estarão com grande parte corroída precisando de manutenção. O
quadro de consumo energético é mais grave com os arranha-céus.
Com a crise do petróleo a partir de 1970, se observou que a construção civil, na fabricação de
seus materiais, é um elemento de grande poluição e neste momento as construções eram
24
avaliadas em função da economia de energia, mas não do conforto ambiental. A partir de
1980 a arquitetura começa a ser associada a diversos conceitos que interferem na forma e no
desempenho das edificações.
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA – 1980
Desempenho energético + conforto térmico
ARQUITETURA ECO-EFICIENTE – 1990
Qualidade dos recursos naturais com conforto ambiental
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL – 2000
Sustentabilidade econômica, ambiental e social
Figura 7 - Evolução da arquitetura a partir de 1980.
Fonte: Construção própria
A arquitetura bioclimática é a que envolve materiais construtivos naturais e regionais,
buscando a correta escolha dos materiais de construção e a definição volumétrica
arquitetônica em função das condições climáticas locais, a localização geográfica, a
orientação das fachadas, a possibilidade de captar a luz natural observando a carga térmica, o
uso da ventilação natural, sempre procurando a eficiência energética e a melhoria da
qualidade de vida.
A Alemanha é um país europeu que defende a implantação de edifícios com eficiência
energética, como por exemplo, o Banco do Comércio de Frankfurt, projeto de Norman Foster,
desenvolvido em 1991 e construído no período de 1994/1997, com 53 pavimentos e planejado
com base na arquitetura bioclimática. Sua planta tem a forma de um triângulo com um átrio
que se eleva por toda sua altura e um vazio nos três lados da fachada, formando jardins
suspensos, tornando o ambiente interno mais agradável e cuja finalidade é a penetração de luz
natural e circulação do ar natural. A posição do jardim é deslocada a cada 4 pavimentos em
120º, gerando uma espiral ao longo da sua altura, tendo um paisagismo diferenciado em
função da orientação e altura do solo. Sua fachada tem um sistema de dois revestimentos, com
a primeira camada impermeável, sendo a distância entre elas o suficiente para filtragem do ar
exterior. As janelas têm as aberturas com controle eficiente e uma estimativa do uso das
condições externas durante sete meses no ano. Quando chove, venta, faz calor ou frio, elas são
25
fechadas e um sistema suplementar de ar condicionado entra em ação. (FINESTRA, n. 41,
2005).
Figura 8 - Banco do Comércio de Frankfurt – Alemanha
Fonte: Revista Finestra 41 – abr.-jun 2005 – ano 10
A arquitetura ecológica objetiva um ideal equilíbrio entre usuários, edificação e uma
conotação positiva com o meio ambiente. A Comissão da Comunidade Européia sugeriu um
código ambiental de ética, que apresenta uma linha de ação para arquitetos e profissionais da
construção e onde cada população deve expressar sua criatividade, articulando cultura,
sociedade e tecnologia. Esse código apresenta diretrizes para o edifício e a cidade e alguns
itens referentes ao edifício, que estão relacionados à racionalização energética, são listados
abaixo:
A pele da edificação deve funcionar permitindo controle eficiente e integração do
espaço interno às condições externas;
A integração dos sistemas naturais e artificiais nos projetos arquitetônicos;
O desligamento dos equipamentos quando não são utilizados;
26
A diferença no tempo de uso para cada ambiente;
A utilização de sistemas de iluminação (geral, local e mista) em função da tarefa, com
especificação de lâmpadas e equipamentos mais eficientes, para redução do consumo;
A utilização de cores claras para auxiliar o desempenho da iluminação artificial nos
interiores;
A utilização de sistemas de controle de iluminação eficientes;
Uma avaliação constante do sistema de iluminação, principalmente em locais que
modificam disposição interna com freqüência. (ADAM, 2001).
O edifício de escritório Pérgola (2003/2004), do arquiteto Bruno Stagno, apresenta uma
solução voltada para a arquitetura ecológica. A edificação é uma caixa retangular de concreto
pré-fabricado com fachada de vidro, e está envolvida externamente por uma estrutura
metálica, que serve de suporte para plantas trepadeiras, com a função de proteção solar, e,
consequentemente, proporcionando a diminuição da temperatura interna. (SEGRE, 2007).
Figura 9 – Edifício de escritórios Pérgola
Fonte: Revista ProjetoDesign, n. 323 – jan.–mar. 2007
27
A natureza não é infinita, mas nos servimos dela sem percebermos que sua utilização é
restrita. As decisões de hoje se refletirão no futuro e a consciência sobre o esgotamento dos
produtos naturais fez surgir o desenvolvimento sustentável e a arquitetura, como consumidora
desses produtos, começou a rever seus conceitos construtivos, tanto aplicados a novas
construções ou em retrofits.
Um ano depois do ECO’92 (Rio de Janeiro – RJ) a sustentabilidade é discutida pelos
arquitetos num congresso, em Chicago, promovido pela UIA (União Internacional de
Arquitetos) que resultou na Declaration of interdependence for a sustainable futureonde
aborda que o impacto das edificações sobre o meio ambiente se reflete na cultura, sociedade e
economia. Neste congresso é firmado o comprometimento do arquiteto com a
responsabilidade referente a sustentabilidade social e ambiental. Alguns princípios deste novo
projeto eram:
Consideração ao meio ambiente evitando danos ao ar, água, solo, flora, fauna e
ecossistema;
Avaliação das decisões quanto aos impactos sobre o meio ambiente; seleção de
materiais não poluentes, recicláveis e reutilizáveis; promoção da eficiência energética
com a utilização de fontes alternativas;
Valorização da vida da edificação em relação a reciclagem e demolição. (SZABO,
2005).
Nas últimas décadas as construções de fachadas passaram por um avanço tecnológico
mostrando que a indústria da construção cada vez mais procura responder as solicitações do
projeto. O sistema utilizado nas fachadas cortinas de vidro convencionais, os perfis de
alumínio ficam marcando a fachada, mas desde 1970, a “pele de vidro” destaca mais os
painéis de vidro, com uma suave marcação das linhas verticais e horizontais da caixilharia.
Atualmente, a “fachada cortina” torna a estrutura oculta com a colagem do vidro nos perfis
dos quadros de alumínio, com silicone (sistema structural glazing), tornando o vidro definidor
da estética. Outras propostas são: o sistema de fachada suspensa, onde os vidros são fixados
num mecanismo de sustentação pontual dos painéis e transmitem as solicitações de peso
próprio e cargas de vento à estrutura portante e a fachada fotovoltaica, muito utilizada na
Europa, para o alcance de uma eficiência energética, onde é utilizado um sistema de captação
de energia solar, com as lulas instaladas em vidros simples, laminados ou duplos.
(FINESTRA n. 41, 2005).
28
Hoje existe uma tendência geral na arquitetura em desenvolver simultaneamente as qualidades
escultóricas e o espaço interno. A arquitetura que sempre teve íntima relação com as
proporções da geometria, independente da sua forma, tanto nas acentuadamente geométricas
quanto nas orgânicas, se utiliza de novos conceitos construtivos e materiais renováveis que
apresentam benefícios desde a fase industrial, para uma consciência sustentável, que não
interfere no aspecto funcional de uma edificação, mas na conscientização do homem com seu
meio.
2.1.2 – Concepção espacial dos ambientes destinados a escritórios
Andrade (2004, p.[?]) afirma que:
Empresas de ponta, que são baseadas no conhecimento, criatividade, desempenho e
geração de conhecimento, precisam ter espaços mais flexíveis para responder com
agilidade tanto as mudanças econômicas e estratégicas quanto ao avanço tecnológico.
2.1.2.1 – Considerações gerais após a Teoria de Taylor
O termo escritório, na língua francesa, se refere a um tipo de móvel (escrivaninha), que
ocupava um cômodo pequeno, chamado gabinete, cuja finalidade era atividades individuais e
intelectuais. Na idade média o modelo das primeiras salas de trabalhos escriturais coletivas é
o scriptorium das bibliotecas abacais, separado do recinto onde se guardavam os livros, e
onde, os monges de diversas ordens se dedicavam às leituras, cópias e traduções de
manuscritos antigos. Nesse mesmo período, nas chancelarias reais, que eram locais onde se
guardava o selo real e assinava os documentos reais, seus escrivões eram instalados em
dependências palacianas secundárias. Mais tarde, com a Revolução Francesa, a atividade nas
chancelarias tem uma hierarquia funcional entre os escrivões, guarda-livros, etc. surgindo as
figuras do subchefe e chefe, assim como locais privilegiados, com janelas e lareiras para os
cargos mais elevados. (IDÉIAS DE ARQUITETURA, n° 9, 1996).
Com a fabricação das máquinas de escrever pela Remington, em 1873, começou um período
mais mecânico nos trabalhos de escritórios e a introdução de mão de obra feminina, sendo
criadas mesas para apoiar as máquinas, provando que a tecnologia conduz o mobiliário.
29
Em 1890, surge a teoria administrativa de Frederick W. Taylor, mais conhecida como
Taylorismo, devido à necessidade de uma produção racional com maior eficiência no trabalho
fabril e administrativo. Esse estudo segrega o espaço, como afirmação de hierarquia, onde os
altos funcionários têm maior conforto e privacidade ocupando salas privativas e existindo
uma padronização do mobiliário com o uso de layouts rígidos, que lembram a disposição
espacial de uma fábrica. Os funcionários de posições inferiores (datilógrafos, estenógrafos,
contínuos, etc.) estão em mesas paralelas, enfileiradas, sob a vista de um supervisor, para
assegurar a disciplina e linearidade do processo de trabalho, sendo essa diferença vista como
um estímulo à competitividade. Apesar, da parte administrativa se localizar separada da
fábrica, é vista como uma extensão da mesma, aparecendo a idéia de equipe para a execução
de uma tarefa. Surgindo nesta fase o relógio de ponto, como meio de controle do horário de
trabalho. (IDÉIAS DE ARQUITETURA, n° 10, 1996).
O edifício Marquette, construído por Halobird e Roche, em 1894, Chicago, apresenta uma
planta típica edifício de escritórios, com salas individuais e uma grande área foi deixada sem
divisórias, para serem distribuídas, futuramente, segundo necessidade do ocupante.
Figura 10 – Edifício Marquette, Chicago: planta de um pavimento.
Fonte: Giedion, 2004, p. 404
Em 1913, J. William Schulze inicia o estudo dos fluxos de trabalhos, o tempo necessário para
o desenvolvimento de uma tarefa e toda a etapa de execução, concebendo um espaço especial
(módulo espacial) para seu desenvolvimento, mas com a mesma noção do desenvolvimento
mecânico, como se fosse uma fábrica. (IDÉIAS DE ARQUITETURA, n° 10, 1996).
30
O aumento da concorrência, o desenvolvimento dos transportes e meios de comunicação e as
diversas mudanças de valores e comportamentos, exvevira( )-47.8723((a)-2.80762(s)-4.61789( )-37.234(e)-2.80762mv)10.6383(pri)]TJ33.686 0 Td[easas a a avdaliaçãod
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31
Figura 12 – Edifício RCA, Nova York - Planta baixa do pavimento tipo
Fonte: Giedion, 2004, p. 870
O crescimento do mercado para mobiliário de escritório começa a interessar cada vez mais os
grandes criadores, como se observa no escritório modelo apresentado por Raymond Loewy,
em 1934, na exposição “Arte Industrial Americana e Contemporânea”, com um mobiliário em
aço cromado, napas coloridas, laminados que seguem a linha da Bauhaus e a ergonomia.
Com a crise do modelo taylorista e com a introdução da psicologia social os espaços de
escritório começam a apresentar mudanças que culminam com a proposta alemã apresentada
em 1958 pela empresa de consultoria Quickborner Team trazendo uma solução revolucionária
com um novo planejamento para o espaço de trabalho, conhecido como escritórios
panorâmicos (Burolandschaft ou Office Landscape). As características dos desenhos dos
ambientes são as áreas abertas, providas com relativa sofisticação em seus mobiliários numa
forma mais livre e podendo ser reajustado facilmente sem alterações na estrutura. Os EUA
tiveram uma resistência a estes novos conceitos e, na década de 60, que criam o Open Plan,
com a planta livre e mesas com divisórias mais baixas, entre as mesmas, tornando o ambiente
mais dinâmico.
Percebendo o novo rumo espacial dos escritórios, a movelaria norte-americana Herman
Miller, cria em Michigan um centro de pesquisa comandado por Robert Propst, e lança o
primeiro sistema modular para escritório panorâmico: Action Office em 1964. (IDÉIAS DE
ARQUITETURA, n° 10, 1996).
32
Segundo Tomás Berlanga (2000, p. 1), os escritórios nunca mais foram os mesmos, mudando
a sua geometria, o mobiliário e a própria arquitetura, tendo o profissional toda ferramenta à
mão, modificando a concepção de funcionalidade e privacidade, através de divisórias e
móveis que limitam os espaços e servem de suportes para prateleiras, arquivos e armários,
etc., facilitando um agrupamento em função da necessidade de cada atividade, com isso
atendendo as necessidades de cada funcionário e cada departamento.
Figura 13 – Action Office System
Fonte: Catálogo Hermanmiller. Disponível em: <http://www.hermanmiller.com>.
Acesso em: 23 fevereiro 2006
O modelo alemão do escritório panorâmico abre totalmente o espaço, retira as divisórias e a
separação física entre as estações de trabalhos e centraliza as áreas comuns, com estantes,
arquivos, armários, etc. Esta postura foi decorrente de pós-guerra, onde a necessidade de
profissionalizar o trabalho administrativo foi revolucionada ao extremo, e com isso, uma
maior flexibilidade de modificação do mobiliário foi imprescindível. (AMARAL [?]).
33
Figura 14 – Modelo alemão
Fonte: Revista Internacional de Luminotécnica, año XL, trimestral 3º, 1989.
Nos anos 80 houve uma preocupação estética, quanto à padronização do mobiliário, com a
introdução da ergonomia e do conforto ambiental. Os estudos relativos à ergonomia, que
datam de 1930 com o desenvolvimento do “Estudo de Tempos e Movimentos”, deram início a
uma série de pesquisas fisiológicas sobre os movimentos para a execução do trabalho
(BATTISTELLA, 2003). Mas em 1949, na Inglaterra, numa reunião de cientistas e
pesquisadores foi formalizada essa ciência e em 1950 foi dado o nome de ergonomia.
Possuindo várias definições, como a de Grandjean (1983, apud BATTISTELLA, 2003, p.31):
“o estudo de comportamento do homem no seu trabalho.”
Uma das teorias organizacionais sobre o planejamento dos espaços de escritórios, que
influenciou o mobiliário, é a “Teoria dos Sistemas” de Robert Simon e Victor Thompson,
onde critica a hierarquia, que considera inibidora da criatividade e da iniciativa individual e
com isso a Herman Miller lança em 1985, o Sistema Ethospace, onde são minimizadas as
diferenças e os acabamentos entre as diversas hierarquias, procurando humanizar os espaços,
que são desconectados da arquitetura, onde se expressa a individualidade de cada funcionário.
Este sistema combina diferentes alturas de divisórias, transparências, acabamentos e
possibilitando a criação de salas privadas com paredes de altura total ou meia altura. (IDÉIAS
DE ARQUITETURA, n° 10, 1996).
34
Figura 15 – Ethospace System
Fonte: Catálogo Hermanmiller. Disponível em: <http://www.hermanmiller.com>.
Acesso em: 23 fevereiro 2006
2.1.2.2 – Tendências atuais
A tendência atual é para sistemas que resgatam as salas individuais ou para pequenos grupos,
se situando nas fachadas e liberando o centro para o sistema panorâmico, com divisórias fixas
e grandes painéis de vidros com persianas ou cortinas para a privacidade, quando necessária.
Os espaços consideram a tecnologia, os padrões de interação social e os processos de
negócios, como uma verdadeira comunidade, organizada como um bairro, que apresenta
locais formais e informais de encontro e espaços sossegados e privados e o mobiliário dando
suporte aos objetivos da organização (KMOL, [?]).
A exigência de mercado é para mobiliários flexíveis e a possibilidade que as modificações
sejam feitas sem muita especialidade: pisos elevados, tetos modulados, sistemas de mobiliário
com fácil modificação da ambientação, etc. Esta flexibilidade diz respeito, também, ao
conforto ambiental, onde o uso racional de energia se tornou uma obsessão planetária, e os
sistemas de iluminação e climatização flexíveis, fundamentais.
35
Hoje os space planner estão se dedicando a um profundo conhecimento de gestão
empresarial para desenvolver os espaços, onde, antes, prevaleciam a plástica e o artístico, hoje
o efeito é científico, como por exemplo, o uso da cor, que era gosto do profissional, e agora
tem uma conotação científica, e toda atenção ao problema do conforto ambiental.
Os ambientes de escritórios são modificados em função da tecnologia que exige do espaço e
do mobiliário uma integração com o maquinário. Foi o que aconteceu quando surgiu a
máquina de escrever e logo se criou uma mesa especial para apoiá-la. Os computadores
existem desde meados de 1940, mas em 1970 se tornaram mais utilizados por alguns
profissionais como engenheiros, cientistas e matemáticos. Em 1981 a IBM Personal
Computer® modifica os escritórios panorâmicos os introduzindo em algumas tarefas e hoje,
popularizado, é utilizado em larga escala em vários tipos de trabalho (STEFFY, 1995).
Com a globalização, a internet, a comunicação on-line, onde os trabalhos são realizados
virtualmente, a comunicação independe do fuso horário, fazendo surgir nov
36
2.1.2.3 – Na cidade do Rio de Janeiro
Na década de 30, os estilos clássico e eclético foram os dominantes nos prédios
administrativos no Brasil, tendo como referência o modelo europeu: utilização de salas
individuais ao longo de corredores. Com o Movimento Modernista, a arquitetura continua
voltada para edificações de uso institucionais com os comerciais em menor escala.
O concreto armado foi o material que mais se destacou na arquitetura moderna, devido o só
a questões econômicas, mas pela facilidade de seus materiais básicos (areia e cascalhos) e por
não ser necessária uma mão de obra qualificada. Apesar de o Brasil possuir enorme reserva de
ferro, cobre e minerais raros o desenvolvimento das indústrias metalúrgicas dependiam de
recursos energéticos, que eram escassos e só acontecendo depois da Segunda Guerra Mundial.
Indústrias foram criadas para complementar a nova forma construtiva (panos de vidros,
canalizações, esquadrias metálicas, etc.) acompanhada de uma pesquisa tecnológica,
beneficiando a arquitetura e uma busca por produtos melhores, diversificados e mais baratos
trouxe um desenvolvimento industrial.
Em 1936, os irmãos Marcelo e Milton Roberto vencem o concurso para a construção da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa), com um projeto utilizando as bases dessa nova
arquitetura e com utilização de dispositivos de proteção solar. Mas é com o prédio do
Ministério da Educação e Saúde Pública (1936/1944), sob a responsabilidade de Lúcio Costa,
Oscar Niemeyer, Afonso Reidy, Jorge Moreira, Carlos Leão e Hernani Vasconcelos, tendo a
concepção original de Le Corbusier, que se tem o marco da arquitetura contemporânea
brasileira, com sua planta livre, permitindo uma flexibilidade da composição interna, e a
utilização de divisórias com altura de 1,80m, não como previsão do escritório panorâmico,
mas para melhorar a ventilação natural interna.
Na década de 50, com influência americana, os novos edifícios têm uma preocupação com as
novas técnicas, os materiais disponíveis e a forma construtiva. No período de 1958 a 1961 é
projetado, por Henrique Mindlin e Associados, o edifício Avenida Central, dentro da
influência americana (inspirado nos projetos de Mies van der Rohe), com estrutura metálica e
panos de vidros. A partir do final da década de 50, no Rio de Janeiro, predomina as fachadas
com grandes superfícies envidraçadas e os escritórios, com suas rotinas e esquemas de
37
trabalho sofreram muitas alterações em função de novos conceitos e tecnologias
(BUCHWEITZ, 2005).
O chamado “milagre econômico brasileiro”, ocorrido no período entre 1960 e 1980, trouxe
uma grande variedade de tipologia de edifícios de escritórios. O vidro era muito empregado
nas fachadas e apresentando um problema quanto ao efeito estufa que aumenta o consumo de
energia relativo à utilização do ar condicionado e o uso de iluminação artificial durante o dia.
Com a chegada de empresas multinacionais, foram trazidos novos conceitos de qualidade no
ambiente de trabalho associados, conseqüentemente, a produtividade.
Os projetos atuais adotam as plantas livres, onde a circulação entre pavimentos e os
compartimentos de servos o centralizados e cada empresa define o seu layout, com o
máximo de aproveitamento do espaço e uma integração das equipes de trabalho através de
composições de estação de trabalho. As instalações são versáteis, como nos modelos
internacionais, com forros e pisos que facilitam a distribuição das luminárias, saídas de ar
condicionado e pontos de alimentação para as áreas de trabalho. A sensação de
horizontalidade é sentida devido ao fato do direito ser baixo, em função das dimensões
horizontais.
Um exemplo de um conceito atual de projeto para escritórios, no Rio de Janeiro, é a Torre
Almirante, onde os espaços destinados a escritórios possuem planta livre, conforme os
conceitos atuais.
38
Figura 16 – Torre Almirante – Planta Baixa - 6º pavimento (1= escritório e 2 = estacionamento)
Fonte: Revista Finestra n. 40, 2005, p.52
Atualmente, com a informatização nos escritórios, surge a necessidade de reavaliar o conceito
de conforto, que difere dos escritórios convencionais. Nos espaços atuais, os funcionários
executam diversas tarefas e funções, tendo cada uma sua característica própria, mas a
preocupação ergonômica e uma avaliação de parâmetros quanto ao conforto visual, muitas
vezes não é considerada.
A globalização, que é responsável pela troca rápida de informações, faz com que os projetos
de escritórios sigam as tendências atuais, mas as construções continuam, em sua grande
maioria, desconsiderando as condições climáticas e a insolação, continuando com as fachadas
envidraçadas, sem um estudo quanto à eficiência energética relativa à iluminação.
39
2.2 – Eficiência energética nas edificações
2.2.1 – Considerações gerais
A energia para abastecer o planeta aumentou em 922% durante o século passado e mais de
dois bilhões de pessoas no planeta ainda vivem sem ter acesso à energia elétrica, dependendo
exclusivamente da utilização de combustíveis fósseis. Os 5% mais ricos da população
mundial consomem 58% da energia disponível, enquanto os mais pobres, menos de 4%. A
mudança climática na Terra e seu aquecimento gradual são observados no aumento de efeito
estufa na atmosfera, resultante do nosso consumo de energia, como o gás carbônico, que
aumentou quase 30% desde a Revolução Industrial. (CONSUMO..., 2003).
A importância da arquitetura com o clima é uma ligação do homem com a edificação (abrigo)
e o lugar, no processo natural da relação do homem com o seu meio. O projeto arquitetônico
pode ser avaliado, energeticamente, com uma análise da relação entre clima/calor e
ventilação/luz e com isso, entre outros fatores, ressaltar a sensação de conforto nos ambientes.
Uma grande economia de energia é possibilitada uma análise de conceitos para projetos,
materiais e tecnologias construtivas, variando a economia de 30 a 50% naqueles que
consideram a eficiência energética desde a fase de projeto. (PROCEL EDIFICA, 2003).
O Brasil ocupa uma posição bastante significativa no cenário mundial. As estatísticas da AIE
(Agência Internacional de Energia) o apontam como o 10º produtor mundial de eletricidade e
o mundial de hidroeletricidade, mas o problema está no crescimento do consumo, que não
possui um mecanismo de regulamento legal. Tanto o horário de verão
2
, quanto o Programa de
Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (ELETROBRÁS/PROCEL), criado em
dezembro de 1985, com a finalidade de racionalizar a produção e depois com o PROCEL
EDIFICA, criado em outubro de 2003, direcionado aos profissionais de projeto e construção
no Brasil, tendo como um dos objetivos estabelecerem indicadores de eficiência energética
em função do uso, dos materiais e equipamentos; e quanto a Light, com um programa de
eficiência energética para o uso racional de energia, através de projetos, com redução de
consumo e novas tecnologias; são iniciativas governamentais que visam o uso eficiente da
energia e dos recursos naturais.
2
O Brasil adota este horário desde 1931, interrompendo em 1961 e desde 1985 até hoje.
40
Segundo Akutsu (2001, [?]), a maioria dos edifícios construídos no Brasil, nas últimas
décadas, tem problemas de eficiência energética porque não são projetados para se adaptar ao
clima local, importando soluções para região de clima frio na busca de menor custo e maior
rapidez na construção. Aponta que os recursos naturais deveriam ser melhores explorados e
isto acontece na fase do projeto, quando é fundamental a consideração do clima local. A falta
de conhecimentos incide nos cnicos, quanto às soluções adotadas; nos responsáveis pelo
projeto, quanto à construção; e pelos fornecedores dos produtos importados, principalmente
os isolantes térmicos.
Muitos países adotaram um regulamento energético, após o choque do petróleo em 1973,
onde surgiram novas preocupações com o controle ambiental e o consumo de energia, e
apresentando efeitos significativos, que promovem um aumento da qualidade das edificações
e um padrão de conforto para seus usuários. Como por exemplo, França e o EUA, onde o
crescimento da PIB não foi acompanhado por um crescimento proporcional nas taxas de
consumo de energia, confirmando que a atenção na concepção de edifícios não afeta a
criatividade nem os padrões arquitetônicos e construtivos. (ROMÉRO, [?]).
A arquitetura é um elemento de grande participação no consumo de energia com suas
variáveis construtivas. Nas edificações de públicas e comerciais, em média, 64% do consumo
é relativo ao condicionamento do ambiente e iluminação. Uma edificação com projeto voltado
para a eficiência energética pode consumir 30% menos de energia em relação a outro que
tenha os mesmo uso e qualidade de conforto. Pesquisas realizadas em 57 paises, de todos os
continentes, apresentam que somente 13 não têm legislação de eficiência energética e o Brasil
41
As Normas Brasileiras relativas à iluminação natural (NBR 15215) e artificial (NBR 5413)
não apresentam uma preocupação com a eficiência energética nem com a influência da
arquitetura e sua construção. Segundo Allucci (1992, p.4), a norma de iluminação de
interiores (NBR 5413), o está atualizada em função das novas lâmpadas e equipamentos,
apresentando uma potência na ordem de 40w/m² e podendo, atualmente, reduzir esse valor
para 12w/m², que é o valor apresentado na Europa.
A eficiência energética se tornou um fator de impacto nos projetos elétricos e decorrente disso
foi fundada a Associação Brasileira de Eficiência Energética (Abene), onde a conscientização
do empresário foi um processo de peso. Segundo Renato Coelho de Souza, houve um
aumento das chamadas Esco (Energy Saver Company), seguindo uma moda que veio dos
Estados Unidos, em que os contratos de diagnósticos para a eficiência energética o
aplicados pelas empresas (não pelos clientes), e seu ganho é um porcentual sobre a economia
de energia, posicionamento muito comum nos Estados Unidos e Japão. (NEGRÃO, 2003).
Empreendimentos no setor energético são de longo prazo e a oferta de energia não
acompanhou o crescimento de consumo, mas a crise força as pessoas e empresas a um
aumento de conhecimentos na área de energia elétrica e a mudança de hábito quanto ao
desperdício de energia. Economizar energia depende mais da consciência do usuário do que
de grandes projetos e investimentos.
2.2.2 – Edifícios inteligentes
O conceito de “smart building” apareceu nos EUA por volta da década de 80 e o IBI
(Intelligent Building Institute) define como aquele que oferece um ambiente produtivo e
econômico através da otimização do controle automático dos quatro elementos básicos:
estrutura, sistema, serviço e gerenciamento. Em 1968, segundo levantamento feito pelo
American Institute of Architects, o número de edifícios inteligentes no mundo era de 550 e em
1976, após novo levantamento, foram contabilizados 2 132 edifícios. (NETO, 1994 apud
NEVES, 2002).
42
Atualmente não se concebe um edifício que não possua sistemas automatizados para seu
gerenciamento e segurança. Os controles de sistemas individuais, embora estejam fisicamente
isolados, podem ser regulados por um computador central. Os sistemas de gestão de energia
podem regular a iluminação artificial, de acordo com a natural, e a gestão de energia solar e
sistemas mecânicos que limitam o consumo de energia.
A rapidez e facilidade com que os dados são manipulados, através das redes de comunicação
global, fizeram surgir novo mercado, onde empresas, que se dedicavam à telefonia e TV a
cabo, têm hoje uma ação em diversos setores e expandiram esta tecnologia, também, para as
edificações. A telemática, que automatiza a edificação, com a composição das tecnologias de
telecomunicações, informática e mídia e de acordo com sua função, é dividida em:
Domótica – uso exclusivo doméstico tem suas principais automações no conforto
ambiental e pessoal, na segurança pessoal e de bens, na comunicação interna e externa
e na gestão de equipamentos como som, televisão, boiler, etc. Sua eficiência esno
fato de pode ter uma manutenção preventiva.
Birótica uso de uma série de inovações técnicas dentro do escritório, como: antenas
de transmissão de dados e, muitas vezes, com a escolha da operadora; sistema de
teleconferência; ar condicionado, sendo controlado por computador e com uma
distribuição de acordo com a insolação da fachada e incêndio controlado de forma
digital e automática. (GORGULHO, 1998).
Segundo Ozenda, da empresa Prisma, que construiu na zona oeste do Rio de Janeiro, um
edifício inteligente, com apoio da companhia local de distribuição de eletricidade e de um
centro de tecnologia energética, aponta que não é só com a informatização e o uso de
aparelhos de alta tecnologia que o projeto assegura uma eficiência energética. Com este
conceito o custo desta edificação ficou 5% superior a média, mas com uma economia de 36%
no ar condicionado e de 11% na iluminação. (OSAVA, 2001).
O E-tower, projetado por Aflalo & Gasperini (início do projeto em 2000 e conclusão em
2005), na Vila Olímpia, com finalidade de uso para escritórios, tem características que o
classificam como inteligente (de última geração), tanto pela construção quanto pelo programa,
com uma oferta de serviços disponíveis, entre eles, otimizar o tempo dos usuários e diminuir o
fluxo de carros na região na hora do almoço. a possibilidade dos escritórios colocarem
antenas de transmissão de dados na cobertura e escolherem sua operadora ou uso próprio de
43
telecomunicação. Nos restaurantes é possível o uso de internet. O controle de temperatura do
ar condicionado é feito por computador e sua distribuição é em função da insolação nas
fachadas. O incêndio e a exaustão, também, têm controle digital e automático. (SARAPIÃO,
2006).
Figura 17 – Edifício E-Tower, vista aérea
Fonte: Revista PROJETO DESIGN, edição 311, 2006
Segundo Roméro ([?], p.4), um edifício controlado por computadores que operam sistemas de
iluminação e condicionamento de ar, água, entrada e saída dos usuários, não é suficiente para
ser classificado como inteligente, pois não foi implantado corretamente quanto ao clima local,
não possui um estudo de aproveitamento dos elementos naturais, como a luz do sol,
ventilação e uma análise do entorno. Essas edificações têm uma automação predial e para
serem consideradas inteligentes devem compartilhar com uma arquitetura, também,
inteligente. Uma análise geral na concepção do projeto quanto: forma; escolha do material
(relacionado com a forma); clima (umidade, velocidade e direção dos ventos predominantes);
entorno; insolação; protetores solares e o aproveitamento da iluminação natural sem o
aumento da temperatura no interior e contribuição das cargas internas. E na etapa executiva,
outra análise, avaliando, por exemplo: divisões de circuitos e seções; escolha de lâmpadas e
luminárias; iluminação de emergência; seleção de ambientes com controle individual visando
44
o conforto do usuário; escolha adequada do sistema de iluminação; correto posicionamento
dos sensores para condicionamento ambiental; controle da demanda de energia na hora de
pico e gerenciamento de elevadores, bombas de água, etc. é possível pensar em automação
predial, que é um meio de gerenciar, satisfatoriamente, um grande número de variáveis e
funções e com isto alcançando uma eficiência energética.
No Brasil, o conceito de edifício inteligente começou a ser utilizado como uma qualidade da
arquitetura, no setor comercial, e muitos assim são designados devidos apenas à automação e
pensa-se, que com esta classificação os problemas da arquitetura estão resolvidos.
2.3 – Iluminação em ambientes destinados a escritórios
Hopkinson et al. (1966, p. 497) afirma que:
Uma boa iluminação tem como objetivo geral:
Uma aparência satisfatória no interior;
Uma quantidade de luz que permita a execução de uma tarefa e sem esforço
visual;
Evitar o desconforto visual;
Evitar a fadiga visual devido à dispersão e desvio da atenção.
2.3.1 – Avaliação do conforto luminoso
Segundo OSRAM do Brasil ([?], parte 1, p. 6) afirma que:
O primeiro nível para avaliarmos o que é conforto luminoso refere-se à resposta
fisiológica do usuário. Um determinado ambiente provido de luz natural e/ou artificial
produz estímulos ambientais, ou seja, resultado em termos de quantidade de luz e sua
distribuição, contrastes, etc.
45
2.3.1.1 – Conforto luminoso
Os aspectos visuais de um ambiente, com influência da estética, que causam impactos nos
usuários, estão associados aos efeitos de intensidade e qualidade de luz, mas uma tarefa, para
ser bem desenvolvida, necessita que o desempenho visual se realize sem esforço e
assegurando, com isto, um ambiente com conforto luminoso. Uma boa iluminação fornece
iluminância suficiente para a tarefa, mas a visibilidade depende da forma como a luz é
aplicada, das características cromáticas da fonte de luz e dos acabamentos das superfícies.
O conforto luminoso, tanto natural quanto artificial, diz respeito às exigências humanas em
relação à iluminação que afeta a visão e seus principais fatores são:
Iluminância e sua distribuição;
Luminâncias e contrastes;
Tamanho da tarefa visual;
Tempo de realização.
A adaptação visual é um processo de regulação fotoquímica e nervosa da retina. Segundo
Pereira (2001 apud NISSOLA, 2005, p.39), sua adaptação pode ocorrer em três etapas:
Resposta neural rápida quando mudança da quantidade de luz, podendo ser
executada por dilatação ou contração da pupila para regular a penetração da
quantidade de luz e, também, este mesmo processo feito lentamente para produção ou
remoção de substância química na retina.
Resposta média do olho para regular a quantidade de luz no seu interior, com dilatação
e contração da pupila.
Resposta da retina lenta para aumentar ou diminuir a sensitividade à luz, com a
produção ou remoção de substâncias fotoquímicas.
A adaptação à claridade é mais rápida porque nos cones é mais veloz a remoção das
substâncias fotoquímicas, logo a luminosidade das superfícies devem ter diferenças relativas e
a intensidade da iluminação não pode apresentar grandes oscilações porque a adaptação é feita
de forma lenta.
46
Segundo Pereira (2001, apud NISSOLA, p. 40), duas considerações importantes de projeto
devem ser avaliadas para a habilidade de adaptação do olho:
Margem de adaptação: a margem de visibilidade para ambos os lados é grande,
quando se adapta a luminância média da cena;
Velocidade de adaptação: devido a lentidão para a adaptação, com um aumento muito
veloz da iluminância, pode ocorrer ofuscamento ou perda de visibilidade, caso seja um
decréscimo.
Estes ajustes ocorrem não pela iluminância, mas também nas mudanças das características
da luz. Numa mudança, com iluminação natural, de um ambiente externo para interno, o olho
se adapta numa razão de 1:200, respectivamente e, normalmente, quando o olho se adapta a
baixas iluminâncias, esta razão pode alcançar até 1:1000. (IESNA, 2000).
O aumento da iluminância, quando se realiza uma tarefa minuciosa, acresce o brilho no
ambiente e no olho a íris se contrai e reduz o tamanho da pupila, afetando a capacidade de
visualização de detalhes, ocorrendo uma queda na acuidade visual, que possui uma variação
em função da duração de exposição à luz. Em ambientes escuros onde os cones são menos
ativos, a visualização ocorre com dificuldade por se possuir pouco contraste e, também,
acontece uma queda na acuidade visual.
A acuidade depende do tamanho e da distância de visão do objeto, do tempo de visão, da
composição espectral da luz, da iluminância, das interferências no campo visual e do seu
contraste versus entorno imediato (VIANNA et al., 2001).
Com a idade, a passagem de um ambiente mais claro para um escuro, o processo visual se
torna mais lento porque há uma redução na acuidade visual, na velocidade de percepção e um
aumento no tempo de adaptação. Ocorre, também, uma redução na resistência ao ofuscamento
ou contrastes excessivos (VIANNA et al., 2001).
Os olhos têm a capacidade de ajuste das distâncias, para se obter uma imagem nítida na retina
e isto ocorre com a variação da curvatura do cristalino e com a contração ou distensão dos
músculos ciliares. Com esta movimentação, em ambientes com muita ou pouca luz, os olhos
podem chegar à fadiga ou uma diminuição da sua sensibilidade pelo esforço de adaptação.
47
Devido a isto, é importante a mudança de visão durante alguns minutos e uma observação
longínqua de objetos.
Nos locais com uso do computador, a cada hora se deve descansar de 5 a 10 minutos, tirando
o foco de visão da tela para evitar a fadiga visual.
Segundo Nissola (2005, p. 45) a percepção visual é comprometida pela baixa luminosidade
quando se necessita da visão de detalhes ou fixação visual, porque o t
48
Figura 18 – posição do computador em relação a janela
Fonte: Steffy,1995, p. 32.
A iluminância é um critério significativo e importante para os cálculos, mas deve ser usada
em conjunto com as luminâncias e seu equilíbrio, para se estabelecer condições de conforto
luminoso, para o produzirem ofuscamento, adaptação visual e fadiga visual. As
pesquisas comprovam que a iluminância necessária para uma tarefa, tem como variante: a
idade do usuário, a precisão e os acabamentos das superfícies dos ambientes.
As tabelas com as iluminâncias, que constam na ABNT NBR 5413 (1991), para iluminação
artificial, são, também, utilizadas para a iluminação natural (NBR 15215 -2005), que não faz
citação para os mesmos e são indicativos para iluminância horizontal.
Por anos, a iluminância horizontal, nos escritórios, foi mais convincente, em função das
principais tarefas serem leitura e escrita. Atualmente, com a utilização de computadores, que
conjuga leitura e visualização da tela, os critérios implicam em iluminâncias horizontais, que
afetam a visibilidade da tarefa; e verticais que dependem do tipo de tarefa no computador, do
contraste negativo/positivo da tela e ambas são influenciadas pela da idade do usuário.
O critério de iluminância deve ser aplicado com total respeito com o ambiente e seu impacto
sobre o conforto e produtividade. Isto significa uma revisão não da iluminação necessária
para uma tarefa, mas uma iluminação que reduza a fadiga visual causada pelos efeitos da
adaptação. Nos locais que se utilizam computador é obvio que altas iluminância o
desagradáveis porque se o entorno é muito claro ou escuro, isto causa problemas com a
49
adaptação e se o usuário alterna entre leitura de documento e visão da tela, é necessário
quebrar a rotina, dando uma visão geral no entorno e/ou olhar pela janela por alguns minutos.
Uma sugestão para iluminância, em ambientes onde se usa computador, com/sem leitura, com
alto/baixo contraste na tela e a influência da idade do usuário, se apresenta na tabela 1.
(*) Telas de computador com alto contraste.
(**) Alto contraste se refere à papel com boa qualidade de contraste (tinta preta em papel branco) e baixo
contraste quando, por exemplo, letra preta em papel colorido.
Tabela 1 – Valores de iluminância para ambientes com a utilização de computadores,
para telas com contraste negativo.
Fonte: Steffy, 1995, p.74 (parte)
Nas tabelas, fornecidas pela IESNA no Lighting Ready Reference (2003, p.72) para locais e
tarefas desenvolvidas em escritórios, com o uso intensivo de computadores, o apresentados
graus de análise e a iluminância, para um projeto:
Iluminância horizontal – importante e 300 lux (categoria D);
Iluminância vertical – muito importante e 50 lux (categoria B);
50
Uma iluminação uniforme horizontal facilita a instalação de estação de trabalho por ter uma
condição equilibrada de iluminação. Ao se apresentar, para um projeto, uma média de
iluminância se deve relevar:
Intensidade da iluminância, para não ser excessivo;
Uniformidade, que se refere a variação da luz sobre a superfície e área de trabalho;
Constância da iluminância, isto é no início e no período de uso.
A iluminância está intimamente relacionada com uma manutenção, tanto do equipamento de
iluminação, quanto das superfícies dos mobiliários, divisórias, etc. e seu bom procedimento
resulta em uma maior eficiência energética e em condições de um ambiente mais confortável.
Nos escritórios onde são usados computadores, atualmente popularizados, as janelas
continuam sendo problemas, pois as diversas tarefas (leitura/visão da tela) exigem um critério
para a iluminância, pois os olhos do usuário têm que se adaptarem as trocas de luminâncias,
contrastes e distância focal do objeto. Os usuários preferem ficar próximos à janela em
qualquer situação e muitas vezes não percebem o desconforto visual sobre o seu trabalho
como um todo, mas várias experiências comprovam que sintomas fisiológicos, mais tarde,
como dor de cabeça são conseqüências desta localização desconfortável, apesar de ser muito
beneficente, pois permite mudar o foco de visão e relaxar os músculos oculares. A luz natural
que entra pela janela causa um aumento da luminância de fundo rápida e provoca uma
dificuldade na adaptação para a luminância do monitor do computador.
Em muitos casos não se sabe quem são os ocupantes e a tarefa a ser desenvolvida. Um recurso
lógico é uma combinação de leitura e computador e a iluminância não pode exceder 500 lux e
utilizar o sistema de luz geral que não cause ofuscamentos. Se precisar aumentar a
iluminância usar luminárias de tarefa. (IESNA, 2000).
As luminâncias e suas proporções afetam significantemente a visão dos usuários de
computador. Na movimentação visual entre a tarefa e a tela de computador a adaptação é
afetada pelas luminâncias das superfícies no entorno imediato e para minimizar este efeito é
necessário que se mantenha a razão entre elas de 3:1 e a razão 2:1 não permite uma ênfase
confortável na tarefa. (STEFFY, 1995).
51
A execução de tarefa em papel adjacente ao computador causa conflito entre a iluminância e a
razão entre as luminâncias recomendado (3:1). Esta razão pode ser aumentada para altas se a
tarefa em papel tem pouco contraste e diminuída para evitar reflexões na tela do computador.
(IESNA, 2000).
Para uma leitura a iluminância de 75 lux é suficiente, mas a luminância no entorno próximo
não deve ser menor que 5 cd/m², pois causa fadiga visual e/ou ofuscamento, como um objeto
muito claro com fundo escuro. Quando a dia de iluminância é 750 lux, a luminância do
entorno próximo não deve ser menor que 50 cd/m², pelo mesmo motivo exposto
anteriormente, e acima de 80 cd/m² porque são pontos de distração, podendo ocorrer reflexão
na tela do computador e na vizinhança, causando desconforto. As luminâncias das superfícies
entre 3 cd/m² a 510 cd/m² limita a possibilidade da luminância geral causar problemas onde o
mínimo é indicado para superfícies onde se usa o computador associado à leitura e o máximo
é para janela e clarabóias nos espaços onde se usa o computador associado a leitura nas telas
com contraste negativo e inclui todas as superfícies do ambiente: teto, paredes, janelas, piso,
mobiliário, luminárias e seus acessórios (aletas, difusores, etc.). Enquanto a iluminância pode
ser mantida depois de anos de operação, a luminância sofre influência do tempo e da
manutenção. (STEFFY, 1995).
Melhores produtos e esquemas de controles são necessários para permitir mais conforto e
custo-benefício para a utilização da iluminação natural. A tecnologia, sempre em expansão, já
apresenta monitores em cristal liquido onde as possibilidades de reflexões são reduzidas e o
controle da aparência da tela deve ser usado com contraste negativo, isto é fundo claro e letras
escuras.
O lighting design deve ter uma compreensão geral da utilização do ambiente, das
necessidades dos usuários para uma recomendação do valor da iluminância, se tornando mais
complexo, quando não possibilidade de saber a idade e a saúde visual das pessoas que irão
ocupar o ambiente, e dos acabamentos das superfícies.
52
2.3.1.2 – Influência da cor no conforto luminoso
O planejamento do uso de cores deve ser decidido junto com a arquitetura porque se pode
alcançar o conforto visual aliado a uma eficiência energética com uma aplicação criteriosa
considerando seus coeficientes de reflexão. Diante disto, a arquitetura sustentável propõe a
especificação de cores claras, porque é um fator determinante na melhoria da distribuição da
iluminância e, logo, o alcance de uma eficiência energética.
Nas tabelas, fornecidas pela IESNA no Lighting Ready Reference (2003, p.72), para locais e
tarefas desenvolvidas em escritórios, com o uso intensivo de computadores, o apresentados
graus de análise, num projeto, que são relacionados com o uso da cor:
Aparência do espaço - importante;
Contraste – importante;
Ofuscamento – muito importante;
Distribuição da luz sobre as superfícies e no plano da tarefa - importante;
Luminâncias das superfícies do ambiente – muito importante.
Sabe-se a importância que uma cor, com seus aspectos estéticos e psicológicos interagem
positiva e negativamente na vida de um individuo e num ambiente auxiliam na distribuição da
luz pelo espaço. Para se criar num ambiente o interesse e atração visual, o contraste cromático
é uma solução, pois o olho após algum tempo, numa tarefa, passeia no espaço para sua
recuperação. Uma aplicação correta das cores pode evitar o cansaço visual e a estimulação de
estresse, entre outras conseqüências.
Um fator determinante para melhorar a distribuição da iluminância em um ambiente é
aumentar a refletividade das superfícies. Segundo Hopkinson et al (1969, p.159), se devem
evitar acabamentos que apareçam diferentes diante da luz natural e artificial: paredes,
mobiliário, etc. e propõe:
Acabamentos usados em áreas que onde se usam a iluminação natural e artificial em
seqüência, como tetos e pisos, devem ser com cores que não marque a passagem da
luz natural para artificial;
Áreas com cores distintas devem ser localizadas ou na parte natural ou na artificial;
53
Áreas que recebem uma grande quantidade de luz natural integrada a artificial devem
ser compostas de cores que não sejam distorcidas pela fonte de luz artificial;
A parede de fundo numa sala com janela lateral pode receber muita luz natural e o
acabamento apresentará muita diferença de cor entre a luz natural e artificial e se
receber muita luz artificial pode se tornar um ponto de ofuscamento. É melhor usar
uma cor neutra, de igual rendimento, para ambas as luzes, na parede de fundo.
As reflexões das superfícies influem tanto na iluminância quanto na luminância, logo uma
análise nos coeficientes de reflexão dos materiais resulta em ambientes sem problemas de
adaptação e ofuscamento. Para uma boa distribuição da luz no espaço o teto deve ter a
reflexão em torno de 80% e o acabamento não brilhante, as paredes devem estar entre 30% e
50%, incluindo todos os tratamentos verticais (divisórias, janelas, etc.) e o piso deve estar em
torno de 20% e se seus acabamentos são escuros podem contribuir com problemas para a
adaptação visual e quando utilizado com iluminação direta pode tornar o teto escuro, por o
haver reflexão para o mesmo. A superfície da estação de trabalho deve estar entre 20% e 40%,
porque as com baixa reflexão causam problemas com a proporção entre as luminâncias de
fundo e do papel e as com altas, podem causar problemas com a tela do computador.
(STEFFY, 1995).
Ambientes onde a eficiência energética seja um fator predominante, devem cuidadosamente
estudar a utilização das cores. A aplicação de cores claras como dominantes, associada a um
planejamento de iluminação, pode alcançar resultados com cerca de 30% de economia no
consumo de energia e um aumento na produtividade de 80% a 90%. O Manual ABILUX
sugere que as paredes, o teto, os móveis e os equipamentos devem ser de cor clara, mas não
brilhante, para auxiliar na movimentação da luz no espaço e não ofuscar, gerando um
aumento da iluminância em até 35%, resultando na redução do consumo de energia.
(BORMANN, 2003).
54
2.3.2 – Iluminação natural
Segundo ABNT NBR 15215-1 (2005, p.v):
Nos últimos anos, tem renascido o interesse na promoção das boas práticas de projeto de
iluminação natural, por razões de eficiência energética e conforto visual. O uso otimizado da
luz natural em edificações é usada principalmente de dia pode, pela substituição da luz
artificial, produzir uma contribuição significativa para a redução do consumo de energia
elétrica, melhoria do conforto visual e bem-estar dos ocupantes. [...] Aberturas, em geral,
proporcionam aos ocupantes o contato visual com o mundo exterior e permitem também o
relaxamento do sistema visual pela mudança das distâncias focais.
2.3.2.1 – Potencial de aproveitamento da iluminação natural
Segundo ABNT NBR 15215-3 (2005, p.v):
A magnitude e a distribuição da luz no ambiente interno dependem de um conjunto de
variáveis, tais como: disponibilidade da luz natural (quantidade e distribuição variáveis com
relação às condições atmosféricas locais), obstruções externas, tamanho, orientação, posição e
detalhes de projeto das aberturas, características óticas dos envidraçados, tamanho e geometria
do ambiente e as refletividades das superfícies internas.
A iluminação natural envolve duas categorias:
Comportamento ambiental se refere à qualidade do ambiente luminoso do ponto de
vista da resposta humana, isto é, o desempenho luminoso do ambiente diante da visão;
Comportamento energético – assegura condições de conforto dos usuários com a
quantidade de luz natural, que penetra no ambiente, e sua utilização, possibilitando a
redução do consumo de energia elétrica. (PATTINI, [?]).
A disponibilidade de luz natural depende dos fatores:
Sazonalidade;
Clima;
Qualidade do ar;
Características físicas e geográficas;
Orientação;
Configuração morfológica do entorno.
55
A arquitetura com suas figurações servem para a condução da luz para dentro do espaço
construído, sendo as aberturas, com proteção ou não, os componentes projetados para permitir
essa admissão.
Muitos benefícios são proporcionados pelas aberturas, segundo HEERWAGEN (1990, apud
NISSOLA, 2005, p. 49):
Acesso a informações como condição do clima e hora do dia;
Acesso a estímulo psicológico devido à exposição do organismo às variações
ambientais;
Acesso ao mundo exterior, como forma de moderação da sensação de confinamento e
isolamento;
Recuperação e restauração dos músculos visuais, pela mudança de foco visual.
A ABNT NBR 15215-2:2005 (p.introdução) afirma que:
A disponibilidade de luz natural é a quantidade de luz em um determinado local, em
função de suas características geográficas e climáticas, que se pode dispor por um
certo período de tempo. Dados e técnica para a estimativa das condições de
disponibilidade de luz natural o importantes para a avaliação do desempenho final
de um projeto em termos de conforto visual e consumo de energia.
No cálculo da disponibilidade influem:
Dados relativos a posição do sol;
Dia e mês do ano;
Latitude e longitude geográficas;
Tipo do céu.
Nos processos para quantificar a disponibilidade de luz natural podem ser utilizados diversos
programas de computadores, que possuem a grande vantagem de alteração dos dados e uma
visualização em curto tempo, possuindo limitações como qualquer programa computacional,
mas todos são incapazes de reproduzir fielmente a natureza, com seu movimento de nuvens,
posicionamento solar, etc.
Entre os processos, para o estudo da iluminação natural, os modelos físicos de predição e
avaliação da iluminação natural permitem fornecer informações sobre o desempenho do
56
ambiente luminoso, bem como sobre o desenho do sistema de iluminação proposto ou
existente no ambiente e uma proposta ou avaliação de um artifício de controle da luz natural.
O processo experimental com o modelo físico em escala permite uma melhor percepção das
características quantitativas e qualitativas da luz natural. Os dados obtidos o mais fiéis à
realidade, principalmente se forem atendidos todos os requisitos na representação dos fatores
internos e externos.
Rocha et al. (2006), confirma que existe uma margem de erro satisfatória (entre 6,8% e
10,5%) nos modelos físicos em escala quando se avalia os aspectos quantitativos da luz
natural por meio de medições de iluminâncias no ambiente real e modelado.
Nissola (2005, p.51) aponta que a utilização da iluminação natural é importante pelas
seguintes razões:
Melhorar a qualidade do ambiente interno;
Aumentar a produtividade dos usuários (não comprovado);
Diminuir a carga para a instalação elétrica;
Reduzir a emissão de poluentes;
Economizar energia e os custos operacionais.
2.3.2.2 – Dispositivos de proteção solar
As aberturas têm múltiplas funções, entre elas a admissão da luz natural nos interiores, que
em função de seus fechamentos, controla esta quantidade. A forma de uma abertura é sempre
recomendada para maximizar os benefícios e minimizar os problemas relativos ao calor e luz.
A luz solar pode ser desejada num ambiente, em função da sua finalidade, mas, para os
destinados a escritórios panorâmicos, sua incidência direta é indesejável pelo calor e por
exigir uma acuidade visual em função dos contrastes excessivos, resultando em cansaço
visual.
Os dispositivos de proteção solar compõem uma fachada e, além da finalidade estética, é uma
garantia para o conforto ambiental. A melhor opção é o uso de dispositivos de proteção solar
externo regulável, horizontal ou vertical, pois fornece proteção termo-luminoso evitando o
57
“efeito estufa” e o desconforto visual, provocado pela penetração da radiação solar direta. Os
dispositivos horizontais são mais utilizados para grandes ângulos de incidência do sol e
direcionam a luz para parede ou teto e os verticais controlam pequenos ângulos e são
eficientes quando complementam os horizontais e direcionam a luz para as paredes ou
elementos horizontais baixos.
Os materiais mais usados, a princípio, foram o fibrocimento e a madeira, mas atualmente se
oferece os em alumínio com cores variadas, e os em vidros, que estão disponíveis no mercado
para uma aplicação correta e adequada. Seu acabamento auxilia na penetração da iluminação
natural e as cores claras proporcionam melhor rendimento.
No início de sua aplicação, os dispositivos de proteção solar disponíveis no mercado
apresentavam custos muito elevados e inúmeros problemas técnicos, que dificultaram e
retardaram sua instalação. A tecnologia atual, muito utilizada na Europa, fornece dispositivos
de proteção solar com acionamento informatizado, por intermédio de lulas fotoelétricas,
onde é possível orientar as lâminas segundo os diversos ângulos e o nível de incidência
solares, e apresentando positividade quanto à eficiência energética.
Uma proposta da utilização de dispositivo de proteção solar em vidro é apresentada no projeto
do arquiteto Roberto Loeb, para o Centro de Cultura Judaíca, em São Paulo, que devida a sua
localização está sujeita a uma incidência de luz solar e cargas de vento intensas. Os brises são
painéis fixos de vidro, em tom fumê, em forma de “L”, que colaboram com o sombreamento e
a ventilação, e apresenta uma inclinação resultante de estudos referentes à incidência solar na
fachada durante o verão e o inverno e as cargas de vento. Sua fixação é na parte superior e
inferior de um elemento em aço que acompanha toda a fachada. (PAIVA, 2003).
58
Figura 19 – Utilização de dispositivos de proteção solar em vidro laminado
Fonte: Finestra n. 40, 2003, p.59.
O desempenho de um dispositivo de proteção solar depende, entre outros fatores, de:
Seu acabamento, que deve ser claro para melhorar a distribuição da luz no interior do
ambiente;
Sua manutenção, por muitas vezes é um ponto crítico devido ao acesso.
As fachadas envidraçadas, tão comuns nos edifícios destinados a escritórios, é uma grande
evolução tecnológica das últimas décadas, elevando os vidros a elementos importantes quanto
ao conforto ambiental para o almejo de uma eficiência energética; cooperam com a
penetração da iluminação natural e o bloqueio do calor, que traz uma redução no consumo de
ar condicionado e com a integração das iluminações naturais e artificiais. O mercado oferece
vidros com desempenho para diversas finalidades e no Rio de Janeiro, por ter um clima
quente e úmido, sua especificação deve ser bem analisada.
59
A proporção da janela influi diretamente no consumo de energia devido ao aumento de carga
térmica oriunda do vidro. A proporção da janela, do ponto de vista energético, em relação à
área da fachada deve ser em torno de 30%, quando o consumo de energia é mínimo. Janelas
menores reduzem a luz natural e as maiores aumentam a carga térmica. (LOMARDO, 2000).
Diante de tantos vidros, os refletivos apresentam um bom desempenho para ambientes com
iluminação natural, porque seu procedimento quanto ao fator fotoenergético (filtra os raios
solares através da reflexão da radiação) garante um controle da intensidade de luz e calor
transmitidos para o ambiente. Mas para sua especificação é necessário um estudo das
características como a transmissão de luz, calor, refletividade, cor do vidro, região em que se
localiza a obra e a finalidade da edificação. O vidro colorido influencia na cor refletida,
reduzindo a transmissão de luz direta e causando certo desconforto visual no usuário devido a
distorção da cor.
Segundo Alexandre Rodrigues, da empresa CEBRACE, para uma utilização da iluminação
natural associada à mínima propagação do calor para o interior de um ambiente, a melhor
especificação é o vidro refletivo, observando seus coeficientes de transmissão e reflexão, mas
muitos profissionais instalam o vidro de baixa emissividade devido ao fator estético.
As combinações de vidros incolores com as películas, lisas ou desenhadas, reproduzem os
vidros coloridos na massa, podendo interferir nos índices de sombreamento e um fator
importante é o espaçamento entre os desenhos, pois quanto mais agrupados menor a entrada
de luz. Sua aplicação é feita manualmente e sua aplicação é interna, para facilitar a instalação
e manutenção. (GELINSKI, 2004).
As cortinas podem ser utilizadas como controladores internos de luminosidade, porém a mais
versátil é a persiana interna regulável, pois pode ser ajustada pelo usuário segundo seu
conforto. Com lâminas brancas, uma boa mecânica e usada com inteligência pode possibilitar
um controle quase completo sobre o ofuscamento devido ao sol e céu. Muitas vezes os
projetistas instalam persianas fixas devido à manutenção, mas pode prejudicar a função do
equipamento porque não como regular as lâminas de acordo com a incidência solar. As
persianas, quando instaladas externamente, fazem as janelas parecerem escuras.
(HOPKINSON et al, 1966).
60
Nos casos de retorfit, a aplicação de dispositivos de proteção solar externo, para uma
racionalização de energia, é importante a verificação da legislação vigente para a possível
permissão. Como exemplo desta possibilidade é apresentado a implantação nos escritórios do
Instituto Suíço de Seguros (SUVA), cujo projeto é dos arquitetos Herzog & de Meuron, sendo
uma edificação da década de 1950, construído com janelas convencionais. Para a nova
fachada foram substituídas as janelas e, para cada pavimento foram instalados três linhas
horizontais de painéis: uma superior (placa de vidro isolante e placas prismáticas na parte
interna, que protegem e redirecionam a luz, com controle informatizado), uma central (janelas
para ventilação com operação manual) e uma inferior (movimentação em função do clima
externo, com controle informatizado). (FINESTRA, n. 41, 2005).
Figura 20 – Retrofit em fachadas com aplicação de controles de sombreamento informatizado
Fonte: Finestra n. 41, 2005, p.48
61
Na cidade do Rio de Janeiro, devido à alta incidência solar, é necessária a consideração do
aproveitamento da iluminação natural em composição com a artificial, para proporcionar a
eficiência energética em uma edificação, e a utilização do dispositivo de proteção solar se faz
necessária para um controle da radiação solar direta.
A necessidade de dispositivo de proteção solar externo, em edificações para a cidade do Rio
de Janeiro, em função da radiação solar direta, no intervalo de 9h00min/15h00min
3
é
apresentada na tabela 2.
Tabela 2 – Tipo de dispositivo de proteção solar em função da orientação e insolação
em fachadas para a cidade do Rio de Janeiro
Fonte: autora
Com a aplicação de um dispositivo de proteção solar uma redução na quantidade de
iluminação natural admitida e sua eficiência é avaliada em função da razão da quantidade de
radiação incidente e a penetrante, sendo definida como fator ou coeficiente de sombra.
Uma avaliação detalhada, do coeficiente de sombra para os diversos tipos de dispositivos, foi
feita por Olgay (1963 apud SILVÉRIO, 1995, p.76) e uma adaptação para este estudo foi feita
por Silvério (1995).
3
Segundo Enermodal Engineering Limited of Kitchener (2002, p. 49) o período de 9:00 às 15:00 é considerado
o intervalo de análise para o conforto ambiental, porque corresponde ao período mais quente do dia.
62
(*) O coeficiente de sombra para este tipo de dispositivo representa valor médio de desempenho
diário segundo a orientação indicada.
(**) Referente à fachada leste e oeste (hemisfério sul)
(***) Referente à fachada norte (hemisfério sul)
Tabela 3 – Coeficiente de sombra para dispositivos de proteção externos (parte).
Fonte: Olgay (1963 apud SILVÉRIO, 1995, p.77)
Na fase do estudo preliminar, o conhecimento do caminho aparente efetuado pelo sol todos os
dias, segundo uma determinada orientação, é fundamental na decisão do tipo e local (externo
ou interno) dos dispositivos de proteção solar. No caso de ambientes para escritórios, onde a
luz do sol direta se torna incômoda, esses elementos devem ser partes essenciais do projeto.
Diante de qualquer solução, o custo-benefício se torna um fator decisivo de projeto. O
controle da iluminação natural deve ser associado a um desenho pré-determinado em função
das condições visuais necessárias.
2.3.3 – Iluminação artificial
Vianna et al. (2004, p. 109) afirma que se aceita, sem questionamento, que a provisão de
uma quantidade maior de luz possibilita às pessoas desenvolverem tarefas mais precisas e
apreciar as cores com muito mais exatidão”.
63
2.3.3.1 – Considerações gerais
A iluminação artificial tem como finalidade:
Iluminar a edificação depois do anoitecer;
Suplementar a iluminação natural, quando necessário;
Aumentar o nível de iluminância nas tarefas visuais difíceis;
Manter a atenção no serviço;
Garantir segurança (luz de emergência). (HOPKINSON et al, 1969).
O seu uso durante o dia possui duas causas:
Uma tendência nos escritórios panorâmicos com grande profundidade e com janelas
ao longo da fachada, o interior recebe uma boa quantidade de luz natural, mas parece
escura pelo contraste com o céu claro ou superfícies brilhantes perto das paredes,
apesar da iluminância estar dentro da norma, e para evitar isso se usa a iluminação
artificial;
As diversas temperaturas de cor e índices de reprodução de cor das lâmpadas
fluorescentes, dando ao ambiente uma aparência semelhante à luz natural.
(HOPKINSON et al, 1969).
2.3.3.2 – Sistemas de iluminação, luminárias, lâmpadas
fluorescentes e reatores eletrônicos
Uma boa iluminação é função do sistema de iluminação adotado, e uma análise da tarefa a ser
executada determina sua escolha. Uma recomendação da utilização de iluminação indireta
sempre e onde seja possível, mas uma atenção ao desempenho no nível e proporção das
luminâncias pode resultar numa imprópria iluminância e ofuscamento como na iluminação
indireta. Para a Commission Internacionale de l’Eclairage a iluminação pode ser direta ou
indireta desde que sejam observados:
Iluminação direta deve ter os ângulos de visão entre 45 e 55º, com o máximo de
luminância, nestes ângulos, de 200cd/m²;
Iluminação indireta, para uma distribuição geral e uniforme, usar para o teto uma
refletância média. (STEFFY, 1995).
64
Segundo o Illuminating Engineering Society, num estudo comparando os sistemas de
iluminação, indicou que os usuários de escritórios informatizados preferem um sistema que
tenha 50% a 65% da luz direta e 35% a 50% de indireta (GORGULHO, 1998).
Atualmente existem no mercado diversos modelos de luminárias pendentes direto-indiretas,
onde o fluxo luminoso apresenta diversas proporções para cima e para baixo, em função do
efeito a ser alcançado, sendo a altura ideal do espaço maior ou igual a 3.00m e podendo
ocorrer sombras e reflexões indesejadas, mas quando usado adequadamente minimiza a
nitidez e os efeitos de sombra que podem se originar na iluminação direta.
Estudos mostram que a iluminação localizada complementando a geral é eficiente
energeticamente porque ela é acionada quando uma ocupação. Nos escritórios com
computadores é útil por fornecer a iluminância necessária para tarefas visuais sobre papéis e
diferenciando da necessária para a tela.
Desde sua invenção a lâmpada fluorescente é indicada para iluminação de grandes áreas e
uma constante evolução é feita para se obter uma boa eficiência energética com sua aplicação.
Em 2001, pela falta de chuvas, foi gerada uma crise energética, onde toda população foi
mobilizada e informada sobre os dados técnicos de lâmpadas, pois era comum uma
comparação entre os fluxos de uma lâmpada incandescente e fluorescente, havendo um
incentivo para a troca de lâmpadas, por outras com menor potência e maior fluxo luminoso,
sendo chamadas de econômicas”. Os escritórios, também, seguiram o incentivo e as
lâmpadas fluorescentes de 20w e 40w foram substituídas por 16w e 32w, que foram lançadas
no mercado nessa época, às vezes com o aproveitamento das luminárias, pois essas lâmpadas
possuem o mesmo comprimento, respectivamente. Nesse período foi implantado um novo
conceito nos projetos luminotécnicos (a economia de energia), onde os responsáveis pelos
escritórios passaram a aprovar o estudo de custo-benefício para uma nova instalação.
As luminárias são equipamentos que, para as lâmpadas fluorescentes, influenciam na sua
distribuição espacial. Atualmente, é usado, para a parte refletora e aletas, revestimento em
alumínio anodizado com alto brilho, onde a reflexão da luz alcança ponto máximo. As
luminárias com aletas parabólicas podem ser soluções para os ambientes com utilização de
computadores, mas uma verificação da luminância da luminária nos ângulos de visão de 55°,
65
65° e 75°, a intenção de fornecer um equilíbrio e padrão luminoso dentro do ambiente, se faz
necessária.
A visão de uma luminária pode resultar em muito brilho e refletir nos olhos do usuário que
utiliza o computador. Uma maneira de minimizar este efeito é uma análise dos valores da
luminância em determinados ângulos de visão:
55º a luminância da luminária deve ser 850 cd/m² ou menor;
65º, deve ser 340 cd/m² ou menor;
75º, deve ser 170 cd/m² ou menor. (STEFFY, 1995).
Estes dados são possíveis consultando aos fabricantes de luminárias. No sistema de
iluminação direta e direto-indireta, para os locais onde se utiliza computadores, seu
conhecimento tem a finalidade de minimizar as reflexões.
Figura 21 – Ângulo de visão para sistema de iluminação direta e direta/indireta
que evitam reflexos nas telas do computador
Fonte: Steffy, 1995, p. 83
A especificação do conjunto luminária, lâmpada e reator dimerizável, associado ao
aproveitamento da iluminação natural pode apresentar uma economia de 80% em relação às
lâmpadas T8, conforme apresenta a figura 23.
66
Figura 22 – Vantagens na utilização de equipamentos de última geração para a economia de energia.
Fonte: Osram do Brasil Cia de Lâmpadas Elétricas Ltda, Catálogo geral 2001 / 2002, p. 7-00
A invenção da lâmpada incandescente, por Thomas Edson, mudou os hábitos das pessoas,
porque muitas tarefas que eram executadas durante o dia puderam ser realizadas a noite e
proporcionando um aumento de 4 horas diárias na vida da população mundial. Mas foi a
lâmpada fluorescente, que possibilitou a iluminação de grandes áreas, um marco nos projetos
de iluminação de ambientes comerciais, residenciais e industriais. Sua evolução é constante
em função dos avanços tecnológicos como a eficiência energética.
Várias modificações ocorreram ao longo desse período, como:
Composição química;
Formato;
Potência;
Temperatura de cor;
Índice de reprodução de cor;
Vida útil.
A cor da luz influencia na percepção do espaço e as lâmpadas fluorescentes trifósforo
oferecem uma larga abrangência no espectro luminoso e uma reprodução de cor mais
verdadeira e natural, aumentando o contraste cromático.
67
As lâmpadas T5 oferecem acréscimo até 50% no fluxo luminoso quando comparadas as T8 de
mesmo comprimento e apresentam uma maior vida útil. São fornecidas nas potências de 14w,
28w, 54w e 80w, com temperatura de cor 3000K e 4000K e índice de reprodução de cor entre
80% e 89%. (OSRAM do Brasil, 2001/2002).
Para locais onde se utiliza computador são indicados o uso de lâmpadas com alto índice de
reprodução de cor e temperatura de cor neutra (4000 K), além da observação da sua eficiência
energética. (STEFFY, 1995).
Segundo Eley e Tolen (1993, apud SOUZA, p. 23), numa iluminação artificial, em ambientes
adjacentes, deve existir uma diferença entre as temperaturas de cor, em torno de 300K e nunca
ultrapassar 1000K.
Segundo Osram do Brasil (2001/2002, p. 4.03), as razões para a instalação do sistema T5, são:
Alta eficiência energética;
Aumento da eficiência da luminária;
Economia de energia em função da utilização de reatores eletrônicos.
As mpadas fluorescentes compactas foram desenvolvidas para substituir as incandescentes,
possuindo o mesmo funcionamento das fluorescentes tubulares, porém com menor dimensão,
resultando um grupo de luminárias menores e capazes de atender as aplicações residenciais,
comerciais e industriais. (OSRAM do Brasil, 2001/2002).
É necessário um sistema de ventilação integrado à luminária, tanto para redução do calor do
ambiente quanto para assegurar uma maior eficiência das fontes de luz. (VIANNA et al.,
2004).
Os reatores, em conjunto com as lâmpadas fluorescentes, também sofreram evoluções e,
atualmente, os eletrônicos apresentam melhores desempenhos quando comparados aos
convencionais.
68
Segundo OSRAM do Brasil (2001/2002, p. 7.20-21), apresentam vantagens para a utilização
dos reatores eletrônicos para lâmpadas T5:
Ausência do efeito estroboscópico, porque opera em alta freqüência, e da cintilação;
Desligamento automático, caso haja defeito ou final da vida útil da lâmpada;
Incremento da vida útil da lâmpada;
Custo de manutenção reduzido devido sua vida útil longa;
Menor aquecimento do ambiente, reduzindo o consumo de energia do ar
condicionado;
Pesos e volumes menores;
Os reatores eletrônicos apresentam uma linha dimerizáveis, onde é possível variar o fluxo
luminoso das lâmpadas fluorescentes desde 1% a 100%. É possível a dimerização de
fluorescentes compactas e tubulares num mesmo circuito, mesmo com os reatores ligados a
diferentes fases do circuito.
Segundo OSRAM do Brasil (2001 / 2002, p. 7.13), são apresentadas várias vantagens de sua
aplicação:
Adaptação a sistemas de iluminação existentes;
Não distorce o sinal de tensão da rede como os dimeres convencionais;
Aumento da vida útil das lâmpadas em 50%;
Economia mínima de 20% devido à operação em alta freqüência e quando associado a
utilização da luz natural, essa economia passa para 70%;
Desligamento automático, caso haja defeito na lâmpada;
Menor risco de incêndio nas luminárias porque as lâmpadas operam com baixa
temperatura;
Possibilidade de conexão a acessórios, desde os mais simples aos mais complexos.
É comum em ambientes iluminados com lâmpadas fluorescentes haverem reclamações de
dores de cabeça e mal-estar, que é devido à modulação temporal da luz ou efeito flicker, que
provoca um desconforto, às vezes, imperceptível. Sua percepção varia entre as pessoas, mas
mesmo não percebendo ele continua afetando nosso sistema visual, influenciando de alguma
maneira nosso sistema nervoso. Estudos apontam que as lâmpadas com temperaturas de cor
altas estão mais sujeitas a esse fenômeno. Nosso sistema nervoso percebe uma freqüência em
69
torno de 50 hz a 60 hz e quanto menor mais perceptível, mas as lâmpadas fluorescentes com
reator convencional emite luz por volta de 100 hz, logo não conseguimos captar a diferença
entre claro e escuro, mas isso não quer dizer que a mesma não existe. Essas alterações
fisiológicas podem ser detectadas em exames como eletroencéfalograma e eletroretinograma
e, também, podem ter efeito sobre o ritmo cardíaco e aumentar a produção de hormônios
ligados ao estresse. (BELTRAMI, 2006).
A instalação de reator eletrônico apresenta muitas vantagens, inclusive com a ausência da
modulação temporal da luz e cooperando com o aumento do conforto visual no ambiente.
A eficiência energética, na parte da iluminação artificial, está relacionada a:
Tempo de utilização;
Potência instalada na iluminação artificial.
Manutenção
Um projeto luminotécnico para ter um sucesso ao longo do tempo dependerá da veracidade da
execução, do material adquirido e da manutenção futura. Todas as recomendações de um
projeto podem não alcançar seu objetivo sem uma boa manutenção não dos equipamentos
de iluminação, também, do mobiliário e revestimentos de pisos, paredes e teto. Faz-se
necessário uma conscientização do proprietário e da equipe de manutenção para os devidos
procedimentos a fim de que os resultados continuem eficientes.
Uma manutenção periódica com pessoal apropriado resulta em ambientes mais confortáveis e
eficientes. Com mobiliários equipamentos sofisticados a manutenção é uma função mais
critica da gestão de facilidade dos ocupantes e planejamento físico. Se algum dos elementos
que compõe o conjunto que influencia a iluminação não tiver manutenção o desempenho
diminui e logo a produtividade. (STEFFY, 1995).
O uso de mpadas eficientes e luminárias com altos rendimentos são elementos de destaques
nos projetos luminotécnicos, tanto pelo desempenho quanto pela estética, mas a arquitetura,
com seus revestimentos internos, têm uma grande contribuição no consumo de energia.
Os avanços tecnológicos forçam todos os campos de conhecimento para uma atualização
constante. A crise energética mundial provoca uma pesquisa constante de lâmpadas e
70
equipamentos cada vez mais eficientes. O campo de iluminação artificial tenta acompanhar
essa evolução com lançamentos de novas lâmpadas tanto em constituição química quanto
física, sempre apresentando uma melhoria no consumo.
A eficiência energética em projetos luminotécnicos significa o menor consumo de energia
associado à qualidade do ambiente iluminado e para se alcançar este patamar, um dos fatores,
é a especificação de tecnologias atuais, pois estão sempre relacionadas a eficiência energética.
2.3.4 – Integração da iluminação natural e artificial
Segundo Iwata et al (1997, apud SOUZA, 2003, p.3), o potencial de economia de energia
gasta em iluminação pelo aproveitamento da luz natural depende dos fatores:
Características arquitetônicas da edificação (tamanho e orientação das janelas);
Latitude do local;
Condições meteorológicas;
Da estratégica de controle da iluminação natural
Da vizinhança (outras edificações e vegetação).
2.3.4.1 – Critérios gerais para integrar a iluminação natural e
artificial
A relação entre a iluminação natural e artificial deve ser considerada na fase do estudo
preliminar. A variedade e direção da iluminação natural e a constância e eficácia da
iluminação artificial assegura uma condição visual confortável na integração dessas formas de
iluminação. A iluminação natural não substitui a artificial por completo, mesmo ao longo do
dia, por causa de sua variação e a utilização da edificação, também, à noite.
É no estudo preliminar que se pode garantir o desempenho das condições de conforto,
segundo o American Institute of Architects, apresentando que o potencial de conservação de
energia na fase do projeto básico é de 40% a 50%, na fase de anteprojeto de 0% a 10% e na
fase de ocupação de 10% a 20%. (ALLUCCI, 1992).
71
Figura 23 – Etapas para desenvolvimento e avaliação luminosa de projeto arquitetônico.
Fonte: própria
O efeito visual de um espaço é determinado pela adaptação do observador e depende do
campo de visão, que inclui a área de céu visível através da janela. O essencial do suplemento
de luz é um nível aceitável com uma adaptação confortável entre a sala e o todo, mesmo que
seja necessário adicionar uma iluminação no plano de trabalho. A janela pode revelar
considerações visuais confortáveis, como a necessidade da visão externa, da aparência e da
relação entre as formas e a estrutura da edificação, mas não um ponto de ofuscamento
(desconforto).
Para uma avaliação gráfica do desempenho de um ambiente quanto a distribuição de
iluminância, se torna necessária o mapeamento definido por curvas de isolux, onde é possível
perceber as áreas com muita ou pouca iluminação. A ABNT (1991, p. 39) recomenda que a
iluminância, em qualquer ponto do campo de trabalho, não seja inferior a 70% da média no
ambiente.
Num projeto a combinação do nível da iluminação suplementar é determinada por:
Considerações psicológicas da adaptação;
Grau de brilho entre a área mais iluminada perto da janela e a que recebe pouca
iluminação (HOPKINSON et al, 1996).
72
Uma análise foi desenvolvida pelo Building Research Station, Inglaterra (PSALI - Permanent
Suplementary Artificial Lighting for Interiors) onde são considerados aspectos qualitativos do
ambiente, como:
Relação entre as luminâncias, comparando o ambiente iluminado com a natural e a
artificial;
Adaptação dos olhos aos contrastes;
Previsões dos níveis de iluminação necessários para a tarefa. (VIANNA et al, 2004).
Hopsinkon et al. (1969) considera o uso da iluminação suplementar (ou complementar)
durante o dia para duas situações:
Escritórios panorâmicos com grande profundidade;
Obter um nível de iluminação relativamente elevado durante o dia.
A avaliação da luz é uma combinação dos aspectos quantitativos e qualitativos, onde devem
ser observados os seguintes itens:
Analisar a curto e longo prazo a adequada quantidade de luz para a tarefa;
Distribuir o brilho pela sala de modo que ele não seja ponto de distração, estimulação
excessiva e tristeza;
Analisar a quantidade de luz que penetra pela janela ou das luminárias, com toda a luz
refletida no espaço e como essa modelagem influencia direta e indiretamente o espaço;
Avaliar as cores para uma reflexão agradável no ambiente e sua aparência no espaço;
Observar o ofuscamento direto da janela ou da iluminação instalada por causa do
desconforto;
Evitar ofuscamento desagradável vindo de superfície especular ou polida dos
mobiliários;
Averiguar a aparência da janela, sua relação de forma, posição e contrastes, analisando
o céu visível, a construção externa e seu interior;
Analisar a integração em tamanho, proporção e posição, se ela obstrui o dia e a noite;
Verificar a impressão geral da sala, analisando a modelagem das faces, texturas dos
materiais, etc.;
Analisar a impressão da luz e cor no ambiente, onde as dimensões e alturas podem
parecer maiores ou menores;
73
Verificar se a iluminação artificial está distorcendo uma cor e se isso é bem-vindo ou
não. (HOPKINSON,1969 apud GORGULHO,1998)
A integração permanente proporciona os seguintes benefícios:
Iluminação adequada para a tarefa e um ambiente visualmente confortável;
Redução ou eliminação do ofuscamento causado pela componente direta da luz
natural, através de elementos de controle apropriado;
Redução da monotonia provocada pela iluminação artificial;
Redução nas alturas do ambiente, levando a um barateamento da construção, pois não
seria necessária tal altura para admissão da iluminação natural;
Os espaços podem ser mais profundos e com uma utilização racional. (HOPSINKON
et al., 1969).
Uma pessoa ao se deslocar de uma zona mais iluminada para outra sentirá a diferença. A
solução é conseguir um equilíbrio de brilho em toda sala e o contraste entre a zona próxima da
janela e o fundo não pode ser maior que 10:1. Às vezes o vel de iluminância, no fundo da
sala, parece inadequado pelo fato que próximo à janela ele é mais alto, resultando uma
sensação de desconforto (HOPSINKON et al, 1969).
A iluminação com lâmpada fluorescente, em ambiente destinado a escritórios, é mais eficiente
que a incandescente e além de possuir uma temperatura de cor parecida com a iluminação
natural, que varia bastante ao longo do dia. Para a escolha da temperatura de cor da
iluminação suplementar aponta os seguintes critérios:
As cores da iluminação natural e suplementar não devem proporcionar uma diferença
muito grande, procurando uma lâmpada com uma luz o mais próxima possível;
O índice de reprodução de cor da iluminação natural é 100% e na artificial
fluorescente o máximo é 85% e a lâmpada luz do dia tem uma cor semelhante ao céu
nublado. (HOPSINKON et al, 1969).
A redução do consumo de energia elétrica utilizada na iluminação artificial nos escritórios
pode ser reduzida de 35% a 70% com o aproveitamento da iluminação natural, refletindo no
consumo total da edificação uma redução de 10 a 35% (SOUZA, 1995 apud SOUZA, 2003).
74
O California Institute for Energy Efficiently (2005, p. 7-4) afirma que “não reduza o conforto
ou satisfação dos ocupantes, por uma grande economia de energia, porque a produtividade dos
ocupantes é mais cara do que a energia usada”.
Um projeto de iluminação integrando a natural e artificial é o resultado de uma análise
criteriosa das condições climáticas, orientação e um planejamento cuidadoso do sistema
elétrico tendo o conforto visual como fator de qualidade no ambiente e a economia de energia
elétrica através desta integração é fato comprovado.
2.3.4.2 - Controles para a iluminação
Souza (2003, p. 23) afirma que “os sistemas de controle por atuarem diretamente na
otimização do uso da iluminação, implicam na redução efetiva do desperdício e
consequentemente, também, na economia dos custos operacionais”.
As estratégias para iluminação artificial podem ser ampliadas, conjugando-as com a
iluminação natural. Existem no mercado vários sensores com essa finalidade, mas suas
utilizações o podem proporcionar riscos ao desempenho visual. Cada escolha é função do
projeto, resultante de uma decisão quanto à conservação de energia, economia dos custos
operacionais e os investimentos disponíveis. É interessante que se faça um dossiê com o
esquema de funcionamento, a seqüência, a calibração, a manutenção e os procedimentos
necessários para consertos. (CALIFORNIA INSTITUTE FOR ENERGY EFFICIENTLY,
2005).
As principais estratégias de controle para a iluminação artificial são:
Diminuição ou interrupção da iluminação artificial em função da disponibilidade da
iluminação natural;
Para um nível de iluminância constante, nos cálculos, são colocados 20 a 35% acima
do nível de iluminância de projeto, devido à depreciação do fluxo luminoso e limpeza
do espaço. Essa estratégia é conhecida como manutenção dos lúmens”, sendo
necessária mais potência, quando ocorre a diminuição do fluxo luminoso das
lâmpadas, para segurança do desempenho do sistema. A potência total pode ser
75
aplicada quando se aproxima o final da vida útil do sistema e assegurando uma
redução no consumo de energia;
Quando se tem um horário bem definido de trabalho, o sistema pode ser desligado
automaticamente em horários pré-definidos. Segundo Rea (1999, apud Souza, 2003, p.
28) isto pode reduzir o consumo de energia em torno de 40% pela eliminação do
desperdício de energia em espaços desocupados. Esse sistema precisa de uma atenção
especial caso haja alguma modificação no horário de trabalho.
Uma iluminação ajustável à tarefa que proporciona uma economia de energia, sem
diminuir o desempenho visual. Pode ser uma luminária ou um grupo delas acionado
manualmente ou por sensor de presença. (CALIFORNIA INSTITUTE FOR ENERGY
EFFICIENTLY, 2005).
Existem vários equipamentos para o controle da iluminação, e devem ser especificados de
acordo com:
Eficiência do sistema;
Uso do ambiente;
Custo - beneficio;
Manutenção.
Segundo Code for interior lighting (1994, apud SOUZA, 2003, p. 32) estudos de campo têm
mostrado que os usuários acendem a iluminação quando chegam e a desligam quando saem,
mostrando uma ineficiência em função da atitude do usuário.
Na distribuição das seções de iluminação, tendo em vista a economia de energia para
controles manuais, alguns pontos devem ser analisados, como:
Cada ambiente deve ter seu sistema de controle;
Agrupar as zonas de controle pela iluminância natural ou por funções.
Nas soluções que apresentem luminárias com uma ou duas lâmpadas, as seções devem
ser alternadas para uma iluminância média para uma situação entre totalmente ligado
ou desligado;
Na utilização de luminárias com três mpadas, a do meio deve pertencer a uma seção
diferente para se ter a possibilidade da iluminância em três situações (33%, 66% e
100%);
76
Na utilização de luminárias com quatro lâmpadas, as seções devem ser, duas a duas,
separadamente, para a possibilidade da iluminância em duas situações (50% e 100%);
Locais que necessitam de altas iluminâncias devem ter o sistema independente;
Separar as seções das linhas de luminárias paralelas à janela, caso tenha uma janela
continua, ou controlar de cada zona associada a cada janela, no caso de diversas
janelas;
A economia de energia em função dos interruptores é alcançada pela participação do
usuário, ficando a sua vontade este acionamento. (SOUZA, 2003).
Alguns sensores são usados para diminuir ou desligar a luz artificial de acordo com a variação
da luz do dia. Quando os fotossensores funcionam em conjunto com relés é necessário que o
desligamento seja feito com uma iluminância maior do que quando for ligado, por causa da
acomodação visual e, assim, sem desconforto para os usuários.
Na integração da iluminação natural e artificial, o sensor deve ter um ponto de referência,
como por exemplo, o plano de trabalho. Uma exposição direta do sensor a luz natural
prejudica o funcionamento adequado deste sistema e deve ser instalado a uma distância das
extremidades da lâmpada, por causa da elevação de temperatura, e longe da fiação.
Na integração da iluminação natural e artificial com a instalação de sensores de luz, que se
adapta a iluminância do ambiente, a economia pode chegar a 60%. (OSRAM do Brasil,
2001/2002).
Segundo LRC (1998, apud SOUZA, 2003, p. 33), três razões limitam a aplicação dos
fotossensores:
Não se pode quantificar previamente a economia de energia;
Os usuários normalmente fazem reclamações mesmo sendo instalados corretamente;
Relatos de instalação incorreta e falta de calibração.
Os fotossensores devem ser instalados com orientação sul para o receber radiação solar
direta e garantindo uma iluminância uniforme no sensor. A instalação mais comum é no teto,
mas podem ser instalados no local da tarefa ou fora do ambiente, controlando todo o sistema
77
de iluminação ou parte com auxilio de relés. Quando instalado na superfície de trabalho pode
ficar sujeito a sombras do corpo e objetos que podem obstruir a luz. (SOUZA, 2003).
Segundo Eley e Tolen (1993, apud SOUZA, 2003, p. 35), apresenta duas propostas para a
localização na instalação de fotossensores:
1. Localizar o sensor a 2/3 da janela em relação à profundidade da zona de iluminação;
2. Não expor o fotossensor, nos sistemas indireto e semi-indireto, às lâmpadas que ele
controla.
Hopsinkson et al, (1969, p. 565), apresenta pontos negativos no uso desse sistema, como:
Não considera o tempo de adaptação visual, pois a cada variação ele é
acionado, às vezes com grande freqüência e em ocasiões impróprias;
A flutuação da iluminação pode trazer mais desconforto do que uma queda na
iluminância.
A especificação destes sensores deve estar relacionada:
Com a atividade devido a sua sensibilidade de captar os movimentos, principalmente
os ultra-sônicos;
Ao tipo de lâmpada, que tem sua vida útil afetada pela freqüência de acendimento.
Os temporizadores são dispositivos que acionam a iluminação num período determinado e
permite ao usuário ligar, caso seja necessário, proporcionando uma boa economia de energia
pelo uso indevido fora do período de trabalho.
Na integração da iluminação natural e artificial com a instalação de temporizadores, a
economia pode chegar a 70%. (OSRAM do Brasil, 2001/2002).
Para uma garantia de eficiência nos sistemas de controle para redução do consumo através do
aproveitamento da luz natural ou assegurar uma iluminância nos locais de trabalho, os
sistemas de controle automáticos o os mais indicados. Um sistema de controle automático
para um bom desempenho deve:
78
Manter a iluminância necessária no plano de trabalho;
Evitar o ofuscamento;
Evitar o liga/desliga que afeta o usuário.
O controle centralizado em muitos sistemas causa descontentamento nos usuários, uma
combinação de controle automático e manual é uma boa opção, segundo Slater et al (1996,
apud SOUZA, 2003, p. 42) esta combinação aumenta o desempenho e maiores oportunidades
de economia de energia, pois nos locais onde esse controle não era feito pelo usuário havia
uma grande insatisfação.
A maior insatisfação do usuário é um mau funcionamento do sistema de controle, existindo a
necessidade de informação com o proprietário e os ocupantes, durante a decisão, a construção
e ocupação, porque o usuário pode bloquear o sensor ou modificar a ambientação e alterar o
seu funcionamento. Existe, também, a necessidade de conhecer o responsável pela operação e
manutenção para melhor esclarecimento quanto ao funcionamento do sistema. Qualquer
sensor deve ser calibrado depois da instalação para garantir a resposta do sistema de
iluminação artificial com as condições do desenho de luz no ambiente.
Segundo Vianna et al., (2004, p. 189), em edifícios não residenciais, a integração das
iluminações natural e artificial pode trazer uma economia de 30% a 70%, com a utilização de
controle do sistema eficiente e uma boa especificação.
2.4- Conclusão
Os “arranha-céus” trouxeram para a arquitetura novos conceitos que se propagam aos dias
de hoje. A utilização de fachadas “cortinas de vidros”, com uma tecnologia mais avançada, é
a solução apresentada na maioria das edificações destinadas a escritórios. Apesar da evolução
dos vidros, sua aplicação em fachadas, quanto à eficiência energética, considera o ganho
térmico internamente e desconsidera a iluminação natural. Com a conscientização da
sustentabilidade, onde o profissional deve conhecer o meio ambiente e a ecologia e seus
conceitos, aplicados desde a fase de projeto até a manutenção, se espera construções com
mais integração da iluminação natural e artificial.
79
A arquitetura com a função de acomodar o homem com segurança e num enfoque, mais
contemporâneo, com conforto ambiental, deve atentar aos problemas oriundos de uma errônea
orientação, forma, especificação de acabamentos internos e externos. Num passeio pela
cidade se vê edificações sem a menor preocupação dos efeitos dos vidros utilizados nas
fachadas e sua interferência no entorno.
As teorias organizacionais e a tecnologia sempre interferiram na ambientação dos escritórios.
Para cada momento administrativo/tecnológico o mobiliário foi se adaptando e uma
preocupação estético-funcional foi se transformando em ponto de análise para um perfeito
desenvolvimento da tarefa. Com a ergonomia, maiores atenções foram dadas ao mobiliário e
com a antropologia do trabalho, que compromete o usuário com o espaço e sua interação
social é apontada como elemento positivo, os ambientes destinados a escritórios se tornaram
mais produtivos.
No Rio de Janeiro os escritórios com grande número de funcionários adotam o tipo
“panorâmico”, com grandes áreas sendo ocupadas muitas vezes sem atenção a densidade e
privacidade. A indústria de mobiliário para escritórios apresenta ofertas, que exigem do
profissional o conhecimento suficiente para a escolha certa.
A ligação da arquitetura com o clima é como o abrigo com o lugar, num processo natural do
homem com o seu meio. Um projeto arquitetônico possibilita uma economia de energia com
uma avaliação dos conceitos de projeto, materiais e tecnologias construtivas e a sensação de
conforto ambiental é ressaltada com uma análise do clima com a arquitetura, sendo priorizada
no estudo preliminar. Atualmente, muitas edificações são conhecidas como “inteligentes”
quando são automatizadas para determinadas funções e considera a economia de energia e
manutenção, sem preocupação quanto conforto luminoso, que aumenta esta economia quando
definido na fase de estudo preliminar.
A iluminação em ambiente de escritórios envolve, principalmente, a quantidade de luz para se
desenvolver uma tarefa e fatores como: ofuscamento e contraste que favorecem a
produtividade e o bem-estar dos usuários. As cores ajudam a distribuição da luz no espaço e
causam, também, desconforto, em função de sua reflexão. Para locais onde a eficiência
energética/conforto luminoso tem prioridade é interessante que as cores principais sejam
claras e foscas.
80
Nos últimos anos um interesse quanto ao projeto de iluminação natural e sua conjugação
81
3 - ANÁLISES DO OBJETO EM ESTUDO
3.1 – Características da edificação
O Condomínio Casa do Comércio situado na Rua Marques de Abrantes, 99 Flamengo, Rio
de Janeiro é um projeto do escritório de arquitetura Luiz Paulo Conde e Associados,
construído em 2001 e com ocupação máxima do terreno permitida. A edificação está
localizada atrás da construção de estilo eclético e considerada um dos últimos exemplares
carioca da chamada “casa burguesa” do início do século XX, Mansão Figner, de propriedade
do Sistema Fecomércio Rio (SÁ, 2002), que obstrui, parcialmente, sua visualização da rua.
Figura 24 - Planta de Localização
Fonte: RioListas (2003/2004), p. [?]
A Planta de Situação e Entorno do condomínio são apresentadas na figura 25.
82
Figura 25 – Planta de Situação e Entorno
Fonte: autora
83
A construção é composta de um embasamento (2 subsolos, térreo e pavimento) e uma
torre (9 pavimentos), onde estão instalados os escritórios da Administração Regional do
Serviço Social do Comércio (SESC), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
regional Rio (SENAC Rio) e da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (FECOMÉRCIO).
84
3.2 – Metodologia empregada
Segundo Lakatos et al. (1995, p. 163) afirma que:
A seleção do instrumental metodológico está, portanto, diretamente
relacionada com o problema a ser estudado; a escolha dependerá dos
vários fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos
fenômenos, o objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe
humana e outros elementos que possam surgir no campo da
investigação.
3.2.1 – Apresentação dos ambientes selecionados
A primeira walkthrough
4
realizada teve como finalidade a observação dos espaços para a
escolha daqueles que mais se adequavam ao assunto da dissertação, sendo relevantes os
aspectos físicos e funcionais, o sistema acendimento e iluminação, adicionados a informações
gerais coletadas por conversas informais.
Foram selecionados os seguintes ambientes:
pavimento (SENAC), por apresentar um escritório panorâmico e uma fachada
com janela;
pavimento (SESC), por apresentar um escritório panorâmico e três fachadas com
janelas;
Parte do 11º pavimento (FECOMÉRCIO): as salas de reunião e a superintendência,
por apresentarem problemas quanto ao conforto luminoso, coletados através de
conversa informal com os usuários.
4
Walkthrough: análise através de observação e conversa informal consistindo em caminhar pelo ambiente
observando os aspectos físicos, comportamentais e técnicos.
85
3.2.2 – Coleta de dados
Lakatos et al. (1995, p. 166) afirma que “são vários procedimentos para a realização de coleta
de dados, que varia de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação”.
3.2.2.1 – Entorno e as fachadas
A disponibilidade da luz natural em um ambiente depende, entre outros fatores, da orientação
e da configuração do entorno. As construções vizinhas são apresentadas na figura 28 (planta
de situação e entorno).
O entorno da fachada norte é apresentado na figura 27.
Figura 27 – Entorno da edificação , 7° pavimento (fachada norte)
Fonte: Foto da autora
A concepção arquitetônica considerou a orientação solar, com o tratamento diferenciado das
fachadas tanto na forma dos dispositivos de proteção solar quanto no emprego de materiais. A
86
edificação possui 3 fachadas onde as janelas (peitoril = 0.95m, altura da janela = 1.38m) são
contínuas e com vidro transparente (8mm).
Fachada norte: conjunto com lâminas de alumínio horizontais e verticais fixas, de
seção retangular, perpendicular à fachada, pintado na cor branca.
87
Figura 29 – Fachada norte
Fonte: Foto da autora
Fachada leste: conjunto com lâminas de alumínio verticais fixas, de seção elíptica,
inclinados à direita (aproximadamente 53º) em relação à fachada, pintados na cor
branca. No pavimento existe uma treliça metálica (elemento estrutural) pintada na
cor preta entre o dispositivo e a esquadria.
88
89
Fachada sul: conjunto com lâminas de alumínio vertical fixa, de seção elíptica,
perpendiculares em relação a fachada, pintado na cor branca.
91
No 7º pavimento existem janelas em toda a extensão das fachadas norte, leste e sul e além dos
elementos externos de sombreamento, possui, internamente, persianas verticais na cor
marfim. A fachada norte possui ainda uma película transparente com listas horizontais branca.
A área anexa a fachada leste é reservada para as gerências com divisória em painel-vidro
(altura = 1.70m) e as centrais de arquivos, que se constitui um bloqueio parcial para a
visualização exterior dos usuários do escritório panorâmico, sendo apresentado na figura 40,
(Planta de Ambientação – 7° pavimento).
Na parte selecionada do 11º pavimento (Sala da superintendência e Reunião) as janelas estão
localizadas na fachada sul e, além dos elementos externos de sombreamento, possui,
internamente, um elemento com mobilidade horizontal, de cima para baixo, na cor branca,
que bloqueia totalmente a penetração da iluminação natural, sendo apresentada na figura 43
(Planta de Ambientação – 11° pavimento – Salas de Reunião e da Superintendência).
Figura 35 – Elemento horizontal móvel (fechado) utilizado nas Salas da Superintendência e de Reunião
Fonte: Foto da autora
92
3.2.2.2 – Levantamentos e medições
Dois pavimentos relativos à dissertação, são destinados a escritórios panorâmicos com lajes
para vãos de aproximadamente, 29.00 x 17.00m, para o pavimento, e 17.00 x 18.50m, para
o pavimento, com poucos pilares internos. Os espaços dos escritórios foram concebidos
para a utilização de computadores com mobiliários modulados. Todas as áreas dos escritórios
têm piso elevado revestido com carpete, para tornar a instalação das estações de trabalho mais
versátil e o forro é modulável e removível, de material acústico, não combustível, que facilita
sua remoção, caso necessite de uma manutenção ou uma modificação na ambientação.
O sistema de divisória da estação de trabalho (2° pavimento h=1.10m e para o 7° h=1.05m)
possibilita a criação de grupos com ambientes totalmente abertos, sem muita privacidade dos
usuários e possibilitam uma visão externa por ter altura abaixo da linha de visão.
Figura 36 – Formato da estação de trabalho existentes no 2° e 7° pavimento
Fonte: autora
Apenas o 11º pavimento apresenta salas privativas, com a utilização de divisória com panos
de vidro, que possibilita sua integração com a parte restante do escritório. A Sala da
Superintendência para ter uma privacidade aplicou uma película com listas horizontais.
93
Numa análise do conforto luminoso, com eficiência energética, os acabamentos das
superfícies são de grande importância, pois o elementos que influenciam na distribuição da
luz no espaço e cooperam com o desenvolvimento confortável de uma tarefa.
A edificação se identifica com o conceito “inteligente”, cujo projeto foi desenvolvido por
Consult Ar Engenharia (Rio de Janeiro RJ), controlado por uma central computadorizada
que atende a energia elétrica, o reservatório d’água, ar condicionado, incêndio, águas pluviais,
esgoto e elevadores. A integração de todas as instalações prediais é uma visão de eficiência
energética e conforto, sendo parte do conceito de edifício inteligente.
Em relação à iluminação, as lâmpadas são acesas às 7h00min e desligadas às 20h00min,
sendo que no e 7° pavimentos os circuitos independem do perímetro das janelas, e no 11°
pavimento as salas e os banheiros apresentam, também, a opção do uso de interruptores
individuais, segundo informação do executante da manutenção predial. Caso se necessite
passar do horário, uma informação prévia deverá ser enviada à central de controle.
O levantamento da iluminância teve a finalidade de averiguar o padrão permitido pela ABNT
- NBR 5413. As medições foram feitas com luxímetro digital fabricado pela Minipa Indústria
e Comércio Ltda, referência MLM-1333, com alcance máximo de 20klux, cedido pelo
Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética – FAU- UFRJ.
Os levantamentos referentes ao e pavimentos foram realizados no dia 16 de agosto de
2006, no sábado, para não incomodar os usuários em função das diversas situações, e neste
dia a condição de céu foi nublado e com grande movimentação de nuvens, dificultando uma
precisão nos valores. O levantamento no 11° pavimento foi realizado, anteriormente, no dia
16 de julho de 2006 e com a condição de céu claro. A utilização de 2 aparelhos foi uma
tentativa de agilização nas medições referentes a iluminação natural, em virtude da rápida
variação das condições de céu ao longo do dia.
94
Os levantamentos foram realizados nas seguintes situações:
Iluminação natural (persianas abertas);
Iluminação artificial durante o dia (persianas fechadas);
Iluminação natural e artificial (persianas abertas);
Iluminação artificial, à noite, com as persianas fechadas, sem interferência do entorno.
As medições, dos 2º e 7º pavimentos foram feitas nas estações de trabalho, como recomenda a
NBR 5413. Os pontos foram marcados com fita adesiva para fixar os locais nas diversas
situações e se situaram à esquerda do usuário no plano horizontal (tampo da mesa), pois é o
local onde há possibilidade de leitura porque não a utilização de suporte lateral para
fixação de papel. No 11° pavimento, os pontos se encontram, também, nos locais de trabalho.
Para a montagem das tabelas foram considerados os valores de 300 lux, porque é considerado
pela IESNA (2003) um valor importante para iluminância horizontal e segundo Bormann
(2003, p.8) as medidas inferiores, a este valor, tendem a causar desconforto, e de 500lux,
porque é o mínimo recomendado para escritórios pela Norma NBR 5413.
2° pavimento (escritório panorâmico com 62 funcionários)
Suas principais superfícies têm as seguintes especificações:
Piso – carpete mesclado na cor cinza escuro;
Paredes – pintura cor creme;
Pilares internos – pintados na cor laranja;
Teto – modulado com placas acústicas (1250 x 625 mm), na cor creme.
Sua ambientação é composta por grupos em linha dupla de estação de trabalho com
quantidades diferenciadas. A estação de trabalho é contornada, em “L”, por uma divisória
(1.10m de altura), que tem a parte superior em tecido cinza claro e o restante, incluindo o
tampo da mesa em madeira pau marfim. A Planta de Ambientação e uma foto da estação de
trabalho são apresentadas, respectivamente, nas figuras 37 e 38.
95
96
Figura 38 – Mobiliário referente ao 2º pavimento
Fonte: Foto da autora
As tarefas desenvolvidas por este escritório panorâmico utilizam o computador, a escrita e
leitura e predomina o sistema de iluminação geral direto, feito por luminárias embutidas, com
acabamento na cor branca, compostas por 2 lâmpadas fluorescentes tubulares 32w/400K,
refletor e aletas parabólicas em alumínio anodizado com alto brilho e reator partida rápida
duplo em 220V.
A paginação das luminárias o segue a ambientação devido a modificações ocorridas no
mobiliário, sem o acompanhamento do teto. A paginação do teto, as especificações das
luminárias e as localizações dos pontos do levantamento de iluminância são apresentadas na
figura 39 e na tabela 4, os valores das iluminâncias.
97
Figura 39 – Planta de paginação de teto/luminárias/pontos iluminâncias
2º pavimento.
Fonte: autora
98
99
* Ponto sem interferência da iluminação natural.
NOTAS:
1 – Critério adotado, de acordo com a iluminância:
Cor preta – valores igual/acima de 500 lux;
Cor vermelha – valores entre 300 e 500 lux;
Cor azul – valores igual/menor que 300 lux.
2 - A diferença entre a iluminância para a iluminação artificial com as persianas fechadas e a noite, é devido ao
fato de ocorrer uma penetração da iluminação natural, mesmo com as persianas fechadas.
3 – As lâmpadas da luminária acima deste local estavam apagadas.
Tabela 4 – 2º pavimento - Levantamento das iluminâncias
Fonte: autora
100
7° pavimento (escritório panorâmico com 47 funcionários)
Suas principais superfícies têm as seguintes especificações:
Piso – carpete mesclado na cor cinza escuro;
Paredes – pintura cor creme;
Pilares internos – pintados na cor laranja;
Teto – modulado com placas acústicas (1250 x 625 mm), na cor creme.
Sua ambientação é composta por grupos “em cruz” de estação de trabalho com 4 unidades em
cada. A estação de trabalho é contornada, em “L”, por uma divisória (1.05m de altura), que
tem a parte superior em tecido cinza claro e o restante, de material metálico, com acabamento
na cor cinza escuro e o tampo da mesa em fórmica na cor creme. A Planta de Ambientação e
uma foto da estação de trabalho são apresentadas, respectivamente, nas figura 40 e 41.
101
Figura 40 – Planta de Ambientação – 7º pavimento
Fonte: autora
102
Figura 41 – Mobiliário referente ao 7º pavimento
Fonte: Foto da autora
As tarefas desenvolvidas por este escritório panorâmico utilizam o computador, a escrita e
leitura e predomina o sistema de iluminação geral direto, feito por luminárias embutidas, com
acabamento na cor branca, compostas por 2 lâmpadas fluorescentes tubulares 32w/400K,
refletor e aletas parabólicas em alumínio anodizado com alto brilho e reator partida rápida
103
Figura 42 – Planta de paginação de teto/luminárias/pontos iluminâncias
7º pavimento.
Fonte: autora
104
* Ponto sem interferência da iluminação natural.
105
NOTAS:
1 – Critério adotado, de acordo com as iluminância:
Cor preta – valores igual/acima de 500 lux;
Cor vermelha – valores entre 300 e 500 lux;
Cor azul – valores igual/menor que 300 lux.
2 – No dia do levantamento, este local estava com alguns livros, que não foram retirados.
3 – Neste local a persiana apresentou problemas ao recolher e só foi conseguida uma abertura parcial.
4 – A diferença, entre a iluminância para a iluminação artificial com as persianas fechadas e a noite, é
devido ao fato de ocorrer uma penetração da iluminação natural mesmo com as persianas fechadas.
5 – Este local é atrás de um pilar e onde a persiana se recolhe.
Tabela 5 – 7º pavimento - Levantamento das iluminâncias
Fonte: autora
11° pavimento (Salas de Reunião e Superintendência)
A Sala de Reunião tem as seguintes especificações para as principais superfícies:
Piso – carpete mesclado na cor cinza escuro;
Paredes – parede que contém a janela: texturizada na cor branca e a janela possui um
elemento interno, com movimento horizontal que bloqueia totalmente a
iluminação natural, em parte da mesma;
- outras paredes: madeira escura na parte inferior e tecido azul, na superior,
sendo que a parede que contém 2 portas tem 1/5 em textura branca;
Teto – modulado com placas acústicas (625 x 625 mm), na cor branca.
Sua ambientação é formada por uma mesa de reunião em madeira escura e cadeiras brancas.
Uma foto interna e a Planta de Ambientação são apresentadas, respectivamente, nas figura 43
e 46.
106
Figura 43 – Sala de Reunião
Fonte: Foto da autora
A Sala da Superintendência tem as seguintes especificações para as principais superfícies:
Piso – carpete mesclado na cor cinza escuro;
Paredes – parede que contém a janela – texturizada na cor branca e a janela possui um
elemento interno, com movimento horizontal, que bloqueia totalmente a
iluminação natural, em parte da mesma;
- paredes laterais – madeira pau marfim, na parte inferior, e tecido verde, na
superior;
- divisória (porta) – porta em madeira pau marfim e vidro transparente e
película com listas horizontais brancas.
Teto – modulado com placas acústicas (625 x 625 mm), na cor branca.
Seu mobiliário é todo em madeira pau marfim. Uma foto interna e a Planta de Ambientação
são apresentadas, respectivamente, nas figura 44 e 46.
107
Figura 44 – Mobiliário referente ao 11º pavimento – Sala da Superintendência
Fonte: Foto da autora
Figura 45 – Sala de Reunião e Superintendência - Elemento interno, com movimrento
horizontal que bloqueia totalmente a iluminação natural, em parte da janela.
Fonte: Foto da autora
108
Figura 46 – Planta de Ambientação – 11º pavimento – Salas de Reunião e Superintendência
Fonte: autora
A Sala de Reunião desenvolve tarefas de escrita e leitura e, atualmente, com a possibilidade
da utilização de lap-top e possui o sistema de iluminação geral direto e a Sala da
Superintendência, com ocupação individual, tarefas que demandam o uso de computador,
leitura e escrita e possui o sistema de iluminação geral indireto e localizado.
A paginação do teto, as especificações das luminárias e as localizações dos pontos do
levantamento de iluminância, para as duas salas, o apresentadas na figura 47 e na tabela 6,
os valores das iluminâncias.
109
Figura 47 – Planta de paginação de teto/luminárias/pontos iluminâncias
11º pavimento – Salas de Reunião e Superintendência.
Fonte: autora
110
NOTAS:
1 – Critério adotado, de acordo com as iluminância:
Cor preta – valores igual/acima de 500 lux;
Cor vermelha – valores entre 300 e 500 lux;
Cor azul – valores igual/menor que 300 lux.
2 – Este veda-luz bloqueia parte da janela, como pode ser visto na figura 45, logo há interferência da iluminação
natural.
3 – Esta posição é a normalmente utilizada para diminuir o desconforto visual causado pelo ofuscamento da
janela.
Tabela 6 – 11º pavimento (Salas de Reunião e Superintendência) – Levantamento das iluminâncias
Fonte: autora
3.2.3 – Questionário
A partir do final do século XX surgiram procedimentos de avaliações dos desempenhos das
edificações. Estas metodologias envolvem uma investigação técnica, funcional e
comportamental, utilizando vários instrumentos com o objetivo de programar intervenções a
curto, médio e longo prazo. Essas avaliações, que podem ser realizadas antes e depois da
construção, são procedimentos auxiliares para determinar se os objetivos do projeto foram
alcançados e, se devem ser publicadas, para orientar os novos projetos. (RHEINGANTZ,
2006).
Uma edificação tem sua vida própria intimamente ligada aos usuários e diariamente sua
avaliação é feita de forma inconsciente, baseado na vivência do dia-a-dia. O questionário,
numa pesquisa, é um instrumento utilizado para a coleta de dados e se mostra como um meio
satisfatório, pois atinge maior número de pessoas simultaneamente, obtendo resposta mais
111
rápida, com maior liberdade, devido a possibilidade do anonimato, e por não ter a influência
do pesquisador, mas podendo apresentar respostas mascaradas em função de problemas
internos.
O questionário (anexo 1) é de autopreechimento, podendo ter identificação ou o, composto
por questões de múltipla escolha e alguns comentários. Foram distribuídos 109 questionários
que corresponde a 62 unidades para o 2º pavimento e 47 unidades para o 7º. O 11 º pavimento
não foi incluído no questionário, devido ao fato das salas terem utilização individual (Sala da
Superintendência) e ocasional (Sala de Reunião), mas tendo alguns dados colhidos em
conversa informal.
O questionário procurou abranger o conforto luminoso e se sabe que cada um, com seu
histórico de vida, percebem o ambiente de maneira diferenciada. Os lançamentos das
respostas estão apresentados em forma de “roscas” com os números percentuais,
possibilitando comparações entre os resultados nos dois pavimentos.
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p.201), em média os questionários alcançam 25% de
devolução, logo, os números percentuais relativos às devoluções foram satisfatórios, pois
ultrapassam 25%, para os dois pavimentos.
112
A questão número 1 é composta de 4 sub-questões e se refere aos dados pessoais, que inclui a
possibilidade de identificação e a localização do usuário (apresentada na figura 48).
59
41
53
47
PAV - feminino
PAV - masculino
PAV - feminino
PAV -masculino
Figura 49 – Números percentuais referentes aos gêneros dos participantes
Fonte: autora
A faixa etária predominante nos dois pavimentos está entre 26 e 45 anos.
22
73
24
68
5
8
PAV - até 25 anos
PAV - acima 46
anos
PAV - entre 26/45
anos
PAV - até 25 anos
PAV - acima 46
anos
PAV - entre 26/45
anos
Figura 50 – Números percentuais referentes à faixa etária dos participantes
Fonte: autora
113
A jornada de trabalho predominante é de 8 horas por dia.
95
5
89
11
PAV - 10 horas
PAV - 8horas
PAV - 10 horas
PAV - 8 horas
Figura 51 – Números percentuais referentes à jornada de trabalho
Fonte: autora
A questão número 2 se refere ao tempo de pausa no expediente e a maioria (95% para o
pavimento e 89% para o 7° pavimento) tem uma hora de almoço.
A questão número 3 se refere à possibilidade de uma visão externa da estação de trabalho e a
questão número 4, a sua importância, como apresenta a figura 52 e 53, respectivamente.
82
18
71
29
PAV - não
PAV -sim
PAV - não
PAV - sim
Figura 52 – Números percentuais referentes à possibilidade de visão externa
Fonte: autora
114
73
27
82
18
PAV - não
PAV -sim
PAV - não
PAV - sim
Figura 53 – Números percentuais referente à importância da visão externa
Fonte: autora
A questão número 5 se refere ao uso das persianas internas.
55
45
60
40
PAV - não
PAV -sim
PAV - não
PAV - sim
Figura 54 – Números percentuais referentes ao desejo das persianas abertas
Fonte: autora
115
A questão número 6 se refere à sensação de claro/escuro, no início da jornada diária.
12
82
10
80
6
10
PAV - escuro
PAV - não percebe
PAV - claro
PAV - escuro
PAV - não percebe
PAV - claro
Figura 55 – Números percentuais referentes à sensação da iluminação ao chegar ao escritório
Fonte: autora
A questão número 7 se refere às reflexões nas telas dos computadores.
36
46
25
57
18
18
PAV - muito
PAV - nenhum
PAV - pouco
PAV - nenhum
PAV - muito
PAV - pouco
Figura 56 – Números percentuais referentes a reflexos nas telas dos computadores
Fonte: autora
116
A questão número 8 se refere à vibração da iluminação no ambiente.
31
46
25
48
2
23
25
PAV - monótona
PAV - dinâmica
PAV - indiferente
PAV - monótona
PAV - dinâmica
PAV - indiferente
PAV - não
responderam
Figura 57 – Números percentuais referentes à avaliação da iluminação
Fonte: autora
A questão número 9 é composta de 3 sub-questões e se refere a quantidade de luz/tarefas e a
temperatura de cor das lâmpadas, como apresenta as figuras 58, 59 e 60, respectivamente.
41
55
36
57
4
7
PAV - insatisfatória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
PAV - insatisfatória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
Figura 58 - Números percentuais referentes à avaliação da iluminação quanto à escrita e leitura
Fonte: autora
117
36
59
28
60
5
12
PAV - insatisfatória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
PAV - insatisfatória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
Figura 59 - meros percentuais referentes à avaliação da iluminação quanto à utilização do computador
Fonte: autora
Figura 60 - Números percentuais referentes à avaliação da iluminação quanto à temperatura de cor.
Fonte: autora
32
59
11
82
9
7
PAV - insatisf atória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
PAV - insatisf atória
PAV - ótima
PAV - satisfatória
118
A questão número 10 se refere aos sintomas de desconforto luminoso após uma jornada de
trabalho.
Figura 61 – Números percentuais referentes à avaliação física após um dia de trabalho.
Fonte: autora
3.3 - Apresentação dos resultados
O projeto luminotécnico faz parte dos projetos chamados auxiliares e está vinculado ao
projeto elétrico e a melhor situação é quando seu desenvolvimento dá suporte ao mesmo.
As soluções apresentadas no projeto luminotécnico fazem parte do conforto ambiental, em
conjunto com o acústico e térmico, sendo vinculado a fatores como: estrutura, incêndio, ar
condicionado, paginação do teto, mobiliário, manutenção, etc. para um perfeito resultado
final.
O conforto luminoso se relaciona com a quantidade de luz necessária no ambiente, se
conectando, atualmente, à eficiência energética e está relacionado com a especificação das
luminárias e seus equipamentos, acionamentos e manutenção, mas sabe-se que o aspecto
subjetivo, também, influencia o desempenho e auxilia na obtenção de um ambiente produtivo.
1
4
18
32
25
35
46
27
6
9
PAV - outros
PAV -
ardência nos
olhos
PAV - dores
PAV - fadiga
PAV - outros
PAV - dores
PAV - fadiga
PAV -
ardência nos
olhos
PAV -
não
responderam
119
3.3.1 – Questionário
Num estudo de caso uma avaliação com os usuários é primordial, devido à convivência diária
com o objeto em estudo. Neste caso se observa que:
Existe um equilíbrio entre a quantidade de homens e mulheres;
A faixa etária predominante está entre 26 e 45 anos, cujo conhecimento auxilia na
escolha da iluminância;
A jornada diária é de 8 horas, com 1 hora para almoço. Devido ao período prolongado
ocorre a fadiga visual, que se elimina com o descanso a cada hora, de 5/10 minutos,
saindo da frente do computador;
A maior parte tem a oportunidade de uma visão externa e a considera importante.
Sabe-se que a visão através de uma janela permite observar a troca da luz do dia e o
tempo e, também, ajuda a reduzir a tensão muscular, pois tira o foco do campo de
trabalho. Segundo Enermodal Engeneering Limited of Kitchener (2002, p. 7), o senso
de bem-estar dos ocupantes é aumentado de acordo com a área da janela e a qualidade
de uma vista é determinada pelas “informações contidas” e sendo maximizada quando
três elementos visuais são inclusos: o céu, a visão do entorno (edificações, árvores) e
visão horizontal (rua, vegetação);
O fato de um equilíbrio nas respostas pela preferência das persianas aberto-fechadas
provoca um ponto conflitante porque não possibilidade da visão exterior, que foi
considerada importante no item acima, mas seus fechamentos cooperam com a falta de
ofuscamento nas telas dos computadores;
A maioria percebe o ambiente claro ao chegar ao escritório. Esta sensação é variável
porque nosso conceito de conforto é afetado por muitos fatores incluindo preferências
pessoais, culturais e regionais. Sabe-se que a sensação de claro/escuro, pode variar
entre as pessoas, em função dos fatores citados acima e um local com pouca
iluminação, pode ser considerado satisfatório;
A maior parte dos participantes considera pouco o reflexo na tela do computador,
tendo em vista que trabalham com as persianas fechadas. Mas na walkthrough se
verificou, em algumas estações de trabalho, reflexo na tela de computador, oriundo
das luminárias e das janelas, caso as persianas estejam semi-abertas;
A maior parte é indiferente à vibração da iluminação no ambiente. Os escritórios
possuem o sistema de iluminação geral direto que pode parecer monótono pela sua
120
uniformidade, mas, por exemplo, no 2° pavimento, ela é bastante oscilante devido aos
pontos escuros, como se verifica na tabela de levantamento da iluminância. O uso de
uma cor laranja nos pilares internos é um ponto de realce, mas necessidade de
outros pontos, principalmente no 2° pavimento, devido às dimensões;
A maior parte considera a iluminação satisfatória quando utiliza o computador,
escreve ou lê, mas observando as tabelas com as iluminâncias é baixa, em algumas
estações de trabalho;
A temperatura de cor das lâmpadas fluorescente tubulares, que são predominantes, é
de 4000K, sendo a indicada para ambiente onde se utiliza computador;
Segundo Alan Hedge, professor do College of Human Ecology at Cornell University,
a qualidade da luz está relacionada diretamente com os sintomas freqüentes de visão
como dor de cabeça e vista cansada (GUZOWSKI, 2000). No 2° pavimento a maior
parte sente fadiga e uma pequena parte ardência nos olhos e no 7° pavimento a metade
dos participantes apresenta ardência nos olhos, justamente no local com maior área de
visão exterior. Uma postura sistemática de descansar a visão a cada hora evita este
desconforto.
3.3.2 – Avaliação do conforto luminoso
A quantidade de luz num ambiente é responsável pela visão da tarefa, mas não é a única
necessidade para se obter o conforto luminoso. Situações como fadiga visual, ofuscamento,
etc. são evitados analisando a arquitetura, os acabamentos internos e externos, as
luminárias/lâmpadas e os mobiliários. A informação, para os usuários, quanto à função da
manutenção para um ambiente com conforto luminoso e sua influência no resultado do
projeto.
Dispositivos de proteção solar
Para uma avaliação da disponibilidade da iluminação natural é necessária uma análise do
entorno. Os resultados obtidos na análise da incidência solar, dos dispositivos de
sombreamento e o sombreamento feito por construções vizinhas são apresentados na figura
62. Quanto ao sombreamento se observa que todas as fachadas não afetadas no intervalo de
9h00min/15h00min. A fachada norte, atualmente, possui edificações mais baixas, mas pelo
121
fato da região pertencer ao Decreto 322
5
, não existe a possibilidade de se erguer construções
que afetem o 7° pavimento, devido às dimensões dos terrenos.
Figura 62 – Incidência solar e sombreamento
Fonte: autora
5
Decreto 322, 03.03.1976: aprova o regulamento de Zoneamento do Município do Rio de Janeiro, que
estabelece as mobilidades, a intensidade e a localização do uso do solo e das atividades permitidas no município,
sendo complementado por diversos decretos e leis.
122
Uma foto tirada no dia 21 de junho, aproximadamente às 11h00min, comprova que os
dispositivos de sombreamento na fachada norte permite a penetração da radiação solar direta,
que além de causar desconforto, causa ofuscamento na tela do computador. Segundo
informação colhida durante a walkthrough a película existente nesta fachada ameniza a
penetração, mas devido às reflexões nas telas dos computadores foram instaladas as persianas
verticais, que não fazem parte do projeto original.
Figura 63 – Radiação solar direta – fachada norte
Fonte: autora
Isto comprova que o usuário procura uma solução para seu desconforto, que deveria ser
resolvido na fase de projeto. Neste caso o problema é da arquitetura com seus dispositivos de
proteção solar que permite a radiação solar direta no horário de trabalho.
Os dispositivos de proteção solar diminuem a quantidade de admissão da iluminação natural e
protege quanto a radiação solar direta, logo cabe ao profissional ter uma postura sustentável,
com a integração da iluminação natural e artificial para o alcance da eficiência energética. Um
maior conhecimento na concepção de fachadas envidraçadas com dispositivos de proteção
solar em uma cidade, como o Rio de Janeiro, com grande luminosidade, é necessário para
uma arquitetura que prioriza o bem estar dos usuários e uma eficiência energética.
123
Iluminância e luminâncias do entorno
Como a iluminação natural não é satisfatória a iluminação artificial acaba sendo utilizada ao
longo da jornada de trabalho. De acordo com o questionário a faixa etária predominante está
entre 26 e 45 anos. Segundo ABNT NBR 5413 - tabela 1 (iluminância por classe de tarefa
visual) apresenta 3 propostas para a iluminância sendo determinado pela tabela de peso, logo
a iluminância adotada é 500 lux (iluminância inferior).
Outra verificação para a iluminância é a utilização da tabela em função da tarefa que envolve
a tela de computador, escrita a leitura em papel impresso (tabela 1). Observou-se, na
walkthrough, que nos dois pavimentos, o contraste na tela do computador é o negativo e a
proposta da iluminância para esta situação é entre 500 e 750 lux, logo 500 lux, o
admissíveis.
A iluminância vertical não foi verificada para os dois pavimentos porque no dia do
levantamento (sábado) o escritório não estava funcionando.
A luminância proveniente de uma superfície, não radiante, pode ser calculada, entre outra,
pela equação:
6
L = ρ .E
π
Onde: L = luminância (cd/m²)
ρ = coeficiente de reflexão
E = Iluminância sobre esta superfície (lux)
Na movimentação visual entre a leitura de um papel impresso e a tela de computador a
adaptação é afetada pelas luminâncias das superfícies do entorno imediato e a tarefa. Para
minimizar este efeito é necessário que se mantenha a razão de 3:1 e na razão é 2:1, não
permitida uma ênfase confortável na tarefa.
Luminárias/lâmpadas
A luminária predominante nos e pavimentos é a embutida, com refletor e aleta
parabólica em alumínio anodizado com alto brilho, para 2 lâmpadas fluorescentes tubulares de
6
Disponível em: <hptt://br.osram.info/download_center/manual_luminotécnico.htm>. Acesso em: 20 ago 2006.
124
32w (T8), temperatura de cor 4000K e índice de reprodução de cor 85%, apresentando
ofuscamento nos ângulos de visão, conforme observação feita durante a walkthrough.
Acabamentos
Um fator determinante para melhorar a distribuição da luz e evitar desconforto luminoso em
um ambiente é o acabamento das superfícies e sua manutenção. As cores claras e
acabamentos não polidos cooperam com o conforto luminoso.
Ambientação
A ambientação em composição com a iluminação e acabamentos faz do ambiente um local
confortável e assim um aumento da produtividade está garantido. Muitas vezes a escolha de
uma estação de trabalho evidencia o lado estético/financeiro e todo um projeto de interiores
pode ocasionar desconforto. Sabe-se que a melhor posição de uma estação de trabalho,
quando se utiliza o computador, é a direção visual do usuário paralela à linha da janela. Uma
solução que apresenta uma economia de energia é uma luminária acoplada ao mobiliário para
uma complementação da iluminância na hora da escrita/leitura.
Não adianta os designs de interior analisar corretamente o uso das cores e ergonomia, se a
posição da estação de trabalho provoca o ofuscamento pela janela.
2° pavimento
Dispositivos de proteção solar
Este pavimento possui a fachada leste envidraçada, com dispositivos de proteção solar e
persiana verticais, que não fazem parte do projeto, e grande parte de sua extensão é ocupada
pela gerência, arquivos e ar condicionado. Neste pavimento é a única fachada para a admissão
da iluminação natural no escritório panorâmico (figura 37).
Analisando a tabela 3, com as iluminância, para a iluminação natural se verifica que a
gerência e o lado esquerdo do escritório panorâmico, nas estações de trabalho mais próximas
à janela, apresentam níveis suficientes (500 lux) e o lado direito possui pouca iluminância
( 100 lux).
125
Iluminância e luminância
Na planta com a localização das luminárias (figura 39), a ambientação não se harmoniza com
a paginação das luminárias. Isto causa uma oscilação no vel de iluminância, para a
iluminação artificial e persiana fechadas, pois é a maneira normal de trabalho e se verifica que
existem locais com valores maiores que 500 lux e outros menores que 300 lux.
No caso do pavimento, a luminância do entorno é aproximadamente 53 cd/m² (300lux) e
88 cd/m² (500lux). Sabe-se que luminâncias na tela do computador está em torno de 50cd/m²,
logo a razão entre elas é menor que 2:1, o que não permite uma ênfase confortável na tarefa.
Luminárias/lâmpadas
A luminária predominante neste pavimento possui refletor e aleta parabólica em alumínio
anodizado com alto brilho, mas não foram verificados os ângulos de visão críticos, pois
causam ofuscamento na tela do computador. Muitos profissionais têm a informação que as
aletas parabólicas por si só evitam o ofuscamento e não avaliam as curvas de luminância das
luminárias, e muitas vezes as especificações são modificadas por motivo de custo.
A lâmpada utilizada, no momento do projeto, pertencia à última geração de lâmpadas
fluorescentes tubulares, mas, atualmente, a lâmpada fluorescente tubular (T5) de 28w, que
apresenta comprimento aproximado a existente, apresenta mais economia: menor potência,
maior fluxo luminoso e maior vida útil e são associada a um reator eletrônico, que auxiliam a
eficiência energética do conjunto.
Acabamentos
Os acabamentos das principais superfícies e seus coeficientes de reflexão são apresentados na
tabela 7.
126
(*) Osram do Brasil Cia de lâmpadas elétricas Ltda., 2001.
(**) Valores propostos por Steffy, 1995.
Tabela 7 – Análise das reflexões das principais superfícies referentes ao 2° pavimentos
Fonte: a autora
Pela tabela acima, se verifica que a superfície do piso deveria ser mais clara para uma melhor
distribuição da iluminação no espaço e um conforto luminoso, pois contribui para a adaptação
visual.
Ambientação
Este pavimento possui um agrupamento de estação de trabalho variado, o que uma
sensação confusa. As estações de trabalho não possuem o formato adequado para a
localização do computador em relação a janela.
7° pavimento
Dispositivos de proteção solar
Este pavimento possui 3 fachadas (norte, leste e sul) envidraçadas e com dispositivos de
proteção solar e persianas verticais, que, também, não fazem parte do projeto inicial, mas
evita o ofuscamento na tela do computador. Na fachada norte o vidro possui, internamente,
uma película com listas horizontais, para amenizar a radiação solar direta, sendo instalado
antes das persianas. A fachada leste é inteiramente ocupada pela gerência, arquivos e ar
condicionado e restando as fachadas norte e sul para a admissão da iluminação natural no
escritório panorâmico (figura 40).
127
Analisando a tabela 5, com as iluminâncias, para iluminação natural se verifica que na
fachada norte, próximo a janela, somente 2 estações de trabalho apresentam níveis superiores
a 500 lux, e as outras tem o bloqueio pilares que avançam no ambiente. Na fachada sul, as
iluminâncias, para a iluminação natural, apresentam valores acima de 500 lux na maioria das
estações de trabalho e só dois locais apresentam níveis abaixo devido a proximidade do pilar e
o recolhimento das persianas relativas ao vão.
Iluminância e luminância
Na planta com a localização das luminárias (figura 42), observa-se que existe uma paginação
uniforme. A maioria das estações de trabalho tem valor superior a 500lux e nunca inferior a
300lux, para a situação de uso, isto é iluminação artificial e persiana fechadas.
Neste pavimento, a luminância do entorno é aproximadamente 38 cd/m² (300lux) e 64 cd/m²
(500lux). Sabe-se que luminâncias na tela do computador esem torno de 50cd/m², logo a
razão entre elas é menor que 2:1, o que não permite uma ênfase confortável na tarefa.
Luminárias/lâmpadas
Este pavimento possui a mesma luminária, lâmpada e reator referente ao pavimento, logo
as observações já feitas são aqui aplicadas.
Acabamentos
Os acabamentos das principais superfícies e seus coeficientes de reflexão são apresentados na
tabela 8.
128
(*) Osram do Brasil Cia de lâmpadas elétricas Ltda, 2001.
(**) Valores propostos por Steffy, 1995.
Tabela 8 – Análise das reflexões das principais superfícies referentes ao 7° pavimentos
Fonte: a autora
Pela tabela acima, se verifica que a superfície do piso deveria ser mais clara para uma melhor
distribuição da iluminação no espaço e um conforto luminoso, pois contribui para a adaptação
visual.
Ambientação
Este pavimento possui um agrupamento de estação de trabalho constante, o que dá uma
sensação de organização. As estações de trabalho não possuem o formato adequado para a
localização do computador em relação à janela.
11° pavimento
Dispositivos de proteção solar
A Sala de Reunião possui fachada sul envidraçada, com dispositivos de proteção solar e,
internamente, elemento de bloqueio total da iluminação natural e, somente no ponto próximo
a janela apresenta a iluminância, para iluminação natural, superior a 500 lux (tabela 6). A Sala
da Superintendência possui a mesma fachada e mesmos elementos de proteção, tanto externo
quanto interno e, também, somente no ponto próximo a janela apresenta iluminância, para
iluminação natural, superior a 500 lux (tabela 6).
129
Iluminância e luminância
A Sala de Reunião é utilizada para tarefas convencionais como leitura/escrita em papel
impresso e, atualmente, com a possibilidade de uma utilização de laptop. O seu sistema de
iluminação é misto (geral direto e localizado) e isto provoca uma variação nos valores das
iluminâncias. Segundo a figura 47, os principais pontos estão situados sobre a mesa e
possuem iluminâncias menores que 500 lux, para iluminação artificial, com o elemento
interno fechado (tabela 6). Como a iluminância dia, nos pontos da mesa, são 213 lux, a
luminância do entorno fica aproximadamente em 14 cd/m², se sabe que luminâncias na tela do
computador está em torno de 50cd/m², logo a razão entre elas é menor que 2:1, o que não
permite uma ênfase confortável na tarefa.
A Sala da Superintendência possui o sistema misto (geral indireto e localizado). Segundo a
figura 47, o principal ponto está situado sobre a mesa e possui a iluminância menor que 500
lux, para iluminação artificial, com o elemento interno fechado (tabela 6). Como a
iluminância média, na mesa, são 423 lux, a luminância do entorno fica aproximadamente em
54 cd/m², logo a razão entre elas é menor que 2:1, o que não permite uma ênfase confortável
na tarefa.
Luminárias/lâmpadas
As salas m soluções de iluminação diferenciada, como se apresenta na figura 47. A Sala de
Reunião possui uma iluminância média baixa (213 lux sobre a mesa), as luminárias instaladas
têm mpadas com índice de reprodução de cor excelente (85% e 100%) e são pontos de
ofuscamento em alguns lugares da mesa, caso se use um laptop.
A Sala da Superintendência possui uma iluminância média de 423 lux sobre a mesa, as
luminárias instaladas têm índice de reprodução de cor excelente (85%) e a luminária próxima
à janela causa ofuscamento na tela do computador, pois está no intervalo do ângulo de visão
de 45° e 85°.
Acabamentos
Os acabamentos das principais superfícies e seus coeficientes de reflexão, referentes às duas
salas, são apresentados na tabela 9.
130
(*) Osram do Brasil Cia de lâmpadas elétricas Ltda, 2001.
(**) Valores propostos por Steffy, 1995.
Tabela 9 – Análise das reflexões das principais superfícies referentes ao 11° pavimento
Fonte: a autora
Pela tabela acima, se verifica que na Sala de Reunião as superfícies das paredes, piso e a mesa
deveriam ser mais claros para uma melhor distribuição da iluminação no espaço e, logo, um
conforto luminoso, pois contribui para a adaptação visual e na Sala da Superintendência a
superfície do piso deveria ser mais clara, pelos mesmos motivos citados.
Ambientação
Na Sala da Superintendência a posição do computador é de frente para a janela e por isto o
elemento de bloqueio, que a cobre parcialmente, reflete na divisória de vidro, causando
desconforto no usuário, por ser um ponto brilhante e atraindo o olhar. Uma proposta é
modificar a ambientação, colocando o computador paralelo à linha da janela.
131
Figura 64 – 11° pavimento – Sala da Superintendência – reflexão da janela na divisória de vidro.
Fonte: autora
3.3.3 – Avaliação do sistema de iluminação implantado
A redução do consumo de energia pode ser alcançada com uma especificação atenta a
eficiência energética. Lâmpadas com melhores rendimentos, equipamentos mais capacitados e
controles de iluminação mais elaborados estão no mercado, mas muitas vezes na compra se
prioriza o custo e um projeto que poderia ser eficiente não alcança seus objetivos. A
manutenção, também, é um fator de sucesso do projeto, tanto das luminárias quanto de todas
as superfícies existentes no ambiente, pois colaboram para a distribuição da iluminação. Cabe
ao profissional relatar a informação necessária quanto à especificação, seus custos-benefícios
e manutenções.
Uma avaliação da potência instalada por m², para o 2° pavimento se apresenta em torno de 11
w/ e para o 7°, em torno de 9 w/m², que são valores considerados baixo, pois o valor
apresentado na Europa é de 12 w/m². Sabe-se, diante do levantamento de iluminância, que
existem pontos obscuros, tendo a necessidade de uma revisão do projeto
luminotécnico/ambientação.
132
No momento do projeto, a instalação de lâmpadas fluorescentes tubulares 32w eram as mais
eficientes, porém, hoje existem lâmpadas de 28w (T5) com menor potência, maior fluxo
luminoso e vida útil, encontradas com a temperatura de cor 4000K e possuindo índice se
reprodução de cor de 85%.
Os reatores instalados para as lâmpadas fluorescentes tubulares são magnéticos e, se sabe, que
os reatores eletrônicos apresentam melhor eficiência, portanto sua troca pode ser realizada
durante a manutenção. Segundo tabela de cálculo de rentabilidade
7
, para o 2° pavimento, cuja
potência instalada é 6.17 kw, com a troca passa a 5.37 kw e para o pavimento, cuja
potência instalada é de 3.65 kw, com a troca passa para 3.15 kw.
Os sistemas de controle implicam numa redução no consumo, desde a instalação de
interruptores corretamente, por exemplo, separar as luminárias próximas a janela, até os mais
sofisticados, como os sensores de diferentes ações e comandos. A automação de acendimento
pode aumentar a economia de energia, o por controlar o período de funcionamento, mas
o projeto elétrico tem que apresentar características de eficiência energética.
Qualquer projeto se torna eficiente a partir do momento que o profissional e o proprietário
têm consciência da economia de energia e uma informação aos usuários e o responsável pela
manutenção é necessária para não ocorrer problemas por falta de informação.
3.4 – Conclusão
O Condomínio Casa do Comércio está inserido no grupo de edifícios inteligentes, mas uma
das propostas para aumentar sua eficiência energética é a de integração da iluminação natural
e artificial, mesmo nas áreas próximas a janela, com um acendimento diferenciado do
restante. Os dispositivos de proteção solar permitem a penetração da radiação direta, mas o
uso da persiana decorrente do ofuscamento na tela do computador, se dispensa com a
mudança das estações de trabalho em composição com a janela.
7
Osram do Brasil Cia de Lâmpadas Elétricas Ltda. Cálculo de Rentabilidade. Disponível em:
<hptt;//www.osram.com.br>. Acesso: 20 de fevereiro de 2006.
133
As medições da iluminâncias são necessárias ao desenvolvimento do assunto e mostram que
muitos estão trabalhando com valores abaixo. Sabe-se que para uma avaliação da iluminação
natural, outras medições deveriam ser realizadas, como também, para a artificial, mas um
levantamento em ambiente de trabalho causa uma mudança comportamental, como foi
observado durante as visitas que se sucederam ao estudo.
Durante as walkthroughs se verificou que reflexões nas telas dos computadores oriundas
das luminárias, logo na sua especificação não foram observados os ângulos de visão críticos.
Na apresentação dos resultados é apontada uma proposta, que pode ser feita a partir das
manutenções de troca de lâmpadas, onde as novas podem a ser adaptadas as luminárias
existentes. Com esta troca o número total de luminárias são minimizadas, mas um novo
projeto luminotécnico se faz necessário.
Uma iluminação localizada na tarefa auxilia a redução no consumo de energia e as estações de
trabalho, por exemplo, com uma luminária articulada acoplada, que não ocupa espaço na
mesa, resulta na aplicação de uma iluminância geral mais baixa.
Sabe-se que o reator eletrônico é mais eficiente que o magnético e sua troca representam uma
economia de energia. Outro fator importante é a manutenção, não só da troca de lâmpada, mas
a conservação da superfície de reflexão da luminária por causa do rendimento do conjunto.
As reflexões das superfícies auxiliam na distribuição da iluminação e cooperam com um
ambiente mais vibrante. Apesar da cor laranja nos pilares internos, ainda falta uma vibração
que poderia ser conseguida pela luz ou por uma obra de arte.
A opinião dos usuários é muito importante, principalmente quando se trata de uma pós-
ocupação, apesar de se saber que seu histórico pessoal interfere no seu conceito de conforto
ambiental e que, às vezes, ele está inserido numa situação, que desconhece ser problemática.
Sabe-se que a capacidade visual varia entre os indivíduos dependendo do sistema ótico e da
idade, que interfere, também, na capacidade de acomodação, logo para uma avaliação do
conforto luminoso, que está estritamente ligado a quantidade de luz e sua interferência ótica
no espaço, a utilização do questionário é um meio importante de coleta de dados. O resultado
134
do questionário, quanto ao conforto luminoso, mostra que a maior parte dos usuários está
satisfeito com a iluminância, a cor da luz e gostaria de uma visão externa.
135
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta dissertação considera o ambiente para escritórios com conforto luminoso, aliando a
técnica com a estética, para a produção de um aumento da produtividade. O projeto
luminotécnico, principalmente para iluminação artificial, passou a ter uma valorização mais
pelo lado estético e, algumas vezes, considerando a eficiência do sistema, mas sem uma
observação quanto ao conforto visual, onde o conforto luminoso está inserido.
Com o aumento da energia para abastecer o planeta e suas conseqüências no meio ambiente, o
conceito de sustentabilidade está muito divulgado. O Brasil, apesar de possuir uma posição
bastante significativa no cenário mundial, pelas suas riquezas naturais, tem o seu problema no
crescimento do consumo, que não possui um mecanismo de regulamento legal. Uma maior
economia é alcançada com um projeto de arquitetura, onde as análises quanto ao conforto
ambiental são admitidas na fase do estudo preliminar. Uma arquitetura mal resolvida
apresenta uma eficiência energética parcial, mesmo para uma edificação “inteligente”.
Analisando o histórico das edificações destinadas a escritórios, no final da década de 60, se
verifica que a solução de fachadas envidraçadas, na cidade do Rio de Janeiro, é muito
freqüente e, para a maioria não foi realizado um estudo quanto a dispositivos de proteção
solar e a especificação de vidros compatíveis, que muitas vezes são definidos em função da
estética.
Atualmente grandes interesses pela iluminação natural têm renascido, por motivos da
eficiência energética e do conforto visual. Sabe-se que uma economia é proporcionada quando
se faz sua integração com a iluminação artificial e que sua quantidade e distribuição interna,
depende de um conjunto de variáveis, onde as condições climáticas do local, a composição do
entorno, a arquitetura com sua orientação, detalhes construtivos, aberturas, características dos
envidraçados e os revestimentos internos e externos auxiliam no seu desempenho.
As janelas, como um meio de admissão da iluminação natural, tantas vezes apontadas como
um elemento construtivo desconfortável por causar ofuscamento, deve possuir mais ateão
durante o desenvolvimento dos projetos para se tornar um elemento de descanso visual, pela
sua finalidade maior que é a ligação do exterior, com sua variação de luz, ao interior.
136
Existe uma falta de divulgação de dados dos materiais e componentes construtivos, onde as
características físicas dos produtos só são divulgadas quando solicitadas pelos profissionais.
Um apoio técnico sobre um material resulta em especificações mais seguras e,
consequentemente, em projetos inseridos no local e na finalidade. Todas as decisões devem
ser acompanhadas de uma análise de custo-benefício e a eficiência energética do sistema de
iluminação proposto depende da visão, a respeito do assunto, do profissional e do
proprietário.
O conjunto luminárias/lâmpadas/equipamentos são componentes importantes para a
iluminação artificial de um ambiente, logo o pode se tornar um elemento desconfortável e
ineficiente energeticamente, em função de sua especificação. Muitas vezes, o projeto de
luminotécnica apresenta uma especificação que na compra é trocada, por motivo de preço,
sem uma análise mais detalhada.
A ambientação de um escritório panorâmico é importante pela associação a organização e
facilidade de intercâmbio entre as diversas tarefas desenvolvidas. O formato das estações de
trabalho deve ser analisado em função da ambientação para não apresentar situações em que a
posição do usuário é desfavorável em relação à janela. Os revestimentos de suas superfícies
favorecem a distribuição da iluminação e proporcionam conforto luminoso, logo uma atenção
as luminâncias e iluminâncias são consideradas.
Evidentemente, em uma grande concentração de usuários um ambiente confortável engloba
outros fatores além do conforto luminoso, mas este tem um valor considerável por ser
primário, isto é para se desenvolver bem uma tarefa o primeiro requisito é a iluminação e um
aumento da produtividade é alcançado quando se associa à outros fatores.
A arquitetura é responsável por parte dos problemas pós-ocupacionais de um ambiente, mas
este pode ser estendido ao acabamento, mobiliário e iluminação, porque muitas vezes não
existe um intercâmbio entre os profissionais das diversas áreas. Não adianta uma arquitetura
com técnicas construtivas de última geração se uma especificação do mobiliário e iluminação
não apresentarem certos cuidados de observação. Muitas vezes o fator economia modifica
uma especificação sem comunicação com o profissional responsável, descaracterizando todo
um projeto. A consciência do conceito de sustentabilidade nos profissionais dos diversos
projetos e no proprietário torna mais acessível sua aplicação.
137
A análise dos dados desta dissertação permite concluir que a existe a viabilidade na utilização
do conforto luminoso em ambientes destinados a escritórios associado à eficiência energética,
tão divulgada atualmente. Mas se observa que os profissionais precisam estar atentos ao
assunto no desenvolvimento dos projetos e os proprietários com consciência que esta
eficiência é interessante para o seu bolso e o meio ambiente.
138
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em: <htpp://www.iniciativasolvin.com.br/home/ladislao.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2007.
145
ANEXO 1
Prezado funcionário,
Este questionário pretende analisar a iluminação no seu ambiente de trabalho e faz parte de
uma pesquisa para uma dissertação de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Preenchendo este questionário, você estará dando
uma contribuição para os projetos de iluminação em escritórios.
Grata pelo apoio.
Teresa Fragoso / agosto 2006
ATENÇÃO:
A sua identificação não é obrigatória;
Comentários são importantes para uma melhor análise.
1 – Dados pessoais:
Nome: _________________________________________________________
Sexo: Masculino Feminino
Idade: Até 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos
46 a 55 anos Mais de 56 anos
Horas de trabalho por dia: 12 horas 10 horas
8 horas 6 horas
Preciso saber qual o seu andar para melhor avaliar a iluminação:
2º pavimento (SENAC) 7º pavimento (SESC)
2 – Tempo de pausa no expediente: 15 minutos para lanche diariamente
1 hora para almoço
2 horas para almoço
3- No seu local de trabalho é possível ter uma visão do ambiente exterior? Isto é, dá para você
saber como está o tempo lá fora, por exemplo?
Sim Não
4 – Isso para você é importante durante seu dia de trabalho?
Sim Não
Comentário: ______________________________________________________
146
5 - As janelas existentes todas tem persianas bloqueando a claridade de fora. Você gostaria
de ter as persianas abertas?
Sim Não
6 - A sensação quando você chega ao escritório é de um local:
Escuro Claro Não percebo
7 - Existem reflexos de lâmpadas ou qualquer outra coisa na tela do seu computador?
Muita Pouca Nenhuma
Comentário: ______________________________________________________
8 – O que você acha da iluminação de todo o ambiente?
Monótona Dinâmica Indiferente
Comentário: ______________________________________________________
9 – Como você avalia?
A iluminação quando você escreve ou lê:
Ótima Satisfatória Insatisfatória
A iluminação quando você usa o computador:
Ótima Satisfatória Insatisfatória
Observe a cor da luz no seu ambiente de trabalho. O que você acha dessa cor?
Ótima Satisfatória Insatisfatória
10 - No final de um dia de trabalho, você sente:
Fadiga / cansaço Ardência nos olhos
Dores musculares Outros
Mais uma vez, agradeço a sua atenção.
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