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Uma das metodologias mais empregada s é a das pesquisas específicas
de violência na escola. Na França, pesquisa semelhante foi realizada
por Car ra e Sicot, em 1996, sobre uma amostra de cerca de 3.000 alunos.
Na Suécia, essa metodologia foi empregada diversas vezes (Anderson e
Hibell, 1995, Lindstrom, 2001). Os protocolos de pesquisas muitas vezes
misturam, com o estudo de violência, estudos a respeito do clima escolar
e o sentimento de insegurança vivido pelos alunos e pelos encarregados
de ser viço (Debarbieux, 1996). Esse tipo de pesquisa mista tor na-se,
com os trabalhos do Obser vatório Europeu da Violência Escolar
(OEVS), um padrão inter nacional. O Observatório realizou, com efeito,
tais pesquisas em vários países: na França, perto de mais de 40.000
alunos, na Inglaterra (N= 1.672), na Alemanha, cerca de 2.000 alunos,
na Bélgica (N= 1.800). A pesquisa está sendo feita atualmente no Brasil
(N= 12.225) e poderá estender-se à Argentina, ao Chil e e a Quebec.
A essas pesquisas sobre as vítimas correspondem pesquisas sobre
delinqüência auto-declarada, com uma parte no meio escolar (na
Alemanha, Wentzke, 1997; na França, Roché, 2001; nos Estados
Unidos, Johnston, O’ Malley e Bachman, 1994; Gottfredson, 2001).
Esses dois tipos de pesquisas tinham sido amplamente preparados no
meio escolar, pelos estudos específicos a respeito do school bullying, desde
Olweus, em 1970, em várias dezenas de países. Os pesquisadores,
trabalhando sobre o School Bulling, haviam-no distinguido da violência
que, não raro, o acompanha. A evolução recente, todavia, tende a fazer
do Bulling uma parte da violência, necessitando de estudos
complementares, mais que competitivos.
Numa perspectiva particular, outros esclarecimentos nos são dados
por pesquisas a respeito da predominância de crianças, diante de
distúrbios de comportamento no sistema escolar (Kauffman, 1997,
Walter, Colvin, Ramsey, 1995). Essa simples enumeração, muito
incompleta, mostra , então, ao mesmo tempo, o interesse dos cientistas
pela questão, a variedade das pesquisas realizada seagrande importância
das bases de dados recolhidas. Aqui, não há simples discurso sobre a
violência, mas trabalho empírico falsificável e criticável., mas, científico.
Além dessas pesquisas quantitativas, grande número de estudos
etnográficos per mite compreender melhor a violência na escola
(Devine, 2001). É preciso observar que cer tos métodos quantitativos
são atualmente muito difíceis, senão impossíveis de utilizar, por
Livro Forum Brasil de Educacao.p65 17/1/2005, 16:44122