Capítulo 2. Sistema de Configuração Remota 10
plataforma necessários para o processamento do algoritmo de controle, em geral, uma placa
controladora baseada em microcontrolador ou microprocessador, e uma placa de interface com
a planta industrial. Este módulo é responsável pela execução das rotinas em tempo real, além
de estabelecer a interface entre os módulos Interface com o Usuário e Planta. Ou seja, o módulo
Hardware de Controle permite que o módulo Interface com o Usuário tenha acesso a variáveis e
parâmetros do modelo, tornando possível o monitoramento e atuação sobre a planta industrial.
O módulo Planta corresponde à planta industrial a ser controlada. Este módulo tem vínculo
direto com o módulo Hardware de Controle, cujo firmware executa o algoritmo para controle
da planta industrial em tempo real.
De fato, a arquitetura do sistema de configuração remota consiste na integração destes
módulos, definindo-se uma estrutura cliente-servidor baseada em duas entidades, Estação Base
e Estação Remota, que se comunicam através de um padrão de tecnologia sem fio. Além
disso, são adicionados módulos responsáveis pela comunicação sem fio, tornando possível um
procedimento de configuração remota do algoritmo de controle da aplicação industrial através
de dispositivos portáteis.
O desenvolvimento de um sistema embarcado que implemente a Estação Base, ou seja, com
conectividade sem fio e capaz de realizar geração automática de código, para ser acoplado a
aplicações industriais de controle e interagir com o configurador remoto, pode ser considerado
ideal para testar o funcionamento do configurador e a implementação da arquitetura, assim
como uma solução em potencial para o setor industrial. Porém, o desenvolvimento de tal sistema
embarcado demanda tempo e complexidades de projeto que inviabilizam sua implementação
neste trabalho, sendo considerado, portanto, como uma das propostas para trabalhos futuros.
Contudo, é possível testar o funcionamento do configurador remoto e a implementação da
arquitetura do sistema através de uma plataforma de desenvolvimento experimental baseada na
arquitetura do sistema de configuração remota. Dessa forma, a referida plataforma experimental
pode representar um s istema embarcado que satisfaz os requisitos da Estação Base.
2.2.1 Projeto do Sistema de Configuração Remota
O projeto do sistema de configuração remota segue uma metodologia semelhante à de projeto
de sistemas embarcados, envolvendo os seguintes passos: requisitos, especificação, arquitetura,
componentes e integração do sistema [1]. Os requisitos incluem os funcionais e os não fun-
cionais. De fato, as funcionalidades do sistema a ser projetado são identificadas naturalmente,
porém geralmente não são suficientes. Por isso requisitos não-funcionais devem ser incluídos,
como desempenho, custo, tamanho, peso, consumo de energia, entre outros. Na fase de especi-
ficação, uma descrição mais detalhada do que o sistema deve fazer é estabelecida, declarando
apenas como o sistema se comporta e não como é construído. A arquitetura é que irá apre-
sentar mais informações do funcionamento interno do sistema, em termos dos componentes do